Inclusão para a Vida UNIDADE 1 Divisão Positivista do Tempo ANTIGUIDADE ORIENTAL As primeiras sociedades que surgiram no Oriente Próximo se organizaram através do Modo de Produção Asiático. Todas as terras pertenciam ao Estado e a servidão coletiva era a forma utilizada pela população como pagamento pelo usufruto dessas. O estado se apropriava do excedente agrícola dos servos e distribuía-o entre a nobreza e a classe sacerdotal. Nos períodos em que não estavam ocupados com atividades agrícolas, os servos eram utilizados na realização de grandes obras públicas, as quais iam de pirâmides e zigurates a dique, represas e canais de irrigação. Tais obras não só serviam para exaltar seus reis e faraós, como garantiam a ampliação das áreas cultiváveis, o que deu a tais povos a denominação de Sociedades Hidráulicas. Com exceção dos Hebreus, criadores da primeira religião monoteísta, as sociedades daquela região eram politeístas e seus governos teocráticos. Os governantes (reis, imperadores ou faraós) eram considerados verdadeiros deuses. Assim a população era levada a acreditar que esses eram responsáveis pela fertilidade da terra e pela prosperidade de suas comunidades. Egito Entre 5.000 a.C. e 4.000 a.C., formaram-se os primeiros Nomos, pequenos agrupamentos humanos às margens do rio Nilo. Em 3.500 a.C., devido à insuficiência de mãode-obra para construções necessárias à ampliação das áreas cultiváveis, esses nomos uniram-se em dois reinos: Alto Egito, ao sul, e Baixo Egito, ao norte. O responsável pela unificação desses reinos foi Menés que, em 3.200 a.C., deu início ao que chamamos Império Egípcio. A sociedade egípcia estava dividida em várias camadas, sendo o faraó a autoridade máxima, chegando a ser considerado um deus na Terra. Abaixo do faraó encontravam-se sacerdotes e burocratas. As camadas superiores eram sustentadas pelo trabalho e impostos pagos por camponeses, artesãos e pequenos comerciantes. Embora a mão-de-obra comumente utilizada fosse a servidão coletiva, havia também escravos. A economia egípcia era baseada principalmente na agricultura, realizada principalmente nas margens férteis do rio Nilo. Os egípcios também praticavam o comércio de mercadorias e o artesanato. Pró Universidade História A A religião egípcia era politeísta e antropozoomórfica. Seus deuses formavam um complexo sistema mitológico. Muitos animais também eram considerados sagrados pelos egípcios, de acordo com as características que apresentavam: chacal (esperteza noturna), gato (agilidade), carneiro (reprodução), jacaré (agilidade nos rios e pântanos), serpente (poder de ataque), águia (capacidade de voar), escaravelho (ligado à ressurreição). A civilização egípcia destacou-se muito nas áreas de ciências. Desenvolveram conhecimentos importantes na área da matemática, usados na construção de pirâmides e templos. Na medicina, os procedimentos de mumificação, proporcionaram importantes conhecimentos sobre o funcionamento do corpo humano. Mesopotâmia A Mesopotâmia localiza-se entre os rios Tigre e Eufrates no Oriente Médio, onde atualmente situa-se o Iraque. Entre os povos que habitaram essa região podemos destacar: sumérios, acádios, babilônicos (amoritas), assírios e neobabilônicos (caldeus). Vale dizer que os povos da antiguidade buscavam regiões férteis, próximas a rios, para desenvolverem suas comunidades. Dentro dessa perspectiva, a região da mesopotâmia era uma excelente opção, pois garantia à população: água para consumo, rios para pescar e via de transporte pelos rios. No geral, eram povos politeístas com economia baseada na agricultura e no comércio nômade de caravanas. Sumérios Escrita cuneiforme; Construções hidráulicas; Zigurates; Cidades-Estado. Acádios Primeiro Império da Mesopotâmia (Rei Sargão). Amoritas Cidade da Babilônia; Código de Hamurabi; Astronomia. Assírios Cultura militar; Extremamente cruéis com os povos inimigos; Conquista do Egito. Caldeus Jardins Suspensos da Babilônia (Nabucodonosor); Torre de Babel; Hegemonia e esplendor; Dominados pelos Persa (539 a.C.). Exercícios de Sala 1. Sobre o Egito antigo, é correto afirmar que: 01. A construção das pirâmides atendia às necessidades da vida após a morte dos faraós. Esse tipo de construção foi característica da arquitetura funerária durante todo o período do Egito antigo, e só foi possível graças à enorme mão-de-obra escrava existente desde o Antigo Reino. 1 Inclusão para a Vida 02. A despeito da influência islâmica, o Egito atual mantém as mesmas crenças religiosas do Egito antigo. 04. Os egípcios antigos acreditavam em vários deuses que se relacionavam entre si e formavam seu sistema mitológico. 08. O rio Nilo foi de suma importância em vários aspectos da vida dos antigos egípcios. Não só a agricultura foi possível devido ao seu ciclo de cheias, como também a noção de tempo cíclico, base do pensamento egípcio, levou à crença na vida após a morte. 2. Na Antiguidade Oriental, o Modo de Produção Asiático caracterizou-se fundamentalmente pelo(a): a) Fracionamento da propriedade fundiária em partes entregues a nobres da Casa Real. b) Concentração do controle da produção num partido político. c) Apropriação formal da terra pelo Estado e efetiva pela comunidade camponesa, cujos membros deveriam pagar impostos e prestar serviços ao Estado. d) Emprego da força de trabalho escravo, com um comércio operoso, controlado por uma burguesia ativa e numerosa. e) Industrialização acentuada, calcada sobre uma farta e barata força de trabalho servil, amplamente dominada pela aristocracia fundiária. Tarefa Mínima 3. (ENEM 2009) O Egito é visitado anualmente por milhões de turistas de todos os quadrantes do planeta, desejosos de ver com os próprios olhos a grandiosidade do poder esculpida em pedra há milênios: as pirâmides de Gizeh, as tumbas do Vale dos Reis e os numerosos templos construídos ao longo do Nilo. O que hoje se transformou em atração turística era, no passado, interpretado de forma muito diferente, pois: a) significava, entre outros aspectos, o poder que os faraós tinham para escravizar grandes contingentes populacionais que trabalhavam nesses monumentos. b) representava para as populações do alto Egito a possibilidade de migrar para o sul e encontrar trabalho nos canteiros faraônicos. c) significava a solução para os problemas econômicos, uma vez que os faraós sacrificavam aos deuses suas riquezas, construindo templos. d) representava a possibilidade de o faraó ordenar a sociedade, obrigando os desocupados a trabalharem em obras públicas, que engrandeceram o próprio Egito. e) significava um peso para a população egípcia, que condenava o luxo faraônico e a religião baseada em crenças e superstições. 4. As sociedades que, na Antiguidade, habitavam os vales dos rios Nilo, Tigre e Eufrates tinham em comum o fato de: 01. Terem desenvolvido um intenso comércio marítimo, que favoreceu a construção de grandes civilizações hidráulicas. 2 História A 02. Serem povos orientais que formaram diversas cidadesestado, as quais organizavam-se e controlavam a produção de cereais. 04. Haverem possibilitado a formação do Estado a partir da produção de excedentes, da necessidade de controle hidráulico e da diferenciação social. 08. Possuírem, baseados na prestação de serviços dos camponeses, imensos exércitos que viabilizaram a formação de grandes impérios. 5. Sobre as civilizações da Antiguidade Oriental, é correto afirmar: 01. Entre os egípcios, embora a prática de mumificar cadáveres tivesse contribuído para o estudo do corpo humano, o respeito que essa civilização tinha pelos mortos proibia a dissecação de cadáveres unicamente para estudos. 02. Entre os hebreus, os escribas constituíam-se num grupo social que, aprendendo a ler e a escrever, desempenhou importantes funções religiosas, na conversão de fiéis ao monoteísmo. 04. Os persas acreditavam que o bem e o mal viviam em incessante luta até o dia do juízo final, quando todos os homens seriam julgados por suas ações. 08. A invenção do alfabeto pela civilização fenícia esteve ligada à necessidade que seus mercadores tinham de firmar contratos comerciais com povos distantes. 16.Hamurabi foi um rei babilônico que se tornou famoso por mandar elaborar o primeiro código jurídico com leis escritas. 6. (UFSC 2012) Várias sociedades antigas se desenvolveram ao longo de rios. Sobre elas, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. As antigas China e Índia também são consideradas sociedades hidráulicas e se favoreceram, respectivamente, dos rios Amarelo e Indo. 02. A China antiga foi rica em pensadores, como Sun Tzu, Confúcio e Lao-Tsé. Uma obra conhecida até hoje e que foi produzida no seio desta sociedade é o tratado militar « A arte da guerra ». 04. A Mesopotâmia, região localizada entre os rios Tigre e Eufrates, foi assim batizada pelos gregos por ficar entre os dois rios. 08. Vários povos formavam o que conhecemos por Mesopotâmia. Entre os principais, figuram aqueus, jônios, eólios e dórios. 16. O Egito foi uma sociedade expansionista desde o período inicial de sua unificação política, o que levou aquela sociedade a estender suas conquistas até o território que hoje conhecemos como Paquistão. 32. O ciclo agrícola proporcionado pelo rio Nilo se refletiu nas concepções mitológicas dos egípcios antigos. 7. Em relação aos povos da Antiguidade, é correto afirmar que: a) Os assírios foram submetidos por Nabucodonosor, originando o episódio conhecido como o Cativeiro da Babilônia. b) Os fenícios foram os criadores do alfabeto, posteriormente aperfeiçoado pelos gregos e latinos. Inclusão para a Vida c) Os hebreus criaram um quadro religioso caracterizado pelo politeísmo e a mumificação. d) Os egípcios estabeleceram, em 300 a.C., o importante Código de Hamurabi, um dos primeiros códigos jurídicos escritos. e) Os persas, após derrotarem as tropas de Alexandre, conseguiram anexar o território grego ao seu império. 8. “Bagdá - O famoso tesouro de Nimrud, desaparecido há dois meses em Bagdá, foi encontrado em boas condições em um cofre no Banco Central do Iraque em Bagdá, submerso em água de esgoto, segundo informaram autoridades do exército norte-americano. Cerca de 50 itens, do Museu Nacional do Iraque, estavam desaparecidos desde os saques que seguiram à invasão de Bagdá pelas forças da coalizão anglo-americana. Os tesouros de Nimrud datam de aproximadamente 900 a.C. e foram descobertos por arqueólogos iraquianos nos anos 80, em quatro túmulos reais na cidade de Nimrud, perto de Mosul, no norte do país. Os objetos, de ouro e pedras preciosas, foram encontrados no cofre do Banco Central, em Bagdá, dentro de um outro cofre, submerso pela água da rede de esgoto. Os tesouros, um dos achados arqueológicos mais significativos do século 20, não eram expostos ao público desde a década de 90. Uma equipe de pesquisadores do Museu Britânico chegará na próxima semana a Bagdá para estudar como proteger os objetos.” (O ESTADO DE SÃO PAULO. Versão eletrônica. São Paulo: 07 jun. 2003. Disponível em www.estadao.com.br.) Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) em relação às sociedades que se desenvolveram naquela região na Antiguidade. 01. A região compreendida entre os rios Tigre e Eufrates, onde hoje se localizam os territórios do Iraque, do Kweite (Kwait) e parte da Síria, era conhecida como Mesopotâmia. 02. A religião teve notável influência na vida dos povos da Mesopotâmia. Entre eles surgiu a crença em uma única divindade (monoteísmo). 04. Na Mesopotâmia viveram diversos povos, entre os quais podemos destacar os sumérios, acádios, assírios e babilônios. 08. Os babilônios ergueram magníficas construções feitas com blocos de pedra, das quais são exemplos as pirâmides de Gisé. 16. Os povos da Mesopotâmia, além da significativa contribuição no campo da Matemática, destacaram-se na Astronomia e entre eles surgiu um dos mais famosos códigos de leis da Antiguidade, o de Hamurábi. 32. Muitos dos povos da Mesopotâmia possuíram governos autocráticos. Entre os caldeus surgiu o sistema democrático de governo. Pró Universidade História A UNIDADE 2 ANTIGUIDADE OCIDENTAL Na Antiguidade Clássica predominavam as relações escravistas de produção. Nessas sociedades, o Estado achava-se a serviço de uma classe proprietária de terás e de escravos. As mais importantes civilizações desse período foram a grega e a romana, que ofereceram as bases das sociedades atuais. Grécia Localizada no sul do continente europeu, na Península Balcânica, a Grécia possui características naturais que sempre favoreceram seu desenvolvimento comercial e marítimo. Sua história pode ser dividida didaticamente em cinco fases: Pré-Homérica, Homérica, Arcaica, Clássica e Helenista. As informações que se conhecem sobre o período PréHomérico e Homérico chegaram pelos poemas épicos Ilíada e Odisséia, atribuídos a Homero. Os principais povos que habitaram a região foram os jônios, dórios, eólios e aqueus. Durante o Período Homérico a Grécia era organizada em genos. As unidades gentílicas formavam pequenos grupos auto-suficientes, sem propriedade privada e sem classes sociais. No final do período Homérico, devido ao aumento demográfico, ocorreu a desintegração dos genos, o que gerou a formação das polis – cidades autônomas governadas por um reduzido grupo de proprietários de terras e escravos, das quais Esparta e Atenas se destacaram. A cidade de Esparta, localizada ao sul do Peloponeso e fundada pelos dórios, caracterizou-se por sua tradição guerreira. O governo era monopolizado pela elite – oligarquia – que, por meio da Ápela, da Gerúsia, do Eforato e da Diarquia, impedia o acesso da população à vida política. O imobilismo social eragarantido por um rígido sistema educacional que preparava, desde cedo, os indivíduos para a atividade militar. A cidade de Atenas, por sua vez, caracterizou-se pela importante atividade marítimo-comercial. Localizada na Ática, região favorecida pelos seus portos, Atenas foi fundada pelos jônios no final do período homérico. Os constantes conflitos sociais atenienses tornaram necessárias reformas legislativas. Drácon, o primeiro legislador, tentou conter a ebulição social aplicando penas severas aos infratores (leis draconianas), enquanto Sólon, além de determinar o fim da escravidão por dívidas, estabeleceu o critério censitário para a participação na política ateniense. Diante do fracasso dessas reformas, estabeleceu-se a tirania em Atenas. Apesar de o tirano Pisístrato ter favorecido o desenvolvimento comercial da cidade, seus sucessores não conseguiram harmonizar os interesses entre os diversos grupos sociais. Somente durante o governo de Clístenes, que assumiu o poder em 510 a.C., efetivou-se um plano de reformas políticas que garantiu a participação de uma maior parcela da população ateniense: todos os cidadãos maiores de 18 anos teriam acesso às decisões políticas. Estava 3 Inclusão para a Vida implantada a democracia ateniense, embora mulheres, escravos e estrangeiros não possuíssem direitos políticos. O expansionismo persa sobre a região grega da Ásia Menor deu início às Guerras Médicas, em 494 a.C. A vitória sobre os persas estabeleceu, porém, a hegemonia da cidade de Atenas sobre as demais cidades gregas. Foi o período do apogeu ateniense – época de Péricles -, em que surgiram crescentes conflitos com outras pólis. Esparta, liderando outras cidades gregas, organizou a Liga do Peloponeso, dando início às Guerras do Peloponeso. Sucederam-se, então, inúmeros combates entre as cidadesEstado, esgotando o poderio grego, cuja vulnerabilidade permitiu que, em 338 a.C., os macedônicos invadissem e estabelecessem a preponderância sobre a Grécia. A civilização grega legou ao mundo importante acervo artístico-cultural, que forneceu as bases sobre as quais se assenta a cultura ocidental. O homem era, no pensamento grego, o centro do universo (antropocentrismo), e a razão humana, o meio de se chegar ao conhecimento.A religião grega era politeísta e antropomórfica. Os deuses na Grécia antiga só se distinguiam dos homens porque eram imortais. De resto, revestiam-se de todas as características humanas. Nas artes, os gregos revelaram criações geniais: teatrólogos, arquitetos e escultores deixaram obras importantes para as gerações futuras. Alguns nomes merecem destaque, como: Ésquilo e Sófocles, no teatro; Calícrates, na arquitetura; Fídias e Miron, na escultura. A arte grega