INTERRELAÇÃO ENTRE PRECIPITAÇÃO E PARÂMETROS METEOROLÓGICOS PARA PELOTAS – RS Gruppelli, J.L.1; Araújo, N.2; Chapa, S.R.3 RESUMO: Utilizando médias mensais das variáveis meteorológicas durante o período de janeiro de 1961 a junho de 2003, foram calculadas as médias climatológicas e seus desvios padrões, e obtendo uma descrição local da climatologia de Pelotas-RS. A variação de precipitação foi analisada através de outras variáveis meteorológicas como umidade relativa, nebulosidade, pressão superfície, direção de vento, radiação solar, insolação, temperatura e evaporação para cada estação do ano. Também foram analisados os coeficientes de correlação de variação interanual de precipitação com as restantes variáveis meteorológicas para inter-relacionar entre si. ABSTRACT: Using the monthly mean data of various meteorological parameters for Pelotas-RS during the period January 1961 and June 2003, the climatological means and standard deviations are calculated to describe the local climate. The variation of precipitation is analyzed through the other parameters such as relative humidity, cloud cover, surface pressure, wind direction, solar radiation, insulation hours, temperature and evaporation data for each season. Correlation coefficients have also been analyzed to to interrelate the interannual variation of precipitation with the other meteorological parameters. INTRODUÇÃO Segundo Berlato (1983), utilizando o sistema de classificação climática de Köppen, o RS se enquadra na zona temperada (C), tipo fundamental úmido (Cf) com duas variedades específicas: subtropical (Cfa) e temperada (Cfb). A letra “C” designa clima temperado, isto é, a temperatura média 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] do mês mais frio situa-se entre 18°C e –3°C. A letra “f” indica que não há mês com escassez de precipitação. A letra “a” indica que no mês mais quente a temperatura média é igual ou acima de 22°C. A letra “b” indica que no mês mais quente a temperatura média é inferior a 22ºC (Strahler, 1997). Os sistemas sinóticos que atuam nessa região como, por exemplo, entradas de sistemas frontais e de massas de ar, contribuem para uma marcada variabilidade espacial do clima do Sul do Brasil. Para compreender o clima de um determinado local, é preciso estudar os diversos tipos de tempo que costumam ocorrer durante vários anos seguidos. Tanto o “clima” como o “tempo” refere-se aos mesmos fenômenos atmosféricos: a temperatura e a insolação, a pressão atmosférica, os ventos, a umidade do ar e as precipitações (chuvas, neve, geada, orvalho e granizo). O importante é saber a dinâmica atmosférica dessa área: as variações da temperatura, da umidade, da pressão atmosférica e o porquê dessas oscilações. Uma classificação aceita em climatologia é a de Köppen, considerada tradicional, a qual não leva em consideração a dinâmica das massas de ar. O elemento mais importante para a explicação da mudança no comportamento dos fenômenos atmosféricos são as massas de ar, pois estas constituem volumes da atmosfera que têm algumas propriedades em comum em virtude da área em que se localizam. Existem massas de ar polares, equatoriais, tropicais, oceânicas, continentais, entre outras, que se movem continuamente. O encontro de duas massas de ar com diferentes temperaturas recebem o nome de “frente”. Massas de ar que atuam no Sul do Brasil e em Pelotas O ar atmosférico está sempre em movimento, na forma de massa de ar ou de vento. Se uma massa de ar possui características particulares de temperatura e umidade, torna-se responsável pelo tempo, e, portanto pelo clima de uma área. Dependendo da estação do ano, as massas avançam para o território brasileiro ou dele recuam. Seus avanços ou recuos é que vão determinar o clima. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] Massas Características Massa de ar Marítima Quente e úmida originária do Oceano Atlântico nas imediações do Tropical (mT) trópico de Capricórnio e exerce enorme influência sobre a parte litorânea do Brasil. Massa de ar Tropical Quente e seca, que se origina na depressão do Chaco, e abrange Continental (cT) uma área de atuação muito limitada, permanecendo em sua região de origem durante quase todo o ano. Massa de ar Polar Fria e úmida, formam-se nas porções do Oceano Atlântico Marítima (mP) próximas à Patagônia. Atua mais no inverno quando entra no Brasil como uma frente fria, provocando chuvas e queda de temperatura. MATERIAL E MÉTODOS Neste trabalho foram utilizados dados mensais de nove variáveis meteorológicas, sendo elas: precipitação (mm), temperatura média (°C), radiação solar (cal cm-2 dia-1), pressão (mb), evaporação tanque classe A (mm), velocidade média do vento (m s-1), direção do vento, umidade relativa (%), insolação (horas e décimos) e nebulosidade (0-10). As unidades das variáveis estão colocadas entre parêntesis. Estes dados foram obtidos na estação agroclimatológica EMBRAPA-UFPel, Pelotas-RS. O período de dados analisados foi de janeiro de 1961 a junho de 2003. A estação meteorológica está situada na latitude de 31°52’, longitude de 52°21’e altura de 13 metros. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] Foram calculadas médias, desvio padrão, anomalias e correlações das variáveis meteorológicas, para analisarmos a inter-relação entre precipitação e as outras variáveis e sua influência no clima para a cidade de Pelotas - RS. RESULTADOS E DISCUSSÃO Pelotas tem clima do tipo Cfa, onde no mês mais frio a temperatura média é aproximadamente 12,5°C e no mês mais quente a temperatura média é aproximadamente 23,3°C. As variações tanto de temperatura quanto de precipitação pluvial, estão associadas às massas de ar e sistemas frontais oriundos das regiões continentais e marítimas mais ao sul do Estado. A climatologia média mensal da temperatura apresenta um regime sazonal bem definido. Assim como a temperatura, a evaporação também apresenta uma sazonalidade bem definida, ficando com valor maior de evaporação no mês de dezembro (214,7mm) e menor valor de evaporação no mês de junho (56,7mm). A precipitação por sua vez, não apresenta uma sazonalidade bem definida, ficando julho o mês mais chuvoso (137,0mm) e maio o mês menos chuvoso (73,8mm) (Figura 1). Temp DEZ 0 NOV 0 OUT 5 SET 50 AGO 10 JUL 100 JUN 15 MAI 150 ABR 20 MAR 200 FEV 25 Temp. em °C Evap 250 JAN Precip. e Evap. em mm/mês Precip Figura 1. Média climatológica de temperatura, precipitação e evaporação tanque classe “A” 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] A análise de desvio padrão (DP) para temperatura revela uma sazonalidade cujos valores diminuem com o aumento da temperatura, sendo mínima no verão (dezembro a fevereiro) e maior no outono e no início do inverno. Estes resultados indicam que o verão é a estação com menor variação interanual da temperatura, enquanto que o outono e inverno estão mais sujeitos a desvios da temperatura quanto ao seu valor característico. Relação com a sazonalidade também é encontrada para a variação interanual da evaporação, em proporcionalidade com os valores mensais, sendo maior no verão e menor no inverno. Por não ter uma sazonalidade bem definida, a precipitação apresenta desvio padrão irregular, tendo seu desvio padrão maior no mês de fevereiro e menor em maio(Figura2). Temp 2 100 1,5 80 1 60 0,5 40 Temp. em °C Evap 120 0 20 DEZ NOV OUT SET AGO JUL -0,5 JUN ABR MAR FEV JAN 0 MAI Precip. e Evap. em mm/mês Precip Figura 2. Desvio Padrão da temperatura, precipitação e evaporação tanque classe A. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] O ciclo anual da nebulosidade média mensal apresenta semelhança com o regime de precipitação com menores valores no outono e maiores na primavera. Entretanto, a amplitude de variação é pequena, com os valores mensais situando-se na faixa de 5 á 7 por 10, que indica uma característica de clima nebuloso. O inverno é mais nublado e outono é menos nublado. Um ciclo sazonal associado às estações do ano é observado também na climatologia mensal da umidade relativa do ar. Observa-se pelos valores de umidade relativa estão sempre acima de 75%, tratando-se, portanto de um clima úmido com o valor máximo alcançando 85% em julho. Os menores valores de umidade relativa são encontrados em novembro-dezembro, período em que a precipitação mensal apresenta um mínimo secundário (Figura 3). Umidade Nebulos. 7 84 82 80 6 78 76 DEZ NOV OUT SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV 5 JAN 74 Nebulosidade (0-10) Umidade Relativa (%) 86 Figura 3. Média climatológica umidade relativa do ar e nebulosidade. Comparando o ciclo anual de nebulosidade e umidade relativa, podemos observar que durante a transição do verão para outono a umidade relativa aumenta, mas a nebulosidade diminui. Porem, 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] durante a transição do inverno para primavera, a umidade relativa diminui, mas nebulosidade se manteve alta mesma. Isso acontece porque na transição para o outono a instabilidade é menor que durante a transição para a primavera. No desvio padrão da umidade e nebulosidade, podemos observar que não há uma sazonalidade bem definida (figura 4). Umidade Nebulos. 