XVII Encontro de Iniciação Científica XIII Mostra de Pós-graduação VII Seminário de Extensão IV Seminário de Docência Universitária 16 a 20 de outubro de 2012 INCLUSÃO VERDE: Ciência, Tecnologia e Inovação para o Desenvolvimento Sustentável MCH0271 UMA ANÁLISE DO CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO NA MICRORREGIÃO DE TRÊS RIOS NO PERÍODO DE 2004 A 2008. ANDRÉ LUIS DA SILVA BAYLÃO MOACIR JOSÉ DOS SANTOS [email protected] MESTRADO - GESTÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ ORIENTADOR(A) MOACIR JOSE DOS SANTOS UNIVERSIDADE DE TAUBATÉ Uma análise do crescimento e desenvolvimento econômico na microrregião de Três Rios no período de 2004 a 2008. Resumo O presente artigo é uma analise do crescimento e do desenvolvimento econômico da microrregião de Três Rios no centro Sul-Fluminense do Estado do Rio de Janeiro, no período de 2004 a 2008 (sendo que em 2006 o governo do estado implanta a política de incentivos fiscais). Utilizando dados econômicos e sociais (Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ e Ministério do Trabalho e Emprego – MTE), num cruzamento direto entre índices socioeconômicos, neste trabalho foram considerados fatores como o crescimento populacional dos municípios e os indicadores de nível de emprego, procurando determinar a geração de posto de trabalho, também foram estudados a variação do PIB municipal pelos setores da economia, tais: agricultura , pecuária,industria e serviços. Demonstrando a ocorrência do crescimento econômico e os resultados que podem mostrar o desenvolvimento econômico local. Palavras–Chave: Desenvolvimento econômico, crescimento e incentivos. 1. Introdução Na distribuição regional do Estado do Rio de Janeiro destacamos a microrregião de Três Rios, e composta pelos municípios de: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios, tendo como características geográficas: área de 1.664,409 Km², população de 154.542 hab (2010) e densidade demográfica de 92,85 hab/Km². Em 2004 a então Governadora do Estado do Rio de Janeiro Rosinha Garotinho, sanciona o programa de incentivos fiscais, visando o crescimento econômico e o desenvolvimento econômico do estado, sendo que, não tendo uma política econômica estadual, para muitos municípios crescer economicamente seria uma tarefa difícil, face as dificuldades de atratividade e falta de investimento em infra estrutura, mão-de-obra qualificada e demais fatores de produção. O estado através da Lei nº 4.534, de 04/04/2005, criou o Fundo de Recuperação Econômica de Municípios Fluminenses – FREMP, como os seguintes objetivos: financiar empreendimentos geradores de emprego e renda, nos setores da indústria, agroindústria, agricultura familiar, micro e pequenas empresas, serviços e comércio atacadistas considerados relevantes para o desenvolvimento econômico do estado e dos municípios abrangidos pela lei. Na complementação do programa de incentivos fiscais através de lei o estado fez uma redução no ICMS (na parte pertinente ao estado), para as empresas que instalarem unidades nos municípios fluminenses. 2. Referencial teórico As nações buscam sempre o desenvolvimento econômico, tendo como estágio o crescimento econômico. O Brasil não é exceção, buscando sempre o seu desenvolvimento, e para atingir esse objetivo os estados acompanham as tendências nacionais. Estudos e teorias abordam o crescimento e o desenvolvimento econômico, e argumentam sobre a melhoria na qualidade de vida da população. Na abordagem clássica a consideração inicial é pelo significado dos termos, outra corrente, utilizando estudos empíricos considera crescimento econômico fator indispensável ao desenvolvimento econômico. Para Barqueiro (2001) o sistema produtivo em um determinado país irá aumentar e transformar-se utilizando os potenciais de desenvolvimento disponíveis num determinado espaço geográfico (região), tendo sido realizado investimentos públicos e/ou privados e controlado pelos agentes locais. Baseando-se na teoria do desenvolvimento endógeno, as características locais iram favorecer o crescimento econômico e as demais mudanças regionais. Nessa abordagem três questões consideradas: a conceituação de desenvolvimento, os mecanismos disponíveis e a atuação dos agentes econômico-sociais. O