se preocupava em realçar o real, a simplicidade, a harmonia e o equilíbrio. A filosofia foi outra área da cultura grega à qual se dedicaram muitos pensadores. Dentre eles destacam-se os nomes Tales, Anaxímenes e Anaximandro – pertencentes a escola de Mileto -, Pitágoras e seus discípulos, os sofistas e os socráticos (Sócrates, Platão e Aristóteles). O advento do helenismo deu um novo caráter à cultura grega,a qual passou a contar com diversos elementos da cultura oriental. Essa fusão deu-se a partir da conquista da Grécia pelos macedônicos, chefiados por Filipe II e depois por seu filho, Alexandre, o Grande. O Império Macedônico ampliou-se durante o reinado de Alexandre, mas, logo após sua morte, conflitos internos pelo poder enfraqueceram-no e dividiram-no, possibilitando que os romanos conquistassem a Grécia. Roma A cidade de Roma localiza-se no centro da península Itálica, região do Lácio. Num primeiro momento de sua evolução política, Roma foi uma monarquia, na qual o rei era o dirigente supremo, auxiliado pelo Senado. Nessa época, a sociedade romana dividia-se em patrícios, plebeus e poucos escravos, mas somente os patrícios tinham acesso á vida política em Roma. Após um período de dominação etrusca, apoiada pelo rei, a aristocracia romana proclamou a Republica. Nela, o Senado detinha o poder máximo apesar de existirem outros órgãos ( o consulado, a Ditadura, a Assembléia Centurial e a Assembléia Curiata) e várias funções administrativas (pretores, censores e edis) 4 História A As desigualdades sociais existentes em Roma provocaram uma série de levantes envolvendo sobretudo plebeus, que reivindicavam maiores possibilidades de participação política. Tais levantes populares conseguiram estabelecer uma relativa igualdade romana, embora as desigualdades socioeconômicas permanecessem. Entre os séculos V a.C e III a.C., Roma conquistou diversos territórios e constitui um vasto império. Do século III ao II a.C., derrotou os cartagineses, nas Guerras Púnicas, estabelecendo seu controle sobre o mar mediterrâneo. Se essas conquistas ativaram o espírito de unidade dos romanos, minimizando os conflitos sociais, também provocaram efeitos modificadores no caráter da sociedade romana, promovendo, assim, a crise do regime republicano. Durante a crise, verificou-se a polarização dos grupos: de um lado, a aristocracia (conservadora) e, de outro, o partido popular (reformista) Os irmãos Graco, pertencentes ao segundo grupo, ainda tentaram implementar reformas sociais, mas foram perseguidos e mortos pela camada dominante. Em meio á instabilidade política vivenciada por Roma no século I a.C., a republica foi esgotada e substituída pelo Império, com Otávio, no final do século I a.C. A história da Roma Imperial caracterizo-se pela concentração de poder nas mãos de um único individuo: o Imperador. O primeiro imperador romano foi Otávio Augusto, que, durante seu reinado, reduziu o poder do Senado e promoveu a política do pão e circo – a fim de conquistar o apoio da massa miserável da população de Roma. Conseguiu impor a paz nas fronteiras do Império, dar grande impulso ao desenvolvimento econômico, mas os sucessores de Otávio não continuaram seu trabalho. A partir do século III d.C., com a dinastia dos Severos, iniciou-se o período de desagregação do Império Romano, até deflagrar –se uma situação incontrolável de crise para seus governantes. Esse enfraquecimento do Império facilitou a penetração dos estrangeiros, que os romanos chamavam bárbaros. Culturalmente, a civilização romana desenvolveu o Direito, até hoje matriz dos códigos jurídicos ocidentais. Já a religião romana e as artes, seguiam os valores gregos. Durante o período Imperial da historia romana surgiu e se desenvolveu uma nova religião, que marcaria profundamente o mundo ocidental: o cristianismo. Exercícios de Sala 1. (UFSC 2012) Leia o texto abaixo com atenção. Nossa forma de governo não se baseia nas instituições dos povos vizinhos. Não imitamos os outros. Servimos de modelo para eles. Somos uma democracia porque a administração pública depende da maioria, e não de poucos. Nessa democracia, todos os cidadãos são iguais perante as leis para resolver os conflitos particulares. Mas quando se trata de escolher um cidadão para a vida pública, o talento e o mérito reconhecidos em cada um dão acesso aos postos mais honrosos. [...] Usamos a riqueza como um instrumento para agir, e não como motivo de orgulho e ostentação. Entre nós, a pobreza não Inclusão para a Vida é causa de vergonha. Vergonhoso é não fazer o possível para evitá-la. Todo o cidadão tem o direito de cuidar de sua vida particular e de seus negócios privados. Mas aquele que não manifestar interesse pela política, pela vida pública, é considerado um inútil. Em resumo, digo que nossa cidade é uma escola para toda Hélade, e cada cidadão ateniense, por suas características, mostra-se capaz de realizar as mais variadas formas de atividade. TUCÍDEDES. História da Guerra do Peloponeso. Brasília/São Paulo: UnB/Hucitec, 1986, cap. 37-41, Livro II. Com base neste texto do historiador ateniense Tucídedes e sobre história antiga ocidental, é CORRETO afirmar que: 01. Atenas era considerada um modelo de cidade para todo o Império Romano. 02. a riqueza mencionada por Tucídedes era vista como ingrediente necessário para projetar a cidade de Atenas no cenário do mundo antigo. 04. o texto evidencia que todos os cidadãos deviam interessar-se por política para não serem considerados inúteis. 08. a mobilização em busca de riqueza era mais importante para a democracia do que o debate político, visto que a riqueza era “... um instrumento para agir.” 16. os postos administrativos de destaque na cidade de Atenas estavam vinculados à quantidade de bens que o cidadão ateniense possuía. 32. de acordo com Tucídedes, os povos vizinhos de Atenas eram seus imitadores. Podemos concluir que, dada à proximidade geográfica, Esparta adotou este modelo. 64. pobreza e riqueza não podiam existir paralelamente na cidade de Atenas, razão pela qual devia haver um esforço para evitar a pobreza. 2. (UFSC 2009) Deliberamos [Constantino Augusto e Licínio Augusto] conceder aos cristãos e a quem quer que seja, a liberdade de praticar a religião de sua preferência a fim de que a Divindade que nos céus reside venha a ser favorável e propícia para nós e para todos os nossos súditos. Parece-nos ser medida boa, razoável, não recusar a nenhum de nossos súditos, seja ele cristão ou adepto de qualquer outro culto, o direito de seguir a religião que melhor lhe convenha. Assim sendo, a Divindade que cada um reverenciar a seu modo, livremente, poderá também estender a nós sua benevolência e seus habituais favores. (Édito de Milão). Assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S) referente(s) à Civilização Romana. 01. A religião romana era politeísta, ligada ao Estado, que estabelecia normas para o culto, para as festas e cerimônias públicas. 02. As obras artísticas em Roma visavam à satisfação de um ideal estético, à exaltação das glórias do Estado e à ostentação de riqueza dos nobres e soldados. 04. Penetraram em Roma inúmeros cultos, entre eles o Cristianismo que, prometendo um mundo melhor aos pobres e oprimidos, foi transformado em religião oficial do Estado. 08. Os cristãos foram perseguidos em Roma, pois o monoteísmo pregado por Cristo não permitia a Pró Universidade História A aceitação da divindade do imperador romano e porque, nas catacumbas, planejava-se a queda do Império. 16. A liberdade de culto da época de Constantino e Licínio foi limitada durante a administração de Teodósio através da imposição do monoteísmo cristão. 32. A Arquitetura era a arte mais desenvolvida em Roma, caracterizada pela sua monumentalidade e influenciada pelo politeísmo, que exigia a construção de muitas igrejas e mosteiros. Tarefa Mínima 3. A navegação e o comércio marítimo foram desenvolvidos pelos gregos. Dentre os vários fatores que os levaram a isso, podemos citar como causa inicial: a) A pobreza do solo grego e a necessidade de novas terras para suprir suas necessidades. b) O desejo de difundir a cultura grega. c) O fato de serem constantemente molestados por povos bárbaros. d) O seu amplo conhecimento geográfico e marítimo que despertava em seu povo a busca do desconhecido. e) O fato de os mercadores gregos precisarem de novos mercados consumidores. 4. "A pólis se faz pela autonomia da palavra, não mais a palavra mágica dos mitos, palavra dada pelos deuses e, portanto, comum a todos, mas a palavra humana do conflito, da discussão, da argumentação. O saber deixa de ser sagrado e passa a ser objeto de discussão." (M. Lúcia de Arruda Aranha e M. Helena Pires Martins) A partir do texto anterior, é correto afirmar que: 01. O advento da pólis e, portanto, da vida política, estabelece uma possibilidade de ruptura com o universo heróico-mítico de explicações das coisas mundanas. 02. O nascimento da pólis (séc. VIII e VII a.C.) coloca na ordem do dia as discussões sobre os destinos dos homens por eles mesmos e não mais por desígnios de caráter mítico. 04. A experiência política exigiu que as explicações míticas fossem afastadas e que a causa/razão das coisas mundanas tivesse preexistência; 08. A experiência política instaura, entre os gregos, o uso da argumentação/razão como instrumento de solução de conflitos; 16. O nascimento da pólis possibilita a recuperação do saber mítico pela argumentação e reinstaura o sagrado em detrimento da razão. 5. "Usamos a riqueza mais como uma oportunidade para agir que como um motivo de vanglória; entre nós não há vergonha na pobreza, mas a maior vergonha é não fazer o possível para evitá-la... olhamos o homem alheio às atividades públicas não como alguém que cuida apenas de seus próprios interesses, mas como um inútil... decidimos as questões públicas por nós mesmos, ou pelo menos nos esforçamos por compreendê-las claramente, na crença de que não é o debate que é o empecilho à ação, e sim o fato de não se estar esclarecido pelo debate antes de chegar a hora da ação". 5 Inclusão para a Vida Essa passagem de um discurso de Péricles, reproduzido por Tucídides, expressa: a) b) c) d) e) Os valores ético-políticos que caracterizam a democracia ateniense no período clássico. Os valores ético-militares que caracterizaram a vida política espartana em toda a sua história. A admiração pela frugalidade e pela pobreza que caracterizou Atenas durante a fase democrática. O desprezo que a aristocracia espartana devotou ao luxo e à riqueza ao longo de toda a sua história. Os valores ético-políticos de todas as cidades gregas, independentemente de sua forma de governo. 6. Sobre a civilização grega, afirma-se: História A UNIDADE 3 ALTA IDADE MÉDIA É costume dividir o período medieval em duas grandes fases: a Alta Idade Média, que se estende do século V ao século XI e a Baixa Idade Média, do século XII ao século XV. A primeira fase caracterizou-se pela formação e consolidação do modo de vida que predominaria durante todo o período medieval: o feudalismo. Já a baixa Idade Média corresponde á decadência do feudalismo e a ascensão do comércio. 01. A Grécia se organizava politicamente em cidadesEstado, sendo as mais influentes Esparta e Atenas. 02. Em 560 a.C., em Atenas, Psístrato tomou o poder apoiado pelos pequenos proprietários, dando início ao período das tiranias. 04. Em 509 a.C., em Atenas, Clístenes organizou um governo baseado nos princípios da igualdade política dos cidadãos e da participação de todos nas decisões do governo. 08. Esparta e Atenas entraram em choque, devido às suas rivalidades políticas, econômicas e sociais, numa guerra que ficou conhecida como Guerra Médica, cabendo a vitória a Atenas, que passou a dominar toda a Grécia. 7. A expansão de Roma durante a República, com o consequente domínio da bacia do Mediterrâneo, provocou sensíveis transformações sociais e econômicas, dentre as quais não podemos incluir: 01. Marcado processo de industrialização, êxodo urbano, endividamento do Estado. 02. Fortalecimento da classe plebeia, expansão da pequena propriedade, propagação do cristianismo. 04. Crescimento da economia agro-pastoril, intensificação das exportações, aumento do trabalho livre. 08. enriquecimento do Estado romano, aparecimento de uma poderosa classe de comerciantes, aumento do número de escravos. 16. diminuição da produção nos latifúndios, acentuado processo inflacionário, escassez de mão-de-obra escrava. 8. A religião romana era essencialmente politeísta, e o culto ao imperador era de grande significado pelo fator da unidade que representava. Durante um período determinado, teve início o questionamento dessa ideia. Esse grupo, que não reconhecia a divindade do Imperador, era de: a) Bárbaros invasores; b) Primeiros cristãos; c) Bons espíritos familiares; d) Escravos e estrangeiros; e) Judeus vindos da Palestina. 6 Durante a época medieval, duas civilizações orientais destacaram-se: a bizantina e a árabe. A civilização bizantina Bizâncio, cidade de grande importância militar e comercial para p Império Romano, foi elevada á categoria de capital do império em 330, quando o imperador era Constantino. A partir de então passou a chamar-se Constantinopla. Com Justiniano, a civilização bizantina viveu seu período áureo, transformando-se num poderoso império. Além de grande desenvolvimento econômico, Justiniano legou a Bizâncio um código de leis inspirado no Direito romano. Em Bizâncio, a religião cristã sofreu algumas transformações, das quais resultaram o Cisma do Oriente e a criação da Igreja Ortodoxa. Após o governo de Justiniano, o Império Bizantino entrou em franca decadência, devido á crise econômica que se abateu sobre ele e aos sucessivos ataques estrangeiros, que o enfraqueceram ainda mais. Em 1453, Constantinopla foi tomada por invasores turcos otomanos, marcando o fim do Império Bizantino. A civilização árabe Povo de origem Semita, os árabes conheceram um grande desenvolvimento, a partir da unificação de base religiosa promovida por Maomé. Antes do profeta, os árabes achavam-se dispersos em tribos – em núcleos Inclusão para a Vida urbanos ou no deserto -, dedicando-se especialmente á atividade comercial. Antes do advento do islamismo, os árabes cultuavam vários deuses representados por ídolos no santuário de Caaba, na cidade de Meca. Esta cidade era dominada pela tribo coraixita e apresentava um significativo desenvolvimento comercial por causa das peregrinações. Foi nessa cidade que nasceu Maomé, criador do islamismo, religião monoteísta com elementos do judaísmo e do cristianismo. O islamismo foi, na realidade, o catalisador da unidade árabe. Ao morrer, Maomé deixou aos seus seguidores a tarefa de expandir a religião islâmica pelo mundo. O processo de fragmentação por que passava a Europa após a queda do Império Romano favoreceu grandemente a expansão árabe. Em pouco tempo, os árabes estabeleceram seu domínio sobre o mar Mediterrâneo, determinando o aprofundamento do processo de ruralização vivenciado pelo Ocidente europeu. No entanto, disputas internas e a resistência cristã enfraqueceram o domínio árabe e determinaram sua expulsão do continente europeu. Todavia, os muçulmanos influenciaram grandemente a cultura ocidental, especialmente a ibérica. Graças a eles, muitos dos conhecimentos desenvolvidos no mundo antigo, principalmente pelos gregos, foram preservados e até aprimorados. A Cultura Islâmica: Ciências: campo em que os muçulmanos mais se desenvolveram; na matemática, aprimoraram a Álgebra e a Geometria; dedicaram-se também à Astronomia e à Química (alquimia); Medicina: grande foi a importância de Avicena que, entre várias descobertas, diagnosticou a varíola e o sarampo e descobriu a natureza contagiosa da tuberculose; Literatura: contamos com vasta produção, com destaque para a coletânea As mil e uma noites e o poema Rubaiyat, de Omar Khayam. Formação dos reinos Cristãos A partir do século III, os bárbaros (povos não-romanos em geral) intensificaram sua presença no Império Romano, o que contribuiu não só para o enfraquecimento do poderio de Roma, como também para o estabelecimento da hegemonia árabe sobre o Ocidente europeu. A ameaça representada por esses povos acentuou o processo de ruralização, em curso na Europa Ocidental desde o inicio do Baixo Império Romano. Os bárbaros fixaram-se, assim, na Europa, organizando