1 Núcleo de Educação a Distância UVAONLINE Comunicação Oral e Escrita Unidade 5 Conjugação Verbal Núcleo de Educação a Distância 2 Aviso importante! Este material foi produzido com o objetivo de permitir que você realize consultas offline ao conteúdo da disciplina virtual. No entanto, alertamos para o fato de que a disciplina deve ser feita no modo digital. O conteúdo foi desenvolvido prevendo a utilização dos recursos que a mídia eletrônica pode oferecer. Através do ambiente UVAONLINE, a aprendizagem tornarse-á mais fácil, ágil, interativa e eficaz. O texto que estamos disponibilizando para você, através desta apostila, deverá ser utilizado apenas como um reforço. Todas as práticas e atividades que devem ser realizadas ao longo e ao final de cada Unidade, só estão disponíveis no ambiente virtual. Lembramos ainda que, para obter aprovação, é necessário que você tenha realizado e enviado para o seu Tutor as atividades e avaliações propostas em todas as unidades da disciplina. Tenha um ótimo estudo! 3 Núcleo de Educação a Distância Unidade 5 – Conjugação Verbal A intenção desta unidade é rever os principais problemas de conjugação verbal da nossa língua, principalmente por ser esse aspecto gramatical bastante complicado. Conhecer as várias flexões dos verbos e seus usos parece importante tanto na leitura dos textos como na sua produção. Objetivos da unidade Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de: a) b) c) d) reconhecer as possíveis flexões de um verbo; identificar os tempos e modos verbais e seus usos; conjugar os verbos a partir de estratégias formais; fazer uso das vozes verbais em situações textuais. Roteiro da Unidade Esta unidade está organizada nas seguintes lições: Lição 5.1 – Flexões Verbais Lição 5.2 – Modo, Tempo, Pessoa e Número Lição 5.3 – Verbos Lição 5.4 - Tratamento Lição 5.5 – Correspondência Lição 5.6 - Tempos Derivados do Presente Lição 5.7 – Tempos Derivados do Perfeito Lição 5.8 – Tempos Derivados do Infinitivo Lição 5.9 – Vozes Verbais 4 Núcleo de Educação a Distância Lição 5.1 – Flexões Verbais Para iniciarmos o estudo das flexões dos verbos, precisamos recordar a base de tudo, isto é, o que são VERBOS. Vamos, então, ler o texto: - Moço queria lhe pedir um favor. - Ainda bem que você queria, não quer mais, pois eu já estou de saída. - Não, você não entendeu bem. Eu quero lhe pedir um favor! - Agora não é mais possível. Quando você entrou, eu já havia colocado na porta uma placa onde se lê FECHADO PARA ALMOÇO. - Mais ainda não estava fechado, tanto é que eu entrei... - Entrou porque não leu... Se tivesse lido, não entraria... - Está certo. Não briguemos por tão pouco. Na verdade eu só queria saber se vocês abrirão a loja depois do almoço... (Roberto Rinazzo, em Contos) Você leu o texto com atenção? Notou que há muitos verbos? Ah! Sim... Verbos. Verbo É uma palavra que indica ação, estado, mudança de estado, fenômenos e processos. Distinguem-se de outras classes gramaticais em função das flexões. Por exemplo, a palavra SAÍDA admite apenas a flexão SAÍDAS (plural), enquanto SAIR admite as flexões SAIO, SAÍMOS, SAIREI entre outras. Podemos ver, assim, que o VERBO é uma palavra muito flexível. Normalmente, apresenta as seguintes flexões: MODO, TEMPO, PESSOA e NÚMERO. Vamos ver, a seguir, cada uma dessas flexões. 5 Núcleo de Educação a Distância - Moço queria lhe pedir um favor. - Ainda bem que você queria, não quer mais, pois eu já estou de saída. - Não, você não entendeu bem. Eu quero lhe pedir um favor! - Agora não é mais possível. Quando você entrou, eu já havia colocado na porta uma placa onde se lê FECHADO PARA ALMOÇO. - Mais ainda não estava fechado, tanto é que eu entrei... - Entrou porque não leu... Se tivesse lido, não entraria... - Está certo. Não briguemos por tão pouco. Na verdade eu só queria saber se vocês abrirão a loja depois do almoço... (Roberto Rinazzo, em Contos) 1. QUERIA e PEDIR são formas de “querer” e “pedir”. QUERIA é uma forma flexionada de querer, e PEDIR é o próprio infinitivo, isto é, a forma em que se apresenta o verbo. 2. Na segunda fala, QUERIA é um fato no passado, enquanto QUER e ESTOU denotam tempo presente. 3. Ao trocar QUERIA por QUERO, o primeiro falante revela que a sua vontade ainda existe, ou seja, é um fato presente. 