PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO RELIGIOSO

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PRÁTICAS PEDAGÓGICAS E ENSINO RELIGIOSO: PROPOSIÇÕES E EFETIVAÇÕES
Josiane Priscila Barbosa Martins, (IC, Fundação Araucária), Unespar – Câmpus de Campo Mourão,
[email protected]
Aline Pereira Lima, (OR), Unespar – Câmpus de Campo Mourão, [email protected]
RESUMO: Historicamente os currículos escolares brasileiros são marcados por conflitos no que diz
respeito ao Ensino Religioso (ER). Tendo percebido em pesquisa anterior (MARTINS; LIMA, 20122013) que desde 1996 um número considerável de trabalhos acadêmicos, em nível de mestrado e
doutorado, se atentaram para a disciplina nas escolas públicas e muitos desses apresentam propostas
ou indicações metodológicas para essa área de ensino é que surge esta pesquisa. A presente pesquisa
pretende discutir e problematizar as dimensões, direcionamentos e práticas pedagógicas sugeridas nos
trabalhos selecionados. Trata-se então de uma pesquisa com caráter bibliográfico, que traz para o
centro das discussões as indicações de práticas feitas por trabalhos de mestrado e doutorado que
abordam o tema ER e escola pública.
Palavras-chave: Ensino Religioso. Práticas Pedagógicas. Escola pública.
1 INTRODUÇÃO
Ao longo da história da educação brasileira muitos foram os desafios em relação à educação
escolarizada, sendo um deles desatrelar a religião da educação escolar. Em parte isso é conseguido
com a formação do estado laico, no entanto, como demonstram pesquisas (CUNHA, 2007; LIMA,
2008; BARBOSA e CUNHA, 2009) práticas religiosas diversas ainda se fazem presentes na escola
pública.
Além das práticas religiosas (por vezes proselitistas) em diversas escolas públicas brasileiras,
há outro fato polêmico que tem despertado o interesse de pesquisadores da educação, o Ensino
Religioso (ER) enquanto disciplina, que mesmo reconhecida constitucionalmente não está livre de
dissensos quanto a sua presença e forma na educação básica.
Atualmente, presente no currículo escolar, o ER é visto legalmente como área de
conhecimento e patrimônio da humanidade que deve ser trabalhado nas escolas públicas brasileiras. A
Constituição Federal (CF) de 1988, por exemplo, em seu artigo 210, parágrafo 1º, o trata como
“disciplina dos horários normais das escolas públicas de ensino fundamental”. Assim o ER é parte da
educação básica, com matrícula facultativa para os alunos.
Diante dessa nova forma de conceber o ER, sua regulamentação por meio da Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional (LDB) e efetivação na escola pública temos nos dedicado a
investigações sobre a temática. Algumas voltadas para a presença de práticas religiosas diversas em
escolas públicas (LIMA, 2004), e finalidades e sentidos atribuídos ao ER em âmbito escolar (LIMA,
2008), outras destinadas a comparar a natureza de regulamentações estaduais (LIMA, 2011) e verificar
se mesmo diante da heterogeneidade e diversidade que marcam a regulamentação do ER em alguns
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estados brasileiros há um movimento de atribuição de sentidos e interpretações dessa legislação que
conduzem a ideais e práticas muito próximas (LIMA, 2012).
Mais recentemente (MARTINS; LIMA, 2012-2013) nos propomos a investigar as produções
acadêmicas em nível de mestrado e doutorado sobre ER e escola pública buscando observar em que
medida o marco regulatório (CF e LDB) têm influenciado as produções acadêmicas, bem como
interesses de instituições religiosas na produção acadêmica sobre o tema, entre outros aspectos. Para o
desenvolvimento dessa pesquisa traçamos um percurso metodológico que num primeiro momento, de
quantificação, teve como objetivo levantar os trabalhos sobre ER e ensino público produzindo algumas
análises: quantos trabalhos de mestrado e doutorado que apresentam discussões sobre prática
pedagógica e escola pública, quais as dimensões, direcionamentos e práticas pedagógicas sugeridas,
quais universidades produzem mais trabalhos com indicações de práticas.