crescimento econômico utiliza de indicadores quantitativos, enquanto o desenvolvimento considera também os fatores qualitativos. Crescimento econômico. Aumento da capacidade produtiva da economia e, portanto da produção de bens e serviços de determinado país ou área econômica. É definido basicamente pelo índice de crescimento anual do Produto Nacional Bruto (PNB) per capita. O crescimento de uma economia é indicado ainda pelo índice de crescimento da força de trabalho, a proporção da receita nacional poupada e investida e o grau de aperfeiçoamento tecnológico. SANDRONI, 1985, pág. 99 e 100. Souza (2005) relata que a idéia do crescimento econômico, pela distribuição direta da renda entre os detentores dos fatores de produção, engendrando de forma automática a melhoria nos padrões de vida, tendo aí um desenvolvimento econômico. Contudo devese observar que desenvolvimento econômico não poderá ser confundido com o crescimento econômico, pois essa riqueza gerada, em vários casos não se dá de forma homogenia no total da população. Mesmo que a economia obtenha taxas de crescimento altas, o desemprego pode não estar decrescendo proporcionalmente ao crescimento, já que fatores tecnológicos (robotização e informatização) estão presentes. No crescimento econômico podem ocorrer efeitos prejudiciais, tais como: a) transferência do excedente de renda para outros países reduz a capacidade de importar e de realizar investimentos; e a apropriação desse excedente por poucas pessoas aumenta a concentração da renda e a riqueza; b) os baixos salários limitam o crescimento dos setores que produzem alimentos e outros bens de consumo popular, bloqueando a expansão do setor de mercado interno; c) há dificuldades para implantação de atividades interligadas às empresas que crescem, exportadoras ou de mercado interno. Quanto aos indicadores de desenvolvimento econômico, Souza (2005) comenta que, além da renda per capita, outros indicadores são considerados na melhoria dos padrões de vida da população, como alimentação, atendimento médico e odontológico, educação, segurança e qualidade do meio ambiente. As medidas utilizadas na erradicação da pobreza podem ser fundamentais quando a parcela de população (pessoas carentes) for grande. Enquanto a corrente cepalina atribui o subdesenvolvimento à assimetria das relações internacionais e a causas bloqueadoras internas, como a concentração da propriedade e da renda, economistas de raízes neoclássicas consideram esses fatores menos relevantes e centram sua atenção na acumulação de capital e na adoção de inovações tecnológicas. Para esses economistas, o desenvolvimento deriva do crescimento industrial acelerado e de transformações estruturais, que estão intimamente associadas com a criação de atividades diretamente produtivas e a implantação de infraestruturas econômicas e sociais assim como por combinações mais eficientes dos fatores produtivos. SOUZA, 2005, pág. 176. Em relação ao grau de desenvolvimento de uma nação, Passos e Nogami (2005) tendo como base as definições do Banco Mundial, descrevem os indicadores tradicionais de desenvolvimento, da seguinte forma: vitais (esperança de vida ao nascer, taxa de mortalidade infantil, estrutura etária da população e taxa média anual de crescimento populacional), econômicos (estruturais – (força de trabalho, recursos naturais, capital, estrutura de produção e estrutura de distribuição da renda) e disponibilidade de bens e serviços – (renda per capita, bens básicos de consumo, bens produtivos e insumos, serviços básicos e serviços sociais) e sociais (estrutura social, mobilidade social, representação no sistema político, participação social e sistema de concentração da propriedade). Na defesa dos direitos humanos e na quanto à consciência da importação no homem no contexto econômico os indicadores são: Índice de Desenvolvimento humano (IDH) e Índice de Corrupção Percebida (ICP). Singer (1982) define crescimento econômico num sentido amplificado, considerando o aumento contínuo do Produto Nacional Bruto no tempo e em termos reais. No sentido restrito, o crescimento econômico é observado pelo aumento do Produto per capita em determinado tempo. Desenvolvimento econômico, no sentido que se dá mais comumente a esta expressão, é