Doenças gastrointestinais

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Componente Curricular: Enfermagem Médica
Profª Mônica I. Wingert
Módulo II
Turma 201E
DOENÇAS DO SISTEMA GASTROINTESTINAL
Sistema Gastrointestinal
 O sistema digestório é formado por um longo tubo musculoso, ao qual estão associados órgãos
e glândulas que participam da digestão.
 Apresenta as seguintes regiões; boca, faringe, esôfago, estômago, intestino delgado, intestino
grosso e ânus.
 O sistema digestório é importante para a
absorção dos nutrientes
dos
alimentos,
necessários para nosso corpo desempenhar diversas funções.
 Processa os alimentos através de um tratamento químico e mecânico dos órgãos da digestão.
A alimentação é uma preocupação constante na rotina das pessoas. Seja para obter um estilo de vida
saudável, para perder ou ganhar peso. Contudo, uma boa alimentação também é uma forma saudável
de prevenir certas doenças.
 A parede do tubo digestivo, do esôfago ao intestino, é formada por quatro camadas: mucosa,
submucosa, muscular e adventícia.
Boca
 A abertura de entrada do alimento - a boca: dentes e a língua - mastigação.
 Dentes reduzem alimentos em pequenos fragmentos, misturando-os à saliva.
Glândulas salivares
 A presença de alimento na boca, assim como sua visão e cheiro, estimulam as glândulas
salivares a secretar saliva, que contém a enzima amilase salivar ou ptialina, além de sais e
outras substâncias.
 Três tipos de glândulas salivares lançam sua secreção na cavidade bucal; parótida,
submandibular e sublingual:
 Glândula parótida - Com massa variando entre 14 e 28 g, é a maior das três; situa-se na parte
lateral da face, abaixo e adiante do pavilhão da orelha.
 Glândula submandibular - É arredondada, mais ou menos do tamanho de uma noz.
 Glândula sublingual - É a menor das três; fica abaixo da mucosa do soalho da boca.
Dentes

Os dentes são estruturas duras, calcificadas, presas ao maxilar superior e mandíbula, cuja
atividade principal é a mastigação.
ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO
 O estômago é uma bolsa de parede musculosa, localizada no lado esquerdo abaixo do
abdômen, logo abaixo das últimas costelas.
 Quando está vazio, tem a forma de uma letra "J" maiúscula, cujas duas partes se unem por
ângulos agudos.
 Suas contrações através dos movimentos peristálticos fazem com que o bolo alimentar avance
até ao estômago ,
 Ele está divido em 3 partes: uma proximal, uma média e outra distal.
FARINGE E ESÔFAGO
A faringe, situada no final da cavidade bucal, é um canal comum aos sistemas digestório e
respiratório: por ela passam o alimento, que se dirige ao esôfago, e o ar, que se dirige à laringe.
O esôfago, canal que liga a faringe ao estômago, localiza-se entre os pulmões, atrás do coração, e
atravessa o músculo diafragma, que separa o tórax do abdômen. O bolo alimentar leva de 5 a 10
segundos para percorrê-lo.
ESTÔMAGO E SUCO GÁSTRICO
 A pepsina, enzima mais potente do suco gástrico juntamente com o ácido clorídrico ao ser
lançado na luz do estômago, catalisa a digestão de proteínas.
INTESTINO DELGADO
 O intestino delgado - pouco mais de 6 m de comprimento por 4cm de diâmetro e pode ser
dividido em três regiões: duodeno, jejuno e íleo.
 A digestão do quimo ocorre no duodeno e nas primeiras porções do jejuno. No duodeno atua
também o suco pancreático. Outra secreção que atua no duodeno é a bile, produzida no fígado
e armazenada na vesícula biliar.

Os sais biliares têm ação detergente, emulsificando as gorduras.
INTESTINO GROSSO
 É o local de absorção de água, tanto a ingerida quanto a das secreções digestivas.