diversos reinos, dentre os quais se destacou o Reino dos Francos. Os francos – de origem germânica – instalaram-se no território que corresponde á França atual. A primeira dinastia franca foi a merovíngia, sendo Clóvis seu fundador. Além de ampliar o território do reino, aliouse á Igreja, conquistando um grande poder. Seus herdeiros, porém, fragmentaram esse poder, fortalecendo esse poder, fortalecendo os grandes senhores feudais. Com isso, o poder real passou a submeter-se ao poder dos senhores feudais. Pró Universidade História A Pepino, o Breve, filho de Carlos Martel, o “prefeito do palácio”, que havia derrubado o ultimo rei da dinastia merovíngia, inaugurou a dinastia carolíngia. Este rei expandiu ainda mais as fronteiras do Reino dos Francos e concedeu á Igreja um poder maior do que ela já desfrutava. O mais conhecido monarca carolíngio foi Carlos Magno, que promoveu a vida cultural do império, por meio da criação de escolas, anexou um vasto território ao Reino dos Francos, procurando mantê-lo. Para isso, implementou uma reforma administrativa que, se o auxiliou a saber tudo sobre o que ocorria no reino, também favoreceu os poderes locais. Com a morte de Carlos Magno, iniciou-se, então, o processo de esfacelamento do Império Carolíngio, Totalmente fragmentado em 843, quando foi assinado o Tratado de Verdun. FEUDALISMO A história da Idade Média Ocidental é basicamente a história dos Reinos Bárbaros que se formaram a partir do século V, com a desintegração do Império Romano do Ocidente. Os povos bárbaros germânicos, ao invadirem a Europa, trouxeram consigo sua própria maneira de viver, na qual a economia tipicamente agrária era um dos traços fundamentais. Outra característica germânica muito importante foi o Comitatus, que expressava o comprometimento recíproco entre líderes de tribos. Essa realidade em contato com o processo da ruralização do Império Romano, caracterizado pelo surgimento de uma nova forma de organização econômica e social conhecida como Colonato, que teve início ainda no século III, fez com que o alinhamento de forças rumo ao Feudalismo se tornasse bastante claro. Sendo assim, podemos afirmar que grande parte das origens do feudalismo encontra-se na união do comitatus germânico com o colonato romano. Ao invadirem o Império Romano, os povos germânicos apresentavam uma organização tribal, na qual a guerra era a atividade fundamental de todos os homens livres; as atividades produtivas da terra (agricultura e criação de animais) eram de responsabilidade das mulheres e dos escravos. Dentre as atividades agrárias, o pastoreio era a principal, e a existência de boas pastagens era condição de fixação de uma tribo em determinado espaço. Em outras palavras, os povos germânicos eram seminômades: fixavam-se em um local enquanto lá existissem boas pastagens para o seu rebanho. Dada a condição de seminomadismo, é fácil entender que a terra era considerada como propriedade comunal. Só a partir de sua penetração no Império Romano é que começaram a surgir as primeiras formas de propriedade privada do solo. Mesmo assim, essa coexistia com a propriedade comunal. O que basicamente aconteceu foi que as áreas de pastagem passaram a ser consideradas como propriedade privada, enquanto as de cultivo continuaram sendo propriedades comunitárias. Em função das constantes guerras na ação de ocupação das terras do Império Romano, verificamos a formação, nas tribos germânicas, de verdadeiras nobrezas guerreiras, às quais todos os demais elementos da tribo tendiam a se sujeitar. 7 Inclusão para a Vida A estrutura familiar dos germânicos era tipicamente patriarcal, sendo que uma tribo era um agregado de famílias. As tribos eram unidades politicamente independentes e só se uniam em função da necessidade gerada por uma guerra ou para um fim específico. Logo, não existia entre eles a ideia de Estado centralizado. As uniões temporárias entre tribos eram fundamentadas em obrigações recíprocas entre os seus chefes, que se uniam. Para uma tribo, a autoridade do chefe era incontestável; assim, as obrigações por ele assumidas eram válidas para todos os membros da tribo. O Feudalismo, como qualquer modo de produção, não surgiu de forma rápida. Ele é o resultado de um longo processo de formação, que se estende do século IV ao século IX, sendo que só a partir de então passou a ser o modo de produção dominante nas formações sociais europeias, perdurando até o século XII. Entre o século XII e o século XVIII, o modo de produção feudal conheceu profundas transformações que resultaram na formação de outro modo de produção, o Capitalismo. Podemos afirmar que o Feudalismo surgiu através de um processo de integração de uma série de instituições romanas com uma série de instituições bárbaras germânicas, sendo que esse processo estrutural foi catalisado pela ação conjuntural de diversos fatores, tais como o expansionismo muçulmano pelo Mediterrâneo e as invasões dos normandos, húngaros e eslavos. A sociedade feudal deve ser classificada como sendo uma Sociedade Estamental, ou seja, uma sociedade na qual seus membros estão hierarquizados em função do seu “status” (posição na sociedade), sendo que o “status” de cada um era fixado pelo fato de dever ou receber determinadas obrigações. Uma das características fundamentais de uma sociedade estamental é a de apresentar reduzidos veículos de mobilidade social. Notável exemplo desse fato é o de a Igreja haver proibido o lucro e a usura e, em consequência disso, os poucos comerciantes que existiam não eram cristãos, (na maioria, eram judeus), pois assim não havia o peso da interdição da Igreja em relação àquelas atividades. História A 04. A relação entre o senhor e seus vassalos era de dependência pessoal, ou seja, de homem a homem. 08. Nas atividades econômicas, a influência da Igreja impôs princípios que condenavam a especulação e a usura, bem como gerou a ideia de justo preço. 16. O dinamismo da economia feudal se fundamentava na concepção de que o comércio era o único gerador de riquezas. Tarefa Mínima 3. (ENEM 2009) A Idade Média é um extenso período da História do Ocidente cuja memória é construída e reconstruída segundo as circunstâncias das épocas posteriores. Assim, desde o Renascimento, esse período vem sendo alvo de diversas interpretações que dizem mais sobre o contexto histórico em que são produzidas do que propriamente sobre o Medievo. Um exemplo acerca do que está exposto no texto acima é: a) a associação que Hitler estabeleceu entre o III Reich e o Sacro Império Romano Germânico. b) o retorno dos valores cristãos medievais, presentes nos documentos do Concílio Vaticano II. c) a luta dos negros sul-africanos contra o apartheid inspirada por valores dos primeiros cristãos. d) o fortalecimento político de Napoleão Bonaparte, que se justificava na amplitude de poderes que tivera Carlos Magno. e) a tradição heroica da cavalaria medieval, que foi afetada negativamente. 4. São características do período conhecido como Alta Idade Média Europeia: 01. Surgimento dos Feudos. 02. Centralização política. 04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos. 08. Formação do sistema capitalista. 5. (UFSC) São características do período conhecido como Exercícios de Sala 1. O Feudalismo europeu apresentava características particulares de acordo com a localidade. Apesar das diferenças regionais, podemos afirmar que sua origem está relacionada com 01. o renascimento das cidades. 02. o ressurgimento do comércio. 04. a ruralização da sociedade. 08. o fortalecimento do poder imperial. 16. a descentralização política. 2. Sobre a forma de pensar e de agir do homem da Europa Ocidental durante o período medieval, é correto afirmar que: 01. Deus ocupava o centro de todas as coisas, condicionando pensamento e ação dos homens. 02. A história dos homens consistia numa marcha do povo de Deus em direção a Ele, cabendo à Igreja o papel de guia. 8 Alta Idade Média Europeia: 01. Surgimento dos Feudos. 02. Centralização política. 04. Início da ocupação da Península Ibérica pelos muçulmanos. 08. Formação do sistema capitalista. 6. (UFBA) Em relação à organização social da Idade Média, pode-se afirmar: 01. A utilização em grande escala da mão-de-obra escrava, no Império Romano, modificou as condições de trabalho dos camponeses, motivando a ampliação das obrigações do Estado, em decorrência do crescimento demográfico das áreas urbanas. 02. A pregação religiosa de Maomé atraiu significativamente os árabes pobres, que a utilizaram como motivação para uma guerra civil contra os mercadores judeus da Arábia. 04. A estrutura agrícola da sociedade feudal fundamentouse na grande concentração de terras e no trabalho servil. Inclusão para a Vida 08. A atividade urbana, na sociedade feudal, resultava da livre iniciativa dos banqueiros, artesãos e comerciantes e era regulada por uma rígida divisão social, nas relações de trabalho, definida pelo Estado. 16. A Igreja, no período medieval, tentou mostrar a harmonia da sociedade, formulando o princípio das "três ordens", segundo o qual todos eram iguais, porque recebiam uma missão de Deus e a cumpriam de forma fraterna. UNIDADE 4 BAIXA IDADE MÉDIA Chamamos de Baixa Idade Média o período que se estende do século XII ao século XV. Durante essa fase, as estruturas socioeconômicas da Europa Ocidental e Central passaram por profundas mudanças. Tais transformações foram consequência da união de dois elementos básicos: a crise do Feudalismo e o reaquecimento das atividades comerciais que, séculos depois, resultaram na caracterização plena do Modo de Produção Capitalista. De uma produção voltada para a auto-suficiência, passamos a verificar uma produção cada vez mais voltada para o mercado. As trocas monetárias começam a substituir as trocas em espécie. Começam a surgir a organização empresarial, o espírito de lucro e o racionalismo econômico. Em suma, num linguajar técnico, o Modo de Produção Feudal vai perdendo sua dominância nas formações sociais europeias em favor dos modos de produção pré-capitalistas. Do século V ao século X, a Europa, convulsionada por uma série de invasões, (germânicos, muçulmanos, normandos, magiares e eslavos) viveu em permanente estado de belicosidade. Essa realidade provocava uma significativa elevação nos índices de mortalidade e, nessa medida, funcionava como elemento importante do nãocrescimento demográfico significativo na Europa. Por volta do ano 1000, as invasões cessaram e tendeu-se a uma acomodação política e militar da Europa em torno da vida dos feudos. Com isso, as taxas de mortalidade diminuíram e, consequentemente, a população cresceu. O aumento demográfico não era acompanhado pelo aumento da produção. Em termos práticos: passou a ser difícil para os feudos manterem a auto-suficiência de seus habitantes. Por outro lado, a volta da paz fez com que fosse restabelecida a segurança nas vias de comunicação e, consequentemente, pudessem ser retomadas as trocas inter-regionais na Europa. Muitos servos eram expulsos dos Domínios ao cometerem as menores infrações e um grande número de vilões começou a deixar os feudos espontaneamente em busca de melhores oportunidades, já que não dependiam mais da proteção dos senhores feudais. Esses contingentes populacionais tenderam a emigrar, provocando o povoamento de novas áreas, principalmente no leste Europeu. Com a escassez se feudos, nobres saíam pela estrada em busca de alguma oportunidade. A belicosidade era a marca desse tempo de crise, sendo evidenciada, por Pró Universidade História A exemplo, através da proliferação dos torneios de cavalaria, torneios nos quais os senhores se enfrentavam em verdadeiras batalhas campais que duravam vários dias. Para conter a belicosidade da nobreza, a Igreja proclamou a Paz de Deus, isto é, a proteção aos cultivadores da terra, aos viajantes e às mulheres. Essa medida foi reforçada pela Trégua de Deus, que limitava a noventa o número de dias do ano em que se podia combater. AS CRUZADAS O nome “Cruzadas” é dado a um conjunto expedições militares de cristãos do Ocidente que se dirigiram ao Oriente com o objetivo de libertar o Santo Sepulcro das mãos dos muçulmanos. Todavia, outros interesses também estavam em jogo: expansão territorial e reabertura das rotas comerciais do Mar Mediterrâneo. O Papa Urbano II, ao receber do Imperador bizantino Alexandre Clemont-Ferrand um pedido de ajuda militar contra os muçulmanos, convocou, para 1095, o Concílio de Clermont, no qual exortou os fiéis par uma guerra santa contra o Islão. Principais Cruzadas: Em 1096, partiram oficialmente os cavaleiros da Primeira Cruzada (1096-1099). Seus chefes foram Roberto da Normandia, Godofredo de Bulhão, Balduíno de Flandres, Roberto II de Flandres, Raimundo de Tolosa, Boemundo de Tarento e Tancredo, este um chefe normando do sul da Itália. Como se vê, era uma Cruzada da nobreza, sem a participação de um rei sequer. A Terceira Cruzada (1189-192) foi organizada em consequência da conquista de Jerusalém pelo Sultão Saladino, fato ocorrido em 1187. Essa expedição é conhecida como “A Cruzada dos Reis”, pelo fato de ter sido chefiada por Ricardo Coração de Leão (Rei da Inglaterra), Felipe Augusto (Rei da França) e Frederico Barba Ruiva (Imperador do Sacro Império). O Papa Inocêncio III foi o grande pregador desta Cruzada. A Quarta Cruzada (1202-1204), organizada por Henrique VI, Imperador do Sacro Império, que contou com o apoio de diversos nobres franceses, tais como Bonifácio de Mont-Ferrat e Balduíno de Flandres. Após desavenças com o imperador do Império Bizantino, os cruzados tomaram Constantinopla, cujo governo foi entregue a Balduíno de Flandres, tutelado pelos venezianos. Satisfeitos com o saque de Constantinopla e com o monopólio comercial para Veneza, os cruzados abandonaram seus objetivos e voltaram para a Itália. Em 1212 foi organizada a chamada Cruzada das Crianças, que consistiu em um exército formado por jovens, que teria o objetivo de retomar Jerusalém. Os cristãos acreditavam que os jovens, inocentes e sem pecados, conseguiriam, com a ajuda de Deus, vencer os muçulmanos. Esse exército aportou em Alexandria e os jovens foram todos aprisionados e vendidos como escravos. Principais Consequências: De um modo geral, a expansão europeia contribuiu para dinamizar as relações comerciais entre o Oriente e o Ocidente. Após séculos do bloqueio muçulmano, os cruzados reabriram parcialmente o Mediterrâneo para o comércio europeu. 9 Inclusão para a Vida O desenvolvimento dessas atividades comerciais mediterrâneas deu vida a vários portos do Ocidente, dentre os quais destacaremos os seguintes: Gênova, Pisa, Nápoles, Amalfi, Bari, Veneza e Marselha. Através desse comércio as mercadorias do Oriente se espalharam por todo o mundo ocidental. O contato estreito com as civilizações bizantinas e muçulmanas despertou nos cristãos do Ocidente um gosto mais apurado e um maior refinamento no modo de vida. Esse fato fez com que o mercado consumidor para produtos orientais se visse ampliado. Os cristãos aprenderam também novas técnicas de irrigação, de fabricação de tecidos e de produção de aço. Outros elementos importantes foram as práticas financeiras como a letra de câmbio, o cheque e a contabilidade. O renascimento das atividades comerciais provocou o crescimentos das cidades, o desenvolvimento de uma classe de comerciantes, a difusão do espírito de lucro e o racionalismo econômico. RENASCIMENTO ARTÍSTICO CULTURAL E CIENTÍFICO CARACTERÍSTICAS GERAIS O Renascimento exprime, sobretudo, os novos valores e ideais da burguesia, classe ascendente na transição para o capitalismo. Principais Características: Antropocentrismo; Racionalismo; Individualismo; Universalismo; Humanismo. FORAM FATORES DO RENASCIMENTO O Renascimento Comercial e Urbano da Baixa Idade Média, que alterou os valores da época feudal e favoreceu um maior intercâmbio intelectual. O mecenato, isto é, a proteção aos escritores e artistas, que muito estimulou o movimento renascentista. Os primeiros mecenas pertenciam à burguesia, mas houve também papas, reis e príncipes que praticaram o mecenato. A burguesia fazia-o como forma de investimento financeiro ou para adquirir status; os governantes, porém, tornavam-se mecenas com o objetivo de aumentar seu prestígio e, consequentemente, legitimar o novo poder que estavam implantando: o absolutismo. A invenção da imprensa, que permitiu uma maior divulgação das novas ideias. PRINCIPAIS RENASCENTISTAS Na Pintura: Leonardo da Vinci, Michelangelo, Rafael e Ticiano, na Itália; El Greco, na Espanha. Na Escultura: Michelangelo e Donatello, na Itália. Na Literatura: Camões, em Portugal; Cervantes, na Espanha; Rabelais e Montaigne, na França; Shakespeare, na Inglaterra. Na Astronomia: Copérnico, na Polônia; Kepler, na Alemanha; Galileu, na Itália. 