um processo de transformação qualitativa da estrutura econômica de um país. Este processo consiste principalmente: a) numa nova divisão do trabalho entre cidade e campo, ou seja, na concentração na primeira de todos (ou quase todos) ramos manufatureiro, restando no campo apenas a atividade agrícola, na qual se especializa aquela parte da população que ali permanece; b) na aplicação, tanto às atividades transferidas à cidade como à agricultura, da tecnologia criada pela revolução industrial e, a partir dela, aperfeiçoar. No processo de desenvolvimento, assim definido, já se acham implícitos os fenômenos sócio-econômicos que necessariamente o acompanham: transferência de grandes massas da população do campo para as cidades, constituição de um parque industrial mais ou menos amplo, aumento da produtividade do trabalho, melhoria do padrão de vida tanto da população urbana como da rural, elevação do seu nível cultural etc... SINGER, 1982, pág. 38. No desenvolvimento econômico existe uma alteração na participação relativa nos setores da economia (agrícola, indústria e serviços) no PIB nacional. No padrão denominado “normal” de desenvolvimento de certa economia, há uma previsão de que no estágio de industrialização, a mecanização do setor agrícola lidere mão-de-obra, para parte da indústria e setor e serviços. Em continuidade com este ciclo econômico, a demanda pelos bens manufaturados, irá crescer face ao aumento da renda e da produtividade industrial, favorecendo a manutenção do nível de emprego no setor industrial. O crescimento da produtividade industrial conjugado como o aumento da demanda pelos produtos manufaturados terá na próxima etapa uma desaceleração do setor industrial, favorecendo o setor de serviços com a liberação de mão-de-obra. Em países com grandes populações têm na indústria a fonte básica de crescimento econômico. Industrialização – processo histórico-social por meio do qual a indústria fabril se torna predominante d economia de um país. Começou na Inglaterra com a revolução industrial, espalhando-se depois por Europa, Estados Unidos e Japão. Embora em certos casos (como o Brasil) se inicia com a implantação da indústria leve (produtos alimentícios e têxteis), o processo de industrialização caracteriza-se pela formação de um núcleo de indústria pesada, produtora de matérias-primas básicas e de máquinas-ferramenta (indústria de base) e alimentadora de todo o parque industrial. O processo de industrialização corresponde a um intenso desenvolvimento urbano (urbanização) e do setor de serviços, particularmente o relacionado com as atividades comerciais e financeiras. Tem como pressuposto a existência de mercado interno e capitais disponíveis para serem investidos nas atividades industriais. SANDRONI, 1996, pág. 240. Objetivando o desenvolvimento dos diversos setores da economia, os agentes governamentais utilizam de alguns instrumentos constitucionais, na promoção do crescimento econômico, dentre esses destacamos os chamados incentivos fiscais, pois o estado abrirá mão de parte de sua arrecadação, para que as organizações invistam. Os incentivos fiscais que as empresas utilizam, é parte de programas governamentais visando o crescimento e desenvolvimento econômico de regiões (estado, microrregiões e cidades), diminuindo a desigualdade social existente, através da criação de posto de emprego e melhorando o padrão de vida da população. Fabretti (2005) esclarece que extrafiscalidades é a denominação técnica para renuncia fiscal, sendo caracterizada de várias formas, tais como: redução da base de cálculo sobre a qual o imposto tem incidência, reduzindo a alíquota do imposto, concessão de crédito presumido ou diferenciado em função do prazo de recolhimento. A política econômica é caracterizada pelo conjunto de ações e medidas tomadas pelo governo, podendo ser nacional e/ou local, tendo seu objetivo focado nos mecanismos de produção, distribuição e consumo de bens e serviços, tem efeitos imediatos na economia e no campo social. A função estabilizadora do governo está relacionada com a intervenção do Estado na economia, para alterar o comportamento dos níveis de preços e emprego, pois o pleno emprego e a estabilidade de preços ao ocorrem de maneira automática. Essa intervenção