O que é Bioenergética ? “BIOENERGÉTICA” “Ramo da biologia próximo da bioquímica que estuda as transformações de energia pelos seres vivos.” (dicionário Houaiss) “Parte da fisiologia que estuda as transformações de energia nos seres vivos” (dicionário Universal) Prof. Mauro Batista “Estudo dos processos envolvidos na transformação e utilização de energia pelos seres vivos” ENERGIA “Capacidade que um corpo, uma substância ou um sistema físico tem de realizar trabalho”. (dicionário HOUAISS) “Propriedade de um sistema que lhe permite realizar trabalho”. (dicionário AURÉLIO) “Capacidade do organismo para realizar trabalho biológico.” Trabalho Biológico A Energia na Natureza Princípio da Conservação de Energia 1ª Lei da Termodinâmica: ...a energia não se cria nem se destrói só se transforma de una forma à outra. Ciclo Energético Biológico A Energia nos alimentos Sol (energia luminosa) Plantas (energia química) Animais e Humanos (trabalho biológico) • Carboidratos • Gorduras • Proteínas ADENOSINA TRIFOSFATO (ATP) A energia dos alimentos não é utilizada diretamente para produção de trabalho biológico! De onde, então, vem a energia que precisamos para esses processos? HIDRÓLISE DO ATP Energia útil ATP + H20 ATPase ADP + Pi + (7 a 12 kcal/mol) A energia liberada na quebra de ATP é utilizada para realizar diferentes formas de trabalho biológico, dentre elas a contração muscular. Restauração do ATP Formação de ATP Quantidade de ATP no Organismo é muito pequena ...ocorre através de um processo conhecido como fosforilação, onde: Suficiente para gerar energia para apenas 3 ou 4 segundos de atividade caso não fosse restaurada: z ADP + Pi + energia ATP Vias Energéticas para Restaurar o ATP 1. 2. Sistemas Anaeróbios: z ATP-CP ou Alático ou dos Fosfagênios z Glicolítico ou Lático Sistema Aeróbio ou Sistema Oxidativo - molécula muito pesada Por isso, precisa ser restaurada continuamente... REAÇÕES ACOPLADAS A restauração do ATP ocorre através de processos conhecidos como reações acopladas. CREATINA FOSFATO (CP) SISTEMA ATP-CP (Sistema dos Fosfagênios) “Energia Imediata” Assim como o ATP a molécula de CP está presente na célula muscular. Liberação de Energia de CP Energia útil Ressíntese de ATP através de CP Energia útil A enzima CK catalisa a reação em que a CP é rompida para liberar energia. A energia liberada é utilizada para restaurar ATP. Disponibilidade de Energia Através do Sistema dos Fosfagênios (ATP-PC) ATP PC Fosfagênio total 1. Concentração muscular mM/Kg de músculo mM de massa muscular total ∗ 2. Energia útil ∗ ∗ • Kcal/ Kg de músculo • • • Kcal/ Kg de massa muscular total 4-6 120-180 15-17 450-510 19-23 570-690 0,04-0,06 0,15-0,17 0,19-0,23 1,2-1,8 4,5-5,1 5,7-6,9 Sistema ATP-CP & Exercício Esforços de alta intensidade, alta velocidade ou muita força: piques curtos: 50, 100 metros; • 5 ou 6 saltos contínuos; • exercício com peso para 3 ou 4 RMs, etc. • ∗ admitindo-se 30Kg de músculo em homem de 70Kg ∗ ∗ admitindo-se 10 Kcal por mol de ATP Dinâmica do Sistema ATP-CP no Esforço Recuperação do sistema ATP-PC Depende do nível de treinamento do sujeito: Note que, enquanto há CP disponível, o