4,0 1,1 1,1 Umidade 1,0 0,9 3,0 0,9 0,8 0,8 2,5 Nebulosidade 1,0 3,5 0,7 0,7 DEZ NOV OUT SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV 0,6 JAN 2,0 Figura 4. Desvio Padrão da umidade relativa do ar e nebulosidade. A climatologia da magnitude média mensal do vento também apresenta um ciclo anual definido, porém defasado em torno de 3 a 4 meses com relação a sazonalidade demarcada pelas estações do ano. Este atraso está relacionado com variações sazonais no aquecimento diferencial entre continentes e oceanos. Já a climatologia da pressão atmosférica varia bem entre verão e inverno, pois ela está inversamente relacionada com a temperatura, ficando com pressão mínima no mês de janeiro e máxima em julho em decorrência da entrada de anticiclones frios nesta época (Figura5). As frentes frias são mais vigorosas e freqüentes no inverno que no verão. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] 4,3 4,1 3,9 3,7 3,5 3,3 3,1 2,9 2,7 2,5 1017 1016 1015 1014 DEZ NOV OUT SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV 1013 1012 1011 Velocida do Vento (m/s) Vento 1019 1018 JAN Pressão Barométrica (mb) Pressão Figura 5. Média climatológica da pressão barométrica e velocidade do vento A pressão barométrica não possui uma sazonalidade bem definida, oscilando muito entre verão e inverno, tendo seu desvio padrão maior no mês de abril e o menor no mês de fevereiro. Na velocidade do vento não há um desvio padrão muito grande no período verão e inverno, caracterizando assim o clima de Pelotas com pouca variação de vento durante todo o ano (Figura6). 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] Vento 0,9 2,0 0,6 DEZ 0,3 NOV SET AGO JUL JUN MAI ABR MAR FEV JAN 1,5 Velocida do Vento (m/s) 1,2 2,5 OUT Pressão Barométrica (mb) Pressão Figura 6. Desvio padrão da pressão barométrica e velocidade do vento Um padrão sazonal é observado na climatologia da radiação solar mensal e com alguma irregularidade na climatologia da insolação mensal, apresentando uma maior insolação e radiação no período do verão e uma menor no período do inverno, devido à declinação sazonal do sol, cujas variáveis são moduladas por este fator (Figura7). As variações de radiação solar e insolação são diretamente relacionadas com a nebulosidade. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] 300 500 260 400 220 300 180 200 DEZ NOV OUT SET AGO JUL JUN MAI 100 ABR 0 MAR 140 FEV 100 Insolação Horas/mês Insol. 600 JAN Radiação Solar (cal/cm².dia) Radi Figura 7. Média climatológica da radiação solar e insolação. Os desvios padrões da insolação e da radiação solar estão relacionados com a nebulosidade. No outono os maiores valores de desvios padrões de insolação e da radiação solar correspondem a valores menores de DP de nebulosidade, sendo o inverso observado nos meses de fevereiro e setembro. Os valores de DP da radiação solar mostram que a variação interanual acompanha a sazonalidade da média mensal em proporção à magnitude, sendo maiores no verão e menores no outono e no início do inverno. Exceção ocorre no bimestre novembro-dezembro onde a variação não cresce na mesma proporção da média mensal. No mesmo sentido, a análise para insolação também revela uma tendência a sazonalidade, porém mais irregular, onde o máximo de variação interanual ocorre apenas para o bimestre janeiro-fevereiro, enquanto que os menores valores tendem para época de menor insolação 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] (mínimo de maio a julho). Particularmente, os meses de novembro, dezembro e março, com elevada insolação, apresentam menor variação interanual, contrastando com janeiro e fevereiro (Figura8). 0 20 DEZ 25 NOV 10 OUT 30 SET 20 AGO 35 JUL 30 JUN 40 MAI 40 ABR 45 MAR 50 FEV 50 Insolação Horas/mês Insol. 