10 História A Exercícios de Sala 1. (UFSC) Os relatos sobre o período histórico conhecido como Idade Média revelam a ocorrência de conflitos bélicos, pestes e fome. Sabe-se, porém, que no mesmo período houve desenvolvimento econômico e cultural. Assinale a(s) proposição(ões) correta(s) nas suas referências à cultura medieval. 01. O caráter religioso predominou nas artes medievais, pois um dos seus objetivos era a glorificação de Deus. 02. Na literatura, além de Dante Alighieri, destacaram-se os trovadores, responsáveis pela divulgação da poesia popular e das canções de gesta. 04. O crescimento urbano e o comércio foram responsáveis pela decadência intelectual verificada na Idade Média, por dificultarem a criação de novas universidades. 08. Entre os pensadores medievais, destacou-se Santo Tomás de Aquino que, com a "Suma Teológica", tentou resolver a controvérsia entre fé e razão. 16. Na arquitetura medieval predominaram dois estilos: o românico e o gótico. 32. Durante a Idade Média, as línguas nacionais foram denominadas "vulgares". O latim foi a língua falada pelos eruditos. 2. (UFSC) Numa sexta-feira, 8 de agosto de 1998, dois atentados aterrorizaram o mundo. Bombas explodiram nas embaixadas dos Estados Unidos em Nairobi e Dar esSalaan, deixando 248 mortos. Os atentados foram reivindicados pelo grupo "Exército de Libertação dos Santuários Islâmicos". Sobre o Islão e os grupos islâmicos fundamentalistas que aterrorizam o ocidente, assinale a(s) proposição(ões) verdadeira(s). 01. O Islão surgiu a partir das pregações de Maomé. 02. No "Alcorão", que segundo a tradição foi transmitido a Maomé, estão as leis e ensinamentos da religião islâmica. 04. Os fundamentalistas islâmicos pretendem um Estado dirigido pelas leis do Alcorão. 08. Um número expressivo de fundamentalistas islâmicos prega a guerra santa contra a sociedade ocidental, principalmente contra os Estados Unidos. Tarefa Mínima 3. (UEPG) Sobre a sociedade feudal, assinale o que for correto. 01. Os direitos de suserania e soberania eram igualmente partilhados por toda a classe senhorial. 02. As monarquias feudais caracterizaram-se pela ruptura dos laços feudo-vassálicos e a emergência de um poder pessoal e supremo do soberano. 04. Em algumas regiões da Europa Medieval ocorreu uma síntese equilibrada e espontânea entre elementos romanos e germânicos. 08. Foi marcada pela predominância da vida urbana sobre a rural. 16. Havia uma estreita relação entre laços de dependência pessoal e uma hierarquia de direitos sobre a terra. Inclusão para a Vida 4. Apesar de não terem alcançado seu objetivo reconquistar a Terra Santa -, as Cruzadas provocaram amplas repercussões, porque a) favoreceram a formação de vários reinos cristãos no Oriente, o que permitiu maior estabilidade política à região. b) consolidaram o feudalismo, em virtude da unificação dos vários reinos em torno de um objetivo comum. c) facilitaram a superação das rivalidades nacionais graças à influência que a Igreja então exercia. d) uniram os esforços do mundo cristão europeu para eliminar o domínio árabe na Península Ibérica. e) estimularam as relações comerciais do Oriente com o Ocidente, graças à abertura do Mediterrâneo a navios europeus. 5. (UFSC 2005) “Vamos pôr de lado a circunstância de um cidadão ter repugnância de outro; de quase nenhum vizinho socorrer o outro; de os parentes, juntos, pouquíssimas vezes ou jamais se visitarem, e quando faziam visita um ao outro, ainda assim só o fazerem de longe..” BOCCACCIO, G. O Decamerão. São Paulo: Abril Cultural, 1981. O trecho acima, extraído da obra de Boccaccio, descreve o comportamento dos moradores de Florença, atingidos pela Peste Negra em 1347. Sobre esse período, é CORRETO afirmar que: 01. a Peste Negra, conhecida hoje como peste bubônica, teve como elemento facilitador as péssimas condições de higiene das cidades feudais. 02. a Peste Negra foi interpretada por muitos médicos e leigos medievais como um casti-go divino. 04. embora as cidades tenham crescido a partir do século XIV, o comércio não se tornou uma atividade permanente. 08. nesse momento, o comércio na Europa encontrava-se em desenvolvimento, tendo como principais pólos cidades como Vene-za, Gênova e Pisa. 16. a grande circulação de diferentes moedas por ocasião das feiras fez surgir um novo personagem responsável por fazer a troca de moedas e emprestar dinheiro a juros. 6. (UFSC 2009) Sobre o final da Idade Média, é CORRETO afirmar que: 01. o desenvolvimento comercial e urbano foi um dos motivos para o fortalecimento das estruturas feudais. 02. o poder centralizado nas mãos do Papa facilitou a unidade monetária da Europa e, consequentemente, as transações comerciais. 04. a Guerra dos Cem Anos foi um conflito entre ingleses e franceses que contou com a participação de Joana D’Arc. Afirmando-se enviada de Deus, integrou-se ao exército francês, obtendo importantes vitórias. 08. as monarquias nacionais da Espanha e de Portugal estão entre as primeiras a se consolidarem na Europa. 16. a Guerra das Duas Rosas foi travada entre as famílias de York e Lancaster pela sucessão do trono inglês, e marcou o processo de expulsão dos muçulmanos. Pró Universidade História A UNIDADE 5 IDADE MODERNA I Reforma Protestante A crise da mentalidade medieval, decorrente do processo de renascimento comercial e urbano vivido pela Europa desde a Baixa Idade Média, provocou a Reforma religiosa do século XVI. O comportamento desregrado dos clérigos, bispos e até pontífices, a venda de cargos eclesiásticos e de indulgências desmoralizaram a Igreja romana. Os monarcas, por sua vez, viam no poderio eclesiástico um obstáculo à centralização total do poder em suas mãos. Finalmente, a condenação da prática da usura e da obtenção do lucro colocou a burguesia européia em oposição à Igreja. Apesar de John Wyclif e John Huss terem proposto algumas mudanças à ordem clerical, o rompimento da unidade cristã foi inevitável dando origem ao protestantismo. O movimento reformista teve início em 1517, quando o religioso alemão Martinho Lutero publicou suas 95 teses contra a Igreja Católica. A doutrina luterana propunha a simplificação do culto e pregava a predestinação, afirmando que somente a fé é capaz de levar o homem a salvação. O francês João Calvino ligou-se ao luteranismo em 1534, aprofundou a doutrina luterana, reafirmando a idéia, da predestinação e apontando que pelo sucesso econômico sabe-se quem está destinado à salvação eterna. O calvinismo foi rapidamente assimilado pela burguesia por mostrar-se uma doutrina condizente com seus interesses. Em território inglês, foi o réu Henrique VIII que rompeu com o papa, publicando o Ato de Supremacia, que o tornava chefe da Igreja na Inglaterra, chamada de Igreja Anglicana, consolidada apenas no governo de sua filha, Elizabeth I. A reforma espalhou-se pela Europa e despertou a reação dos católicos, que deram inicio a ContraReforma. A criação da Companhia de Jesus, a realização do Concílio de Trento, o fortalecimento da Inquisição e a elaboração do Índex constituíram os principais feitos da Igreja romana para combater os protestantes, o que resultou simultaneamente em medidas reformuladoras da Igreja Católica. Absolutismo e Mercantilismo O Estado absolutista correspondeu a forma política predominante na Europa do Antigo Regime. Representou a última etapa da superação da política medieval, ou seja, da descentralização política típica do feudalismo. Os governos absolutistas assimilaram a concentração total de poderes na pessoa do rei, cujos interesses eram vistos como sendo da nação como um todo. Os principais pensadores do poder absoluto foram: Nicolau Maquiavel (1469-1527) - em suas obras O Príncipe e Discursos sobre a primeira década de Tito Lívio, fundamentava a necessidade de um Estado Nacional forte e independente da Igreja e encarnado na pessoa do chefe do governo (o “príncipe”) para a 11 Inclusão para a Vida aplicação da razão do Estado, fortalecimento da nação e o benefício coletivo, considerando válidos todos os meios utilizados para o alcance desses objetivos. Jean Bodin (1530-1595) - em Da República, argumentava que a soberania do Estado, personificada no rei, tinha origem divina, não havendo impedimento à autoridade real. Bossuet (1627-1704) - Política Tirada da Sagrada Escritura reforçou a doutrina do direito divino, que legitima qualquer governo, justo e injusto. Thomas Hobbes (1588-1679) - no Leviatã (1651), abandonou a ideologia religiosa para justificar o absolutismo. Na França, a expressão maior do absolutismo monárquico foi Luís XIV, da dinastia dos Bourbons, o chamado “Rei Sol”. Com ele efetivou-se um governo fundado na Teoria do Direito Divino dos reis, formulada por Bossuet. Já na Inglaterra, o movimento áureo do absolutismo coube aos Stuart, especialmente aos governos de Jaime I e Carlos I. Nesse período, o peso relativo do Parlamente (conquistado com a Magna Carta) foi muitíssimo reduzido. Verificam-se, porém, intensos conflitos entre os reis e o Parlamente, que redundaram numa guerra civil entre realistas e parlamentaristas. A vitória coube aos parlamentaristas que, sob a liderança de Oliver Cromwell, executaram o rei e instalaram a República. O governo de Cromwell sustentou-se, principalmente, na força militar, já que, pouco depois de derrotar os realistas, estabeleceu uma ditadura pessoal. Após sua morte, porém, Exército e Parlamento uniram-se e restauraram a monarquia Stuart. Carlos II tentou retornar a centralização política, mas não obteve sucesso: em 1688, a chamada Revolução Gloriosa sepultou definitivamente o absolutismo na Inglaterra. Ao assumir a coroa inglesa, Guilherme III teve de jurar a Declaração de Direitos, na qual se estabelecia a supremacia parlamentar no governo inglês. Outras nações européias tiveram governos de caráter absolutistas, confirmando ser esse regime político uma marca da Idade Moderno do capitalismo comercial. Na época moderna, os Estados absolutistas europeus adotaram uma política econômica cujo objetivo principal era fortalecê-los através do entesouramento. Tal política foi chamada de mercantilismo e pressupunha a intervenção do Estado nos assuntos econômicos. A política mercantilista fundamentava-se principalmente no metalismo, na balança comercial favorável e no protecionismo. O metalismo era identificado com a quantidade de metais preciosos que a nação pudesse acumular. As vias de acesso a esse metal podiam ser a exploração de jazidas ou um comércio superavitário, isto é, com o valor das exportações superando o das importações. Para garantir uma balança comercial favorável, os governos absolutistas europeus adotaram o protecionismo tarifário e o fomento à produção interna. Em meio aos objetivos de enriquecimento dos Estados, segundo a política mercantilista, desenvolveu-se o colonialismo, pelo qual as colônias consumiriam os produtos europeus e forneceriam gêneros de alta 12 História A lucratividade. Foi, portanto, sob o mercantilismo europeu que se inseriu a colonização da América. Exercícios de Sala 1. (ENEM 2012) Na França, o rei Luís XIV teve sua imagem fabricada por um conjunto de estratégias que visavam sedimentar uma determinada noção de soberania. Neste sentido, a charge apresentada demonstra: a) a humanidade do rei, pois retrata um homem comum, sem os adornos próprios à vestimenta real. b) a unidade entre o público e o privado, pois a figura do rei com a vestimenta real representa o público e sem a vestimenta real, o privado. c) o vínculo entre monarquia e povo, pois leva ao conhecimento do público a figura de um rei despretensioso e distante do poder político. d) o gosto estético refinado do rei, pois evidencia a elegância dos trajes reais em relação aos de outros membros da corte. e) a importância da vestimenta para a constituição simbólica do rei, pois o corpo político adornado esconde os defeitos do corpo pessoal. Tarefa Mínima 2. (ENEM 2012) Que é ilegal a faculdade que se atribui à autoridade real para suspender as leis ou seu cumprimento. Que é ilegal toda cobrança de impostos para a Coroa sem o concurso do Parlamento, sob pretexto de prerrogativa, ou em época e modo diferentes dos designados por ele próprio. Que é indispensável convocar com frequência os Parlamentos para satisfazer os agravos, assim como para corrigir, afirmar e conservar leis. No documento de 1689, identifica-se uma particularidade da Inglaterra diante dos demais Estados europeus na Época Moderna. A peculiaridade inglesa e o regime político que predominavam na Europa continental estão indicados, respectivamente, em: a) Redução da influência do papa – Teocracia. b) Limitação do poder do soberano – Absolutismo. c) Ampliação da dominação da nobreza – República. d) Expansão da força do presidente – Parlamentarismo. e) Restrição da competência do congresso – Presidencialismo. Inclusão para a Vida 3. Sobre as características do Absolutismo na Idade Moderna é correto afirmar que 01. foi um tipo de regime republicano e democrático. 02. procurou legitimar-se no "Direito Divino dos Reis". 04. foi a expressão do poder político descentralizado. 08. implementou o Estado burocrático e nacional. 16. baseou-se no poder autocrático do soberano. História A Uma Balança Comercial altamente favorável e a abundância dos metais preciosos eram os indícios da prosperidade. Essa hegemonia marítimo-comercial da Inglaterra conferia-lhe uma condição singular em termos de acumulação de capital. Por exemplo, a essa hegemonia a Inglaterra deve o fato de haver podido assinar com Portugal, em 1703, o Tratado de Methuen, em função do qual uma grande parte do ouro explorado no Brasil, no século XVIII, foi acabar nos cofres ingleses. 4. Jacques Bossuet utilizou argumentos extraídos da Bíblia para justificar o poder absoluto e de direito divino da realeza, com o lema: "Um rei, uma lei, uma fé". São características do absolutismo na França: 01. A concentração dos mecanismos de governo nas mãos do rei. 02. A identificação entre Nação e Coroa. 04. A influência do racionalismo iluminista como justificativa do poder absoluto e do "direito divino". 08. A criação de exército nacional permanente. 