 Glândulas da mucosa do intestino grosso secretam muco, que lubrifica as fezes, facilitando
seu trânsito e eliminação pelo ânus.
 Mede cerca de 1,5 m de comprimento e divide-se em ceco, cólon ascendente, cólon
transverso, cólon descendente, cólon sigmoide e reto.
 A saída do reto - ânus é fechada pelo esfíncter anal.
 Numerosas bactérias vivem em mutualismo no intestino grosso. Seu trabalho consiste em
dissolver os restos alimentícios não assimiláveis, reforçar o movimento intestinal e proteger o
organismo contra bactérias estranhas, geradoras de enfermidades.
 As fibras vegetais, não são digeridas nem absorvidas, contribuindo com porcentagem
significativa da massa fecal. Como retêm água, sua presença torna as fezes macias e fáceis de
serem eliminadas.
 O intestino grosso não possui vilosidades, só absorve água, o conteúdo intestinal se condensa
até formar detritos inúteis, que são evacuados.
PÂNCREAS

O pâncreas é uma glândula mista, de mais ou menos 15 cm de comprimento e de formato
triangular, localizada transversalmente sobre a parede posterior do abdome, na alça formada
pelo duodeno, sob o estômago.
 O pâncreas é formado por uma cabeça que se encaixa no quadro duodenal, de um corpo e de
uma cauda afilada. A secreção externa dele é dirigida para o duodeno pelos canais de Wirsung
e de Santorini.
 O canal de Wirsung desemboca ao lado do canal colédoco. O pâncreas divide-se em dois
órgãos: pâncreas exócrino secreta enzimas digestivas, em estruturas reunidas denominadas
ácinos e o endócrino secreta os hormônios insulina e glucagon.
FÍGADO
 É o maior órgão interno, e a mais volumosa de todas as vísceras, pesa cerca de 1,5 kg no
homem adulto, e na mulher adulta entre 1,2 kg. Está situado no quadrante superior direito da
cavidade abdominal.
 O tecido hepático é constituído por lobos, compostos por colunas de hepatócitos, rodeadas
por canais diminutos (canalículos), pelos quais passa a bile, secretada pelos hepatócitos.
 Estes canais se unem para formar o ducto hepático que, junto com o ducto procedente da
vesícula biliar, forma o ducto comum da bile, que descarrega seu conteúdo no duodeno.
Funções do fígado:
 Secretar a bile, que atua no emulsionamento das gorduras ingeridas, facilitando, assim, a ação
da lipase;
 Remover moléculas de glicose no sangue, reunindo-as quimicamente para formar glicogênio,
que é armazenado; nos momentos de necessidade, o glicogênio é reconvertido em moléculas
de glicose, que são relançadas na circulação;
 Armazenar ferro e certas vitaminas em suas células;
 Metabolizar lipídeos;
 Sintetizar diversas proteínas presentes no sangue, de fatores imunológicos e de coagulação e
de substâncias transportadoras de oxigênio e gorduras;
 Degradar álcool e outras substâncias tóxicas, auxiliando na desintoxicação do organismo;
 Destruir hemácias (glóbulos vermelhos) velhas ou anormais, transformando sua hemoglobina
em bilirrubina, o pigmento castanho-esverdeado presente na bile.
DOENÇAS GASTROINTESTINAIS
Abdômen
O termo Abdome Agudo pode ser definido como um processo intra-abdominal que causa dor severa
e, frequentemente, requer uma intervenção cirúrgica de emergência. A principal característica do
abdome agudo é a dor abdominal aguda, definida como dor severa ou progressiva iniciada de forma
súbita, há menos de 7 dias (usualmente menos de 48 horas). Se persistir por 6 horas ou mais, a dor
abdominal aguda é forte indicativa de patologia com significância cirúrgica.
DIAGNÓSTICO  EXAME CLÍNICO! EXAME FÍSICO+ laboratório + ultra-som, TC, RX
Sintomas
Queixa principal:
-dor abdominal -náuseas -vômitos -anorexia -alterações da função intestinal -distensão abdominal
QSD: lobo hepático, vesícula biliar, piloto, duodeno, cabeça do pâncreas, porções do cólon
ascendente e transverso.
