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UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE –UNESC
PÓS-GRADUAÇÃO LATO-SENSU EM DIDÁTICA E METODOLOGIA DO ENSINO
SUPERIOR
GERUSA FERRARI MARANGONI
AS ABORDAGENS DA GEOGRAFIA HUMANA NO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO
SUL CATARINENSE –UNESC, 1996 –2005: UMA VISÃO CRÍTICA
CRICIÚMA, MARÇO DE 2006
2
GERUSA FERRARI MARANGONI
AS ABORDAGENS DA GEOGRAFIA HUMANA NO CURSO DE
GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO
SUL CATARINENSE –UNESC, 1996 –2005: UMA VISÃO CRÍTICA
Monografia apresentada à Diretoria de Pósgraduação da Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC, para a obtenção do
título de especialista em Didática e Metodologia
do Ensino Superior
Orientador: Prof. MSc. Maurício Ruiz Câmara
CRICIÚMA, MARÇO DE 2006
3
Dedico aos meus colegas, aos meus irmãos,
aos meus pais e ao meu orientador que me
compreendeu e ajudou na elaboração deste
trabalho...
4
“Mulheres e homens, somos os únicos
seres que, social e historicamente, nos
tornamos capazes de aprender. Por isso,
somos os únicos em quem aprender é uma
aventura criadora, algo, por isso mesmo,
muito mais rico do que meramente repetir a
lição dada. Aprender para nós é construir,
reconstruir, constatar para mudar, o que
não se faz sem a abertura ao risco e à
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(FREIRE, 1996, p. 77)
5
RESUMO
Devemos nos conscientizar, nos politizar e estar sempre atentos as novas
transformações que o mundo todo vem sofrendo, ao longo de toda a história da
humanidade e conseguir com isto fazer um paralelo do que se pode ou não ser útil
para nossa vida e para este cotidiano que todos os dias enfrentamos, a realidade
hoje nos coloca a par de uma série de descobertas novas do mundo globalizado e o
que se espera destas inovações e descobertas é que o homem não perca seu
controle e deixe o seu ambiente se tornar um caos. No campo das ciências humanas
as leis das ciências podem ser genéricas, mas não absolutas, pois podem variar no
tempo e no espaço. A Geografia essencialmente descritiva permaneceu até o século
XVIII, foi no século XIX com grandes transformações no método e na sua nova
proposta de estudo que a Geografia tornou-se uma ciência. O presente trabalho
pretende centrar sua atenção no conteúdo de Geografia Humana que se aplica no
ensino superior, especificamente no Curso de Graduação em Geografia da
Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC. A questão central que orienta
este estudo está ligada à Geografia Humana enquanto ciência, e desta forma
quando tentamos explicar as relações sociais existentes no espaço geográfico, não
podemos deixar de falar dos momentos históricos que a Geografia teve. O desafio
desta pesquisa é fazer com que a comunidade acadêmica comece a ter um olhar
crítico das relações do espaço geográfico através da compreensão da Geografia
Humana neste contexto.
Palavras-chave: Geografia Humana; Ciência; Espaço geográfico.
6
ABSTRACT
We must in them to acquire knowledge, in to politicize them and to be always intent
new transformations that the world all comes suffering, throughout all history of
humanity and to obtain with this to make parallel of that if it can or to be useful for our
life and the this daily that every day we face, reality today in does not place them
along with a series of new discoveries of the generality world and what it expects of
these innovations and discoveries is that the man does not lose its control and leaves
its environment if to become a chaos. In the field of sciences human beings the laws
of sciences can be generic, but not absolute, therefore they can vary in the time and
the space. Essentially descriptive Geography remained until century XVIII, was in
century XIX with great transformations in the method and its new proposal of study
that Geography became a science. The present work intends to center its attention in
the content of Geography Human being who if applies in superior education,
specifically in the Course of Graduation in Geography of the University of the South
Extremity Catarinense - UNESC. The central question that guides this study is on to
Geography Human being while science, and of this form when we try to explain the
existing social relations in the geographic space, we cannot leave of speaking of the
historical moments that Geography had. The challenge of this research is to make
with that the academic community starts to have a critical look of the relations of the
geographic space through the understanding of Geography Human being in this
context.
Key-words: Geography Human being; Science; Geographic space.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................07
2. A GEOGRAFIA ENQUANTO CIÊNCIA .............................................................11
2.1 A Geografia do Século XIX.............................................................................13
2.2 A nova Geografia ............................................................................................19
2.3 As análises marxistas ....................................................................................21
2.4 A Geografia no Brasil .....................................................................................27
3. O CURSO DE GRADUAÇÃO EM ESTUDOS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DO
EXTREMO SUL CATARINENSE –UNESC ..........................................................30
3.1 O Surgimento do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do
Extremo Sul Catarinense –UNESC.....................................................................35
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS ...............................................................................41
REFERÊNCIAS ......................................................................................................44
REFERÊNCIAS COMPLEMENTARES..................................................................46
APÊNDICES...........................................................................................................48
ANEXOS ................................................................................................................51
8
1 INTRODUÇÃO
O caminho que devemos seguir neste momento da ciência moderna é o
de ter sabedoria e responsabilidade pelas conseqüências de nossas ações enquanto
tentamos explicar e compreender as relações sociais.
Precisamos cultivar a ciência e assumir ela como um domínio cognitivo
constituído através de explicações e da aplicação de critérios de validade das
mesmas, e assim poderemos compreender novas formas de aprender e interiorizar
os conhecimentos científicos.
A Geografia era uma ciência de síntese e dependia dos demais ramos do
conhecimento científico, como ciência passou a existir no século XIX quando foram
estabelecidos três princípios fundamentais da ciência geográfica, esses três
princípios foram a causalidade, a extensão e a analogia.
As idéias geográficas não foram geradas à parte, refletiam pressupostos e
teorias dominantes do século XIX. De início, a Geografia Humana apareceu como o
estudo das relações dos homens com o meio físico, seu progresso como ciência
remonta o nosso conhecimento sobre o globo efetuado em conseqüência de viagens
de descobertas e de colonizações do século XVIII, viagens movidas pela curiosidade
científica.
Foi a partir destas considerações feitas sobre a Geografia Humana, e
sobre a Geografia Física, serem dividido no conjunto geográfico, que surgiu então a
vontade de compreender melhor qual o papel e o espaço da Geografia Humana
neste contexto, isto porque como já foi mencionado antes na própria pesquisa, a
Geografia Física foi a primeira das áreas a ser utilizada pelos Geógrafos e depois foi
9
que surgiu as áreas da Geografia Humana, em meio aos próprios conflitos gerados
no espaço ocupado pelo homem.
A estrutura da Geografia enquanto área científica1, e, conseqüentemente,
o seu ensino, não permaneceu estática desde sua constituição enquanto ciência e é
a partir desta visão que se pode dizer que a Geografia Humana praticada no ensino
superior não deve também ser a mesma de séculos atrás, porém ainda hoje a
Geografia é muitas vezes ensinada de forma fragmentada como matéria descritiva
como antigamente e é nessas situações que os acadêmicos só decoram os
conteúdos, sem atribuir nada de crítica a esta ciência.
Quando relato a prática utilizada pelo Departamento com relação à
Geografia Humana é porque o tema a ser analisado e discutido deve ser
compreendido como um instrumento de grande auxílio nesta prática de uma
Geografia mais aberta, crítica e objetiva centrada os assuntos sociais e econômicos
da sociedade sem deixar de levar em conta os fenômenos físicos, porém com um
olhar mais humano e não apenas, e tão somente, técnico.
Desta forma, esta pesquisa se torna relevante para a construção de uma
referência científica, para os debates sobre o contexto de espaço, uma referência
científica que os acadêmicos do Curso de Graduação em Geografia da UNESC
poderão consultar como referencial teórico e fazer debates sobre a Geografia
Humana no ensino superior.
A razão pela qual a abordagem da Geografia Humana no Curso de
Graduação em Geografia está sendo escrita tem finalidade também de explorar as
questões referentes à prática deste ensino desde a criação do Curso de Graduação
em Geografia da UNESC em 1996 até o ano de 2005.
10
O trabalho foi então dividido em dois capítulos e subtítulos que estão
diretamente ligados ao assunto da Geografia Humana, o primeiro capítulo mostra as
transformações ocorridas na Geografia desde o século XIX, quando é instituída uma
área do conhecimento científico até a atualidade. O capítulo foi baseado nas
reflexões de Rui Moreira, Pierre George, Nelson Vernecke Sodré, Antonio Carlos
Robert Moraes e Paulo César da Costa Gomes.
O segundo capítulo discute a questão da Geografia Humana no curso de
graduação em Geografia, foram consultados documentos da instituição e realizadas
entrevistas com alguns docentes do Departamento, com o objetivo de entender a
trajetória do curso e a abordagem da Geografia Humana no curso.
A questão central que orienta este estudo está ligada à Geografia
Humana enquanto ciência, e desta forma quando tentamos explicar as relações
sociais existentes no espaço geográfico, não podemos deixar de falar dos momentos
históricos que a Geografia teve.
Quando este tema foi escolhido para ser trabalhado, o que levou em um
primeiro momento a sua pesquisa foi porque não havia nenhum referencial sobre
este assunto dentro desta Universidade, em um segundo momento o que motivou a
pesquisa foi a curiosidade em verificar as tendências da Geografia Humana,
enquanto área de conhecimento científico e assim poder centrar este trabalho no
contexto atual de sua realização e transformação.
O que se procura mostrar, através dos objetivos traçados para este
trabalho, é que a Geografia é resultante da produção humana e é uma área do
conhecimento que combina muito com as tendências filosóficas das épocas
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anos que se estende a partir de 1750, más é filha sobretudo do século XIX, onde nasce os alemães, Kant,
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MORAES,2002a
,p. 14).
11
passadas e presentes, pois na sua materialidade construída pelo homem ajuda a
entender o mundo.
Toda esta pesquisa foi elaborada no Departamento de Geografia da
UNESC, isto só foi possível porque todos os membros do Departamento diretamente
ou indiretamente colaboraram no desenvolver de todo o trabalho, principalmente os
professores que auxiliaram no estudo exploratório descritivo que abordou um caráter
qualitativo.
12
2. A GEOGRAFIA ENQUANTO CIÊNCIA
Este texto trás um pouco da história da Geografia e apresenta uma visão
das correntes do pensamento geográfico, mostrando as transformações ocorridas no
passado até os dias atuais, dando ênfase à teoria e ao método em cada escola. O
texto foi produzido a partir das referências de Rui Moreira, Pierre George, Nelson
Vernecke Sodré.
As primeiras atividades geográficas surgem devido à própria necessidade
dos homens de localização e de compreensão dos fenômenos naturais, físicos e
espaciais ao seu redor. O homem descobriu que podia modificar as coisas e
começou a se interessar pelo que havia ao seu redor e então percebeu que o meio
em que ele habitava se modificava e que ele fazia parte constante desta
modificação, a partir desta observação começa a ver com outros olhos a distribuição
dos fenômenos naturais que eram considerados primitivos, com o crescimento e
evolução da própria humanidade a Geografia que era intuitiva, então, começa a ter
um novo sentido.
Desde as primeiras observações feitas pelo homem a Geografia se fez
presente de maneira mais sutil, porém estava mantendo o seu papel de discutir e
observar as relações do homem com seu meio.
A estrutura da Geografia enquanto área científica e conseqüentemente o
seu ensino, não permaneceu estática desde sua constituição enquanto ciência e é a
partir desta visão que se pode dizer que a Geografia Humana praticada no ensino
superior não deve também ser a mesma de séculos atrás.
