caderno de exercícios 2d

Setor de Educação de Jovens e Adultos
CADERNO DE EXERCÍCIOS 2D
Ensino Médio – Ciências Humanas
Questão
Conteúdo
Habilidade da
Matriz da EJA/FB
1
Primeira Guerra Mundial

H46
2
O populismo na Era Vargas

H38, H44
3
Concentração Fundiária no Brasil

H13, H14
4
Desigualdades na Zona Rural Brasileira

H13, H14
Caderno de exercícios
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1. A imagem a seguir transmite os horrores de uma guerra que marcaria, de forma
significativa, o início do século 20.
Disponível em: <http://www.avidabloga.com/2013/07/fatos-interessantes-sobre-primeira.html>.
Acesso em: 7 out. 2013. 11h.
No ano de 1914, que marcou o início do conflito, a política de alianças se organizava
em dois grandes grupos assim denominados:
Tríplice Entente
Tríplice Aliança
Inglaterra
Alemanha
França
Império Austro-húngaro
Rússia
Império Turco-otomano
Porém, no final do ano de 1918, essa configuração havia se alterado:
Tríplice Entente
Tríplice Aliança
Inglaterra
Alemanha
França
Império Austro-húngaro
Estados Unidos
Império Turco-otomano
Sobre esse período da história europeia, que denominamos de Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), responda:
a) Qual foi a causa imediata que fez o conflito estourar em 1914?
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b) Qual o motivo que levou a saída da Rússia da guerra em 1917?
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c) Qual foi a mudança de postura dos Estados Unidos do início para o final da guerra?
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d) Qual o nome do tratado de paz que selou oficialmente o fim do conflito?
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2. Sobre o populismo da Era Vargas (1930-1945), assinale (V) para as afirmativas que
forem verdadeiras e (F) para as falsas.
( ) Getúlio Vargas, apesar de favorecer as elites em seu governo, gostava de aparentarse o defensor dos trabalhadores se auto declarando o “Pai dos Pobres”.
( ) Para conseguir o apoio popular em meio a ditadura do Estado Novo, Getúlio Vargas
aprovou a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), em 1943.
( ) A criação do DIP (Departamento de Imprensa e Propaganda) e do DOPS
(Departamento de Ordem Política e Social) que muito agradaram o povo, favoreceu a
construção de uma imagem positiva e democrática de Getúlio Vargas.
( ) Jogos de futebol, programas de rádio e outros eventos comemorativos como, por
exemplo, o Dia do Trabalhador (1º de Maio) eram usados para reforçar a imagem
paternalista de Getúlio Vargas.
( ) O suicídio de Getúlio Vargas foi uma decepção para o povo que se sentiu traído
pelo presidente, que passou então a ser lembrado com ódio pelos brasileiros.
( ) A criação do salário mínimo, da licença maternidade e do voto secreto e feminino,
foram fatores que deram à Getúlio Vargas o importante apoio da classe feminina ao
seu governo.
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3. Responda a questão a partir da interpretação da frase e de seus conhecimentos
sobre a agricultura brasileira.
“A questão fundiária no Brasil encontra suas origens no passado
e não na falta de terras”.
(Extraído do Vestibular da FUVEST, no ano de 2003)
a) A falta de terras para os pequenos agricultores brasileiros é um problema do
passado, sendo totalmente superado na atualidade.
b) No Brasil, encontramos a maior a parte das terras distribuídas em minifúndios, ou
pequenas propriedades.
c) A agricultura de exportação foi a responsável pela formação de uma estrutura
fundiária concentrada no Brasil.
d) A concentração fundiária, somada à modernização do campo, levou muitos
trabalhadores a conquistar novas terras, eliminando o movimento dos trabalhadores
sem terra.
e) A Lei de Terras, assinada em 1850, é a lei que define as regras da propriedade rural e
legaliza os direitos de posse do pequeno produtor.
4. Sobre a atual questão agrária no Brasil, pode-se afirmar que
a) a estrutura fundiária brasileira reflete uma distribuição democrática da terra,
consolidada a partir de um modelo de posse com base na pequena propriedade.
b) os conflitos pela posse de terra no Brasil são resultados dos interesses exclusivos
dos estrangeiros em conseguir mais terras.
c) o crescimento dos latifúndios improdutivos é um bom exemplo dos avanços
econômicos que a reforma agrária tem proporcionado.