4. A segunda fala do lojista apresenta dois verbos no presente, É (que indica ESTADO) e LÊ (que indica AÇÃO), e dois no passado, ENTROU e HAVIA COLOCADO, sendo que este é uma forma composta e indica um fato passado anterior a outro. 5. ESTAVA (fechado) e ENTREI são fatos passados, sendo que o primeiro indica uma noção que se prolonga, enquanto o segundo é um passado tópico ou pontual. 6. ENTROU e LEU são passados pontuais, indicam ações certas, mas o tempo composto TIVESSE LIDO apresenta um fato que não ocorreu, mas poderia ter ocorrido, no passado. É apenas uma hipótese... 7. NÃO BRIGUEMOS, além de apresentar, pela primeira vez nesse texto, uma noção de plural, serve para ordenar ou aconselhar algo. 8. Finalmente, ABRIRÃO indica o tempo futuro. Lição 5.2 - Modo, Tempo, Pessoa e Número O verbo é a palavra que mais se flexiona na nossa língua. Flexiona-se em: • Modo: que revela noções claras de intenção: Indicativo – certeza; Subjuntivo - dúvida ou hipótese; e Imperativo - ordem, conselho ou súplica; • Tempo: que se liga à própria noção nomeada: Presente, Passado ou Pretérito e Futuro; • Pessoa: aquela que define o discurso: quem fala, com quem se fala ou de quem se fala; • Número: singular, quando a pessoa é única, ou plural, quando se trata de mais de um. Modo É a flexão que se liga ao significado básico da intenção do falante, à realização do processo verbal. Os modos são chamados de: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo. INDICATIVO Indica AÇÕES e ESTADOS certos, positivos. • Ontem choveu muito. 6 Núcleo de Educação a Distância Alguns autores preferem acrescentar a idéia de FENÔMENO, mas é uma AÇÃO. • A flexão verbal é complexa. A IDÉIA de ESTADO é certa, positiva. • Todos encontrarão oportunidades melhores. Embora a noção de tempo seja FUTURA, a AÇÃO é posta como certa. SUBJUNTIVO Indica o fato como possibilidade, hipótese ou dúvida. • Talvez eu vá ao cinema. A AÇÃO de IR é uma dúvida, um fato possível. • Se eu tivesse calma, conseguiria melhores resultados. O fato de TER é uma hipótese, aparecendo numa oração subordinada à outra, dependente dela. • Logo que amanhecer, iremos ao local do desastre. Mais uma oração subordinada com o VERBO indicando um fato que irá ocorrer, mas que é parte de algo hipotético. IMPERATIVO Introduz a noção de ordem, conselho. • Venha ao nosso encontro! Fica clara a idéia de ORDEM, CONSELHO ou PEDIDO. • Nunca reclamem da vida. Agora é bem mais clara a idéia de CONSELHO. Tempo Serve para situar a época ou o momento em que ocorre o processo verbal. Os tempos verbais são: passado ou pretérito, presente e futuro. • PASSADO ou PRETÉRITO "Naquela época, nós viajávamos muito." Revela um fato já ocorrido. • PRESENTE "Os tempos atuais estão complicados." A noção clara é a da ocorrência hoje. 7 Núcleo de Educação a Distância • FUTURO "Amanhã iremos para a Europa." Bem nítida a noção de que a AÇÃO ainda virá a ocorrer. Pessoa São três as pessoas gramaticais que regem a conjugação verbal: • 1ª pessoa: EU / NÓS "Levarei um presente para você." A terminação do verbo indica a pessoa QUE FALA, EU. • 2ª pessoa: TU / VÓS "Cala a boca!" A forma de imperativo se liga à pessoa COM QUEM SE FALA, TU. • 3ª pessoa: ELE, ELA / ELES, ELAS "O problema será resolvido logo." A forma verbal se refere à pessoa ou ao objeto DE QUE SE FALA, no caso O PROBLEMA. Número Há dois números: o singular e o plural. • SINGULAR "Ela saiu cedo." A forma verbal tem a noção de unidade. • PLURAL "Todos se referem a novas situações." Agora é evidente, pela presença da letra M no final do verbo, a noção de "mais de um“. Lição 5.3 – Verbos Vale sempre lembrar que verbos são palavras importantes dentro do texto, não só na sua produção, mas também na sua compreensão. Além de servirem para indicar as ações, introduzem os estados e revelam fenômenos. Como isso não bastasse, ainda servem como auxiliares de outros verbos, mudando-lhes os sentidos e provocando a progressão textual Os verbos podem ser: 8 Núcleo de Educação a Distância REGULARES IRREGULARES São os verbos que não têm alteração no RADICAL. São os verbos que têm alteração no RADICAL Exemplos: a) amar: amo, amava, amei, ame, amasse, amado... b) vender: vendo, vendia, vendi, venderei, venda, vendesse, vendido... c) partir: parto, partia, parti, partirei, partisse, partido... Exemplos: a) perder: perco, perdia, perdi, perderei, perca, perdesse, perdido... b) dizer: digo, dizia, disse, direi, diga, dissesse, dito... c) ouvir: ouço, ouvia, ouvi, ouvirei, ouça, ouvisse, ouvido... ANÔMALOS São os verbos que, de tão irregulares, chegam a mudar de RADICAL. Exemplos: a) ser: sou, era, fui, serei, seja, fosse, sido... b) ir: vou, ia, fui, irei, vá, fosse, ido... Só há esses dois casos. Os verbos ainda podem ser: DEFECTIVOS ABUNDANTES São os verbos que só se conjugam em algumas formas. São os verbos que apresentam mais de uma forma com o mesmo valor. a) REAVER: No presente, só tem: Nós reavemos e vós reaveis. a) HAVER: “Nós HAVEMOS ou HEMOS de aprender a conjugar verbos.” b) ABOLIR: No presente, só tem do TU em diante: aboles, abole, abolimos, abolis e abolem. b) CONSTRUIR: “Os pássaros CONSTROEM ou CONSTRUEM ninhos bem criativos.” c) ADEQUAR: No presente, só tem: nós adequamos e vós adequais. c) PEGAR: “PEGO ou PEGADO o bilhete, eles correram para o estádio.” Obs.: Para suprir as necessidades das formas inexistentes, usa-se um sinônimo (por exemplo, eu recupero, tu cancelas) ou uma locução verbal (por exemplo, eu estou adequando). Lição 5.4 – Tratamento Tratamento é a flexão dos verbos em obediência aos outros elementos frasais (por exemplo, os pronomes). Vejamos alguns exemplos: • ELA trouxe para mim os SEUS livros. (3ª pessoa do singular) • LEVA TUAS lembranças! (2ª pessoa do singular) • DEIXAI aqui os VOSSOS sofrimentos. (2ª pessoa do plural) Um erro muito comum é a mistura de tratamento, na relação entre VERBOS e PRONOMES. Observe: • Tu vai ou não vai ao cinema? (frase errada) 9 Núcleo de Educação a Distância O erro de concordância é, na realidade, fruto de um problema de tratamento, em que a forma verbal VAI (deveria ser VAIS) "concorda" com um TU, que equivale a VOCÊ. • Tome teu caminho e vai embora! (frase errada) A forma verbal, no imperativo, TOME está na 3ª pessoa (ou seja, TOMA TU e TOME VOCÊ), mas o pronome possessivo TEU é de 2ª, e também a outra forma verbal, VAI, está na 2ª pessoa (VAI TU e VÁ VOCÊ). São erros típicos da língua falada, mas devem ser evitados nos registros mais cultos, principalmente na língua escrita. Lição 5.5 – Correspondência Correspondência significa a aproximação ou harmonização de um verbo em relação a outro dentro do mesmo período. A frase é um conjunto formado de subconjuntos que se correlacionam entre si. Observe os seguintes exemplos: 1. Há necessidade de que faça este trabalho. 2. Havia necessidade de que fizesse este trabalho. 3. Tudo será mais fácil, se eu for com você. 4. Tudo seria mais fácil, se eu fosse com você. 5. Se nós pudermos, iremos. 6. Caso nós possamos, iremos. 7. Se nós pudéssemos, iríamos. Lição 5.7- Tempos Derivados do Presente Chamamos Tempos do Presente àqueles cuja conjugação é feita a partir do Presente do Indicativo, ou seja, este é o tempo primitivo daqueles, os quais podem ser considerados derivados. Casos Gerais Vamos estudar os seguintes casos de tempos que se formam a partir do Presente do Indicativo: • Presente do Subjuntivo (hipóteses e dúvidas no presente) • Imperativo Afirmativo (TU e VÓS) - (ordens ou pedidos) Núcleo de Educação a Distância • 10 Imperativo Afirmativo (exceto TU e VÓS) e Negativo (todas as pessoas) (ordens ou pedidos negativos) Presente do Subjuntivo Forma-se a partir da 1ª pessoa do singular (EU) do Presente do Indicativo. Exemplos: • Ver: hoje eu vejo que eu veja • Vir : hoje eu venho que eu venha • Ter: hoje eu tenho que eu tenha • Dizer: hoje eu digo que eu diga Imperativo Afirmativo (TU e VÓS) Forma-se a partir das 2as pessoas (tirando-se o S) do Presente do Indicativo. Exemplos: Ver: Hoje tu vês vê tu Hoje vós vedes vede vós Ir: Hoje tu vens vem tu Hoje vós vindes vinde vós Ter: Hoje tu tens tem tu Hoje vós tendes tende vós Veja que o N se transforma em M. Exceção: Verbo SER: sê tu e sede vós. Imperativo Afirmativo (exceto TU e VÓS) e Negativo (todas as pessoas) Formam-se a partir do Presente do Subjuntivo. Exemplos: 11 Núcleo de Educação a Distância Ver: que ele veja - veja você - não veja você que tu vejas - não vejas tu que vós vejais - não