QSE: lobo hepático E, estômago, corpo do pâncreas, porções do cólon transverso e descendente
QID: ceco e apêndice, porção do cólon ascendente.
QIE: cólon sigmoide, porção do cólon descendente.
Técnicas de exame do abdômen:
 Inspeção
 Ausculta
 percussão
Alterações da função intestinal
 constipação / diarréia / melena / enterorragia
 parada do trânsito intestinal com retenção de gases e fezes.
AA OBSTRUTIVO:
 OCORRE precocemente
 tríade da obstrução intestinal: dor em cólica, distensão e vômitos
Classificação conforme Etiologia:
AA Inflamatório
apendicite, diverticulite, pancreatite, colecistite
dor insidiosa - lenta
AA Perfurativo
úlcera perfurada, ruptura traumática
dor lancinante, facada
AA Hemorrágico
gravidez tubária rota, ruptura fígado, baço
dor súbita, sincopal
AA Obstrutivo
hérnia estrangulada, tumores, bridas
dor em cólica
AA Vascular
trombose mesentérica
dor mista
COLECISTITE AGUDA
Inflamação aguda da vesícula obstrução do ducto cístico por cálculo:
 Há distensão edema e inflamação
 Dor tipo cólica em hipocôndrio direito
Ultrasson – método de escolha para o diagnóstico;
Tratamento: cirúrgico de urgência – colecistite aguda necrótica
Sinais e Sintomas
-Dor tipo cólica na região epigástrica, hipocôndrio direito ou região infra escapular direita; -Náuseas
e vômitos; -Febre e leucocitose; -Icterícia;
-Coledocolitíase.
Tratamento
*Colecistectomia por vídeo
* Cirurgia Aberta – laparotomia exploradora
APENDICITE AGUDA
Distúrbio inflamatório do apêndice vermicular.
 incidência entre os 20 e 30 anos.
 Evento iniciador mais comum obstrução da luz do apêndice por um fecalito.
Sinais e Sintomas
-Inflamação do peritônio parietal descompressão dolorosa (sinal de Blumberg); -Rigidez localizada;
-Febre. -Náuseas, vômitos, diarréia ou constipação -Dor - flanco direito
O ponto mais dolorido é o qual se localiza sensivelmente a meia distância entre o osso ilíaco e o
umbigo.
Tratamento
 O tratamento padrão é a cirurgia para remover o apêndice - apendicectomia
 Deve ser feita o mais cedo possível para reduzir o risco do apêndice romper-se.
DIVERTICULITE AGUDA
É uma doença estrutural da parede intestinal que pode ter como consequência uma inflamação local
(diverticulite).
Etiologia
 Baixa ingesta de fibras – aumento da pressão intraluminal
 Pontos de fraqueza na parede (penetração das arteríolas)
 Alterações do colágeno da parede intestinal
.
Causas
1. Obstrução por fecalito
2. Aumento da secreção pela mucosa
3. Distensão
4. Redução do retorno venoso e do suprimento arterial 5. Crescimento bacteriano e translocação
6. Erosão e perfuração
Sintomas
-Dor abdominal em QIE
-Urgência urinária
-Massa ao toque retal ou vaginal -Alteração do trânsito intestinal
-Febre -Distensão Abdominal
Complicações
-Abscesso -Fístulas -Obstrução -Perfuração
Avaliação Clínica:
•Dor mais intensa
•Irritação peritoneal localizada
•Alteração no leucograma
•Massa ao exame
abdominal, vaginal e/ou retal •TC ou USG confirma o diagnóstico e localiza o abscesso
Conduta
•Cirurgia de emergência •Reposição hidroeletrolítica •SNG •Punção venosa com cateter periférico
de grosso calibre •Tricotomia SN •Antibioticoterapia •SVD •Controle de sinais vitais
Dietas com bastante fibra, para que as evacuações intestinais tenham uma consistência mais suave e
por consequência que possa evacuar com mais facilidade.