13
A Geografia sofreu muitas transformações até conseguir conquistar seu
próprio espaço como ciência, a própria filosofia da Geografia conseguiu se tornar
mais autentica conquistando novas tendências quando este mesmo homem
começou a descobrir que fazer ciência era para criar um novo espaço, a construção
deste novo espaço não foi fácil de se conquistar ao longo de toda sua história
baseada na natureza e na sociedade.
Pode-se dizer que a Geografia é hoje uma ciência que discuti as relações
sócias vivenciadas pelo homem no seu espaço, isto porque ela consegue manter
suas características voltadas ao mundo que a sociedade vem criando ao longo dos
tempos.
O que se procura mostrar é que a Geografia é resultante da produção
humana e é uma área do conhecimento que combina muito com as tendências
filosóficas das épocas passadas e presentes, pois é na sua materialidade construída
pelo homem que ela ajuda a entender o mundo.
A especialização crescente do saber, às vezes torna difícil o domínio
global de algumas disciplinas, no caso da Geografia não é diferente, isto porque esta
área do conhecimento científico se utiliza várias outras áreas do conhecimento
como, por exemplo: Geologia, Cartografia, Biologia, Sociologia entre outras, é por
este motivo que se pretende fazer uma análise mais específica da Geografia
Humana e sua aplicação real.
Para entender um pouco mais a Geografia e sua essência enquanto
ciência faz-se necessário saber um pouco de sua história e buscar entender a
maneira com que ela teve que se adaptar as novas tendências enquanto área do
conhecimento científico.
14
A Geografia vem sofrendo várias transformações desde sua origem até
nossos dias atuais.
Atualmente a Geografia tem um enfoque mais abrangente que discute
mais as relações do homem com seu meio, contudo nem sempre foi assim, a
Geografia teve sua primeira evolução quando foi considerada uma disciplina
científica, no século XIX.
2.1 A Geografia do Século XIX
Neste relato sobre a geografia do século XIX, o que se quer deixar claro é
que a Geografia foi reconhecida como uma ciência autônoma na Alemanha com os
trabalhos dos Geógrafos Von Humboldt e Karl Ritter. Uma das principais correntes
geográficas que influenciou o posicionamento da Geografia foi o Determinismo que
tinha fundamentação em Charles Darwin2 (Darwinismo), essa corrente afirmava que
o desenvolvimento social estava relacionado à sua localização espacial.
Foi a partir do século XIX que a Geografia foi admitida pela comunidade
científica como sendo uma disciplina científica foi a primeira revolução da Geografia
enquanto ciência e isto se devem, sobretudo aos pensadores Alemães naturalistas.
2
Charles Darwin nasceu em 1809 em Shrewsbury/Shropshire, Inglaterra, em uma família tradicional de
médicos. Estudou a medicina de 1825 a 1828 na Universidade de Edimburgo quando abandonou suas pretensões
médicas para estudar para a igreja no Christ College. Era um estudante medíocre, mais interessado na botânica e
na geologia. Em 1831, o capitão Fitzroy estava em busca de um naturalista para acompanhá-lo em uma viagem
ao redor do mundo no navio Beagle. Contrariando sua família, Charles Darwin embarcou no Beagle em 27 de
dezembro de 1831. Quatro anos e nove meses mais tarde, Darwin retornou à Inglaterra e começou a estudar a
enorme quantidade de amostras e informação que tinha acumulado durante toda suaviagem. Em 1836, devotando
muito estudo aos tentilhões das Galápagos, formulou sua teoria. Gastou os 20 anos seguintes revisando seus
manuscritos e reanalisando os dados, que resultou em uma publicação conjunta com o Alfred Russel Wallace em
1858. Em 1859, Darwin publicou seu trabalho seminal: "A origem das espécies". Mais tarde vários trabalhos se
sucederam, documentando a origem do homem, animais domésticos, plantas, etc. Darwin morreu em 19 de abril
de 1882 sem ter aprendido o trabalho de Mendel (1865) sobre as leis da hereditariedade, que foram realmente
reconhecidas e divulgadas cientificamente apenas em 1900. O conceito da evolução era não somente uma
ruptura completa na história do pensamento humano, mas permanece como um dos pilares da biologia moderna.
A originalidade das idéias de Charles Darwin o fêz um dos maiores gênios da humanidade. Disponível em:
http://www.icb.ufmg.br. Acesso em: 04 mar. 2006.
15
Humboldt e Ritter foram os primeiros a fazerem com que as atividades
geográficas tivessem bases metodológicas científicas. Foram influenciados pelas
idéias do positivismo, defendiam a Geografia Clássica como modelo de ciência
natural, que muitas vezes levavam os próprios geógrafos da época a serem levados
pelo Determinismo Físico.
Neste período da história da Geografia clássica alemã percebe-se que o
positivismo
e
o
Determinismo
Geográfico3
influenciavam
diretamente
no
desenvolvimento do ensino geográfico.
A Escola Determinista foi criada a partir de idéias do geógrafo alemão
Ratzel que defendiam a importância do território, como fator determinante do poder
entre as nações, para este pensador o homem é produto do meio geográfico em que
vive, e o meio natural exerce uma ação dominadora sobre o homem que é
submetido a ele.
Em meados do século XIX foram feitos as primeiras análises dos
agrupamentos naturais, que surgiram com estudos da vegetação e outros fatores
naturais, e estas associações relacionadas pelo conhecimento humano se deram
então o nome de regiões naturais. Cabe esclarecer que estes conhecimentos
tiveram, num primeiro momento, o caráter empírico e só a partir do século XIX é que
estas noções de meio geográfico conseguiram ser vistas com mais clareza.
Segundo Yves Lacoste (
1995)
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existiram duas Geografias: Uma de origem antiga, ou seja, voltada aos Estados
3
O Determinismo Geográfico defendia na verdade que as características dos povos se deviam á influência do
meio natural, alguns geógrafos como Carl Ritter, Ellen Churchill Semple tentaram estudar cientificamente a
importância destas influências, isto levou o Determinismo a ser considerados por muitos um verdadeiro
embaraço, mas não se pode deixar de lembrar aqui que o Determinismo foi também uma teoria reducionista ao
pensamento alemão principalmente de Ratzel que defendia a influência do meio, mas que este não determinava o
homem.
16
Maiores que a utilizavam como instrumento de poder e uma outra a dos professores
que detinham apenas um discurso ideológico e que por este motivo os Estados
maiores que eram na verdade os políticos, militares, acabaram por monopolizá-la em
seu próprio benefício fazendo com que o discurso dos professores fosse apenas um
discurso pedagógico sem utilidade apenas para ser decorado e para mascarar a
utilidade que a geografia exercia na verdade.
Faz-se necessário refletir neste momento é sobre a importância real que
Geografia assumiu no século XIX quando o homem percebeu a Geografia como
sendo uma arma útil para defender seu território contra seus inimigos, e ainda é
preciso esclarecer que apesar de ter tido apenas um caráter empírico conseguiu se
manter como ciência.
A Geografia assume seu papel enquanto ciência do conhecimento
quando começa a distinguir o que pertence a natureza e o que pertence ao homem
e reconhece o verdadeiro sentido de suas relações, segundo Moraes (2002a, p. 34),
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Na verdade estes pressupostos estavam ligados ao conhecimento da
extensão do planeta, da dimensão, da forma dos continentes a da existência de
informações, sobre os variados lugares da terra, estas condições só se ampliam com
a exploração produtiva e o avanço das relações capitalistas.
Segundo Sodré (1987), Marx4 definiu este avanço capitalista quando
tentou mostrar como ao produzir o homem se produz, neste momento percebemos
4
Economista, filósofo e socialista alemão, Karl Marx nasceu em Trier em 5 de Maio de 1818 e morreu em
Londres a 14 de Março de 1883. Estudou na universidade de Berlim, principalmente a filosofia hegeliana, e
formou-se em Iena, em 1841, com a tese Sobre as diferenças da filosofia da natureza de Demócrito e de
Epicuro. Em 1842 assumiu a chefia da redação do Jornal Renano em Colônia, onde seus artigos radical-
17
que o homem se diferencia então dos animais quando começa a produzir seus
meios de vida, ou seja, a sua vida material, esta maneira então dos homens
produzirem seus meios depende da natureza e do espaço que o homem ao longo
dos tempos conseguiu situar-se.
Este espaço ocupado pelo homem faz parte da história da Geografia, pois
é a partir do momento em que o homem começa a desvendar o mundo ao seu redor
que percebe o quanto a sistematização da Geografia é importante para seu avanço
no contexto real em que está inserido desde suas primeiras relações com o meio.
Segundo Moreira (1985, p. 74)
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o que esta ao seu redor e em cada modo de produção estas mudanças acarretadas
pelo homem ganha mais expressão o mesmo ocorre hoje, no modo de produção
capitalista.
A complexidade de compreender a natureza e o homem esta ligada a
própria história da humanidade, o próprio nome Geografia é bastante antigo, sua
origem remonta a antiguidade e o próprio pensamento grego.
democratas irritaram as autoridades. Em 1843, mudou-se para Paris, editando em 1844 o primeiro volume dos
Anais Germânico-Franceses, órgão principal dos hegelianos da esquerda. Entretanto, rompeu logo com os
líderes deste movimento, Bruno Bauer e Ruge. Em 1844, conheceu em Paris Friedrich Engels, começo de uma
amizade íntima durante a vida toda. Foi, no ano seguinte, expulso da França, radicando-se em Bruxelas e
participando de organizações clandestinas de operários e exilados. Ao mesmo tempo em que na França estourou
a revolução, em 24 de fevereiro de 1848, Marx e Engels publicaram o folheto O Manifesto Comunista, primeiro
esboço da teoria revolucionária que, mais tarde, seria chamada marxista. Voltou para Paris, mas assumiu logo a
chefia do Novo Jornal Renano em colônia, primeiro jornal diário francamente socialista. Entre os primeiros
trabalhos de Marx, foi antigamente considerado como o mais importante o artigo Sobre a crítica da Filosofia do
direito de Hegel, em 1844, primeiro esboço da interpretação materialista da dialética hegeliana. Só em 1932
foram descobertos e editados em Moscou os Manuscritos Econômico-Filosóficos, redigidos em 1844 e deixa-os
inacabados. É o esboço de um socialismo humanista, que se preocupa principalmente com a alienação do
homem; sobre a compatibilidade ou não deste humanismo com o marxismo posterior, a discussão não está
encerrada. Em 1888 publicou Engels as Teses sobre Feuerbach, redigidas por Marx em 1845, rejeitando o
materialismo teórico e reivindicando uma filosofia que, em vez de só interpretar o mundo, também o
modificaria. Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/marx.htm. Acesso em 04 mar. 2006.
18
Como ciência passou a existir no século XIX quando foram estabelecidos
três princípios fundamentais da ciência geográfica, esses três princípios foram à
causalidade, a extensão e a analogia5.
As idéias geográficas não foram geradas à parte, refletiam pressupostos e
teorias dominantes do século XIX foi a partir destas teorias e destes pressupostos
que a Geografia conseguiu elaborar sua sistematização e assim objetivar os
primeiros avanços e domínios das relações capitalistas de produção como sendo
parte real da história da humanidade e da história da Geografia Humana.
De início, a Geografia Humana apareceu como o estudo das relações dos
homens com o meio físico, seu progresso como ciência remonta o conhecimento
sobre o globo efetuado em conseqüência de viagens de descobertas e de
colonizações do século XVIII, viagens movidas pela curiosidade científica.
A Geografia Humana teve seu início na França através de Vidal de La
Blache6 e na Alemanha com Ratzel7.
5
O princípio da causalidade era lei de causa e efeito, quem defendeu este princípio foi Alexander Von
Humboldt, segundo este princípio um geógrafo só realiza a geografia como ciência quando explica e comprova o
fenômeno que estuda.O princípio extensão quem defendeu foi Friedrich Ratzel o qual significava dimensionar,
localizar,definir e delimitar o fenômeno que se estuda. O princípio da analogia foi definido por Karl Ritter e por
Vidal de La Blache, fazer analogia em geografia era generalizar conclusões, classificar grandezas e compará-las
(MORAES, 2002b).