vejais vós Vir: que ele venha - venha você - não venha você que tu venhas - não venhas tu que vós venhais - não venhais vós Sair: que ele saia - saia você - não saia você que tu saias - não saias tu que vós saiais - não saiais vós Atenção!!! Nos imperativos, não existe a forma EU, e as terceiras pessoas só ocorrem por causa de VOCÊ e VOCÊS. Observe a tabela ao lado. Obs.: A forma TU, do Imperativo Afirmativo, admite também a queda do E, além do S, desde que a consoante anterior possa vir no final da palavra. Exemplo: TU FAZES FAZE ou FAZ TU. Casos Especiais Vamos estudar, nesta seção, os seguintes casos especiais: • Verbos Defectivos • Verbos terminados em EAR e IAR • Verbos terminados em GUAR e QUAR (e o verbo ARGÜIR) • As terminações Ê, EM, ÉM, ÊEM e ÊM Verbos Defectivos Dois são os motivos que levam um verbo a ser considerado defectivo pela Gramática, ambos pouco fundamentados: a CACOFONIA e a ELEGÂNCIA. Núcleo de Educação a Distância 12 Não se conjugam verbos que geram sons feios: "COLORO" de COLORIR não existe, fazendo com que este verbo só tenha, no Presente do Indicativo, as cinco outras formas (COLORES, COLORE, COLORIMOS, COLORIS E COLOREM) e não tenha Presente do Subjuntivo (pois este sairia do EU, do Presente do Indicativo). Também não se conjugam aqueles que se confundem com palavras ou sons de efeito desagradável: COMPUTAR, no Presente do Indicativo, só tem as três formas plurais - COMPUTAMOS, COMPUTAIS e COMPUTAM; as outras três não existem, porque sua sonoridade lembraria palavras que não devem ser faladas por pessoas educadas... Atenção!!! Esses verbos não têm Presente do Subjuntivo por não haver a forma EU do Presente do Indicativo. Como não há Presente do Subjuntivo, não existem as formas do Imperativo Negativo, e VOCÊ, NÓS e VOCÊS do Imperativo Afirmativo. Observe a tabela ao lado. Verbos terminados em EAR e IAR Os verbos terminados em EAR, e alguns dos que terminam em IAR, têm uma particularidade na hora de serem conjugados nos Tempos do Presente, conforme veremos agora. 1. Os verbos terminados em EAR recebem um I após a vogal E, sempre que sobre esta vogal recair o acento tônico (formas rizotônicas). Exemplo: Recear: eu receio, tu receias, ele receia, eles receiam (formas rizotônicas). Mas: nós receamos, vós receais (formas arrizotônicas). 13 Núcleo de Educação a Distância Atenção!!! Formas rizotônicas são as que têm VOGAL TÔNICA no radical; só existem nos Tempos do Presente (exceto NÓS e VÓS). Todas as outras formas verbais são arrizotônicas. Observe a tabela ao lado. Formas Rizotônicas são aquelas em que a raiz (RIZO = radical ou raiz) tem a vogal tônica. Como é normal achar o radical tirando a última vogal e o R do infinitivo, temos, por exemplo: AMAR, cujo radical é AM. Assim: São rizotônicas: Eu AMO, Tu AMAS, Ele AMA, Eles AMAM. São arrizotônicas: Nós AMAMOS, Vós AMAIS. 2. Os seguintes verbos terminados em IAR: Mediar (ou intermediar), Ansiar, Remediar, Incendiar e Odiar (* guarde usando o mnemônico MARIO!) recebem um E antes da vogal I, sempre que sobre esta sílaba recair o acento tônico. Exemplo: Mediar: eu medeio (e não “eu medio”); eu intermedeio (e não “eu intermedio”), tu medeias, ele medeia, eles medeiam (formas rizotônicas). Mas: nós mediamos, vós mediais (formas arrizotônicas) * Mnemônico MARIO: M = Mediar (ou intermediar) A = Ansiar R = Remediar I = Incendiar O = Odiar 3. Todos os outros verbos em IAR são regulares, ou seja, o I se mantém (não vira EI). Exemplo: Arriar: eu arrio, nós arriamos, eles arriam. Guarde este esquema: RIZOTÔNICAS ARRIZOTÔNICAS -EAR EI E Passeio, passeias Passeamos, passeais -IAR (MARIO) EI E Odeio, odeias Odiamos, odiais I I Adio, adias Adiamos, adiais - IAR EXEMPLOS (eu e tu) EXEMPLOS (nós e vós) 14 Núcleo de Educação a Distância Verbos terminados em -GUAR e -QUAR (e o verbo ARGÜIR) 1. Os verbos aguar, enxaguar, desaguar, minguar e apropinquar, nas formas rizotônicas, têm como tônica a vogal anterior ao G ou Q. Antes de E ou I, o U tem trema. Exemplo: Aguar: eu águo, que eu ágüe, que tu ágües... e nós aguamos, que nós agüemos... Obs.: Apropinquar é sinônimo de aproximar. 