60 JAN Radiação Solar (cal/cm².dia) Radi Figura 8. Desvio padrão da radiação solar e insolação. A tabela 1 mostra as freqüências de direção de vento predominante na cidade de Pelotas-RS, nas quatro estações do ano. No verão (DJF) as direções predominante do vento são de NE e E, ocasionando muita chuva neste período, devido aos ciclones e anticiclones do Oceano Atlântico que trazem grande quantidade de vapor d’água para a região de Pelotas. No outono os ventos predominantes são de NE e SW. Os ventos de SW começam a intensificar-se trazendo as frentes de latitudes mais altas. Neste período os ventos de E começam a perder força, enfraquecendo o anticiclone do Oceano Atlântico e consequentemente diminuindo a entrada de umidade. No inverno as direções de vento predominantes são de NE e SW. Os ventos de SW estão bem intensos, e são eles que ocasionam grande parte das chuvas neste período. Os ventos de NE também 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] são predominantes nesta estação, fazendo com que os ciclones do Oceano Atlântico tragam bastante umidade para a região de Pelotas. Na primavera a freqüência de ocorrência de vento de SW diminuem, assim como a freqüência de frentes frias, ocasionando a diminuição da precipitação que no inverno. Os ventos predominante neste período são de NE e E, intensificando assim o anticiclone do Oceano Atlântico. JAN FEV MAR ABR MAI JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ N 0 0 0 0 0 0 0 1 1 0 0 0 NE 20 11 17 16 13 13 26 25 22 19 18 18 E 20 14 17 8 2 1 1 5 8 16 15 18 SE 1 1 0 0 0 0 0 2 0 0 2 0 S 0 1 1 2 0 1 1 0 2 1 1 2 SW 0 4 5 14 19 21 12 7 6 3 4 0 W 0 0 0 0 6 4 1 0 0 0 0 1 NW 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 Total 41 41 40 40 40 41 41 40 39 39 40 39 Tabela 1. A freqüência das ocorrências de direção predominante do vento para Pelotas-RS. A tabela 2 mostra os coeficientes de correlação entre precipitação e as outras variáveis meteorológicas. A precipitação está diretamente relacionada com a umidade relativa, pois quando chove mais há maior umidade e vice-versa. Em relação à pressão, radiação e insolação, a precipitação está inversamente relacionada, pois em períodos chuvosos a pressão tenderá a diminuir assim como a radiação e a insolação. Não podemos dizer, com exatidão, que a precipitação está relacionada com a temperatura, pois de acordo com a tabela 2 apenas no mês de dezembro a precipitação e temperatura estiveram inversamente relacionadas. Caso semelhante é visto nas variáveis de evaporação nebulosidade e vento, não havendo, assim, uma correlação bem definida com estas variáveis. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] Temp. Radia. Pressão Evap. Vento Umid. Insol. Nebul. JAN 014 -0,70 -0,27 -0,65 -0,41 0,51 -0,71 -0,65 FEV 0,11 -0,60 -0,04 -0,55 0,10 0,61 -0,70 -0,55 MAR 0,21 -0,56 -0,18 -0,47 -0,15 0,38 -0,68 -0,47 ABR 0,24 -0,54 -0,40 -0,25 0,38 0,55 -0,58 -0,25 MAI 0,32 -0,47 -0,25 0,11 0,35 0,29 -0,42 0,11 JUN 0,37 -0,58 -0,30 -0,02 0,43 0,50 -0,35 -0,02 JUL 0,46 -0,60 -0,47 -0,29 0,24 0,28 -0,21 0,47 AGO 0,03 -0,46 -0,38 -0,20 0,00 0,49 -0,45 0,37 SET 0,04 -0,35 -0,09 -0,05 0,10 0,32 -0,35 0,44 OUT 0,32 -0,44 -0,26 -0,42 0,02 0,47 -0,49 0,47 NOV 0,21 -0,55 -0,41 -0,23 0,00 0,55 -0,56 0,29 DEZ -0,23 -0,51 -0,20 -0,38 0,05 0,55 -0,56 0,45 Tabela2. Coeficientes de correlação entre precipitação e outras variáveis meteorológicas. CONCLUSÃO O clima local de Pelotas foi analisado através de dados meteorológicos fornecidos pela EMBRAPA-UFPel utilizando os dados de 43 anos. Através de analises de coeficientes de correlação de 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected] variação interanual das variáveis podemos concluir que a precipitação em Pelotas depende de direção do vento e freqüência das frentes atuando na região. BIBLIOGRAFIA WEYKAMP, P. V., F. Z. LOPES, D. S. CALEARO e S. R. CHAPA, 2003: Relação entre temperatura e precipitação no inverno dos anos 1995 e 1996 no Rio Grande do Sul. In: XII Congresso de Iniciação Científica e V Encontro de Pós-Graduação, Pelotas-RS. OLIVEIRA FILHO, J. H. Um estudo da precipitação sobre o Rio Grande do Sul durante eventos de El Nino Oscilação Sul. Dissertação de Mestrado, Pelotas, 94f., Dissertação de Mestrado, Faculdade de Meteorologia, Universidade Federal de Pelotas, Pelotas, 2003. 1 Aluno do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 2 Aluna do Curso de Graduação em Meteorologia, UFPel. Campus Universitário. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]. 3 Prof. Dr. do Departamento de Meteorologia. Faculdade de Meteorologia. UFPel. Pelotas, RS – CEP:96010 – 900. E-mail: [email protected]