Bugio n°22 - Fevereiro/Abril 2008(em PDF)

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O Bugio
Boletim informativo
do Parque CienTec
Universidade de São Paulo
Pró-Reitoria de Cultura
e Extensão Universitária
Parque de Ciência e Tecnologia
www.usp.br/cientec/
Fevereiro 2008 - Abril 2008
Ano V, Número 22
Parque CienTec recebe
workshop sobre biônica
P
roduzir uma fibra tão resistente e maleável quanto
a teia das aranhas. Criar o velcro à partir de
mecanismos semelhantes presentes na natureza,
como o do carrapicho, que gruda nas roupas de quem
passeia entre a vegetação. Solucionar problemas
técnicos das mais diversas áreas -medicina,
engenharia, design- utilizando exemplos dos seres
vivos é o objetivo da ciência chamada biônica, que foi
tema do workshop BioDiverCIDADE, realizado durante
todo o dia 31 de março no Parque CienTec. O evento
reuniu pesquisadores e técnicos alemães e brasileiros
e teve o objetivo de agilizar parcerias entre as duas
instituições envolvidas, a USP e a Universidade de
Münster.
No encontro foram realizadas palestras e mesaredonda. O primeiro palestrante foi Bernd Hill, da
universidade alemã e uma das maiores autoridades
mundiais no setor. Ele esclareceu melhor o conceito
de biônica e seu potencial para resolver problemas
práticos. Entre outras contribuições, o trabalho de Hill
com a planta conhecida como Vitória Régia e a forma
como suas fibras se entrelaçam, que pode ser
reproduzida para solucionar problemas arquitetônicos,
é um bom exemplo da utilidade da biônica.
A instalação no Parque CienTec de uma Oficina de
Biônica, que se juntará a todas as outras atrações da
instituição que fazem a divulgação da ciência, também
foi discutida. Segundo Ricardo Schuch, do
Escritório de Inovação da Universidade de
Münster, a idéia é aproveitar os recursos
naturais presentes no Parque, plantas e
animais, e fazer os próprios visitantes
imaginarem usos práticos para a forma
como a natureza resolve seus problemas.
“As crianças têm uma mente aberta e
criativa, prontas para descobrir potenciais
na natureza”, afirma Schuch.
Mesa-redonda e palestras fizeram parte do workshop
Segundo Wilhelm Schmitz, pró-reitor de pesquisa e relações
internacionais da Universidade de Münster, o workshop teve
resultados concretos para o desenvolvimento e divulgação
da biônica nos dois países. Várias parcerias com a USP foram
acertadas, como o estabelecimento de um programa de pósgraduação e um possível congresso sobre o assunto a se
realizar no segundo semestre.
No período da tarde os participantes tiveram a oportunidade
de conhecer muitas das atrações do CienTec. Foram visitados
a Exposição de Matemática e de Física, além da Nave Mário
Schenberg. Mas a atração que mais encantou os visitantes
alemães foi o Passeio Ecológico até os vertedouros e a mata
a t l â n t i c a
presente em
todo o caminho.
Os visitantes alemães conheceram
várias atrações do CienTec
2008: Ano Internacional
do Planeta Terra
Por Michel Esmério, graduando
em Letras pela USP
O
projeto do Ano Internacional
do Planeta Terra (AIPT) foi
apresentado pela ONU e pela
União Internacional de
Ciências Geológicas - ou
Ciências da Terra - (IUGS).
Proclamado pela ONU
em dezembro de 2005
para acontecer entre
janeiro de 2007 e
dezembro de 2009, sendo
2008 o ano principal. O
objetivo é demonstrar como
as Ciências da Terra podem
colaborar para uma sociedade
sustentável, encorajando os
governos
a
aplicar
os
conhecimentos
científicos
acumulados nessa área para benefício de
todos.
Os dois principais focos do AIPT são ciência e
divulgação e serão abordados vários temas: Água
Subterrânea, Desastres Naturais, Terra e Saúde,
Clima, Recursos naturais e Energia, Megacidades,
O logo oficial do evento
promovido pela ONU
Núcleo e Crosta terrestres,
Oceanos, Terra e Vida e Solos.