nível de ATP não diminui. Após a depleção de CP o nível de ATP começa a diminuir. • • em 30 segundos, 50% restaurado; aos 3 minutos, 95% aproximadamente. O Sistema Glicolítico utiliza a energia proveniente da desintegração da molécula de glicose (glicólise). Esse processo exige que ocorram em torno de 12 reações químicas para se obter energia para restaurar ATP. SISTEMA GLICOLÍTICO Energia a Curto Prazo (desintegração parcial dos CHO) SISTEMA GLICOLÍTICO (Sistema do ácido-lático) GLICÓLISE ANAERÓBIA Glicogênio Glicose Ácido Pirúvico Sem O2 Ácido Lático H+ ADP + Pi 2 ou 3 ATP GLICÓLISE ANAERÓBIA 1 mol (180g) CHO 60-70g de Ác. Lático Capacidade do Sistema Glicolítico Por kg de músculo 1 mol Ác. Lático + 3 ATP 1-1,2 ATP Tolerância máx do ácido lático (gramas) Formação de ATP (milimoles) Energia útil (kilocalorias) z - corridas de 200, 400, 800 metros; - natação 100 m; z - 15 saltos contínuos; z - exercício com peso para 6 a 15 RMs, etc. z 2,0-2,3 33-38 0,33-0,38 60-70 1.000-1.200 10,0-12,0 SISTEMA AERÓBIO Sistema Glicolítico e Exercício Esforços de alta intensidade, alta velocidade, ou que exijam muita força por um período maior que 10 ou 15 segundos: (potencia máxima entre 1 e 3 minutos) massa muscular total 9 Glicólise 9 Ciclo Aeróbia (término da desintegração dos CHO) de Krebs 9 Sistema desintegração das gorduras e aminoácidos de Transporte de elétrons. GLICÓLISE AERÓBIA Perceba que o processo de glicólise é o mesmo, quer haja O2 ou não. A presença de O2 determina somente o destino do ácido pirúvico. ADP + Pi Glicogênio Glicose Mitocôndrias 2 ou 3 ATP H+ Ácido Pirúvico Com O2 Acetil coenzima A CONTINUAÇÃO da DESINTEGRAÇÃO da GLICOSE Velocidade da Glicólise Glicólise Rápida CHO Ácido Pirúvico + H+ + ATP Glicólise Intermediária CHO Ácido Pirúvico + H+ + ATP Ácido Lático Ácido Lático Mitocôndria Mitocôndria Glicólise Lenta CHO Ácido Pirúvico + H+ + ATP Utilização da gordura como substrato metabólico Ácido Lático Mitocôndria Utilização da gordura como substrato metabólico Utilização da gordura como substrato metabólico Oxidação das Gorduras 9 Catabolismo do Glicerol= 19 ATP No sarcoplasma: 9 Catabolismo do AGL nas mitocôndrias (β-oxidação) lipase • Triglicerídeos + 3 H2O = 146 ATP Glicerol + ac. graxos (AGL) (lipólise) 9 Nos adipócitos: • AGLs ( transportado na corrente pela Albumina) Utilização da proteína como substrato metabólico Oxidação das Proteínas 9 DESANIMAÇÂO = Aminoácidos leusina, isoleucina e valina 9 Esqueletos de C Ciclo de Krebs 438 ATP Total= 457 ATP/ mol Capacidade Oxidativa Muscular 9 Atividade enzimática • • 9 Succinato desidrogenase (SDH) Citrato Síntase (CS) Composição do músculo • 9 Continuum Energético Predominância de fibras tipo I Suprimento de O2 Continuum energético Contribuição Parcial de Cada Sistema Bibliografia Básica FOX, BOWERS & FOSS. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos, 4ed. Guanabara Koogan, 1991. McCARDLE, KATCH & KATCH. Físiologia do Exercício, 4ed. Guanabara Koogan, 1998. WILMORE & COSTILL. Fisiologia do Esporte e do Exercício, 2ed. Manole, 2001. FOSS & KATEYAN. Bases Fisiológicas da Educação Física e dos Desportos, Guanabara Koogan.