Nesse primeiro momento, constatamos que há um número significativo de trabalhos
defendidos em universidades confessionais que indicam práticas para sala de aula, sendo que ciências
da religião e teologia somaram treze trabalhos, enquanto educação produziu apenas seis. Com isso,
pudemos perceber que outras áreas do conheciemnto têm produzido mais trabalhos pensando em
práticas concernentes ao âmbito educacional.
No contato com o material de pesquisa observamos também que alguns conceitos adotados na
pós-modernidade são utilizados para discussões no âmbito da disciplina ER, entre eles: alteridade e
diálogo inter-religioso. A alteridade evocada nos trabalhos está relacionada ao ver o outro (diferente)
relacionar-se com pessoas de credos diferentes e vê-lo como seu semelhante. Logo, Não se trata de
abandonar sua crença em detrimento de outra, mas de conhecer as diversas maneiras de ver o sagrado.
Já o diálogo inter-religioso propõe que a diversidade seja reunida havendo assim comunicação entre
religiões cristãs e não cristãs. Ao que parece as discussões estão progredindo ao menos no que diz
respeito aos discursos, resta saber se as escolas estão aderindo esta forma de conceber o ER.
Na análise qualitativa dos dados, observamos que havia um número significativo de trabalhos
empenhados em problematizar práticas de ER e propor práticas pedagógicas diferenciadas para a
disciplina. Daí surgiu à pesquisa que aqui descreveremos os resultados. Nosso objetivo é
problematizar e analisar as dimensões, direcionamentos e práticas pedagógicas sugeridas em trabalhos
levantados que apresentam indicações de práticas relacionadas ao ER nas escolas.
No relatório parcial apresentamos análise mais quantitativa de dezoito trabalhos, sendo que
elaboramos categorias onde pudemos aproximar os trabalhos por eixos para averiguar com mais
clareza as produções. Criamos então quatro eixos que tornam pontos comuns entre os trabalhos:
1.currículo diferenciado; 2.educação em valores; 3.dialogo inter-religioso e interdisciplinar; 4.fusão da
religião e cultura.
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Eixo dos trabalhos
n°. de trabalhos
Eixo 1
6
Eixo 2
4
Eixo 3
5
Eixo 4
3
Tabela 1 trabalhos categorizados
Os trabalhos agrupados como sendo (1) currículo diferenciado sugerem propostas de um
novo modelo para a disciplina ER, procuram demonstrar que áreas do conhecimento como
antropologia, sociologia e ciências da religião poderiam contribuir para formação específica do
professor, superando os conflitos existentes entre professor-aluno em sala de aula. Esta forma de
conceber o ER romperia com os modelos teológicos, confessionais e catequéticos ainda existentes nas
escolas brasileiras.
Algumas indicações estão voltadas para (2) educação em valores, é o que propõe os trabalhos
com subsídios teóricos acerca de formar cidadãos éticos conscientes de suas ações em sociedade. Estes
trabalhos alegam que a sociedade está passando por um momento da perda de seus valores morais e
éticos, diante dessa análise o ER em moldes morais poderia formar os alunos.
Quanto à suposta perda de valores ou a dita “crise” de valores que cotidianamente ouvimos em
meio educacional, apoiamo-nos em La Taille e Menin (2008) para compreender que os valores
(morais) não desapareceram, estão mudando de interpretação. Há na sociedade um processo de
transformação dos valores, mas não sua ausência ou progressivo desaparecimento. Com isso há de se
entender, como afirma Lima (2008) que a escola já não é mais a mesma e assume hoje novos desafios
e novas tarefas na sociedade contemporânea.
Há também a sugestão de ocorrer em sala de aula um (3) diálogo inter-religioso e
interdisciplinar, tal modelo sugere que a diversidade seja contemplada de modo a evidenciar o
sagrado nas diversas culturas. Logo, acredita-se que a falta de conhecimento em relação ao outro
provoca a intolerância religiosa. Deste modo, o fim para este “mal” seria conhecer o diferente.
Ainda encontramos trabalhos que apresentam uma proposta voltada a (4) fusão da religião e
cultura, nesta visão a disciplina ER perpassa as diferentes culturas para mostrar como se constituiu o
sagrado para cada uma delas. Deste modo, a história das religiões seria o objeto de discussões.