6
Nasceu em Pézenas, Hérault, França, em 22 de janeiro de 1845, morreu em tamaris-sur-Mer, Var, em 5 de abril
de 1918. La Blache foi um grande intelectual das classes dominantes, sua família estava ligada ao aparelho do
Estado Francês. Seu avô participou da Revolução Francesa, e seu irmão na guerra franco-prussiana. Entre
discípulos destaca-se Demartonne, genro e herdeiro de La Blache. Após cursar a École normale superieur e se
classificar em primeiro lugar na agregação de historia e geografia (1866), foi lecionar em Atenas. Fez doutorado
na Sorbonne em 1872, decidiu tornar-se geógrafo aceitando a cadeira de geografia recém criada na Universidade
de Nancy (1873-77), depois em na École normale (1877-98) e depois na Sorbonne a partir de 1899. Diante do
grande atraso da França nesta área do conhecimento, La Blache para desenvolver e dinamizar a nascente
geografia universitária francesa, com apoio administrativo-governamental, teve que usufruir junto de seus
discípulos o que havia de mais avançado no exterior, sobretudo na Alemanha. Assim, com o apoio do Estado
francês, La Blache funda Geografia Francesa, historicamente a segunda grande escola geográfica do mundo,
após a Alemanha. La Blache planejou uma obr
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áreas em todo o mundo, a qual cada discípulos seu ficou responsável por uma porção determinada do planeta.
Neste trabalho ficou marcado um conceito típico deste geógrafo, o de região que posteriormente se tornou
característica central da Geografia Francesa. La Blache e seu conceito de região possibilitaram o envolvimento
de muitos geógrafos com a cartografia temática no momento em que buscavam a identidade da região utilizando
para isto a sobreposição de mapas com temas específicos. A idéia de região propiciou a principal perspectiva de
análise do pensamento geográfico: a geografia Regional. Esta forma de estudo realizada pelos geógrafos busca
um conhecimento cada vez mais profundo de uma área enfocada, através de dissertações e análises circunscritas,
pela descrição, observação e indução dos fenômenos e elementos presentes, particularização da área e
19
Com Ratzel são então fixadas bases de distinção entre Geografia Humana
e a Geografia Física, tendência que teve sua base fortalecida no final do século e
começo do século XX em função do próprio desenvolvimento das ciências sociais.
Hoje o que percebemos é que a Geografia teve seu referencial teórico
feito por vários pesquisadores do passado ao qual não se pode deixar de lembrá-los
mesmo porque é compreendendo sua existência passada que podemos ver que não
há mais espaço em nossa sociedade para uma Geografia apenas tradicional, o que
se percebe é que precisamos de uma Geografia mais autêntica e com suas idéias
voltadas para o que esta acontecendo na sociedade atual, claro que é preciso sim
saber como ocorreu à evolução da Geografia até mesmo para podermos entender
como a geografia visualiza as áreas físicas de suas disciplinas e as áreas humanas.
especialmente sua evolução histórica. Outro conceito explicito por La Blache é o Gênero de Vida, que seria a
forma especifica que cada grupo se desenvolver, ou seja um conjunto de atitudes próprio de cada grupo, seja pela
maneira de se vestir, de falar, de habitar, por sua maneira de ser. Segundo Gomes (1996, p. 205) os gêneros de
vida revelam os meios desenvolvidos por uma coletividade para sua sobrevivência e são também contingentes
dos gêneros de vidas anteriores. Vidal de La Blache definiu o objeto da Geografia como a relação homemnatureza, na perspectiva da paisagem. Colocou o homem como um ser ativo, que sofre a influência do meio,
porém que atua sobre este, transformando-o. Observou que as necessidades humanas são condicionadas pela
natureza, e que o homem busca soluções para satisfazê-las nos materiais e nas condições oferecidos pelo meio.
Assim na perspectiva vidalina, a natureza passou a ser vista como possibilidades para a ação humana, daí o nome
Possibilismo dado a esta corrente por Lucien Febvre (SUMAR; OLIVEIRA, 2006, p. 12).
7
Friedrich Ratzel (1844-1904). Grande parte das vezes, para entendermos um acontecimento da Geografia,
temos que recorrer a outras disciplinas. Sendo assim, para entendermos a obra de Friedrich Ratzel, em primeiro
lugar temos que nos situar historicamente. Na partilha do mundo, a Alemanha chegou "atrasada" sentindo-se
bastante prejudicada. As grandes potências da época, principalmente França e Inglaterra dividido entre si boa
parte dos países da África, Ásia, Oceania, e parte da América. No final do século XIX a Alemanha já estava
unificada, fortalecida, vivendo sob um governo autoritário. Nesse contexto, Ratzel traria grande contribuição
para a formulação esquemática do conhecimento geográfico, com o seu livro Antropogeografia –fundamentos
da aplicação da Geografia à História. Ele viajou pela Europa, América do Norte e Central, observando,
principalmente a migração, a concentração da população em determinadas áreas da Terra chegando à conclusão
de que o homem vivia sujeito às leis da natureza com propagação das idéias deterministas, que consideravam a
existência de uma grande influência do meio natural sobre o homem ("O homem seria influenciado pelo meio").
Também é importante frisarmos que, nesse caso, também devemos recorrer à Biologia pois devido a sua
formação antropológica, Ratzel foi bastante influenciado pela idéias evolucionistas de Charles Darwin com sua
obra A evolução das espécies e de Ernst Haeckel, admitindo que na luta pela vida venceriam sempre os mais
fortes e que a vitória dos mais fortes, dos mais aptos, sobre os mais fracos era o resultado lógico da luta pela
vida. Essas idéias, profundamente comprometidas com o capitalismo da livre-empresa e da concorrência, então
dominante, tiveram grande aceitação, levando Ratzel a fazer escola e a propagar suas idéias tanto na Alemanha,
onde vivia e ensinava, como nos Estados Unidos, onde seus discípulos se tornaram ainda mais radicais,
afirmando que "O homem é produto do meio" (MENEZES, 2006, p. 32).
20
A Geografia teve várias transformações juntamente com a sociedade, e
isto fez com que ocorressem algumas rupturas desta Geografia fazendo surgir várias
críticas á ordem geográfica estabelecida no passado.
A Geografia Moderna, que se inicia com as obras de Humboldt e Ritter e
sedimenta-se com as de Ratzel e Vidal La Blanche, - e que na perspectiva
de sua super
ação j
á é denomi
nada “
t
r
adi
ci
onal
” – desenvolveu-se
basicamente dentro de paradigmas positivistas. Mesmo não tendo essa
orientação metodológica por berço, e apesar dos reiterados apelos
institucionais que aparecem em sua história, é o positivismo que domina a
evolução da pesquisa geográfica no século XX. Nesse sentido, essa ciência
acompanha o movimento geral da realidade e do conhecimento que vem
abalar a dominância desse método no trabalho científico. Deve-se
mencionar que a Geografia é retardatária nesse processo já vivenciado por
outras ciências como a Física e a Sociologia. A renovação da ciência
geográfica aparece hoje como um rompimento com o positivismo clássico e
empírico. A crise da Geografia tradicional é um capítulo tardio do acaso do
pensamento positivista. A Geografia positivista, na verdade, conheceu
contestações vindas do próprio campo dos geógrafos no decorrer de sua
história. Eram, porém, críticas esporádicas, emitidas por figuras
discrepantes como Elisée Reclus ou Jean Dresch (MORAES, 2002b, p. 97).
2.2 A nova Geografia
Este texto vem mostrar como surgiu a corrente do pensamento geográfico
em meados do século XX, a partir da 2ª Guerra Mundial, na Inglaterra, Estados
Unidos e Suéci
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odo chamado de “
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a Fr
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ação
econômica da Europa, do desmantelamento dos impérios coloniais e do progresso
tecnológico.
O momento histórico em que surgiu este paradigma foi caracterizado pela
intensa urbanização, industrialização e expansão de capital, gerando modificações
profundas na organização espacial; essas modificações inviabilizaram a aplicação
dos três paradigmas tradicionais –determinismo, possibilismo e método regional,
propiciando o surgimento da nova Geografia, na qual utilizaram-se freqüentemente
técnicas estatísticas e matemáticas, o emprego da geometria e de modelos
21
normativos. Por essa razão, passou a ser conhecida também como Geografia
quantitativa ou teorética era na verdade caracterizada por muitos estudiosos como
uma revolução do desenvolvimento lógico de raciocínio e abstrato da quantificação
dos dados obtidos.
Esse arsenal de regras e princípios resulta de um compromisso ideológico
da Nova Geografia, o de justificar a expansão capitalista e seu poder imperialista,
através dessa metodologia, poder-se-ia esconder a situação real, apresentando
estudos que nada exprimiam.
A influência da teoria analítica sobre os geógrafos engajados nesta corrente
de pensamento é um dos elementos-chave para compreender esta
dinâmica. A posse deste novo método, a ruptura que ele ocasionou em
relação à Geografia Clássica, e a convicção de ter encontrado a conduta
verdadeiramente científica para a Geografia são algumas das
conseqüências mais importantes da associação entre a Geografia e a teoria
anal
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na Geografia é análoga ao próprio movimento da modernidade. Em outros
termos, a dinâmica pela qual este movimento se impõe na Geografia se
reporta à dinâmi
ca da moder
ni
dade,ao mi
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o do “
novo”
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alcomo o
descrevemos anteriormente (GOMES, 1996, p. 256-7).
O fato é que esta Nova Geografia começou a ser aplicada a década de
sessenta nas instituições de pesquisa Geográfica de todo mundo.
Suas origens remontam a fins do século XIX, quando foi proposta pelo
francês Elisée Reclus e pelo russo Piotr Kropotkin, ambos anarquistas. Contudo não
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dominantes da época.
A Nova Geografia, que se apresentou como uma corrente pragmática e
objetiva, possuía para os críticos radicais, por seu caráter ideológico, fortes
analogias com a Geografia tradicional, estas abordagens privilegiaram uma
descrição minuciosa e uma explicação naturalista, sem que houvesse uma
verdadeira preocupação de explicação das estruturas sociais e em que as
relações de produção estão sempre ausentes [...] a Geografia tradicional e a
Geografia quantitativa sofriam dos mesmos males e limites, a verdadeira
revolução do conhecimento geográfico que vinha da corrente radical
marxista (GOMES, 1996 p. 294-5).
22
O agravamento das tensões sociais nos países desenvolvidos, aliado aos
movimentos libertários nos países subdesenvolvidos, animou então o surgimento da
Geografia crítica, criticando sev
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aGeogr
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e as teorias de desenvolvimento e as teorias de desenvolvimento foram reduzidos ao
que efetivamente são: discursos ideológicos, no melhor dos casos empregados por
pesqui
sador
esi
ngênuosebem”(
GOMES,1996, p. 121).
O que ocorreu então com a Geografia Nova foi que ela começou a perder
seu impacto junto com suas propostas contidas no seu discurso, e assim a ciência
que se proclamava totalmente objetiva caiu na armadilha do historicismo que
quando estabelece leis e regras são levadas apenas pelo método positivista. Alguns
autores por fazerem críticas deste tipo eram considerados como radicais.
Seus argumentos estavam baseados na insuficiência que a Geografia
Nova trazia consigo assim tratavam as categorias de análises como abstratas da
situação concreta que estava ao redor da sociedade. Neste momento a Nova
Geografia começa a perder seu espaço e muitos Geógrafos aderem então as teorias
marxistas voltadas principalmente a Geografia Crítica.