2. Os verbos averiguar, apaziguar, apaniguar, obliquar e santiguar, nas formas rizotônicas, têm como tônico o U, que leva acento agudo antes de E ou I. Nas formas arrizotônicas, ou sendo átono, ele leva trema antes de E ou I. Obs.: Apaniguar = proteger; Obliquar = inclinar; Santiguar = sagrar Exemplo: Averiguar: eu averiguo, que eu averigúe, que tu averigúes... Mas: nós averiguamos, que nós averigüemos... Obs.: O certo é averiguo (com o U forte), e não "averíguo“. 3. O verbo argüir pode ter o U tônico (leva acento antes de E e I) ou átono (leva trema antes de E e I). Exemplo: Argüir: eu arguo, que eu argua, tu argúis, ele argúi... E: nós argüimos, ontem eu argüi... EU TU ELE NÓS VÓS ELES PRES. INDICATIVO PRES. SUBJUNTIVO PRES. INDICATIVO PRES. SUBJUNTIVO DESÁGUO DESÁGUAS DESÁGUA DESAGUAMOS DESAGUAIS DESÁGUAM DESÁGÜE DESÁGÜES DESÁGUE DESAGÜEMOS DESAGÜEIS DESÁGÜEM APAZIGUO APAZIGUAS APAZIGUA APAZIGUAMOS APAZIGUAIS APAZIGUAM APAZIGÚE APAZIGÚES APAZIGÚE APAZIGÜEMOS APAZIGÜEIS APAZIGÚEM Veja que, em DESAGUAR, o U é sempre átono: antes do O ou A nada leva, mas antes de E tem trema. Nas formas rizotônicas, há acento no A anterior, o que também ocorre com AGUAR, ENXAGUAR, MINGUAR e APROPINQUAR. Note que, em APAZIGUAR, o U é átono nas formas arrizotônicas, levando trema antes de E, porém é tônico nas rizotônicas, recebendo, assim, o acento quando está antes de E, o que ocorre, também, com AVERIGUAR, APANIGUAR, OBLIQUAR e SANTIGUAR. Núcleo de Educação a Distância 15 As terminações Ê, EM, ÉM, ÊEM e ÊM 1. Verbos que têm a 3a. pessoa do singular terminadas em "Ê" fazem o plural em "ÊEM“. Exemplos: ele vê/eles vêem; ele crê/eles crêem; ele relê/eles relêem. 2. Verbos (monossílabos) que têm singular em "EM" fazem o plural em "ÊM“. Exemplos: ele tem/eles têm; ele vem/eles vêm. 3. Verbos (de mais de uma sílaba) que têm o singular em "ÉM" fazem o plural em "ÊM“. Exemplos: ele retém/eles retêm; ele convém/eles convêm; ele intervém/eles intervêm. Lição 5.7 – Tempos Derivados do Perfeito Neste momento, veremos os Tempos do Perfeito, isto é, os tempos derivados que se originam do Pretérito Perfeito do Indicativo. Considere, inicialmente, o seguinte esquema: Seja a forma verbal “Eles viram”: • A parte inicial de VIRAM, ou seja, “VIR”, constitui o tema. • A parte final de VIRAM, ou seja, “AM”, constitui a DMT – Desinência ModoTemporal (a marca do tempo e modo verbal). Da terceira pessoa do plural do Pretérito Perfeito do Indicativo derivam, aproveitando-se o tema conforme indicado no esquema acima, os seguintes tempos verbais: 1) Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo 2) Imperfeito do Subjuntivo 3) Futuro do Subjuntivo Vejamos alguns exemplos. 1) Pretérito Mais Que Perfeito do Indicativo. Ver: Ontem eles viram Eu vira Vir: Ontem eles vieram Eu viera (Esse tempo é formado pelo tema mais DMT = RA) 2) Imperfeito do Subjuntivo. Rever: Ontem eles reviram Se eu revisse Núcleo de Educação a Distância 16 Advir: Ontem eles advieram Se eu adviesse (Esse tempo é formado pelo tema mais DMT = SSE) 3) Futuro do Subjuntivo. Prever: Ontem eles previram Quando eu previr Convir: Ontem eles convieram Quando eu convier (Esse tempo é formado pelo tema mais DMT = R) Exemplos É bom saber que: 1) o pretérito mais-que-perfeito indica um passado anterior a outro: Eu SAÍRA pouco depois que você CHEGOU. Os dois outros servem para definir hipóteses, no passado e no futuro: Eu iria, se PUDESSE; Eu irei se PUDER. 2) os verbos DERIVADOS seguem a conjugação dos PRIMITIVOS. Exemplos: DISPOR = PÔR; REVER = VER; INTERVIR = VIR. Lição 5.8 – Tempos Derivados do Infinitivo Agora, veremos os Tempos do Infinitivo, isto é, os tempos derivados que se originam do Infinitivo. Do infinitivo, derivam os seguintes tempos: 1) Pretérito Imperfeito 2) Futuro do Presente 3) Futuro do Pretérito 4) Particípio regular 5) Gerúndio Núcleo de Educação a Distância Vamos ver alguns exemplos. 1) Pretérito Imperfeito. a) Os verbos da primeira conjugação (terminados em AR) formam-se assim: Tema + DMT = VA, VAS, VA, VAMOS, VEIS, VAM Exemplo: Falar – falava, falavas, falava, falávamos, faláveis, falavam. b) Os verbos da segunda (ER) e terceira (IR) conjugações formam-se assim: Tema + DMT = A, AS, A, AMOS, EIS, AM Exemplo: Caber – Cabia, cabias, cabia, cabíamos, cabíeis, cabiam. 2) Futuro do Presente. Infinitivo + DMT = EI, ÁS, Á, EMOS, EIS, ÃO Exemplo: Pôr – Porei, porás, porá, poremos, poreis, porão. 