Sumário Formação da economia mundial / capitalismo ...................................................................... 2 História do capitalismo e a formação do espaço mundial .................................................... 3 Globalização .............................................................................................................................. 22 Os blocos econômicos............................................................................................................. 26 Principais blocos econômicos ............................................................................................ 29 Europa ........................................................................................................................................ 35 A união europeia................................................................................................................... 47 América .......................................................................................................................................57 América do norte ....................................................................................................................... 61 América central ......................................................................................................................... 72 américa do sul ........................................................................................................................... 86 Ásia ............................................................................................................................................. 97 África........................................................................................................................................... 117 Referências bibliográficas ......................................................................................................146 1 FORMAÇÃO DA ECONOMIA MUNDIAL / CAPITALISMO O capitalismo é um sistema político, econômico e social, baseado em vários princípios como: Propriedade privada dos meios de produção. As pessoas, individualmente ou reunidas em sociedade, são donas dos meios de produção. A transformação da força de trabalho em mercadoria. Quem não é dono dos meios de produção é obrigado a trabalhar em troca de um salário. A acumulação do capital. Em princípio, o dono do capital quer produzir pelo menor custo e vender pelo maior preço possível. O lucro é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto. Para diminuir os custos, procura pagar o mínimo possível pelas matérias-primas, salários e outros meios de produção. A definição de preços é feita pelo mercado, com base na oferta e na procura, isto é, na disputa de interesses entre quem quer comprar e quem quer vender produtos e serviços. No capitalismo, é o mercado que orienta a economia. A livre concorrência. A concorrência é a competição na venda dos bens e serviços. Na prática, a concorrência em que todos são igualmente livres para produzir, comprar, vender, fixar preços, etc. não existe. Isto porque o mercado vem sendo dominado por grandes organizações, que expandem cada vez mais sua área de atuação através de fusões, incorporações e outros modos de ampliar negócios, eliminando pequenos e médios concorrentes. Assim, o capitalismo tem como principais características: a acumulação de capitais através do lucro, a propriedade privada, as classes sociais, o monetarismo, as leis de mercado, as relações de trabalho assalariadas e a economia de mercado. 2 HISTÓRIA DO CAPITALISMO E A FORMAÇÃO DO ESPAÇO MUNDIAL O capitalismo tem seu início na Europa. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. O feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população europeia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, consequentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na Idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Com o absolutismo e com o mercantilismo, o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais (metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E com as revoluções burguesas, como a Revolução Francesa e a Revolução Inglesa, estava garantido o triunfo do capitalismo. A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõem. Surgem as primeiras teorias econômicas: a fisiocracia e o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith (1723-1790), precursor do liberalismo econômico, publica “Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações”, em que defende a livre-iniciativa e a não interferência do Estado na economia. Deste ponto, para a atual realidade econômica, pequenas mudanças estruturais ocorreram em nosso sistema capitalista. 3 No capitalismo, a sociedade está dividida em classes sociais, os meios de produção (indústrias, comércios, bancos e terras) são propriedades privadas e a produção de mercadorias e a geração de serviços destinam-se ao mercado consumidor, com os donos desses meios de produção (empresários) visando à ampliação de seu capital, enquanto que aqueles que não possuem os meios de produção (empregados), trabalham para os que possuem, em troca de um pagamento (salário). O desenvolvimento do capitalismo foi marcado pelo conflito entre estas duas classes sociais: com os empresários buscando lucros maiores e os empregados buscando melhores condições de trabalho e melhores salários. Atualmente, com os elevados índices de desemprego no mundo, a garantia do emprego vem sendo o principal ponto de luta dos trabalhadores em muitos países. Todo esforço da economia capitalista está voltado para o mercado, pois de modo geral, é o mercado que determina o preço e acirra a concorrência entre as empresas. São as necessidades do consumidor que orientam os investimentos dos empresários na criação de novos produtos e serviços, e na redução de custos na produção (matérias-primas e componentes mais baratos, redução de mão de obra e tempo na produção). O Capitalismo atravessou quatro fases em seu desenvolvimento: o capitalismo comercial, o capitalismo industrial, o capitalismo financeiro e o capitalismo informacional. O Capitalismo Comercial teve início no século XVI, com a intensificação do comércio na Europa e as grandes navegações, que se tornou possível graças ao desenvolvimento do transporte marítimo com a invenção das caravelas e da bússola que possibilitou a navegação para lugares distantes culminando no descobrimento da América. Os pioneiros nesta empreitada foram Portugal e Espanha ao descobrirem novas rotas comerciais para a Ásia, principal entreposto para fornecimento de matérias-primas e que mantinham forte relacionamento comercial com a Europa. Com a chegada dos europeus à América, o continente foi incorporado às relações internacionais, levando à colonização dessas terras, adotando-se o mercantilismo, que consistia na doutrina econômica que orientava o capitalismo 4 comercial, com a acumulação de metais preciosos, tendo uma balança comercial favorável (exportações maiores que as importações), o protecionismo (proteção ao mercado interno com altos impostos), o uso de mão de obra escrava e a proibição do comércio das colônias com outros Estados a não ser a própria metrópole (pacto colonial), características estas que marcaram esta primeira fase. Assim, as grandes navegações, os descobrimentos e a colonização marcaram o capitalismo comercial, dominando as relações econômicas, políticas e sociais entre os séculos XV e XVIII. Com o advento da Revolução Industrial na Inglaterra, na segunda metade do séc. XVIII e início do séc. XIX, esse sistema de produção já havia se espalhado para outros países europeus, provocando profundas transformações na sociedade, na economia e na organização do espaço geográfico mundial e iniciou o que chamamos de segunda fase do capitalismo – o capitalismo industrial. A Primeira Revolução tem como característica principal a invenção da máquina à vapor na produção de mercadorias, substituindo o trabalho manufaturado, possibilitando a produção em larga escala e a introdução do sistema fabril, onde cada trabalhador realizava uma etapa específica do trabalho. Além da implantação da máquina na produção, essa invenção também revolucionou o sistema de transportes, com a introdução das locomotivas e dos barcos à vapor. Com a introdução de novas técnicas de produção e na organização do trabalho possibilitou o enriquecimento dos países, a intensificação do livre comércio, o investimento em novas tecnologias e a ampliação do mercado consumidor. Nesse sentido, ampliar a capacidade de produção visando um enriquecimento maior dos países fez se necessário ampliar também o mercado consumidor e conquistar novas áreas para fornecimento de matérias-primas. Estabeleceu uma Divisão Internacional do Trabalho, entre as novas potências industriais europeias, fornecedoras de produtos industrializados e as regiões especializadas na produção de matérias-primas agrícolas e minerais. Às novas nações industrializadas já não interessavam mais as regras do mercantilismo, isto é, o pacto colonial, o protecionismo e o uso de mão de obra 5 escrava. Desta forma, países como Inglaterra e França irão incentivar vários movimentos pela independência das colônias americanas, coibir o tráfico negreiro e financiar movimentos abolicionistas, de forma a expandir o mercado consumidor e fornecedor de matérias-primas. Surge uma nova doutrina econômica baseada na liberdade econômica e no mercado, com o Estado se afastando das relações de produção e comerciais. As relações internacionais passam a se basear nas leis de mercado, da oferta e da procura, da livre concorrência, do trabalho livre e assalariado. Trata-se do liberalismo. Com a independência dos territórios na América, o capitalismo industrial foi marcado pela forte presença dominadora europeia agora voltada para a África e à Ásia com a exploração de seus recursos naturais, imposição de sistemas de produção e conquista do mercado consumidor, aumentando a interferência humana na natureza. Esse novo período de dominação ficou conhecido como neocolonialismo. Como as fábricas precisavam de muitas pessoas para trabalhar, milhares de pessoas deslocaram-se do campo para as cidades (êxodo rural) que começaram a crescer rapidamente, apresentando problemas ambientais e sociais, fazendo com que as condições de vida dessas populações urbanas fossem precárias. No séc. XVIII intensificou-se o processo de industrialização, que aumentou em grande escala a produção de mercadorias e o consumo das mesmas. Devido a estes acontecimentos gerou-se uma grande transformação na sociedade. As transformações foram: o trabalhador torna-se apenas possuidor da força de trabalho, que vende ao capitalismo, tornando-se dependente deste para sua sobrevivência, a jornada de trabalho se estendia até dezesseis horas diárias. Assim a servidão dá lugar ao trabalho assalariado. A população foi atraída para os centros urbanos, provocando o êxodo rural. Países europeus como a Inglaterra, França, Alemanha, Bélgica e Itália, eram considerados grandes potências industriais. Na América, eram os Estados Unidos quem apresentavam um grande desenvolvimento no campo industrial. Todos estes países exerceram atitudes imperialistas, pois estavam 6 interessados em formar grandes impérios econômicos, levando suas áreas de influência para outros continentes. Com o objetivo de aumentarem sua margem de lucro e também de conseguirem um custo consideravelmente baixo, estes países se dirigiram à África, Ásia e Oceania, dominando e explorando estes povos. Não muito diferente do colonialismo dos séculos XV e XVI, que utilizou como desculpa a divulgação do cristianismo; o neocolonialismo do século XIX usou o argumento de levar o progresso da ciência e da tecnologia ao mundo. Na verdade, o que estes países realmente queriam era o reconhecimento industrial internacional, e, para isso, foram em busca de locais onde pudessem encontrar matérias-primas e fontes de energia. Os países escolhidos foram colonizados e seus povos desrespeitados. Um exemplo deste desrespeito foi o ponto culminante da dominação neocolonialista, quando países europeus dividiram entre si os territórios africano e asiático, sem sequer levar em conta as diferenças éticas e culturais destes povos. O capitalismo industrial foi marcado por transformações na economia, na sociedade, na política e cultura. Uma de suas características mais importantes foi a de transformar da natureza, uma quantidade bem maior de produtos aos consumidores, o que multiplicava o lucro dos produtores. A essência do sistema não era mais o comércio. O bom lucro vinha da produção de mercadorias. O mecanismo da exploração capitalista foi chamado por Karl Marx de mais valia. Mais valia: o trabalhador assalariado recebe uma remuneração por cada jornada de trabalho. Mas o trabalhador produz um valor maior do que aquele que recebe em forma de salário. Essa parte de trabalho não pago fica no bolso dos donos das fábricas, minas, etc. Assim todo produto vendido traz uma parte que não é paga aos trabalhadores, permitindo o acúmulo de capitais. Por isso que o regime assalariado é a melhor forma de trabalho no capitalismo. O trabalhador assalariado além de produzir mais, tem condições de comprar os produtos. Com isso a escravidão foi “extinta” quando o trabalhador assalariado começou a predominar. Com o aumento da produção também houve o aumento de mão de obra, energia, matéria-prima e mercado para os seus produtos. A industrialização 7 estava não só na Europa, mas também nos Estados Unidos, e no Japão estava começando. Na segunda metade do séc. XIX, com a invenção do motor à explosão (movido a derivados de petróleo) e a geração da energia elétrica, provocaram mudanças significativas na economia mundial, iniciando a Segunda Revolução Industrial que foi marcada pelo desenvolvimento das indústrias metalúrgicas, siderúrgicas e de máquinas e equipamentos industriais. Também nesta época, surge o automóvel que impulsionou a indústria petrolífera e com o desenvolvimento da geração de energia elétrica, tornou possível o surgimento do motor elétrico e a produção dos primeiros eletrodomésticos. Mudanças importantes estavam ocorrendo: a produtividade e a capacidade de produção aumentavam rapidamente: a produção em série crescia. Na segunda metade do século XIX, estava acontecendo a Segunda Revolução Industrial. Um dos aspectos importantes desse período foi a introdução de tecnologias e novas fontes de energia passaram a haver um interesse para a pesquisa científica com o objetivo de desenvolver novas e melhores técnicas de produção. A descoberta da eletricidade beneficiou não só as industriais como a sociedade em geral, melhorando a qualidade de vida. Com o desenvolvimento do motor, e utilização de combustíveis derivados do petróleo foram abertas novas formas de transporte. Com o grande aumento da produção, houve também competição para se ganhar mercados consumidores e novas fontes de matérias-primas. Foi nessa época que ocorreu a expansão imperialista na África e Ásia. Esses continentes foram partilhados entre os países imperialistas. Com essa partilha consolidou-se a divisão internacional do trabalho, em que as colônias se especializavam em fornecer matérias-primas com o preço bem barato aos países que estavam se industrializando. Nessa época surge uma potência industrial fora da Europa, os Estados Unidos. Eles adotaram o lema „A América para os americanos‟. Os Estados Unidos tinham como área de influência econômica e política a América Latina. Em fins do século XIX também começou a surgir o Japão como potência. 8 Passou a disputar territórios com as potências europeias, principalmente o território da China. Apesar de a primeira metade do século XX ser marcada por avanços tecnológicos, foi também um período de instabilidade econômica e geopolítica. Houve a Primeira Guerra Mundial, Revolução Russa, Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. Em poucas décadas o capitalismo passou por crises e transformações. A produção dessas mercadorias exigiu grandes investimentos em tecnologia, obrigando algumas empresas a se associarem para aumentar sua capacidade produtiva e competitiva. Muitas empresas se associaram à instituições bancárias para o financiamento de pesquisas tecnológicas e aumento de capital, desenvolvendo o mercado financeiro com as Bolsas de Valores onde as ações da empresas começaram a ser comercializadas, dando início à fase do capitalismo financeiro. Com o crescimento acelerado do capitalismo, passaram a surgir e crescer rapidamente várias empresas, por causa do processo de concentração e centralização de capitais. A grande concorrência favoreceu as grandes empresas, o que levou à fusões e incorporações, trazendo monopolização em muitos setores da economia. O capitalismo dessa forma entrava em sua fase financeira e monopolista. O início dessa nova fase capitalista coincidiu com o período da expansão imperialista (1875 – 1914), em fins do século XIX e meados do século XX. Mas a consolidação só ocorreu após a Primeira Guerra Mundial, quando as empresas ganharam mais poder e influência. A expansão do mercado de capitais é uma marca do capitalismo financeiro. Nos Estados Unidos se consolidou um grande mercado de capitais. As empresas foram aumentando seus capitais através da venda de ações em bolsas de valores. Permitindo assim, a formação de enormes corporações. Os bancos passam a ter um papel importante como financiadores de produção. A livre concorrência e o livre mercado passam a ser substituídos por um mercado oligopolizado. O Estado também começa a intervir na economia. Em 1929 apesar de o capitalismo financeiro crescer houve uma grande crise, que levou milhares de bancos e indústrias à falência, causando até 1933 9 quatorze milhões de desempregados. Essa crise se deu devido a grande produção industrial e agrícola, mas pouca expansão do mercado de consumo externo; a indústria europeia passa a importar menos e exportar menos dos Estados Unidos; exagerada especulação com ações na bolsa de valores. Porém acreditava-se, segundo os preceitos liberais, que o Estado não deveria interferir na economia. Mas em 1933 foi elaborado e colocado em prática o New Deal, pelo presidente Franklin Roosevelt. Foi um plano de obras públicas, com o objetivo de acabar com o desemprego, sendo este plano fundamental para melhorar a economia norte-americana. Surge uma nova doutrina econômica para regular o mercado e as relações internacionais - o keynesianismo - política de intervenção estatal numa economia oligopolizada. Recebeu este nome porque seu principal teórico e defensor foi John M. Keynes. Com o capitalismo financeiro houve uma fusão entre o capital industrial e o capital bancário, tornando-se os bancos acionistas de várias indústrias e passando a investir na produção. Com a venda de ações, as indústrias ampliaram seu capital e consequentemente seu parque industrial dando início às grandes fusões e aquisições entre empresas, levando ao desaparecimento de várias pequenas indústrias que eram absorvidas pelas grandes empresas. Por isso o capitalismo financeiro também é chamado de capitalismo monopolista, quando uma grande empresa domina e controla grande parte das vendas de um determinado produto e mercado, surgindo assim o monopólio. Com a união entre várias empresas, surge outra categoria de indústrias conhecidas como oligopólios, quando o mercado é dominado por um grupo de empresas, reduzindo a concorrência e impondo seus preços. Surgem os grandes conglomerados de empresas, gigantescas indústrias com alto nível de tecnologia. Trustes – grandes grupos que controlam todas as etapas da produção, desde a retirada de matéria-prima da natureza até a distribuição das mercadorias. 10 Cartel – associação entre empresas para uma atuação coordenada, estabelecendo um preço comum, restringindo a livre concorrência. Geralmente elevam o preço em comum. O truste é o resultado típico do capitalismo, que leva à fusão e incorporação de empresas de um mesmo setor de atividade. Já o cartel surge quando empresas visam partilhar entre si, através de acordo, um determinado mercado ou setor da economia. Surgiram também através dos trustes os conglomerados. Eles são corporações que atuam no capitalismo monopolista. Resultantes de uma grande ampliação e diversificação dos negócios visam dominar a oferta de determinados produtos e serviços no mercado. Um dos maiores conglomerados do mundo é o Mitsubishi Group, que fabrica desde alimentos, automóveis, aço, aparelhos de som, televisores, navios, aviões, etc. O Mitsubishi tem como financiador o banco Mitsubishi, que após a sua fusão, Tokyo-Mitsubishi, se tornou o maior do planeta. Aprofundamento No final do século XIX, alguns países europeus (como a Inglaterra, França e Alemanha) tiveram uma aceleração na industrialização e, consequentemente, uma ascensão na concentração de capital. Após a Grande Depressão capitalista, entre 1880 e 1896, as empresas e as indústrias passaram a concentrar capital e formar os grandes monopólios. Ou seja, com a concorrência entre as empresas, somente as mais fortes prevaleceram e incorporaram as pequenas empresas, formando, assim, as grandes indústrias. Com a formação dos monopólios, a concorrência entre as empresas deixou de existir acirradamente como antes. No lugar das grandes concorrências, começaram a surgir grupos de empresários, chamados de cartéis, trustes e holdings. Estes efetuaram uma união de interesses próprios contra os consumidores, a fim de aumentar seus lucros. Logo adiante, ressaltaremos as principais características dos cartéis, trustes e holdings. 11 O cartel é a união secreta de empresas do mesmo ramo de negócios, que estabelecem entre si acordos para fixar um mesmo preço para seus produtos. Com o tabelamento do mesmo preço entre os produtos de diferentes empresas, elas acabam com a concorrência entre si, ou seja, quem sai prejudicado é o consumidor, que perde a possiblidade de procurar o menor preço, pois sem a concorrência entre as empresas não existe menor preço. Dessa forma, o cartel é a padronização dos preços dos mesmos produtos em diferentes empresas. A empresa que se recusa a participar do cartel é sabotada e seus proprietários, ameaçados. Os trustes são associações de empresas que surgiram a partir da fusão de várias empresas que já controlavam a maior parte do mercado. Portanto, trustes são formados quando proprietários de empresas concorrentes se tornam sócios de uma única grande empresa. Assim, passam a controlar grande parte do mercador consumidor, diminuindo também a concorrência e a possibilidade de o consumidor encontrar produtos com menores preços. A partir do momento que grandes empresários, no lugar de montar suas próprias indústrias, passam a comprar ações de empresas de um mesmo ramo de negócio, surgem as holdings. Dessa maneira, os empresários começam a controlar ações de duas ou três empresas concorrentes, que produzem um mesmo produto. Portanto, se um mesmo empresário é o proprietário de três empresas que produzem copos descartáveis, a concorrência não existe, configurando-se como uma farsa. Atualmente, no Brasil, a formação de cartéis e trustes foi proibida por lei, mas alguns setores ainda continuam formando os cartéis para padronizar o preço dos mesmos produtos, evitando a concorrência. O governo brasileiro criou um órgão do Ministério da Justiça, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica, para evitar a formação dos trustes. Já as holdings continuam como prática efetiva nas bolsas de valores, que controlam os mercados das ações das empresas. 12 Após a Segunda Guerra Mundial, as antigas potências europeias foram entrando num processo de decadência, perdendo seus domínios coloniais na Ásia e África. Esse período pós-guerra foi o início do atual processo de globalização da economia Com o advento da 3ª Revolução Industrial, a partir da década de 1970, o capitalismo atinge sua fase informacional global, quando se disseminam entre as empresas e aplicadas aos meios de produção, novas tecnologias como a robótica, a informática, avanço nas telecomunicações com o uso de satélites, fibras óticas, telefonia móvel e a internet, com o nascimento da chamada indústria telemática, ou seja, a união da indústria de informática e a indústria de telecomunicações. Todos esses avanços introduzidos com a revolução técnicocientifica, são responsáveis pelo aumento da produtividade e pela aceleração dos fluxos de capitais, mercadorias, informações e de pessoas. Nesta etapa, o capitalismo continua financeiro e industrial, pois essas novas tecnologias empregadas no processo produtivo permitiram a multiplicação do acúmulo de capital, o desenvolvimento de novos produtos, aumentando a competitividade no mercado internacional entre as empresas (indústrias, comércio e serviços), numa verdadeira economia globalizada. Entretanto, a característica fundamental desta fase é a crescente importância do conhecimento, da informação organizada e da qualificação de mão de obra. Os produtos e serviços exigem cada vez mais conhecimentos a eles agregados, tanto na fase de produção, quanto na fase de consumo. A indústria, o comércio e o mercado consumidor exigem produtos de qualidade, matérias-primas mais baratas e mão de obra qualificada, Assim, as revoluções industriais anteriores foram movidas a energia: a Primeira a carvão, a Segunda a petróleo e eletricidade, mas a Terceira Revolução Industrial é movida a conhecimento. Outra grande mudança na geopolítica da produção, foi que as primeiras indústrias, se desenvolveram junto às fontes de matérias-primas e energia (bacias carboníferas) e atualmente essas instituições típicas da revolução informacional, estão próximas à universidades e centros de pesquisas, onde se desenvolvem os chamados tecnopolos, em razão da presença de indústrias de alta tecnologia como a robótica, informática, telecomunicações e biotecnologia. 