O programa de divulgação
pretende difundir entre a
população a importância
das Ciências da Terra para
o
desenvolvimento
humano, contribuir para o
sistema educacional e
aumentar, junto aos
governos, o entendimento
da necessidade das
Ciências da Terra.
Desde o início de suas
atividades, em 2001, o Parque
CienTec também atua na
divulgação das Ciências da Terra,
oferecendo visitas monitoradas que
aumentam a consciência ambiental e
científica. Meteorologia, Geofísica e Geologia são
algumas das áreas abordadas. Outros exemplos
da incorporação pelo CienTec dos objetivos do AIPT
é a Oficina de Reciclagem e o Passeio Ecológico,
voltado à conscientização de crianças e adultos.
Novo pró-reitor visita CienTec
Digital, a Nave Mário Schenberg e a Exposição da
Física foram algumas das atrações visitadas pelo
novo Pró-Reitor, que estava acompanhado da
diretora do Parque, Marta Mantovani, e a vicediretora, Raquel Glezer. Na Exposição de Física o
pró-reitor, que é docente da Escola de Engenharia
de São Carlos, se interessou pela Gaiola de Faraday
e Gerador Van der Graaf, ambos experimentos que
demonstram as propriedades da eletricidade de
modo divertido para crianças e adultos.
Marta Maria Mantovani, diretora do Parque
CienTec, Ruy Alberto Corrêa, o novo pró-reitor
de Cultura e Extensão, e Raquel Glezer, vicediretora, na Exposição de Matemática
R
uy Alberto Corrêa Altafim, novo Pró-Reitor de
Cultura e Extensão da USP, visitou o Parque
Cientec dia 20 de fevereiro. Durante o passeio, o
Professor Altafim teve a oportunidade de conhecer
melhor os projetos e atrações do CienTec, que está
vinculado à pró-reitoria. A Exposição de Matemática,
o Passeio Ecológico até os vertedouros, a Gruta
02
Outra atração que impressionou o visitante foi a
Nave Mário Schenberg, que ele classificou como
fantástica, e que simula uma viagem pelo espaço.
A viagem virtual é feita em cenário semelhante a
uma nave de verdade e as crianças podem controlar,
entre outros, a velocidade, trajetória e quantidade
de combustível que será utilizada.
Ruy Altafim apontou ainda para o enorme potencial
de divulgação de ciência e tecnologia do Parque,
inclusive no treinamento de professores das redes
pública e privada que poderiam funcionar como
multiplicadores desse conhecimento.
Visita à Mini Bacia
Hidrográfica
Floresta no meio da cidade é um dos
passeios oferecidos pelo CienTec
Por Bianca Maria Gaspar, graduanda em Biologia
pela USP e que apresenta o passeio ecológico
O
passeio ecológico ao Vertedouro permite a
muitos estudantes acostumados a viver em
grandes cidades e centros urbanos um raro contato
com a natureza. Nessa visita, todos têm a
oportunidade de conhecer diversas espécies
vegetais exóticas - não originárias do ambiente -,
como o café e o pinheiro, e nativas. Abelhas, peixes
e outros animais, comuns em nosso dia-a-dia mas
que desempenham importantes papéis no
ecossistema, também podem ser observados pelo
visitante. Entretanto, muitos ficam extasiados ao
entrar em contato pela primeira vez com outros dos
animais presentes no Parque Cientec e que
dificilmente o habitante urbano tem oportunidade de
conhecer, como o macaco bugio - que dá nome a
este boletim -, patos selvagens e garças.
O lago é a principal atração do passeio. Suas
águas límpidas, os animais que ai vivem e a grande
formação florestal da Mata Atlântica em suas
margens constituem uma vista indescritível e rara
para muitos visitantes das grandes cidades.
A vantagem do passeio ao Vertedouro é a
variedade de temas educativos e sócio-ambientais
que podem ser abordados ao longo da visita.