Complicação: Perfuração
• Dor abdominal intensa e difusa
•Defesa voluntária e involuntária generalizada
•Pneumoperitôneo (RX ou TC) –1/3 dos casos •Desidratação →IRA •Sepse
–leucocitose -Febre -Taquicardia
-Hipotensão
PANCREATITE AGUDA
Processo inflamatório da glândula pancreática, decorrente da ação de enzimas;
Ativação indevida das enzimas pancreáticas: edema, hemorragia e/ou necrose pancreática e
peripancreática,
Repercussão sistêmica - hipovolemia até comprometimento de múltiplos órgãos e sistemas – óbito.
Sinais e Sintomas
 Dor abdominal intensa-
epigástrica e irradiada para o dorso, em faixa ou para todo o
abdômen.
 Náuseas e vômitos, acompanhada de parada de eliminação de gases e fezes.
Exames
 Ultra-sonografia
 Tomografia
 Colangiopancreatografia retrógrada endoscópica
 Colangio-ressonância
Tratamento
UTI – dependendo da gravidade
Medidas iniciais - jejum oral, hidratação parenteral, nutrição parenteral e analgesia sistêmica
Intervenção cirúrgica – pancreatite necrosante 30 – 70% de mortalidade.
Reservado para – quadro infeccioso associado à pancreatite necrosante – tomografia e ressonância
magnética.
ABDOME AGUDO PERFURATIVO
 Dor abdominal de forte intensidade
 Abdome em tábua
 Pneumoperitônio – radiografia de abdome/ tórax
 História anterior de úlcera
Causas
 Úlcera gástrica/duodenal perfurada, perfuração de alça intestinal.
ABDOME AGUDO HEMORRÁGICO
-Dor abdominal
- Síndrome hipovolêmica
-Sinais de irritação peritoneal -Gravidez ectópica,
ruptura de aneurisma de Aorta, ruptura de vísceras.
ABDOME AGUDO VASCULAR
Interrupção ou diminuição brusca do fluxo sanguíneo mesentérico, por comprometimento da
circulação arterial ou venosa da microcirculação, determinando a perda da vitalidade dos tecidos
intestinais, levando a necrose.
Mais frequente em pacientes idosos.
Associado a : -arteriopatias crônicas -Doenças cardíacas -Diabetes -Hipertensão arterial -Apresenta
80% de mortalidade
Etiologia: -Trombose da artéria mesentérica -Embolia da artéria mesentérica
-Trombose venosa mesentérica
ABDOME AGUDO VASCULAR
Etiologia: Trombose da artéria mesentérica:
É a causa mais frequente de abdome agudo vascular. Possui etiologia variável.
O uso de cocaína pode precipitar a TAM.
Etiologia: Trombose venosa mesentérica:
Mais frequente no sexo Feminino, relacionado com uso de contraceptivos orais
 Quadro Clínico:
O sinal mais importante e confiável é a dor abdominal intensa desproporcional ao exame físico (na
fase inicial)
 Evolui para: -Hipotensão arterial -Choque hipovolêmico e séptico
-Taquicardia -Taquipnéia ( acidose metabólica ) -Cianose de extremidades
Exame Físico abdominal:
 Dor a palpação superficial e profunda
 Distensão abdominal
 Ausência de ruídos hidroaéreos
 Toque retal com saída de líquido necrótico
 Temperatura retal mais baixa do que a axilar
Tratamento
Fase inicial: Arteriografia com injeção de trobolíticos e Vasodilatadores
Cirurgia para revascularização
Fase Tardia (após instalada a necrose): Cirurgia para ressecção da área necrótica
Atendimento Inicial
-amostra sangue; -jejum absoluto; - evitar analgésicos; - cateter vesical; -SNG aberta; - perfusão
venosa; - sinais vitais; - balanço hídrico; -deixar o paciente em condições para o ato cirúrgico.