d) a intensa desigualdade no campo brasileiro deve ser combatida com a migração dos
trabalhadores rurais para os grandes centros.
e) a estrutura econômica e social é caracterizada pela histórica divisão desigual da
terra e da renda, gerando miséria e violência no campo.
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GABARITO COMENTADO
1. H46
Comentário:
a) O cenário da Primeira Guerra Mundial estava se formando muito antes do conflito
estourar de fato. A disputa pelo território marroquino entre França e Alemanha, a
divergência sobre a formação da Iugoslávia entre o Império Russo e o Império Austrohúngaro e a posse da Tripolitânia entre a Itália e o Império Turco-otomano, já
anunciavam a grande guerra, ao mesmo tempo em que se estabeleciam as alianças.
Porém, o estopim se deu por um fato totalmente inusitado: um estudante bósnio,
ligado a um grupo radical chamado “Mão Negra”, assassinou o arquiduque Ferdinando
II (herdeiro do Império Austro-húngaro), durante um discurso político, em Sarajevo.
Esse fato foi usado como pretexto pelo Império Austro-húngaro para invadir o Leste
Europeu e atacar a Rússia, reforçando as alianças e iniciando oficialmente a Primeira
Guerra Mundial.
b) O Império Russo era predominantemente agrário, com as suas melhores terras
concentradas nas mãos de uma elite, enquanto a população vivia sendo explorada
pelos baixos salários, péssimas condições de vida e elevada carga tributária imposta
pelo Czar, que governava o território de forma autoritária e absolutista. Assim, ao
estabelecer aliança com a Inglaterra e com a França durante a Primeira Guerra
Mundial, tudo só tendeu a piorar para a população russa, que além de ter de sustentar
os gastos da guerra viam seus familiares morrerem no conflito sem propósito para
eles.
Por isso, o povo russo, influenciado pelos ideais do socialismo, levantou-se em uma
grande revolução no ano de 1917, para derrubar o Czar e implantar um governo de
esquerda representado por Lênin. Uma das primeiras medidas pós Revolução Russa foi
a assinatura de um acordo de não agressão com a Tríplice Aliança, retirando o país da
guerra. Além disso, criou-se um partido único, o Partido Comunista, e foi realizada uma
ampla reforma agrária e a planificação da economia. Todas essas medidas formaram as
bases para, em 1922, ser oficialmente fundada a União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS).
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c) Os Estados Unidos, no início da Primeira Guerra Mundial, buscaram uma postura
neutra. Essa posição, por alguns anos, lhes foi bastante favorável, já que assim
poderiam abastecer o mercado europeu, que estava em crise devido ao grande
conflito entre as nações. O lucro com as exportações fizeram as fábricas americanas
proliferarem, ganhando cada vez mais força em uma produção de escala global, o que
os favoreceram a se tornarem uma potência emergente. Porém, com a saída da Rússia,
em 1917, o equilíbrio que havia entre as forças se desfez e, com a possiblidade de ver
seus interesses ameaçados com o avanço da Tríplice Aliança, os Estados Unidos
decidiram entrar no conflito ao lado da Tríplice Entente, no ano de 1918.
Assim, com um exército descansado, bem alimentado e, sobretudo saudável, os
Estados Unidos conseguiram vencer as tropas europeias já fragilizadas pelos anos de
horror e fome a que estavam submetidas, garantindo a vitória certeira da Tríplice
Entente.
d) A primeira proposta de acordo de paz, partiu do governo dos Estados Unidos, com o
acordo denominado “Os 14 pontos de Wilson” propunha o fim do conflito sem
vencedores e perdedores. Os países europeus vitoriosos, que compunham a Tríplice
Entente, sedentos por vingança e punição aos derrotados, não aceitaram esse acordo,
sugerindo um tratado que responsabilizasse os países da Tríplice Aliança como os
culpados da guerra, impondo-lhes sanções territoriais, econômicas e militares.
Assim, nasce o famoso Tratado de Versalhes, em 1918, que encerra o conflito com
severas restrições aos derrotados.
2. H38, H44
Comentário:
(V)
(V)
(F) O DIP e o DOPS eram órgãos que promoviam a repressão e a censura durante a
ditadura do Estado Novo, que ocorreu entre os anos de 1937 e 1945. Esses
mecanismos desgastaram a figura de Getúlio Vargas, que passou a ser visto pela
população como tirano e repressor, contrariando sua imagem de grande populista.
(V)