Resquícios das plantações de café oferecem boas
oportunidades para explorar a história econômica
de São Paulo; a substituição de uma parte
desmatada da floresta por pinheiros, árvores
exóticas, pode ser usada para explicar a importância
da execução correta do reflorestamento. A palmeira
Geriva, da qual se extrai o
palmito, as plantas exóticas, as
madeiras dos pinheiros, além do
próprio café, nos mostram a
utilidade dos vegetais e como
são importantes para nossa
economia.
O passeio ecológico até o
Vertedouro, uma das atrações
mais requisitadas do Parque,
demonstra para seus visitantes,
alunos e professores de
diversas faixas etárias, a
importância da natureza em
nossas vidas, conscientizando
a todos sobre o porquê da
preservação da natureza.
Conheça nossas outras atrações
O Parque CienTec é uma instituição pública ligada à Pró-Reitoria de Cultura e Extensão
Universitária da USP. Seu objetivo principal é oferecer aos visitantes entretenimento de
qualidade ao mesmo tempo em que divulga a ciência e tecnologia. Vários são os tipos de
passeios disponíveis ao público. Conheça alguns deles.
Alameda do Sistema Solar: conheça melhor os planetas de nosso sistema.
Espaço Geofísica: terremotos e maremotos. Como e quando ocorrem.
Estação Meteorológica: aprenda mais sobre a medição dos fenômenos climáticos.
Espaço Astronomia: conheça um telescópio e seu funcionamento.
Oficina de Fotografia: como tirar fotos com câmeras de
lata.
Investigando o Olho Humano: como enxergamos as
coisas?
Gruta Digital em 3D: um passeio por uma molécula,
pela cidade do Rio de Janeiro e pelo Universo. Tudo em imagens em três
dimensões.
Exposição de Matemática: um modo divertido de aprender matemática.
Nave Mário Schenberg: ajude a tripulação da nave a realizar uma arriscada
missão pelo universo.
Exposição de Física: experiências surpreendentes que demonstram as regras do
universo.
Energias Alternativas: as energias do futuro e como elas funcionam.
03
Prevenindo
desastres NATURAIS
por meio da TECNOLOGIA
Uma entrevista com o ex-chefe da
Estação Meteorológica
N
o final de 2007 a Estação Meteorológica
presente no Parque Cientec fez 75 anos. Uma
das mais antigas do país, ela ainda hoje realiza
medições dos diversos aspectos do clima: pressão
atmosférica, temperatura do ar, precipitação da
chuva entre outros. Além de também servir como
instrumento didático para os meteorologistas
formados pela USP, a Estação recebe visitas
monitoradas de estudantes das redes pública e
privada. Na entrevista abaixo, o ex-chefe da Estação,
Augusto José Pereira, fala um pouco sobre a Estação
e de um novo instrumento disponível para os
profissionais da área, o radar meteorológico móvel
MXPOL, que realiza medições das nuvens por meio
de ondas eletromagnéticas. O radar está montado
sobre um caminhão adaptado para esse fim e foi
apresentado no 2o SIBRADEN - Simpósio Brasileiro
de Desastres Naturais e Tecnológicos -, realizado em
Santos em dezembro do ano passado, e no qual
Pereira foi um dos palestrantes. Na entrevista abaixo,
Augusto fala sobre clima mundial, a importância da
Estação Meteorológica e, agora, da estação móvel.
Sua palestra foi sobre o impacto das cidades
no aquecimento global, especificamente o caso
da Região Metropolitana. Os dados obtidos na
Estação Meteorológica do Parque ajudaram o
senhor a montar sua opinião sobre esse
assunto?
Na realidade, a apresentação mostrou que os
impactos antrópicos nas cidades são mais
significativos do que os globais. A série de dados da
Estação Meteorológica-IAG/USP é de muito boa
qualidade e permite avaliar a evolução do clima
urbano da Região Metropolitana.
É possível afirmar que esse aquecimento local
reflete de alguma forma no clima global ou
regional mais amplo - no continente, por
exemplo?
O cercado da Estação Meteorológica do Parque. 75
anos de história e uma das mais antigas do país.
qual a Estação está vinculada - nesse tipo de
simpósio?