16. A ampla liberdade de expressão e de fé. 5. Principalmente a partir do século XVI vários autores passam a desenvolver teorias, justificando o poder real. São os legistas que, através de doutrinas leigas ou religiosas, tentam legalizar o Absolutismo. Um deles é Maquiavel: afirma que a obrigação suprema do governante é manter o poder e a segurança do país que governa. Para isso deve usar de todos os meios disponíveis, pois que "os fins justificam os meios." Professou suas ideias na famosa obra: a) "Leviatã". b) "Do Direito da Paz e da Guerra". c) "República". d) "O Príncipe". e) "Política Segundo as Sagradas Escrituras". UNIDADE 6 IDADE MODERNA II Revolução Industrial FATORES A Revolução Industrial é um processo histórico de radical transformação econômica e social, através do qual o modo de produção capitalista assumiu a dominância de certas formações sociais. Para o desencadeamento da Revolução Industrial, certas pré-condições tiveram de ser preenchidas: A substituição do processo artesanal de produção pelo processo mecânico exige a realização de um significativo investimento e uma considerável imobilização inicial de capital. Logo, é necessária a preexistência desse capital acumulado. A Revolução Industrial demanda um crescente consumo de mão de obra urbana. Neste sentido, a existência de abundante disponibilidade de mão de obra é condição fundamental para a ocorrência do próprio processo. Pró Universidade ASPECTOS TECNOLÓGICOS O aparecimento das máquinas não significa apenas um progresso técnico, através do qual se verificou um aumento da produtividade, mas também uma substituição do tipo de equipamento que era utilizado até então, ou seja, as ferramentas, e uma liberação da mão de obra. ASPECTOS ECONÔMICOS E SOCIAIS A Burguesia Capitalista, que é a classe dos proprietários dos meios de produção. O Proletariado, que é a classe que reúne os trabalhadores diretos, cuja única propriedade é a sua força de trabalho, vendida à Burguesia Capitalista em troca de um salário. Iluminismo O movimento cultural chamado iluminismo corresponde, no plano ideológico, à crítica do Antigo Regime europeu. As idéias básicas desse pensamento eram o racionalismo e o progressismo. O iluminismo é descendente direto do acentuado desenvolvimento filosófico e científico do século XVII. Isaac Newton e René Descartes apresentam-se como os principais nomes em que os iluministas foram buscar inspiração. A ideologia iluminista tornou-se conhecida sobretudo na filosofia. Os principais representantes do pensamento ilustrado foram Locke, Montesquieu, Voltaire e Rousseau. Todos eles teciam críticas violentas ao absolutismo, ao poder da Igreja, à forma de organização da sociedade européia. No plano do pensamento econômico, durante o Século das Luzes (século XVIII) desenvolveu-se a fisiocracia, que defendia a não interferência do Estados nos assuntos econômicos das nações. Tal doutrina econômica negava o ideário mercantilista, defendendo que a riqueza das nações residia na agricultura, a verdadeira atividade produtiva. Seu lema laissez-faire, laissez-passer (“deixai fazer, deixai passar”) foi, posteriormente retomado por Adam Smith, o pai do liberalismo econômico. Os conhecimentos acumulados a partir das formulações iluministas foram sistematizados na obra Enciclopédia, cujos maiores incentivadores foram Diderot e D`Alembert. Convencidos e envolvidos pelo alcance das idéias iluministas, governantes absolutistas incorporaram algumas de suas propostas, visando à manutenção de seu poder absoluto. Receberam, por isso, a denominação de déspotas esclarecidos e realizaram reformas em seus Estados partindo, fundamentalmente, do racionalismo ilustrado. Tal medida, porém, não foi suficiente para garantir a sobrevivência do Antigo Regime na Europa. 13 Inclusão para a Vida História A Independência dos EUA 2. (ENEM 2009) A prosperidade induzida pela A luta pela independência das Treze Colônias inglesas da América do Norte inseriu-se no quadro de Crise do Antigo Regime. Os idéias iluministas penetraram na mentalidade colonial, visando fundamentalmente a remoção dos entraves comerciais entre América e Europa. As colônias inglesas do norte do continente americano tiveram uma colonização mais voltada para o povoamento do que para a exploração. Nesse sentido, sua produção destinava-se primordialmente ao mercado interno, sendo realizada em pequenas propriedades, por trabalhadores livres. Com isso, essas colônias conseguiram um desenvolvimento considerável, que as vez aspirar por mais liberdade de comércio com a Europa. A Guerra dos Sete Anos, entre França e Inglaterra, veio aumentar as tensões entre a metrópole e as colônias. Apesar de ter vencido o conflito, a Inglaterra tentou reequilibrar suas finanças adotando uma política tarifária sobre suas colônias do norte da América. Além disso, a necessidade de mercados consumidores de produtos industrializados e fornecedores de matériasprimas fez o governo inglês intensificar o controle sobre o comércio de suas colônias. O conjunto de medidas adotadas pelos ingleses em relação a suas colônias norte-americanas causou violentas manifestações por parte dos colonos. Tais manifestações culminaram, em 1776, com a Declaração da Independência das Treze Colônias, que passaram para o comando do General GeorgeWashington. Na declaração aparecem nitidamente os princípios da filosofia iluminista. A luta pela libertação das colônias inglesas, porém, seguiu até 1783, quando, com a ajuda da França e da Espanha, fez-se vitoriosa. Em 1783, a Inglaterra reconheceu a independência dos Estados Unidos da América. Após a independência foi elaborada a Constituição dos Estados Unidos, que estabeleceu o regime republicano, combinando propostas presidencialistas e federalistas. emergência das máquinas de tear escondia uma acentuada perda de prestígio. Foi nessa idade de ouro que os artesãos, ou os tecelões temporários, passaram a ser denominados, de modo genérico, tecelões de teares manuais. Exceto em alguns ramos especializados, os velhos artesãos foram colocados lado a lado com novos imigrantes, enquanto pequenos fazendeiros-tecelões abandonaram suas pequenas propriedades para se concentrar na atividade de tecer. Reduzidos à completa dependência dos teares mecanizados ou dos fornecedores de matéria-prima, os tecelões ficaram expostos a sucessivas reduções dos rendimentos. Com a mudança tecnológica ocorrida durante a Revolução Industrial, a forma de trabalhar alterou-se porque: a) a invenção do tear propiciou o surgimento de novas relações sociais. b) os tecelões mais hábeis prevaleceram sobre os inexperientes. c) os novos teares exigiam treinamento especializado para serem operados. d) os artesãos, no período anterior, combinavam a tecelagem com o cultivo de subsistência. e) os trabalhadores não especializados se apropriaram dos lugares dos antigos artesãos nas fábricas. Tarefa Mínima 3. (ENEM 2012) Exercícios de Sala 1. Entre os efeitos da Revolução Industrial ocorrida em meados do século XVIII, pode-se incluir: 01. A afirmação do Estado liberal-burguês, triunfante sobre o Antigo Regime. 02. A divisão técnica do trabalho, permitindo celeridade no processo produtivo. 04. A configuração da dicotomia básica das sociedades capitalistas: burguesia e proletariado. 08. O acirramento da luta de classes, com eclosão de movimentos contestatórios à ordem burguêscapitalista. 16. A consolidação da concepção metalista, estimulando a procura e a posse de metais preciosos como fator de riqueza. 32. O incentivo ao protecionismo estatal, visando alcançar um superávit comercial necessário à proteção da indústria nascente. 64. A acumulação de capitais na esfera da produção de mercadorias e consequente hegemonia política e social da burguesia. 14 Na imagem do início do século XX, identifica-se um modelo produtivo cuja forma de organização fabril baseava-se na: a) autonomia do produtor direto. b) adoção da divisão sexual do trabalho. c) exploração do trabalho repetitivo. d) utilização de empregados qualificados. e) incentivo à criatividade dos funcionários. 4. A era da industrialização na Europa foi acompanhada por transformações no processo de trabalho, entre as quais podemos citar: 01. Passagem do sistema doméstico ao sistema fabril de produção. 02. Concentração de trabalhadores em unidades fabris, desenvolvendo a divisão social do trabalho e a especialização em determinados ramos de produção. Inclusão para a Vida 04. Manutenção da estrutura corporativa de trabalho, organizando os trabalhadores em corporações de ofícios. 08. Promoção de um novo modelo de trabalho, pronto a aceitar a disciplina do trabalho fabril e constituindo mão de obra assalariada. 16. Utilização frequente de mão de obra feminina e infantil, submetida ao mesmo regime de trabalho, durante longas jornadas. 5. (ENEM 2012) É verdade que nas democracias o povo parece fazer o que quer; mas a liberdade política não consiste nisso. Deve-se ter sempre presente em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; se um cidadão pudesse fazer tudo o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros também teriam tal poder - MONTESQUIEU. A característica de democracia ressaltada por Montesquieu diz respeito: a) ao status de cidadania que o indivíduo adquire ao tomar as decisões por si mesmo. b) ao condicionamento da liberdade dos cidadãos à conformidade às leis. c) à possibilidade de o cidadão participar no poder e, nesse caso, livre da submissão às leis. d) ao livre-arbítrio do cidadão em relação àquilo que é proibido, desde que ciente das consequências. e) ao direito do cidadão exercer sua vontade de acordo com seus valores pessoais. 6. Sobre a inovação tecnológica no sistema fabril na Inglaterra do século XVIII, é correto afirmar que ela a) foi adotada não somente para promover maior eficácia da produção, como também para realizar a dominação capitalista, na medida que as máquinas submeteram os trabalhadores a formas autoritárias de disciplina e a uma determinada hierarquia. b) ocorreu graças ao investimento em pesquisa tecnológica de ponta, feito pelos industriais que participaram da Revolução Industrial. c) nasceu do apoio dado pelo Estado à pesquisa nas universidades. d) deu-se dentro das fábricas, cujos proprietários estimulavam os operários a desenvolver novas tecnologias. e) foi única e exclusivamente o produto da genialidade de algumas gerações de inventores, tendo sido adotada pelos industriais que estavam interessados em aumentar a produção e, por conseguinte, os lucros. 7. A Revolução Industrial Inglesa só foi possível pelo processo histórico de acumulação primitiva criador tanto do CAPITAL quanto do TRABALHO. A liberação da mão de obra e formação do proletariado ocorreu com: a) Os cercamentos dos campos e a expulsão dos camponeses das terras comuns. b) O intenso cultivo de algodão nos campos ingleses. c) O processo de reforma agrária na Inglaterra. d) O intenso processo de imigração de trabalhadores de outras nações europeias para as indústrias inglesas. e) A produção agrícola organizada em técnicas feudais. Pró Universidade História A 8. Dentre as consequências sociais forjadas pela Revolução Industrial, pode-se mencionar a) o desenvolvimento de uma camada social de trabalhadores, que destituídos dos meios de produção, passaram a sobreviver apenas da venda de sua força de trabalho. b) a melhoria das condições de habitação e sobrevivência para o operariado, proporcionada pelo surto de desenvolvimento econômico. c) a ascensão social dos artesãos que reuniram seus capitais e suas ferramentas em oficinas ou domicílios rurais dispersos, aumentando os núcleos domésticos de produção. d) a criação do Banco da Inglaterra, com o objetivo de financiar a monarquia e ser também, uma instituição geradora de empregos. e) o desenvolvimento de indústrias petroquímicas favorecendo a organização do mercado de trabalho, de maneira a assegurar emprego a todos os assalariados. 9. A Constituição da França de 1791, a partir dos princípios preconizados por Montesquieu, consagrou, como fundamento do novo regime, a) a subordinação do Judiciário ao Legislativo, que passou a exercer um poder fiscalizador sobre os tribunais. b) a identificação da figura do monarca, com a do Estado, que a partir desse momento se tornou inviolável. c) a supremacia do Poder Legislativo, deixando de ser o rei investido de poder moderador. d) o poder de veto monárquico, que se restringiu a assuntos fiscais, limitando, assim, a soberania popular. e) a separação dos poderes até então concentrados, teoricamente, na pessoa do soberano. UNIDADE 7 REVOLUÇÃO FRANCESA – 1789-1799 No século XVIII, a burguesia francesa desenvolveu-se extraordinariamente por meio das atividades comerciais e industriais. Suas ambições políticas e sociais, porém, opunham-se às das camadas privilegiadas da sociedade francesa, nomeadamente a nobreza e a cortesã, e o alto clero. Entretanto, uma violenta crise econômica, seguida da discussão sobre a tributação – alguns desejavam que se entendesse ao clero e à nobreza - , precitou a convocação dos Estados Gerais (o parlamento francês), onde estavam representados os três Estados da sociedade francesa. A reunião dos Estados Gerais iniciou-se em 5 de maio de 1789, mas as divergências do Terceiro Estado (burguesia e camadas populares), provocaram a criação da Assembléia Nacional, que se propôs a elaborar uma Constituição para a França. A exaltação popular atingiu o clímax em 14 de julho, quando a população de Paris tomou a Bastilha – uma prisão do Estado – em busca de armas que lhe permitissem lutar contra as tropas reais. Temendo por sua segurança, muitos nobres e clérigos abandonaram a França. No estrangeiro, articularam o apoio de países, absolutistas europeus (Áustria, Prússia, Holanda, Espanha e Inglaterra), para pôr fim à revolução. 15 Inclusão para a Vida Luís XVI tentou fugir da França e obter ajuda absolutista, mas foi preso e deposto do trono francês. Em meio à crise, uma nova assembléia, designada Convenção Nacional, passou a dirigir a política francesa. Na convenção, dois grupos rivalizaram-se: os girodinos, representantes da burguesia, que se sentavam à direita; os montanheses ou jacobinos, representantes das camadas populares de tendências radical, que se sentavam à esquerda. Inicialmente, os girondinos dominaram as decisões da Convenção, mas perderam o controle da situação quando executaram Luís XVI. Os jacobinos assumiram o poder da França, vencendo as tropas estrangeiras invasoras, e controlando os movimentos anti-revolucionários. Instalaram milhares de pessoas à morte, constituindo o período mais radical da Revolução Francesa. As divergências internas dos próprios jacobinos – entre moderados e radicais – favoreceram a reação burguesa que, em 1794, retomou o poder na Convenção, depois de executar Robespierre. Uma nova Constituição foi promulgada e estabeleceu-se o Diretório: a França passava a ser governada por cinco diretores. A instabilidade, entretanto, permaneceu, representada por várias tentativas de golpe. Esse clima possibilitou a instalação de um governo forte, através de um golpe de Estado. O Golpe do 18 brumário pôs fim ao governo do Diretório e à Revolução Francesa, iniciando o governo de Napoleão Bonaparte. Ao período do Diretório, seguiu-se, na França, o Consulado, com Napoleão Bonaparte. O poder era exercido quase exclusivamente por Napoleão, um militar que fora chamado pelas classes dominantes para pôr fim à desorganização reinando na vida política da França. O consulado foi primeiramente triplo e, depois, uno, com Bonaparte ampliando gradativamente seu domínio sobre a política francesa, culminando na criação do império, em 1804. Para resolver a crise econômica que assolava o país, Napoleão criou o Banco da França e uma nova moeda, o franco, além de intensificar inúmeras obras públicas e estimular a industrialização. Em 1804, foi publicado o Código Napoleônico, um código de leis que procurava dar amparo legal à ideologia liberal revolucionária. Napoleão também promoveu uma profunda reforma educacional. Na política externa, encontrou na Inglaterra a principal rival, decretando, em 1806, o Bloqueio Continental, que proibia os países europeus de comercializarem com os ingleses e submetia as nações que resistissem às suas determinações a duras represálias. Foi o que aconteceu com a Rússia, que, em difícil situação econômica, decidiu reabrir seus portos ao comércio inglês. Napoleão invadiua, mas foi derrotado, pois dificuldades de toda a ordem permitiram que os russos vencessem o exército napoleônico. Pouco depois da fracassada campanha na Rússia, Napoleão foi também derrotado na batalha das Nações, preso e exilado na ilha de Elba, no Mediterrâneo. À queda de Napoleão segui-se o restabelecimento do governo Bourbon, na figura de Luís XVIII, que, no entanto, acabou derrubado pelo retorno vitorioso de Bonaparte em 1815. O último governo de Napoleão – os 100 Dias de 1815 – terminou na batalha de Waterloo, quando o corso foi preso 16 História A e, em seguida exilado na Ilha de Santa Helena, no Atlântico Sul, onde morreu em 1821. Após a vitória sobre Napoleão, as várias nações coligadas reuniram-se na Áustria e determinaram o restabelecimento da ordem sociopolítica anterior à Revolução Francesa. O Congresso de Viena fundou-se nos princípios da legitimidade e do equilíbrio europeu, inaugurando uma fase reacionária da política, apoiada na Santa Aliança, uma associação militar de vários países, com a finalidade de combater os principais revolucionários. Entretanto, a estrutura do Antigo Regime era totalmente incompatível com as transformações dinamizadas pela Revolução Industrial européia, que foram, pouco a pouco, minando as realizações reacionárias do Congresso de Viena. Exercícios de Sala 1. (UFSC 2005) “Socialmente, os sans-culottes representam citadinos que vivem de seu trabalho, seja como artesãos, seja como profissionais de ofício; alguns, depois de uma vida laboriosa, se tornam pequenos proprietários na cidade, e usufruem as rendas de um imóvel. Portanto, os sans-culottes não devem ser confundidos com o indigente que eles querem socorrer”.PÉRONNET, Michel. A revolução Francesa em 50 palavras-chave. São Paulo: Brasiliense, 1988, p. 248-249. Sobre a Revolução Francesa no século XVIII e os sansculottes, é CORRETO afirmar que: 01. os sans-culottes, com sua ideologia socialista, formaram a base do primeiro partido comunista organizado na França durante os anos da revolução. 