DESCOBRINDO OS TRANGÊNICOS Plantas e animais que recebem características de outros organismos através de técnicas modernas de engenharia genética são chamados transgênicos. Os transgênicos apresentam modificações impossíveis de serem conseguidas de outro modo. A técnica demonstra um grande potencial para o melhoramento genético das espécies, o que é de grande importância para a agricultura. É exemplo de transgenia a bactéria produtora de insulina humana. A técnica de modificação genética dos organismos vivos consiste em isolar um ou mais genes bioquímicamente e inseri-los numa célula. Ao se multiplicar esta célula, ela dá origem a uma nova planta, a qual carrega o gene do organismo vivo de origem, que pode ser um animal, uma planta, ou mesmo uma bactéria. Desde os anos 70, surgiram uma série de técnicas para modificar organismos geneticamente, cada uma desenvolvida de acordo com o objetivo das pesquisas: as características dos genes a serem cruzados, sua localização, etc. Por isso a construção genética feita pelo pesquisador se chama engenharia genética. Hoje há empresas especializadas em produzir plasmídios, ou seja, estruturas de DNA para serem usadas como vetores – transportadores de genes. Os plasmídios são construídos com genes de quatro ou cinco organismos diferentes e também por um pedaço sintetizado em laboratório. Apesar da polêmica sobre o seu uso, a transgenia parece ter vindo para ficar, principalmente nas pesquisas científicas na área agrícola. Evolução da Técnica As técnicas de engenharia genética vêm desenvolvendo-se e aperfeiçoando-se muito rapidamente. No início dos anos 70 se obteve pela primeira vez um organismo transgênico, através de manipulação direta do DNA de uma bactéria com um gene de resistência a um antibiótico de outra bactéria. A primeira planta transgênica foi obtida em 1983, com a incorporação de um DNA de bactéria. Em 1992, um tomate transgênico obtido pela Calgene foi desregulamentado nos Estados Unidos. Em 1994 este tomate já estava sendo vendido. Riscos e Benefícios Um dos principais problemas dos transgênicos é a incerteza sobre seus riscos. Aqueles que colocam-se contra sua disseminação argumentam que falta conhecimento sobre seus possíveis efeitos sobre a saúde humana e sobre o meio ambiente. Ainda faltam informações sobre as características dos organismos produzidos a partir de modificações genéticas. Entre os benefícios da técnica está a possibilidade do desenvolvimento de espécies com as características desejáveis. Por exemplo: através das técnicas da modificação genética pode-se conseguir plantas mais resistentes a determinadas pragas, ou com maior teor de proteínas ou outras vitaminas. Assim como plantas com melhor poder de adaptação a determinadas condições ambientais. Na indústria farmacêutica as técnicas de transgenia têm produzido hormônios e outras proteínas humanas a partir de bactérias ou do leite de animais. Estes produtos acabam custando menos, e são mais seguros. É o caso do fator VIII de coagulação sangüínea, produzido por bactérias. A técnica evita a obtenção a partir de sangue humano, prática que resultou na contaminação de hemofílicos pelo vírus da AIDS, nos anos 80. Texto extraído do Jornal Infatec ( Fatec)- – Agosto de 2000