2.3 As análises marxistas
Através de uma pesquisa teórica metodológica é que venho neste texto
mostrar o pensamento de Marx e sua posição frente à Geografia.
A perspectiva que Marx traz em alguns de seus livros introduz a noção de
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az
ãohi
st
ór
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caqueseopunha‘
aconcepção do idealismo como razão absoluta,
no plano da teoria a ciência que Marx buscava se inspirava nas determinações
geradas pelo movimento da sociedade frente à base do materialismo histórico. Os
23
Geógrafos críticos eram de origem anglo-saxônica e consideravam que o saber
produzido pela Geografia Nova era influenciado pela ideologia dominante da época,
que era manipulado pelos poderosos burgueses.
A Geografia Crítica defendia as idéias Marxistas que se baseavam num
novo modelo de análise espacial com um olhar mais crítico com uma perspectiva
materialista e dialética. O materialismo histórico e o Humanismo partiram da crítica
que recusava a ciência positivista.
O que ocorreu neste mesmo período foi que a Geografia tomou novos
rumos enquanto ciência juntamente com as transformações gerais ocorridas na
sociedade, não se pode descartar a hipótese de se mencionar Marx neste contexto,
porém, hoje, os Geógrafos quando invocam as teorias Marxistas8 tem mais limites
para transporem o que realmente esta surgindo no momento como uma filiação mais
voltada para a ideologia da conduta da área da Geografia, mesmo assim com a
modernidade não é descartada a influência das idéias marxistas.
As discussões sobre o capitalismo e sua vertente na sociedade atual estão
ligadas a Geografia e a seu papel de rever a realidade social como uma ciência
Humana, estes elementos fazem parte da vida social atual que inspira ainda mais os
cidadãos a produção do saber não apenas para o papel, mas para toda a trajetória
da humanidade que tem a sua frente um horizonte mais crítico.
8
Na teoria marxista, o materialismo histórico pretende a explicação da história das sociedades humanas, em
todas as épocas, através dos fatos materiais, essencialmente econômicos e técnicos. A sociedade é comparada a
um edifício no qual as fundações, a infra-estrutura, seriam representadas pelas forças econômicas, enquanto o
edifício em si, a superestrutura, representaria as idéias, costumes, instituições (políticas, religiosas, jurídicas,
etc). A propósito, Marx escreveu, na obra A Miséria da filosofia (1847) na qual estabelece polêmica com
Proudhon. As relações sociais são inteiramente interligadas às forças produtivas. Adquirindo novas forças
produtivas, os homens modificam o seu modo de produção, a maneira de ganhar a vida, modificam todas as
relações sociais. O moinho a braço vos dará a sociedade com o suserano; o moinho a vapor, a sociedade com o
capitalismo industrial. Tal afirmação, defendendo rigoroso determinismo econômico em todas as sociedades
humanas, foi estabelecida por Marx e Engels dentro do permanente clima de polêmica que mantiveram com seus
opositores, e atenuada com a afirmativa de que existe constante interação e interdependência entre os dois níveis
que compõe a estrutura social: da mesma maneira pela qual a infra-estrutura atua sobre a superestrutura, sobre os
reflexos desta, embora, em última instância, sejam os fatores econômicos as condições finalmente determinantes.
Disponível em: http://www.culturabrasil.pro.br/marx. Acesso em: 04 mar. 2006
24
O próprio Marxismo é moderno na medida em que introduz seu método
baseado na sua legitimidade de um sistema lógico e com objetivos voltado a prática
cientifica que favorece sem dúvidas a ligação entre o saber e as transformações
ocorridas na sociedade.
A Geografia Crítica na verdade visava ultrapassar e substituir a Nova
Geografia, isto devido aos geógrafos que consideravam a Nova Geografia como
sendo alienada, objetivada apenas nos estudos padrões e não nos processos e
problemas sócio-econômicos.
A Geografia radical apela para o conceito de espaço social a fim de traduzir
a idéia de dinâmica social inscrita em um espaço que é ao mesmo tempo
reprodutor de desigualdades e a condição de sua superação, um reflexo de
uma ordem em um dos meios possíveis para transformar a mesma, enfim o
espaço faz parte da dialética social que o funda (GOMES, 1996 p. 297).
O interesse da Geografia Crítica era na verdade a análise dos modos de
produção e as formações sócio-econômicas. Este interesse era gerado por causa do
marxismo que tinha sua visão voltada as formações sócio-econômicas espaciais, os
geógrafos radicais eram influenciados pela filosofia marxista, que tinha objetivo de
transformar radicalmente a sociedade capitalista, compreende-se que esta Geografia
radical surgiu e se desenvolveu principalmente nos países capitalistas, como
Inglaterra e Estados Unidos.
A Geografia Crítica pode e deve também ser um instrumento de uso
político para transformação do mundo, mas a partir de uma ação do geógrafo
enquanto um pensador da sociedade atual. Dessa forma, o geógrafo poderá mostrar
suas reais condições para ajudar na construção política de um mundo mais solidário,
através muito mais da produção de conhecimento científico, enquanto método ou
visão de mundo.
25
A Geografia Crítica foi aquela que propriamente não procurou superar a
geografia tradicional e quantitativa e sim teve sua preocupação voltada ao seu
desenvolvimento com os sujeitos, identificando-se com a sociedade civil, e com isso
passa então a compreender, analisar e buscar novas alternativas para que sua
ideologia consiga criar alternativas instrumentais para o planejamento de uma
Geografia com visão de uma ciência preocupada com o conhecimento real.
O que a Geografia Crítica promove ao geógrafo é o rompimento com seu
próprio isolamento, e o coloca a par de uma visão mais ampla de tudo o que esta
acontecendo ao seu redor dentro de uma proposta ousada, mais centrada na
construção e compreensão da realidade como um ser ativo e não passivo, assim
assumindo uma perspectiva popular de ordem social que seja organizada em função
do homem enquanto agente transformador na ótica do trabalho em conjunto.
As transformações do mundo atual, com as novas tecnologias, com os
novos recortes de espaço e tempo junto com a predominância do instantâneo e com
as complexas interações globais que afetam o cotidiano das pessoas, exige dos
Geógrafos a procura pelos caminhos teóricos e metodológicos capazes de
interpretar e explicar essa realidade tão dinâmica que vem sendo executada pela
sociedade.
As diversas correntes, tanto da Geografia Nova como da Geografia
Tradicional, fizeram com que os estudos geográficos da atualidade tomassem um
rumo no dinamismo científico e utilitário da própria Geografia, valorizando a
Geografia como sendo uma ciência ela ainda hoje está em ebulição, ou seja, ainda
está sofrendo transformações na perspectiva global.
Cabe aos geógrafos analisar as tendências que fizeram parte do passado
e as que estão na atualidade, avaliando seus pontos negativos e positivos e tendo
26
consciência na opção na hora de validar a proposta feita por estas tendências,
quaisquer que sejam, talvez assim se possa ter um instrumento de análise
focalizado no tempo e no espaço, englobando aspectos geográficos humanos.
Podemos reconhecer então uma abertura para uma Geografia Crítica que
têm suas raízes na Geografia Progressista Regional Francesa que também teve seu
início na França e se inteirou do papel dos processos econômicos e sociais do
espaço, esta abertura na realidade teve crescente importância do elemento humano,
no sujeição da Geografia Humana (MORAES, 2002b).
Esta vertente da Geografia Crítica vem como uma renovação do
pensamento geográfico e tem uma postura radical à frente da Geografia Tradicional
que teve sua postura abalada no momento em que se percebeu que a geografia
poderia ser utilizada pelo homem de uma maneira mais eficaz e desmistificada do
seu discurso tradicional.
A vertente crítica não foi apoiada pelo Estado capitalista com a
quantitativa, visto que não podia mais desempenhar seu papel de controle,
sustentado por informações oriundas de seus serviços de propaganda.
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os demais agentes da organização espacial: os proprietários fundiários, os
industriais, os incorporadores imobi
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”(
CORRÊA,2003, p. 21).
A Geografia desde suas primeiras linhas na Alemanha baseava-se muito
mais na ideologia do que na sua própria filosofia, e teve muitas dificuldades de se
desligar das suas amarras tradicionais e deterministas.
A maneira que encontrada para expressar o significado da linha
geográfica que ocorreu há séculos atrás estão baseados principalmente na raiz da
27
Geografia e suas ramificações ao longo de sua própria historicidade, que ficou por
muito tempo baseada em uma Geografia tradicional.
A Geografia como tantas outras áreas do saber passou por vários
períodos de transformações desde que eram consideradas positivista e tradicional e
nestas transformações o homem e o espaço por ele ocupado também mudaram e se
reapresentaram de maneiras distintas.
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1991)
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grau de desenvolvimento científico, tecnol
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O que Gomes (1991) em sua colocação nos quer mostrar é que o homem
evoluiu muito em sua longa história e crio seu espaço sendo de maneira organizada
ou não, e ainda se desenvolveu cientificamente e tecnologicamente seu meio
fazendo com que este espaço por ele já ocupado fosse se transformando ainda mais
até nossos dias atuais.
O mesmo ocorreu com a Geografia ela acompanhou a mudança e se
instalou na sociedade com uma nova linha de pensamento voltada para um campo
de atuação muito amplo, estudando e tentando compreender tanto os fenômenos
naturais quanto os humanos.
Apesar das dificuldades ligadas ao desconhecimento da própria
comunidade de geógrafos sobre o potencial da Geografia, o que se percebe dentro
da visão crítica geográfica é a expansão de um crescente trabalho geográfico tanto
nas áreas físicas como nas humanas.
28
Cada orientação e cada técnica dentro destas duas áreas divididas
representam um acréscimo aos instrumentos que se utiliza para conhecer suas
variadas realidades.
Não existem receitas prontas para compreender realmente como funciona
a Geografia dentro de seu espaço, porém, chega-se a uma pequena conclusão de
que o ensino da Geografia cabe ao próprio interesse dos geógrafos em desenvolver
a capacidades de transmissão de informações desta ciência.
2.4 A Geografia no Brasil
Pretende-se enfocar a Geografia no Brasil compreendendo suas primeiras
manifestações como ciência, e como surgiram os primeiros pensamentos e
discussões dos aos Geógrafos brasileiros, tais como Milton Santos, Rui Moreira,
Jurandir Sanchez Ross e Nelson Werneck Sodré.
A Geografia no Brasil de hoje é muito mais realista do que a anos atrás,
hoje seu método de ensino é crítico e se posiciona dentro de uma corrente
geográfica mais promissora com a realidade social a sua volta este texto mostra que
a Geografia teve seus momentos de transição e que aqui como em outros países do
mundo não foi tão diferente, ela se estabeleceu fortemente nas Universidades de
São Paulo e Rio.
Quando a Geografia era apenas descritiva, o Brasil se apresentava como
um cenário de diversos espaços físicos, com dificuldades para ser um país
autônomo e mais ainda para conseguir sistematizar uma ciência Geográfica na sua
própria raiz.
29
As primeiras publicações que se tem de caráter Geográfico foram feitas
através de coletas de materiais que eram feitos pelos primeiros exploradores em
suas expedições pelo interior do país, que era descrito de uma maneira quantitativa,
neste período a Geografia se confundia com a História.
Segundo Sodré (1976, p. 130), “
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assinalando a fase iniciada com a obra de CASAL, marcando a Exposição dos
trabalhos Históricos, Geográficos e Hidrográficos que serviram da base da carta
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A Geografia na realidade no Brasil começa então a se desenvolver
inicialmente sob influencia das escolas francesa e alemã. Foi após a revolução de
trinta quando a burguesia e a classe média passaram a influenciar o governo, assim
a Geografia, torna-se um instrumento nas mãos do Estado.
O instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - IBGE9, criado em 1935,
definia o elenco de conteúdos que deveriam constar no programa de ensino do
Brasil, antes da formação das primeiras gerações de Licenciados das Universidades
de Rio de Janeiro e São Paulo. Em meados da década de 50 a Geografia
Tradicional que tentava compreender o espaço geográfico por meio das relações do
homem com a natureza passou a ser questionada em várias partes do mundo e logo
em se em seguida no Brasil.
A Geografia teve sua raiz fixada no Brasil com o esforço por parte de
docentes que decidiram superar a sua condição tradicional, ou seja, abrir mão
9
O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatístico –IBGE, que teve o início das suas atividades em 29 de maio
de 1935, se constitui no principal instrumento de pesquisas e informações no país, que atendem às necessidades
dos mais diversos segmentos da sociedade civil, bem como órgãos das esferas governamentais federais, estadual
e municipal. É uma instituição da administração pública federal, subordinada ao Ministério do Planejamento,
Orçamento e Gestão. Ele oferece uma visão completa e atual do país através do desempenho de suas funções:
produção e análise de informações estatísticas; coordenação e consolidação das informações estatísticas;
produção e análise de informações geográficas; coordenação e consolidação das informações geográficas;
estruturação e implantação de um sistema de informações ambientais; documentação e disseminação de
informações; coordenação dos sistemas estatístico e cartográfico nacionais. Disponível em:
http://www.ibge.gov.br. Acesso em: 04 mar. 2000.
30
daquilo que se impunhas nas Universidades que a Geografia era uma disciplina
descritiva, e assim esses educadores procuraram enfatizar obras e temas
relacionados com a realidade voltada a um país Capitalista e subdesenvolvido, um
destes educadores foi Milton Santos, que em 1978 com seu livro Por uma Geografia
Nova já mencionava seu manifesto que autor como Yves Lacoste já tentava de
maneira mais sutil o fazer. Isto porque Lacoste em suas considerações esbravejava
por uma Geografia que não ocultasse a real situação da sociedade como o Estado
vinha fazendo há muito tempo não só com a geografia, mas com muitas outras áreas
do conhecimento científico.
Hoje se pode dizer que a Geografia que é ensinada o Brasil não tem
apenas suas bases voltadas para as descrições físicas e sim tem uma linha de
pensamento voltada para as análises da sociedade envolvendo de certa maneira a
Geografia Humana nesta concepção. Os geógrafos estão preocupados em ensinar
para seus alunos uma Geografia inovadora que faça com que questões como a
globalização seja mais criteriosamente analisada e compreendida não apenas pelo
fato de ser algo da mídia moderna, mas sim por estar presente em nosso cotidiano
queiramos ou não isto é significante e real para todos. No Brasil o interesse pela
Geografia e seu espaço é visto por muitos autores como é o caso de Milton Santos,
Ruy Moreira, Roberto Lobato e outros e isto faz com a cada instante outros
Geógrafos se interessem pelo espaço que a Geografia ocupa em nosso país
oportunizando ainda mais as discussões sobre a Geografia Física e Humana.
31
3. O CURSO DE GRADUAÇÃO EM ESTUDOS SOCIAIS DA UNIVERSIDADE DO
EXTREMO SUL CATARINENSE –UNESC
O motivo deste capítulo é relatar um pouco da história dos Cursos de
Graduação em Estudos Sociais e em Geografia da UNESC, para isto foram feitas
junto ao departamento consultas em documentos como Ficha de Avaliação para
Autorização do Curso UNESC/CEE, 1994, Contribuição para a Manifestação do
Curso de Geografia na FUCRI/UNESC –Criciúma, 1995.
Estudo exploratório descritivo, onde se buscou um maior entendimento
sobre a trajetória do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo
Sul Catarinense –UNESC, bem como, da maneira como a disciplina de Geografia
Humana é trabalhada, junto aos acadêmicos, pelo corpo docente e Departamento do
curso de Geografia. Utilizou-se uma abordagem qualitativa, seguindo a linha do
materialismo histórico.
Bogdan e Bikle (apud TURATO, 2003, p. 191-2) inferem que as pesquisas
qualitativas são aquelas em que os investigadores ditos qualitativos têm por
finalidade uma melhor compreensão do comportamento e da experiência humana,
procurando entender o processo de construção das significações das pessoas,
descrevendo, desta maneira, estes significados. Para os autores, usa-se como
instrumento a observação empírica porque através dos eventos concretos
observados no comportamento humano sua condição pode ser mais bem analisada,
de maneira clara e aprofundada.
A metodologia qualitativa tem como finalidade, a aproximação, a
compreensão e a explicação de um fenômeno a partir de seus dados e não, como
32
muitos pensam, a partir de teorias e de conhecimentos já formalizados, ajudando a
dar o sentido ao mundo de um modo específico. Esclarecem, ainda, que não existe
um método melhor do que todos os outros, apenas as diferentes formas de olhar um
fenômeno, as diferentes perspectivas de uma realidade e os diferentes meios de
organização e de análise dos dados coletados em uma pesquisa.
São utilizados diferentes aspectos da realidade como dados na pesquisa
qualitativa, e a combinação destes aspectos da realidade como dados, diferentes
perspectivas e diferentes modos para manejá-los, proporcionando interpretações
diferentes da realidade. As autoras alertam, ainda, que os vários métodos derivam
de diversas perspectivas diferentes, mantendo, desta maneira, uma congruência
teórica, estabelecida no propósito, nas questões, na coleta e na análise dos dados
de um estudo.
Acerca dos métodos utilizados pelos investigadores qualitativos, Turato
(2003, p.192) versa da seguinte maneira: “
[...] consiste numa sucessão de
operações e de manipulações técnicas e intelectuais a que um pesquisador submete
um objeto ou um fenômeno para extrair as significações válidas para si e para os
outros homens”
.
Sobre a natureza desses métodos, Morse e Field (apud TURATO, 2003,
p. 192)r
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êmicos, subjetivos e orientados para o processo, usado para compreender,
interpretar, descrever e desenvolver teorias relativas a fenômenos ou a settings”
.
Ainda sobre as metodologias utilizadas pelo investigador de linha
qualitativa, o autor faz a seguinte assertiva:
33
[...] aqueles capazes de incorporar a questão do SIGNIFICADO e da
INTENCIONALIDADE como inerentes aos atos, as relações e as estruturas
sociais, sendo essas últimas tomadas tanto no seu advento quanto na sua
transformação, como construções humanas significativas (MINAYO apud
TURATO, 2003, p. 193).
O estudo foi realizado junto ao Departamento do Curso de Graduação em
Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Segundo Lakatos e Marconi (2002, p. 41)
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parcela, convenientemente selecionada do universo (população); é um sub-conjunto
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.
Participaram do estudo um total de 05 (cinco) professores, docentes no
Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC, selecionados intencionalmente, sem critérios prévios de inclusão.
A coleta de dados é uma tarefa exaustiva e que ocupa grande parte do
tempo de pesquisa, normalmente exige tempo maior do que o programado, além de
minucioso registro das informações (OLIVEIRA, 2002 p. 71). Deu-se através de
entrevistas, utilizando um questionário (ver anexos) contendo 07 (sete) perguntas
abertas, realizadas com os professores previamente selecionados.
Ao término do período destinado para a coleta de dados, as falas dos
sujeitos participantes do estudo, coletadas através das entrevistas foram analisadas
detalhadamente e estão em forma de texto corrido que fala sobre o surgimento do
curso e também explica a abordagem dos professores dentro da sala de aula em
relação à Geografia Humana.
No ano de 1974 ocorreu na Fundação Criciúma - FUCRI o primeiro
vestibular de Estudos Sociais. O curso que foi criado para atender as deficiências de
professores habilitados nas áreas de Geografia e História, no 1º grau e Organização
Social e Política do Brasil - OSPB e Educação Moral e Cívica - EMC para o 2º grau,
34
teve sua primeira turma formada em 1977 e no ano seguinte, 1978, por motivos
desconhecidos o vestibular foi suspenso.
Só em 1987 que o curso de Estudos Sociais foi reaberto e no ano de 1986
o curso de Estudos Sociais deixa seu nome, e ocorre uma transformação para
História e Geografia, isto já no ano de 1991, o curso começou a ser noturno passou
a oferecer 4 horas semanais tanto de Geografia como de História.
O curso de Graduação em Estudos Sociais, após sua reabertura em julho
de 1987, foi coordenado pelos seguintes professores: Osvaldo Florêncio da Rocha
(87/88), Ivo May (89), Edson Carlos Rodrigues, interinamente, devido ao
desligamento de Ivo May e Edson Paegli Balodi (90/91/92), atualmente em sua
segunda gestão, tendo como principal característica do curso e relacionada ao
desenvolvimento letivo, destaca-se a realização das jornadas de Estudos Sociais,
com palestras sobre temas culturais, exposições, participação de professores e
alunos e convidados especiais10.
Segundo o professor Nivaldo Aníbal Goulart, que lecionou no curso de
Geografia, o curso teve de inicio sua linha voltada à reformulação de um espaço
geográfico.
Os acadêmicos do curso tinham participação nas atividades propostas
pelo movimento estudantil dentro da Universidade e mantinham a primeira proposta
do curso de Geografia que priorizava os debates e encontros que discutiam, não
apenas assuntos ambientais, mas questões sobre a sociedade da época e suas
mudanças.
Tornava-se cada vez mais comum os professores do curso de Geografia
debaterem assuntos ambientais relacionados ao carvão que era principal atividade
10
Resumo histórico do Curso de Estudos Sociais –outubro de 1992 (manuscrito encontrado no Documento de
criação do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense –UNESC.
35
econômica da cidade de Criciúma. Ocorriam encontros oferecidos pelo curso e
debates no Departamento de Geografia, com isto os professores manifestavam seus
conhecimentos e partilhavam suas experiências com seus primeiros acadêmicos,
também nas rádios locais, jornais e outros. Neste momento o que se percebe nesta
pesquisa é que ocorria uma intensa manifestação gerada através das temáticas que
se discutiam na época.
A Geografia Física neste período de construção do curso sempre esteve
com maior força dentro do Departamento, isto porque o perfil do curso era
totalmente voltado a questões ecológicas, que é claro não deixam de ser fatos que
preocupam a sociedade, porém se pretendia que o curso fosse mais dinâmico,
diferente que se priorizam as questões ambientais, em vez de uma forma mais
articulada dando respostas aos problemas que se relacionavam com a conservação,
recuperação e o mais importante, com a educação crítica e renovadora da
Geografia.
Outra intensa participação do curso se refere à defesa do patrimônio
arqueológico da região. Foram ministrados cursos de Arqueologia, visitas à sítios
arqueológicos, sambaquis.
Segundo o Prof. Nivaldo Aníbal Goulart11, foram feitas defesas dos
sambaquis da Praia do Rincão, onde foram denunciadas, nas rádios locais, as
depredações destes sítios que são considerados patrimônios arqueológicos da
região.
Quanto à articulação do ensino com a pesquisa e extensão, pode-se dizer
que o curso estava apto a oferecer um maior espaço nas áreas físicas.
Uma outra forma de avaliação da qualidade do curso a partir dos alunos
foi oferecido pelo índice de aprovação no concurso para ingresso no magistério
36
público estadual, dentre os quais: dos 36 profissionais aprovados em Geografia, 22
foram alunos do curso, e, em História, dos 37 profissionais aprovados, 25 foram
alunos do curso. Já em OSPB, oito aprovados, dos quais, seis alunos do curso.
3.1 O Surgimento do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do
Extremo Sul Catarinense –UNESC
Como surgiu o curso de Geografia?
No ano de 1995, teve início o Curso de Graduação em Geografia na
UNESC, juntamente com o curso de graduação em História, substituindo, assim, o
curso de Estudos Sociais que foi extinto em agosto deste mesmo ano.