13 Nenhum país está imune aos interesses das grandes corporações e a crescente circulação de capitais, mercadorias, informações e pessoas, característica importante da globalização que é o atual momento da expansão capitalista. Pode-se afirmar que a globalização está para o capitalismo informacional, assim como o colonialismo esteve para o capitalismo comercial e o imperialismo para o capitalismo industrial e financeiro. Trata-se de uma expansão que visa aumentar os mercados, o controle e o lucro das grandes transnacionais, razão pela qual, uma nova doutrina desponta contrapondo-se ao keynesianismo. Aprofundamento A escola Keynesiana ou Keynesianismo é a teoria econômica consolidada pelo economista inglês John Maynard Keynes em seu livro Teoria geral do emprego, do juro e da moeda (General theory of employment, interest and money) e que consiste numa organização político-econômica, oposta às concepções neoliberalistas, fundamentada na afirmação do Estado como agente indispensável de controle da economia, com objetivo de conduzir a um sistema de pleno emprego. Tais teorias tiveram uma enorme influência na renovação das teorias clássicas e na reformulação da política de livre mercado. A escola keynesiana se fundamenta no princípio de que o ciclo econômico não é auto-regulado como pensam os neoclássicos, uma vez que é determinado pelo "espírito animal" (animal spirit no original em inglês) dos empresários. É por esse motivo, e pela incapacidade do sistema capitalista conseguir empregar todos os que querem trabalhar, que Keynes defende a intervenção do Estado na economia. A teoria atribuiu ao Estado o direito e o dever de conceder benefícios sociais que garantam à população um padrão mínimo de vida como a criação do salário mínimo, do seguro-desemprego, da redução da jornada de trabalho (que então superava 12 horas diárias) e a assistência médica gratuita. O 14 Keynesianismo ficou conhecido também como "Estado de bem-estar social", ou "Estado Escandinavo". Surge o neoliberalismo, que tem como objetivo reduzir as barreiras aos fluxos globais, com a não intervenção e a redução do papel do Estado na economia globalizada, as privatizações de empresas estatais, abertura de mercados a produtos importados e a flexibilização da legislação trabalhista, beneficiando os países desenvolvidos e industrializados e suas corporações multinacionais. Outra característica desta fase do capitalismo informacional é a invasão de produtos de vários países, com a perda de identidade do que é nacional ou importado. A intensificação dos fluxos comerciais por todo o mundo é decorrente do avanço das redes de transportes, com mercadorias sendo levadas por enormes navios, trens, aviões e caminhões super-rápidos. Há assim uma globalização do consumo, resultante da mundialização da produção. Embora não se conheça o volume dos capitais especulativos (aqueles que não são investidos em produção) que circulam diariamente pelo sistema financeiro internacional, mesmo os capitais produtivos (aqueles investidos em produção, com novas indústrias, comércio e serviços) sabe-se que estes fluxos de capitais atingem desigualmente o espaço geográfico mundial, concentrando-se nos países desenvolvidos e países emergentes, deixando áreas completamente abandonadas, sem qualquer tipo de investimento produtivo. Paralelamente à globalização da produção e do consumo, temos também a globalização do fluxo de pessoas, acompanhada da invasão cultural, difundida pelos filmes de Holllywood, séries e novelas de TV, pela música, videoclipes, notícias e cadeias de lanchonetes fast foods. Desta forma, desde a expansão do capitalismo no final do séc. XVI com as Grandes Navegações, o capitalismo vem integrando muitos países e regiões do planeta num único sistema. Depois de séculos de intensa mundialização do capitalismo, desenvolve-se um mundo quase integrado, controlado por alguns centros de poder econômico e políticos em poucos lugares do planeta. Os 15 lugares que apresentam melhores redes de infraestrutura e maior poder aquisitivo são privilegiados, com a globalização se desenvolvendo de forma bastante desigual no espaço geográfico mundial, com alguns países e regiões mais integradas que outros. Aprofundamento A Guerra Fria Ao término da Segunda Guerra, os EUA eram o país mais rico do mundo, porém eles teriam que enfrentar um rival, ou seja, o segundo país mais rico do mundo: a URSS. Tanto os EUA (capitalista) como a URSS (socialista), tinham ideias contrárias para a reconstrução do equilíbrio mundial, foi então que começou uma grande rivalidade entre esses dois países. Quem era melhor? Esse conflito de interesses que assustou o mundo ficou conhecido como Guerra Fria. Tanto os EUA criticavam o socialismo quanto a URSS criticava o capitalismo. Europa Ocidental, Canadá e Japão se aliaram aos EUA enquanto que a Tchecoslováquia, Polônia, Hungria, Iugoslávia, Romênia, Bulgária, Albânia, parte da Alemanha e a China se uniram com a URSS. Na década de 50 e 60 houve a chamada corrida armamentista. Quem seria capaz de produzir tecnologias bélicas mais modernas, EUA ou URSS? Mesmo assim, esses dois países jamais se enfrentaram com armas durante a Guerra Fria, embora apoiassem guerras entre países menores (cada superpotência apoiando um dos lados rivais), como por exemplo, na Guerra da Coréia entre 1950 e 1953. Na tentativa de provar que o seu sistema era melhor do que o outro, cada lado fez as suas investidas, a URSS enviou um homem (Yuri Gagárin) ao espaço, enquanto os EUA enviaram Neil Armstrong à Lua. 16 Estas disputas continuavam para ver quem era o melhor, atingindo inclusive a área dos esportes. Nas Olimpíadas, por exemplo, os dois países lutavam para ver quem ganhava mais medalhas de ouro. No final da Segunda Guerra, a Alemanha foi invadida por todos os lados; além de ter sido separada da Áustria, ficando assim dividida em dois países: Alemanha Ocidental (ou República Federal da Alemanha – RFA) – capitalista Alemanha Oriental (ou República Democrática Alemã – RDA) – governada pelos comunistas. A antiga capital – Berlim, que se localizava no interior da Alemanha Oriental, também ficou dividida em dois: Berlim Oriental (tornou-se a capital da RDA) Berlim Ocidental (tornou-se uma ilha capitalista cercada de socialismo). A briga continuava. Os EUA resolveram ajudar Berlim Ocidental a se reerguer e para isso investiram milhões de dólares na reconstrução da cidade, porém enquanto Berlim Ocidental se reerguia rapidamente, Berlim Oriental não apresentava o mesmo progresso. Berlim Ocidental (organizada e em processo de reconstrução) representava o capitalismo dentro de uma Alemanha socialista. Foi então que em 1948, Stálin, dirigente da URSS ordenou que as comunicações entre a República Federal da Alemanha e Berlim ocidental fossem cortadas. Ele achava que o isolamento facilitaria a entrada das tropas soviéticas na outra parte de Berlim. Porém, tal iniciativa não deu certo, pois uma operação com centenas de aviões levando mantimentos da RFA para Berlim Ocidental garantiu que uma continuasse ligada a outra. O Governo não teve outra escolha a não ser aceitar a situação. 17 Assim, Berlim Ocidental continuou a crescer e as pessoas começaram a comparar Berlim Ocidental e Berlim Oriental e viram que o capitalismo era melhor que o socialismo. Como consequência houve uma emigração de pessoas muito qualificadas para Berlim Ocidental e com isso Berlim Oriental ficava abandonada. Claro que o Governo da RDA se irritou e em 1961 ordenou a construção de um muro isolando Berlim Ocidental do restante da Alemanha. Era o Muro de Berlim, que é considerado um dos maiores símbolos da Guerra Fria. Na conferência de Yalta, realizada logo após o fim da Guerra ficou estabelecida a divisão do mundo em áreas de influência, ou seja, cada parte do planeta ficaria sob o controle de uma das superpotências e uma não deveria interferir na zona de influência da outra. A década de 50 e 60 foi marcada por momentos de tensão e intolerância, pois os dois sistemas (capitalista e socialista) eram vistos da forma mais negativa possível. Os dois países possuíam armas nucleares; porém, os dois lados estavam cientes que uma guerra naquele momento poderia destruir o mundo. Por esta razão tentavam influenciar a humanidade tomando o máximo de cuidado para não provocar uma Guerra Nuclear Internacional, como isso, a tensão diminuiu. Ainda nos anos 60, EUA e URSS viveram a época da coexistência pacífica, ou seja, fizeram a política da boa vizinhança. Na década seguinte, Nixon e o dirigente soviético Brejnev, iniciaram uma distensão mundial assinando acordos para diminuir a corrida armamentista e selaram esse acordo com um encontro simbólico no espaço entre as naves americanas e soviéticas (1975). Já nos anos 80 essa cordialidade foi abandonada. Com a eleição de Ronald Reagan em 1981, iniciou-se novamente o acirramento entre as potências. Os americanos investiram alto no setor bélico deflagrando a chamada “Guerra nas Estrelas”. 18 Durante o segundo mandato de Reagan (1984 -1988), em 1987, foi assinado o tratado para eliminação de armas de médio e curto alcance (nessa época a URSS estava sob o comando de Gorbachev), causando um alívio aos europeus, já que o acordo implicava a desativação de grande parte das ogivas voltadas para aquele lado. As hostilidades entre os dois países estavam quase acabando. A Guerra Fria terminou por completo com a ruína do mundo socialista (a URSS estava destruída economicamente devido aos gastos com armamentos) e com a queda do Muro de Berlim em 9 de novembro de 1989. Na Internet http://www.suapesquisa.com/capitalismo/ http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/ http://www.significados.com.br/capitalismo/ http://www.brasilescola.com/historiag/doutrina-keynesiana.htm http://www.historiadomundo.com.br/idade-contemporanea/carteis-trustese-holdings.htm http://www.brasilescola.com/geografia/guerra-fria.htm http://www.infoescola.com/historia/guerra-fria/ http://www.significados.com.br/guerra-fria/ http://www.sohistoria.com.br/ef2/guerrafria/ 19 Relembrando! 1) A origem do capitalismo remonta a um longo processo de transformações sociais iniciado em fins da Idade Média, principalmente com a expansão comercial marítima e o renascimento urbano, que passou a ser hegemônico na Europa Ocidental apenas em fins do século XVIII e início do XIX. Sobre as características do desenvolvimento capitalista neste período, indique qual das alternativas sobre o tema, expostas abaixo, está incorreta: a) Nos séculos finais da Idade Média houve uma transformação no caráter autossuficiente das propriedades feudais, em que as terras começaram a ser arrendadas e a mão de obra começou a ser remunerada com um salário. b) A burguesia medieval implantou uma nova configuração à economia europeia, na qual a busca pelo lucro e a circulação de bens a serem comercializados em diferentes regiões ganharam maior espaço. c) A prática comercial experimentada imprimiu uma nova lógica econômica em que o comerciante substituiu o valor de uso das mercadorias pelo seu valor de troca. d) Além de possibilitar uma impressionante acumulação de riquezas, o capitalismo mercantil criou uma economia de aspecto monopolista, na qual as potências econômicas se recusavam a realizar acordos, implantavam tarifas e promoviam guerras com o objetivo de manter seus domínios comerciais. e) A experiência da Revolução Industrial imprimiu um novo ritmo de progresso tecnológico e integração da economia em que percebemos as feições mais próximas da economia experimentada no mundo contemporâneo. Resposta Letra d. O capitalismo mercantil criou inicialmente uma forma comercial mais aberta à concorrência, pautando nestes princípios as políticas nacionais. 20 2) No processo de desintegração das relações sociais de produção feudal, passou a ocupar lugar central a organização de manufaturas, ampliando com a divisão do trabalho a produtividade dos agentes envolvidos na fabricação das mercadorias. As duas principais classes que surgiram dessa desintegração foram: a) aristocracia e escravos b) aristocracia e servos c) burguesia e trabalhadores assalariados. d) burguesia e servos. e) aristocracia e trabalhadores assalariados. Resposta Letra c. As principais classes que surgiram foram a burguesia e os trabalhadores assalariados, sendo que os primeiros eram proprietários privados dos meios de produção e os segundos vendiam sua força e capacidade de trabalho em troca de um salário. Responda esta online: http://www.infoescola.com/historia/capitalismo/exercicios/ 21 GLOBALIZAÇÃO A globalização surgiu após a Guerra Fria tornando-se o assunto do momento, aparecendo nos círculos intelectuais e nos meios de comunicação, tornando possível a união de países e povos, essa união nos dá a impressão de que o planeta está ficando cada vez menor. Um dos mais importantes fatores que contribui para a união desses povos é, sem dúvida, a Internet. É impossível falar de globalização sem falar da Internet, que a cada minuto nos proporciona uma viagem pelo mundo sem sair do lugar. Dentro da rede conhecemos novas culturas, podemos fazer amizades com pessoas que moram horas de distância, trabalhamos e ainda podemos nos aperfeiçoar cada vez mais nos assuntos ligados a nossa área de interesse, através dela, milhões de negócios são fechados por dia. A globalização não é uma realização do presente, vem de longa data. Tudo começou há muito tempo quando povos primitivos passaram a explorar o ambiente em que viviam. No século XV os europeus viajavam pelos mares a fim de ligar Oriente e Ocidente, a Revolução Industrial foi outro fator que permitiu o avanço de países industrializados sobre o restante do mundo. No final dos anos 70, os economistas passaram a usar o termo “globalização” fora das discussões econômicas facilitando as negociações entre os países. Nos anos 80, começaram a ser difundidas novas tecnologias que uniam os avanços da ciência com a produção, por exemplo: nas fábricas, robôs ligados aos computadores aceleravam (e aceleram) a produção, ocasionando a redução da mão-de-obra necessária, outro exemplo são as redes de televisão que facilitam ainda mais a realização de negócios, com as suas transmissões em tempo real. A globalização envolve países ricos, pobres, pequenos ou grandes e atinge todos os setores da sociedade, e por ser um fenômeno tão abrangente, ela exige novos modos de pensar e enxergar a realidade. As coisas mudam muito rápido hoje em dia, o território mundial ficou mais integrado, mais ligado, por exemplo, na década de 50, uma viagem de avião cruzando o Oceano Atlântico durava 18 horas, hoje a mesma rota pode ser feita em menos de 5 22 horas. Em 1865, a notícia da morte de Abraham Lincoln levou 13 dias para chegar na Europa, mas hoje, ficamos sabendo de tudo o que acontece no mundo em apenas alguns minutos. Não podemos negar que a globalização facilita a vida das pessoas, por exemplo o consumidor foi beneficiado, pois podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade, porém ela também pode dificultar. Uma das grandes desvantagens da globalização é o desemprego. Muitas empresas aprenderam a produzir mais com menos gente, e para tal feito elas usavam novas tecnologias fazendo com que o trabalhador perdesse espaço. A necessidade de união causada pela Globalização fez com que vários países que visavam uma integração econômica se unissem formando os chamados blocos econômicos (ALCA, NAFTA e Tigres Asiáticos, por exemplo), o interesse dessa união seria o aumento do enriquecimento geral. Desequilíbrios e Perspectivas da Globalização A globalização promoveu uma série de avanços e melhorias técnicas em várias partes do mundo. Por outro lado, as desigualdades sociais persistem e muitas vezes ocorrem movimentos contrários à globalização fundamentados em regionalismo e xenofobia. A globalização não necessariamente implica em melhoria das condições de vida da sociedade, sendo que os países pobres estão muito longe de conquistar os benefícios da globalização. A dependência dos países subdesenvolvidos em relação aos países desenvolvidos aumentou e seus graves problemas sociais não foram resolvidos. A velocidade de recepção e emissão de capitais transgride as fronteiras nacionais e agride a própria soberania de uma nação, impossibilitando a reação imediata a crises ocasionadas pela fuga de capitais, como a ocorrida no Brasil no ano de 1997 devido ao colapso econômico do sudeste asiático ou ainda na crise econômica mundial iniciada no ano de 2008. 23 Esses questionamentos tornam-se ainda mais desafiadores quando concebemos o Estado como regulador econômico. A capacidade de (não) gerir a informação que decorre dessas novas demandas da sociedade informacional redefine o papel do Estado, que aparece menos como regulador e mais como um mediador das questões presentes no cenário internacional. Na verdade, as formas de regulação não são mais as mesmas, já que o Estado é obrigado a se transformar, fato comprovado pela atual configuração da União Europeia, onde novas instituições supranacionais foram criadas a fim de gerir uma economia integrada. Com relação ao capital produtivo, as empresas transnacionais possuem, em última hipótese, suporte institucional de seus países sede e se mobilizam de maneira a condicionar os países periféricos às suas prioridades. Em contrapartida, observamos que a modernização da produção, em diversas situações, ratifica a globalização das perdas. O aumento bruto da produção nos países periféricos não determina desenvolvimento local, apenas minimiza a problemática do desemprego, deslocando parte da população de países periféricos para serviços pouco qualificados. Mesmo os Estados Unidos, líderes da economia mundial, estão vulneráveis ao efeito do desemprego em escala global, ocasionado pelas constantes transferências de empresas transnacionais que procuram flexibilizar sua produção e direcionam etapas do processo produtivo para outras localidades. Dessa maneira, são encontradas diferentes adaptações dos lugares, que podem gerar ações no sentido de uma melhor adequação às transformações, assim como podem ocasionar movimentos de repulsa e ódio à nova ordem vigente. Essas reações compreendem desde o espetáculo da diversidade cultural herdada de séculos de tradição e representado pelas mais belas e variadas manifestações artísticas às ações extremas de grupos e etnias que retomam tradições atávicas em defesa de um ideal neoconservador. É num contexto de incertezas políticas e econômicas que são originados alguns tipos de movimentos separatistas e xenofóbicos, assim como o que o ocidente convencionou a classificar como ameaça terrorista. O fanatismo religioso, peça chave para a rede terrorista Al Qaeda realizar os ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, oferece um modelo de 24 sociedade onde os valores morais são apresentados como saída para a manutenção da identidade cultural de uma nação e um instrumento de defesa para os desafios que a globalização impõe. Não aceitar a globalização e estar preso às tradições não necessariamente precisa estar relacionado com autoritarismo e violência. É com base em valores culturais que a sociedade, em diferentes localidades, poderia alcançar uma nova representação da globalização, mais humana e vinculada aos interesses de suas populações. Júlio César Lázaro da Silva Colaborador Brasil Escola Graduado em Geografia pela Universidade Estadual Paulista - UNESP Mestre em Geografia Humana pela Universidade Estadual Paulista – UNESP Prós e Contras A abertura da economia e a Globalização são processos irreversíveis, que nos atingem no dia-a-dia das formas mais variadas e temos de aprender a conviver com isso, porque existem mudanças positivas para o nosso cotidiano e mudanças que estão tornando a vida de muita gente mais difícil. Um dos efeitos negativos do intercâmbio maior entre os diversos países do mundo, é o desemprego que, no Brasil, vem batendo um recorde atrás do outro. No caso brasileiro, a abertura foi ponto fundamental no combate à inflação e para a modernização da economia com a entrada de produtos importados, o consumidor foi beneficiado: podemos contar com produtos importados mais baratos e de melhor qualidade e essa oferta maior ampliou também a disponibilidade de produtos nacionais com preços menores e mais qualidade. É o que vemos em vários setores, como eletrodomésticos, carros, roupas, cosméticos e em serviços, como lavanderias, locadoras de vídeo e restaurantes. Mas a necessidade de modernização e de aumento da competitividade das empresas produziu um efeito muito negativo, que foi o desemprego. Para reduzir custos e poder baixar os preços, as empresas tiveram de aprender a 25 produzir mais com menos gente. Incorporavam novas tecnologias e máquinas. O trabalhador perdeu espaço e esse é um dos grandes desafios que, não só o Brasil, mas algumas das principais economias do mundo têm hoje pela frente: crescer o suficiente para absorver a mão-de-obra disponível no mercado, além disso, houve o aumento da distância e da dependência tecnológica dos países periféricos em relação aos desenvolvidos. A questão que se coloca nesses tempos é como identificar a aproveitar as oportunidades que estão surgindo de uma economia internacional cada vez mais integrada. Fontes: http://www.brasilescola.com/geografia/pos-contras.htm Na internet http://www.suapesquisa.com/globalizacao/ http://www.brasilescola.com/geografia/globalizacao.htm http://www.significados.com.br/globalizacao/ http://www.infoescola.com/geografia/globalizacao/ OS BLOCOS ECONÔMICOS Com a economia mundial globalizada, a tendência comercial é a formação de blocos econômicos. Estes são criados com a finalidade de facilitar o comércio entre os países membros. Adotam redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os países constituintes de um bloco econômico aumenta e gera crescimento econômico para os países. Geralmente estes blocos são formados por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Esta é a nova tendência mundial, pois cada vez mais o 26 comércio entre blocos econômicos cresce. Economistas afirmam que ficar de fora de um bloco econômico é viver isolado do mundo comercial. Aprofundamento Recebe o nome de bloco econômico a associação de países que estabelecem relações econômicas privilegiadas entre si e que concordam em abrir mão de parte da soberania nacional em proveito da associação. Como resultado da economia mundial globalizada, a tendência atual é a formação de blocos econômicos, destinados a realizar uma maior integração entre seus membros e facilitar o comércio entre os mesmos. Para isso, geralmente adotam a redução ou isenção de impostos ou de tarifas alfandegárias e buscam soluções em comum para problemas comerciais. Em tese, o comércio entre os integrantes de um bloco aumenta e gera crescimento, e deixar de participar de uma organização do tipo significa atualmente viver isolado do mundo comercial. Tais associações são costumeiramente formadas por países vizinhos ou que possuam afinidades culturais ou comerciais. Na época da Guerra Fria, o mundo estava dividido em dois grandes blocos econômicos, ideológicos e políticos, o que equivale a dizer que a ordem política internacional era bipolar: de um lado, estava o bloco capitalista chefiado pelos EUA, e do outro o socialista, liderado pela URSS. No início dos anos 90, com o fim do socialismo na maior parte do mundo, apenas um bloco, o liderado pelos EUA sobrevive, e passa a ser a norma no restante do mundo. Esta nova ordem que surgia foi entendida como monopolar, isto é, prevalece a vontade da última grande potência restante. No aspecto econômico, apesar dos EUA continuarem a exercer sua hegemonia em muitas áreas, as últimas décadas testemunharam a formação de blocos econômicos regionais, isto é, associações de países, na sua maioria vizinhos, que passaram a manter relações econômicas privilegiadas entre si. Os blocos econômicos atuais podem ser classificados em: zona de preferência tarifária, zona de livre comércio, união aduaneira, mercado comum e união econômica e monetária. Cada modalidade equivale a um grau de comprometimento maior de soberania, e cabe aos membros do bloco decidir 27 qual nível é o mais adequado. A União Europeia é um exemplo de bloco que seguiu todos esses passos (já atingiu a união econômica e monetária), mas outros já formados não seguiram necessariamente essa ordem. O bloco econômico Mercosul por exemplo, é classificado como união aduaneira. O primeiro bloco econômico foi criado na Europa, em 1956. Era formado inicialmente pela Bélgica, Alemanha Ocidental, Holanda, Itália, Luxemburgo e França, sendo conhecido pela sigla CECA (Comunidade Europeia do Carvão e do Aço). Esse grupo foi, logo depois, o embrião da moderna União Europeia (UE). Exemplos de Blocos Econômicos: ACP; (Associação de países da África, Caribe e Pacífico) ACP-EU; (Acordo de Cotonou. Um acerto comercial entre a União Europeia) AEC; (Associação dos Estados do Caribe) AELC; (Associação Europeia de Livre Comércio) ALADI; (Associação Latino-Americana de Integração) ALALC; (Associação Latino-Americana de Livre Comércio) ALBA; (Aliança Bolivariana para as Américas) ALCA; (Área de Livre Comércio das Américas) APEC; (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) ASEAN; (Associação de Nações do Sudeste Asiático) CEFTA; (Acordo Cenro-Europeu de Livre Comércio) CAFTA-DR; (Comunidade de Livre Comércio entre Estados Unidos Central e República Dominicana) CAN; (Comunidade Andina de Nações) CAO; (Comunidade da África Oriental) CARICOM; (Comunidade do Caribe) CARIFTA; (Associação de Livre Comércio do Caribe) CEA; (Comunidade Econômica Africana) CEDEAO; (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental) CEEA; (Comunidade Econômica Eurasiática) 28 CEEAC; (Comunidade Econômica dos Estados da África Central) CEI; (Comunidade dos Estados Independentes) CEMAC; (Comunidade Econômica e Monetária da Africa Central) IBAS; (Fórum de Diálogo Índia-Brasil- África do Sul) COMECOM; (Conselho para Assistência Econômica Mútua) COMESA; (Mercado Comum da África Oriental e Austral) MERCOSUL; (Mercado Comum do Sul) NAFTA; (Tratado Norte-Americano de Livre Comércio) OCDE; (Organização para a Cooperação e desenvolvimento Econômico) OECO; (Organização dos Estados do Caribe Oriental) SAARC; (Associação Sul- Asiática para a Cooperação Regional) SADC; (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) UA; (União Africana) UAAA; (União Aduaneira da África Austral) UE; (União Europeia) UEMOA; (União Econômica e Monetária dos Oeste Africano) UMA; (União do Magrebe Árabe) UNASUL; (União de Nações Sul-Americanas) Fonte: http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/ Principais blocos econômicos UNIÃO EUROPEIA A União Europeia (UE) foi oficializada no ano de 1992, através do Tratado de Maastricht. Este bloco é formado pelos seguintes países : Alemanha, França, Reino Unido, Irlanda, Holanda (Países Baixos), Bélgica, Dinamarca, Itália, Espanha, Portugal, Luxemburgo, Grécia, Áustria, Finlândia e Suécia. Este bloco possui uma moeda única que é o EURO, um sistema financeiro e bancário comum. Os cidadãos dos países membros são também cidadãos da 29 União Europeia e, portanto, podem circular e estabelecer residência livremente pelos países da União Europeia. A União Europeia também possui políticas trabalhistas, de defesa, de combate ao crime e de imigração em comum. A UE possui os seguintes órgãos: Comissão Europeia, Parlamento Europeu e Conselho de Ministros. Saiba mais: http://europa.eu/index_pt.htm http://g1.globo.com/topico/uniao-europeia/ NAFTA Fazem parte do NAFTA (Tratado Norte-americano de Livre Comércio) os seguintes países: Estados Unidos, México e Canadá. Começou a funcionar no início de 1994 e oferece aos países membros vantagens no acesso aos mercados dos países. Estabeleceu o fim das barreiras alfandegárias, regras comerciais em comum, proteção comercial e padrões e leis financeiras. Não é uma zona livre de comércio, porém reduziu tarifas de aproximadamente 20 mil produtos. Saiba mais: http://www.tlcanhoy.org/Default_es.asp (em espanhol) MERCOSUL O Mercosul ( Mercado Comum do Sul ) foi oficialmente estabelecido em março de 1991. É formado pelos seguintes países da América do Sul: Brasil, Paraguai, Uruguai e Argentina. Futuramente, estuda-se a entrada de novos membros, como o Chile e a Bolívia. O objetivo principal do Mercosul é eliminar as barreiras comerciais entre os países, aumentando o comércio entre eles. Outro objetivo é estabelecer tarifa zero entre os países e num futuro próximo, uma moeda única. Saiba mais: http://www.mercosul.gov.br/ 30 PACTO ANDINO - COMUNIDADE ANDINA DE NAÇÕES Outro bloco econômico da América do Sul é formado por: Bolívia, Colômbia, Equador e Peru. Foi criado no ano de 1969 para integrar economicamente os países membros. As relações comerciais entre os países membros chegam a valores importantes, embora os Estados Unidos sejam o principal parceiro econômico do bloco. Saiba mais: http://www.comunidadandina.org/ (em espanhol) APEC A APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) foi criada em 1993 na Conferência de Seattle (Estados Unidos da América). Integram este bloco econômico os seguintes países: Estados Unidos da América, Japão, China, Formosa (também conhecida como Taiwan), Coreia do Sul, Hong Kong (região administrativa especial da China), Cingapura, Malásia, Tailândia, Indonésia, Brunei, Filipinas, Austrália, Nova Zelândia, Papua Nova Guiné, Canadá, México, Rússia, Peru, Vietnã e Chile. Somadas as produções industriais de todos os países, chega-se a metade de toda produção mundial. Quando estiver em pleno funcionamento (previsão para 2020), será o maior bloco econômico do mundo. Saiba mais: http://www.apec.org/ (em inglês) http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/apec.htm ASEAN A ASEAN (Associação de Nações do Sudeste Asiático) foi criada em 8 de agosto de 1967. É composta por dez países do sudeste asiático (Tailândia, Filipinas, Malásia, Cingapura, Indonésia, Brunei, Vietnã, Mianmar, Laos, Camboja). 