É possível perceber que a maioria dos trabalhos estão preocupados em discutir um currículo
diferenciado para as aulas de ER, este fato justifica-se pela série de conflitos em torno do componente
curricular, ou ainda buscar consenso para a identidade da disciplina.
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Há trabalhos que apresentam discussões de cunho moral, tais produções preocupam-se em
recorrer à religião para formar sujeitos éticos. Esta forma de conceber o ER parece ser comum até os
dias de hoje nas escolas públicas.
As produções que apresentam um número menor (eixo4) estão voltadas a defender o ER como
uma área do conhecimento e permeia todas as culturas. Logo, o objetivo é aliar o ER a cultura dos
povos, bem como o estudo da origem das religiões.
No segundo momento da pesquisa, por haver uma quantidade razoável de trabalhos que
poderiam em sua análise integral, em função do tempo, tornar a pesquisa inviável, fizemos ainda
alguns recortes de modo que tivéssemos uma quantidade menor.
Para compor o quadro de trabalhos selecionamos um de cada categoria, assim tivemos,
considerando a área do conhecimento: um trabalho de teologia, um de educação e dois de ciências da
religião. As produções foram selecionadas também por apresentarem um modelo de ER que pode
refletir na prática diária de sala de aula, pois nosso intuito é perceber como tem sido pensada essa
disciplina pelas diversas áreas do conhecimento, bem como em que condições e finalidades tais
propostas tem sido apresentadas.
Portanto, descrevemos a partir de agora as análises dos trabalhos que apresentam práticas
relacionadas à disciplina ER para as escolas.
2 Ensino Religioso: reflexões sobre as práticas
Na tese “O Ensino Religioso Entre Catequese e Ciências da Religião: Uma avaliação
comparativa da formação dos professores do ER do Brasil e da aprendizagem interreligiosa na
Alemanha em busca de um ensino religioso interteológico e interdisciplinar”, pertencente à categoria 1
(Currículo diferenciado), o autor faz uma comparação da formação dos professores do ER no Brasil
(Fortaleza) com a formação na Alemanha, na qual constatou que o ER na cidade de Fortaleza tem
deixado a desejar nos aspectos da interdisciplinaridade e interreligiosidade. Sendo assim, propõe um
curso de formação de professores unindo as três características que considera importante para formar
professores aptos para atuar na pluralidade recorrente de sala de aula: 1.interteologia,
2.interreligiosidade e 3.interdisciplinaridade.
Esse modelo de ER (interreligioso, interdisciplinar e interteológico) foi sugerido com o intuito
de sanar alguns problemas que poderiam ocorrer no ER baseado em ciências da religião, que segundo
o autor tem sido difundido e aceito pelos pesquisadores atuais. O ER na visão das ciências da religião
traz para sala de aula um professor cientista “neutro”, ou seja, o chamado “ateísmo didático” que tem
por finalidade formar cidadãos. Tal visão nega o confessionalismo e se coloca na posição de ER
científico. Becker (2010), o autor da tese, alega que essa visão acaba por esvaziar o sentido de estudar
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as diversas religiões, além do mais alguém que estudou sobre a diversidade religiosa e não a viveu a
fundo na sua fé não poderá ensinar os alunos o sentido “real” das religiões.
Na proposta apresentada, cada uma das características assume um papel dentro da formação
dos professores, sendo que a primeira (interteológico) se justifica por contar com uma gama de
profissionais habilitados com intuito de fornecer um aprendizado coerente de cada religião em
específico, isso porque segundo o autor cada professor é autêntico, já que seria membro de sua própria
tradição religiosa.
A segunda (que expressa o caráter interreligioso) trata de assuntos relacionados à
transcendência, justiça, paz entre outros. Já a terceira (interdisciplinaridade) abordaria temas
relacionados à cidadania e o meio ambiente, bem como os diversos conhecimentos das tradições
religiosas.