3) Futuro do Pretérito. Infinitivo + DMT = IA, IAS, IA, ÍAMOS, ÍEIS, IAM Exemplo: Querer – Quereria, quererias, quereria, quereríamos, quereríeis, quereriam. 4) Particípio regular. Radical + DMT = ADO ou IDO Exemplos: Falar – falado Partir – partido 5) Gerúndio. Tema + DMT = NDO Exemplo: Compor - compondo Vale guardar os seguintes quadros com anotações importantes: 17 Núcleo de Educação a Distância MODO INDICATIVO MODO SUBJUNTIVO MODO IMPERATIVO O INFINITIVO O PARTICÍPIO 18 Núcleo de Educação a Distância 19 Há, também, os PARTICIPIOS ABUNDANTES, conforme podemos observar nos exemplos a seguir: Verbos da 1ª Conjugação Verbos da 2ª Conjugação Verbos da 3ª Conjugação Observações sobre o Particípio 1. Muitos particípios podem passar a exercer função de adjetivo, como se pode ver em: • O portão estava fechado ou aberto? • Agora, a menina não estava presa, e sim solta. Núcleo de Educação a Distância 20 2. Nas construções com auxiliar, a norma culta indica que o ideal é o seguinte: a) Sentido ativo: tempos compostos. Use um verbo auxiliar (TER ou HAVER) mais o particípio regular (-ADO/-IDO). Exemplos: • Eles tinham acendido uma fogueira. • Nós havíamos limpado a sujeira. b) Sentido passivo: sujeito sofre a ação. Use um verbo de ligação (SER ou ESTAR) mais o particípio irregular. Exemplos: • O princípio seria aceito por todos. • O indivíduo fora preso ontem. 3. Os verbos GANHAR, GASTAR, e PAGAR admitem as duas formas com os quatro auxiliares. Exemplos: • O jogo foi ganho ou ganhado pelo Vasco. • Ele tinha pago ou pagado o amor com traição. • O pouco estava sendo gasto ou gastado sem critério. • Nós havíamos ganho ou ganhado um prêmio. 4. PEGAR e CHEGAR só têm as formas regulares aceitas pela norma culta, embora PEGO/PEGA já seja aceito pela maioria dos autores. Exemplos: • Nós tínhamos pegado o lápis. (pego) • A agulha foi pegada pela costureira. (pega) • Nós havíamos chegado cedo. (NUNCA use: Nós tínhamos CHEGO ou nós havíamos CHEGO.) São erradas as formas “tinha CHEGO/CHEGA” ou “havia CHEGO/CHEGA” ou “foi CHEGO/CHEGA”. 5. Há verbos que, no PARTICÍPIO, só têm as formas irregulares. São eles: • • • • • • • • DIZER – dito; ESCREVER – escrito; FAZER - feito; VER – visto; ABRIR – aberto COBRIR – coberto; VIR - vindo; e PÔR - posto, além dos seus derivados, como predizer, reescrever, desfazer etc. 21 Núcleo de Educação a Distância 6. VIR e seus derivados têm o Gerúndio igual ao Particípio. Exemplos: • Ele tinha IDO e ela estava INDO. (ido X indo) • Eles tinham VINDO, elas estavam VINDO. (vindo X vindo) 7. Os particípios de noção passiva flexionam-se em GÊNERO. Exemplos: • O livro foi escrito por Jorge Amado. • A peça foi escrita por Dias Gomes. Lição 5.9 – Vozes Verbais É uma lição longa e muito importante, principalmente na hora de escrever, pois lhe permite usar outras potencialidades da língua, com o objetivo de tornar o seu texto mais expressivo e de maior força argumentativa. Chamam-se vozes verbais as diferentes relações entre o verbo e o sujeito. Podem ser de dois tipos: Voz Ativa: Na Voz Ativa, o sujeito pratica a ação contida no verbo. Veja: O aluno estudava Matemática. O verbo contém a ação de estudar, e é o "aluno" (o sujeito) quem está praticando tal ação. Voz Passiva: Na Voz Passiva o sujeito sofre a ação contida no verbo. Observe: A aula foi dada pela professora. (Verbo Ser + particípio). O sujeito da oração é "a aula", porém este termo não está praticando a ação, e sim sofrendo-a. Observação: É importante notar que VOZ VERBAL é uma noção puramente gramatical, isto é, uma noção mais sintática (de estrutura) que semântica (de significado). Veja: O moço recebeu o livro. É uma construção ativa (Noção sintática: note que a construção é igual à do primeiro exemplo, pois o sujeito O MOÇO pratica a ação de RECEBER). Não importa, assim, a noção semântica, que permite ver que o MOÇO é quem "recebe o livro". Voz Ativa É aquela em que o sujeito pratica a ação. • Ela vê a novela. Núcleo de Educação a Distância 22 O sujeito ELA pratica a ação verbal de VER. • O ônibus invadiu a loja. O sujeito "O ÔNIBUS", embora sendo coisa, pratica a ação de "invadir". • O aluno sofreu um acidente. Repare que, curiosamente, o sujeito "O