31 Além da predominância de China e Japão, duas das maiores economias mundiais, a Ásia abriga outros países que registram desenvolvimento industrial crescente também a partir do fim da década de 1970, chamados de Tigres Asiáticos. Originalmente, destacam-se Cingapura, Hong Kong (território devolvido pelo Reino Unido à China em 1997), Coreia do Sul e Taiwan. A eles juntam-se Malásia, Indonésia, Tailândia, Filipinas e Vietnã. Vários desses países são membros do Fórum Ásia Pacífico de Cooperação Econômica. Porém, além dessas nações, há outras em que o desenvolvimento econômico social é lento, a base econômica continua sendo agrícola e a industrialização é incipiente, a maioria no Sudeste Asiático. Estão nesse grupo o Laos e o Camboja. Os países dessa região criaram uma instância própria para o desenvolvimento, a Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean, sigla em inglês). Instituída em 1967, a entidade reúne dez países: Laos, Camboja, Brunei, Indonésia, Malásia, Mianmar, Filipinas, Cingapura, Tailândia e Vietnã. Além de objetivar o nascimento de um mercado econômico regional, a Asean pretende promover o desenvolvimento social e cultural. Mas os integrantes do grupo também possuem algumas divergências. Em julho de 2012, uma reunião da Asean para tentar acabar com as tensões territoriais no mar do Sul da China termina em impasse. Filipinas, Vietnã e Malásia disputam com a China a posse de algumas ilhas potencialmente ricas em combustíveis fósseis. Saiba mais Na década de 1970, quatro países da Ásia (Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan) apresentaram um acelerado processo de industrialização. Em razão da agressividade administrativa e da localização dos países, eles ficaram conhecidos mundialmente como Tigres Asiáticos. O modelo industrial desses países é caracterizado como IOE (Industrialização Orientada para a Exportação), ou seja, as indústrias transnacionais que se estabeleceram nesses países e as empresas locais implantaram um parque industrial destinado principalmente ao mercado exterior. 32 Cingapura Cingapura, Hong Kong, Coreia do Sul e Taiwan utilizaram métodos diferentes para o desenvolvimento econômico, no entanto, essas nações apresentaram aspectos comuns, como forte apoio do governo, proporcionando infraestrutura necessária (transporte, comunicações e energia), financiamento das instalações industriais e altos investimentos em educação e em qualificação profissional. Além disso, esses países (exceto Coreia do Sul) adotaram uma política de incentivos para atrair as indústrias transnacionais. Foram criadas Zonas de Processamento de Exportações (ZPE), com doações de terrenos e isenção de impostos pelo Estado. Diferentemente dos outros Tigres Asiáticos, a Coreia do Sul demonstrou resistência a instalações de empresas transnacionais em seu território. O desenvolvimento industrial do país baseou-se nos chaebols, que se caracteriza por redes de empresas com fortes laços familiares. Quatro grandes chaebols controlam a economia coreana e têm forte atuação no mercado internacional: Hyunday, Daewoo, Samsung e Lucky Gold Star. Somente na década de 1980 começaram a entrar transnacionais na Coreia do Sul, entretanto estas são associadas a empresas coreanas. Os Novos Tigres Asiáticos Em consequência do grande desenvolvimento econômico dos Tigres Asiáticos, houve uma expansão para os países vizinhos do sudeste, o que proporcionou um processo de industrialização na Indonésia, Vietnã, Malásia, Tailândia e Filipinas. Além dos investimentos dos quatro Tigres originais, os novos Tigres passaram a fazer parte das redes de negócios de empresas dos Estados Unidos, do Japão e de outros países desenvolvidos. Nesses novos Tigres foram instaladas indústrias tradicionais, como têxteis, calçados, alimentos, brinquedos e produtos eletrônicos. Nesses países há mão de obra menos qualificada que a encontrada nos quatro Tigres originais, porém, muito mais barata. Milhares de pequenas empresas produzem 33 mercadorias sob encomenda, criadas e planejadas em outros países do mundo. Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia http://www.brasilescola.com/geografia/tigres-asiaticos.htm Saiba mais: http://www.suapesquisa.com/blocoseconomicos/asean.htm http://www.asean.org/ (em inglês) SADC A SADC (Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral) foi criada em 17 de outubro de 1992 e é formada por 15 países da região sul do continente africano. Saiba Mais: http://www.africa-union.org/root/au/recs/sadc.htm (em inglês) http://www.sadc.int/# (em inglês) http://www.brasilescola.com/geografia/sadc.htm BENELUX Considerado o embrião da União Europeia, este bloco econômico envolve a Bélgica, Holanda e Luxemburgo. O BENELUX foi criado em 1958 e entrou em operação em 1 de novembro de 1960. Saiba mais: http://www.suapesquisa.com/o_que_e/benelux.htm http://www.benelux.int/fr/home_intro.asp (em francês) 34 EUROPA Mapa político da Europa Número de países: 49. Europa Ocidental: Alemanha, Andorra, Áustria, Bélgica, Chipre, Dinamarca, Espanha, Finlândia, França, Grécia, Holanda (Países Baixos), Irlanda, Islândia, Itália, Liechtenstein, Luxemburgo, Malta, Mônaco, Noruega, Portugal, Reino Unido, San Marino, Suécia, Suíça e Vaticano. Europa Oriental: Albânia, Armênia, Azerbaidjão, Belarus, BósniaHerzegóvina, Bulgária, Croácia, Eslováquia, Eslovênia, Estônia, Geórgia, Hungria, Letônia, Lituânia, Macedônia, Moldávia, Montenegro, Polônia, República Tcheca, Romênia, Rússia (parte europeia), Sérvia, Ucrânia e Turquia (parte europeia). 35 A pequena extensão da Europa – que do ponto de vista geográfico poderia ser considerada uma península do continente asiático – contrasta com sua enorme importância histórica. O continente exerce, por séculos, papel hegemônico sobre o resto do mundo. O nome com que o continente é conhecido já era usado desde a Antiguidade para designar a parte continental a oeste da Grécia. Na mitologia grega, Europa – assim como Ásia – é uma das filhas dos deuses Oceano e Tétis. Para alguns pesquisadores, a palavra tem origem semítica: ereb – região onde o sol se põe. A diversidade de povos que se estabeleceram na Europa contribuiu para a riqueza cultural ali presente. Na região se encontram monumentos da Antiguidade (Partenon, na Grécia), catedrais medievais (Notre Dame, na França), castelos árabes (Alhambra, na Espanha), palácios absolutistas (Versalhes, na França) e construções modernas (Igreja da Sagrada Família, na Espanha).O continente é considerado o berço da civilização ocidental. Ali ocorreram o Renascimento, a Revolução Industrial e a Revolução Francesa, eventos que moldaram a fisionomia das sociedades modernas, baseadas na cultura humanista, no modo de produção capitalista e na democracia representativa. A busca de matérias-primas, de mão de obra barata ou escrava e mercados impulsionou as monarquias europeias a conquistar militarmente territórios e países além-mar, a partir do século XV. A competição entre essas nações fez da Europa também o principal cenário das duas guerras mundiais ocorridas na primeira metade do século XX. E a correlação de forças resultante do segundo conflito dividiu por décadas seu território em dois blocos hostis, capitalista e comunista, na Guerra Fria (1945-1991).Esses dois blocos correspondem, em linhas gerais, à Europa Ocidental e à Europa Oriental. A primeira é integrada pelas nações mais ricas do continente, responsáveis historicamente pelas grandes navegações e pelo desenvolvimento do mercantilismo e do capitalismo, bem como de instituições democráticas. A segunda é formada predominantemente por países que saíram do bloco comunista e procuram melhorar sua economia nos marcos do processo de globalização. A criação da Comunidade Econômica Europeia, atual União Europeia (UE), em 1957, e o fim da União Soviética, inauguram nova fase na 36 história da Europa e redesenham seu mapa. Principal bloco econômico do mundo, a UE reúne 27 nações, incluindo dez ex-comunistas. A partir de 1º de julho de 2013, está previsto o ingresso da Croácia, outra república que fez parte do bloco comunista, integrado à antiga Iugoslávia. Em 1º de janeiro de 1999, o euro foi adotado como moeda pelos primeiros 11 países-membros. A moeda passou a ser introduzida em cédulas e moedas em 2002 e atualmente é adotada por 17 dos 27 membros da união. Após as longas negociações para aprovar o Tratado de Lisboa em 2009, a UE enfrenta uma grave crise econômica alavancada pelo alto endividamento dos países do bloco. Resumo Europa Ponto de partida da Revolução Industrial e da era moderna, a Europa continua sendo um continente de grandes contrastes, onde há prosperidade e democracia, mas também pobreza, conflitos étnicos e ditaduras. Suas nações costumam ser divididas em Europa Ocidental, que reúne as desenvolvidas ou em crescimento, nas quais as instituições democráticas estão consolidadas caso da Finlândia, Holanda e Irlanda -, e Europa Oriental, formada predominantemente por países que saíram do regime comunista e estão com as economias arruinadas ou em recuperação, como a Romênia, Ucrânia e a Albânia. A maior parte dos países desenvolvidos integra a União Europeia (UE) ou a chamada Europa dos 15 -, bloco econômico no qual foram abolidas as barreiras ao comércio e o trânsito nas fronteiras. Uma moeda única comum, o euro, começa a operar em 11 dos países membros, em 1999. Embora sua cotação caia em relação ao dólar em 2000, isso não abala a prosperidade da UE, que cresce em média a taxas de 3% ao ano. Países como Portugal, Irlanda e Espanha experimentam um boom econômico depois da adesão à UE. Essa perspectiva de riqueza leva várias nações orientais, como a Hungria, a pleitearem o ingresso na UE. Se todos os candidatos cumprirem os requisitos administrativos, financeiros e democráticos para a adesão, a estimativa é que, até 2007, a UE terá 27 membros. 37 Atualmente, as nações da Europa Ocidental recebem em média 1,2 milhão de imigrantes por ano, incluindo refugiados e ilegais, vindos em sua maioria do Leste Europeu, norte da África e Oriente Médio. Essa mão-de obra é usada em trabalhos desprezados pela população local como a colheita nos campos e a construção civil. Há também demanda por profissionais qualificados para atender o crescimento da indústria de alta tecnologia. Estudos da ONU indicam que a Europa precisará de cerca de 160 milhões de imigrantes até 2025 para compensar a estagnação no crescimento demográfico. A imigração gera descontentamento em parte da população, que teme a perda de empregos e a queda do padrão de vida. Esse medo, aliado a sentimentos racistas, tem como consequência o aumento do apoio do eleitorado de vários países, como Áustria, Noruega e Bélgica, a partidos de extrema direita, favoráveis à contenção da imigração, e o crescimento de atentados contra minorias. Ao longo da história europeia, invasões da Ásia e da África, misturas de povos, cismas religiosos e guerras deram lugar a nações que abrigam diferentes grupos étnicos ou culturais, gerando conflitos. Em anos recentes há guerras na Croácia, na Bósnia e em Kosovo e em repúblicas da antiga União Soviética (Geórgia, Armênia e Azerbaidjão). Para reforçar a segurança do continente, a União Europeia decide em junho de 2000 criar uma força rápida de intervenção, formada por 60 mil militares, para agir em coordenação com a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan). Geografia Área - 10 349 915 km² Maior país - Federação Russa (17 075 400 km² dos quais 4 238 500 km² na porção europeia). Menor país - Vaticano (0,44 km² ) 38 Características físicas - A Europa pertence à massa de terra chamada Eurásia. A fronteira convencional com o continente asiático compreende os montes Urais, o rio Ural, o mar Cáspio, as montanhas do Cáucaso e o mar Negro. O litoral, bastante recortado, apresenta cinco grandes penínsulas Ibérica, Itálica, Balcânica, Escandinava e da Jutlândia - e várias ilhas e arquipélagos, entre os quais Grã-Bretanha, Islândia, Córsega, Sicília e Creta. O relevo montanhoso prevalece na porção norte - montes Escandinavos e as cadeias das ilhas Britânicas - e na porção sul - Pirineus, Alpes, Cárpatos e Bálcãs. No centro existe uma vasta planície que se estende, quase sem interrupção, dos Pirineus aos montes Urais. O maior rio, o Volga, tem 3 531 km. O clima temperado predomina no continente, mas existem variações. No sul, ele é mediterrâneo e a vegetação, que obedece às mudanças climáticas, formada por arbustos. No centro e no leste, o clima é continental e torna-se mais frio à medida que se avança para o interior - florestas temperadas e de coníferas ocupam essa faixa. No noroeste prevalece o clima oceânico. O extremo norte tem clima polar e a vegetação típica é a tundra. Cerca de 68% das florestas originais da Europa já foram desmatadas, de acordo com o World Resources Institute. As maiores extensões de mata nativa são de coníferas e encontram-se na Suécia e na Finlândia. Recordes Ponto mais elevado: monte Elbro, 5 642 m (Federação Russa); maior depressão: mar Cáspio, 28 m (Azerbaidjão/Federação Russa/Cazaquistão/Irã/Turcomenistão); maior ilha: Grã-Bretanha, 229 885 km²; maior mar: mar do Norte, 580 000 km2; maior golfo: golfo de Bothnia, 117 000 km²; maior lago: Ladoga, 18400 km² (Federação Russa); maior rio: Volga, 3531 km; maior bacia hidrográfica: bacia do Volga, 1 360 000 km²; capital mais elevada: Andorra la Vella, 1 070 m (Andorra); altitude média: 340 m; extensão do litoral: 113 725 km (inclui a costa da Federação Russa). 39 Meio Ambiente * Área de floresta - 9 333 260 km² (1995) * Reflorestamento - 25 940 km² (1990-1995) * Áreas de conservação - 4,7% do território (1996) * Recursos hídricos per capita - 8,5 mil m³ (1995) * Emissão de CO² per capita - 8,5 t (1995) Economia * PIB - US$ 9,5 trilhões (1998) * PIB per capita - US$ 12 813 (1998) * Exportações - US$ 2,562 trilhões - 49% do total mundial (1998) * Importações - US$ 2,609 trilhões - 48% do total mundial (1998) * Produção de energia - 2,25 bilhões de t equivalentes de petróleo (TEP) (1996) * Consumo de energia per capita - 59 milhões de t equivalentes de petróleo (TEP) (1996) Produção mineral - Cobre (Polônia, Federação Russa); Ouro (Federação Russa); Fosfato (Federação Russa); Diamante (Federação Russa); Minério de Ferro (Federação Russa, Suécia, Ucrânia); Bauxita (Federação Russa); Cromo (Albânia, Finlândia, Federação Russa); Chumbo (Suécia); Enxofre (França, Alemanha, Polônia, Federação Russa, Espanha); Manganês (Ucrânia); Potássio (Azerbaidjão, Belarus, França, Alemanha, Federação Russa, Ucrânia, Reino Unido) (1999) * Área cultivada - 1 288 160 km² ou 12,5% da área total (1998) * Máquinas agrícolas (ceifeiras, tratores e ordenhadeiras) - 13,8 milhões (1998) 40 * Pesca - 19,5 milhões de t (1997) População * Total - 745,5 milhões (2000) * País mais populoso - Federação Russa (146,9 milhões) (2000) * País menos populoso - Vaticano (800) (1996) * Densidade - 72,03 hab./km² (2000) * População urbana -74 % (1998) * Crescimento demográfico - 0,0% (1995-2000)* * Natalidade - 10‰ (1998) * Mortalidade - 11‰ (1998) * Mortalidade infantil - 12‰ (1995-2000)* * Analfabetismo - 1,3% (2000) * IDH - 0,777 (Europa Oriental) (1998) Religião e idioma O cristianismo é a principal religião. Existe ainda um número significativo de adeptos tanto do catolicismo quanto do protestantismo e da Igreja Ortodoxa. Os idiomas mais falados pertencem aos ramos etnolingüísticos latino (integrado pelo espanhol, italiano, francês e português), germânico (formado por alemão, inglês e idiomas escandinavos) e eslavo (constituído de russo, búlgaro, servo-croata e ucraniano, entre outros). Luis Carlos Queirós de Melo http://www.coladaweb.com/geografia/continentes/europa-continente-europeu 41 Aprofundamento 01 O continente europeu é um dos menores continentes, superando somente a Oceania, diante disso, ocupa uma área territorial de 10.530.751 quilômetros quadrados que corresponde a 7% das terras emersas do planeta, esse continente possui uma particularidade, está fisicamente ligado à Ásia, juntos são conhecidos como Eurásia.Outros definem a Europa não como um continente, mas sim como uma imensa península, em razão de seu litoral recortado. A Europa está localizada no oeste da eurásia, seu território permanece quase em sua totalidade no oriente, acima do paralelo do Equador, ou seja, no hemisfério norte. O território desse continente limita-se ao norte com o Oceano Glacial; com os mares Mediterrâneo e Negro ao sul; Oceano Atlântico a oeste e com os Montes Urais, o Rio Ural e o Mar Cáspio ao leste.No continente europeu existem muitos países, dentre esses o de maior território é a Rússia, com 40% da área total, o restante abriga 40 países. Apesar de muitos países europeus possuírem territórios relativamente restritos, tornaramse verdadeiras potências políticas e econômicas mundiais, tais como Reino Unido, Alemanha, França e Itália, que fazem parte do G-8 (grupo dos países mais ricos do mundo).Quanto às características físicas ou naturais, a Europa apresenta uma série de particularidades, diante disso apresentamos os principais aspectos do relevo, hidrografia, clima e vegetação. Relevo O relevo europeu é constituído basicamente por duas unidades de relevo, que são as planícies e os maciços antigos, ocupando especialmente o centro e o norte do continente. Existem também os dobramentos modernos que são compostos por áreas montanhosas, provenientes do pouco tempo de processo erosivo, portanto sofreu pouco desgaste, essa característica é comum desde o sul até a Península Ibérica.Dentre os dobramentos modernos e de relevo mais elevado, os principais são: os Pireneus, ocupa uma área de 450 quilômetros entre os limites territoriais da França com a Espanha, em alguns pontos as altitudes podem atingir 3.000 metros. Os Alpes, ocorre em uma extensão de 42 1.100 quilômetros e atravessa o território da França, Itália, Alemanha, Suíça e Áustria; e o ponto mais elevado é o Monte Branco com 4.807 metros. Os Apeninos encontram-se na Itália e percorrem o território de norte a sul, em pelo menos 1.500 quilômetros, essa região abriga vulcõe,s sendo que alguns são ativos. Cárpatos ocorre nas terras da Eslováquia, Polônia, Ucrânia e Romênia e o Cáucaso está situado entre o Mar Negro e o Mar Cáspio nos territórios da Rússia, Geórgia, Armênia e Azerbaijão. Hidrografia Em razão da composição climática existente na Europa, os rios presentes no continente são relativamente pequenos quanto a seu curso e volume, apesar das limitações, esses mananciais foram sempre muito importantes para as atividades desenvolvidas na região, especialmente por se tratar de rios navegáveis. Nesse sentido, os rios principais do continente europeu são: rio Reno (1.300 km de extensão) que nasce nos Alpes; Sena (770 km de extensão), sua nascente está localizada ao sudeste de Paris; Ródano (800 km de extensão), nascente nos Alpes suíços; Volga (3.531 km de extensão), nasce a noroeste de Moscou e Danúbio (mais de 2.800 km de extensão), nasce nos Alpes alemães. Clima A Europa está localizada na zona temperada da Terra, dessa forma, apresenta climas de temperaturas mais amenas, dentre as particularidades de cada região podem ser identificados diversos tipos de climas, sendo que os principais são:Clima de montanha: ocorre especialmente em áreas de relevo de grandes altitudes, como os Alpes e Pireneus, nessas áreas as chuvas são bem distribuídas durante todo o ano, elas se desenvolvem de forma mansa e rápida, os invernos são extensos e rigorosos, constituídos por nevadas e geadas. Temperado oceânico: é formado por um elevado índice pluviométrico, especialmente na primavera e no inverno, e temperaturas amenas. 43 Temperado continental: ocorre no centro e leste da Europa, as chuvas desenvolvem com menos incidência que no temperado oceânico e amplitudes térmicas mais elevadas. Subpolar: predomina em áreas próximas à região ártica, é constituída por duas estações bem definidas, sendo que o inverno é extremamente rigoroso e longo, com temperaturas que atingem -50ºC e verão com período bastante restrito, com temperaturas que variam entre 16ºC e 21°C. Mediterrâneo: esse tipo de clima é típico do sul da Europa com verões quentes e invernos mais amenos em relação a outras regiões do continente, nesse há duas estações bem definidas, seca no verão e chuvosa no inverno. Vegetação A composição vegetativa da Europa é variada em razão dos diferentes solos e climas, desse modo, podem ser identificados diversos tipos de vegetações, dentre elas estão: Tundra: essa cobertura vegetal é comum em regiões de clima subpolar, vegetação constituída por musgos, gramíneas, arbustos e liquens, flora proveniente da junção de fungos e algas. Floresta conífera: composição vegetativa constituída por pinheiros em áreas do sul. Floresta temperada: é composta por pinheiros, além de árvores como a faia e o carvalho, esses vegetais têm característica de perder as folhas no inverno, conhecidos por floresta caducifólia. Estepes: vegetação composta por herbáceas ou gramíneas provenientes dos solos férteis. 44 Vegetação mediterrânea: é composta por xerófilas, plantas típicas de regiões secas, tais como maquis e garrigues. Por Eduardo de Freitas Graduado em Geografiahttp://www.brasilescola.com/geografia/europa.htm Aprofundamento 02 Conhecido como “velho mundo”, o continente europeu limita-se a oeste com o Oceano Atlântico, ao sul com o Mediterrâneo, ao norte com o oceano Glacial Ártico e a leste com a Ásia, sendo que os Montes Urais formam uma divisa natural nesta parte do continente. A importância do continente europeu reside no fato de este ter sido o palco das maiores transformações da história da humanidade e de algumas de suas mentes mais brilhantes, como a Segunda Guerra, a Revolução Industrial na segunda metade do século XVIII e as teorias de Copérnico e Einstein, europeus que mudaram a história da ciência. A geografia política da Europa é totalmente determinada pela história desse continente. Após inúmeros séculos de ocupações, invasões e revoluções, a Europa chegou ao seu formato atual, embora ainda instável em algumas regiões como a Geórgia, a questão Basca, etc. Atualmente a mudança mais significativa é a formação do grande bloco econômico da União Européia (UE) que abrange 15 países do total de 48 do continente. Entre os países da UE foram abolidas todas as barreiras comerciais e de fronteira permitindo-se o trânsito livre entre estes países. Por se localizar totalmente no hemisfério norte e com uma altitude que fica em torno de 340m, o continente europeu apresenta climas frios e temperados, divididos em três tipos principais: o oceânico que abrange a faixa 45 da Noruega até Portugal, o clima continental em parte da Alemanha, e nos países bálticos até a Polônia, e o clima mediterrâneo nos países da costa, chegando até a França. Esse clima propicia o surgimento das vegetações de Tundra mais ao norte, do bosque boreal ou de coníferas ao sul dessa área, bosques temperados nas regiões costeiras com uma variação na costa mediterrânea, apresentando espécies típicas desse local como as azinheiras e os sobreiros, e estepes que se estendem da Hungria até a Ucrânia. Embora seja o continente mais explorado pelo homem, ele ainda abriga uma quantidade considerável de espécies de animais e de vegetais, sendo que nas regiões montanhosas encontram-se espécies típicas como o alce e o cabrito montês. A baixa altitude do continente e o clima não tão extremo quanto em outras partes do globo, facilitaram a ocupação do lugar por povos vindos de outras regiões da Europa que foram decisivos no processo de diferenciação da cultura, como por exemplo, os povos de origem germânica (Visigodos, Ostrogodos, saxões, etc.) que deram origem às chamadas “invasões bárbaras” durante os séculos IV e V. Atualmente os descendentes desses povos, que formam a atual população europeia, habitam uma área total de 10.349.915km² totalizando 745.500.000 pessoas (em 2000) fazendo da Europa o continente mais urbanizado do mundo. Pertencem ainda ao continente europeu algumas ilhas distribuídas pela costa do Atlântico Norte e do Mediterrâneo como, as Ilhas Britânicas, Islândia, Sicília, Sardenha, Córsega, Creta, Malta e Chipre. 74% da população da Europa vive em cidades totalizando uma população de 551.670.000 pessoas com uma densidade de 72,03 habitantes/km², a maior do mundo. O PIB per capita fica em torno de US$12.813,00, podendo variar muito entre os países. Por quase todo o continente sobressai o tipo caucasoide 46 (branco) com algumas exceções de povos de origem mongoloide e as línguas predominantes são aquelas de origem latina como o francês e o italiano. Quanto ao relevo, na região setentrional do continente encontramos bacias sedimentares, planícies e maciços montanhosos que se estendem até a região meridional onde se encontram os pontos mais altos do continente. Fontes: http://www.portalbrasil.net/europa.htm http://www.guiageo-europa.com/mapas/europa.htm A União Europeia O mundo vive dias turbulentos. Uma crise econômica global está em curso desde 2008. Em seu rastro, ela provoca grande instabilidade nos mercados, piora nas condições de vida da população em vários países, queda de líderes políticos – e manifestações ganham as ruas em diversos pontos do globo. Em 2011, a União Europeia foi atingida em cheio pela turbulência, e a dificuldade para enfrentar a situação causa um clima de choque, gritaria e confusão. No interior da União Europeia, trava-se um cabo de guerra: de um lado, um pequeno grupo decide medidas com base em um poder político e econômico capaz de afetar diretamente os 27 países-membros do bloco, e, de outro, a população de algumas dessas nações se recusa a aceitar as medidas, que podem significar a perda de direitos históricos. Em jogo estão os conceitos de soberania nacional, e até de democracia. O cenário da União Europeia está conturbado. Os gregos invadiram as ruas para protestar depois que seu Parlamento aprovou, em fevereiro de 2012, novos cortes no orçamento para garantir um enorme empréstimo de emergência do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional 47 (FMI). Os governos de países em situação semelhante, como Irlanda, Portugal e Itália, buscam impor medidas que implicam queda de qualidade de vida de sua população. Dinamarca, França e Itália reveem suas políticas de migração e de controle de fronteiras, mexendo com questões essenciais para a tradicional liberdade de circulação dentro da União Europeia. O euro, a moeda comum de 17 países, dá sinais de que não se mantém com suas atuais regras. Enquanto isso, a França, do presidente Nicolas Sarkozy, e a Alemanha, da premiê Angela Merkel, as duas maiores economias da zona do euro, apressam-se em cortar gastos. A crise que ameaça a União Europeia é global, e sua origem está no colapso do mercado imobiliário dos EUA há quatro anos. O estouro da bolha imobiliária afetou todo o sistema financeiro mundial. A injeção de trilhões de dólares de dinheiro público para salvar bancos e companhias em dificuldades, realizada por diversos governos, acabou ampliando fortemente a dívida das nações. Agora, os países são chamados a equilibrar suas contas com cortes profundos nos gastos públicos e aumentos nos impostos, medidas que afetam diretamente a população. As manifestações de 2011 na Grécia, nos Estados Unidos, na Espanha, e mesmo nos países árabes e no Chile, têm como pano de fundo as consequências da crise. História Com meio século de existência, a União Europeia é o maior bloco econômico do mundo. Sua criação começou em 1951, quando seis países – Alemanha Ocidental, França, Bélgica, Holanda, Itália e Luxemburgo – fundaram a Comunidade Europeia do Carvão e do Aço (CECA). Em 1957, o Tratado de Roma criou a Comunidade Econômica Europeia (CEE), instituindo as “quatro liberdades fundamentais” dentro do bloco: livre circulação de pessoas, de mercadorias, de capitais e de serviços. Entre 1973 e 1995, entraram para a comunidade Dinamarca, Reino Unido, Irlanda, Grécia, 48 Espanha, Portugal, Áustria, Finlândia e Suécia. Com o Tratado de Maastrich, em 1992, nasceu a União Europeia (UE). Em 2004, houve a maior ampliação da história do bloco, com o ingresso de mais dez nações: Eslováquia, Eslovênia, Hungria, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, República Tcheca, Chipre e Malta. O aspecto distintivo desse crescimento foi a integração de países do Leste Europeu. Alguns viveram décadas sob a influência da União Soviética, pois, no período da Guerra Fria (1949-1991), eram regimes comunistas isolados na Cortina de Ferro. A partir dos anos de 1990, esses países aos poucos saíram da influência da Rússia. Em 2007, passaram a fazer parte do bloco a Romênia e a Bulgária, elevando a população total da União Europeia a quase meio bilhão de habitantes. Em 2013, pode ser concluído o processo de adesão da Croácia. Turquia, Macedônia, Montenegro e Islândia já deram início ao pedido para integrar a União Europeia. Centralização Política Na construção histórica da União Europeia, houve um movimento constante de concessão de poderes às instituições supranacionais, como o Parlamento Europeu e o Banco Central Europeu, em detrimento da soberania das nações integrantes do bloco. Com frequência, esse processo foi conflituoso e tumultuado. Um bom exemplo é a proposta de Constituição europeia, rejeitada em 2005 por votações populares na França e na Holanda. Pelas regras da época, essa estrutura legal só poderia ser instaurada após a aprovação unânime dos países do bloco. Assim, o projeto naufragou. Mas, depois da negativa, a elite política da França modificou a Constituição para abolir a necessidade do referendo popular, delegando a próxima votação sobre o assunto à Assembleia Nacional. 