O autor destaca um elemento que considera primordial na formação do docente, onde propõe
um colegiado com especialistas das ciências da religião e teólogos de diversas religiões sendo, estes
responsáveis por planejar, executar e avaliar o processo de ensino e aprendizagem dos docentes em
questão. De acordo com Becker (2010, p. 287), o autor do trabalho,
O colegiado é o elemento principal e mais importante para o sucesso e o bom
andamento do processo de ensino e aprendizagem, já que significa um engajamento
numa pedagogia interativa e dialógica. Pois a interligação de diversos saberes
possibilita a produção de novos saberes e de saberes de um tipo novo.
Esse colegiado dentro do projeto é considerado essencial para desenvolver um currículo para a
formação dos professores do ER, um projeto que, no seu entendimento, poderá ser desenvolvido com
o apoio de instituições e do mundo acadêmico.
O autor se preocupa também em demonstrar a validez do trabalho para o processo de ensino e
aprendizado dos docentes assinalando como se daria as aulas de ER dentro do molde apresentado.
Mostraremos alguns exemplos dados pelo autor de como seria as aulas de ER em caráter
interreligioso, interdisciplinar e interteológico.
Para ministrar aulas em um campo temático escolhido para determinado bimestre ou semestre,
o professor de cada tradição religiosa seria responsável por demonstrar, por exemplo, o que significa
ética em suas respectivas tradições religiosas, (o teólogo budista apresenta como a ética é vista dentro
da tradição budista e assim o cristianismo, judaísmo, bem como outras religiões). Portanto, o exemplo
citado é tido com caráter interteológico e interdisciplinar, por haver várias religiões envolvidas no
processo de ensino.
O molde interreligioso apresenta-se com algumas religiões previamente estabelecidas pelo
colegiado para serem ministrados aos alunos. Exemplo: três religiões abraamicas são estudadas, são
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apresentados os fundamentos, o personagem central, lugar santo, prática de oração, festividades,
prática de jejum, ética e lugar de romaria de cada tradição religiosa. Tal molde se daria em uma rede
de conhecimentos primeiramente apontando as semelhanças entre as crenças e depois as
especificações.
A descrição acima foi retirada de um quadro explicativo do trabalho analisado, foi possível
observar que ao demonstrar prática de oração e jejum do cristianismo utilizou-se como exemplo o
rosário e a quaresma. Sabemos que os cristãos se assemelham em suas tradições, contudo existem
diferenças básicas nas práticas de oração e jejum, logo podemos inferir que há propensão na prática
cristã católica.
Neste sentido, Becker acredita que para ser um bom professor de ER é necessário ter fé em
específico, ou seja, o chamado “tato religioso” que tem por intuito levar o aluno ao mais profundo
encontro consigo mesmo. Logo afirma que (2010, p. 264):
[…] O docente deve oferecer ao educando o espaço de refletir sobre a
transcendência da sua existência e sobre como isso representa uma nova dimensão a
sua existência deixando nele uma marca própria para construção de uma sociedade
justa, solidária e sustentável.
Ao que parece o ER é visto como redentor de todos os problemas vivenciados pela sociedade
atual. Seria, portanto possível que conhecer a si mesmo por meio de reflexão existencial, poderia
formar seres humanos autônomos capazes de transformar a realidade social.
Sobre este aspecto uma pesquisa relevante é o texto: “AUTONOMIZAÇÃO DO CAMPO
EDUCACIONAL: efeitos do e no ensino religioso”, que tem como autor Luiz Antonio Cunha (2005).
Nessa leitura foi possível perceber como disputas têm sido travadas no campo educacional. Cunha
(2005) faz uma retomada histórica mostrando que desde o movimento da educação nova. Seus
idealizadores já exigiam autonomia no âmbito educacional, mesmo que pouca atenção tem sido dada á
essa questão, Cunha (2005) salienta que uma das principais reivindicações dos manifestantes era o de
desatrelar a religião da educação. Contudo, apesar de haver progressos de início os laicistas perderam,
pois a bancada religiosa cristã se uniu para manter o ER nas escolas. De acordo com Cunha (2005,
p.6):
[…] A posição laica ficou ainda mais restrita depois da LDB e de sua reforma. A
anterior oposição confessionalismo X laicismo foi substituída, na prática, pela
oposição confessionalismo X interconfessionalismo, na qual a laicidade foi
descartada.
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Com isso, a preocupação da grande maioria dos pesquisadores não é mais pela luta da
laicidade, antes disso, preferem modificar a disciplina ER apresentando formatos interdisciplinares,
interconfessionais, inerteológico entre outros.