02. apenas o terceiro estado pagava os impostos, já que o clero e a nobreza tinham isenção tributária, mas eram eles que usufruíam os tesouros reais, através das pensões vitalícias e dos cargos políticos. 04. a sociedade francesa na segunda metade do século XVIII era uma sociedade dividida em: o clero e a nobreza, compondo o primeiro e o segundo estados, que exploravam e oprimiam o terceiro estado, formado por uma composição muito heterogênea: burgueses, camponeses e sans-culottes. 08. os sans-culottes, do ponto de vista material, ganharam muito pouco com a Revolução Francesa. Mas politicamente deixaram a sua marca na tradição da ação popular, inspirando os sonhos revolucionários durante o século XIX. 16. uma das principais reivindicações do tercei-ro estado era a abolição dos privilégios de nascimento e a instauração da igualdade civil. 2. A Revolução Francesa representou um marco da história ocidental pelo caráter de ruptura em relação ao Antigo Regime. Dentre as características da crise do Antigo Regime, na França, não podemos incluir: 01. A crescente mobilização do Terceiro Estado, liderado pela burguesia contra os privilégios do clero e da nobreza. 02. O desequilíbrio econômico da França, decorrente da Revolução Industrial. Inclusão para a Vida 04. A retomada da expansão comercial francesa, liderada por Colbert. 08. O apoio da monarquia às sucessivas rebeliões camponesas contrárias à nobreza. 16. O fortalecimento da monarquia dos Bourbons, após a participação vitoriosa na guerra de independência dos E.U.A. 3. A "Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão", da Revolução Francesa, traz o seguinte princípio: "Os homens nascem e se conservam livres e iguais em direitos. As distinções sociais só podem ter por fundamento o proveito comum". Tal princípio não é decorrente: 01. Da incorporação das reivindicações da classe média por maior participação na vida política. 02. Do reconhecimento da necessidade de assegurar os direitos dos vencidos, sem distinção de classes. 04. Da incorporação dos camponeses à comunidade dos cidadãos com direitos sociais e políticos reconhecidos na lei. 08. Da crença popular na perspectiva liberal burguesa de que a Revolução fora feita por todos e em benefício de todos. 16. Da determinação burguesa de levar avante um processo revolucionário de distribuição da propriedade privada. Tarefa Mínima 4. Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução Francesa, que: a) Teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social, a burguesia, única beneficiária da nova ordem. b) Fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças sóciopolíticas do Antigo Regime. c) Nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma camponesa e uma popular urbana, a dos chamados “sans-culottes”. d) Foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos camponeses, atrasou, em mais de um século, o progresso econômico da França. e) Abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto do ponto de vista político, impediu que a burguesia a concluísse. 5. Na Revolução Francesa, foi uma das principais reivindicações do Terceiro Estado: a) A manutenção da divisão da sociedade em classes rigidamente definidas. b) A concessão de poderes políticos para a nobreza, preservando a riqueza dessa classe social. c) A abolição dos privilégios da nobreza e instauração da igualdade civil. d) A união de poderes entre Igreja e Estado, com fortalecimento do clero. e) O impedimento do acesso dos burgueses às funções políticas do Estado. Pró Universidade História A UNIDADE 8 IDADE CONTEMPORÂNEA: PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL Imperialismo; o novo colonialismo partilha África e Ásia A colonização portuguesa e espanhola do século XVI havia se limitado à América. Com raras exceções, as terras africanas e asiáticas não foram ocupadas. Ali, os europeus limitaram-se ao comércio, principalmente o de especiarias. Por isso, no século XIX, havia grandes extensões de terras desconhecidas nos dois continentes. Começou então nova corrida colonial de outras potências europeias, sobretudo as que haviam passado por uma transformação industrial, como Inglaterra, Bélgica, França, Alemanha e Itália. Os motivos do neocolonialismo No século XVI, o objetivo colonialista era encontrar metais preciosos e mercados abastecedores de produtos tropicais e consumidores de manufaturas europeias. Todavia, os motivos que geraram o renascimento colonialista do século XIX são mais. Havia, sobretudo, interesses econômicos; mas a eles se juntaram outros, sociais, políticos e até religiosos e culturais. Nessa época, vários países europeus passavam pela Revolução Industrial. Precisavam encontrar fontes de matéria-prima (carvão, ferro, petróleo) e de produtos alimentícios que faltavam em suas terras. Também precisavam de mercados consumidores para seus excedentes industriais, além de novas regiões para investir os capitais disponíveis construindo ferrovias ou explorando minas, por exemplo. Tal mecanismo era indispensável para aliviar a Europa dos capitais excedentes. Se eles fossem investidos na Europa, agravariam a Grande Depressão e intensificariam a tendência dos países europeus industrializados de adotar medidas protecionistas, fechando seus mercados e tornando a situação ainda mais difícil. Some-se a tudo isso o crescimento acelerado da população europeia, necessitada de novas terras para estabelecer-se. No plano político, cada Estado europeu estava preocupado em aumentar seus contingentes militares, para fortalecer sua posição entre as demais potências. Possuindo colônias, disporiam de mais recursos e mais homens para seus exércitos. Tal era a política de prestígio, característica da França, que buscava compensar as perdas na Europa, especialmente a Alsácia-Lorena, para os alemães. Ter colônias significava ter portos de escala e abastecimento de carvão para os navios mercantes e militares distribuídos pelo planeta. Os missionários religiosos desejavam converter africanos e asiáticos. Havia gente que considerava um dever dos europeus difundir sua civilização entre povos que julgavam primitivos e atrasados. Tratava-se mais de um pretexto para justificar a colonização. É importante notar o desenvolvimento de ideologias racistas que, partindo das teorias de Darwin, afirmavam a superioridade da raça branca. 17 Inclusão para a Vida A Europa ocupa tudo Em 1914, 60% das terras e 65% da população do mundo dependiam da Europa. Suas potências tinham anexado 90% da África, 99% da Oceania e 56% da Ásia. A partilha Os continentes asiático e africano não foram partilhados de forma igual entre as principais nações europeias. Enquanto países como França e Inglaterra conquistaram muitas áreas de influências, Itália e Alemanha, que na segunda metade do século XIX enfrentavam seus processos de unificação, foram menos privilegiadas. Essa “distribuição irregular” gerou diversos conflitos entre as nações. Assim foram construídos os alicerces da Primeira Guerra Mundial. PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL – 1914 - 1918 A Primeira Guerra Mundial foi um conflito militar (19141918), iniciado por um confronto regional entre o Império Austro-Húngaro e a Sérvia, em 28 de julho de 1914. A causa imediata do início das hostilidades entre a Áustria-Hungria e a Sérvia foi o assassinato do arquiduque Francisco Fernando de Habsburgo, herdeiro do trono austrohúngaro, cometido, em Sarajevo no dia 28 de junho de 1914, por um nacionalista sérvio. Entretanto, os verdadeiros fatores determinantes do conflito foram: o espírito nacionalista que crescia por toda a Europa durante o século XIX e princípios do XX e a rivalidade econômica e política entre as diferentes nações, o processo de militarização e a corrida armamentista que caracterizaram a sociedade internacional dos últimos anos do século XIX, raiz da criação de dois sistemas de alianças que se diziam defensivas: a Tríplice Aliança e a Tríplice Entente. A primeira nasceu do pacto firmado entre a Alemanha, Áustria-Hungria e Itália contra a ameaça de ataque da França. A Tríplice Entente era a aliança entre a GrãBretanha, França e Rússia para contrabalançar a Tríplice Aliança. 1914-1915: A GUERRA DE MOVIMENTO As operações militares na Europa se desenvolveram em três frentes: a ocidental ou franco-belga, a oriental ou russa e a meridional ou sérvia. 1915-1917 – GUERRA DE TRINCHEIRAS 1917: ENTRADA DOS ESTADOS UNIDOS E O ARMISTÍCIO COM A RÚSSIA A política de neutralidade americana mudou quando a Alemanha anunciou, em janeiro de 1917, que a partir de fevereiro recorreria à guerra submarina. Várias nações latino-americanas, entre elas o Peru, o Brasil e a Bolívia apoiariam essa ação. O afundamento de alguns navios levou o Brasil, em 26 de outubro de 1917, a participar da guerra, enviando uma divisão naval em apoio aos aliados. Aviadores brasileiros participaram do patrulhamento do Atlântico, navios do Lóide Brasileiro transportaram tropas americanas para a Europa e, para a França, foi enviada uma missão médica. Representantes da Rússia, Áustria e Alemanha assinaram o armistício em 15 de dezembro, cessando assim a luta na frente oriental. 18 História A 1918: ANO FINAL República de Weimar, cujo governo enviou uma comissão para negociar com os aliados. Em 11 de novembro foi assinado o armistício entre a Alemanha e os aliados, baseado em condições impostas pelos vencedores. O Tratado de Versalhes (1919), que pôs fim à guerra, estipulava que todos os navios aprisionados passassem a ser de propriedade dos aliados. Em represália a tais condições, em 21 de junho de 1919, os alemães afundaram seus próprios navios em Scapa Flow. As potências vencedoras permitiram que deixassem de ser cumpridos certos itens estabelecidos nos tratados de paz de Versalhes, Saint-Germain-en-Laye, Trianon, Neuilly-surle-Seine e Sèvres, o que provocaria o ressurgimento do militarismo e de um agressivo nacionalismo na Alemanha, além de agitações sociais que se sucederiam em grande parte da Europa. Exercícios de Sala 1. (Enem 2009) A primeira metade do século XX foi marcada por conflitos e processos que a inscreveram como um dos mais violentos períodos da história humana. Entre os principais fatores que estiveram na origem dos conflitos ocorridos durante a primeira metade do século XX estão: a) a crise do colonialismo, a ascensão do nacionalismo e do totalitarismo. b) o enfraquecimento do império britânico, a Grande Depressão e a corrida nuclear. c) o declínio britânico, o fracasso da Liga das Nações e a Revolução Cubana. d) a corrida armamentista, o terceiro-mundismo e o expansionismo soviético. e) a Revolução Bolchevique, o imperialismo e a unificação da Alemanha. 2. O clima de tensão oriundo da expansão imperialista na Ásia e determinador do 1º Conflito Mundial não pode ser avaliado pelas: 01.Rivalidades entre franceses e ingleses na Indochina, entre ingleses e russos na Ásia Central e entre russos e japoneses na Mandchúria e Coreia. 02. Políticas de alianças entre russos e japoneses para bloquear as pretensões inglesas e francesas no sudeste asiático. 04. Tensões entre o Império Inglês e o Império Chinês em torno da Coreia e da Mandchúria com o apoio da França à Inglaterra. 08. Rivalidades entre ingleses e franceses no sudeste asiático, entre belgas e alemães em Port-Arthur e entre russos e poloneses na Ásia Europeia. 3. Os Estados Unidos emergiram como grande potência econômica mundial após a Primeira Guerra Mundial porque a) apoiou a Alemanha, com o objetivo de enfraquecer a Inglaterra. b) liderou a criação da ONU (Organização das Nações Unidas). c) fortaleceu sua economia ao fornecer equipamentos e suprimentos à Entente, enquanto as potências Inclusão para a Vida europeias tiveram suas economias arrasadas após o conflito. d) apresentou as propostas do Tratado de Versalhes, para enfraquecer a Alemanha, a grande potência industrial do início do século. e) se manteve afastado do conflito direto com as potências europeias, concentrando seus esforços no desenvolvimento interno. 4. A respeito do envolvimento dos E.U.A. na Primeira Grande Guerra é incorreto afirmar que: a) Foi influenciado pela intenção germânica de atrair o México, prometendo-lhe ajuda na reconquista de territórios perdidos para os E.U.A. b) Os E.U.A. financiaram diretamente a indústria bélica franco-inglesa e enviaram um grande contingente de soldados ao fronte. c) Uma possível derrota da França e Inglaterra colocaria em risco os investimentos norte-americanos na Europa. d) Contrariando o Congresso, o presidente dos E.U.A. rompeu a neutralidade, declarando guerra às forças do Eixo. e) A adesão dos E.U.A. desequilibrou as forças em luta, dando um novo alento à Entente. 5. Ao término da Primeira Grande Guerra, as potências vencedoras responsabilizaram a Alemanha pela guerra e foi-lhe imposto um tratado punitivo, o Tratado de Versailles, que teve como consequências: a) Degradação dos ideais liberais e democráticos, agitações políticas de esquerda - como o movimento espartaquista, crise econômica e desemprego. b) Enfraquecimento dos sentimentos nacionais, militarização do Estado Alemão, recuperação econômica e incorporação de Gdansk. c) Anexação das colônias de Togo e Camarões, a afirmação dos ideais liberais e democráticos e a valorização do marco alemão. d) Prosperidade econômica, rearmamento alemão, desmembramento da Alemanha e fortalecimento dos partidos liberais. e) Surgimento da República Democrática Alemã e da República Federal Alemã, fortalecimento do nazismo, militarismo e diminuição do desemprego. 6. Tema recorrente da política contemporânea, o nacionalismo tem-se constituído em foco permanente de conflito. Sobre ele, é correto afirmar que: 01. A Primeira Guerra foi precedida pelo confronto de diferentes projetos expansionista. É o caso da Rússia, que pretendia avançar sobre territórios do Império Austro-Húngaro e do Império Turco, dizendo-se protetora dos povos eslavos. Ou da Sérvia, que, ao pretender unificar os eslavos do Sudeste da Europa, formando a Grande Sérvia, também se chocava com os interesses desses Impérios. 02. A Segunda Guerra, igualmente, foi precedida de discursos nacionalistas, embora com novas feições. É o caso do fascismo italiano, embalado nos sonhos de reconstrução das glórias do Império Romano, ou do Pró Universidade História A nazismo alemão, defensor da unificação dos povos germânicos e da reconstrução do seu Império, então denominado III Reich. 04. A vitória do nacionalismo indiano (1947) e o fracasso franco-britânico na guerra contra o Egito (1956) desencadearam uma onda de nacionalismo nas antigas colônias europeias na África e na Ásia. Aliando-se a outros países de passado colonial, como os latinoamericanos, formaram uma terceira força internacional - Terceiro Mundo, situado entre o Capitalismo e o Socialismo. 08. Nos anos 80-90, novamente os movimentos nacionalistas abalam a política internacional. O já frágil "império" soviético vê sua unidade desfazer-se diante do separatismo das Repúblicas Bálticas Letônia, Estônia e Lituânia. A partir de então, outras repúblicas assumem o mesmo propósito, pondo fim à URSS. Entre os "eslavos do sul", as disputas de croatas e sérvios lançam a Iugoslávia numa violenta guerra civil. UNIDADE 9 IDADE CONTEMPORÂNEA: ENTRE GUERRAS Revolução Russa A industrialização da Rússia ocorreu com atraso de mais de um século em relação à Inglaterra, mas foi favorecida pelo fim da servidão, que liberou mão de obra, e pelos investimentos estrangeiros. A Primeira Guerra Mundial enfraqueceu ainda mais o governo Nicolau II. Em dois anos de luta, seu exército sofreu 7 milhões de baixas, entre mortos, feridos e desertores. A população civil padeceu com a fome e o desemprego. Em fevereiro de 1917, o czar abdicou e foi instalada uma república liderada por Kerensky. Em novembro, os bolcheviques comandados por Lênin e Trotsky tomam o poder. Logo após, assinam a paz com a Alemanha, efetuam uma radical reforma agrária e nacionalizam bancos, indústrias e meios de transportes. Depois de duas guerras, a economia russa estava arrasada. Para recuperá-la, Lênin adotou a NEP, afrouxando alguns controles sobre os investimentos estrangeiros, o excedente agrícola e as pequenas empresas (menos de vinte funcionários). Em 1924, Lênin morreu e foi substituído por Stálin, que passou a perseguir todos os seus adversários (principalmente os adeptos de Trotsky), condenando centenas de milhares à morte e milhões ao exílio na Sibéria. Suprimiu A NEP e adotou os planos quinquenais. A URSS tornou-se, assim, uma grande potência. Crise de 1929 Ao final da Primeira Guerra, a indústria dos EUA era responsável por quase 50% da produção mundial. O país criou um novo estilo de vida: o american way of life. Esse estilo de vida caracterizava-se pelo grande aumento na aquisição de automóveis, eletrodomésticos e toda sorte de produtos industrializados. 