49 A proposta seguinte no âmbito europeu foi batizada de Tratado de Lisboa, versão reduzida da Constituição derrotada. Para garantir sua aprovação, os defensores da União Europeia mudaram as regras do jogo, passando a ratificação para os Parlamentos na maioria dos países. Houve uma exceção: uma imposição constitucional tornava o referendo popular obrigatório na Irlanda. Em junho de 2008, os eleitores da República da Irlanda prolongaram o impasse, ao recusarem o tratado por maioria. O porquê do “não” Até aquele ano, havia crescimento econômico nos países-membros da União Europeia. Então, quais seriam os motivos para a recusa em várias votações populares às medidas de fortalecimento da UE? Podemos resumir dizendo que, por trás do “não”, havia a rejeição à perda da identidade e de direitos econômicos e políticos nacionais, enfim, de soberania. Essa questão é histórica. Depois da II Guerra Mundial, vários países europeus implantaram estados de bem-estar social, nos quais os indivíduos passaram a desfrutar de um conjunto de bens e serviços garantidos pelo Estado, como educação, saúde, habitação e previdência social. Agora, o ajuste proposto avança para desmontar o estado de bem-estar social. No início, a maioria dos países europeus apoiou, com entusiasmo, a integração econômica de seus países, identificada com estabilidade e prosperidade econômica. A etapa seguinte, da integração social, também foi bem recebida, embora com menos entusiasmo, pois a uniformização de normas afetava aspectos da vida nacional. Já a última etapa de integração da UE, da unificação política, foi vista com profunda desconfiança. Há o forte temor de que o comando central da União Europeia, em Bruxelas, exerça um poder autoritário, burocrático, indiferente às necessidades dos cidadãos, além do controle popular. 50 O Tratado de Lisboa propõe a criação de instituições políticas acima do poder e da influência de cada nação. Como funcionarão as instituições? Quem elegerá seus representantes? Muitos europeus não se sentem confortáveis em entregar a esse comando central a prerrogativa de instaurar mudanças que afetem de forma direta as condições de sua vida. O que muda com o tratado Depois da rejeição popular na Irlanda, iniciou-se uma operação política pela aprovação do Tratado de Lisboa. Em primeiro lugar, todos os demais países aprovaram o tratado (faltando apenas a chancela presidencial na República Tcheca). Em seguida, preparou-se um novo referendo sobre o mesmo tema na Irlanda, um ano e pouco depois – em outubro de 2009. Em troca da aprovação, ofereceram-se ao país “garantias legais” de que a União Europeia não iria impor leis sobre questões como direito ao aborto, casamento gay, regras sobre impostos e mudanças no que os irlandeses chamam de “neutralidade histórica” em questões externas. Além disso, houve uma participação maciça dos líderes europeus na campanha eleitoral, alertando os irlandeses de que apenas seu país impedia a unificação europeia. Em 2009, houve a aprovação do Tratado de Lisboa na Irlanda. Com a adesão dos tchecos, o acordo entrou em vigor na UE. Com o Tratado de Lisboa, a União Europeia começou a ter novas regras políticas, a partir do fim de 2009, para orientar as ações dos Estados-membros, que concentraram poder em suas instituições. Assim, a União Europeia passou a ter um chefe de relações internacionais e um presidente com mandato de dois anos e meio, com possibilidade de reeleição, no lugar do sistema rotativo de seis meses. Outros pontos importantes são: • O Parlamento europeu passa a ter mais poder de decisão em assuntos de Interior e Justiça dos países-membros e poderá influenciar e rejeitar as legislações da Comissão Europeia (a comissão é formada por um representante de cada país-membro). 51 • A partir de 2014 entra em vigor um novo sistema de votação, em que 55% dos Estados – desde que representem 65% da população do bloco – podem aprovar uma lei obrigatória para todos (até lá, ainda é preciso consenso, ou seja, aprovação de todos). A divisão do número de deputados europeus também foi modificada, com os países mais populosos passando a ter mais deputados do que os menores. Fonte: https://almanaque.abril.com.br/materia/a-uniao-europeia-pede-ajuda Aprofundamento 03 O grande símbolo do fim da Guerra Fria foi a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989. No fim daquele ano, as autoridades de fronteira não puderam mais impedir a população de passar pelo muro que dividia a cidade de Berlim ao meio, metade sob governo da Alemanha Ocidental e outra parte em território da Alemanha Oriental. A divisão do país vinha desde o fim da II Guerra Mundial (1945), embora o muro tenha sido construído apenas em 1961. O Muro de Berlim simbolizava a separação do mundo em dois blocos: aquele constituído pelos países capitalistas encabeçados pelos Estados Unidos e o de países socialistas ligados à extinta União Soviética (URSS). A seguir, foi dado o golpe de misericórdia na Guerra Fria: a queda dos regimes comunistas do Leste Europeu resultou na desagregação da Iugoslávia, da Tchecoslováquia e da União Soviética, a partir de 1991. A Guerra Fria foi o confronto ideológico, político, econômico e militar entre o bloco capitalista e o comunista. Por causa dessa divisão em dois blocos, ou dois pólos, dizia-se que o mundo da segunda metade do século XX era bipolar.O bloco capitalista era formado pelos Estados Unidos, pelos países da Europa Ocidental – reunidos na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), aliança militar liderada pelos norte-americanos – e pelo Japão. O bloco comunista era formado pela URSS e por seus países satélites do Leste Europeu – reunidos no Pacto de Varsóvia, a aliança militar soviética –, além de países como Cuba (a partir de 1962) e Vietnã. A China estava bem 52 longe de ser a potência econômica de hoje e se achava mais preocupada em consolidar o regime internamente. Atuava externamente junto aos vizinhos asiáticos, mas, desde 1960, mantinha uma relação tensa com Moscou. Houve, ainda, uma tentativa de países em desenvolvimento de formar um terceiro pólo: o Movimento dos Países Não-Alinhados, do qual o Brasil fazia parte, mas que nunca se constituiu num grupo coeso e atuante. Cortina de Ferro A Guerra Fria foi iniciada logo após o fim da II Guerra Mundial. A fronteira entre a Europa Ocidental e os países do Leste era chamada de Cortina de Ferro, expressão lançada num célebre discurso do primeiro-ministro britânico Winston Churchill, em Fulton (EUA), em março de 1946, no qual propôs a formação de uma aliança para combater o avanço do comunismo, segundo ele a grande ameaça que pairava sobre o mundo após a guerra. A Cortina de Ferro incluía os países que haviam ficado sob a influência da URSS na divisão do mundo feita entre os países vencedores da II Guerra Mundial, nos acordos de Yalta e Potsdam. Essa partição da Europa entre Ocidental e Oriental era simbolizada pela divisão da Alemanha em duas e, mais especificamente, a partir de 1961, pelo Muro de Berlim. A cidade, que ficava na Alemanha Oriental (comunista), havia sido dividida após a guerra em quatro zonas, sob controle de cada uma das quatro potências ocupantes – EUA, URSS, Reino Unido e França –, os países vencedores da guerra. Em 1961, o governo alemão oriental, para estancar o fluxo de refugiados para o lado ocidental da cidade, construiu o muro cortando Berlim ao meio para impedir o livre trânsito entre as duas partes. Conflitos esparsos O termo Guerra Fria se origina da contraposição à guerra quente, isto é, à guerra de fato. Isso porque, diante do temor de uma guerra nuclear devastadora, os dois blocos não se enfrentavam diretamente. 53 Desse modo, o Terceiro Mundo – expressão da época para indicar os países pobres e em desenvolvimento – era o palco principal de confrontos militares abertos entre os blocos. Forças em choque nas guerras civis e em movimentos anticoloniais na América Latina, na África e na Ásia acabavam se alinhando a um ou outro bloco, em busca de apoio, como ocorreu em Angola, Moçambique, Vietnã, Coréia, Nicarágua e El Salvador. O temor de que a América Latina caísse sob influência do comunismo levou os Estados Unidos a apoiar sangrentas ditaduras militares na região nos anos 1960 e 1970, especialmente após a Revolução Cubana (1959). O continente era visto por Washington como sua “área de influência” desde o começo do século XX. Já a URSS mantinha sob rígida vigilância o regime de seus países aliados, invadindo-os para reprimir as tentativas de rebelião política na Hungria (1956) e na Tchecoslováquia (1968), bem como para controlar o governo do Afeganistão (1979-1989). O momento mais tenso da Guerra Fria foi o da crise dos mísseis em Cuba. Em 1962, a URSS instalou secretamente mísseis nucleares na ilha, que estava sob sua influência desde a aproximação com o regime de Fidel Castro, em 1961. Os mísseis poderiam atingir Washington em poucos minutos. Os norte-americanos descobriram, e o presidente John Kennedy ordenou um bloqueio naval de Cuba. Moscou chegou a enviar uma frota para um confronto, mas o líder soviético Nikita Khruschov cedeu e retirou os mísseis. Queda do muro No fim dos anos 1970, estava claro que o bloco soviético tinha dificuldade em acompanhar o ritmo econômico do Ocidente. Três personagens marcaram o período: o presidente Ronald Reagan, dos EUA, cuja corrida armamentista forçou a URSS a elevar seu gasto militar e acabou por quebrar o país; o papa João Paulo II, que estimulou a contestação do regime comunista em sua 54 Polônia natal; e o líder soviético Mikhail Gorbatchev, que iniciou o processo de abertura política (glasnost) e liberalização econômica (perestroika) na URSS. O desfecho ocorreu a partir de 1989. Sob pressão de manifestações pródemocracia, os governos dos países comunistas foram enfraquecendo. Em novembro houve a queda do Muro de Berlim. A Alemanha reunificou-se em 1990. Em 31 de dezembro de 1991, a URSS deixou de existir. A Federação Russa manteve 75% do território, metade da população e boa parte dos recursos e do arsenal militar convencional e atômico. Resumo DESTAQUE A Rússia busca um novo lugar de destaque no mundo. Aumentou gastos militares, está se aproximando do Ocidente e lançou um plano econômico para crescer e atrair investimentos externos. O país é uma das maiores economias emergentes do planeta, mas é dependente das exportações de petróleo e gás. Ele sentiu profundamente a crise global de 2008, que derrubou a demanda mundial por combustíveis. O ano de 2009 foi de forte redução do PIB. PUTIN O primeiro-ministro Vladimir Putin é o principal nome da política russa. Ele presidiu o país entre 2000 e 2008 e elegeu o sucessor, Dmitri Medvedev, que deve abrir mão de tentar a reeleição para que Putin concorra a um novo mandato no ano que vem. Uma das marcas de Putin é a repressão aos movimentos rebeldes das repúblicas que integram a Federação Russa. SEPARATISMO Um atentado terrorista promovido por separatistas da Chechênia deixou 35 mortos num aeroporto de Moscou em 2011. A tensão entre os povos 55 remonta à época do antigo Império Russo, quando diversos grupos foram subjugados pelo expansionismo russo. No século XX, o governo soviético de Josef Stálin sufocou a expressão dessas nacionalidades e deportou milhões. Com o fim da URSS, os problemas emergiram. A área mais conturbada é o Cáucaso, onde existem diversas repúblicas, com diferentes -etnias, todas dentro do Estado russo. GUERRA FRIA A Revolução Russa, em 1917, fundou o primeiro país comunista do planeta. A URSS tornou-se uma grande potência e, depois da II - Guerra rivalizou com os Estados Unidos por várias décadas, durante a Guerra Fria. Nesse período, a rivalidade opunha um bloco capitalista a um bloco comunista. O maior temor era de uma guerra nuclear, já que os dois países desenvolveram arsenais atômicos. Esse período terminou com o fim da URSS, em 1991. Em 2010, Rússia e EUA assinaram um acordo de redução do arsenal de armas nucleares. Observe a imagem a seguir: 1) Relacione o evento da imagem com a nova ordem mundial. 2) O que significava o muro de Berlin para o capitalismo x comunismo? Justifique. 3) O que foi a guerra fria? 4) Qual a situação atual da Rússia? O país ainda é comunista? Pertence a algum Bloco? 56 AMÉRICA 57 Segundo continente mais extenso, com 42 milhões de quilômetros quadrados de área, a América é formada por duas grandes massas de terra (América do Norte e América do Sul), unidas por uma estreita faixa (América Central). Um sistema de cadeias montanhosas percorre o território em sua porção oeste, sem interrupção, desde o estreito de Magalhães, no extremo sul, até o estreito de Bering, no extremo norte – a Cordilheira dos Andes, na América do Sul, e as Montanhas Rochosas, na América do Norte. No tempo das grandes navegações, os europeus deram à região o nome de Novo Mundo. O continente americano é registrado cartograficamente pela primeira vez em 1538, quando Gerardus Mercator publica sua versão do mapa-múndi. O termo América é usado para classificar as terras a oeste da Europa encontradas em 1492 por Cristóvão Colombo, navegador genovês a serviço da Espanha. O nome do continente se deve a outro navegador, o italiano Américo Vespúcio, cujas primeiras expedições à região datam de 1507. A América do Norte é colonizada principalmente por ingleses e franceses, enquanto espanhóis e portugueses dominam a maior parte da América Central e da América do Sul. Ao longo da cordilheira dos Andes, no sul, viviam anteriormente os povos incas, dizimados pelos colonizadores espanhóis. Seu mais importante legado arquitetônico é a cidade de pedra de Machu Picchu, no território do atual Peru. Outras civilizações pré-colombianas (anteriores à chegada de Colombo à América) muito desenvolvidas eram os maias e os astecas. Nenhum continente apresenta tamanho desequilíbrio regional quanto a América. Ao norte do México, os Estados Unidos (EUA) e o Canadá são duas das mais desenvolvidas nações mundiais. Os outros 33 países que compõem a América Latina estão num nível de desenvolvimento econômico e social bem inferior. Em 2011, EUA e Canadá somavam um Produto Interno Bruto (PIB) de 16,7 trilhões de dólares, ante 5,8 trilhões de dólares de todos os demais países americanos juntos (veja a tabela ao lado). Em 1994, os EUA propuseram a formação da Área de Livre-Comércio das Américas (Alca), com o objetivo de liberar o comércio no continente de 58 barreiras tarifárias – exceto Cuba. Para os EUA, tratava-se da possibilidade de aumentar a entrada de seus produtos e serviços em todos os países da América e diminuir seu enorme déficit comercial. Porém, a proposta encontra ampla resistência entre os movimentos sociais e sindicais latino-americanos, que temem particularmente a perda de empregos com uma possível invasão de produtos norte-americanos e realizam campanhas contra a Alca. Após sucessivas discussões em torno da formação do bloco econômico, a Cúpula das Américas de novembro de 2005, realizada em Mar del Plata, na Argentina, marca o fracasso do acordo, deixando as negociações em suspenso. O governo norte-americano demonstra agora interesse em fechar acordos de livre-comércio com os demais países do continente. Além do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta) com Canadá e México, firmado em 1994, os EUA assina acordos de livre-comércio com o Chile (2004), com a Colômbia (2011) e com alguns países da América Central por meio do DRCafta. Por sua vez, os países latino-americanos associam-se em blocos de integração econômica como o Mercado Comum do Sul (Mercosul), que inclui Argentina, Brasil, Paraguai, Uruguai e a Venezuela, admitida em 2012, a Comunidade Andina (CAN), com Bolívia, Colômbia, Equador e Peru, e a Aliança Bolivariana para as Américas (Alba), liderado pela Venezuela e composto de oito países cujos governos seguem uma orientação mais esquerdista, como Cuba, Bolívia, Equador e Nicarágua. Organização dos Estados Americanos A Organização dos Estados Americanos (OEA) é uma instância de diálogo multilateral originária de uma conferência continental realizada entre 1889 e 1890, em Washington, nos Estados Unidos. Sua fundação oficial ocorre apenas em 1948, e todos os prédios centrais funcionam na capital federal norte-americana. Em 2012, a OEA reúne 35 países das três Américas e do Caribe, além de observadores permanentes de 66 nações. A entidade possui quatro pilares de atuação: democracia, direitos humanos, segurança e desenvolvimento. Dentro dessas áreas, trabalha de muitas formas, como na 59 observação independente de pleitos eleitorais, acompanhamento de denúncias de violação aos direitos humanos, em negociações comerciais entre os países, ajuda econômica e humanitária em desastres naturais. Em 2012, por exemplo, a Venezuela pede para ser retirada da Comissão de Direitos Humanos da OEA, alegando que as decisões do órgão não são isentas. Nos últimos anos, a comissão denunciou o país por não punir os casos de violação de direitos humanos. O que é a América Latina? Os países latino-americanos distribuem-se pelas três regiões geográficas do continente – o México, na América do Norte, e todas as nações da América Central e do Sul, que possuem laços históricos e culturais. A maioria foi colonizada por nações europeias de língua latina (espanhol, português e francês), embora haja antigas possessões inglesas ou holandesas. O termo América Latina corresponde, também, a um critério geopolítico, pois esses países apresentam, em comum, profundas desigualdades sociais e instabilidade econômica. De acordo com o relatório 2012 do Banco Mundial, a pobreza na América Latina caiu de 44% para 30% entre 2003 e 2009. Mesmo assim, a região ainda é a mais desigual do planeta. Segundo relatório do Programa das Nações Unidas para os Assentamentos Humanos (ONU-Habitat), os 20% mais ricos ganham 20 vezes mais que os 20% mais pobres. O mesmo estudo também mostra que a região é a mais urbanizada do mundo. Atualmente, quase 80% dos latino-americanos moram nas cidades, índice duas vezes maior que o de regiões como África e Ásia. A acelerada e desorganizada urbanização criou megacidades com infraestrutura deficiente e graves déficits habitacionais: mais de um quarto da população vive em favelas ou comunidades carentes. 60 AMÉRICA DO NORTE Número de países: 3 Países: Canadá, Estados Unidos (EUA/USA) e México. 61 Países com grandes territórios, o Canadá e os EUA possuem disponibilidade de recursos naturais e elevado padrão de vida. Os EUA se destacam como a maior potência econômica e militar do planeta. O México apresenta perfil de desenvolvimento semelhante ao das demais nações latinoamericanas, mas sua economia está cada vez mais integrada à dos EUA e à do Canadá, graças ao Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). Geografia Física Compreende uma área de 23,5 milhões de quilômetros quadrados. A América do Norte é uma vasta extensão de terra de formato triangular. Suas principais elevações são a cordilheira do Alasca e as Montanhas Rochosas, a oeste, e a maior bacia hidrográfica – a do Mississippi-Missouri – a leste. Na fronteira do Canadá com os EUA, encontram-se os Grandes Lagos (Superior, Michigan, Eire, Huron e Ontario). A maior ilha do continente – e do mundo – situa-se na América do Norte: Groenlândia, com quase 2,2 milhões de quilômetros quadrados. Na porção norte, de clima continental frio, predominam as florestas de coníferas; o centro e o sudeste, de clima continental, são ocupados por florestas temperadas e pradarias; no sudoeste, há desertos. De acordo com o World Resources Institute, a América do Norte ainda conserva três quartos de suas florestas originais. População Há cerca de 466,6 milhões de habitantes no subcontinente em 2012, segundo estimativa do Banco Mundial. Por causa do clima frio, a concentração populacional é baixa no Alasca, na Groenlândia e no norte do Canadá. Aumenta em direção ao sul, apresentando-se altamente densa em centros urbanos como Cidade do México, Nova York e Los Angeles. A maioria dos 62 habitantes descende de colonizadores britânicos, franceses e espanhóis, de escravos africanos e de vários grupos de imigrantes (italianos, irlandeses, chineses etc.). As principais línguas faladas são o inglês, o espanhol e o francês. Economia Encontra-se plenamente industrializada nos Estados Unidos e no Canadá e, em menor grau, no México. A agricultura é altamente mecanizada e responde por grande parcela da produção mundial de alimentos, com destaque para os cereais, o milho, a soja e a laranja. A América do Norte possui vastas reservas de combustíveis fósseis e minérios. A cidade de Nova York, na costa leste norte-americana, é o principal centro financeiro internacional. Saiba mais: América do Norte I A América do Norte é composta pelo Canadá, Estados Unidos, México e Groelândia. É um continente extenso, o terceiro maior do mundo.Até o século XVI este continente era habitado pelos esquimós, peles-vermelhas e astecas. Os primeiros colonos a chegarem foram os ingleses, franceses, espanhóis e holandeses. A partir do século XIX, os navios e ferrovias facilitaram a entrada de novos colonos, que, em sua maior parte, vinham da Europa. Conhecendo a América do Norte A América do Norte possui grandes cordilheiras em suas regiões oeste e leste. As Montanhas Rochosas, que vão do Ártico ao México, recebem diferentes nomes durante toda a sua extensão na porção oeste do continente. Elas chamam atenção não só por sua beleza, mas também por serem ricas em minerais. Ao leste também há montanhas, contudo, elas são mais baixas se 63 comparadas com as existentes na região oeste. Estas montanhas mais baixas vão do Labrador ao Alabama e, durante grande parte de sua extensão, o nome que predomina é Apalaches. Entre essas duas extensas cadeias montanhosas, há planícies e pradarias cujos ambientes e seres vivos se modificam durante o percurso para o sul, desde o gelado Ártico até os trópicos da América Central. Na região do extremo-norte encontram-se as regiões geladas do Alasca e do norte do Canadá, onde habitam os esquimós, caçadores e pescadores. Apesar do clima gelado, foram criadas estruturas que permitem um número crescente de habitantes, atraídos por centros mineiros de ouro e urânio. Há ainda florestas de pinheiros, lariços e abetos, que os lenhadores derrubam para a manufatura de papel, rayon e para lenha. Ao sul dessas florestas, encontram-se planícies cobertas pelo trigo norte-americano e canadense. Nas áreas próximas aos Grandes Lagos e ao vale do rio São Lourenço, existem grandes e modernas cidades e também fazendas e minas. Indo mais para o sul, nos Estados Unidos, encontram-se terras férteis para a produção de milho. Nas bacias férteis dos rios Mississipi e Missouri é feito o plantio de tabaco, algodão e de frutas. Esses rios são extremamente importantes, pois, na época de cheia, eles inundam e fertilizam a região. No México existe um interior deserto, onde há poços de petróleo e minas de prata, matéria prima da qual o país é o maior produtor mundial. Outras riquezas minerais também são encontradas nesta região, entre elas estão: o ouro, o cobre, o zinco, etc. Embora conte com este recurso, a nação continua dando papel de destaque para a agricultura, onde seus principais produtos são: o café, açúcar, tomate e algodão. Ao leste da América do Norte estão localizadas muitas de suas maiores cidades, como Toronto e Montreal (no Canadá), Nova Iorque, Filadélfia, Detroit e Baltimore (nos Estados Unidos). É nessa região que se encontra grande parte do ferro e do carvão do continente, as maiores indústrias pesadas e o maior comércio. Na costa ocidental encontram-se as florestas e fazendas da Colúmbia Britânica, os pomares, os poços de petróleo e as plantações de algodão da 64 Califórnia. As maiores cidades do oeste são: Vancouver, São Francisco e Los Angeles. Hollywood também se situa nessa região. Os habitantes norte-americanos procedem de diferentes países: um quarto da população do Canadá fala francês, e o resto é de origem inglesa. Os milhares de habitantes dos Estados Unidos são, em sua grande parte, de origem europeia. Há também muitos negros, chineses, japoneses e índios. Fonte: http://www.suapesquisa.com/pesquisa/americadonorte.htm América do Norte II A América do Norte está localizada no extremo norte das Américas e é composta por apenas três países: Estados Unidos, Canadá e México, além de territórios de domínios europeus, como a Groelândia (pertencente ao Reino da Dinamarca, com representação no parlamento) e Bermudas (dependência britânica). Os dois primeiros países são os únicos do continente americano que estão inseridos no grupo dos países mais importantes político e economicamente, especialmente os Estados Unidos, que possuem a condição de maior potência mundial; já o México configura-se como um país em desenvolvimento, ou seja, emergente. Um fato determinante na atual condição dos países citados é o fator histórico. Assim como todas as nações das Américas, os Estados Unidos e o Canadá também foram colonizados por europeus, entretanto, o modo como foram desenvolvidos foi diferente, pois enquanto o centro e o sul das Américas foram colônias de exploração, as nações em questão viveram um processo de povoamento. A América do Norte é também conhecida por América Anglo-Saxônica (de língua inglesa) ou América desenvolvida. Aspectos naturais da América do Norte: A América do Norte é banhada ao norte pelo Oceano glacial Ártico; a oeste, pelo Oceano Pacífico; e a leste, pelo Oceano Atlântico. 65 Relevo Quanto ao relevo, a América do Norte apresenta basicamente três tipos, como ocorre em grande parte de todo continente americano. • Porção ocidental: abriga uma série de cadeias de montanhas, muitas dessas são vulcões que se encontram em atividade e, por isso, há uma grande ocorrência de terremotos. Dentre as muitas montanhas presentes, as principais são: Cadeias da Costa, Sierra Nevada e as montanhas Rochosas. • Porção oriental: corresponde a regiões onde se encontram planaltos e montanhas de idade geológica antiga e que sofreram diversos e longos processos erosivos. Os principais planaltos são: Labrador (Canadá) e Monte Apalache (Estados Unidos). • Porção central: essa região abriga extensas áreas compostas por planícies, abrangendo também rios e lagos. As mais conhecidas são: as planícies de Lacustre (Canadá), do Mississipi (Estados Unidos) e a planície dos Grandes Lagos. Hidrografia A hidrografia da América do Norte é bastante diversificada. No território canadense, os lagos predominam, existem pelo menos 150 mil lagos, grande parte de origem glacial. A maior concentração de lagos da América do Norte está localizada entre as fronteiras dos Estados Unidos e do Canadá. Os maiores e mais importantes lagos são: Superior, Michigan, Huron, Erie e Ontário, o primeiro possui 84 mil km2.Quanto aos rios, no Canadá o que se destaca é o Rio São Lourenço, isso porque serve como hidrovia entre os Grandes Lagos e o Oceano Atlântico. Nos Estados Unidos, o mais importante quanto à capacidade de navegação é o Rio Mississipi, outros importantes são Colorado e Columbia, ambos utilizados na irrigação e na geração de energia elétrica. 