O curso de Geografia foi implantado no segundo semestre de 1996 com
objetivo de suprir a falta de profissionais habilitados em licenciatura na área da
Geografia.
Foi autorizado pelo parecer 128/1994 do conselho Estadual de Educação
e reconhecido em 08 de junho de 2000 pela resolução 024/2000 do conselho
Estadual de educação.
Segundo o Prof. Nivaldo Aníbal Goulart12, mesmo vindo em substituição
ao curso de Estudos Sociais o curso de Geografia foi encarado como sendo um
novo curso, desprovido do curso anterior que não deixou heranças exigidas ao novo
curso de licenciatura.
Para a transformação e validade do curso foi necessário contratar
professores altamente qualificados fora da região, foram indicados ao Conselho
Estadual de Educação Professores de Florianópolis, nas disciplinas de Geografia
11
12
Idem, 1992.
Ibdem, 1992.
37
Física, Geografia Humana, População, Geografia Humana e Econômica, Geografia
Humana Agrária, Geografia Regional, Geografia de Santa Catarina e Metodologia de
Ensino da Geografia.
O curso de Geografia passou por várias dificuldades. Mesmo sendo um
curso novo as dificuldades desta época estavam relacionadas à Biblioteca que não
tinha materiais disponíveis e a própria produção da literatura geográfica.
Sendo um curso que iniciou suas atividades no segundo semestre de
1995, teve suas primeiras características e seu perfil implantados pela instituição
responsável. Segundo o Prof. Nivaldo Aníbal Goulart:
[...] a ciência geográfica superou a fase dos levantamentos dos fenômenos
naturais e humanos, e cada vez mais avança na direção de compreender e
intervir nos problemas decorrentes dos espaços que vão se construindo e
transformando, a preocupação com questão ambiental sabidamente não é
de hoje na FUCRI, o curso de Geografia a ser implantado não poderá estar
fora de sintonia com os cursos, as pessoas e os órgãos que já vem
trabalhando nesta área: curso de Biologia, NUPEA, Prefeituras da região,
FATIMA e governo federal (MIMEO, 1992).
O Curso de Geografia teria então sua identidade construída com base na
questão ambiental tentando articular forças e esforços existentes em toda a região
como uma grande cruzada no sentido de dar respostas aos problemas relacionados
com a educação ambiental. Ainda segundo o Prof. Ni
v
al
doAní
balGoul
ar
t
,“
[
.
.
.
]o
curso de Geografia além de suprir as deficiências no tocante à falta de professores
no ensino médio estaria formando profissionais para atuarem em órgãos de cunho
pr
eser
v
aci
oni
st
a[
.
.
.
]
”
.
A coordenação do curso foi escolhida então através do regime unificado
da UNIFACRI e sua grade curricular tinha carga horária de 2820 contando com a
integralização de no mínimo oito semestres e no máximo 14 semestres.
38
Junto com as transformações ocorridas desde sua criação até os dias de
hoje, o curso de Geografia da UNESC juntamente com seus docentes e acadêmicos
esta se organizando, através da elaboração do Projeto Político Pedagógico –PPP, e
definindo assim qual sua competência dentro da própria instituição.
O PPP do Curso de Geografia foi desenvolvido pelo próprio departamento
de Geografia com a participação dos acadêmicos e dos docentes do curso
juntamente com a acessória pedagógica da instituição.
Foram feitos várias reuniões, seminários com todo corpo docente e com
os acadêmicos para direcionar os conceitos e as propostas estabelecidas para a
instauração do PPP e foram com estas reuniões que se estabeleceu então a
redefinição da matriz curricular do curso.
Ao longo da pesquisa realizada dentro do Departamento do Curso de
Graduação em Geografia da UNESC, foram realizadas várias conversas com os
professores que lecionam no curso, alguns em áreas específicas suas e outros não.
A titulação do corpo docente do Curso de Graduação em Geografia –
UNESC, comporta em sua maioria titulações de Mestres e assim, quando os
professores lecionam a maioria é na sua área. Em suas declarações percebe-se que
os professores compreendem a geografia Tradicional e sua história enquanto ciência
e que a mesma ainda tem algumas raízes no curso, principalmente na área das
disciplinas físicas, porém, a vertente da Geografia Crítica nas áreas das disciplinas
Humana é também presente.
Um exemplo é o da Profª Edna Luiz13, que ministra aulas de Geografia
Física que está ha mais tempo no Departamento de Geografia, ela tem uma visão
muito clara de que o curso de Geografia está voltado para a licenciatura, ou seja,
que forma profissional para atuarem como professores licenciados de Geografia.
39
Quanto à sua fala, posso dizer que tem um olhar voltado às análises
ambientais que ocorrem no espaço onde o homem vive. Já com relação as vertentes
do curso ela explicita que existem duas vertentes: a Física e a Humana.
Sua atuação no Departamento do Curso de Geografia é muito importante,
pois mesmo com sua disciplina voltada à Geografia Física, a Professora Edna Luiz é
uma das poucas professoras dentro do Departamento que consegue puxar o gancho
também da Geografia Humana na sua atuação em sala de aula.
Outra professora, que também leciona no departamento de Geografia da
UNESC, é a professora Lucimar F Siqueira14. Ela ministra aulas nas Humanas e com
relação ao perfil do curso, ela também define o curso como sendo de licenciatura e
que o mesmo acaba apenas por profissionalizar acadêmicos para a carreira de
professores.
Uma questão muito importante tratada pela professora Lucimar refere-se
sobre a bagagem que o aluno traz para a sala de aula quando este inicia o curso de
graduação, ela retrata que o aluno vem do ensino médio com uma visão da
Geografia muito tradicionalista e enraizada apenas na descrição, e quando entra na
graduação carrega este ranço por muito tempo, é neste momento que cabe, então,
ao professor da Geografia Humana construir seu pensamento novamente voltado
para uma Geografia crítica e objetiva que visa as linhas sociais para repercutir na
nossa sociedade.
Já o Prof. Mário Leal Lahorgue15, faz a mesma colocação da Professora
Lucimar. Ele também diz que os alunos trazem muita bagagem tradicional, cabe,
então, ao professor conseguir assimilar as relações do meio com o objeto da
Geografia que está sendo estudado. Para ele a Geografia Humana consegue mais
13
14
Entrevista realizada pela autora em novembro de 2005.
Idem, 2005.
40
assimilar os problemas sociais e o fato do curso ser apenas de licenciatura já
determina 50% de como irá funcionar o espaço da Geografia, outro aspecto que ele
coloca é como funciona o curso, ou seja, são muito mais áreas pedagógicas
influenciando do que a área da Geografia propriamente dita.
Nas citações do Prof. Nivaldo Aníbal Goulart, que foi professor do primeiro
curso de Geografia, ele também divulga que o aluno vem com uma bagagem
totalmente tradicional e que com a proposta do curso que é a de transformar o
pensamento geográfico superando a fase apenas dos fenômenos naturais faz com
que o professor cada vez mais avance na direção de compreender os problemas do
espaço geográfico construindo e transformando, não apenas com a preocupação
voltada a questões ambientais ou tradicionalistas e sim usando uma sintonia para
que as áreas naturais e humanas consigam articular as forças com o propósito de
viabilizar o compromisso da Geografia que desenvolve formas interdisciplinares.
Para o professor Fernando Goulart Rocha16, para que o ensino não seja
tradicional deve partir da universidade uma proposta de formar profissionais mais
críticos que possam trabalhar com os alunos do ensino médio e que estes possam
um dia procurar o curso tendo uma visão mais crítica da Geografia que se ensina.
O Curso de Graduação da UNESC não tem uma face apenas e não é uma
ciência de síntese, apesar de ser um curso de licenciatura plena. O professor Mário
Leal Lahorgue nos faz refletir sobre a questão de que apesar do curso ser de
licenciatura e de seguir algumas linhas muito mais pedagógicas do que geográficas,
ele ainda está em busca de espaço para sua própria reestruturação.
15
16
Idem, 2005.
Idem, 2005.
41
Nenhum professor dissocia a Geografia tradicional do curso, porém cada
um apresenta uma visão distinta e muito interessante sobre esta questão do
tradicional.
A própria professora Lucimar F. Siqueira descreve que os acadêmicos, no
início de suas aulas apresentam um perfil tradicional e que ela utiliza esta forma para
verificar com que linha irá trabalhar com este aluno, para que assim consiga
introduzir na produção do espaço da Geografia Humana uma linha atual de
conceitos.
Segundo o professor Fernando Goulart Rocha, faz-se necessário uma
maior atenção dos professores com relação às mudanças das próprias matrizes
curriculares e da nova mudança da grade curricular do curso. A produção do espaço
é uma das novidades desta mudança de matriz curricular.
A questão da prática de ensino que antes era ministrada apenas nas fases
finais do curso teve mudanças e agora começa a partir da 5ª fase, isto, segundo ele,
irá ajudar muito aos acadêmicos que fazem o estágio com mais tempo. O professor
Mário Siqueira relata que estas mudanças estão embutidas no PPP do curso e que
vem ao longo de muitos anos sendo discutidas pelos professores, acadêmicos e
coordenadores do curso e com isto estão tentando melhorar as condições do curso
de Geografia.
Nesta parte da pesquisa pude compreender que a atuação de cada
professor seja como for ajuda e muito na construção e transformações do curso de
Geografia e todos procuram participar do processo ensino aprendizagem seja
diretamente ou indiretamente. Quero que fique claro que os docentes que
conceberam as entrevistas estavam cientes de que seus nomes iriam ser citados no
presente trabalho.
42
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A proposta deste trabalho foi a de ser um referencial teórico para os
acadêmicos do curso em Geografia, por isso que ao longo de toda discussão feita
sobre a Geografia Humana deixei para o penúltimo capítulo para relatar a
experiência que tive dentro do departamento quando realizei as entrevistas com os
docentes e também pára falar da abordagem da Geografia Humana no curso.
O que se pode dizer em primeiro momento é que o departamento,
juntamente com os docentes que participaram das entrevistas ou ainda quem
participou indiretamente do trabalho teve fundamental importância para a formulação
do mesmo.
Quando se iniciou a pesquisa nos documentos do departamento o que
pude perceber que a prática de geografia era voltada as relações ambientais, no
decorrer do trabalho com a analise das matrizes curriculares um e dois o que se nota
é uma mudança em algumas disciplinas e a entrada de outras, neste enfoque podese ressaltar que a Geografia passou por algumas mudanças dentro do curso e isto
fez com que o olhar dos docentes também mudasse com relação a sua prática, hoje
já se tem uma visão mais voltada para uma Geografia crítica que discute as relações
sociais.
No período da história da Geografia clássica alemã percebe-se que o
Positivismo
e
o
Determinismo
geográfico
influenciavam
diretamente
no
desenvolvimento do ensino geográfico, é com Ratzel que são então fixadas as
bases de distinção entre as disciplinas de Geografia Humana e a Geografia Física,
43
tendência que teve sua base fortalecida no final do século XVIII e início do século
XX em função do próprio desenvolvimento das ciências sociais.
E ao longo desta trajetória da Geografia as diversas correntes, tanto da
Geografia Nova como da Geografia Tradicional, fizeram com que os estudos
geográficos da atualidade tomassem um rumo no dinamismo científico e utilitário da
própria Geografia, valorizando a Geografia como sendo uma ciência que ainda hoje
está em ebulição, ou seja, ainda está sofrendo transformações na perspectiva
global. Podemos reconhecer então uma abertura para uma Geografia Crítica que
têm suas raízes na Geografia Progressista Regional Francesa que também teve seu
início na França e se inteirou do papel dos processos econômicos e sociais do
espaço, esta abertura na realidade teve crescente importância do elemento humano,
na sujeição da Geografia Humana.