é feita por meio de instrumentos de política fiscal, monetária, cambial, comercial e de rendas, amplamente discutidos... Algumas publicações da área de finanças públicas destacam uma quarta função do setor público: a função de crescimento econômico, que diz respeito às políticas que permitiram aumentos na formação de capital. Ou seja, a atuação do Estado, tanto no tocante aos investimentos públicos (fornecimento de bens públicos, infra-estrutura básica) como os incentivos e financiamentos para estimular os investimentos do setor privado, está voltada para o crescimento econômico de longo prazo. Em certo sentido, a função de crescimento não seria diferente da função alocativa do setor público. VASCONCELLOS e GARCIA, 2004, pág. 195. Ao avaliar o crescimento econômico destacamos o nível de emprego, a ampliação e a manutenção dos pontos de trabalho, representa fator importante no desenvolvimento econômico evidenciando a elevação no padrão de vida da população. Mendes (2009) considera que a produção crescendo acima da taxa populacional, a produção por pessoa (renda per capita) estará aumentando. Sendo fator importante na de emprego, a expansão da produção eleva o nível de emprego. A remuneração dos fatores de produção é denominada “renda”, para Silva e Sinclayr (2001) três aspectos são considerados: primeiro a renda não é distribuída de forma homogênea entre as regiões do país, segundo é que a distribuição se dá os habitantes (renda per capita) e o terceiro aspecto, a distribuição entre os fatores de produção. Renda per capita. Literalmente, “renda por cabeça”. Em economia, indicador utilizado para medir o grau de desenvolvimento de um país, obtido a partir da divisão da renda total pela população. Embora útil, oferece algumas desvantagens, pois, tratando-se de uma média, esconde as disparidades na distribuição da renda. Assim, um país pode ter uma renda per capita elevada, mas uma distribuição muito desigual dessa renda. Ou, ao contrário, pode ter uma renda per capita baixa, mas uma renda bem distribuída, não registrando grandes disparidades entre os ricos e pobres. SANDRONI, 1985, pág. 450. 3. Método de pesquisa O trabalho é uma pesquisa quantitativa e qualitativa quanto à abordagem, bibliográfica e documental (quanto ao objetivo), na microrregião de Três Rios na Região Centro Sul Fluminense (Municípios: Areal, Comendador Levi Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios.) no Estado do Rio do Janeiro; serão utilizados dados coletados em documentos, sites governamentais e institutos oficiais de pesquisas, bibliotecas, prefeituras e órgãos estaduais. Os dados são: indicadores sócio econômicos para determinar o índice Firjan de desenvolvimento municipal, séries históricas de nível de emprego, arrecadação de tributos municipais, e outros indicadores sociais (consumo das famílias, habitação e gastos públicos como saneamento básico). A metodologia utilizada neste trabalho consistiu dos seguintes estágios, primeiro estágio foi o estudo teórico, procurando os pensamentos e teorias sobre o crescimento econômico e do desenvolvimento, no segundo estágio levantamento de dados, em diversas fontes secundárias tais como: livros, sites governamentais, periódicos, etc. Segundo Lakatos e Marconi (2006) a investigação preliminar sobre os estudos científicos, deverá ser realizada utilizando os seguintes aspectos: documentos e contatos diretos. Classifica os documentos em: Fontes primárias - dados históricos, bibliográficos e estatísticos; informações, pesquisas e material cartográfico; arquivos oficiais e particulares; registros em geral; documentação pessoal (diários, memórias, autobiografias); correspondência pública ou privada etc. Fontes secundárias - livros, jornais, revistas (impressa e eletrônica), periódicos científicos, sites governamentais etc. Martins e Theófilo (2009) relatam que na construção do trabalho científico, as informações quanto a sua natureza, os dados e as evidências levantadas, quando empreender uma avaliação quantitativa, a interpretação dos dados (numéricos) coletados, o trabalho poderá utilizar métodos e técnicas estatísticas na analise dos dados. 