Astrometria Sérgio Mittmann dos Santos Astronomia Licenciatura em Ciências da Natureza IFRS − Câmpus Porto Alegre 2013/2 Definições Esfera celeste Observando o céu noturno (no campo ou na praia), temos a impressão de estarmos no meio de uma esfera enorme (cheia de estrelas), o que levou os gregos a definirem-na esfera celeste Horizonte É o plano tangente à Terra e perpendicular à vertical do lugar onde se encontra o observador Zênite É o ponto no qual a vertical do lugar intercepta a esfera celeste acima do observador Nadir É o ponto diametralmente oposto ao zênite Definições (cont.) Pólos Norte e Sul É o ponto em que o prolongamento do eixo de rotação da Terra intercepta a esfera celeste Leste e Oeste Intersecção do horizonte com o equador celeste Meridiano Círculo entre os pólos celestes, formando 90º com o horizonte Sistemas de Coordenadas Longitude geográfica (λ λ) É o ângulo medido ao longo do equador da Terra, tendo origem em um meridiano de referência (o meridiano de Greenwich) e extremidade no meridiano do lugar Sistemas de Coordenadas (cont.) Na Conferência Internacional Meridiana, realizada em Washington, em outubro de 1884, foi definida como variando de 0 a +180°(Oeste de Greenwich) e de 0 a −180°(Leste). Na convenção usada em Astronomia, varia entre −12h (Oeste) e +12h (Leste) Sistemas de Coordenadas (cont.) Latitude geográfica (φ φ) Ângulo medido ao longo do meridiano do lugar, com origem no equador e extremidade no zênite do lugar. Varia entre −90°e +90°. O sinal negativo indica latitudes do hemisfério sul e o sinal positivo do hemisfério norte Sistema Horizontal Sistema local Azimute A Ângulo medido sobre o horizonte, no sentido horário NLSO, com origem no Norte e fim no círculo vertical do astro 0° ≤ A ≤ 360° Altura h Ângulo medido sobre o círculo vertical do astro, com origem no horizonte e fim no astro −90° ≤ h ≤ +90° Distância zenital z Complemento da altura ≡ Ângulo medido sobre o círculo vertical do astro, com origem no zênite e fim no astro 0° ≤ z ≤ 180° h + z = 90° Sistema Equatorial Celeste Ascensão reta (α α ou AR) Ângulo medido sobre o equador, com origem no meridiano que passa pelo ponto Vernal e extremidade no meridiano do astro, aumentando para Leste 0 ≤ α ≤ 24h [ 0 ≤ α ≤ 360°] Sistema Equatorial Celeste (cont.) Ponto Áries Também chamado Ponto Gama (γ) ou Ponto Vernal, é um ponto do equador, ocupado pelo Sol no equinócio de primavera do hemisfério norte, isto é, quando o Sol cruza o equador vindo do hemisfério sul (geralmente em 21 de março de cada ano) Sistema Equatorial Celeste (cont.) Declinação (δ δ ou DEC) Ângulo medido sobre o meridiano do astro (perpendicular ao equador), com origem no equador e extremidade no astro −90°≤ δ ≤ +90° O complemento da declinação se chama distância polar (∆ ∆) δ + ∆ = 90° 0°≤ ∆ ≤ 180° Sistema Equatorial Celeste (cont.) O sistema equatorial celeste é fixo na esfera celeste e, portanto, suas coordenadas não dependem do lugar e do instante de observação A ascensão reta e a declinação de um astro permanecem praticamente constantes por longos períodos de tempo Sistema Equatorial Local Ângulo horário H Ângulo medido sobre o Equador, com origem no meridiano local e extremidade no meridiano do astro −12 h (leste) ≤ h ≤ +12 h (oeste) Declinação (δ δ ou DEC) Ângulo medido sobre o meridiano do astro (perpendicular ao equador), com origem no equador e extremidade no astro −90°≤ δ ≤ +90° Movimento diurno dos astros Leste → Oeste Reflexo do movimento de rotação da Terra (de Oeste para Leste) Ao longo do dia, os astros descrevem arcos paralelos ao equador (com orientação que depende da latitude do lugar) Movimento diurno dos astros (cont.) Nos Pólos (φ φ=± ±90°°) Todas as estrelas ficam 24 h acima do horizonte (onde observa-se o Sol da Meia-Noite) Estrelas Circumpolares Movimento diurno dos astros (cont.) No Equador (φ φ=0) Todas as estrelas nascem e se põem 12h acima do horizonte e 12h abaixo Movimento das estrelas em Mauna Kea Movimento diurno dos astros (cont.) Latitude Intermediária Possibilidades anteriores combinadas Movimento diurno dos astros (cont.) Nascer e ocaso de um astro h=0 e z=90°° Passagem meridiana de um astro z = ± ( δ − φ ) Exemplo Sírius δ=−17°, vista de Porto Alegre Movimento diurno dos astros (cont.) Estrelas circumpolares |δ δ| ≥ 90°° − |φ φ| Exemplo Acrux δ=−63°, vista de Porto Alegre Montagens de telescópios MONTAGEM ALTO-AZIMUTAL Telescópio move-se para cima e para baixo (altura) e para a direita e para a esquerda (azimute) MONTAGEM EQUATORIAL Base do telescópio alinhada paralelamente ao eixo da Terra Tempo TEMPO SOLAR Tempo cujo relógio é o Sol Dia solar 24 h solares Dia solar verdadeiro Intervalo de tempo entre 2 nasceres sucessivos do Sol Não tem uma duração constante ao longo do ano Dia solar médio Média das durações dos dias verdadeiros ao longo de 1 ano Diferença é decorrente da associação do movimento de rotação com o movimento de translação, que não é uniforme Tempo (cont.) TEMPO SIDERAL Relógio é baseado nas estrelas Dia sideral 24 h siderais Intervalo de tempo entre 2 passagens sucessivas de 1 dada estrela catalogada (geralmente o ponto γ) pelo mesmo meridiano (geralmente o meridiano local) Dia sideral = 23h56min4s solares Ano sideral Período de revolução da Terra em torno do Sol com relação às estrelas 1 ano sideral = 365,2564 dias solares médios = 365d6h9min10s solares médios Terra esférica Eratóstenes séc. III a.C. Determinação do raio da Terra Distância Terra-Lua Hiparco séc. II a.C. Medição durante um eclipse lunar total Antes Paralaxe geocêntrica p Atualmente Radar Distância Terra-Sol Aristarco séc. III a.C. Distância das estrelas mais próximas p → paralaxe heliocêntrica Referências K. S. Oliveira Fo. e M. F. O. Saraiva. Astronomia e astrofísica, 2a. ed. São Paulo: Livraria da Física, 2004 W. J. Maciel (ed.). Astronomia e astrofísica. São Paulo: EdUSP, 1991 H. Karttunen, P. Kröger, H. Oja, M. Poutanen e K. J. Donner. Fundamental astronomy, 5a. ed. Berlim: Springer, 2007 www.if.ufrgs.br/~riffel/fundamentos_aula1.pdf