A Geografia Crítica vem como uma renovação do pensamento geográfico
e tem uma postura radical à frente da Geografia Tradicional que teve sua posição
abalada no momento em que se percebeu que a Geografia poderia ser utilizada pelo
homem de uma maneira mais eficaz e desmistificada do seu discurso tradicional.
E partindo deste princípio em que a Geografia Crítica vem para marcar
uma nova postura dentro do seu próprio espaço já criado pelo homem é que fica
mais complexo, ainda, ter apenas uma definição para esta ciência, pois num
conjunto geográfico ela abrange tantos aspectos físicos como humanos. É neste
momento de reflexão sobre a Geografia que se aborda a disciplina de Geografia
Humana no Departamento do Curso de Graduação em geografia da UNESC, pois se
faz necessário compreender a sua posição e entender o funcionamento do curso
que foi implantado no segundo semestre de 1996 com objetivo de suprir a falta de
profissionais habilitados em licenciatura na área da Geografia.
44
Com o PPP, Projeto Político Pedagógico do curso de Geografia que foi
desenvolvido pelo próprio Departamento de Geografia com a participação dos
acadêmicos e dos docentes do curso juntamente com a acessória pedagógica da
instituição foi possível o curo ter uma nova reformulação da sua estrutura, pois a
primeira grade era voltada apenas as áreas da Geografia Física. Verificou-se que
esta primeira grade não refletia os anseios do Departamento, e com isso, criou-se,
através do PPP, uma segunda grade que é a utilizada atualmente.
Diante de todo o processo de pesquisa deste trabalho sobre a visão da
Geografia Humana e sua função no curso de Geografia da UNESC, pode-se dizer
que a área da ciência Humana está sim criando seu espaço e contribuindo com as
áreas que são voltadas a parte física, faz-se necessário que a Geografia Humana
não perca mais sua identidade pelo caminho.
45
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Globalização. 8ª série. São Paulo: Ática, 2001. (Coleção Trilhas da Geografia).
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SOUZA, Marcelo Lopes de. Mudar a cidade: uma introdução crítica ao
planejamento e à gestão urbanos. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
49
APÊNDICES
50
Apêndice I –Roteiro para entrevista com os docentes do Curso de Graduação em
Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
DEPARTAMENTO DE PÓS-GRADUAÇÃO
LATU- SENSO EM DIDÁTICA DO ENSINO SUPERIOR
o
Na sua opinião, qual é o perfil do Curso de Graduação em Geografia da UNESC? (Prática da
Geografia enquanto ciência)
o
Em algum momento você percebe a vertente da Geografia Tradicional no curso, e se
percebe, qual o contexto?
o
Em algum momento você percebe a vertente da Geografia Crítica no curso, e se percebe,
qual o contexto?
o
Qual o espaço da Geografia Humana no Curso de Graduação em Geografia da UNESC?
o
Na sua experiência como docente do curso, você percebeu mudanças com relação a
presença da Geografia Humana nas matrizes curriculares do curso?
o
Caso a resposta anterior seja sim, o que mudou? Quais foram as transformações que fizeram
com que o ensino da Geografia se tornasse diferente?
51
ANEXOS
52
CORPO DOCENTE DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE –
UNESC –GRADE I
Docentes
Edson
Carlos
Rodrigues
Disciplinas
Fundamentos
CAT
FUNC
E
Titulação
MI
M
D
Envolvimento em
Atividade
Parecer
581/87/CEE
Resp.
TI
X
Estrutura
e
Funcionamento do Ensino
de 1º e 2º Graus
Metodologia Científica da
Pesquisa
José
Antônio Prática Desportiva
Carrilho
Diretor Presidente
-
TP
Resp.
TP
-
-
Licenciatura em
Letras: Francês,
Mestre em francês
X
Ativ. Extensão e
Pesquisa
X
-
Resp.
H
X
-
H
X
Romeu Augusto Geografia Física
Albuquerque
Metodologia do Ensino da
Bezerra
geografia
Português
-
H
X
-
Licenciatura
em
Ciências
Sociais,
Mestre em Sociologia
Política
Parecer 2162/77/CEE
(Basquetebol e
Voleibol)
Bacharel em Ciências
Econômicas,
Especialização em
Administração de
Empresas
Licenciatura e
Especialização em
Geografia, Mtdº na
UFSC
Ativ. Extensão
Ricardo Deibler Introdução à Economia
Zambrano
Martins
Dagostim
Curriculum Vitae
(síntese)
da
Educação
Geraldo Milioli
REG.
TRAB.
581/87/CEE
53
José
Teixeira
Paulo Sociologia
Bacharel em Ciências
Sociais,
Especialização em
história do Brasil, Mtdº
em Sociologia Política
-
Márcia Fantin
H
X
-
Antropologia Cultural
-
-
-
X
-
-
Resp.
H
X
-
Resp.
TI
X
-
Resp.
H
Yara
Jurema Psicologia da Educação
Hammen Llanos
Fábia
Carminatti
Nivaldo
Goulart
Yasmine
Moura
Cunha
X
-
Liliã Didática
Aníbal História
Econômica
e
Geral do Brasil
Geografia do Brasil
Seminários Especiais de
Geografia
de Geologia
da Oceanografia
Geomorfologia
X
-
Licenciatura em
Enfermagem,
Especialização em
história do Brasil,
Mestre em
Antropologia
Licenciatura em
Psicologia,
Especialização em
Fundam. Psico.
Pedag. Do ensino
Licenciatura em
Pedagogia,
Especialização em
orientação
educacional, Mestre
em educação
Licenciatura em
Geografia, Bacharel
em Geografia e
Teologia,
Especialização em
História do Brasil,
Mestre em Educação
Geóloga,
Especialização em
Geociências e em
Administração e
Planejamento dos
Recursos do Mar
54
Márcio Sônego
Harrysson
da Silva
Vanildo
Rodrigues
Jairo
Zocche
Climatologia
Luiz Geografia Humana
Geografia Regional
Geografia
de
Santa
Catarina
Cartografia
José Ecologia
Biogeografia
Antônio
Filho
-
H
X
-
-
H
X
-
Resp.
TI
X
-
Resp.
TI
X
Ativ. Ensino
Milioli Estatística
Resp.
TI
X
Rosemari
de Prática do ensino sob
Oliveira Duarte Forma
de
Estágio
Supervisionado
Resp.
TI
Vice-Diretor,
Presidente e
Superintendente
Administrativo
Superintendência
Acadêmica,
Coordenação de
Ensino
X
Agrônomo, Mestre em
Meteorologia Agrícola
Bacharel e Mestre em
Geografia, Ddtº na
UFRJ (sem
comprovação)
Engº Agrimensor,
Mestre em Ciências
Geodésicas
Graduado em
Biologia, Mestre em
Ecologia
316/81/CEE
Licenciatura em
Pedagogia,
Especialização em
Orientação
Educacional e em
Administração e
Gerência de Recursos
Humanos
Quadro III –Corpo Docente do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Fonte: Ficha de Avaliação para autorização de curso (Resolução nº 23/93/CEE), 1992:61-2
Legenda
TI –tempo integral
MI –mestrado incompleto
TP –tempo parcial
M –mestrado
H –horista
D - doutorado
E –especialização
055/90/CEE
55
EMENTA DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE –UNESC
Disciplina
Fundamentos
Educação I
Sociologia
Metodologia
Científica
Pesquisa
Português
Nº de Créditos
Conteúdo Programático
02
Educação na Sociedade Primitiva –Educação na Antigüidade –Educação no Feudalismo –Educação na
Sociedade Burguesa
04
Teoria e Ciência –Ideologia - Teorias da Sociedade (Estruturalista, Funcionalismo, Materialismo) –Classes
Sociais –Ideologia e Consciência Social –Os Aparelhos de Reprodução da Sociedade
04
Organização da Vida Universitária (Biblioteca, O Ato de Estudar, A Palavra Escrita) –O conhecimento –O
da
Método –A Ciência –Técnicas de Pesquisa Bibliográfica
da
04
História Econômica,
Geral e do Brasil I
04
Geomorfologia
08
Prática Desportiva I
02
Prática Desportiva II
Prática Desportiva III
Psicologia
da
Educação I
Psicologia
da
Educação II
02
02
04
Estrutura
e
Funcionamento
do
Ensino de Primeiro e
Segundo graus
Ecologia
04
04
04
Interpretação de Textos –Comunicação Escrita –Normas Práticas de Acentuação Gráfica –Regência Verbal,
Normal e Crase –Redação Oficial
Aspectos e Histórico da Economia Brasileira –O Sentido Mercantilista da Colonização Brasileira –Brasil
Colônia –Brasil Império –Brasil Independente –Política Comercial, Monetária e Cambial –A Industrialização
–O Brasil no Contexto das Américas e do Mundo
A Ciência Geográfica –Evolução da Geografia –Astronomia e Cosmografia –Origem da Terra –Atmosfera –
Oceanos, Mares, Rios e Lagos –As Fontes Energéticas e o Aproveitamento do Potencial natural –Relações
da Evolução Humana com o Aproveitamento do Meio –Situações Extrativista (Agricultura, Pecuária, Indústria)
Educação Psicomotora como Elemento Fundamental no Processo de Ensino-Aprendizagem Integrando as
demais Disciplinas da Escola
Processos Pedagógicos dos Fundamentos (Voleibol, Basquete)
Jogos Pré-Desportivos –Grandes Jogos –Regras Oficiais - Competições
Histórico da Psicologia –Objetivos da Psicologia –Escolas Psicológicas –Behaviorismo –Gestaltismo –
Psicanálise
Introdução à Psicologia da Aprendizagem – Fatores Efetivos da Aprendizagem – Processo Psíquico da
Aprendizagem – Diferenças e Problemas da Aprendizagem – Enfoques Teóricos da Aprendizagem –
Motivação e Aprendizagem
Contextualização Histórica das Leis do Ensino –Estruturas Didáticas do Ensino do 1º e do 2º Graus –Sistema
Educacional Brasileiro –Órgãos de Administração –Características da Organização Curricular
Histórico –Ecologia de Populações –Formas de Crescimento populacional –Regulação do crescimento
Populacional para a População não Humana –Explosão Demográfica –Exploração dos Recursos Naturais –
56
Biogeografia
08
Antropologia Cultural
04
Geografia do Brasil I
20
Didática Geral I
04
Didática Geral II
04
Climatologia I
04
Climatologia II
04
Geografia HumanaAgrária
Geografia HumanaUrbana
Geografia HumanaEconômica
Geografia Humana População
Geomorfologia
04
Oceanografia
Cartografia
04
08
Geografia de Santa
08
04
04
04
08
Degradação Ambiental
Origens e Evolução da Vida na Terra –Distribuição Antiga e Atual dos Seres Vivos –Escala Ecológica
Evolutiva –Fatores Climáticos Condicionantes da Distribuição Espacial dos Seres Vivos –Principais Biomas
terrestres e Aquáticos – Fitogeografia e Zoogeografia – Fitogeografia do Brasil e de Santa Catarina –
Interferência Antropológica do Homem na Paisagem Fito e Zoogeografia do Brasil e de Santa Catarina –
Situações Atuais
Conceitos Antropológicos –Divisão e Relações com Outras Ciências –Antropologia Aplicada –Campos de
Aplicação da Antropologia
Espaço Geográfico Brasileiro –Transformações e Preservação do Ambiente Natural –Aspectos Humanos –A