4. Análise dos indicadores Os indicadores econômicos trabalhos neste artigo foram coletados no site oficial do Estado do Rio de Janeiro, na seção do Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação dos Servidores Púbicos do Rio de Janeiro (CEPERJ), os dados estatísticos e macroeconômicos, foram separados para analisar primeiro o crescimento econômico e em seguida se ocorreu o desenvolvimento econômico da microrregião de Três Rios (municípios de: Areal, Comendador Levy Gasparian, Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios). Os indicadores selecionados para analisar o crescimento econômico foram: Valor adicionado bruto por atividade (Indústria), Valor adicionado bruto por atividade (Serviços) e Produto Interno Bruto a preços de mercado (PIBpm). Para verificar a ocorrência de desenvolvimento econômico os dados coletados foram: População, PIB per capita, Nível de emprego e nível de renda do trabalhador. Na analise dos dados foi realizada uma comparação entre os indicadores totais do estado, os indicadores da cidade do Rio de Janeiro e os cinco município da microrregião de Três Rios, considerando os anos de 2004, 2006 e 2008, pois no ano de 2006 foi implantada a política de incentivos ficais pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, considerado dois anos antes e dois após o inicio da política. Dentre os indicadores de crescimento econômico o setor industrial é analisado pelo impacto causado na economia local e/ou regional, para analise da indústria, os dados utilizados foram entres os anos 2004 a 2008, contudo, no ano de 2006 o Estado do Rio de Janeiro implantou uma política de incentivos fiscais objetivando o crescimento e o desenvolvimento econômico. O setor industrial na microrregião de Três Rios (tabela 1 e gráfico 1), composta de cinco municípios, apresentou variações significativas, destacamos os municípios de: comendador Levy Gasparian com crescimento de 49,90% (em 2004 possuía 23 estabelecimentos de transformação industrial, em 2008 passou para 32 estabelecimentos) e Três Rios com 34,65% (concentrava no ano 2008 158 estabelecimentos de transformação industrial, segundo CEPERJ) os demais municípios caracterizaram pela estagnação da participação industrial; a microrregião cresceu acima da cidade do Rio de Janeiro (retração de -, 405%, no respectivo período), ficando abaixo da variação estadual de 70,65%. Tabela 01 - Valor adicionado bruto por atividade – Indústria Valor (1.000 R$) Estado e Municípios Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios 2004 2006 2008 53.656.795 76.597.812 91.566.129 14.877.909 14.163.088 14.275.326 27.624 29.702 27.133 27.655 40.685 41.456 39.123 16.548 100.827 37.875 15.383 125.617 39.490 15.855 135.769 Variação 2004 a 2008 70,65% - 4,05% - 0,01% 49,90% 0,93% 4,18% 34,65% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Gráfico 1 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Nos dados do setor de serviços está incluso o segmento da administração pública; analisando o período de 2004 a 2008 pelo valor adicionado bruto (diferença entre receitas e despesas), conforme tabela 2 e gráfico 2, os municípios da microrregião de Três Rios apresentaram crescimento equilibrado entre os mesmos e a variação estadual; podemos destacar o Município de Areal com taxa de 80,74% a maior na microrregião e superior ao índice estadual, na comparação com a capital do estado (cidade do Rio de Janeiro) os percentuais locais estão significativamente abaixo. Serviços. Denominação dada ao conjunto das atividades que se desenvolvem especialmente nos centros urbanos e que são diferentes das atividades industriais e agropecuários. Tais atividades normalmente se enquadram no assim chamado setor terciário da economia, como o comércio, os transportes, a publicidade, a computação, as telecomunicações, a educação, a saúde, a recreação, o setor financeiro e de seguros e a administração pública. Tanto nos países em desenvolvimento como entre os países desenvolvidos, é o setor que apresenta as maiores taxas de desenvolvimento... SANDRONI, 1996, pág. 553. O setor de serviços tem se caracterizado pelo constante crescimento, que tem como fundamentos, as novas tecnologias utilizadas nos processos produtivos (gerando mãode-obra ociosa, sendo a mesma absorvida pelo setor de serviços), aumento das demandas sociais, contribuindo no crescimento das estruturas