19 Inclusão para a Vida Entretanto, os EUA sofreram grande abalo em 1929, quando mergulharam numa terrível crise, de repercussão mundial. Por sua vez, Inglaterra, França e Alemanha foram atualizando rapidamente seus métodos industriais. Isso colaborou para aumentar o desequilíbrio entre o excesso de mercadorias produzidas e o escasso poder aquisitivo dos consumidores. Configurava-se assim uma conjuntura econômica de superprodução capitalista. O crack da Bolsa de Valores de Nova York A crise de superprodução teve como um de seus grandes marcos o dia 29 de outubro de 1929, dia do crack da Bolsa de Valores de Nova York, que representava o grande termômetro econômico do mundo capitalista. O crack da Bolsa de Valores de Nova York abalou o mundo inteiro. Os Estados Unidos não podendo vender também deixaram de comprar e isso afetou também o Brasil, que dependia das exportações de café para os Estados Unidos. New Deal: a reação à crise Nos primeiros anos do governo do presidente Franklin Roosevelt, os Estados Unidos adotaram o New Deal, um conjunto de medidas destinadas à superação da crise. O New Deal foi inspirado nas ideias do inglês John Keynes. O Keynesianismo defende um Estado mais interventor, que deveria evitar os riscos de superprodução, além de aumentar o poder de consumo, mas preservando a economia de mercado. Dentre as principais medidas adotadas pela política econômica do New Deal, destacam-se: Controle governamental dos preços de diversos produtos industriais e agrícolas. Concessão de empréstimos aos proprietários agrícolas. Realização de um grande programa de obras públicas. Criação de um seguro-desemprego. Recuperação industrial. Com a Crise de 29 e a adoção do New Deal, o liberalismo clássico de Adam Smith foi superado pelo neocapitalismo. Regimes Totalitários A Crise de 29 arruinou a economia americana, mas teve reflexos em todo o mundo. Nações como a Alemanha, que após o final da Primeira Guerra reconstruía-se com recursos oriundos principalmente dos estados Unidos da América, passaram a enfrentar aguda crise econômica. Grandes banqueiros, temendo a ameaça representada pelos partidos de orientação marxista, passaram a apoiar a ascensão de regimes totalitários, que prometiam estabelecer a ordem e a disciplina social. Exemplos marcantes desse processo foram o desenvolvimento do fascismo na Itália e do nazismo na Alemanha. Principais Características Totalitarismo: absoluta supremacia estatal; Governo ditatorial; Partido único; Nacionalismo; Racismo; Militarismo; 20 História A Expansionismo; Culto ao líder; Sociedade hierarquizada; Corporativismo: estado mediando as relações entre patrões e empregados. Exercícios de Sala 1. (UFSC 2001) O quadro acima reproduzido – Guernica – de Pablo Picasso, datado de 1937, representa o bombardeio da força aérea alemã à pequena cidade de Guernica. Em relação ao período entre as duas guerras mundiais (1919-1939), é CORRETO afirmar que: 01. foi um período de fortalecimento das ideias democráticas e liberais no ocidente. 02. nazismo e fascismo foram ideologias antagônicas que se formaram na Europa no período entre guerras. 04. forças militares alemãs testaram suas novas armas na Espanha, combatendo a favor das tropas do General Francisco Franco. 08. as diversas dificuldades que surgiram após o término da Ia Guerra, o avanço das ideias socialistas como reflexo da Revolução Russa (1917) e a crise do capitalismo internacional favoreceram o avanço de ideias e partidos totalitários. 16. as ideias republicanas foram vitoriosas em alguns países, com destaque para Portugal. 32. os sindicatos de trabalhadores, urbanos ou rurais, experimentaram importantes vitórias políticas nos países ibéricos. 2. O período de 1919 a 1939, pelos componentes que o constituíram, marcados por esperanças e frustrações, é tido como um dos mais críticos da época contemporânea. Dos esforços para superar a devastação da Primeira Guerra Mundial, se encaminha para a recuperação e logo em seguida para o novo conflito mundial. A respeito desse período é correto afirmar que: 01. A frustração e o inconformismo dos alemães, submetidos às cláusulas do Tratado de Versalhes, levaram - nos a chamar esse acordo de "Diktat". 02. A Liga das Nações (ou Sociedade das Nações), criada após a Primeira Guerra Mundial, recebeu apoio de todas as potências e teve atuação decisiva para evitar todas as crises internacionais da década de 1930. 04. A URSS participou ativamente da política internacional europeia na década na década de 1920. 08. Nesse período houve a vitória das ditaduras do tipo nazi - fascista na Itália e na Alemanha, além de regimes autoritários em diversos países, como Portugal e Espanha. Inclusão para a Vida 16. A crise de 1929 e a grande depressão econômica que ela gerou, desencadearam também crises políticas, reacenderam nacionalismos econômicos e políticos, facilitaram a ascensão de ditaduras e contribuíram para o advento da Segunda Guerra Mundial. 3. O período de entre guerras (1919-1939) foi caracterizado pelo aparecimento de regimes autoritários na Europa. A esse respeito, é correto afirmar que: 01. Esses regimes podem ser entendidos como uma alternativa tanto à ordem liberal tradicional quanto ao regime comunista. 02. No período em questão, acentuaram-se as dificuldades dos regimes democráticos e acentuou-se o fracionamento político, o que dificultava o estabelecimento de maiorias parlamentares que pudessem garantir a continuidade administrativa. 04. A incapacidade dos regimes de democracia liberal de contornarem a crise econômica dos anos 1920/30, também contribuiu para abrir espaços para a expansão dos regimes autoritários. 08. Parte importante no projeto do nazismo de unificação das vontades coletivas foi a ênfase na liberdade de expressão e na igualdade entre as raças. 16. A expansão dos regimes autoritários se fez com base num acentuado internacionalismo e cosmopolitismo, rejeitando-se qualquer ênfase em temas nacionalistas. 32. A tomada do poder pelos nazistas e fascistas teve uma significativa participação popular, inclusive com grandes manifestações de massa. Tarefa Mínima 4. (ENEM 2009) Os regimes totalitários da primeira metade do século XX apoiaram-se fortemente na mobilização da juventude em torno da defesa de ideias grandiosas para o futuro da nação. Nesses projetos, os jovens deveriam entender que só havia uma pessoa digna de ser amada e obedecida, que era o líder. Tais movimentos sociais juvenis contribuíram para a implantação e a sustentação do nazismo, na Alemanha, e do fascismo, na Itália, Espanha e Portugal. A atuação desses movimentos juvenis caracterizava-se: a) pelo sectarismo e pela forma violenta e radical com que enfrentavam os opositores ao regime. b) pelas propostas de conscientização da população acerca dos seus direitos como cidadãos. c) pela promoção de um modo de vida saudável, que mostrava os jovens como exemplos a seguir. d) pelo diálogo, ao organizar debates que opunham jovens idealistas e velhas lideranças conservadoras. e) pelos métodos políticos populistas e pela organização de comícios multitudinários. 5. "A guerra atual é, por parte de ambos os grupos potências beligerantes, uma guerra (...) conduzida pelos capitalistas pela partilha das vantagens que provêm domínio sobre o mundo, pelos mercadores do capital financeiro (bancário), pela submissão dos povos fracos etc." ("Resolução sobre a Guerra", publicada no jornal PRAVDA em abril de 1917.) Pró Universidade História A O texto oferece uma interpretação característica dos bolcheviques sobre a a) Guerra Russo-Japonesa. b) Guerra da Coreia. c) Guerra da Crimeia. d) Primeira Guerra Mundial. e) Primeira Guerra Balcânica. 6. Sobre fatos antecedentes à Segunda Guerra Mundial, assinale a alternativa incorreta. a) Os E.U.A. cortaram o envio de ferro, aço, petróleo e borracha e bloquearam capitais japoneses na América do Norte por causa da invasão da Manchúria pelo Japão. b) Passando por cima das disposições dos tratados do pósguerra, em 1938, Hitler, com o apoio de fascistas austríacos, ordenou a ocupação da Áustria. e) Em 1936, um grupo de generais, chefiados por Franco, iniciou uma revolta contra o governo de esquerda, legalmente constituído, na Espanha. d) A euforia econômica decorrente da valorização da Bolsa de Nova Iorque em 1929 favoreceu a recuperação econômica e a consolidação das democracias na Europa. e) Em 1939, Stálin conseguiu-se aproximar da Alemanha através do Pacto Germano-Soviético, negociado por Ribbentrop e Molotov. UNIDADE 10 IDADE CONTEMPORÂNEA: SEGUNDA GUERRA MUNDIAL – 1939-1945 A humilhação sofrida pela Alemanha com o Tratado de Versalhes cria as condições ideais para a germinação do nacional-socialismo - nazismo - alemão e a ascensão de Hitler ao poder, em 1933. O nacional-socialismo toma o poder pela violência, elimina as dissensões internas com métodos violentos e combate a divisão do mundo produzida pela 1a Guerra. Reação mundial ao nazismo - As potências ocidentais têm uma posição dúbia em relação ao nazismo. Pressentem o perigo representado por Hitler, mas permitem o crescimento da Alemanha nazista como forma de bloquear a União Soviética. A invasão da Polônia, em 1o de setembro de 1939, por tropas e aviões alemães, não surpreende a Europa. Todos estão à espera da guerra. Origens do Eixo - Itália e Alemanha têm regimes políticos semelhantes, mas o que mais as aproxima é o limitado espaço territorial de que dispõem e a acirrada competição pelos mercados internacionais. Stalin percebe que as anexações alemãs caminham em direção à União Soviética e firma com Hitler o Pacto Germano-Soviético, em 1939, pelo qual anexa a Lituânia, Letônia, Estônia e parte da Polônia e Finlândia. COMEÇA A GUERRA NA EUROPA Em abril de 1939 Hitler exige a anexação de Dantzig, o "corredor polonês", e a concessão de uma rede rodoviária 21 Inclusão para a Vida e ferroviária que cruze a província polonesa da Pomerânia. A Polônia, sem condições de resistir, é invadida por tropas nazistas no dia 1o de setembro. O Reino Unido, comprometido com a defesa da Polônia em caso de agressão, declara guerra à Alemanha. Horas depois, é seguida pela França. Até junho de 1940, quando a Itália declara guerra à França e ao Reino Unido, o conflito está restrito aos três países. A Alemanha invade e ocupa a Noruega, a Bélgica, a Holanda e a França. Domínio alemão - O domínio alemão na Europa fica patente com a expulsão dos ingleses de Dunquerque e os armistícios assinados pela França com a Itália e Alemanha, em junho de 1940, que dividem o território francês em duas partes. Na Batalha da Inglaterra, no verão de 1940, a aviação inglesa, RAF (Royal Air Force), consegue rechaçar os ataques da Luftwaffe (aviação alemã). Defesa de Moscou - Em fins de 1941 a defesa de Moscou marca uma das mais decisivas vitórias aliadas. Ataque a Pearl Harbor - O ataque japonês à base norteamericana de Pearl Harbor, no Havaí, em 7 de dezembro de 1941, leva os Estados Unidos a declararem guerra ao Eixo e alastra o conflito a quase todo o mundo. As duas facções beligerantes estão definidas: os países do Pacto Anticomintern (o Eixo) - Alemanha, Itália e Japão - contra os Aliados - Inglaterra, Estados Unidos, União Soviética e China. A China já se encontra em guerra contra o Japão desde 1931. Kamikazes - É como são chamados os aviões japoneses carregados de explosivos e dirigidos por um piloto suicida que com ele se atira sobre o alvo inimigo. SEGUNDA FASE DA GUERRA É quando o conflito se torna uma guerra de desgaste. O Eixo tenta subjugar a Inglaterra, cortando suas linhas de abastecimento no Atlântico e no Mediterrâneo. Contra-ofensiva na África e Itália - Em julho de 1943 os Aliados desembarcam na Sicília e, em setembro, avançam até Nápoles. Mussolini é destituído em julho e a Itália muda de lado. Dia D - Em 6 de junho de 1944, chamado de "Dia D" pelos Aliados, sob o comando do general Einsenhower, é feito o ataque estratégico que daria o golpe mortal nas forças nazistas que ainda resistem na Europa. Cinquenta e cinco mil soldados norte-americanos, britânicos e canadenses desembarcam nas praias da Normandia, noroeste da França, na maior operação aeronaval da História, envolvendo mais de 5 mil navios e mil aviões. Guerra no Pacífico - No Pacífico, a situação também se inverte com a vitória das tropas norte-americanas na batalha naval de Midway e em Guadalcanal, em 1942. Ataque a Hiroshima e Nagasaki - Em 6 de agosto os Estados Unidos lançam a primeira bomba atômica sobre Hiroshima, deixando mais de 100 mil mortos e 100 mil feridos. A partir de 8 de agosto tropas soviéticas expulsam 22 História A os japoneses da Mandchúria e da Coreia e ocupam as ilhas Kurilas e Sakalina. Em 9 de agosto é lançada a segunda bomba atômica, dessa vez sobre Nagasaki, com saldo de vítimas semelhante ao de Hiroshima. Final da guerra - Hitler suicida-se em 30 de abril, com a chegada das tropas soviéticas a Berlim, e o almirante Doenitz forma novo governo e pede o fim das hostilidades. A capital alemã é ocupada em 2 de maio. A Alemanha se rende incondicionalmente em 7 de maio, em Reims. A capitulação do Japão acontece em 2 de setembro, em Tóquio. A 2 a Guerra Mundial deixa um saldo de 50 milhões de mortos e custa cerca de US$ 1,40 trilhão. JULGAMENTO DE NUREMBERG Terminado o conflito, os vitoriosos decidem julgar os líderes nazistas num inédito tribunal internacional de crimes de guerra. A iniciativa contribui para a descoberta dos campos de concentração e extermínio. A sede escolhida é a cidade alemã de Nuremberg, que nos anos 30 havia sido palco dos maiores comícios nazistas. Exercícios de Sala 1. A Segunda Guerra Mundial alterou a correlação de forças no mundo. Entre as modificações ocorridas, destacam-se: 01. O declínio da influência europeia cuja hegemonia já havia sido comprometida desde a Primeira Guerra Mundial. 02. A ascensão dos Estados Unidos e da União Soviética, liderando blocos de interesses divergentes e originando a chamada "bipolarização" do mundo. 04. Após a Segunda Guerra Mundial, e até recentemente, nenhuma potência europeia ou os Estados Unidos participaram de qualquer conflito bélico. 08. Após a Guerra - e por causa dela -, houve intensificação das manifestações anticolonialistas, acelerando-se o processo de descolonização das colônias europeias na África e na Ásia. 16. O final da Segunda Guerra Mundial decretou o desaparecimento dos Estados autoritários, reorganizando-se o mundo em bases inteiramente democráticas. 32. Como tentativa de resolver os problemas internacionais, criou-se em 1945 a Organização das Nações Unidas (ONU). 2. Sobre a História Contemporânea, é correto afirmar que: 01. A Primeira Guerra Mundial (1914-18) resultou, dentre outros motivos, da concorrência comercial, da disputa por colônias e da luta pela hegemonia dos mares. 02. A grande vencedora da Primeira Guerra Mundial foi a Alemanha, o que motivou a reação da Itália e do Japão no final dos anos 30, dando inicio à Segunda Guerra Mundial. 04. O Tratado de Versalhes foi imposto pela Alemanha aos países europeus, com o apoio dos Estados Unidos. 08. A ideologia nazista enaltecia o nacionalismo e o militarismo, visando conquistar as massas e o exército, Inclusão para a Vida e pregava o anti-comunismo, visando conquistar a alta burguesia. 