O segundo trabalho analisado na íntegra, pertencente à categoria 2. (Educação em valores)
foi a dissertação de mestrado “O ensino Religioso como Instrumento para Minimizar as Desigualdades
Sócio-Educacionais no Contexto Escolar” que sugere um ER capaz de formar integralmente os alunos.
Constatada uma “degradação dos valores”, o trabalho começa mostrando como o ER pode ser
um grande aliado na formação dos alunos. É necessário que o professor aja sobre o aluno mostrando,
por meio de exemplos bíblicos, como devem se portar diante de uma situação, comportando-se como
cidadão exemplar. Assim, segundo o autor, o aluno se modificará durante o processo de ensino e
aprendizagem.
O professor de ER precisa ter um olhar interdisciplinar para debater os diversos desafios da
sociedade atual: desigualdade social, violência, corrupção, etc. Nesta visão, o docente precisa trabalhar
com os alunos o amor ao próximo de acordo com a bíblia, mostrando que só devemos desejar aos
outros, aquilo que queremos a nós mesmos.
Problematizando essa crença, utilizamos as ideias de Cunha (2005), que nos mostra haver uma
crescente na aceitação do ER por parte do professorado, justamente pelo discurso da perda de valores
básicos para convivência em sociedade. Não há dúvidas que muitos são os desafios em sala de aula e
que além de ensinar o professor enfrenta problemas vivenciados pelos alunos como: violência, drogas,
criminalidade entre outros. No entanto, seria essa a solução? O ER seria capaz de “salvar” os alunos?
Ao que parece, a religião é vista como uma espécie de “cartada final”, ou seja, um caminho favorável
para retomar os valores perdidos que a família e a educação não deram conta.
Voltando à dissertação analisada, o autor ainda expõe alguns exemplos de como ensinar os
alunos a terem uma boa conduta usando um fato corriqueiro de sala de aula a “cola”:
Um exemplo comum das mentiras é colar na escola, nesse caso o educador poderá
analisar: Que dizer de “colar” em provas de matemática ou de leitura? Na verdade,
os resultados podem não ser igualmente espetaculares — de início. Se o aluno não
conseguiu dominar as matérias, contudo, talvez verifique futuramente que se
“afunda” no mercado de trabalho! E um diploma conseguido por meio da “cola” não
servirá muito como salva-vidas. A Bíblia diz: “a obtenção de tesouros por meio
duma língua falsa é uma exalação impelida para longe” (Pv 21.6). Quaisquer
vantagens derivadas duma mentira são tão efêmeras quanto o vapor (ABREU, 2009,
p. 13).
Observamos que os fundamentos para trabalhar, conduta moral e ética são bíblicos o que nos
indica que o cristianismo está em evidência para pensar o ER nas escolas. Apesar de a legislação
proferir um ER sem proselitismo, pensando sempre na diversidade religiosa existente no Brasil, nos
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deparamos com outras áreas do conhecimento teorizando acerca da disciplina ER em um modelo
confessional, catequético e por vezes evangelístico.
Apesar da descrição acima, o autor da dissertação alerta que os textos bíblicos só devem ser
trabalhados em alguns casos e para isso o professor precisa ter uma visão ampla do processo de ensino
para que não ocorra um ER baseado na catequização. Ainda salienta que os textos bíblicos não devem
ser utilizados para conquistar adeptos para esta ou aquela religião, mas trabalhados de maneira
ecumênica apenas para ensinar valores básicos, buscando uma formação plena do (aluno) cidadão.
Para concluir o trabalho o autor da dissertação apresenta algumas proposições para o ER nas
escolas, baseado no modelo de Edgar Morin, que sugere sete saberes necessários á educação, mas a
escola nega ao aluno, por isso o autor denomina tais práticas como “buraco negro”. Descreveremos
sinteticamente:
1.conhecimento: segundo o autor da dissertação a escola prima pela transmissão de saberes
deixando em segundo plano o conhecimento, isso acaba por privilegiar conteúdos não condizentes
com a realidade, formando assim alunos acríticos.