públicas (crescimento da administração pública); esses efeitos estão sendo evidenciados na microrregião de Três Rios, que apresentada um crescimento médio de 62,43%, enquanto a média do setor industrial é 17,93%, ou seja, o segmento de serviços tem contribuído mais para o crescimento econômico da região do que o industrial. Tabela 2- Valor adicionado bruto por atividade – Serviços Valor(1.000R$) Estado e Municípios Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios 2004 2006 2008 130.857.356 156.028.704 197.318.635 70.829.952 83.838.910 103.916.775 64.617 77.274 116.791 57.988 61.378 87.109 202.947 126.052 550.618 256.746 143.055 661.758 341.824 193.437 855.349 Variação 2004 a 2008 50,78% 146,71% 80,74% 50,21% 68,43% 53,43% 55,34% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPER Gráfico 2 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ O produto interno bruto a preços de mercado é o total de bens e serviços produzidos nas unidades produtoras do país, sendo calculado a partir da soma de valores adicionados pelos setores da economia (primário, secundário e terciário), obtida pela diferença entre o valor de produção e o consumo intermediário usado pelos setores da economia. PIBpm = (VABi + VABii + VABiii) CF + Impostos sobre importação + Impostos sobre Valor Acrescentados A tabela 3 e o gráfico 3 apresentam os dados referentes ao PIBpm (Produto Interno Bruto a preços e mercado), que demonstra uma variação homogenia (período entre 2004 a 2008) entre os municípios da microrregião de Três Rios e a variação estadual, ou seja, o crescimento econômico analisado através do PIBpm está variado entre 50% e 56,03%%, sendo que a cidade do Rio de Janeiro apresentado um crescimento inferior ao nível estadual (37,36%), em relação ao indicador do crescimento econômico, fica demonstrado à ocorrência do aumento no Produto Interno Bruto no estado e na microrregião de Três Rios. Tabela 3 - PIB a preços de mercado Valor (1 000 R$) Estado e Municípios Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios 2004 2006 2008 222.945.041 275.327.129 343.182.068 112.674.641 128.026.084 154.777.301 106.714 120.140 160.881 94.411 112.136 142.872 271.568 166.486 734.076 330.481 184.315 890.711 422.670 250.384 1.145.398 Variação 2004 a 2008 53,93% 37,36% 50,75% 51,30% 55,64% 50,39% 56,03% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Gráfico 3 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Ao considerarmos o crescimento populacional, não fazemos apenas referencia a uma medida quantitativa, pois devemos considerar a influência da estrutura social na economia local. Ao considerar esse fator estamos associando a disponibilidade de mãode-obra (fator de produção), que terá sua influência na curva de possibilidade de produção. Quanto ao crescimento da população podemos verificar na tabela 4 e no gráfico 4, o nível de crescimento populacional no estado foi de 4,39%, tendo os municípios de Comendador Levy Gasparian (4,79%) e Paraíba do Sul (4,79%) taxas semelhantes ao estado, ainda podemos observar que em Sapucaia, população residente teve um diminuição na ordem de -3,84% (sendo a única retração populacional verificada), Três Rios permanece estagnada (0,92%), já o município de Areal, o crescimento verificado foi 9,58%, sendo o maior incide dentre as localidades pesquisas. Estado e Municípios Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios Tabela 4 - População 2004 2006 2008 15 203 750 6.051.399 10.765 8.359 15.561.720 6.136.652 11.147 8.551 15.872.362 6.161.041 11.797 8.760 Variação 2004 a 2008 4,39% 1,81% 9,58% 4,79% 39.200 18.044 75.062 39.988 18.434 76.422 41.315 17.352 75.754 5,39% - 3,84% 0,92% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Gráfico 4 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ O Produto Interno Bruto per capita (PIB per capita = Produto Interno Bruto / número de habitantes) é um indicador considerado para o desenvolvimento econômico, contudo tem suas limitações, pois considera a riqueza gera pelo o total da população residente, não levando em considerando qualquer outro fator. Passos e Nogami (2005) consideram que o desenvolvimento econômico implicará não só no aumento na quantidade de bens e serviços produzidos (riqueza gerada), em determinado intervalo