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(F) Não, foi durante os anos da chamada Era Vargas (1930-1945) que Getúlio se
suicida. Esse fato só ocorreu em seu segundo mandato, depois que ele se afastou do
poder por cinco anos (quando o Brasil foi governado pelo presidente Dutra) e retornou
à Presidência, em 1951, eleito por voto popular.
O suicídio, em 24 de agosto de 1954, comoveu o Brasil e fez o povo brasileiro sair às
ruas para chorar a morte do presidente, que passou a ser visto como um herói
nacional, reforçando sua propaganda populista de “pai dos pobres” e defensor do
nacionalismo brasileiro.
Com o suicídio, Getúlio Vargas “saiu da vida e entra na história” como um líder amado
e admirado pelo seu povo, assim como previu o texto de sua carta testamento.
(V)
3. Alternativa C – H13 e H14
Comentário:
O Brasil é um país de dimensões continentais, com muitas terras para serem
aproveitadas para a produção agrícola. Porém, observa-se no país uma extrema
concentração de propriedades, muitas vezes até mesmo improdutivas, nas mãos de
uma minoria elite privilegiada, enquanto a grande maioria dos agricultores fica
excluída do direito de produzir, de ter suas próprias terras, levando-os a se
submeterem a baixos salários pagos por essa mesma elite.
Assim, a origem da concentração fundiária e do problema agrário no Brasil, é antiga e
remete ao seu passado colonial de grandes latifúndios, organizados desde a época da
formação das Capitanias Hereditárias.
Esse sistema, que concentra vastas extensões de terra nas mãos de uma minoria, se
perpetuou por séculos, sem uma política de redistribuição para os pequenos
agricultores, ou mesmo medidas que favorecessem o acesso às terras.
A ausência de um projeto de reforma agrária bem estruturado e um conjunto de leis
que beneficia e favorece politicamente a concentração fundiária fazem esses antigos
problemas se perpetuarem e se agravarem cada vez mais até a atualidade.
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4. Alternativa E – H13 e H14
Comentário:
Desde o início da história do Brasil, nosso território foi organizado para abrigar grandes
latifúndios controlados por uma pequena elite.
No decorrer da história, o acesso a terra sempre foi dificultado como observa-se com a
assinatura da “Lei de Terras”, em 1850, que determinava que essas deveriam ser compradas e
registradas por escritura oficial, ou seja, a posse de um lote de terra só era garantido mediante
sua compra (como muitos pequenos agricultores não tinham dinheiro para adquiri-las para o
seu próprio sustento, parte deles se submetia ao trabalho assalariado nas grandes
propriedades). Além disso, a “Lei de Terras” também impunha regras que dificultava o acesso
do imigrante recém-chegado ao Brasil.
Assim, mesmo quando se supria essas dificuldades e o agricultor conseguia comprar um
pedaço de terra, a maioria desses pequenos proprietários rurais sofria (e ainda hoje sofre) com
a falta de incentivo e apoio do governo. Muitos perdem suas propriedades por falta de
financiamento e infraestrutura, ou ainda por artimanhas de aproveitadores que os enganam,
aproveitando-se da sua simplicidade e ingenuidade.
Outro ponto fundamental da produção agrária, no Brasil, é a exploração da mão de obra
barata – primeiro com os escravos, depois com os imigrantes e, atualmente, com os boias-frias
– que acabam favorecendo o acúmulo de capitais dos grandes proprietários, dando-lhes
condições de comprar cada vez mais terras, concentrando, com isso, ainda mais as
propriedades.
Atualmente, a luta que reivindica uma redistribuição de propriedades no Brasil e uma política
de acesso à propriedade rural pelo pequeno agricultor, resume-se a poucos e mal estruturados
projetos de reforma agrária. O “Movimento dos Sem Terras” (MST) é constantemente
desmoralizado, com seus representantes muitas vezes sendo tachados de “vagabundos” e
“arruaceiros”, como se a luta não tivesse propósito ou valor, justificando com isso a ausência
de medidas efetivas e os ataques que são feitos a essa camada de excluídos.
Dessa forma, percebe-se que as lutas pela posse da terra no Brasil ainda são bastante violentas
e, geralmente, não existe equilíbrio entre as forças que se opõem (latifundiários x sem terras);
a imprensa, muitas vezes, se posiciona a favor dos mais ricos e poderosos.
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