2.Conhecimento pertinente: o erro da escola está em trabalhar com conteúdos inadequados
que fragmenta o conhecimento no modelo disciplinar, impedindo a construção do saber por meio do
todo.
3.identidade humana: A escola tende a não trabalha-la, logo é necessário compreender a
constituição dos sujeitos, pois apesar de ser “múltiplo o ser humano também é parte de uma unidade”.
O autor salienta que o homem não se define apenas pelo trabalho, mas também somos homo ludens
(jogos), homo mictholoicos, (crenças e mitos), homo sapiens (espécie), entre outros.
4.compreensão humana para com o semelhante: não trabalhada, é preocupante pois o
individualismo tem aumentado significativamente na sociedade capitalista. Neste sentido, é necessário
que a escola ensine a compreensão do outrem e também de si mesmo.
5.incertezas: o autor alerta para o fato de que a escola ensina apenas certezas e é preciso
considerar as incertezas, pois assim os sujeitos serão capazes de se programar para o inesperado,
podendo estabelecer estratégias de ação caso necessário.
6.condição planetária: vivemos um momento de globalização, recebemos informações a todo
momento e não é possível processar, ameaça letal, degradação da vida planetária, bem como a ameaça
ecológica. Tais questões são abordadas de maneira tímida pela escola e deve ser trabalhado em caráter
de urgência.
7.antropo-ética: seria o desenvolver da ética e autonomia pessoal, para isso é necessário
partir da democracia para que os cidadãos exerçam seu papel enquanto participantes do processo
social, assumindo seu lugar de seres históricos.
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O autor termina o trabalho alertando para os desafios da disciplina ER, dentro da escola
pública, porém argumenta que o ER deve ser baseado na pedagogia da pergunta, pois esta foi a diretriz
de Cristo.
Diante desse modelo de ER, buscamos refletir sobre a construção dos valores morais que
parecem preocupar alguns pesquisadores e sobre a laicidade. Para discutir sobre a construção de
valores, apoiamo-nos na dissertação de Lima (2008), onde a autora sugere pensar a construção da
moralidade pelo viés piagetiano. A autora mostra que na obra “O juízo moral da criança” Piaget
pesquisou como a criança desenvolve a moralidade, mostrando que o processo se dá em torno dois
estágios: heteronomia e autonomia, sendo que no primeiro a criança ainda não tem uma noção clara
sobre as regras, mas aceita por obediência ou medo de sofrer punição, pois nesse período a criança
ainda não compreende o sentido real de cumprir-las. Já a segunda ocorre quando a criança reconhece o
sentido das normas, pois é necessário respeitar o outro para ser respeitado. Desta maneira, a criança é
capaz de dialogar com outrem para modificar as regras se necessário, pois se trata de uma relação
mútua.
Esse processo de passagem da heteronomia para autonomia não ocorre de maneira linear,
sendo necessário favorecer o aprendizado de maneira que a criança participe de seu meio social
ouvindo e sendo ouvida, assim poderá identificar-se com as regras que não são apenas impostas, mas
discutida e alteradas a depender do consenso dos pares (LIMA, 2008). De acordo com Lima (2008,
p.34)
Se é principalmente a partir do relacionamento entre pares que a criança sai do
realismo moral atingindo um estágio superior, a escola se configura como locos
privilegiado para essas relações. A escola é espaço de diversidade, atendendo alunos
de diferentes meios sócio-culturais, familiares, com experiências, aprendizagens,
conceitos, leituras e representações de mundo, de valores, formas de julgamento e de
comportamento distintos. É um lugar de construção e reconstrução de
conhecimentos, de convivência coletiva, social e de vivência de valores.
Diante das discussões apresentadas acreditamos que o ambiente escolar pode contribuir para a
formação de sujeitos moralmente autônomos sem fazer uso de procedimentos religiosos.
Acrescentamos ainda, que não estamos defendendo uma abordagem piagetiana na escola. Estamos
apenas alertando para o fato de que a moralidade pode (e deve) ser pensada por vias mais científicas e
principalmente laicas.
Com relação à laicidade preocupamo-nos principalmente por esta ser uma proposta para escola
pública. Diante da proposta do autor para que o ER seja pensado pelo jargão “o que Jesus faria”
(utilizado no cristianismo), tendo em vista que os valores estão se deteriorando pela “escuridão
espiritual” existente na sociedade atual.