O IAG abriga três importantes áreas fundamentais
do conhecimento: Astronomia, Geofísica e
Meteorologia. O Sistema Solar tem um grande impacto
no planeta Terra. Os processos geofísicos no interior
da Terra podem causar eventos catastróficos, como
foi o tsunami da Ásia; os processos atmosféricos têm
também seu impacto sobre a vida - furacões, tornados,
enchentes. Portanto, o IAG tem muito a contribuir para
a compreensão científica dos fenômenos que afetam
o homem, prevê-los e mitigá-los.
Quais são os recursos dessa estação móvel?
O que ela pode medir?
Além da quantidade de chuva com muito boa
precisão, classificar tipos de gotas, neve, cristais de
gelo e granizo. O radar ainda registra as velocidades
de deslocamento das nuvens e detecta regiões da
nuvem com cargas elétricas.
Qual a relação dessa estação móvel com a
prevenção de acidentes? Qual a razão dela
estar exposta em um simpósio sobre desastres
naturais e tecnológicos?
O radar MXPOL será utilizado para monitorar a
formação e desenvolvimento de tempestades e
chuvas que causam inundações e deslizamentos. O
SIBRADEN tratou de ambos os assuntos e era
importante mostrar que essa tecnologia está
disponível no Brasil. Será usada para monitorar as
nuvens na Região Metropolitana (tempestades) e
Baixada Santista (chuvas prolongadas).
O sistema terrestre é muito complexo. Sistemas
locais têm um impacto no sistema global e vice-versa.
As interações entre os cinco componentes principais
do clima - litosfera, criosfera, hidrosfera, atmosfera e
biosfera - é algo ainda por se entender melhor. Faltam
dados e modelos adequados
para este fim.
MXPOL, o radar
Por que é importante a
meteorológico móvel. Outro
participação do IAG - Instituto
instrumento para evitar os
Astronômico e Geofísico, ao efeitos dos desastres naturais.
04
Crianças de Americanópolis RECEBEM
o Parque CienTec
Instituição leva cultura e ciência até onde o público está
J
úlia de Souza Toleto, sete anos, faz um esforço
de memória e fala: “deu para aprender bastante
sobre como a reta liga os dois pontos na
apresentação da bolha. Gostaria que vocês viessem
mais vezes!”. Esse depoimento é apenas um dos
resultados da visita do Parque CienTec à Safrater Sociedade de Amparo Fraterno Casa do Caminho,
que aconteceu dia 12 de março. O experimento lúdico
ao qual Júlia se refere chama-se Superfícies Mínimas
e ensina matemática por meio de demonstrações
simples e divertidas com bolhas de sabão. A Safrater,
localizada no bairro de Americanópolis, oferece a
crianças carentes aulas de reforço e atividades
culturais e esportivas. Além do Superfícies Mínimas,
as mais de cem meninas e meninos de até 13 anos
foram apresentados a outras das atrações do
CienTec: experimentos de física - como o Gerador
de Van der Graaf, que causou
grande comoção quando levantou
o cabelo da criançada - e o Espaço
Giramundo, que ensina como
reaproveitar o lixo e a fazer papel
atividades às instituições, traz outra dimensão ao
aprendizado, tanto para os educandos como para
os educadores. É como se fosse uma outra
perspectiva do mesmo processo. Para as pessoas
da instituição, pelo que parece, é sempre um grande
prazer receber o esforço de um grupo que muda sua
rotina e se mobiliza para o preparo da visita. A nós
do CienTec, fica a sensação de que nosso esforço é
sempre muito reconhecido”, esclarece Capucci.
O Espaço Giramundo consiste em um ambiente de
reflexão crítica sobre as transformações sócioambientais no ambiente promovidas pela ação
humana e a parte apresentada às crianças foi a
Oficina de Papel. Foram discutidos conceitos como
reuso, redução de consumo e reciclagem de papel
usado -produção de novas folhas- com cola e água.
Capucci fala um pouco mais sobre a reação das
crianças a essa atividade. “A
grande sensação foram os
momentos em que retirávamos as
folhas de papel que havíamos
feito naquele momento. É como
se tivéssemos feito uma mágica.