de tempo, distribuído pelo número de habitantes; mas o fator qualidade de vida da população, traduzirá com maior exatidão o desenvolvimento econômico local e/ou regional. A variação do PIB per capita demonstrada na tabela 5 e no gráfico 5 mostra indicadores elevados: o Estado variou positivamente em 47,44%, o município de Três Rios obteve maior indicador (122,78%), seguido pela cidade do Rio de Janeiro (105,51), o município de Areal apresentou o menor indicador (26,93%), os demais municípios ficaram acima do índice estadual, os índices indicam um desenvolvimento econômico na microrregião de Três Rios. Estado e Municípios Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios Tabela 5 - PIB per capita 2004 2006 2008 14.664,00 17.693,00 21.621,00 12.224,00 20.851,00 25.121,92 10.744,00 10.800,00 13.637,46 11.046,00 13.061,00 16.309,61 6.257,00 8.227,00 10.230,43 7.766,00 10.003,00 14.426,70 6.787,00 11.660,00 15.119,97 Variação 2004 a 2008 47,44% 105,51% 26,93% 47,62% 63,50% 85,77% 122,78% Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ Gráfico 5 Fonte: Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE e Fundação Centro Estadual de Estatísticas, Pesquisas e Formação de Servidores Públicos do Rio de Janeiro – CEPERJ O nível de emprego na microrregião de Três Rios apresentou uma variação significativa (tabela 6 e 7), pois o comportamento foi heterogêneo: o Estado apresentou saldos positivos no decorre do período estudado, fechando em 2008 com 154.596 postos de trabalhos, a capital do estado teve o mesmo desempenho, tendo saldo de 84.147 postos de trabalho. O município de Areal em 2004 teve um saldo de 411, apresentando quedas sucessivas, fechando em 2008 de forma negativa em – 599 postos de trabalho foi o pior desempenho dentre os municípios estudados, caracterizando uma perda na renda da população municipal; a cidade de Sapucaia teve um desempenho elevado, sendo que 2004 o saldo era de 127 postos de trabalho, fechando em 2008 com 1.482 postos de trabalho, seu saldo foi o maior da região e proporcionalmente acima do nível estadual. Os municípios de Três Rios, Comendador Levy Gasparian e Paraíba do Sul, apresentaram saldo positivos em 2008, contudo tiveram perdas de postos de trabalho, pois o crescimento apresentado foi inferior aos saldos do ano 2004. Com exceção do município de Areal, os demais municípios recuperam em 2008 as perdas de 2006, ou seja, houve geração de emprego no período da implantação dos incentivos fiscais. Tabela 6 - Admissões e desligamentos - 2004 a 2008 2004 2008 Desligamentos Admissões Desligamentos Admissões Desligamentos Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios Admissões Estado e Municípios 2006 930.436 822.606 1.047.227 931.069 1.361.327 1.206.731 511.620 457.047 585.408 527.190 767.412 683.265 2.058 1.647 2.072 1.710 1.380 1.979 1.886 1.168 2.380 2.304 3.028 2.646 1.819 532 9.082 1.489 405 8.218 1.705 657 6.209 1.562 522 6.095 2.021 3.311 8.566 1.820 1.829 7.881 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGE Tabela 7 - Admissões e desligamentos - 2004 a 2008 Estado e Municípios 2004 Saldo entre as Demissões e desligamentos 2006 Saldo entre as Demissões e desligamentos 2008 Saldo entre as Demissões e desligamentos Estado Rio de Janeiro Areal Com. Levy Gasparian Paraíba do Sul Sapucaia Três Rios 107.830 54.573 411 718 330 127 864 116.158 58.218 362 76 143 135 114 154.596 84.147 - 599 382 201 1.482 685 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, Cadastro Geral de Empregados e Desempregados – CAGED O nível da renda do trabalho pode ser avaliado pelo número salários mínimo pagos aos trabalhadores, na tabela 8, apresentamos essa relação na microrregião de Três Rios, da cidade do Rio de janeiro e do Estado. Fica demonstrado que em todas as localidades existe uma perda do número salários mínimos pagos mensalmente, ou seja, existe uma perda de renda do trabalhador, já que a redução dos valores pagos reduz a renda; apenas os municípios e Areal e Sapucaia, tiveram uma estabilidade, contudo não é significativa, pois considerado a inflação do período de 5,9%, a perda é significativa, ou seja, a riqueza gerada não chegou ao trabalhador. Tabela 8 - Rendimento médio mensal, em salários mínimos. Período Estado, 2004 2006 2008 