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Na categoria 3. (diálogo interreligioso e interdisciplinar) tomamos para análise a dissertação
“Liberdade e Diversidade Religiosa em Anápolis: Construção da Harmonia na Pluralidade”, que
apresenta um estudo exploratório do ER em três escolas sendo uma particular confessional, uma
municipal e uma estadual. O autor buscou identificar como têm sido ministradas as aulas de ER nessas
escolas.
O autor deixa claro que é preciso respeitar a legislação oferecendo um ER sem proselitismo,
pois nosso país possui diversas “vozes” e nenhuma deve ser privilegiada. Antes disso, o diálogo é
essencial para convivência harmoniosa.
Dentro dessa perspectiva sugere-se a possibilidade de adequar o ER em caráter interdisciplinar
para que ocorra um ensino dialógico entre as disciplinas, nesta visão o aluno seria privilegiado, pois o
modelo interdisciplinar seria substituído pelo domínio multidisciplinar que segundo o autor não
corresponde a um modelo ideal, já que as disciplinas são estudadas sem relação entre si.
O diálogo interreligioso tem por finalidade aproximar as diversas religiões abrindo caminho
para o respeito mútuo entre pessoas que tem crenças distintas. Contudo, salienta que não é dever da
escola “educar na fé”, antes disso o professor da disciplina ER deve trazer para sala de aula o estudo
do fenômeno religioso, levando em consideração as diferentes manifestações religiosas. Portanto, é
necessário que os alunos tenham uma educação sem descriminação, que segundo o autor envolve
conhecer as religiões na perspectiva da alteridade em um processo onde se ouve e é ouvido.
Filho (2006), o autor da dissertação, assume a dificuldade de ministrar aulas de diversas
tradições religiosas sem fazer uso do proselitismo, porém acredita ser uma prática possível se houver
uma mudança na mentalidade dos sujeitos reconhecendo o valor das tradições religiosas, bem como o
direito a liberdade das diversas formas de compreender o sagrado.
Para o autor o maior problema da disciplina é o fato de a maioria dos profissionais da
educação não encarar o ER como um fenômeno a ser explorado, supostamente quando um professor
não habilitado assume as aulas de religião vê uma oportunidade de propagar sua crença e isso pode
gerar um mal estar entre os alunos que certamente são de crenças distintas.
Esse modelo de ER é bem difundido entre os pesquisadores, por sugerir um ensino pautado no
diálogo com outras posturas religiosas. Há uma crença que o ER pode legitimar a luta por seres
humanos melhores.
Na categoria (4) fusão da religião e cultura, o trabalho avaliado foi uma dissertação de
mestrado intitulada “O Tempo e o Espaço na construção do Ensino religioso: Um Estudo sobre a
concepção de Ensino Religioso na lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional”. Neste trabalho, o
autor sugere duas maneiras de pesar o ER como disciplina escolar: na primeira propõe pensar um ER
sobre a ótica pluralista e; na segunda indica um ER baseado no modelo de ciências da religião.
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Nesse primeiro modelo há necessidade de aliar o estudo das religiões com a cultura, pois o ser
humano é dotado de experiências no que diz respeito à fé e tais noções ocorrem no cotidiano. Nessa
perspectiva, é de suma importância considerar as relações dos sujeitos com a sociedade em que vivem,
bem como focalizar a importância de conhecer o diferente para construir relações de empatia entre os
sujeitos.
Segundo Stigar (2009), o autor da dissertação, conhecer as diversas tradições religiosas pelo
viés cultural corresponde a entender o sentido real das manifestações religiosas, superando o
desrespeito, a intolerância, bem como o preconceito religioso.
O autor reconhece que o espaço para reflexão religiosa seria a igreja, porém salienta que a
escola como espaço socializador do conhecimento pode contribuir para o pensar crítico, porém com
respeito ao outro, vendo o diferente como seu semelhante.