TRATAMENTO DEFINITIVO: cirurgia
TRATAMENTO DA PERITONITE
-aspiração SNG -jejum - reposição líquida e eletrolítica - antibioticoterapia
vitais - balanço hídrico - acesso calibroso
* se choque: sangue / plasma / albumina
HEMORRAGIA DIGESTIVA
Hemorragia Digestiva ALTA - HDA Esôfago, estômago e intestino delgado
Hemorragia Digestiva BAIXA - HDB Intestino grosso
- controle de sinais
Sinais de Hemorragia Digestiva:
HEMATÊMESE
MELENA
ENTERORRAGIA
ETIOLOGIA:
-Úlcera Péptica - Lesão Aguda da mucosa Gastro Duodenal -Varizes esofagogástricas
Atendimento Inicial
A- aspiração esofágica através de cânula de Guedel oximetria, máscara de O2
B- atenção: pulso, PA, palidez, sudorese, 2 veias calibrosos – amostra sangue, reposição volêmica
(cristalóides  sangue)
C- contenção do sangramento, veia central (PVC), SVD (Diurese), SNG (Drenagem
Quando estabilizado
•
Exames p/ diagnóstico etiológico:
 ENDOSCOPIA !!
angiografia seletiva / Rx com contraste
ÚLCERA PÉPTICA
É uma lesão localizada no esôfago ou duodeno com destruição da mucosa da parede destes órgãos,
atingindo os vasos sanguíneos subjacentes.
•
SNG: - observar sangramento ativo
- eliminar secreção ácida
- lavagem com SF
-Antiácidos - dieta logo que possível
Tratamento endoscópico: coagulação c/ laser, eletrocoagulação, alcoolização
Tratamento: cirúrgico: 20 %
Sintomas
Dor caracteriza-se pelas hemorragias continuas para dentro do trato gastrointestinal
Tratamento
São utilizados antiácidos para neutralizar o excesso de ácido existente no estômago ou para inibir sua
secreção.
•
Mais importante: PROFILAXIA
•
Na vigência de hemorragia:
da dor aguda
- anti-ácidos
- hidratação venosa
- medicamentos de controle
- bloqueadores do suco gástrico
- SNG + lavagens
- controle de hemorragias
GASTROENTERITE
É uma infecção que atinge o sistema gastrointestinal ocasionando sinais e sintomas deste aparelho
como diarreias, cólicas intestinais e possivelmente vômitos.
Geralmente trata-se de uma intoxicação alimentar que pode ser provocada por diferentes bactérias
como a salmonela.
Sintomas
Cólicas e pontadas no estômago
Tratamento
O primeiro tratamento a ser providenciado em caso de gastroenterite é a hidratação com bastante água
e bebidas ricas em minerais (caldos ou sopas), a fim de impedir a desidratação.
Azia ou Pirose
Azia é uma sensação dolorosa de queimação (ardor) bem abaixo ou atrás do esterno. Ela geralmente
vem do esôfago. A azia causa uma dor que às vezes sobe pelo peito e pode se irradiar para o pescoço
ou a garganta.
Causas
Ocorre devido à perda de elasticidade do esfíncter esofágico (cárdia), fazendo com que este
permaneça aberto, permitindo o refluxo do suco gástrico para o esôfago, o que causa a dor típica da
azia.
O principal fator desencadeante da azia é a alimentação inadequada, ou seja, ingestão de alimentos
excessivamente temperados, gordurosos, que contêm cafeína, assim como a ingestão de frutas cítricas
em excesso, além do uso frequente de tabaco, álcool, entre outras drogas, como o AAS (aspirina).
Tratamento
O tratamento dessa afecção passa pela correção dos hábitos alimentares. Não há restrição total de
determinado alimento, mas sim uma ingestão controlada dos alimentos que desencadeiam o
problema.