Capital e Municípios 2,67 2,41 2,4 Estado 4,85 4,44 4,4 Rio de Janeiro 1,86 1,72 1,87 Areal Com. Levy Gasparian 2,56 2,38 2,5 Paraíba do Sul 2,17 1,93 1,92 Sapucaia Três Rios 1,83 2,12 1,81 1,89 1,92 1,86 Fonte: Ministério do Trabalho e Emprego – MTE 5. Conclusão Não é objetivo desta análise quantificar o crescimento econômico, mas utilizando indicadores econômicos tradicionais, mostrar a ocorrência do crescimento econômico e do desenvolvimento econômico. Na analise do crescimento econômico os indicadores utilizados, tais como o Produto Interno Bruto a preços de mercado, é possível afirmar que a microrregião de Três Rios teve um aumento no seu PIB, pois a variação entre 2004 e 2008, em todos os municípios estudados apresentaram variação superior a 50%, ou seja, o crescimento econômico ocorreu; e o setor de serviços teve uma participação importante, já que dentre os setores da economia, foi que mais cresceu, mostrando uma tendência da região para esse setor, contudo a indústria local não cresceu, e em alguns casos houve a retração da atividade, evidenciando a tendência local. Os índices de crescimento populacional mostram um aumento pequeno, e num município ocorreu à diminuição da população, quando comparamos o crescimento da população e o PIB, é possível concluir que o PIB per capita, aumentou acima dos índices populacionais, justificando um possível desenvolvimento econômico, já que a variação do índice entre 2004 e 2008 nos municípios de Paraíba do Sul, Sapucaia e Três Rios, ficaram acima de 60% (acima do índice estadual de 47,44%). Areal teve o pior desempenho dentre os municípios pesquisados, ficam com uma variação de 26,93% no PIB per capita, quanto ao crescimento populacional foi o município que obteve a maior taxa de crescimento populacional de 9,58%, na mesma relação, os municípios (da microrregião de Três Rios) Sapucaia e Três Rios obtiveram as melhores variações no PIB per capita (85,77% e 122,78% respectivamente) e no crescimento populacional ficaram da seguinte forma: Sapucaia com -3,84% (retração) e Três Rios 0,92 (estagnação); ou seja, onde o PIB cresce e a população estagnou ou reduziu; o PIB per capita cresceu significativamente, e na localidade que a população aumentou o PIB per capita cresce a taxa modesta. O nível de emprego não cresceu a taxas elevadas, na cidade de Areal que apresentava um saldo em 2004 de 411 postos de trabalho, registrou em 2008 uma redução (saldo negativo) de – 511 postos de trabalho, Três Rios, Paraíba do Sul e Comendador Levy Gasparian apresentaram saldos positivos, contudo modestos; enquanto o município de Sapucaia (que teve uma diminuição da população e o segundo PIB per capita) tem um crescimento exponencial, saindo de 127 em 2004 para 1.482 em 2008, um desempenho muito elevado até para o nível estadual. Quanto à renda do trabalhador, traduzida em número de salários mínimos pagos mensalmente, as taxa são negativas ou nulas, e em todas as localidades a riqueza demonstrada no índice PIBpm, não chegou ao trabalhador, pois o número de salários mínimos é menor em 2008 comparado com 2004, por esse indicador é possível constatar o não desenvolvimento econômicos, já que a riqueza não atingiu as unidades familiares. É possível afirmar um crescimento econômico entre 2004 e 2008, a política de incentivos fiscais implantada pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro possivelmente contribui para esse crescimento, entretanto o desenvolvimento econômico está evidenciado pelo aumento no PIB per capita, contudo a riqueza não está disponível para o trabalhador já que o número de salários mínimos pagas ao trabalhador diminuía. 6. Referências BARQUERO, Antônio Vázquez. Desenvolvimento endógeno em tempos de globalização. Fundação de Economia e Estatística: Porto Alegre, 2001. FABRETTI, Láudio Camargo. Contabilidade Tributária. Atlas: São Paulo, 2005. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de metodologia científica. 6. ed. 3. reimpr. São Paulo: Atlas, 2006. MARTINS, Gilberto de Andrade; THEÓPHILO, Carlos Renato. Metodologia da investigação científica para ciências sociais aplicadas. 2.ed. São Paulo: Atlas, 2009. MENDES, Judas Tadeu Grassi. Economia – Fundamentos e Aplicações. 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