Sobre esse último, Maria de
Espantados e eufóricos, ficaram
Lourdes Marques, voluntária da
curiosos com a possibilidade de
Sefrater, afirma que a consciência
produzir de forma caseira algo
ambiental promovida pelo
que sempre esteve nas indústrias,
Giramundo vai ao encontro das
tão distantes de suas realidades”.
atividades que ela desenvolve com
as crianças. “A Mostra Cultural e A Oficina de Papel Reciclado fez
Essa já é a segunda vez neste
sucesso entre a criançada
Científica
que
estamos
ano que o Parque CienTec leva
promovendo
vai
discutir
suas atividades até o público. Dia cinco de março foi
justamente a sustentabilidade ambiental do planeta.
a vez do Movimento Comunitário de Promoção
O CienTec está de parabéns por trazer esse tema
Humana - uma ONG também do bairro de
para as crianças”, afirma Maria de Lourdes.
Americanópolis - receber o Parque. A iniciativa de
Leonardo Capucci, estagiário do CienTec e um dos levar as atividades do CienTec até locais como
responsáveis pelo Espaço Giramundo, também escolas e ONGs tem o apoio do governo estadual
estava satisfeito com o resultado da visita. “Levar por meio do Projeto Cidadania para Todos.
05
Jacu
Por Vanderson Cristiano, graduando
em Biologia pela USP
bichos do Parque
“... Deixa o mato crescer em paz / Não quero fogo,
quero água... / Deixa o tatu-bola no lugar / Deixa a
capivara atravessar / Deixa a anta cruzar o ribeirão /
Deixa o índio vivo no sertão / O jacú já tá velho na
Borzeguim, canção de Tom Jobim
fruteira...”
A
lém do termo pejorativo que algumas pessoas
usam para chamar as outras, na cidade
poucos sabem que Jacu é um pássaro. Os
visitantes na Trilha de Educação Ambiental do
Parque Cientec podem ter a chance de ver esse
animal, passando do desconhecimento para o
respeito.
também anda pelo chão. Apresenta uma plumagem
escura e papo vermelho saliente na zona da
A caça do Jacu, assim como de outros animais,
garganta. Apesar do seu porte, do tamanho de uma
deveria se dar apenas em nível de subsistência de
galinha, voa e se esgueira agilmente entre a densa
comunidades, como as indígenas, que vivem de
vegetação das copas, encantando nossos
uma forma sustentável, sem agredir a natureza.
visitantes. Seus alimentos são folhas, insetos e
Mas por ter uma carne saborosa e
principalmente frutos. Consome alta variedade de
ser de fácil captura, quando dormem
frutos, especialmente do Palmito Jussara
Reino: Animal
à noite empoleirados, hoje o Jacu
(Euterpe edulis), defecando suas sementes
Filo: Chordata
está presente na lista da fauna
intactas. Ajudam, com isso, na dispersão de
Classe: Aves
brasileira ameaçada de extinção.
sementes de espécies nativas da Mata Atlântica.
Ordem: Galliformes
Sua caça, hoje, está proibida por
Na cultura indígena, os jacus assumem papéis
lei. São aves da região neotropical,
Família: Cracidae
importantes nas lendas e histórias, como no
encontradas apenas na América,
gênero: Penélope
“Mito da Origem”, que narra a separação do dia e
em
geral
nas
florestas
da noite, graças à criação da jacutinga, que canta
brasileiras.
quando o sol aparece. Ainda hoje, quem mora na
O jacu presente no Parque Cientec, Penelope Região Norte acredita que sonhar com jacu é sinal
obscura, também chamada de jacuguaçu, vive em de superação de problemas. Por isso, sonhe com
pequenos bandos ou casais, fica em árvores e os jacus...
árvores do Parque
Quaresmeira
assim, como perenifólias. Além disso, podem
produzir flores arroxeadas e rosadas, fato que
permite o seu uso no paisagismo. Pela sua fácil
adaptação, são usadas também no reflorestamento
de áreas verdes degradadas. É importante lembrar
que, apesar de conhecermos pouco seus frutos,
todas as plantas que possuem flores os produzem
também, inclusive a quaresmeira, os quais são
pequenos e dão origem a grande quantidade de
sementes.