66 Clima e vegetação da América do Norte Em razão da dimensão territorial, na América do Norte são desenvolvidos diversos tipos de composição vegetativa e climática. Os principais são: Tundra: tipo de vegetação que se desenvolve a partir do degelo. É composto por liquens, musgos, ervas e arbustos de baixa estatura, em razão do clima frio com invernos longos e rigorosos. Floresta Temperada: esse tipo de vegetação ocorre em regiões onde predomina o clima temperado. Caracteriza-se por apresentar as estações do ano bem definidas com invernos frios e verões quentes, as florestas temperadas são compostas por árvores caducifólias e musgos, e há presença de cedros, carvalhos e pinheiros. Estepe e Pradaria: ocorre em áreas que possuem clima semiárido, com temperaturas elevadas e longos períodos de estiagem. Em virtude dessa adversidade, a composição vegetativa é bastante restrita com a presença de gramíneas e ausência de árvores. Vegetação desértica: desenvolve-se em regiões desérticas no sul dos Estados Unidos, na fronteira com o México, e também na região do Rio Colorado. O clima é desértico, por isso é seco durante todo o ano. Savana: ocorre em lugares onde há incidência de chuvas regulares durante o ano e temperaturas sempre abaixo de 10ºC nas estações do outono e inverno. Vegetação de montanhas: em razão da altitude, a temperatura tende a cair, assim, apresenta clima parecido com o clima frio; quanto à cobertura vegetal, existem poucas formas presentes. 67 Ausência de vegetação: ocorre em regiões da América do Norte que possuem temperaturas muito frias, ou seja, polares. Essa adversidade climática não permite o desenvolvimento de nenhuma forma de vegetação. Eduardo de Freitas - Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola | http://www.brasilescola.com/geografia/america-norte.htm Na internet: http://www.infoescola.com/geografia/america-do-norte/ EXTRAS: A Indústria: A América do Norte é a região mais industrializada da terra. A área metropolitana de Nova York dispõe do maior e melhor porto, por isso de situação privilegiada. Com a escassez de terras disponíveis, não contam com indústrias pesadas, predominando as têxteis, química, alimentícia e petrolífera. No Canadá, em diversas áreas é praticada a indústria extrativa em pontos isolados (petróleo e minas). No México destaca-se a mineração ( prata, principalmente) e a extração de petróleo. O Alasca: Conhecido nos Estados Unidos como “a última fronteira selvagem”, o Alasca compõe os 50 Estados norte-americanos e possui a maior extensão do país, superando Texas, Montana e Califórnia. Por ser muito grande, frio, e possuir uma natureza selvagem como sua principal característica, é um dos Estados menos povoados. Isso reflete em sua baixa densidade de população, que é de 0,42 habitantes por quilômetro quadrado, a menor dos EUA. O Alasca faz fronteira com o Canadá, território do Yukon e com a província da Colúmbia Britânica. É banhado pelo oceano Ártico e pelo oceano Pacífico, além disso, possui parques e ilhas em seu entorno. Pelo seu caráter de isolamento dos outros territórios americanos, o Alasca é considerado parte dos chamados Estados do Pacífico. Além disso, os únicos estados norte-americanos que possuem menos habitantes que o Alasca são Vermont, Wyoming e Dakota do Norte. A extensão do Alasca é tão grande que, se o Estado tornasse-se um país independente, estaria na posição de décimo sétimo maior país em extensão em escala mundial. Atualmente há uma grande 68 discussão sobre a independência do Estado. De acordo com as autoridades norte-americanas, o território é o único que pode ser atingido por mísseis provindos do extremo oriente. Entre todos os territórios dos EUA, o Alasca é considerado o mais setentrional e oriental do país. Isso ocorre devido à localização das 2 ilhas do Arquipélago Aleutas, que ficam no Hemisfério Oriental. Ao norte, o clima é mais gelado e de difícil sobrevivência, por isso as populações que habitam o Alasca vivem na parte sul e sudeste. Grande parte do território praticamente não tem população. Daí o surgimento do nome The Last Frontier, em português, A Última Fronteira. O nome do Estado tem origem em Alyeska, palavra que tem o significado de “terra grande”. Isso provém do idioma dos esquimós que povoam parte do território do Alasca. A história do Alasca remete ao ano de 1867, quando foi adquirido do Império da Rússia após longa insistência de William Henry Seward, que na época era o Secretário do Estado norte-americano. O valor pago pelo Alasca foi de aproximadamente sete milhões de dólares e, naquele tempo, o Secretário foi duramente criticado pelo gasto, pois os americanos achavam que o território não tinha nenhum benefício e era um bloco de terra, gelo e ursos. Apesar disso, neste Estado criticado houve grande descoberta de reservas naturais, que atraem todos os anos milhares de turistas. No cinema, o Alasca foi retratado no filme Na Natureza Selvagem, em que um jovem recém-formado decide abandonar a família e iniciar uma jornada pelos EUA com destino final ao Estado, seu maior desafio. No longa-metragem Um Mundo Perfeito, dirigido e atuado por Clint Eastwood, um presidiário que foge da cadeia e sequestra um garoto carrega um cartão postal do Alasca no bolso. Presente de seu pai, o cartão acaba sendo peça fundamental do filme. Em várias passagens, este personagem refere-se ao Alasca como A Última Fronteira. Dados e informações importantes: 69 País que Pertence: Estados Unidos da América Capital do Estado: Juneau Cidades principais: Juneau, Barrow, Bethel, Fairbanks, Homer, Kodiak, Palmer, Nome, Unalaska Localização Geográfica: extremo noroeste dos EUA População: 663.661 (2005) Densidade Demográfica (habitantes por km²): 0,42 Altitude média: 3.060 metros Área (em km²): 1.717.854 Administração: 28 distritos Principais Atividades Econômicas: extração de petróleo, minérios, serviços, indústria e pesca. Rio Principal: rio Yukon Temperatura média anual: 3 °C Clima: clima polar Índice Pluviométrico anual: 1.500 mm Pontos Turísticos e Culturais - Inside Passage (fiordes e geleiras) - Skagway - Museu da Trilha do Ouro - Ketchikan (cidade antiga) - Fiorde Tracy Arm - Parque Nacional de Glacier Bay - Monumento Nacional de Misty Fiords Fontes: http://wikitravel.org/pt/Alasca http://www.contracampo.com.br/46/mundoperfeito.htm http://omelete.uol.com.br/cinema/na-natureza-selvagem/ http://www.suapesquisa.com/paises/eua/alasca.htm 70 A Groenlândia: Considerada a mais vasta ilha do Planeta, é uma região independente da Dinamarca, situada na vizinhança do litoral norte do Canadá e do oceano Glacial Ártico; ao sul ela se limita com o Atlântico. Seu solo é recoberto por uma camada de gelo em pelo menos 84% de sua extensão, o que delimita inevitavelmente a prática econômica do povo que aí reside, localizando-a somente na esfera costeira. O gelo está tão presente nesta nação que apenas a Antártica a transcende neste ponto. Habitada hoje por cerca de 57 mil pessoas, a Groenlândia era uma terra inexistente, do ponto de vista europeu, até a emergência do século X, quando os vikings da Islândia aí aportaram. Ela não era, porém, completamente desconhecida da Humanidade, pois populações da região ártica, conhecidas como esquimós e atualmente denominadas Inuit, já haviam ocupado este território antes, embora o tivessem abandonado pouco antes da chegada dos islandeses. Os ascendentes dos inuítes – povos indígenas vinculados culturalmente ao Ártico, dotados de atributos físicos que os capacitam a viver em regiões frias – desembarcaram na Groenlândia por volta do início do século XIII. Eles permaneceram nesta ilha durante séculos, mas foram os antigos vikings que conquistaram, por meio de reivindicações dos dinamarqueses, o domínio do país, colonizando-o do século XVIII em diante, além do monopólio do comércio desta região. O clima da ilha é muito gelado, o que justifica a quase inexistência de plantas; a pouca vegetação está disseminada por todo o país. A floresta mais importante está situada na cidade de Nanortalik, no sul desta área. Os verões são brandos e os invernos muito severos. O norte do país apresenta o maior tesouro econômico da ilha, os múltiplos e abundantes minérios, particularmente minas de chumbo, minério de ferro, carvão, molibdênio, ouro, platina e urânio. A economia se alimenta tão somente da atividade mineral e da pesca. No mais, a Groenlândia, que se resume a uma extensão de 2,2 milhões de km², depende do suporte econômico dos dinamarqueses. Sua moeda oficial é a coroa da Dinamarca. Durante a Segunda Grande Guerra, o país se libertou concretamente dos dinamarqueses, tanto nos aspectos sociais quanto nos econômicos. Após 71 conquistar este feito, ele se aliou aos Estados Unidos e ao Canadá. Com o fim da conflagração bélica, porém, a ilha retornou ao domínio da Dinamarca, embora não mais como colônia, e sim como região independente, posição conquistada em 1979. Neste novo contexto a Dinamarca não está mais vinculada à União Europeia, apesar de manter o estatuto de sócia da comunidade. Atualmente 88% dos seus habitantes constituem o grupo étnico inuíte ou a miscigenação destes nativos com a população da Dinamarca; os outros 12% englobam os europeus, que se ocupam da extração de minérios do solo da Groenlândia. A principal religião da população é a luterana. As línguas oficialmente praticadas na ilha são a groenlandesa e a dinamarquesa. Sua capital é a cidade de Nuuk. Fontes Analisadas: http://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_Groenl%C3%A2ndia http://www.brasilescola.com/geografia/groenlandia.htm http://pt.wikipedia.org/wiki/Inuit AMÉRICA CENTRAL 72 Número de países: 20. Países: Antígua e Barbuda, Bahamas, Barbados, Belize, Costa Rica, Cuba, Dominica, El Salvador, Granada, Guatemala, Haiti, Honduras, Jamaica, Nicarágua, Panamá, República Dominicana, Santa Lúcia, São Cristóvão e Névis, São Vicente e Granadinas e Trinidad e Tobago. A região responde a cerca de 1% do Produto Interno Bruto (PIB) da América (2011) e sobrevive principalmente da agricultura e do turismo. Abriga também paraísos fiscais – países ou territórios que não cobram impostos e garantem anonimato aos investidores para atrair capitais. Pelo Canal do Panamá, a principal passagem entre o oceano Atlântico e o Pacífico, circulam 5% de todo o comércio marítimo mundial. A única nação comunista do continente – Cuba – fica na região, assim como vários territórios (Estados não independentes), como Aruba (pertencente à Holanda), Porto Rico (EUA), Montserrat (Reino Unido) e Guadalupe (França). Geografia Física 73 A América Central, com 750,6 mil quilômetros quadrados, é formada pelo istmo que une a América do Norte à América do Sul e pelas ilhas do mar do Caribe. A porção insular é composta de quatro ilhas maiores, as Grandes Antilhas – Cuba, Porto Rico, Jamaica e Hispaniola (que abriga Haiti e República Dominicana) –, além de incontáveis ilhotas. O território centroamericano possui relevo montanhoso, com vários vulcões ativos. No verão, o Caribe é assolado por furacões, com ventos de até 300 quilômetros por hora. Quase metade das florestas tropicais da região já foi derrubada, segundo o World Resources Institute. População Reúne 81,2 milhões de habitantes em 2012. A densidade demográfica apresenta-se alta nas ilhas do Caribe e, no continente, em núcleos urbanos, como Manágua, Guatemala e Cidade do Panamá. A região é povoada em grande parte por mestiços, descendentes de índios, africanos e colonizadores europeus. As línguas mais faladas são o inglês, o espanhol e o francês. Economia A agricultura emprega a maioria da população. Banana, cana-de-açúcar, algodão e tabaco têm cultivos intensivos e são produtos de exportação. A industrialização é incipiente e limita-se ao processamento de produtos agrícolas. Nos últimos anos ocorre uma expansão do turismo na região do Caribe. Aprofundamento 74 AMBIENTE NATURAL Em termos estritamente geológicos, a América Central vai desde o istmo de Tehuantepec, no sul do México, até o vale do rio Atrato, na Colômbia. É uma região montanhosa e uma das zonas do continente americano com maior número de vulcões ativos. O relevo sobe abruptamente da estreita região costeira do oceano Pacífico para as cristas das montanhas e desce gradualmente para uma vasta região que se estende ao longo do mar do Caribe. Existe uma passagem interoceânica no Panamá, o canal do Panamá. Outra passagem, bastante usada antes da construção do canal – particularmente durante a “corrida do ouro” nos Estados Unidos – é constituída pelo rio San Juan e o lago de Nicarágua; a última etapa, entre o lago e o oceano Pacífico, devia ser feita por terra. O inconveniente dessa via interoceânica é que só é praticável para embarcações de pequeno calado. Os rios de maior curso da América Central desembocam no Caribe, enquanto os menores deságuam no Pacífico. Há três grandes lagos: Nicarágua, Manágua e Gatún. A variação da temperatura é maior em relação à altitude do que à latitude. Distinguem-se três zonas climáticas principais: a chamada terra quente, que engloba regiões do nível do mar até a altitude de 910 m; a terra temperada, que abrange regiões de 915 m a 1.830 m; a terra fria, que abrange regiões de até 3.050 m aproximadamente. As costas caribenhas têm um regime de chuvas bem distinto do da costa do Pacífico. A secura relativa das encostas do litoral do Pacífico se deve à presença de ar frio estável, produzido pela corrente fria da Califórnia, que impede a absorção do vapor da água, reduzindo as possibilidades de precipitação. Já os efeitos da água temperada do mar do Caribe permitem que o ar absorva a umidade, que é transportada pelos ventos predominantes do leste. As terras 75 baixas da floresta tropical das costas caribenhas e do Pacífico assemelham-se às selvas ou florestas tropicais da América do Sul. A vegetação apresenta semelhanças com a da América do Norte com altitudes entre 1.000 m e 1.600 m, com florestas de pinheiros e carvalhos. Na Costa Rica, a 3.100 m, crescem arbustos parecidos com os da cordilheira dos Andes. Já a fauna é mais parecida com a da América do Sul do que com a da América do Norte. POPULAÇÃO A maioria da população é indígena ou mestiça. A população da costa caribenha é predominantemente negra e mulata. Pelo menos metade da população de Belize é de origem africana. Em geral, o elemento indígena está menos presente no sul da Nicarágua, na Costa Rica e no Panamá. Em 1989, a região tinha uma população de 28,4 milhões de habitantes. A densidade demográfica chega a mais de 385 hab/km2 em algumas partes do planalto central da Costa Rica, mas fica abaixo dos 4 hab/km2 em extensas zonas do oriente hondurenho e nicaragüense. O espanhol é o idioma oficial de todos os países, exceto de Belize onde fala-se inglês. Muitas das populações indígenas utilizam o seu próprio idioma (ver Línguas indígenas das Américas). A religião católica é a predominante. ECONOMIA No início da década de 1990, os países da América Central tinham uma economia subdesenvolvida, em que a agricultura era a atividade econômica mais importante. A indústria manufatureira dedicava-se ao tratamento de matérias-primas exportáveis e a renda per capita anual era muito baixa. A agricultura é a base do desenvolvimento econômico. As culturas mais importantes para exportação são café, banana, cana-de-açúcar, cacau, borracha e mandioca. Esses produtos são cultivados extensivamente, enquanto os alimentos para o consumo interno provêm de pequenas 76 propriedades agrícolas tradicionais. Nas regiões secas do ocidente centroamericano, pratica-se a agropecuária em grandes fazendas. A pesca e a exploração florestal são atividades menores na economia. A exportação de minerais é pequena. El Salvador, Honduras e Nicarágua produzem ouro, prata, chumbo, cobre e antimônio em quantidades limitadas. A Guatemala exporta também pequenas quantidades de petróleo bruto. HISTÓRIA A região compreendida entre o México e a Colômbia tem uma rica história de civilizações pré-colombianas. A mais importante foi a maia. Essa civilização indígena entrou em decadência por volta do ano 900 e seu povo foi conquistado pelos toltecas. O istmo foi habitado também por outros povos que não alcançaram o nível de desenvolvimento dos maias. Em 1502, Cristóvão Colombo tomou posse da América Central em nome da coroa espanhola. Em 1510, Vasco Nunes de Balboa fundou em Darién a primeira colônia produtiva da América. Pedro Alvarado consolidou o controle de todo o istmo. Os indígenas foram escravizados ou reduzidos à servidão pelos espanhóis, que implantaram uma sociedade agrícola baseada em instituições importadas da península Ibérica. Apesar de tudo, os costumes e as tradições indígenas se mantiveram. A América Central colonial foi dividida em duas jurisdições. O reino da Guatemala, que se estendia de Chiapas (atualmente estado do México) até a Costa Rica, era parte do Vice-reinado da Nova Espanha. O restante do território foi agregado à Nova Granada (atual Colômbia), inicialmente dependente do Vice-reinado do Peru. Em 1821, a classe crioula da Guatemala, imitando a do México, rompeu sua vassalagem com a Espanha. A zona passou a integrar o Império mexicano de Agustín de Iturbide até 1823, quando tornou-se independente do México e formou as Províncias Unidas da América Central. 77 Chiapas continuou pertencendo ao México, enquanto o Panamá fazia parte da Grande Colômbia de Simón Bolívar. As Províncias Unidas embarcaram em um programa ambicioso, mas pouco realista, de reformas políticas e desenvolvimento econômico. A guerra civil foi o resultado do regionalismo exacerbado. Em 1838, com a revolta iniciada pelo líder guatemalteco Rafael Carrera, a federação começou a desintegrar-se e surgiram como repúblicas independentes a Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua e Costa Rica. Nessa época, a Grã-Bretanha começava a substituir a Espanha como força dominante na região. O assentamento britânico de Belize tornou-se o principal centro de comércio de toda a América Central com o exterior. Em 1862, Belize tornou-se oficialmente colônia inglesa, com o nome de Honduras Britânica. Em 1903, movidos por seu interesse particular na construção do canal, os Estados Unidos pressionaram o Panamá para que obtivesse a independência, desmembrando-se do território colombiano. Fonte: http://www.coladaweb.com/geografia/continentes/america-central EXTRAS: A América Central é dividida em trecho continental e insular. A América Central Continental corresponde a uma restrita faixa de terras emersas que ligam a América Central à América do Norte e à América do Sul. Nesse istmo estão estabelecidos sete países: Belize, Guatemala, Honduras, El Salvador, Nicarágua, Costa Rica e Panamá. O que é ISTMO? Um istmo é uma porção de terra estreita cercada por água em dois lados e que conecta duas grandes extensões de terra. 78 A América Central Insular (ou formado por ilhas) corresponde a um grupo de ilhas localizadas no Mar das Antilhas conhecido como Mar do Caribe, que é ramificado em Grandes Antilhas, Pequenas Antilhas e Bahamas. Na primeira Antilha estão presentes as nações mais importantes do Caribe tais como Cuba, Jamaica, Haiti, República Dominicana e Porto Rico, que faz parte do controle dos Estados Unidos, apesar disso não possui representantes no congresso. As Pequenas Antilhas são compostas por oito nações autônomas: Antígua e Barbuda, Barbados, Dominica, Granada, Santa Lúcia, São Cristóvão, Nevis, São Vicente, Granadinas e Trinidad e Tobago, além de cinco possessões do Reino Unido: Anguilla, Ilhas Cayman, Ilhas Turks e Caicos, Ilhas Virgens Britânicas e Montsserat. Existem ainda duas possessões da Holanda, as Antilhas Holandesas e Aruba; duas possessões da França: Guadalupe e Martinica; e uma possessão dos Estados Unidos: as Ilhas Virgens Americanas. Características naturais da América Central Uma grande parcela do território que compõe a América Central é ocupada por montanhas que periodicamente desenvolve o processo de vulcanismo e também de terremotos. As áreas que apresentam as planícies se restringem à costa do Atlântico e do Pacífico. A América Central está situada praticamente em sua totalidade na zona intertropical, no entanto, desenvolve outros tipos de climas provenientes das altitudes, a partir disso é possível identificar três domínios climáticos. Terras quentes representam as regiões onde estão as planícies e os baixos planaltos, onde ocorrem temperaturas médias mensais de cerca de 25ºC, com características de climas tropical úmido e equatorial. 79 Terras temperadas localizam-se em áreas entre as planícies e as montanhas, predominam temperaturas médias de aproximadamente 20ºC e desenvolve o clima tropical de altitude. Terras frias correspondem a lugares que são constituídos por montanhas elevadas e que por isso ocasionam temperaturas semelhantes de clima frio. O relevo das Ilhas do Caribe é constituído por montanhas formadas por eventos vulcânicos, na verdade, muitas dessas montanhas são vulcões, alguns são ativos como Pelée localizado em Martinica. Eduardo de Freitas Graduado em Geografia Fonte Analisada: http://www.brasilescola.com/geografia/america-central.htm As Antilhas Recebe o nome de Antilhas um arquipélago localizado a leste da América Central, cujas fronteiras são o Mar do Caribe, ao sul e oeste, o Golfo do México ao noroeste, e o Oceano Atlântico a norte e leste. Geograficamente, as ilhas das Antilhas estão divididas em três grupos: Grandes Antilhas a oeste, as Pequenas Antilhas a sudeste, e o arquipélago Lucayan mais a norte (dividido entre Bahamas e ilhas Turks e Caicos). A região das Grandes Antilhas reúne as ilhas de maior dimensão, como Cuba (um pouco maior que o território de Portugal), Jamaica (duas vezes a área do Distrito Federal), Porto Rico (um pouco menor que a Jamaica), e Hispaniola (ilha politicamente dividida entre Haiti, que ocupa 1/3 de sua área 80 total e República Dominicana, distribuída pelos outros 2/3 restantes; Hispaniola tem um território do tamanho do estado de Santa Catarina). Os países da área são: Cuba Haiti República Dominicana Jamaica Os territórios não-independentes localizados na região das Grandes Antilhas são: Ilhas Cayman (uma colônia britânica) Ilha Navassa, (Refúgio de Vida Selvagem, um território não-incoporado aos EUA) Porto Rico (Território livremente Associado aos EUA) Os principais centros são Havana, capital cubana, com pouco mais de 2 milhões de habitantes; outras cidades importantes são Santo Domingo, capital da República Dominicana, San Juan, capital de Porto Rico e George Town, capital das ilhas Cayman. Outra área de destaque são o conjunto conhecido como Pequenas Antilhas. Trata-se de um conjunto de ilhas, dispostas em formato de arco, sendo cada uma em média do tamanho de um município brasileiro, e que formam uma região distinta do Caribe. Nelas geralmente encontram-se picos de 18 vulcões, dispostos por mais de 700 km, numa zona onde ocorre o encontro das placas tectônicas do Caribe e da América do Sul. Elas também são conhecidas como Ilhas de Sotavento (as mais ao norte) e Ilhas de Barlavento (mais ao sul). Às vezes, a parte meridional de Bonaire e Curaçao (antes parte da hoje extinta federação das Antilhas Holandesas), Aruba e ainda o território de Trinidad e Tobago não são classificados como pertencentes à região. Esses territórios foram disputados, ao logo dos séculos, 81 por Espanha, França, Inglaterra e Holanda, das quais foram ou ainda são colônias. A independência da maior parte deles se deu entre as décadas de 1960 e 1980. Politicamente, a área ainda conserva algumas colônias. Os países da área são: Antígua e Barbuda Barbados Dominica Granada (divide as ilhas Granadinas com São Vicente e Granadinas) São Cristóvão e Névis Santa Lúcia São Vicente e Granadinas Trinidad e Tobago Os territórios não-independentes localizados na região das Pequenas Antilhas são: Anguilla (colônia britânica) Aruba (território dos Países Baixos) Bonaire (território dos Países Baixos) Curaçao (território dos Países Baixos) Saba (território dos Países Baixos) Sint Eustatius (território dos Países Baixos) Sint Maarten (território dos Países Baixos – parte de uma ilha dividida com Guadalupe, território francês) Guadalupe (departamento ultramarino da França) Ilhas Virgens Americanas (território dos EUA) Ilhas Virgens Britânicas (colônia do britânica) Martinica (departamento ultramarino da França) Montserrat (colônia britânica) Fonte: Pequenas Antilhas. Disponível em: http://wikitravel.org/pt/Pequenas_ Grandes Antilhas. Disponível em: http://wikitravel.org/pt/Grandes_Antilhas 82 O Triangulo das Bermudas O Triângulo das Bermudas, também chamado de Triângulo do Diabo, é uma região delimitada por linhas imaginárias no Oceano Atlântico. Sua área, que compreende as Ilhas de Bermudas, Porto Rico, Flórida e Bahamas, possui extensão de aproximadamente 3,9 milhões de quilômetros quadrados, podendo variar em virtude dos aspectos geofísicos da região. Essa área é conhecida mundialmente pelos “sobrenaturais”, fenômenos tais como os desaparecimentos inexplicáveis de navios e aviões. O caso mais famoso é o do voo 19, no qual uma esquadrilha composta por cinco aviões simplesmente desapareceu ao sobrevoar a região do Triângulo das Bermudas, em dezembro de 1945. Com isso, muitos começaram a acreditar que, ao passar por essa região, as pessoas pudessem ser abduzidas, entrar em outra dimensão ou ser submetidas a algum fenômeno metafísico. Porém, alguns cientistas explicam que, na verdade, a área que compreende o Triângulo das Bermudas sofre distúrbios do campo magnético terrestre, podendo provocar o naufrágio de embarcações. Em 2010, os cientistas australianos Joseph Monaghan e David May chegaram à conclusão de que esses desaparecimentos no Triângulo das Bermudas são provocados por grandes bolhas de gás metano originadas do solo oceânico, fenômeno muito comum nessa área. Segundo esses pesquisadores, o gás atinge a superfície oceânica e se dissolve na água, reduzindo a flutuação e provocando o naufrágio de navios. Contudo, essas teses apresentadas são contestadas por parte da comunidade científica. Sendo assim, há a necessidade do desenvolvimento de mais pesquisas para solucionar esse enigma. Por Wagner de Cerqueira e Francisco Graduado em Geografia Equipe Brasil Escola http://www.brasilescola.com/geografia/triangulo-das-bermudas.htm Leia mais: http://www.dn.pt/Common/print.aspx?content_id=1638000 http://pessoas.hsw.uol.com.br/triangulo-das-bermudas.htm/printable 83 O Canal do Panamá O Canal do Panamá é um imenso canal construído pelos americanos com o intuito de ligar o Oceano Atlântico ao Oceano Pacífico. Com o sucesso da construção do Canal de Suez, ligando o Mar Mediterrâneo ao Golfo de Suez, era a vez de facilitar a vida dos ianques que tinham de viajar até as gélidas águas do Estreito de Magalhães no extremo sul da América para viajar da costa leste à costa oeste numa travessia arriscada, cara e longa: eram mais de 15 mil quilômetros a percorrer. Entretanto, como tudo na vida americana, a construção do Canal tinha motivos um pouco menos altruístas que simplesmente facilitar a navegação inter oceânica. O Panamá, na época uma província Colombiana, poderia ser uma boa base estratégica para o tio Sam. Depois de conseguir a permissão dos britânicos, que eram donos de inúmeras possessões no Caribe, anulando o tratado de Clayton-Bulwer segundo o qual ambos se comprometiam a não iniciar a construção sem o consentimento mútuo, Ferdinand de Lesseps, engenheiro francês, dá início às obras em 1879. Infelizmente, para ele. De início, a obra foi um desastre levando-o à falência dez anos depois. Era então chegada à hora dos americanos interferirem. Convicto de que a construção do canal seria algo importante para os americanos, Theodore Rosevelt, presidente dos EUA de 1901 a 1909, ofereceu 40 milhões de dólares ao engenheiro que trabalhara com Lesseps e que havia fundado a Compagnie Nouvelle Du Canal de Panama encarregada de vender o espólio da falida empresa de Ferdinand, pelo direito de continuar a construção. Mas, mesmo depois de ter conseguido, através dos tratados HayPaucefote, que a Inglaterra abrisse mão de ser sócia na construção do canal e ainda permitisse que os EUA construíssem uma base militar na região, os americanos ainda tinham uma pedra pelo caminho: a Colômbia queria mais 84 dinheiro pela companhia francesa. Foi então que, em outubro de 1903, os funcionários da Panama Railroad Company deflagraram um pseudo movimento separatista com o apoio dos fuzileiros norte-americanos a bordo do encouraçado Nashville. Os colombianos nada tiveram a fazer senão aceitar e, um mês depois, os norte-americanos assinaram o Tratado Hay – Bunau Varilla (ou Isthmian Canal Convention), segundo o qual possuem domínio perpétuo sobre uma zona de 16 km ao longo do canal em troca de 10 milhões de dólares aos panamenhos e mais 250 mil dólares anuais. Assim, o canal foi construído a partir de 1904 e, mais dez anos depois foi inaugurado. O saldo da construção de uma das maiores obras de engenharia americana, o canal possui 80 km de extensão, foram mais de 5 mil mortos por malária e febre amarela a um custo de 360 milhões de dólares. Anos depois, em 1921, os EUA assinaram um tratado especial de reconciliação com os colombianos pagando 25 milhões de dólares como indenização. Atualmente, o Canal do Panamá é a principal via de navegação entre os dois oceanos por onde passam cerca de 12 mil navios por ano de todos os tipos. O canal funciona através de um sistema de eclusas para compensar a diferença de altitude entre o Atlântico e o Pacífico e entre estes e o Lago Gatun que fica bem no meio do canal e é o ponto de maior altitude. Fonte: http://www.infoescola.com/hidrografia/canal-do-panama/ Mais sobre o Canal do Panamá: http://www.brasilescola.com/geografia/canal-panama.htm http://portogente.com.br/noticias/gazeta/duplicacao-do-canal-do-panamarenova-o-desafio-de-engenharia-78784 85 AMÉRICA DO SUL Número de países: 12. 