Para indivíduos portadores dessa condição, os especialistas recomendam evitar:
Deitar após as refeições, sendo necessário aguardar uma ou duas horas, para que o estômago esvazie e
diminuía a produção de ácido clorídrico;
Uso de roupas apertadas, que leva a uma alteração da pressão dentro do abdômen, resultando no
refluxo do ácido para o esôfago;
Ingestão de muitos líquidos, especialmente gasosos, durante uma refeição.
O tratamento medicamentoso é feito com o uso de antiácidos e fármacos específicos que controlam a
secreção gástrica.
GASTRITE
No estômago encontramos células que produzem enzimas e outras que produzem o ácido clorídrico.
Revestindo o estômago, temos uma mucosa que o protege da ação desse ácido, e a gastrite nada mais
é do que inflamação dessa mucosa de revestimento.
Existem dois tipos de gastrite: a gastrite aguda e a gastrite crônica.
A gastrite aguda é uma inflamação passageira. Quando não tratada pode evoluir para a gastrite
crônica. Pode causar sangramentos pela boca (hematêmese) ou pelo reto (melena). As causas da
gastrite aguda são: uso de medicamentos (ácido acetilsalicílico, corticoides, alguns antiinflamatórios), estresse físico e psíquico; bebida alcoólica; ingestão acidental ou suicida de
substâncias ácidas corrosivas.
Na gastrite crônica, a bactéria Helicobacter pylori por vezes é a causadora da infecção. Por viver
muito bem em ambientes ácidos, a H. pylori pode levar à destruição da mucosa que reveste e protege
a parede do estômago, caracterizando a gastrite.
Na mucosa do estômago há varias células que são responsáveis pela produção de enzimas e de ácido
gástrico. Com a destruição da mucosa pela H. pylori, ocorre uma diminuição dessas células e,
consequentemente, uma diminuição na produção de ácido gástrico e de enzimas, dificultando a
esterilização dos alimentos ingeridos e sua digestão.
Sintomas
Queimação, dor abdominal, perda do apetite, náuseas, vômitos, sensação de saciedade, sangramento
digestivo. Pode ocorrer deficiência na absorção de alguns elementos e de vitaminas, causando
fraqueza e diarreia.
Quando a gastrite é crônica, o médico, a partir da endoscopia, pode fazer tratamentos locais ou até
mesmo receitar antibióticos para erradicação da bactéria Helicobacter pylori.
Para evitar o aparecimento de gastrites, é bom que a pessoa evite a ingestão de medicamentos que
irritam as paredes do estômago, como anti-inflamatórios e aspirinas, evitar o consumo de sais de fruta
e antiácidos que só servem para a indigestão. Bebidas alcóolicas e tabagismo podem piorar a gastrite.
ÚLCERA GASTRODUODENAL
É uma escavação na parede do estomago, principalmente no piloro ou no duodeno. A úlcera é mais
comum na faixa de 30 a 40 anos.
A úlcera instala-se quando há uma questão de equilíbrio entre os fatores defensivos da mucosa, ou
seja, quando há uma diminuição da resistência normal da mucosa ou uma liberação excessiva de suco
gástrico, principalmente ácido clorídrico.
A liberação do suco gástrico tem seu início no sistema nervoso central (SNC), no momento em que os
órgãos dos sentidos (visão olfato e gustação) são estimulados pelo alimento. Nesse momento os
impulsos são conduzidos ao estômago através do nervo vago, que estimula as glândulas e a liberação
do hormônio gástrico na porção pilórica do estômago.
Fatores de risco
Estresse, alimentação ingerida rapidamente, ingestão excessiva de café e bebidas alcoólicas, fumo,
uso de drogas e medicamentos como AAS ou H. pilore.
Manifestações clínicas
Dor que não melhora após a ingestão de alimentos, azia, náuseas, vômitos, sialorréia, apetite
diminuído, obstipação intestinal (prisão de ventre).
CIRROSE HEPÁTICA
Fibrose difusa que destrói as células hepáticas. Frequentemente se expressa por hipertensão portal. O
alcoolismo é a causa mais comum.