ALUNO" pratica a ação de "sofrer um acidente". Sintaticamente, é uma voz ativa, apesar de (semanticamente) o sujeito "sofrer a ação". Não se esqueça de que VOZ é uma noção sintática, ou seja, da construção frasal. Importa a construção, e não o sentido... Voz Passiva É aquela em que o sujeito sofre a ação. • A novela é vista pela jovem. O sujeito é "A NOVELA". Sofre a ação. Em termos de construção, a marca é “é vista”. • O ônibus foi invadido por ladrões. O sujeito "O ÔNIBUS" está sofrendo a ação, que é praticada pelos ladrões. A voz passiva é formada pelo verbo SER seguido do particípio. Além de ser formada pelo verbo auxiliar apassivador SER, há outras formas que veremos em seguida. O termo “POR LADRÕES”, quanto à função sintática, chama-se Agente da Passiva, pois é o termo que age, que pratica a ação. Tipos de Voz Passiva A voz passiva apresenta os seguintes tipos: Verbal ou Analítica e Pronominal ou Sintética. Vamos ver cada um deles. 1) Verbal ou Analítica: formada pelo verbo SER, seguido do verbo principal no Particípio. Exemplo: • O sino foi acionado pelo sacristão. Note o verbo ser (FOI), além de outro verbo no particípio (ACIONADO). 2) Pronominal ou Sintética: formada pelo pronome SE, chamado apassivador, colocado junto a verbos transitivos diretos, e transitivos diretos e indiretos, ou seja, verbos que pedem um objeto direto. Exemplos: • Perdeu-se a aposta. Núcleo de Educação a Distância 23 Note que "a aposta" é o sujeito e está sofrendo a ação (é o mesmo que dizer "A aposta foi perdida“). Vale notar que o verbo PERDER é transitivo direto. Sem o SE, “a aposta” seria objeto direto. • Deram-se aos jovens outras oportunidades. Note que o sujeito, agora, é "outras oportunidades", o que leva o verbo ao plural; o verbo DAR é transitivo direto e indireto (é igual a "Outras oportunidades foram dadas aos jovens“). Neste caso, o verbo só pode estar nas terceiras pessoas do singular ou do plural. Observações: 1) Há um caso curioso em que se pode considerar como real a noção de passividade a partir de um verbo no infinitivo, ou seja, seria uma Voz Passiva formada por um infinitivo em oração reduzida de agente implícito. Exemplo: • Aquela era uma partida fácil [de vencer]. A forma verbal “vencer” pode equivaler a “ser vencida”, o que nos permite ver como um exemplo de Voz Passiva. É certo que se pode considerar a existência de um sujeito implícito ou oculto (EU ou ELE) na Voz Ativa. 2) Outra curiosidade pode ser vista no exemplo abaixo, quando a sintaxe indica uma construção passiva e a semântica fixaria um sujeito ativo. Exemplo: • O acidente foi sofrido pela jovem. Observe que o AGENTE DA PASSIVA está “sofrendo o acidente”... Cuidado! Vale sempre fixar que a análise das vozes verbais é um problema sintático, e não semântico. Voz Reflexiva Apesar de, na verdade, ser um caso de VOZ ATIVA, pois o sujeito pratica a ação, a Gramática Tradicional considera a existência de uma tal VOZ REFLEXIVA. É aquela em que o sujeito pratica a ação e, sendo a mesma pessoa gramatical do objeto, sofre-a. É sempre formada por um pronome pessoal. • Nós nos ferimos com uma faca. Núcleo de Educação a Distância 24 “Nós” é o sujeito, é o termo que pratica a ação de "ferir“; “nos” é o objeto direto, sendo o termo que sofre a ação de "ser ferido". Eu me vi no espelho. O sujeito (Eu) pratica a ação, e o objeto direto (me), que é a mesma pessoa que fala, é quem a sofre. • Ela se matou por desespero. O sujeito "ela" pratica a ação de MATAR, e o objeto direto "se", que equivale a ELA, sofre a ação. • Voz Recíproca A Voz Recíproca é uma variedade da Voz Reflexiva. Aqui, o sujeito pratica a ação e, sob a forma de objeto, sofre a ação. A diferença é que, nesta, a ação que o sujeito pratica tem efeito em um objeto, o qual, por sua vez, pratica ação igual, a qual terá efeito no sujeito. Exemplos: • Eles se amam. O sujeito é “Eles”, que pratica a ação; o objeto “se” sofre a ação. Como eles e se valem pela mesma pessoa do discurso, há uma noção reflexiva. A diferença está no fato de “ELES” não amarem a “si próprios”, e sim “UM” amar o “OUTRO”, uma noção semântica. • Silvia, Simone e eu nos estimamos muito. Observe que a forma é de voz reflexiva, porém existe a noção de “mútua estima”, o que leva a uma