N
esta época do ano, entre fevereiro e abril, notamse flores arroxeadas e rosas entre as manchas
verdes que representam as poucas árvores da
Grande São Paulo. São as flores das quaresmeiras,
árvores que despontam com todo o seu esplendor
próximo à quaresma, daí seu nome.
As Tibouchina granulosa, como dizem os
botânicos - cientistas especializados em plantas -,
possuem folhas o ano todo, sendo caracterizadas,
06
Por Camila Victorino, graduanda
em Biologia pela USP
Reino: Plantae
No Parque CienTec pode
Divisão: Magnoliophyta
ser encontrada quantidade
Ordem: Myrtales
razoável de quaresmeiras,
Família: Melastomataceae já que elas se adaptam
Gênero:Tibouchina
bem em regiões de clima
tropical. Portanto, não
Espécie: granulosa
deixe de observar, próximo
à sua casa, a presença de quaresmeiras, pois São
Paulo, mesmo com grande parte de sua área verde
desmatada, possui muitas árvores nativas da Mata
Atlântica.
Uma
viagem
pelas
estrelas
I
magine que você é o tripulante
de uma nave que tem a missão
Antes da viagem espacial, os
de salvar uma civilização em um
novos tripulantes tomam
planeta distante prestes a ser
conhecimento da missão que
destruído pelo surgimento de uma
terão que cumprir (acima). As
supernova – nome dado aos
crianças, em grupos, ocupam
corpos celestes criados após a
cada uma das estações que
explosão de estrelas com mais de
controlam a nave (acima, à
dez massas do Sol. No caminho
direita). Uma última olhada na
para esse salvamento, passar por
Terra antes de iniciar a
Marte, Júpiter, enfrentar uma
viagem (ao lado).
chuva de asteróides e ainda
atravessar um buraco negro na
velocidade da luz. Experimentar isso tudo é bem mais
fácil para aqueles que visitam a nova atração do
Parque Cientec, a Nave Mário Schenberg. Trata-se
de um complexo arquitetônico que simula
realisticamente a sala de comando de uma nave
espacial e, em conjunto com equipamentos de som e
vídeo, faz com que o visitante realmente se sinta
A experiência dura de 30 a 40 minutos e, além de
viajando pelo universo.
incentivar o trabalho colaborativo para resolver
O passeio, indicado para estudantes de 8 a 14
problemas, também apresenta conceitos de
anos, começa com a apresentação de um vídeo onde
astronomia, física e matemática para as crianças de
os visitantes conhecem a missão que terão que
forma lúdica. Podem participar de cada apresentação
cumprir durante a viagem. Mas, como explica o vídeo,
até 22 pessoas, divididas em grupos de seis.
controlar a nave exigirá muito trabalho em equipe. A
A Nave, totalmente nacional, é resultado do trabalho
sala de comando, o próximo espaço para onde se
dirigem os visitantes, está dividido em estações que de uma equipe multidisciplinar de 30 pessoas, que
controlam diferentes aspectos para a realização da envolveu também o Laboratório de Sistemas
missão: rota, energia, radar, velocidade, manutenção Integrados - LSI - da Escola Politécnica, da USP. O
e comando. Divididos em grupos e ocupando cada nome do simulador é uma homenagem ao físico
uma das estações, as crianças serão responsáveis brasileiro Mário Schenberg, considerado por Einstein
um dos mais importantes de sua época.
pelo sucesso ou fracasso da missão.
Cartoon do Parque
07
Administração atua para
PRESERVAR MATA ATLÂNTICA
CURRÍCULO É CULTURA
garante mais público
para Parque
M
ais de nove mil crianças até o final
do ano: 80 visitantes por dia,
todos os dias. Esses são alguns
números que a adesão do CienTec ao
Programa “Currículo é Cultura”, da
Fundação para o Desenvolvimento da
Educação do Governo do Estado, irá
garantir ao Parque à partir do mês de
maio. O programa tem o objetivo de
ampliar e diversificar a aprendizagem
dos alunos da rede pública de ensino
por meio de visitas sistemáticas a
museus, teatros e instituições que
divulgam a ciência e a tecnologia, como
o CienTec. O Planetário, Jardim
Zoológico, Instituto Butantã e a
Estação Ciência, entre outros, também
participarão do programa.