Em uma primeira etapa, há um acumulo de gordura do fígado (esteatose), fase a doença é reversível.
Não sequencia ocorre um ingurgitamento das células com a gordura interfere na sua função normal,
causando a morte celular. A necrose desencadeia um processo inflamatório, em alguns casos a morte
ocorre nesta fase. Na fase final as áreas fibrosas desorganizam a arquitetura do fígado interferindo no
fluxo sanguíneo.
A pressão aumentada n sistema porta pode levar a uma perda de líquido par a a cavidade abdominal
(ascite). O acumulo de amônia e outras substâncias tóxicas resultantes da diminuição da função
hepática podem causar como e morte.
Manifestações clínicas
Anorexia, aparece eritema palmar, icterícia, edema em MsIs, ascite, esplenomegalia, atrofia testicular,
derrame pleural, tremores, hálito hepático (adocicado), unhas esbranquiçadas, vascularização
abdominal fica visível, telangiectasias, e por final conduta psicótica.
Cuidados de enfermagem
 Repouso no leito;
 Evitar esforço físico;
 Oferecer refeições pequenas e frequentes;
 Atentar alimentação por SNE;
 Estimular alimentação hipoproteica (para diminuir a produções de amônia) e hipossódica
(diminuir o volume)
 Eliminar álcool;
 Prover cuidados com a pele
 Observar sinais vitais;
 Observar as fezes (cor, quantidade, consistência);
 Prevenir e comunicar sangramentos;
 Aplicar injeções com agulhas de calibre fino;
 Pesar diariamente em jejum;
 Manter as grades elevadas no leito;
Medir e anotar circunferência abdominal em caso de ascite.
DIARRÉIA
A diarreia consiste na evacuação de fezes líquidas de forma frequente e sem controle. Ela é
considerada de longo prazo (diarreia crônica) quando o indivíduo evacua fezes líquidas e frequentes
por mais de 4 semanas.
Causas
A causa mais comum da diarreia é a gastroenterite viral ou o vírus intestinal. Esta é uma infecção
viral leve que desaparece por conta própria em alguns dias.
Consumir alimentos ou água contaminados também pode causar diarreia. Entre as causas comuns da
diarreia estão:
-Intoxicação alimentar -Diarreia do viajante -Algumas medicações também podem causar diarreia,
entre elas: antibióticos, quimioterapia, laxantes que contém magnésio
A diarreia também pode ser causada por determinadas doenças, entre elas: doenças intestinais
inflamatórias (Doença de Crohn e colite ulcerosa) Síndrome do intestino
nervoso, como neuropatia autonômica ou neuropatia diabética
de má absorção
-Síndrome carcinoide
-Distúrbios do sistema
-Intolerância à lactose -Síndromes
-Remoção parcial do estômago (gastrectomia)
-
Radioterapia -Doenças do aparelho digestivo podem ser causas da diarreia
Considerações
A diarreia em crianças e bebês (especialmente com menos de 3 anos) pode provocar uma desidratação
perigosa de forma muito rápida.
A diarreia em adultos é geralmente leve e desaparece rapidamente sem complicações
Prevenção
Diarreia associada a antibióticos pode ser prevenida com o uso de suplementos que contêm bactérias
benéficas (probióticos), vendidos sem prescrição médica. Iogurte com culturas vivas ou ativas são
uma boa fonte dessas bactérias benéficas e também ajudam a evitar a diarreia.
Medidas preventivas:
Lave as mãos com frequência, principalmente após ir ao banheiro e antes de comer.
Use álcool em gel para desinfetar as mãos.
Ensine as crianças a não levar objetos à boca.
Ao viajar para áreas subdesenvolvidas, siga as medidas abaixo para evitar a diarreia: Beba somente
água mineral e NÃO use gelo, a menos que ele seja feito com água mineral, NÃO coma vegetais não
cozidos ou frutas com casca, NÃO coma frutos do mar crus ou carne malpassada, NÃO consuma
laticínios.
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