análise mais eficiente como Voz Recíproca. É claro que cada um estima os demais... Observações importantes: 1ª) Voz Ativa com Sujeito Indeterminado pelo pronome SE. Exemplos: • Só se vive com esperança. Como o verbo viver é intransitivo, o SE indetermina o sujeito. É um pronome indeterminador do sujeito. Pode-se dizer, entretanto, que o sujeito (mesmo indeterminado) é quem pratica a ação de viver. Este caso ocorre quando se emprega o pronome SE junto a qualquer verbo que não peça objeto direto, inclusive com objetos diretos preposicionados. • Ama-se a Deus acima de todas as coisas. Embora AMAR seja um verbo transitivo direto, DEUS (para que o ato de AMAR tenha mais ênfase) é um objeto direto preposicionado (A DEUS), portanto o SE é pronome indeterminador do sujeito. Está claro que o sujeito é indeterminado. 25 Núcleo de Educação a Distância 2ª) Formação da Voz Passiva Verbal ou Analítica. O juiz marcou a penalidade. sujeito objeto direto Só é possível formar-se a Voz Passiva, porque o verbo rege o objeto direto. O termo "objeto direto” (elemento que sofre ação) passa a ser o sujeito da voz passiva. Usa-se o verbo auxiliar apassivador SER acrescido ao verbo em questão no particípio. O termo que pratica a ação (o sujeito da ativa) ganha uma preposição (normalmente POR) e vai, geralmente, para o final da frase; assim: Observe que, semanticamente, temos a mesma informação. Quem pratica a ação é "o juiz", e quem sofre é "a penalidade". O que muda é a função sintática dos vários termos. Acompanhe o esquema: 3ª) Formação da Voz Passiva Pronominal ou Sintética. Exemplo: • Acusou o vendedor de carros. Veja que o sujeito está oculto ou implícito. É "ele". O objeto direto é "o vendedor de carros". Sabemos que, se o verbo é transitivo direto, admite Voz Passiva. Logo, basta-nos apor o SE, assim: • Acusou-se o vendedor de carros. 26 Núcleo de Educação a Distância Com a presença do SE (pronome apassivador), o "objeto direto da Voz Ativa" passa a ser "sujeito da Voz Passiva”. É equivalente a "O vendedor de carros foi acusado.“ Fica indeterminado o agente da ação. 4ª) Construções passivas com desvio da norma culta. São ERROS gramaticais muito comuns, mas pouco conhecidos. Exemplo: O jogo foi assistido por cem mil pessoas. O que se pode notar é um "sujeito passivo“, "O JOGO“. Entretanto, a regência do verbo principal ASSISTIR, quando tem o sentido de VER, não admite, segundo a norma culta, a formação de Voz Passiva, pois não tem objeto direto. O verbo "assistir", neste caso, é transitivo indireto e pede preposição A. A norma culta exigiria a Voz Ativa, com a seguinte construção: 5ª) Orações com predicado nominal. Exemplos: • Ela está aborrecida. Perceba que o verbo "estar", sendo de ligação, não indica ação. Alguns autores chamam de VOZ NEUTRA, outros dizem que não há VOZ VERBAL, ou seja, que simplesmente é uma oração de predicado nominal. • Este quadro é restaurado. Perceba que o verbo SER no Presente passa melhor a idéia de que é de ligação, sendo restaurado a condição do quadro, portanto o predicativo do sujeito. Entretanto, também se poderia entender que "o quadro está sendo restaurado", o que permitiria a caracterização como Voz Passiva. Só o contexto poderia fixar a leitura ideal. 27 Núcleo de Educação a Distância Sumário 1. Os verbos se flexionam em modo, tempo, número e pessoa. 2. O modo indicativo indica certeza; o subjuntivo, hipótese; e o imperativo, ordens, pedidos ou conselhos. 3. São três os tempos verbais: presente, passado e futuro. 4. As formas verbais podem estar em três pessoas: 1a. (quem fala), 2a. (com quem se fala) e 3a. (de quem se fala), sendo que elas têm singular e plural. 5. Três tempos derivam do Presente do Indicativo: Presente do Subjuntivo, Imperativo Afirmativo e Imperativo Negativo. 6. Três tempos derivam do Pretérito Perfeito do Indicativo: Pretérito Mais-quePerfeito do Indicativo, Pretérito Imperfeito do Subjuntivo e Futuro do Subjuntivo. 7. Os outros tempos verbais se formam a partir do infinitivo. 8. A mudança das vozes verbais (ativa para passiva) são formas excelentes de se modificar o discurso argumentativo. Atenção: As atividades práticas e a avaliação on-line estão indicadas no ambiente virtual, menu CONTEÚDO DIDÁTICO, opção UNIDADES.