86 Países: Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Colômbia, Equador, Guiana, Paraguai, Peru, Suriname, Uruguai e Venezuela. A América do Sul possui vastos recursos naturais e graves problemas econômicos e sociais. Nas décadas de 1960 e 1970, a maior parte dos países sul-americanos estava submetida a ditaduras militares, geralmente apoiadas pelos Estados Unidos (EUA). Turbulências políticas continuam, a despeito da democratização iniciada na década de 1980. Nos anos 1990, em razão do alto endividamento interno e externo, vários países sul-americanos aplicaram as políticas do Fundo Monetário Internacional (FMI), que comprimiram as contas públicas mas não eliminaram as crises. Nos últimos anos, essa parte do continente passa por uma “onda de esquerda”. Em vários países, presidentes considerados de esquerda são eleitos, em contraste com a situação vivida em décadas recentes. Essa tendência começa na Venezuela com a eleição de Hugo Chávez, em 1998. Depois são eleitos no Brasil Luiz Inácio Lula da Silva (2002) e Dilma Rousseff (2010), na Argentina, Néstor Kirchner (2003) e Cristina Kirchner ( 2007), no Uruguai, Tabaré Vázquez (2004) e José Mujica (2010), na Bolívia, Evo Morales (2005), no Chile, Michelle Bachelet, e, no Equador, Rafael Correa (ambos em 2006), e no Paraguai, Fernando Lugo (2008). Geografia Física Com 17,8 milhões de quilômetros quadrados, a América do Sul une-se à América do Norte pelo istmo central e separa-se da Antártica pelo estreito de Drake. A porção oeste é ocupada pela cordilheira dos Andes, cujo ponto mais alto é o pico Aconcágua (6.960 metros). As planícies centrais abrigam a bacia hidrográfica do Orinoco, a Amazônica e a do Prata. Na região norte, onde o clima é equatorial, encontram-se florestas tropicais úmidas. Os rios que descem a cordilheira dos Andes em direção ao oceano Pacífico são, em geral, curtos, enquanto os que correm em direção ao Atlântico, extensos, como Amazonas, Tocantins, São Francisco, Paraná e da Prata. 87 O sul possui faixas de clima desértico, como na região de Atacama, e uma zona temperada, ocupada por florestas subtropicais e pelos pampas argentinos. De acordo com o World Resources Institute, a América do Sul preserva quase 70% de suas florestas. A maior mata nativa é a da Amazônia, seguida das florestas temperadas do Chile e da Argentina. População A América do Sul tem 400,6 milhões de habitantes em 2011. Vazios demográficos (como as densas florestas tropicais, o deserto de Atacama e as porções geladas da Patagônia) convivem com regiões de alta densidade populacional, como as cidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Buenos Aires, Lima e Santiago. A população descende principalmente de espanhóis e portugueses, africanos e indígenas, com alta porcentagem de mestiços. As principais línguas são o espanhol e o português. Economia A indústria está centrada no beneficiamento de produtos agrícolas e na produção de bens de consumo. No Brasil e na Argentina, ela é mais diversificada e abrange setores como extração e refino de petróleo, siderurgia, metalurgia, química e automobilística, entre outras. O Brasil é responsável por cerca de três quintos da produção industrial sul-americana. A mineração no continente inclui a extração de petróleo (com destaque para o Brasil e a Venezuela), cobre, estanho, manganês, ferro, zinco, chumbo, alumínio, prata e ouro. No Brasil, destacam-se também a produção de alumínio e a única mina de urânio da região. A agricultura é intensiva nas áreas tropicais, onde há cultivos de exportação, como café, cacau, banana, cana-deaçúcar, algodão e cereais. A pecuária é praticada em larga escala no sul e no centro, e o Brasil lidera a exportação mundial de carne bovina, além de estar entre os maiores exportadores de carne suína e de aves. 88 Saiba mais: A América do Sul está localizada em grande parte no hemisfério sul, na zona intertropical ocidental. A América do Sul abrange um território de 18 milhões de quilômetros quadrados e é banhada a leste pelo oceano Atlântico, a oeste pelo oceano Pacífico e ao norte pelo mar das Antilhas, conhecido como do Caribe. O subcontinente abordado é privilegiado em área costeira, ao longo do litoral sul-americano são identificados diversos acidentes geográficos, um exemplo desse tipo de configuração é o Estreito de Margalhães, que liga o oceano Pacífico ao Atlântico, além das Malvinas (arquipélago com mais de duzentas ilhas, localizadas na costa Argentina), Fernando de Noronha (vinte ilhas de origem vulcânica, localizadas na costa nordeste do Brasil); e na costa do Equador, as ilhas Galápagos, instituídas pela ONU (Organização das Nações Unidas) como Patrimônio Natural da Humanidade. Aspectos naturais da América do Sul Relevo Toda a costa leste da América do Sul é composta por planaltos de origem geológica muito antiga, em razão disso sofreu longos processos erosivos e atualmente possui características relativamente planas. No interior da América do Sul identifica-se uma predominância de planaltos com pouca elevação e planícies. No extremo ocidente do subcontinente o relevo é constituído por grandes altitudes, onde está localizada a Cordilheiras dos Andes, que corresponde a um dobramento alpino oriundo do encontro entre a placa de nazca e a placa sulamericana, razão pela qual a região desenvolve uma grande incidência de abalos sísmicos. A Cordilheira dos Andes estende-se desde a Venezuela até o 89 Chile, possui aspectos distintos que variam de acordo com cada particularidade, pode ser classificado como: Andes setentrionais úmidos, Andes centrais ou áridos e Andes meridionais ou frios. Hidrografia A América do Sul, em recurso hídrico, possui uma das maiores bacias hidrográficas do mundo, como a bacia do Amazonas, que é a maior do mundo. O grande potencial hídrico desse subcontinente é proveniente dos aspectos climáticos que predominam em grande parte do território onde prevalecem os climas úmidos (equatorial e tropical úmido) com altos índices pluviométricos. As principais bacias hidrográficas presentes na América do Sul são: Bacia Amazônica: está localizada na floresta Amazônica e abrange Brasil, Bolívia, Peru, Equador, Colômbia, Venezuela e Guiana. Bacia do Prata: corresponde à união de três sub-bacias (Paraná, Paraguai e Uruguai). Bacia do Rio São Francisco: encontra-se totalmente em território brasileiro e tem como rio principal o São Francisco. Clima e Vegetação Em razão da extensão territorial, no sentido norte-sul, o continente sofre influência de duas zonas climáticas: a intertropical e a temperada do sul. Dessa forma, são identificados climas equatorial, tropical, além da presença de clima mediterrâneo e temperado. O relevo é um dos primordiais na composição dos climas, ao longo de toda planície amazônica não há altitudes que possam impedir a locomoção de massas de ar quente ou fria, servindo assim como uma espécie de corredor de 90 passagem de massas que seguem seu trajeto para interagir com as características locais e assim dar origem às distintas variações climáticas. Além dos climas já apresentados, na América do Sul são identificados ainda os climas: frio de montanha, característico dos Andes; semiárido, que ocorre nos Andes Central e nordeste brasileiro; e árido ou desértico, que ocorre na Patagônia (Argentina) e no Atacama (Chile). Como o clima em grande parte é o equatorial e tropical, desenvolve grandes florestas do tipo latifoliadas, que corresponde à floresta equatorial, como a Amazônica. Nas áreas de clima tropical, que ocorre nos territórios do Brasil, Paraguai, Venezuela e Colômbia, ocorrem vegetações tais como as savanas (cerrado no planalto central brasileiro, chaco no Paraguai e Bolívia e lhanos na Venezuela). E nas regiões de clima tropical úmido ocorrem as florestas tropicais como a floresta Atlântica na costa brasileira. Nas regiões onde prevalece o clima subtropical, como no sul do Brasil, Uruguai e Argentina, ocorrem vegetações como Mata de Araucária, além de estepes e pradarias. Em uma restrita parcela da América do Sul ocorre o clima temperado, essa característica climática se apresenta no sul do Chile, a vegetação que desenvolve na região é a floresta temperada. Por Eduardo de Freitas Graduado em Geografia Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/america-sul.htm Na Internet: http://www.suapesquisa.com/geografia/ http://www.suapesquisa.com/geografia/america_do_sul.htm http://www.riosvivos.org.br/canal.php?canal=19&mat_id=916 91 Reforçando: Questão 1 Com extensão territorial de 42 milhões de quilômetros quadrados, a América é o segundo maior continente. Essa grande porção territorial é subdividida em três grandes regiões, denominadas subcontinentes. Cite os três subcontinentes da América e indique três países de cada um deles. Questão 2 Analise as afirmativas sobre os aspectos humanos da América e marque (F) para as alternativas falsas e (V) para as alternativas verdadeiras. ( ) A população continental é bastante miscigenada, com origens dos povos indígenas, negros africanos, asiáticos e europeus (principalmente: espanhóis, portugueses, ingleses, franceses, italianos e alemães). ( ) Com 925,2 milhões de habitantes, o continente americano é o mais populoso do planeta. ( ) Apesar de apresentar a maior quantidade de países, a América Central é o subcontinente americano menos habitado. ( ) Entre os três subcontinentes da América, a América do Sul é o que possui o maior contingente populacional. ( ) Estados Unidos e Canadá, ambos da América do Norte, apresentam os melhores indicadores sociais de todo o continente. 92 Questão 3 Relacione a coluna dos países com as respectivas capitais: 1 - Canadá ( ) Caracas 2 - Haiti ( ) Assunção 3 - Paraguai ( ) Havana 4 - México ( ) São José 5 - Brasil ( ) Ottawa 6 - Colômbia ( ) Brasília 7 - Cuba ( ) Kingston 8 - Argentina ( ) Cidade do México 9 – Estados Unidos ( ) Bogotá 10 – Costa Rica ( ) Buenos Aires 11 - Venezuela ( ) Porto Príncipe 12 - Jamaica ( ) Washington Questão 4 A América apresenta características econômicas distintas conforme cada região. Destaque as principais atividades desenvolvidas em cada subcontinente e cite os blocos econômicos do continente americano. Resposta Questão 1 A América está dividida em três subcontinentes: América do Norte, América Central e América do Sul. A América do Norte possui aproximadamente 23,5 milhões de quilômetros quadrados. Apenas três países integram esse subcontinente: Canadá, Estados Unidos e México. 93 Com extensão territorial de 735,6 mil quilômetros quadrados, a América Central possui 20 países, entre eles estão: Costa Rica, Cuba, Jamaica, El Salvador, Nicarágua, Haiti, Honduras, etc. A América do Sul apresenta extensão territorial de 17,8 milhões de quilômetros quadrados, abrigando 12 países: Brasil, Argentina, Chile, Paraguai, Uruguai, Suriname, entre outros. Resposta Questão 2 a) Verdadeiro – A população do continente americano apresenta grande diversidade étnica, com herança dos indígenas (povos nativos), europeus (colonizadores e imigrantes), além dos negros (trazidos da África para o trabalho escravo). b) Falso – O continente americano é habitado por 925,2 milhões de pessoas, sendo o terceiro mais populoso, atrás da África (1 bilhão de habitantes) e da Ásia (4,1 bilhões de habitantes). c) Verdadeiro – A América Central possui a maior quantidade de países entre os três subcontinentes: 20. No entanto, essa é a porção menos habitada do continente americano – 78,3 milhões de pessoas. d) Falso – A América do Sul é o segundo subcontinente mais populoso (389 milhões de habitantes), visto que a América do Norte é habitada por 457,9 milhões de pessoas. e) Verdadeiro – Essas duas nações estão entre as mais desenvolvidas do planeta. O Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desses dois países é elevado: Canadá (0,966); Estados Unidos (0,956). 94 Resposta Questão 3 1 - Canadá ( 11 ) Caracas 2 - Haiti ( 3 ) Assunção 3 - Paraguai ( 7 ) Havana 4 - México ( 10 ) São José 5 - Brasil ( 1 ) Ottawa 6 - Colômbia ( 5 ) Brasília 7 - Cuba ( 12 ) Kingston 8 - Argentina ( 4 ) Cidade do México 9 – Estados Unidos ( 6 ) Bogotá 10 – Costa Rica ( 8 ) Buenos Aires 11 - Venezuela ( 2 ) Porto Príncipe 12 - Jamaica ( 9 ) Washington Resposta Questão 4 A América economicamente. do Norte Estados é Unidos o subcontinente e Canadá são mais desenvolvido países altamente industrializados, considerados desenvolvidos. O México, por sua vez, é um país emergente e tem apresentado evolução econômica. A agricultura na América do Norte apresenta grande mecanização. Outro destaque são as várias reservas de minérios e combustíveis fósseis. A economia da América Central baseia-se nas atividades agrícolas e turísticas. Os produtos agrícolas com grandes cultivos e destinados à exportação são: banana, cana-de-açúcar, algodão e tabaco. 95 As belezas naturais dos países localizados nas ilhas do Caribe atraem milhões de turistas. A indústria é pouco desenvolvida, atuando nos segmentos de processamento de produtos agrícolas. O setor econômico sul-americano apresenta grandes disparidades entre os países desse subcontinente. Brasil, Argentina e Chile possuem uma economia mais diversificada, abrigando muitas indústrias e maior tecnologia nas atividades rurais. As outras nações têm na agricultura e na mineração as principais fontes de receitas. Três blocos econômicos são formados exclusivamente por países da América: Nafta (Acordo de Livre Comércio da América do Norte) – formado pelos países da América do Norte: Estados Unidos, Canadá e México. Mercosul (Mercado Comum do Sul) – integrado por nações sulamericanas: Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. CAN (Comunidade Andina) – Colômbia, Equador, Bolívia e Peru são os países membros desse bloco econômico. 96 ÁSIA Número de países: 45. Países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bangladesh, Barein, Brunei, Butão, Camboja, Catar, Cazaquistão, China, Cingapura, Coreia do Norte, Coreia do Sul, Emirados Árabes Unidos, parte asiática da Rússia, Filipinas, Iêmen, Índia, Indonésia, Irã, Iraque, Israel, Japão, Jordânia, Kuweit, Laos, Líbano, Malásia, Maldivas, Mianmar, Mongólia, Nepal, Omã, Paquistão, Quirguistão, Síria, Sri Lanka, Tadjiquistão, Tailândia, Taiwan (Formosa), Timor-Leste, Turcomenistão, parte asiática da Turquia, Uzbequistão e Vietnã. 97 A Ásia é o maior e o mais populoso continente. Na cordilheira do Himalaia estão os pontos mais altos do planeta, em especial o monte Everest, de 8.844 metros, na fronteira entre o Nepal e a China. Abriga paisagens inóspitas, como o deserto quente da Arábia e o deserto frio de Gobi, além da gelada Sibéria. Situam-se no continente asiático algumas das maiores concentrações humanas, em megacidades como Tóquio (Japão), Mumbai (ex-Bombaim, na Índia), Xangai (China) e Daca (Bangladesh). Além disso, é o berço de algumas das mais antigas civilizações e das principais religiões do planeta. Seu maior monumento, a Grande Muralha da China, é considerado a única edificação humana visível do espaço. O nome Ásia deriva de Asswa e Iasia, como os hititas e egípcios chamavam a costa ocidental e regiões meridionais da Ásia Menor, no segundo milênio a.C. Na mitologia grega, Ásia é uma das filhas dos deuses Oceano e Tétis. Outra filha é Europa. Alguns pesquisadores relacionam o nome com a raiz semítica das palavras esch ou ushos, cujo significado é o lugar onde o sol nasce. Os recursos naturais do continente são imensos. A Ásia é responsável por quase metade do petróleo produzido do mundo e possui as maiores reservas conhecidas, nos países do golfo Pérsico, principalmente na Arábia Saudita e no Iraque. Outras jazidas petrolíferas com enorme potencial, situadas na Ásia Central, começam a ser exploradas nos últimos anos. No continente existem nações com forte produção industrial e de exportação, como Japão, China, Coreia do Sul e Taiwan, e regiões atrasadas, com graves problemas sociais, principalmente na Ásia Central. Superados o colonialismo europeu e o período da Guerra Fria, que alimentou guerras como a da Coreia (1950/1953) e a do Vietnã (1959/1975), mantêm-se alguns embates envolvendo disputa territorial. São exemplos, o conflito entre israelenses e palestinos no Oriente Médio e entre a Índia e o Paquistão, na região da Caxemira. 98 Cerca de metade das forças militares dos Estados Unidos (EUA) pelo mundo encontra-se no continente. Aproximadamente 66 mil deles estão no Afeganistão, que, sob a acusação de apoiar organizações terroristas, são atacados e militarmente ocupado por tropas lideradas pelos EUA em 2001. Com a morte de Osama bin Laden, líder da rede terrorista Al Qaeda, em maio de 2011, o governo norte-americano anuncia o início da retirada de suas tropas, que deve ser concluída até 2014. Os EUA também ocupam militarmente o Iraque em 2003 e derrubam o governo de Saddam Hussein, alegando que o país desenvolve armas de destruição em massa, o que não é comprovado. A retirada das tropas do Iraque é concluída em dezembro de 2011. A extensão do território, o tamanho da população e as peculiaridades do relevo fazem da Ásia um continente de continentes. Ali se encontram a maior nação em extensão de terra (Rússia) e os países mais populosos (China e Índia). Entre sua porção mais ocidental, no Oriente Médio, e a mais oriental, no Japão, estende-se um mundo de paisagens e culturas diferentes: • O Oriente Médio, berço das três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), com sua abundância de petróleo, escassez de água e permanente tensão provocada pelo conflito árabeisraelense. • A Ásia Central, que reúne países desmembrados da antiga União Soviética, com sua diversidade étnica e grande presença do islamismo. • O Subcontinente Indiano, com enorme população e profundas desigualdades sociais, riquíssima cultura e agudas contradições religiosas, que opõem a Índia (de maioria hindu) ao Paquistão (de maioria muçulmana sunita). 99 • O sudeste da Ásia, com economia fortemente apoiada no setor eletroeletrônico, que vem se recuperando da crise financeira iniciada na região e disseminada por todo o globo em 1997. • O Extremo Oriente, sub-região que, com o Japão, a Coreia do Sul e a China, é a maior força industrial da Ásia. Além dessas regiões, há o norte do continente, que inclui a parte asiática da Rússia, porção mais vasta, menos populosa e pouco industrializada do país. O Equilíbrio de forças no Oriente Médio Localizado estrategicamente entre o Ocidente e o Oriente, dono das maiores jazidas de petróleo conhecidas e berço das três grandes religiões monoteístas (judaísmo, cristianismo e islamismo), o Oriente Médio é palco de alguns dos principais conflitos mundiais. Entre os focos centrais de instabilidade na região estão a ocupação da Palestina por Israel e seu atual bloqueio econômico à população da Faixa de Gaza, as ocupações militares lideradas pelos Estados Unidos (EUA) no Afeganistão e o programa nuclear iraniano. As revoltas da Primavera Árabe, iniciadas em janeiro de 2011, trazem novos componentes ao panorama político e ao equilíbrio de forças na região. A instabilidade que a região enfrenta atualmente tem como principal fator a criação do Estado de Israel, em 1948, e a expulsão do povo palestino de seu território. Cerca de 4,8 milhões de palestinos estão refugiados, segundo a ONU. A forma como as nações da região se relacionam com Israel e o impasse na Palestina dividem o Oriente Médio em dois grupos: o daqueles que apoiam o Estado de Israel ou mantêm com ele acordos de interesses e o daqueles que se recusam a aceitar Israel ou mantêm disputas importantes com o país. 100 Pró-Israel e EUA No primeiro grupo estão Arábia Saudita e Jordânia, países árabes, com governos absolutistas e que são aliados dos EUA. Alinham-se a esse grupo o Fatah, corrente política da atual direção da Autoridade Palestina, que administra a Cisjordânia ocupada, e a coalizão 14 de Março, do atual governo do Líbano. Israel mantém relações pacíficas e acordos com essa facção. O Egito (república africana, mas geopoliticamente ligada ao Oriente Médio) também representa papel central nessa aliança. No entanto, a queda do regime ditatorial de Hosni Mubarak em 2011 e a ascensão de Mohamed Morsi da Irmandade Muçulmana, eleito em junho de 2012, podem alterar esse alinhamento. Israel teme que Morsi, abertamente favorável à causa palestina, quebre o acordo de paz de Camp David. Assinado pelos dois países em 1979, o tratado é um dos pilares para a contenção de conflitos na região. Aliados do Irã Na outra ponta está o Irã, que conta com o apoio da Síria, país árabe e de Estado laico, e dos grupos Hezbollah (no Líbano) e Hamas (corrente que administra Gaza). Esses grupos recebem ajuda financeira do governo iraniano e se unem no discurso anti-Israel. É um fator importante no quadro político da região a ascensão do Irã como república islâmica, constituída em uma revolução popular em 1979. A diretriz iraniana de difundir seu islamismo revolucionário e anticapitalista e sua negação pública à criação e à existência de Israel levam a uma contínua ofensiva ocidental. Atualmente, o Irã é pressionado a interromper seu programa de enriquecimento de urânio. As potências ocidentais temem que o país possa construir bombas atômicas capazes de ameaçar Israel. Conflitos na Síria Com os levantes populares da Primavera Árabe, novos fatos podem mudar as relações de força no Oriente Médio. Os conflitos na Síria vêm 101 causando intensa mobilização dos principais atores da região. O país, que sofre sanções econômicas dos Estados Unidos sob a acusação de apoiar e armar o grupo Hezbollah no Líbano e ambiciona recuperar as Colinas de Golã, ocupadas ilegalmente por Israel, sofre forte pressão internacional devido à violenta repressão do governo de Bashar al-Assad aos levantes populares. Desde o início da crise, o governo do Irã é um dos poucos países a apoiar veementemente o regime de Al-Assad, buscando manter a sustentação da aliança anti-israelense. Por sua vez, países como Arábia Saudita e Catar são acusados de fornecer armas aos insurgentes sírios. Outro ator importante no Oriente Médio é a Turquia. Democracia parceira dos EUA na Otan, a aliança militar ocidental, ela amplia laços comerciais na região e, gradualmente, afasta-se de Israel. Os turcos também se envolvem na crise síria, oferecendo proteção aos rebeldes. A tensão se amplia em outubro de 2012, quando o Exército turco revida um ataque supostamente cometido pelas tropas de Al-Assad. Toda essa agitação no Oriente Médio é acompanhada com atenção pelas potências ocidentais, que temem perder influência e tentam defender seus interesses políticos e econômicos na conturbada região. Aprofundamento ORIENTE MÉDIO A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Possui extensão territorial de mais de 6,8 milhões de quilômetros quadrados, com população estimada de 260 milhões de habitantes. É composta por 15 países: Afeganistão, Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia. 102 Clima: O clima do Oriente Médio é árido e semiárido, o que proporciona o predomínio de uma paisagem vegetal marcada pela presença de espécies xerófilas (nas áreas de clima árido), ou de estepes e pradarias (nas áreas de clima semiárido). Apenas pequenas faixas de terra, na porção litorânea, apresentam climas um pouco mais úmidos, onde há presença de formações vegetais arbustivas. Atividades Econômicas: O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade econômica. A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o alimentício. 103 O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano). Religiões: No Oriente Médio, aproximadamente 238 milhões de pessoas (cerca de 92% da população) são muçulmanas. A maioria pertence às seitas sunita e xiita (sugeridas logo após a morte do profeta Maomé, em 632 d.C.). Há grupos menores de mulçumanos, como os drusos e os alauitas. A região abriga ainda cerca de 13 milhões de cristãos, muitos de igrejas árabes, como a copta ou a maronita, que estão entre as mais antigas do cristianismo. Além disso, também vivem no Oriente Médio cerca de 6 milhões de judeus, quase todos em Israel. A migração desses deu-se em ondas, originárias primeiro da Europa e, depois, de todo o mundo. Por isso, no Estado judeu encontram-se inúmeros grupos étnicos cujas culturas, tradições, orientações políticas e práticas religiosas variam muito e são livremente expressas. Consequências dos conflitos no Oriente Médio Conflitos: A região do Oriente Médio é uma das áreas mais conflituosas do mundo. Diversos fatores contribuem para isso, entre eles: a sua própria história; origem dos conflitos entre árabes, israelenses e palestinos; a posição geográfica, no contato entre três continentes; suas condições naturais, pois a maior parte dos países ali localizados é dependente de água de países vizinhos; a presença de recursos estratégicos no subsolo, caso específico do petróleo; posição no contexto geopolítico mundial. 104 As fronteiras das novas nações, definidas de acordo com interesses europeus, não consideraram a história e as tradições locais, consequentemente vários conflitos ocorreram e continuam ocorrendo no Oriente Médio. Os novos Estados árabes – Iraque, Kuwait, Síria, Líbano, Jordânia – brigaram por recursos naturais e território. O conflito mais grave ocorreu na Palestina, para onde, até o fim da Segunda Guerra, havia migrado meio milhão de judeus. Quando foi criado o Estado de Israel, cinco países árabes atacaram, na primeira das seis guerras entre árabes e israelenses. Jerusalém: Os cartógrafos medievais situavam Jerusalém no centro do mundo e, para muita gente, a Cidade Velha continua a ser assim considerada. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. Israel reivindica a cidade como sua capital eterna; já os palestinos a querem como capital de seu Estado. Os países que fazem parte do Oriente Médio são ricos em petróleo, no entanto, são pobres em água. Essas nações enfrentam sérios problemas relacionados à escassez de água. Diversos países, como a Arábia Saudita e as pequenas nações do Golfo Pérsico, fazem dessalinização da água do mar, mesmo assim são grandes compradores de água mineral. Na região do Oriente Médio, os países que detêm em seu território nascentes de água, rios e aquíferos, são privilegiados por possuir esse riquíssimo e raro recurso. 105 Diante da escassez de água, surgem conflitos entre países para definir quem domina as pouquíssimas bacias hidrográficas e águas subterrâneas. Um exemplo de disputa por água existe entre Israel, Líbano, Síria e Jordânia, que, por serem países fronteiriços, disputam o domínio da Bacia do rio Jordão. No ano de 1967, Israel invadiu a Síria, que abriga em seu território a colina de Golã, onde está a nascente do rio Jordão. Esse rio é praticamente a única fonte de água para Israel e Jordânia. O Oriente Médio, nos últimos anos, apresentou um crescimento populacional, o que elevou o consumo de água e reduziu a quantidade da mesma disponível nos mananciais, fato que tem contribuído para agravar ainda mais os focos de conflito entre os países. Outro foco de conflito acontece nas proximidades dos rios Tigre e Eufrates. Ambos nascem em território turco e o escoamento de suas águas segue rumo ao Golfo Pérsico; abastecendo a Síria e o Iraque. Diante disso, esses países temem o controle turco sobre as nascentes dos rios; pois a Turquia pode represar suas águas para realização de irrigação, construção de usinas hidrelétrica ou para qualquer outro fim. Dessa forma, o abastecimento da Síria e do Iraque ficaria comprometido. Fonte: http://www.brasilescola.com/geografia/oriente-medio.htm http://www.brasilescola.com/geografia/oriente-medio-escassez-agua.htm 106 Estudando um pouco mais: PARTE 1 - ASIA Questão 1 Analise as afirmativas e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) Com 44,9 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a 30% das terras emersas do globo, a Ásia é o maior continente do planeta. ( ) O continente asiático é o mais populoso, sendo a Índia o país de maior concentração populacional do mundo. ( ) Todos os países asiáticos são considerados subdesenvolvidos, pois a economia desse continente baseia-se nas atividades agrícolas. ( ) A Ásia, em especial os países do Oriente Médio, é responsável pela produção de cerca de 50% do petróleo mundial. ( ) O Japão é a principal nação industrializada do continente asiático, sendo a Coreia do Sul e a China outros países de grande industrialização. Questão 2 Sobre os aspectos físicos da Ásia é correto afirmar que: a) A Grande Muralha da China é considerada a única edificação humana visível do espaço. b) Na Cordilheira do Himalaia estão os pontos mais altos do planeta. c) O relevo asiático é caracterizado por planícies de baixas altitudes, não havendo, portanto, grandes cadeias montanhosas. d) Devido à localização dos países asiáticos na placa tectônica Euroasiática, não há terremotos nessa região. e) Os montes Urais, o mar Cáspio e as montanhas do Cáucaso são uma das divisas naturais do continente asiático e europeu. 107 Questão 3 A Ásia apresenta grande disparidade econômica entre suas nações. As atividades econômicas desenvolvidas no continente são bem variadas. Nesse sentido, indique os principais elementos da economia asiática. Questão 4 Devido ao rápido desenvolvimento econômico durante a década de 1970, além da localização, quatro países da Ásia ficaram conhecidos mundialmente como os “Tigres Asiáticos”. Marque a alternativa que indica essas quatro nações. a) Indonésia, Coreia do Sul, China e Taiwan (Formosa). b) Índia, Cingapura, Coreia do Norte e Hong Kong. c) Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan (Formosa) e Cingapura. d) Taiwan (Formosa), Coreia do Sul, Malásia e Cingapura. Resposta Questão 1 a) Verdadeiro – A Ásia é o maior continente do planeta, cuja extensão territorial é de 44,9 milhões de quilômetros quadrados, correspondendo a 30% das áreas continentais do globo terrestre. A América, com 42 milhões de quilômetros quadrados, é o segundo maior continente. b) Falso – Com 4,1 bilhões de habitantes, a Ásia é o continente mais populoso, no entanto, a China é o país de maior concentração populacional da Terra (1.345.750.973 habitantes). A Índia, por sua vez, é o segundo país mais populoso – 1.198.003.272 habitantes. 108 c) Falso – Muitos países asiáticos são considerados subdesenvolvidos. Entretanto, algumas nações estão entre as mais desenvolvidas do planeta (Japão e Coreia do Sul). Outros países são considerados emergentes (China, Índia, Arábia Saudita, etc.). d) Verdadeiro – A Ásia produz quase metade do petróleo do mundo e possui as maiores reservas conhecidas, nos países do Golfo Pérsico, principalmente na Arábia Saudita e no Iraque. e) Verdadeiro – Com alto desenvolvimento econômico, o Japão é a principal nação industrial da Ásia. A Coreia do Sul e a China são países que têm apresentado altos índices de industrialização. Resposta Questão 2 a) Verdadeiro – Construída durante a China Imperial, tendo o início das obras por volta de 220 anos a.C., a Grande Muralha da China é a única edificação humana visível do espaço. b) Verdadeiro – A Cordilheira do Himalaia abriga o monte Everest, de 8.844 metros, na fronteira entre o Nepal e a China, sendo o ponto mais alto do planeta. c) Falso – O relevo asiático apresenta a maior altitude média da Terra (960 metros), consequência da presença de grandes cadeias montanhosas, entre as quais estão a cordilheira do Himalaia e a do Kunlun. d) Falso – A Ásia é o continente mais afetado por terremotos, pois está localizada numa das áreas mais sísmicas da Terra (em uma zona de convergência entre placas tectônicas). Os países asiáticos mais afetados são: Indonésia, Japão, Índia, Tailândia, entre outros. 109 e) Verdadeiro – A fronteira convencional entre Ásia e Europa é determinada pelos montes Urais, pelo rio Ural, pelo mar Cáspio, pelas montanhas do Cáucaso e pelo mar Negro. Resposta Questão 3 A Ásia é um continente que tem apresentado grande desenvolvimento econômico, entretanto, as desigualdades socioeconômicas estão se intensificando entre os países asiáticos. Japão e Coreia do Sul possuem elevados indicadores sociais, a economia dessas duas nações é extremamente desenvolvida, havendo uma grande força industrial. A China e a Índia também estão apresentando acelerado desenvolvimento industrial. No Oriente Médio, a economia baseia-se na extração mineral, especialmente na produção de petróleo e gás natural, visto que essa região comporta cerca de 50% das reservas mundiais de petróleo. No entanto, a maioria dos países asiáticos tem na agricultura a principal atividade econômica, empregando mais de 50% da força de trabalho asiática. Índia, Paquistão e Bangladesh são os principais produtores agrícolas do continente. A Ásia é responsável por 90% da produção de arroz no mundo. Resposta Questão 4 a) Falso – A indonésia e a China não integram os países chamados “Tigres Asiáticos”. b) Falso – Índia e Coreia do Norte não fazem parte dos “Tigres Asiáticos”. 110 c) Verdadeiro - Coreia do Sul, Hong Kong, Taiwan (Formosa) e Cingapura são as nações que, em razão de seu modelo de desenvolvimento econômico e localização, foram denominados Tigres Asiáticos. d) Falso – A Malásia não é considerada um dos “Tigres Asiáticos”, visto que o país obteve desenvolvimento econômico após a década de 1970. PARTE 2 – ORIENTE MÉDIO Questão 1 A economia do Oriente Médio sofre influência direta do clima, solo e topografia do terreno. Quais as principais atividades econômicas na região Questão 2 A região que compreende o Oriente Médio está localizada na porção oeste do continente asiático, conhecida como Ásia ocidental. Quais os países que compõem o Oriente Médio? Questão 3 (VUNESP) As noções de islamismo, pensamento ocidental e cultura indiana, remetem para a categoria de: a) raças; b) nacionalidades; c) civilizações; d) etnias; e) religiões. 111 Questão 4 (VEST - RIO) A Guerra do Líbano, o conflito Irã/Iraque, a questão Palestina, a Guerra do Golfo são alguns dos conflitos que marcam ou marcaram o Oriente Médio. Das alternativas abaixo, aquela que corretamente explica essa situação conflituosa é: a) a disputa de terras favoráveis ao cultivo, como as encontradas na planície da Mesopotâmia, numa área desértica. b) os grandes lucros provenientes do petróleo que não beneficiam a maioria da população nos países árabes. c) o aumento, de forma rápida, do preço do barril de petróleo nos países membros da OPEP. d) a criação do Estado de Israel, sob a tutela britânica, numa região de ricas reservas de petróleo. e) o emaranhado de culturas, religiões e interesses estrangeiros numa área localizada a meio caminho entre a Ásia, Europa e África. Questão 5 Fuvest-SP A chamada Ásia Ocidental constitui importante área de encontro de três continentes: a Ásia, a África e a Europa. É marcada, principalmente, pela instabilidade dos limites políticos, diversidade étnica da população e multiplicação das crenças religiosas. Três grandes religiões têm sua “Cidade Santa” na Ásia Ocidental. São elas: a) Fetichismo, islamismo e judaísmo. b) Budismo, hinduísmo e maometismo. c) Judaísmo, cristianismo e islamismo. d) Cristianismo, bramanismo e islamismo. e) Budismo, judaísmo e islamismo. 112 Questão 6 Apresente as características do clima do Oriente Médio. Resposta Questão 1 O petróleo é o principal produto responsável pela economia dos países do Oriente Médio. Nessa região está localizada a maior concentração mundial dessa fonte energética (aproximadamente 65% de todo o petróleo mundial). Essa grande quantidade de petróleo, aliada a fatores econômicos e políticos, criou as condições para a formação, em 1960, de um dos mais importantes cartéis do mundo atual, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Outra atividade econômica importante no Oriente Médio é a agropecuária. Por ser realizada dominantemente de forma tradicional, com uso de pouca tecnologia e mecanização, essa atividade incorpora cerca de 40% da população economicamente ativa. O predomínio de climas áridos e semiáridos na região é bastante prejudicial para o desenvolvimento dessa atividade econômica. A atividade industrial no Oriente Médio apresenta pouca expressividade. Nos países petrolíferos, há a existência de refinarias e petroquímicas. Outras indústrias se relacionam aos setores mais tradicionais, como o têxtil e o alimentício. O turismo é outra atividade que vem apresentando importância para alguns países do Oriente Médio, a exemplo de Israel e Turquia (que recebem cerca de 2,5 milhões de turistas por ano). 113 Resposta Questão 2 Os países que integram a região do Oriente Médio são: Arábia Saudita, Bahrain, Catar, Egito, Emirados Árabes Unidos, Iêmen, Irã, Iraque, Israel, Jordânia, Kuwait, Líbano, Omã, Síria, Turquia. Resposta Questão 3 a) Falso – a categoria raças está relacionada primordialmente a cor de uma população. É importante ressaltar que esse termo está em desuso, sendo utilizado, em seu lugar, composição étnica. b) Falso – nacionalidades não envolvem necessariamente as noções de islamismo, pensamento ocidental e cultura. c) Verdadeiro - A civilização é composta por relações sociais em diferentes estágios, compreendendo aspectos religiosos, ideológicos, culturais, entre outros. d) Falso – Etnias não envolvem os conceitos religiosos e tipos de pensamentos. e) Falso – Apenas o islamismo se refere a um fator religioso. Portanto a alternativa correta é a letra C. Resposta Questão 4 a) Falso – Essa área não apresenta características favoráveis às atividades primárias. Os conflitos citados acima não foram desencadeados por motivos de apropriação de áreas para cultivo. b) Falso - A questão da Palestina não envolve questões petrolíferas, havendo disputas territoriais com o estado de Israel, principalmente, pela ocupação da cidade de Jerusalém. 114 c) Falso - Os conflitos no Oriente Médio não têm como principal agente motivador o aumento do preço do barril de petróleo nos países membros da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). d) Falso - A criação do Estado de Israel desencadeou uma série de conflitos no Oriente Médio, no entanto, a área destinada à sua construção não apresenta grandes reservas de petróleo. e) Verdadeiro – O Oriente Médio apresenta uma diversidade cultural imensa, o que muitas vezes gera conflitos armados. A criação de Israel nessa região agravou ainda mais esse processo. Além da localização do Oriente Médio ser, do ponto de vista geopolítico, extremamente estratégico, pois faz fronteira com a Europa e a África. Portanto,a alternativa correta é a letra E. Resposta Questão 5 a) Falso – O fetichismo não é caracterizado como religião. b) Falso – O Budismo e hinduísmo são religiões de origem indiana, não considerando a cidade de Jerusalém como “Cidade Santa”. c) Verdadeiro - A cidade de Jerusalém é considerada por essas três religiões a “Cidade Santa”. Para os Judeus, o Muro das Lamentações, parte do Segundo Templo, é o local mais sagrado de todos. Acima dele está o Domo da Rocha, o terceiro local mais importante no islamismo, de onde Maomé subiu aos céus. A poucos quarteirões dali, a Igreja do Santo Sepulcro assinala o local tradicional da crucificação, do enterro e da ressurreição de Jesus. d) Falso – o bramanismo é uma religião de origem indiana, não tendo Jerusalém como “Cidade Santa”. e) Falso – O Budismo não considera a cidade de Jerusalém como “Cidade Santa”. 115 Portanto,a alternativa correta é a letra C. Resposta Questão 6 O clima do Oriente Médio é árido e semiárido. Somente em pequenas faixas de terra, na porção litorânea, é possível encontrar climas um pouco mais úmidos, área onde há presença de formações vegetais arbustivas. Nas áreas de maior altitude, nos topos dos planaltos e nas montanhas, é possível observar forte influência do clima temperado e a presença de uma rala vegetação de campos e pradarias. 116 ÁFRICA Introdução Nas escolas e nos livros, costumamos estudar apenas a história de um povo africano: os egípcios. Porém, na mesma época em que o povo egípcio desenvolvia sua civilização, outros povos africanos faziam sua história. Conheceremos abaixo alguns destes povos e suas principais características culturais. 117 O povo Bérbere Os bérberes eram povos nômades do deserto do Saara. Este povo enfrentava as tempestades de areia e a falta de água, para atravessar com suas caravanas este território, fazendo comércio. Costumavam comercializar diversos produtos, tais como: objetos de ouro e cobre, sal, artesanato, temperos, vidro, plumas, pedras preciosas etc. Costumavam parar nos oásis para obter água, sombra e descansar. Utilizavam o camelo como principal meio de transporte, graças a resistência deste animal e de sua adaptação ao meio desértico. Durante as viagens, os bérberes levavam e traziam informações e aspectos culturais. Logo, eles foram de extrema importância para a troca cultural que ocorreu no norte do continente. Os bantos Este povo habitava o noroeste do continente, onde atualmente são os países Nigéria, Mali, Mauritânia e Camarões. Ao contrário dos bérberes, os bantos eram agricultores. Viviam também da caça e da pesca. Conheciam a metalurgia, fato que deu grande vantagem a este povo na conquista de povos vizinhos. Chegaram a formar um grande reino ( reino do Congo ) que dominava grande parte do noroeste do continente. Viviam em aldeias que era comandada por um chefe. O rei banto, também conhecido como manicongo, cobrava impostos em forma de mercadorias e alimentos de todas as tribos que formavam seu reino. O manicongo gastava parte do que arrecadava com os impostos para manter um exército particular, que garantia sua proteção, e funcionários reais. Os habitantes do reino acreditavam que o maniconco possuía poderes sagrados e que influenciava nas colheitas, guerras e saúde do povo. 118 Os soninkés e o Império de Gana Os soninkés habitavam a região ao sul do deserto do Saara. Este povo estava organizado em tribos que constituíam um grande império. Este império era comandado por reis conhecidos como caia-maga. Viviam da criação de animais, da agricultura e da pesca. Habitavam uma região com grandes reservas de ouro. Extraíam o ouro para trocar por outros produtos com os povos do deserto (bérberes). A região de Gana tornou-se com o tempo, uma área de intenso comércio. Os habitantes do império deviam pagar impostos para a nobreza, que era formada pelo caia-maga, seus parentes e amigos. Um exército poderoso fazia a proteção das terras e do comércio que era praticado na região. Além de pagar impostos, as aldeias deviam contribuir com soldados e lavradores, que trabalhavam nas terras da nobreza. Fonte: http://www.suapesquisa.com/afric/ CONHECIMENTO GERAL Número de países: 54. Países: África do Sul, Angola, Argélia, Benin, Botsuana, Burkina Fasso, Burundi, Cabo Verde, Camarões, Chade, Comores, Congo, Costa do Marfim, Djibuti, Egito, Eritreia, Etiópia, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Lesoto, Libéria, Líbia, Madagáscar, Malauí, Mali, Marrocos, Maurício, Mauritânia, Moçambique, Namíbia, Níger, Nigéria, Quênia, República Centro-Africana, República Democrática do Congo, Ruanda, São Tomé e Príncipe, Seicheles, Senegal, Serra Leoa, Somália, Suazilândia, Sudão, Sudão do Sul, Tanzânia, Togo, Tunísia, Uganda, Zâmbia e Zimbábue. Continente que abriga as mais antigas evidências da presença do homem moderno no planeta, a África é seguidamente pilhada, dividida e ocupada pelas potências da Europa a partir do século XV. Milhões de africanos são 119 escravizados por essas potências, que mantiveram a exploração dos recursos naturais da região mesmo após o fim da escravidão. As lutas anticoloniais se desenvolvem principalmente na segunda metade do século XX e se misturam aos conflitos da Guerra Fria, que opôs os Estados Unidos (EUA) à União Soviética (URSS). Persistem rivalidades étnicas entre populações de países cuja fronteira foi criada artificialmente pelas nações europeias, no fim do século XIX. Esse legado histórico explica por que a África respondia por apenas 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial em 2010. Nos países ao sul do deserto do Saara (a África Subsaariana), quase metade da população (47,5%) vive abaixo da linha de pobreza (com renda inferior a 1,25 dólar por dia) em 2008. A aids é a maior causa de mortes no continente. Em 2011, a África Subsaariana registrava cerca de 68,7% dos contaminados no mundo e 1,2 milhão de mortos nesse ano. De acordo com estimativa do Banco Mundial, a aids é um significativo elemento de freio ao crescimento econômico africano. O continente também é duramente atingido pela malária. Em 2010, cerca de 596 mil africanos morreram em decorrência da doença, o que representa 91% dos óbitos mundiais. A despeito do fim de algumas guerras civis sangrentas (como em Moçambique e Angola), as disputas por recursos minerais e as rivalidades étnicas, regionais e religiosas continuam a fomentar conflitos armados que matam milhões de pessoas e causam migrações maciças, como na República Democrática do Congo, na Somália e no Sudão. Inspirados na União Europeia (UE), os países do continente criam, em julho de 2002, a União Africana (UA), para fomentar o desenvolvimento e a possibilidade de eliminar fronteiras. A enorme carga de problemas, no entanto, torna esse objetivo difícil de ser alcançado. 120 Nos últimos anos, a África tem atraído cada vez mais o interesse dos EUA e, mais recentemente, da China. As duas potências procuram garantir acesso aos recursos naturais, principalmente o petróleo. POTÊNCIAS MUNDIAIS MANTÊM TROPAS NO CONTINENTE Com cerca de 10% das reservas mundiais de petróleo e enormes riquezas minerais em seu subsolo, a África continua sendo um continente estratégico para as potências mundiais, mesmo após o processo de descolonização ocorrido na segunda metade do século XX. Esse interesse econômico está por trás da intensa presença militar estrangeira no continente. Apesar de já manterem tropas em vários países africanos, os Estados Unidos (EUA) intensificaram e unificaram as ações militares na região com a criação do Comando dos EUA para a África (Africom), em 2008. Além de proteger militarmente as fontes de matériasprimas que considera estratégicas, o Africom foi criado dentro da política norteamericana de combater o terrorismo de viés islâmico. Os EUA afirmam que o Africom se destina à cooperação militar no continente, principalmente à capacitação e ao municiamento das forças locais e da União Africana, além da ajuda humanitária . Porém, no Djibuti, a intervenção é maior. Desde 2002, os norte-americanos mantêm ali uma base militar permanente para vigiar o movimento de navios na entrada do mar Vermelho e no litoral leste africano e combater grupos armados na região do Chifre da África. A criação do Africom também representa uma resposta norte-americana à presença chinesa na África, que vem se intensificando nos últimos anos. Em troca de acesso aos recursos energéticos do continente, a China está investindo em infraestrutura, numa aproximação econômica que, gradativamente, vai se estendendo também para uma cooperação militar. É 121 cada vez mais forte a presença de soldados chineses nas tropas de paz das Nações Unidas, no continente e nas forças da União Africana. A França é outra nação que tem grande interesse na África. Antiga colonizadora no continente, o país tenta manter sua influência com bases militares permanentes no Gabão e, assim como os EUA, no Djibuti. Também destina tropas para missões no Chade, na República Centro-Africana e na Costa do Marfim. Em 2010, a França anuncia que reforçará a cooperação militar com os países africanos para conter a pirataria e o terrorismo. Em 2012, o país estreita laços com a Líbia para reforçar a segurança no mar Mediterrâneo. Na Internet: http://www.brasilescola.com/geografia/africa-continente.htm http://www.infoescola.com/geografia/continente-africano/ http://www.brasilescola.com/geografia/caracteristicas-continenteafricano.htm http://www.suapesquisa.com/geografia/continente_africano.htm http://www.africaurgente.org/continente-africano-2012-%E2%80%93cultura-problemas-atuais-e-historicos/ Aprofundamento 1 A África é o segundo continente mais populoso do mundo (fica atrás somente da Ásia). Possui, aproximadamente, 800 milhões de habitantes. É um continente basicamente agrário, pois cerca de 63% da população habitam o meio rural, enquanto somente 37 % moram em cidades. No geral, é um continente pobre e subdesenvolvido, apresentando baixos índices de desenvolvimento econômico. A renda per capita, por exemplo, é de, 122 aproximadamente, US$ 850,00. O PIB (Produto Interno Bruto) corresponde a apenas 1% do PIB mundial. Grande parte dos países possui parques industriais pouco desenvolvidos, enquanto outros nem se quer são industrializados, vivendo basicamente da agricultura. O principal bloco econômico africano é o SADC (Southern Africa Development Community), formado por 15 países: África do Sul, Angola, Botswana, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagascar, Malaui, Maurícia, Moçambique, Namíbia, Suazilândia, Seychelles, Tanzânia, Zâmbia e Zimbábue. Além da agricultura, destaca-se a exploração de recursos minerais como, por exemplo, ouro e diamante. Esta exploração gera pouca renda para os países, pois é feita por empresas multinacionais estrangeiras, principalmente da Europa. Os países africanos que possuem um nível de desenvolvimento um pouco melhor do que a média do continente são: África do Sul, Egito, Marrocos, Argélia, Tunísia e Líbia. Os principais problemas africanos são: fome, epidemias (a AIDS é a principal) e os conflitos étnicos armados (alguns países vivem em processo de guerra civil). Os índices sociais africanos também não são bons. O analfabetismo, por exemplo, é de aproximadamente 40%. As religiões mais presentes no continente são: muçulmana (cerca de 40%) e católica romana (15%). Existem também seguidores de diversos cultos africanos. As línguas mais faladas no continente são: inglês, francês, árabe, português e as línguas africanas. Geografia da África: Principais rios: Nilo, Níger, Congo, Limpopo, Zambese e Orange. 123 Clima: Clima Mediterrâneo (chuvas na primavera e outono) no norte e sul; Clima Equatorial (quente e úmido) no centro. Relevo: Monte Atlas (norte), Planalto Centro-Africano (região central), Grande Vale do Rift com altas montanhas e depressões (leste). Na região norte destaca-se o Deserto do Saara. Cidades mais populosas: Cairo (Egito), Lagos (Nigéria), Kinshasa (R. D. do Congo), Cartum (Sudão), Johanesburgo (África do Sul) e Gizé (Egito). Fonte:http://www.portalafrica.com.br/portalafrica/public_html/conteudo/informacoes-importantes-sobre-ocontinente-africano.html (site muito bom) Aprofundamento 2 África Subsaariana Significado A África Subsaariana é a região do continente africano situada ao sul do Deserto do Saara. Não é uma divisão política, mas apenas um termo usado como referência aos países que possuem maior parte da população negra neste continente. No passado, era muito usado o termo “África Negra” para esta região, em oposição a “África Branca”, composta pelos países ao norte do Deserto do Saara. Porém, estes termos estão caindo em desuso. 124 Principais características dos países da África Subsaariana: - Maioria da população composta por negros; - A maior parte dos países possui economia subdesenvolvida; - Presença de conflitos políticos, principalmente de caráter étnico. - Existência de diversos problemas como, por exemplo, pobreza, elevados índices de analfabetismo, sistema de saúde público precário, proliferação de doenças, falta de água e sistema de saneamento básico inexistente ou ineficiente; - Existência, em alguns países, de governos autoritários e corruptos. Infelizmente, estas características acabam dificultando a resolução dos graves problemas sociais e econômicos enfrentados pela sofrida população destes países; - A maior parte destes países ainda sofre as consequências das injustiças do neocolonialismo e imperialismo europeus da segunda metade do século XIX; - Grande diversidade étnica, cultural, linguística e religiosa. * Vale ressaltar que os problemas citados acima fazem parte da maioria destes países, mas não de todos. Existem países, como a África do Sul por exemplo, que estão num patamar de desenvolvimento bem acima dos outros, apresentando melhores condições sociais e econômicas. Outros dados e informações geográficas: - População: 500 milhões de habitantes (estimativa 2011) 125 - Ponto mais elevado: monte Kilimanjaro com 5.895 metros. - Principais rios: Congo, Nilo, Limpopo, Zambeze, Níger e Senegal. - Clima: Equatorial (principalmente na região central da África) e Tropical nas outras regiões. - Vegetação: florestas equatoriais na região central e centro-oeste; florestas tropicais (ao sul da vegetação equatorial); savanas (ao sul das florestas tropicais); vegetação mediterrânea (litoral sul da África do Sul). - Fauna (exemplos de algumas espécies animais): elefante, leão, gazela, gorila, zebra, rinoceronte, hiena, girafa, leopardo, chipanzé e hipopótamo. Países da África Subsaariana - República Democrática do Congo, República do Congo, Burundi, África Oriental, Quênia, Tanzânia, Uganda, Djibouti, Eritréia, Etiópia, Somália, Sudão, África Ocidental, Benin, Burkina Faso, Camarões, Chade, Costa do Marfim, Guiné Equatorial, Gabão, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Libéria, Mauritânia, Mali, Níger, Nigéria, República Centro-Africana, Ruanda, Senegal, Serra Leoa, Togo e Zâmbia. 