Problemática Regional –Organização do Espaço –Recursos Energéticos –Extrativismo, Produção Primária e
Secundária –Relações Econômicas, Nacionais e Internacionais do Brasil
A Educação no Contexto Social (Objetivos, Conceitos, Valores, Problemas) –A Didática no Contexto Histórico
(Objetivos, Elementos Básicos, Comunicação e Aprendizagem) –Didática e suas Implicações Filosóficas e
Psicológicas
Planejamento –Objetivos Educacionais –Conteúdos –Procedimento de Ensino –Recursos de Ensino –
Avaliação do Ensino Aprendizagem
Elementos do Clima –Tipos de Clima e Classificação Climática –Influência do Clima da Vida Econômica e na
Ecologia
Clima e Planejamento Econômico –Alterações nos Climas do Mundo –Conhecimento do Clima e Previsão do
tempo
Estudos da Atividade Agrícola e suas Implicações Geográficas, Sociais e Econômicas no Brasil e no Mundo
Processo de Urbanização –Funções Urbanas –Hierarquia Urbana, Análise da Estrutura Interna das Cidades,
Cidade e Região –Questão Ambiental e Qualidade de Vida nas Cidades
Fatores da Localização Industrial – Indústria e Organização do Espaço – Comércio entre Países –
Globalização da Produção e do Comércio Interno –Serviços e Fluxos Financeiros
Teorias Demográficas, Políticas Urbanas –Fatores Responsáveis pelo Crescimento demográfico –Estrutura
da população –População e Recursos
Análise dos Processos Exógenos e as Funções Geomórficas Decorrentes – A Geomorfologia e suas
Perspectivas –Análise das Influências Litológicas e Estruturais no Relevo Terrestre
Estudo das Bacias Oceânicas bem como das Propriedades Físicas e o Dinamismo das Águas Oceânicas
Histórico - Classificação da Cartografia –Rede Cartográfica –Escalas e Projeções –Leitura e Interpretação
Cartográfica
Estudo das Condições Gerais do Espaço Catarinense e do Desenvolvimento da População, das Cidades e da
57
Catarina
Estatística
04
Introdução
à
Economia
Metodologia
do
Ensino de Geografia
04
Prática de Ensino
Sob
Forma
de
Estágio
Supervisionado
Geologia I
Geologia II
16
Geografia Regional
08
Seminários Especiais
de Geografia
04
04
04
04
Economia
Estatística –Estatística Descritiva e Indutiva –Ferramentas Necessárias ao Cálculo Estatístico –Unidades
Estatísticas e Razões Tabulação –Estatística Gráfica, Medidas de Posição
Introdução às Principais Teorias Econômicas Atuais – Noções Básicas do Processo Econômico –
Planejamento Econômico
Metodologia do Ensino e suas Decorrências – Objetivo, Conteúdo e Forma do Ensino de Geografia –
Diferentes Conceitos do Ensino de Geografia –Métodos e Técnicas –Análise, Crítica, Relatório –Recursos de
Ensino –Análises de Experiências de Ensino –Aplicação da Teoria sobre Planejamento e Execução do
Ensino de Geografia
Análise e Comparação dos Programas de Geografia de 1º e de 2º Graus nas Escolas Municipais, Estaduais e
Particulares –Planejamento Didático –Plano de Unidade e Plano de Aula –Técnicas de Ensino de Geografia
–Aprendizagem, Controle e Fixação –Avaliação e Feedback –Observação e Prática dos Estagiários de 1º e
2º Graus (Municipais, Estaduais e Particulares)
Noções de Geologia –Camadas Geológicas –Recursos Decorrentes do Tipo de Geologia
Geologia do Brasil e de Santa Catarina –Geologia e Ecologia –Geologia e Influência na Organização do
Espaço Geográfico
Regiões Geo-Econômicas Brasileiras –Áreas Industriais e Agrícolas –Recursos Energéticos –Extrativismo –
Pecuária –Indústria –Relação Econômica Nacional e Internacional
Serão apresentados Seminários de Disciplinas Relacionadas à Geografia, pelos Professores do
Departamento, devidamente Habilitados de conformidade com a Resolução do Conselho Estadual de
Educação
Quadro I –Ementa das Disciplinas e Conteúdos Programáticos do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense UNESC
Fonte: Ficha de Avaliação para autorização de curso (Resolução nº 23/93/CEE), 1992:17-9
58
1ª MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL
CATARINENSE –UNESC
Disciplina
I
Fundamentos da Educação
Metodologia Científica da Pesquisa
História Econômica Geral do Brasil
Introdução à Economia
Geologia
Geografia Física
Prática Desportiva
Português
Sociologia
Antropologia Cultura
Climatologia
Estrutura e Funcionamento do
Ensino de 1º e de 2º Graus
Geografia Humana-População
Psicologia da Educação
Didática Geral
Cartografia
Geografia Humana-Agrária
Oceanografia
Geografia do Brasil
Geografia Humana-Econômica
02
04
04
04
04
04
02
II
04
04
02
04
04
04
04
III
Fases
IV
V
VI
VII
VIII
02
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
Total de
Créditos
Total H/aula
02
04
04
04
08
08
06
04
04
04
08
04
30
60
60
60
120
120
90
60
60
60
120
60
04
08
08
08
04
04
20
04
60
120
120
120
60
60
300
60
59
Metodologia
do
Ensino
de
Geografia
Geografia Regional
Geomorfologia
Biogeografia
Estatística
Geografia de Santa Catarina
Geografia Humana-Urbana
Prática de Ensino sob a Forma de
Estágio Supervisionado
Seminários Especiais de Geografia
Ecologia
Total
04
04
04
04
24
26
26
24
24
04
04
04
04
04
24
04
60
120
120
120
60
120
60
240
60
60
2820
04
04
08
08
08
08
08
04
08
04
16
20
04
04
20
04
04
188
Quadro II –Matriz Curricular do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Fonte: Ficha de Avaliação para autorização de curso (Resolução nº 23/93/CEE), 1992:6
60
2ª MATRIZ CURRICULAR DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL
CATARINENSE –UNESC
Disciplina
I
Introdução à Ciência Geográfica
Português
Antropologia Cultural
Metodologia
Científica
da
Pesquisa
Cartografia
Estatística Aplicada à Geografia
Prática Desportiva
Geografia Física
Geologia Ambiental
Climatologia
Geografia Humana-População
História Econômica Geral do
Brasil
Geografia Humana-Agrária
Biogeografia
Geografia Humana-Econômica
Geografia Regional
Geomorfologia
Oceanografia
II
III
Fases
IV
V
04
04
04
04
04
04
02
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
04
VI
VII
VIII
Total de
Créditos
Total H/aula
04
04
04
04
60
60
60
60
08
04
02
08
08
08
04
04
120
60
30
120
120
120
60
60
04
08
04
08
08
04
60
120
60
120
120
60
61
Introdução ao Geoprocessamento
História da Educação
Geografia do Brasil
Sociologia
Psicologia da Educação
Metodologia
do
Ensino
da
Geografia
Geografia Humana-Industrial
Análise da Qualidade Ambiental
Geografia Humana-Urbana
Geografia de Santa Catarina
Desenvolvimento
Regional
e
Urbano
Economia Ambiental
Prática de Ensino sob Forma de
Estágio Supervisionado
Estrutura e Funcionamento do
Ensino Fundamental e Médio
Educação e Meio Ambiente
Total
04
04
04
04
04
04
04
04
08
04
08
04
60
60
120
60
120
60
04
04
04
04
04
04
04
04
60
60
60
60
60
04
08
12
04
20
60
300
04
04
60
20
04
190
60
2.850
04
04
04
04
26
24
24
24
24
24
24
Quadro III –Matriz Curricular do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Fonte: Cadastro CEE (238 –Reconhecimento do Curso de Geografia 311/99)
62
CORPO DOCENTE DO CURSO DE GRADUAÇÃO EM GEOGRAFIA DA UNIVERSIDADE DO EXTREMO SUL CATARINENSE –
UNESC –GRADE II
Disciplinas
Introdução
à
Ciência
Geográfica
Português
Antropologia Cultural
Metodologia
Científica
da
Pesquisa
Cartografia
Estatística
Aplicada
à
Geografia
Prática Desportiva
Geografia Física
Geologia Ambiental
Climatologia
Docente
Gislene Aparecida dos Santos
Zurene Albertina Manique Barreto
Eliete Rocha dos Santos Rouver
Geraldo Milioli
Luís Afonso dos Santos
Vanildo Rodrigues
Álvaro José Back
José Antônio Carrilho
Rose Maria Adami
Yasmine de Moura da Cunha
Homero Haymussi
Álvaro José Back
da Eduardo Zons Guidi
Geografia
Humana
População
História Econômica Geral do Márcio Roberto Voigt
Brasil
Nivaldo Aníbal Goulart
João Henrique Zanelatto
Geografia Humana Agrária
Mário Ricardo Guadagnin
Bioeografia
Gilca Benedet
Jairo José Zock
Geografia Humana Econômica Francisco José Barreto da Silva
Geografia Regional
Gislene Aparecida dos Santos
Geomorfologia
Yasmine de Moura da Cunha
Jairo Valdati
Introdução
ao Vanildo Rodrigues
Geoprocessamento
História da Educação
Giane Rabelo
Comp.
M
Form.
-
Parecer
865/98/UNESC
E
M
D
M
M
D
DI
-
710/98/UNESC
1066/99/UNESC
128/94-CEE
652/97/UNESC
128/94-CEE
851/98/UNESC
E
M
E
M
D
M
MI
DI
-
128/94-CEE
427/96/UNESC
128/94-CEE
629/97/UNESC
1065/99/UNESC
610/97/UNESC
M
M
M
E
M
M
M
M
E
M
M
MI
DI
DI
MI
-
607/97/UNESC
128/94-CEE
1029/99/UNESC
1062/99/UNESC
801/98/UNESC
128/94-CEE
799/98/NESC
865/99/UNESC
128/99-CEE
1304/00/UNESC
1285/00/UNESC
M
-
842/97/UNESC
63
Geografia do Brasil
Sociologia
Didática Geral
Irene Carrilho Romero Beber
Nivaldo Aníbal Goulart
Michele Catherine Henrique
Fábia Liliam Luciano Carminatti
Zélia Medeiros Silveira
Maria do Céu Borges Milanes
de Nivaldo Aníbal Goulart
M
M
M
M
E
E
M
DI
DI
MI
-
1260/00/UNESC
128/99-CEE
677/98/UNESC
128/94-CEE
996/99/UNESC
576/97/UNESC
1096/99/UNESC
Alcides Goulart Filho
Vanilde Cittadine Zanette
Rose Maria Adami
Eduardo Zons Guidi
Rose Maria Adami
Gislene Aparecida dos Santos
Francisco José Barreto da Silva
Francisco José Barreto da Silva
Rosimeri de Oliveira Duarte
M
D
M
M
M
M
M
M
E
DI
DI
DI
DI
899/99/UNESC
1020/99/UNESC
1034/99/UNESC
1099/99/UNESC
1076/99/UNESC
1023/99/UNESC
1095/99/UNESC
1026/99/UNESC
128/94-CEE
Carlos Renato Carolla
Edson Carlos Rodrigues
M
M
DI
-
848/99/UNESC
581/87-CEE
Mário Ricardo Guadagnin
E
MI
1062/99/UNESC
Psicologia da Educação
Metodologia do Ensino
Geografia
Geografia Humana Industrial
Análise
da
Qualidade
Ambiental
Geografia Humana Urbana
Geografia de Santa Catarina
Desenvolvimento regional e
Urbano
Economia Ambiental
Prática de Ensino sob Forma
de Estágio Supervisionado
Estrutura e Funcionamento do
Ensino Fundamental e Ensino
Médio
Educação e Meio Ambiente
Quadro IV –Matriz Curricular do Curso de Graduação em Geografia da Universidade do Extremo Sul Catarinense - UNESC
Fonte: Cadastro CEE (238 –Reconhecimento do Curso de Geografia 311/99)
Legenda
TI –tempo integral
MI –mestrado incompleto
TP –tempo parcial
M –mestrado
H –horista
D –doutorado
E –especialização
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