Parte da área que será reflorestada e, ao fundo, a Mata
Atlântica do Parque Cientec
A
No Parque serão dois grupos de 40
crianças por dia, um de manhã e outro
de tarde. As atividades desenvolvidas
durante os passeios serão: Alameda
do Sistema Solar - uma série de
esculturas que representam os
planetas que orbitam o Sol; o Passeio
Ecológico até a mini-bacia hidrográfica
com vertedouros; Giramundo – espaço
para pensar a forma como nos
utilizamos do planeta e que funciona
também como oficina de material
reciclável; e a Oficina de Desenhos.
área de Mata Atlântica, ainda disponíveis no viveiro, selecionamos”,
preservada, do Parque CienTec afirma Márcia. Ela também enfatiza a
conta com aproximadamente 121 importância da utilização de espécies
hectares. Para manter esse nativas: “só assim poderemos garantir
verdadeiro oásis de verde em meio à a qualidade ambiental do local cidade de São Paulo, a administração biodiversidade florestal e vinda da
do CienTec vem tomando uma série fauna local -, garantindo que a área
de medidas, como entendimentos tenha capacidade de se regenerar
Marta Mantovani, diretora do Parque
efetivamente”.
com moradores dos
CienTec, esclarece que, além de atrair
arredores para o uso 1500 mudas de 43
Márcia afirma que, mais público, a parceria com o Governo
do Estado de São Paulo, por meio da
ecologicamente
sejam
espécies diferentes embora
Fundação para o Desenvolvimento da
responsável das áreas
necessários em torno de Educação, também vai possibilitar a
foram
usadas
no
limítrofes e a construção
reflorestamento dez anos para cobrir de preparação da instituição que dirige,
de muros e grades. Uma
verde a área, em cinco já em termos de recursos humanos e
das
medidas
mais
será possível notar bons resultados, materiais, para recepcionar mais
importantes é a recuperação de
como melhoria da qualidade do solo, pessoas. “Com a participação no
partes da mata, degradadas por
manutenção da temperatura local, Currículo e Cultura, o CienTec entrará
queimadas ou desmatamentos. No
seqüestro de carbono e maior definitivamente no roteiro cultural de
final de 2007, 1500 mudas de 43
infiltração de água – favorecendo, a São Paulo, e com ênfase em seus
espécies nativas da Mata Atlântica
longo prazo, o abastecimento dos recursos voltados à educação”,
foram usadas para iniciar o processo
completa.
lençóis freáticos.
de reflorestamento de dois trechos
degradados na região próxima ao
Reitora da USP - Prof. Dra. Suely Vilela
Jardim Campanário e ao lago,
Pró-Reitor de Cultura e Extensão Universitária
aproximadamente sete mil metros
- Prof. Dr. Ruy Alberto Corrêa Altafim
quadrados.
Parque CienTec
De acordo com Márcia Jovito,
bióloga responsável pela supervisão
do reflorestamento, as mudas foram
obtidas gratuitamente no Jardim
Botânico. “Fizemos o levantamento
das espécies que ocorriam no PEFI Parque Estadual das Fontes do
Ipiranga - e, em cima das espécies
Diretora - Profa. Dra. Marta Silvia Maria Mantovani
Vice-Diretora - Profa. Dra. Raquel Glezer
Jornalista responsável - Alexandre de Arruda Postigo, Mtb 44 347
Colaboradores - Bianca Maria Gaspar, Camila Victorino, Michel
Esmério, Vanderson Cristiano, Willian Raphael Silva
Para agendar sua visita ao Parque CienTec ligue
para 5077 6312, com Luciane. Endereço do Parque:
Av. Miguel Stéfano, 4.200 (em frente ao Zoológico).
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