126 Mais sobre o continente africano: 127 128 Aprofundamento 03 Um terço de todos os países em desenvolvimento do mundo está na África, segundo os critérios do Fundo Monetário Internacional. O continente possui muita riqueza mineral ainda pouco explorada. A África participa apenas com 2,7% da economia mundial, mas soma 30.3 milhões de quilômetros quadrados de território (é quase duas vezes maior que a América do Sul). Enquanto os países do norte da África atravessavam em 2011 a Primavera Árabe, que provocou a queda de governos e impulsionou reformas políticas, a maioria das nações ao sul do deserto do Saara vivia transformações silenciosas na economia, que começam a mudar lentamente 129 seu perfil, há décadas associado apenas a conflitos e ditaduras, pobreza e doenças. Em termos geográficos e humanos, o continente apresenta duas grandes sub-regiões: a África Setentrional ou norte da África, de cultura árabe, que engloba seis países (todas as nações ao norte e o Djibuti, a leste), e a África Subsaariana, predominantemente negra, com 48 países ao sul. A divisão se dá ao longo de toda a fronteira sul do deserto do Saara, numa faixa semiárida conhecida como Sahel. A parte ao sul do Saara é a região mais pobre do mundo, onde há países, como a Guiné-Bissau, em que a expectativa de vida não chega aos 50 anos. Em julho de 2011, passou a incluir mais uma nação: o Sudão do Sul, resultado do desmembramento do Sudão em sua porção sul, após uma guerra civil de quase três décadas. O novo país nasce como um dos mais pobres do planeta e ainda com uma situação conflituosa com o Sudão, por divergências sobre a partilha de instalações e campos petrolíferos e limites fronteiriços. Entretanto, apesar de todos os indicadores sociais da África Subsaariana estarem muito aquém da média mundial, alguns países da região vêm apresentando um panorama melhor na última década, graças a taxas de crescimento econômico entre as mais elevadas do planeta. Petróleo e minerais Esses resultados têm por trás essencialmente a valorização no mercado internacional do principal sustentáculo da economia africana: as matériasprimas, procuradas com avidez por grandes economias emergentes da Ásia, como China e Índia, pelos Estados Unidos e pelas nações europeias. Por causa da forte demanda, os preços internacionais das commodities (produtos agrícolas, minérios, gás e petróleo) subiram mais de 230% desde 2001 – o equivalente a uma média anual de quase 13%. Além disso, novas jazidas de petróleo foram descobertas na África, e vários governos renegociaram 130 contratos e elevaram impostos sobre os minérios. A Zâmbia, por exemplo, alterou de 3% para 6% os royalties cobrados sobre o cobre, seu principal produto de exportação, enquanto Gana estuda elevar os impostos sobre a mineração de ouro. A corrida mundial pelos recursos naturais da África atrai investimentos em usinas de energia, telecomunicações, estradas e portos, entre outros setores essenciais para a produção e o escoamento de commodities. Com isso, o continente cresceu cerca de 6% em 2011, e pode repetir esse percentual em 2012, de acordo com projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI). A China é crucial nessa expansão. Em 2009, o país se tornou o principal parceiro comercial da África, ultrapassando os Estados Unidos (EUA). Seu comércio com o continente africano pulou de cerca de 10 bilhões de dólares em 2000 para 126,9 bilhões em 2010. A China desenvolve projetos de infraestrutura, mineração, hidrelétricas, petróleo e gás natural em mais de uma dezena de países, incluindo um oleoduto de 1,5 mil quilômetros no Sudão. Os EUA também cobiçam a África, que já responde por 15% das importações norte-americanas de petróleo. Um oleoduto de mais de mil quilômetros, inaugurado em 2003, leva o petróleo do Chade (no centro-norte) para o porto de Kribi, em Camarões, na costa ocidental, de onde é rapidamente transportado para os EUA. Nos últimos dez anos, seis das economias que se expandiram mais rapidamente no mundo estavam na África Subsaariana: Angola, Nigéria, Chade, Etiópia, Ruanda e Moçambique. A extração de petróleo estimula a expansão de Angola, Congo, Nigéria, Chade e Gana. A venda de minerais estratégicos é o motor do crescimento em Moçambique, República Democrática do Congo, Tanzânia e Zâmbia. A exportação de commodities agrícolas favorece a Etiópia (café), oQuênia (café e chá) e Malauí (tabaco). 131 Otimismo e Copa A onda de otimismo na região ganhou contornos especiais durante a Copa do Mundo de Futebol na África do Sul, em 2010, evento que atraiu investimentos e deu mais visibilidade à região. Maior economia do continente, a África do Sul emergiu do isolamento internacional após o fim do apartheid, em 1994. No regime de segregação racial, mantido pela elite branca descendente de colonizadores holandeses e ingleses, a população negra do país não podia votar nem ser votada e não tinha direito à propriedade da terra, vivendo em áreas segregadas. Desde a mudança, o país tem se tornado referência de regime democrático num continente em que proliferam ditaduras, golpes militares e regimes autoritários. Em 2011, a África do Sul foi incorporada ao grupo das maiores economias emergentes, os Brics. Mas a nação enfrenta um desafio comum à maioria dos países da África: permanece uma das mais desiguais do mundo, econômica e socialmente. Outro país com economia em crescimento, embora grande parte da população não se beneficie disso, é Angola, o segundo maior produtor de petróleo do continente. Após o fim da guerra civil, em 2002, a economia angolana passa a ser uma das que mais crescem no planeta – em 2007, seu Produto Interno Bruto (PIB) chega a avançar 23,4%. Contudo, o aumento do investimento estrangeiro pouco ajudou a melhorar as condições de vida da população. O setor petrolífero emprega menos de 1% dos angolanos, a renda é concentrada nas mãos de uma elite e o país não tem um regime democrático. O presidente José Eduardo dos Santos está no poder há 32 anos. Um aspecto da demanda pelas commodities na África é que a exploração dos recursos naturais exige melhor infraestrutura, mão de obra mais qualificada e estabilidade política. Em vários países, como Uganda, Zimbábue e Angola, vem aumentando a pressão popular por reformas. Mesmo muito marcada pela corrupção, a África Subsaariana tem ampliado os programas sociais e a rede educacional. Entre seus maiores desafios estão a diversificação da economia – para diminuir a 132 dependência das matérias-primas –, a redução da desigualdade social, a melhoria dos indicadores de saúde e educação, o fortalecimento de instituições democráticas e a superação de conflitos internos, muitos dos quais herdados do período colonial. Pobreza Embora os 856 milhões de habitantes da África Subsaariana correspondam a 12% da população do planeta, todas as riquezas geradas pelos países da área somaram apenas 1,1 trilhão de dólares em 2010, o que representa cerca de 2% do PIB mundial, de 63,04 trilhões de dólares naquele ano. Os últimos dados do Programa de Desenvolvimento da ONU sobre pobreza extrema – pessoas vivendo com menos de 1,25 dólar por dia – revelavam um declínio lento na pobreza na região: de 58% em 1990 para 51% em 2005. As cifras mais recentes da ONU são projeções indicando que a taxa teria caído para cerca de 46% em 2008. Fome e doenças ainda fazem com que 118 de cada mil crianças morram antes do quinto ano de vida. Mas, duas décadas atrás, essa proporção na África era de 165 crianças mortas por mil. Conflitos, doenças e desastres naturais agravam a situação. • Aids – A pior epidemia a assolar a África Subsaariana nas últimas décadas é a de aids, com um saldo de pelo menos 1 milhão de mortes por ano desde 1998, segundo a ONU. A região mantém o recorde de maior número de infectados pelo HIV no mundo (22,5 milhões, ou seja, 66% do total de 34 milhões de pessoas em 2010). A alta incidência da doença reduziu a expectativa de vida em vários países. Em Botsuana, por muitos anos o mais afetado, despencou de 65 anos de vida em 1995 para 40 anos em 2005, recuperando-se lentamente depois. 133 De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/aids (Unaids), atualmente a Suazilândia tem o índice mais elevado de contaminação em adultos, de 26,1%. Mas o maior número de soropositivos está na África do Sul: 5,7 milhões. A epidemia se agravou porque o governo sul-africano demorou para reconhecer sua existência. Somente em 2007, o país lança um plano para acelerar a distribuição gratuita de medicamentos, hoje o maior do mundo, com mais de 900 mil pessoas atendidas. • Desastres naturais – As secas são a mais grave catástrofe natural a atingir a África com frequência, no Sahel, no nordeste e também em países do sul, como Angola, Zimbábue e Moçambique. Em 2011, a região conhecida como Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritreia) e países do Leste sofreram a pior seca em 60 anos, a qual afetou cerca de 10,7 milhões de pessoas. As nações mais prejudicadas foram Etiópia, Somália, Djibuti e Quênia e, em menor grau, Sudão, Sudão do Sul e Uganda. A falta de chuvas por um período de dois anos foi mais grave na Somália, onde o problema se agravou por causa da guerra civil e da desagregação do país. Além disso, os rebeldes do grupo islâmico Al Shabab dificultaram a entrega de ajuda à população em áreas sob seu controle no sul, as mais devastadas. Em julho de 2011, a ONU declarou epidemia de fome em algumas zonas do sul da Somália e estimou que dezenas de milhares de pessoas tenham morrido de fome e doenças decorrentes da desnutrição. Cerca de 900 mil somalis se deslocaram para outras partes do país, como também para a Etiópia e o Quênia, lotando campos de refugiados. A partilha da África Os regimes ditatoriais e o grande número de conflitos internos são outro forte entrave para o desenvolvimento africano. A África Subsaariana é a região em que a ONU concentra a maior parte de suas forças de paz: no fim de 2011, havia 85 mil soldados em missões em cinco países (Sudão, Sudão do Sul, 134 Costa do Marfim, Libéria e República Democrática do Congo), algumas em conjunto com a União Africana, que também mantém forças de paz na Somália. Grande parte dos atuais embates na África tem origem na intervenção estrangeira no continente. Apesar de explorada pelos europeus desde o século XV, a África mantinha uma dinâmica social própria, com Estados, reinos e impérios autônomos. Porém, no fim do século XIX, no auge da Revolução Industrial, as potências europeias iniciaram uma corrida imperialista para controlar as matérias-primas e novos mercados para seus produtos acabados. Para resolver o impasse, a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885, definiu a partilha do território entre as principais nações europeias, criando fronteiras artificiais sem levar em conta tribos, etnias nem religiões. Apenas a Libéria – nação formada por ex-escravos e descendentes de escravos norte-americanos – e a Etiópia, antiga monarquia, se mantiveram independentes. Após a II Guerra Mundial (1939-1945), a hegemonia global passou a ser disputada pelos EUA e pela União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ambos favoráveis à descolonização africana para poderem exercer sua influência na região. Além disso, houve forte pressão das empresas transnacionais para que os países africanos abrissem seus mercados. Em muitos casos, o processo de independência transcorreu pacificamente. Contudo, nações como Argélia, República Democrática do Congo e Angola enfrentaram guerras duríssimas para conquistar sua independência. Como foram criados artificialmente, os novos Estados careciam de um autêntico sentimento de identidade e de uma unidade nacional. Em pouco tempo, o otimismo deu lugar a violentas disputas pelo poder, sucedidas por golpes e ditaduras militares. Muitos desses conflitos tiveram a intervenção dos EUA e da URSS, que levaram a ordem bipolar da Guerra Fria para a África. Mesmo depois do fim da dissolução da URSS, em 1991, vários conflitos internos ou bilaterais agravam a situação de pobreza da África Subsaariana. 135 No Zimbábue, por exemplo, a crise se aprofunda a partir de 2000, após uma reforma agrária que distribui as terras dos brancos e também pela resistência do presidente Robert Mugabe, no cargo desde 1980, em deixar o poder. Em 2008, a queda da produção agrícola, a inflação astronômica e a seca mais grave em 30 anos mergulham o país em uma crise humanitária, agravada pela alta incidência de contaminação por HIV e por uma epidemia de cólera. Já a crise política piora após a eleição presidencial nesse ano e só começa a melhorar em 2009, depois de formado governo de coalizão entre Mugabe e o líder oposicionista Morgan Tsvangirai. Em 2011/2012, os principais conflitos na África Subsaariana eram os seguintes: • Somália – Desde 1991, a Somália vive caos político e institucional, com um poder central praticamente inexistente. O atual governo controla apenas parte da capital, Mogadíscio, e uma pequena área no interior, graças ao apoio de uma força de 8 mil soldados da União Africana. Boa parte do sul está em mãos da milícia islâmica Al Shabab, ligada à rede Al Qae-da. Em 2011, o Quênia enviou soldados para o sul somali, depois de sequestro de turistas em sua fronteira norte. Há ainda o movimento por autonomia de duas províncias – Somalilândia, no norte, e Puntland, no nordeste. A falta de um poder central levou à proliferação da pirataria nas águas do mar Vermelho, a mais estratégica das áreas de navegação mercantil do mundo, com acesso para o Canal de Suez, por onde passa a maior parte do petróleo árabe para a Europa e a América do Norte. Em 2011, os piratas atacaram 439 navios e capturaram 45. • Sudão e Sudão do Sul – O referendo em janeiro de 2011, no qual a população do Sudão do Sul votou pela separação, encerrou a guerra separatista iniciada em 1983, com saldo de cerca de 2 milhões de mortos. Em julho de 2011, o novo país foi fundado e tornou-se membro das Nações Unidas. Mas continua em negociação a demarcação da fronteira na região de Abyei, onde ficam importantes campos petrolíferos. O Sudão do Sul possui 136 jazidas, mas não tem refinarias nem saída para o mar e depende do norte para escoar a produção pelo oleoduto até o porto. Os dois lados não chegam a acordo sobre o custo dessa travessia. Em janeiro de 2012, o Sudão do Sul acusa o Sudão de desviar parte de seu petróleo. • Darfur – O Sudão enfrenta outro conflito separatista, em Darfur. Os combates na região, no oeste sudanês, já deixaram mais de 300 mil mortos e provocaram o deslocamento de 2,6 milhões de pessoas. O embate tem raízes na disputa por água, terra e poder entre uma minoria nômade de criadores de animais (autodenominada árabe) e uma maioria de agricultores de tribos negras. • Costa do Marfim – Maior produtora mundial de cacau, a Costa do Marfim vive uma guerra civil, entre 2002 e 2004, com contorno étnico-religioso. Ela opõe o centro-sul, mais rico e de maioria cristã e animista, ao norte, muçulmano, menos desenvolvido e marginalizado do poder central. A tensão explode novamente na eleição presidencial de novembro de 2010. Alassane Ouattara, do norte, vence, mas Gbagbo se recusa a entregar o poder. Em 2011, forças rebeldes avançam rumo à capital e, em abril, prendem Gbagbo, com o apoio de tropas especiais francesas. Gbagbo é extraditado em novembro de 2011 para Haia, na Holanda, para ser julgado por crimes contra a humanidade. • República Democrática do Congo – Cinco países (Angola, Namíbia, Zimbábue, Uganda, Ruanda) e vários grupos guerrilheiros se envolveram na guerra civil da República Democrática do Congo (1998-2003), que tem como pano de fundo a disputa por riquezas minerais. Estima-se que mais de 4 milhões de pessoas tenham morrido por causa do conflito. Após o fim da guerra, muitos grupos armados conti-nuam em ação no leste do país e exploram ilegalmente a mineração. No fim do ano, a ONU indica que havia na RDC aproximadamente 1,7 milhão de pessoas refugiadas por causa dos conflitos. 137 • Nigéria – Maior produtora de petróleo da África, a Nigéria quintuplicou seu PIB entre 2000 e 2011, mas a desigualdade social e as diferenças na distribuição da renda entre o norte (de maioria muçulmana) e o centro-sul (cristão e animista) são motivos de conflito. O problema mais grave é a ação do grupo radical islâmico Boko Haram, que pretende instaurar um Estado islâmico no país. Desde 2009, matou cerca de mil pessoas em ataques contra prédios públicos, delegacias e alvos cristãos, na maioria no norte. Em janeiro de 2012, atentados do Boko Haram e confrontos do grupo com a polícia deixaram cerca de 180 mortos na cidade de Kano. Matéria publicada em março/2012 Saiu na imprensa Estrangeiros já compraram uma Alemanha na África Desde 2001, algo próximo a 221 milhões de hectares de terra foram vendidos, cedidos ou arrendados, a maior parte por investidores internacionais, em países em desenvolvimento. A maioria destas transações aconteceu na África. O comércio de terras no continente, nos últimos anos, já dá uma área maior que a da Alemanha. Os motivos do frenesi seriam três, segundo um relatório que está sendo divulgado pela ONG internacional Oxfam: segurança alimentar, biocombustíveis e especulação. O fenômeno tende a ficar ainda mais forte em um mundo com população crescente e recursos limitados. A expectativa é que a economia global triplique até 2050, exigindo mais dos recursos naturais e da agricultura. A demanda maior por comida, somada às condições adversas provocadas pelas mudanças climáticas, escassez de água e competição com culturas que produzem biocombustíveis, criam um cenário pouco otimista. (...) O relatório da Oxfam cita casos de apropriação de terras em Uganda, no Sudão do Sul, na Indonésia, em Honduras e na Guatemala. A questão fica ainda mais complicada porque, em muitos países, quem vive nas terras não têm título de propriedade. Daniela Chiretti, Jornal Valor Econômico, 22/9/2011 138 Resumo África Subsaariana É toda a extensão sul do território africano, delimitada, ao norte, pelo deserto do Saara. É a região mais pobre do mundo e reúne 48 nações, que somam um Produto Interno Bruto (PIB) de apenas 1,1 trilhão de dólares, pouco mais da metade do PIB do Brasil. Commodities São os produtos econômicos de base em estado bruto ou semimanufaturados, negociados em bolsas de mercadorias internacionais, provenientes do cultivo, como o café, ou de extração, como os minérios. Neste século, há demanda crescente por esses produtos. As principais commodities africanas são petróleo, gás, ouro, cobre, algodão, café, diamante, cacau, zinco e bauxita. Partilha da África Para resolverem sua disputa pelo território africano e suas riquezas, as nações europeias realizam a Conferência de Berlim, entre 1884 e 1885. O encontro dividiu o continente entre Grã-Bretanha, França, Alemanha, Portugal, Espanha, Bélgica e Itália, criando fronteiras artificiais sem levar em conta os territórios originais de etnias, tribos, suas religiões e costumes. AIDS A África Subsaariana manteve em 2011 o recorde de o maior número de infectados pelo HIV no mundo (22,5 milhões, ou seja, 68% do total de 34 milhões de pessoas em 2010). O maior número de soropositivos está na África do Sul: 5,7 milhões. Somente em 2007, o país lança um plano para acelerar a 139 distribuição gratuita de medicamentos. O tratamento antirretroviral da África do Sul é o maior do mundo, com mais de 900 mil pessoas atendidas. Seca Em 2011, a região conhecida como Chifre da África (Somália, Etiópia, Djibuti e Eritreia) e países do Leste africano sofreram a pior seca em 60 anos, a qual afetou cerca de 10,7 milhões de pessoas. Em julho de 2011, a ONU declarou epidemia de fome em algumas zonas do sul da Somália. Cerca de 900 mil somalis se deslocaram para outras partes do país, como também para a Etiópia e o Quênia, lotando campos de refugiados. Fonte: https://almanaque.abril.com.br/materia/em-busca-do-ouro-negro# Exercícios sobre a África Questão 1 Analise as alternativas sobre o continente africano e marque (V) para as verdadeiras e (F) para as falsas. ( ) Com extensão territorial de 30,1 milhões de quilômetros quadrados, a África é o maior continente do planeta. ( ) O continente africano é subdivido em África Mediterrânea e África Subsaariana, sendo o islamismo o divisor cultural e o deserto do Saara a barreira natural. ( ) Vários países da África apresentam problemas socioeconômicos: baixo IDH, elevadas taxas de mortalidade infantil, baixa expectativa de vida, altos índices de analfabetismo e subnutrição. ( ) A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul, fazendo com que todo o território pertença ao Hemisfério Setentrional. ( ) São países que integram o continente africano: África do Sul, Nigéria, Camarões, Jamaica, Angola e Somália. 140 Questão 2 O continente africano sofreu (e ainda sofre) com várias políticas ditatoriais. Muitas delas foram financiadas por países europeus e pelos Estados Unidos, principalmente durante a Guerra Fria. Um dos regimes mais violentos foi o apartheid, que se caracterizou por uma política racial imposta pela população branca (minoria) sobre os habitantes negros (maioria). Marque a alternativa que corresponde ao país africano que foi palco do regime apartheid. a) Ruanda b) Haiti c) Nigéria d) Somália e) África do Sul Questão 3 PUC-RIO. "O continente condenado” “África em chamas" As manchetes que atualmente são publicadas sobre a África, como as apresentadas acima, expressam o trágico quadro socioeconômico desse continente. Assinale a opção que NÃO inclui um aspecto desta manchete. a) A baixa expectativa de vida de grande parte da população. b) O número significativo de africanos contaminados com a AIDS. c) Os conflitos e guerras tribais envolvendo nações africanas. d) As guerras civis estimuladas pelas potências imperialistas europeias. e) O contingente de africanos fora de seus países de origem, em busca de trabalho. 141 Questão 4 Conforme seus conhecimentos e análise do texto, explique sobre a economia do continente africano. Resposta Questão 1 a) Falso – Realmente a África possui aproximadamente 30,1 milhões de quilômetros quadrados de extensão. Porém, esse é o terceiro maior continente do mundo, pois a América (42 milhões de km²) e a Ásia (44,9 milhões de km²) apresentam áreas maiores. b) Verdadeiro – A África é subdividida em África Mediterrânea (localizada ao norte do deserto do Saara e com maioria dos habitantes mulçumanos) e África Subsaariana (situada ao sul do deserto do Saara e com diversos tipos de religiões). Portanto, o deserto do Saara é o divisor natural e o islamismo, o cultural. c) Verdadeiro – A África é o continente que apresenta os maiores problemas socioeconômicos, sobretudo na África Subsaariana. A maioria dessas nações possui baixa média de IDH (ocupam as últimas posições no ranking mundial), as médias de expectativa de vida são as menores do planeta, além de altas taxas de mortalidade infantil e subnutrição. d) Falso – A linha do Equador corta o continente africano na porção centro-sul, proporcionando, portanto, que uma parte do território pertença ao Hemisfério Setentrional e a outra porção, ao Hemisfério Meridional. e) Falso – Com exceção da Jamaica, que está localizada na América Central, todas as outras nações integram o continente africano. 142 Resposta Questão 2 Alternativa correta: letra “E”. a) Falso – Ruanda sofreu com uma guerra civil entre dois grupos étnicos: tutsis e hutus. b) Falso – O Haiti não é uma nação africana. c) Falso – O apartheid não ocorreu no território nigeriano. d) Falso – A Somália sofre com conflitos entre grupos guerrilheiros, porém, o apartheid não foi implantando nesse país. e) Verdadeiro – O apartheid foi uma política racial imposta por uma minoria branca na África do Sul. Esse sistema político teve início em 1948 e durou até o ano de 1992, provocando a morte de milhares de pessoas. Resposta Questão 3 Alternativa correta: letra “D”. a) Falso – Os países do continente africano, principalmente as nações da África Subsaariana, possuem as piores médias mundiais de expectativa de vida. Vários fatores são determinantes nesse processo: desnutrição, conflitos étnicos, doenças (malária, AIDS, etc.). Conforme dados divulgados em 2009 pela Organização das Nações Unidas (ONU), os países africanos que apresentam as menores expectativas de vida são: Serra Leoa (42,1 anos), Angola (42,1 anos) e Ruanda (45,8 anos). 143 b) Falso – A AIDS, juntamente com a malária, é o principal fator de mortalidade no continente africano. A África possui mais de 70% dos portadores mundiais do vírus HIV. Em países como Botsuana, Suazilândia, Lesoto e Zimbábue, a população vive 28 anos a menos do que viveria sem a AIDS. c) Falso – Os conflitos étnico-separatistas são constantes no continente africano. A diversidade étnica e o processo de colonização e independência dessas nações agravaram esses conflitos, fato que provoca conflitos armados e milhares de mortes. d) Verdadeiro – Atualmente, as grandes potências europeias não estimulam conflitos no continente africano. Esse processo ocorreu na fase de colonização durante o século XIX e no período da Guerra Fria, durante o século XX. e) Falso – A situação socioeconômica, além dos constantes conflitos étnicos, em algumas nações africanas estimula o desencadeamento de fluxos migratórios da população em busca de trabalho. Resposta Questão 4 A África é o continente menos desenvolvido economicamente. Alguns países se destacam pela exploração mineral: petróleo (Argélia, Líbia, Nigéria e Angola); ouro (África do Sul, Zimbábue, Congo e Gana); fosfato (Marrocos); diamantes (República Democrática do Congo, África do Sul e Botsuana); manganês e urânio (Gabão e África do Sul). Essas atividades são responsáveis por 90% das exportações do continente. A agricultura é desenvolvida principalmente no vale do rio Nilo, onde os solos são muito férteis, com destaque para os cultivos de cereais e de algodão. A região denominada Maghreb, no noroeste do continente, também exerce 144 grande importância para a agricultura africana. Esse local apresenta clima mediterrâneo, favorável para as produções de vinha, oliva e cítricos. O setor industrial é pouco desenvolvido. A África do Sul é o maior destaque africano desse segmento econômico, abrigando metalúrgicas, indústrias químicas, têxteis, alimentícias, locomotivas e de automóveis. 145 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ARON, Raymond (2002). Paz e Guerra entre as Nações. Ed. UnB/FUNAG: Brasília, DF. ÁVILA, Fabrício S.; MARTINS, José Miguel Q. & CEPIK, Marco A. C. (2009). Armas estratégicas e poder no sistema internacional: o advento das armas de energia direta e seu impacto potencial sobre a guerra e a distribuição multipolar de capacidades. Revista Contexto Internacional, vol. 31, nº 1, p. 49-83. Rio de Janeiro, Brasil. BACKHEUSER, Everardo (1952). Curso de Geopolítica Geral e do Brasil. ed. Bibliex: Rio de Janeiro,RJ. BANDEIRA, Luiz A. Moniz (2003). Brasil, Argentina e Estados Unidos: Conflito e integração na América do Sul (da Triplica Aliança ao Mercosul – 1870 a 2002). ed. Revan: Rio de Janeiro: RJ. BANDEIRA, Luiz A. Moniz (2003). Estado Nacional e política internacional na América Latina: o continente nas relações Argentina-Brasil (1930-1992). ed. Ensaio: São Paulo, SP. CASTRO, Therezinha de (1997). América do Sul: vocação geopolítica. CEE - ESG. <Saiba mais‟)” href=”javascript:void(0);”http://www.esg.br/cee/ARTIGOS/tcastro1.pdf> CASTRO, Therezinha de (org.) [1983] “O Mar, Enfoque Geopolítico”. A Defesa Nacional, nº 708, 1983. CASTRO, Therezinha de, (1999). Geopolítica. Princípios, meios e fins. ed. Bibliex: Rio de Janeiro, RJ. 146 CEPIK, Marco (2010) [org]. Segurança internacional: práticas, tendências e conceitos. Ed. Hucitec: São Paulo, SP. CLAVAL, Paul (1978). Espaço e Poder. Zahar Editores: Rio de Janeiro, RJ. COSTA, Wanderley M. (1992). Geografia Política e Geopolítica. ed. Hucitec: São Paulo, SP. 147