16. Apesar das guerras do século XX, a Europa manteve sempre sua hegemonia econômica e política sobre o mundo. Tarefa Mínima IDADE CONTEMPORÂNEA: GUERRA FRIA Da rosa de Hiroshima A rosa hereditária A rosa radioativa Estúpida e inválida A rosa com cirrose A anti-rosa atômica Sem cor, sem perfume Sem rosa, sem nada "Rosa de Hiroshima" Marcos iniciais da Guerra Fria (Gerson Conrad e Vinícius de Moraes) Podemos considerar que o texto acima debate: a) A herança terrível das bombas atômicas atiradas em Hiroshima e Nagasaky, no final da 2ª Guerra Mundial, levantando a necessidade de sua lembrança para defendermos a paz. b) A poesia não trata dos problemas relativos à bomba atômica, a guerra e a paz. c) As armas atômicas nunca seriam usadas como forma de poder entre as potências mundiais. d) A paz só será garantida com a utilização de armas atômicas. e) As armas atômicas deixaram poucas heranças culturais e políticas durante o período da Guerra Fria. 4. Na II Guerra Mundial, as bombas atômicas de Hiroshima e Nagazaki foram consideradas crimes de guerras, porque: a) O conflito já tinha terminado em agosto de 1945 e a resistência japonesa era mínima em Pearl Harbor. b) As bombas faziam parte de um esquema de testes militares. c) Os E.U.A. queriam impor o seu domínio à Alemanha. d) Os E.U.A. pretendiam deter o avanço dos soviéticos na Ásia. e) As bombas tinham um único alvo: os japoneses no Pacífico. 5. Foi o encontro do primeiro ministro inglês Winston Churchill e dos presidentes Roosevelt, dos Estados Unidos e Stálin, da União Soviética onde confirmou-se o desmembramento da Alemanha e da Coreia: a) Conferência do Cairo. b) Conferência de Teerã. c) Conferência de Ialta. d) Conferência de Potsdam. e) Conferência de Bandung. Pró Universidade UNIDADE 11 Bipolarização entre EUA (capitalismo) e URSS (socialismo), estado de constante hostilidade entre as duas superpotências e seus aliados e corrida armamentista e tecnológica, mas sem conflito armado direto, caracterizaram a Guerra Fria, que vigorou entre o fim da Segunda Guerra Mundial e a crise do socialismo real no final dos anos 1980. Tradicionalmente as fases da Guerra Fria são a Guerra Fria “Clássica” (1945 – 1953), o período do Degelo ou da Coexistência Pacífica (1953 – 1968) e a política da Détente ou da Distensão (1968 – 1989). 3. Pensem nas crianças Mudas telepáticas Pensem nas meninas Cegas inexatas Pensem nas mulheres Rotas alteradas Pensem nas feridas Como rosas cálidas Mas oh! não se esqueçam História A Bloco Capitalista Em 1946, Churchill discursa nos EUA e pede para que estes se tornem os protetores do “mundo livre”, pois a Grã-Bretanha, não poderia mais manter tal papel. Doutrina Truman (1947) – o presidente Truman responde Churchill através de sua Doutrina e pede ao Congresso Americano ajuda econômica e militar para os governos europeus. Os EUA passaram a assumir a tarefa de “protetores” da democracia, reagindo, imediatamente, ao menor sinal de avanço socialista. A Doutrina Truman pode ser considerada marco inicial da Guerra Fria. Plano Marshall (1947) – ajuda econômica para a Europa e considerado “braço econômico” do Bloco Capitalista no início da Guerra Fria. Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) 1949 – força político-militar com objetivos “defensivos”, inicialmente composta por países da Europa Ocidental, EUA e Canadá. Bloco Socialista Tratado de Assistência Mútua da Europa Oriental (Pacto de Varsóvia) 1955 – aliança militar do Bloco Socialista e formada por países da Europa Oriental e a URSS. Principais acontecimentos Crise ou Bloqueio de Berlim (1948-49) – com o fim da Segunda Guerra, o Acordo de Potsdam (1945) dividiu a derrotada Alemanha nazista e sua capital em quatro zonas de ocupação entre URSS, EUA, Grã-Bretanha e França. República Federal da Alemanha (capital Bonn), sob o governo capitalista. República Democrática Alemã, inspirada no modelo soviético, com capital em Berlim Oriental. Guerra da Coreia (1950-53) – a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial (1945) permitiu a libertação da Coreia pelas tropas aliadas, mas o país foi dividido em dois setores de ocupação (norte-americano e soviético), pelo paralelo 38º. A divisão do país, as tensões relacionadas com a Guerra Fria e a vitória comunista de Mao Tsé-tung na Revolução Chinesa, em 1949, 23 Inclusão para a Vida História A desencadearam a Guerra da Coreia, iniciada após a invasão do sul pelos norte-coreanos, em 1950. A Coreia do Sul recebeu apoio militar dos Estados Unidos, enquanto a do Norte da China e da URSS. O conflito terminou com a assinatura do Armistício de Panmunjom (1953), que ratificou a divisão da Coreia efetuada anteriormente. Maio de 1968 – “é proibido proibir’’ e “paz e amor’’ foram palavras de ordem de uma geração, nascida em plena Guerra Fria, e que viveu os “anos rebeldes’’ – a década de 1960. Na França, em 1968, os estudantes protestaram contra as reformas educacionais, além de pedirem maior liberdade, criticando abertamente o conservadorismo. Guerra do Vietnã (1960-75) – a luta pela descolonização da Indochina começou no Vietnã e foi liderada por Ho Chi Minh - Guerra da Indochina (1946-54). Na Conferência de Genebra (1954), a França reconheceu a independência do Laos, Camboja e Vietnã – este dividido em Norte (socialista) e Sul (capitalista). As eleições que reunificariam o Vietnã em 1956, não aconteceram, devido ao golpe de Estado de Ngo Dinh Diem (Sul) que estabeleceu uma ditadura militar em 1955, apoiado pelos Estados Unidos. A resistência ao governo golpista gerou a formação da Frente de Libertação Nacional, cujo braço armado eram os vietcongues, e a Guerra do Vietnã. Nos anos 1960, auge da Guerra Fria, a guerra no Sudeste asiático ampliou-se com a intervenção militar norteamericana. A saída dos Estados Unidos e o avanço das tropas comunistas levaram à rendição do Sul, em 1975, permitindo a reunificação do país, em 1976, e o nascimento da República Socialista do Vietnã. Corrida espacial – as pesquisas espaciais tiveram destacado papel na tensão entre Estados Unidos e URSS, transformando a eficiência tecnológica em uma importante arma político-ideológica. A corrida espacial começou em 4 de outubro de 1957, quando foi lançado o primeiro satélite em órbita da Terra pela União Soviética, o Sputnik-1. A competição aumentou quando os soviéticos, um mês depois do Sputnik-1, enviaram o Sputnik-2. Em 1961 a URSS comemorou o primeiro vôo tripulado, transformando Iúri Gagárin no primeiro astronauta da história. Apenas em 20 de julho de 1969, os norte-americanos conseguiram impor-se, enviando a Apolo-11, com os primeiros astronautas, à Lua. Muro de Berlim (1961) – o interesse soviético em bloquear fugas para o lado capitalista de Berlim e enfraquecer as expectativas reunificadoras, levou a Alemanha Oriental a erguer o muro em 1961. O “muro da vergonha” dividiu famílias e ideologias, transformando-se em um dos principais símbolos da Guerra Fria. Crise dos mísseis (1962) – em 1959, Fidel Castro e alguns companheiros, contando com o apoio camponês, derrubaram o ditador cubano Fulgêncio Batista. O governo revolucionário demonstrou, desde o início, uma grande preocupação com a justiça social. A reação americana foi imediata, merecendo destaque, o embargo comercial e a pressão para que Cuba fosse expulsa da OEA. Isolada política e economicamente, Cuba aproxima-se da URSS, ampliando o Bloco Socialista. Mas, o momento de maior tensão aconteceu em 1962, quando os EUA descobriram que mísseis soviéticos estavam sendo instalados em Cuba – Crise dos Mísseis. A conscientização das graves consequências de um confronto armado direto levou os líderes das superpotências ao entendimento. A URSS concordou em retirar seus mísseis e os EUA aceitaram a perda do monopólio político-ideológico no continente. Primavera de Praga (1968) – as intenções de modernizar a economia e o Estado, buscando uma via independente e mais humanizada de socialismo, pelo presidente, da então Tchecoslováquia, Dubcek, provocou a imediata reação soviética, que a fim de manter seu controle sobre a Europa Oriental, enviou tropas do Pacto de Varsóvia, reprimindo a “Primavera de Praga”. 24 Fim da União Soviética Em 1991, em meio a uma grave crise do que se passou a chamar “socialismo real”, a União Soviética deixava oficialmente de existir. Era mais um fato de uma época de mudanças radicais – queda do Muro de Berlim, reunificação da Alemanha, queda dos regimes de esquerda do Leste Europeu etc. No final dos anos 80, o presidente soviético Mikhail Gorbachev estava ciente dos problemas que o país atravessava e decidiu adotar dois conjuntos de reformas. A Perestroika, ou Reestruturação, visava a mudar as condições econômicas do Estado – na realidade, permitia a volta da propriedade privada e do capitalismo. Já a Glasnost, ou Transparência, tinha como objetivo mudar a estrutura política e abrir caminho para o surgimento de mecanismos de expressão democrática. Gorbachev queria diminuir a burocracia e a corrupção, que eram alarmantes nos órgãos estatais naquela época. As guerras do Golfo Pérsico Guerra Irã-Iraque (1980-88): vitória militar não conclusiva do Iraque. Amos os países se debilitaram Guerra do Kuwait (1990-91): o Iraque foi obrigado a retirar-se do Kuwait pela Operação Tempestade no Deserto liderada pelos EUA. Guerra anglo-americana contra o Iraque (2003): ocupação anglo-americana do Iraque, dissolução do regime de Saddam Hussein. Exercícios de Sala 1. (UFSC 2001) Inclusão para a Vida Sobre as regiões do Oriente Médio e norte da África, assinale a(s) proposição(ões) CORRETA(S). 01. Os fenícios, reconhecidos navegadores e comerciantes da Antiguidade, viveram na região do atual Líbano e expandiram seus domínios com a fundação de várias colônias na costa mediterrânea, como Cartago. 02. A religião islâmica, fundada no século VII na Península Arábica pelo profeta Maomé, tem como um dos seus princípios fundamentais o politeísmo. 04. A expansão islâmica, iniciada no século VII, foi responsável pela formação de um império que se estendia da Península Ibérica, na Europa, até o rio Indo, na Ásia. 08. Os conflitos árabe-israelenses tiveram início após a Primeira Guerra Mundial com a criação do Estado da Palestina por intervenção da Organização das Nações Unidas, em território anteriormente ocupado pelo povo judeu. 16. O Prêmio Nobel da Paz de 2011 foi entregue a três mulheres, dentre elas Tawakkul Karman, pela liderança na luta pelos direitos humanos durante a Primavera Árabe no Iêmen. 32. Em 2003, os governos dos Estados Unidos e da Inglaterra lideraram uma coalizão que invadiu o Iraque e depôs o presidente Sadam Hussein. 2. No período imediatamente após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), ocorre o(a): 01.Estabelecimento da bipolaridade nas relações internacionais, com os Estados Unidos e a União Soviética liderando os blocos capitalistas e socialistas, respectivamente. 02. Declínio da Europa como centro do poder mundial, de que a descolonização afro-asiática foi exemplo marcante. 04. Criação da Organização das Nações Unidas, em cujo Conselho de Segurança manifesta-se o princípio de absoluta igualdade entre os Estados participantes. 08. Refluxo no processo de expansão socialista, em parte determinado pelo fracasso militar soviético durante a guerra. Tarefa Mínima 3. (ENEM 2009) Do ponto de vista geopolítico, a Guerra Fria dividiu a Europa em dois blocos. Essa divisão propiciou a formação de alianças antagônicas de caráter militar, como a OTAN, que aglutinava os países do bloco ocidental, e o Pacto de Varsóvia, que concentrava os do bloco oriental. É importante destacar que, na formação da OTAN, estão presentes, além dos países do oeste europeu, os EUA e o Canadá. Essa divisão histórica atingiu igualmente os âmbitos político e econômico que se refletia pela opção entre os modelos capitalista e socialista. Essa divisão europeia ficou conhecida como: a) Cortina de Ferro. b) Muro de Berlim. c) União Europeia. d) Convenção de Ramsar. e) Conferência de Estocolmo. Pró Universidade História A 4. (ENEM 2009) O ano de 1968 ficou conhecido pela efervescência social, tal como se pode comprovar pelo seguinte trecho, retirado de texto sobre propostas preliminares para uma revolução cultural: “É preciso discutir em todos os lugares e com todos. O dever de ser responsável e pensar politicamente diz respeito a todos, não é privilégio de uma minoria de iniciados. Não devemos nos surpreender com o caos das ideias, pois essa é a condição para a emergência de novas ideias. Os pais do regime devem compreender que autonomia não é uma palavra vã; ela supõe a partilha do poder, ou seja, a mudança de sua natureza. Que ninguém tente rotular o movimento atual; ele não tem etiquetas e não precisa delas”. Os movimentos sociais, que marcaram o ano de 1968: a) foram manifestações desprovidas de conotação política, que tinham o objetivo de questionar a rigidez dos padrões de comportamento social fundados em valores tradicionais da moral religiosa. b) restringiram-se às sociedades de países desenvolvidos, onde a industrialização avançada, a penetração dos meios de comunicação de massa e a alienação cultural que deles resultava eram mais evidentes. c) resultaram no fortalecimento do conservadorismo político, social e religioso que prevaleceu nos países ocidentais durante as décadas de 70 e 80. d) tiveram baixa repercussão no plano político, apesar de seus fortes desdobramentos nos planos social e cultural, expressos na mudança de costumes e na contracultura. e) inspiraram futuras mobilizações, como o pacifismo, o ambientalismo, a promoção da equidade de gêneros e a defesa dos direitos das minorias. 5. (ENEM 2009) O fim da Guerra Fria e da bipolaridade, entre as décadas de 1980 e 1990, gerou expectativas de que seria instaurada uma ordem internacional marcada pela redução de conflitos e pela multipolaridade. O panorama estratégico do mundo pós-Guerra Fria apresenta: a) o aumento de conflitos internos associados ao nacionalismo, às disputas étnicas, ao extremismo religioso e ao fortalecimento de ameaças como o terrorismo, o tráfico de drogas e o crime organizado. b) o fim da corrida armamentista e a redução dos gastos militares das grandes potências, o que se traduziu em maior estabilidade nos continentes europeu e asiático, que tinham sido palco da Guerra Fria. c) o desengajamento das grandes potências, pois as intervenções militares em regiões assoladas por conflitos passaram a ser realizadas pela Organização das Nações Unidas (ONU), com maior envolvimento de países emergentes. d) a plena vigência do Tratado de Não Proliferação, que afastou a possibilidade de um conflito nuclear como ameaça global, devido à crescente consciência política internacional acerca desse perigo. e) a condição dos EUA como única superpotência, mas que se submetem às decisões da ONU no que concerne às ações militares. 25 Inclusão para a Vida 6. (ENEM 2012) Com sua entrada no universo dos gibis, o Capitão chegaria para apaziguar a agonia, o autoritarismo militar e combater a tirania. Claro que, em tempos de guerra, um gibi de um herói com uma bandeira americana no peito aplicando um sopapo no Fürer só poderia ganhar destaque, e o sucesso não demoraria muito a chegar. A capa da primeira edição norte-americana da revista do Capitão América demonstra sua associação com a participação dos Estados Unidos na luta contra a) a Tríplice Aliança, na Primeira Guerra Mundial. b) os regimes totalitários, na Segunda Guerra Mundial. c) o poder soviético, durante a Guerra Fria. d) o movimento comunista, na Guerra do Vietnã. e) o terrorismo internacional, após 11 de setembro de 2001. 7. (ENEM 2012) 26 História A Nos anos que se seguiram à Segunda Guerra, movimentos como o Maio de 1968 ou a campanha contra a Guerra do Vietnã culminaram no estabelecimento de diferentes formas de participação política. Seus slogans, tais como “Quando penso em revolução quero fazer amor”, se tornaram símbolos da agitação cultural nos anos 1960, cuja inovação relacionava-se: a) à contestação da crise econômica europeia, que fora provocada pela manutenção das guerras coloniais. b) à organização partidária da juventude comunista, visando o estabelecimento da ditadura do proletariado. c) à unificação das noções de libertação social e libertação individual, fornecendo um significado político ao uso do corpo. d) à defesa do amor cristão e monogâmico, com fins à reprodução, que era tomado como solução para os conflitos sociais. e) ao reconhecimento da cultura das gerações passadas, que conviveram com a emergência do rock e outras mudanças nos costumes.