O professor de ER, na defesa que se realiza no trabalho, deve trazer para sala de aula o estudo
das religiões como um fenômeno a ser explorado levando em consideração a cultura de cada formação
religiosa para assim mostrar o sentido que cada religião tem para seus adeptos. De acordo com o autor:
Educar para conhecer as diversas religiões e compreender as culturas que lhes dão
forma, analisar a relação entre o presente e o passado para produzir um saber
histórico implica exercitar o diálogo com o diferente, baseado no respeito profundo
e no desejo de preservar a dignidade e o direito de existência de cada manifestação
cultural-religiosa (STIGAR, 2009 p.134 -135).
Nessa perspectiva, acredita-se que se o ER for trabalhado em sala de aula sem proselitismo
fazendo uso de elementos da cultura dos povos poderá auxiliar no desenvolvimento do ser enquanto
sujeito capaz de superar o preconceito existente na sociedade atual.
Com relação à segunda forma de pensar o ER (a inserção de ciências da religião como modelo
norteador do ER), a disciplina poderia por fim aos modelos proselitistas ainda encontrados nas escolas.
O autor argumenta que os professores graduados em ciências da religião são os profissionais com
maior habilitação para conduzir a disciplina ER, já que tratam a religiosidade como um fenômeno
antropológico e sociocultural.
O autor evidencia que para além de tratar o ER como modelo científico é preciso também
refletir sobre a formação dos professores e angariar fundos para investir nos docentes.
A defesa pelo modelo baseado em ciências da religião é defendido por muitos trabalhos de
pós-graduandos na área, isso por que tal modelo propaga o cientificismo didático. Portanto, para essa
forma de conceber o ER não há necessidade de retirar a disciplina das escolas, pois as controvérsias
ocorridas seriam minimizadas pela neutralidade concernente ao estudo das religiões.
3 Considerações finais
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Pudemos observar durante as análises dos trabalhos que apesar de haver diferença nas práticas
sugeridas para sala de aula, encontramos semelhanças básicas principalmente no que diz respeito ao
discurso de formar cidadãos por intermédio do ER, formar integralmente, bem como superar o
preconceito religioso.
Entendemos que o ER como disciplina escolar tem sido discutido por diversas áreas do
conhecimento, principalmente após a regulamentação da disciplina. Contudo, foi possível observar
que há uma crescente de discussões no que se refere a pensar em outras possibilidades de adequar o
ER nas escolas públicas.
Geralmente os autores investigam uma ou mais escolas, que por sua vez encontram um ER
proselitista, confessional, catequético, etc. Quando se deparam com tais modalidades, procuram
apresentar um modelo diferenciado com propostas que se assemelham no que tange a área do
conhecimento.
Uma pesquisa relevante é a de Valério (2008), onde fez uma investigação para saber se as
aulas de ER em uma escola pública têm respeitado a legislação, o que constatou foi uma disciplina
ministrada por professores que não são habilitados, que apenas ministram as aulas de ER para cumprir
carga horária, logo a disciplina assume um caráter confessional e até catequético. Ainda na pesquisa os
alunos informaram que os assuntos abordados geram polêmicas e constrangimento, pois ao invés de
estudar o fenômeno religioso, o professor prefere falar de sua própria crença religiosa.
Essa é apenas uma das muitas pesquisas que apontam fragilidades no ER como disciplina
escolar e que, a nosso ver, dificultam a objetivação ou efetivação das propostas de ER para a escola
pública. Entendemos que algumas das práticas apresentadas nos trabalhos são viáveis a escola pública
na medida em que apresentam um ensino pautado na legislação brasileira respeitando a diversidade
religiosa. Contudo, é importante ressaltar que a disciplina possui ainda um longo percurso no que diz
respeito ao seu caráter de fenômeno a ser explorado. É preciso desatrelar o ER da visão cultural de
catequização, não é mais aceitável que a escola assuma posturas de ensino privilegiando essa ou
aquela religião.
Diante do exposto acreditamos que o ensino religioso é um campo polêmico que tem gerado
inúmeras discussões no âmbito educacional, deste modo propomos em nossa pesquisa um olhar
reflexivo para os diferentes direcionamentos das produções analisadas.
REFERENCIAS
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IX EPCT – Encontro de Produção Científica e Tecnológica
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VALÉRIO, Denize Bezerra. O Ensino Religioso na Escola uma Questão Complexa. (monografia)
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