40 dias no deserto

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40 DIAS NO DESERTO
Proposta de Quaresma 2017
Agradecimentos:
Ao Afonso Virtuoso, ao António Brandão de Vasconcelos, ao Joaquim
Goes, à Mana Montanha Rebelo, à Marta Cardoso, à Miana Duarte,
ao Miguel Castelo Branco, ao Tomás Virtuoso, ao Diogo Leão, ao
Gonçalo Ludovice, à Maria Ana Sacadura Botte, à Maria Ramalho, ao
Pedro Beltrão e ao Pedro Fragoso, ao Pedro Barahona e à Mariana
Megre que escreveram, reviram e montaram esta proposta!
INTRODUÇÃO
Querido equipista,
Começou a Quaresma! Durante 40 dias, vais preparar o teu
coração para a Páscoa de Jesus. Preparar aquele dia que é o motivo
da nossa alegria, o dia em que Deus entregou a vida por ti, para te
livrar das culpas do teu pecado!
“Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto,
a fim de ser tentado pelo diabo. Jejuou durante quarenta dias e
quarenta noites e, por fim, teve fome”. Nos 40 dias que Jesus passou
no Deserto encontramos a imagem perfeita daquilo que somos
chamados a viver durante a Quaresma! Nestes dias, desaceleramos o
passo da nossa vida, que costuma ser uma correria. Através do jejum,
da oração e da esmola, “que exprimem a conversão com relação a
si mesmo, a Deus e aos outros”, identificamo-nos com Cristo, com
o seu caminho para o calvário – “se com ele morremos, com ele
ressuscitaremos”.
Para vivermos este tempo de um modo especial, impomonos renúncias quaresmais por nós escolhidas. Ao privarmo-nos de
alguns confortos ou facilidades a que estamos habituados, somos
transportados para o deserto onde Cristo se preparou para a sua
paixão. Entramos nesse deserto e nele permanecemos junto a Cristo
durante quarenta dias! Estas penitências só ganham sentido à luz da
cruz de Cristo: não são sofrimentos que escolhemos por masoquismo,
mas porque queremos entregar estas pequenas dores a Jesus, unilas à cruz Dele – morrer com Ele! Importante também é entender
que estas pequenas (grandes) renúncias que nos impomos, quando
vividas com fidelidade, são um treino da vontade! Treinam-nos no
autodomínio, para que não sejamos escravos dos apetites de cada
momento, mas que nos possuamos, porque só podemos dar aquilo
que possuímos. Assim, treinamos o nosso coração a largar, durante
este tempo, estas coisas que não são más, para que ele possa ser livre
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no momento da provação das coisas que são. E assim, ao longo destes
40 dias, desapegamos o nosso coração de algumas consolações a que
estamos habituados para nos identificarmos com Cristo que “jejuou
durante quarenta dias e quarenta noites e, por fim, teve fome”, provar
com a nossa vida que “nem só de pão vive o homem, mas de toda a
palavra que sai da boca de Deus”.
A oração torna-se fundamental em todo este caminho pelo
deserto. Sem ela, todos estes sacrifícios caem em saco roto. Não
servem já para nos identificar com Cristo, mas apenas para nos
glorificarmos a nós mesmos, a olharmos para as renuncias que
fazemos como méritos nossos, e não como a graça de Cristo a agir
em nós! Crescemos na soberba em vez de nos identificarmos com a
humildade encarnada! A renúncia, no limite, volta-nos para fora de
nós, porque une o nosso coração ao de Cristo e, pelo Dele, ao de
todos aqueles que nos rodeiam. Assim, na Quaresma como no resto
do ano, não podemos viver jejum sem oração, oração sem esmola nem
esmola sem jejum, todos como causa e consequência dos restantes.
Os propósitos que escolhemos devem ser, para além de
concretos, possíveis de concretizar, para que não caiamos em
desânimo perante uma tarefa impossível. No entanto, não devemos
cair no erro de nivelar por baixo. É suposto custar! É suposto dar-nos
a volta à rotina e ao conforto estabelecido, para que nos obriguemos
a relembrar permanentemente ao longo do dia que estamos num
tempo especial! Por vezes podemos pensar “mais vale escolher uma
coisa mais fácil, mas que tenha a certeza que cumpro, do que algo mais
puxado que posso não conseguir cumprir”. Que ideia! A quaresma não
é um tempo de perfeição aparente, mas de aperfeiçoamento interior!
Se falharmos, arrependemo-nos e voltamos à luta, mas não vamos
ficar na margem quando tão belo é o mar por descobrir. Sejamos
realistas, mas ambiciosos na hora de nos comprometermos com os
propósitos de Quaresma, na certeza de que quanto mais estivermos
dispostos a entregar, mais Nosso Senhor nos suporta nessa entrega!
Neste caderno, encontras uma proposta diária para seguir até
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à Páscoa. Em cada dia, irás ler e meditar acerca das leituras desse
dia (são as leituras que ouvirás se fores à missa nesse dia), e receber
3 propostas diárias: uma de grupo, uma de família e uma individual.
Para a primeira, podes juntar um grupo pequeno de amigos com
quem vais cumprindo esta proposta, fazendo este caminho juntos,
reforçando a vossa amizade em Cristo! Quanto à segunda, exige de ti
uma presença mais assídua em casa, tempo em família – a quaresma
também é um tempo de maior recolhimento! Por último, a proposta
individual é um pequeno propósito que te apresentamos para
cumprires interiormente a cada dia: em silêncio e com um sorriso
na cara, por muito que esteja a custar. Este propósito é um segredo
entre ti e Deus, e só Ele tem de saber o que lhe estás a entregar nesse
dia!
Esperamos que encontres, nestas páginas, uma ajuda neste
caminho no deserto! Rezemos uns pelos outros neste caminho!
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1 DE MARÇO
QUARTA-FEIRA DE CINZAS
Evangelho segundo S. Mateus 6,1-6.16-18
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Tende
cuidado em não praticar as vossas boas obras diante dos homens,
para serdes vistos por eles. Aliás, não tereis nenhuma recompensa do
vosso Pai que está nos Céus. (...) Quando jejuardes, não tomeis um ar
sombrio, como os hipócritas, que desfiguram o rosto, para mostrarem
aos homens que jejuam. Em verdade vos digo: já receberam a sua
recompensa. Tu, porém, quando jejuares, perfuma a cabeça e lava
o rosto, para que os homens não percebam que jejuas, mas apenas
o teu Pai, que está presente no que é oculto; e teu Pai, que vê o que
está oculto, te dará a recompensa».
Reflexão
A Quarta-feira de Cinzas é o primeiro dia da Quaresma, ou
seja, dos 40 dias nos quais a Igreja chama os fiéis a converter-se e
a preparar-se verdadeiramente para viver os mistérios da Paixão,
Morte e Ressurreição de Cristo durante a Semana Santa. A tradição
de impor as cinzas vem da Igreja primitiva. Naquela época, as
pessoas colocavam as cinzas na cabeça e apresentavam-se diante da
comunidade com um “hábito penitencial” para receber o Sacramento
da Reconciliação na Quinta-feira Santa. A Quaresma adquiriu um
sentido penitencial para todos os cristãos a partir do séc.V, e a partir
do século XI começou a impor-se as cinzas no início desse tempo
litúrgico. A cinza, como sinal de humildade, recorda ao cristão a sua
origem e o seu fim: “O Senhor Deus formou o homem do pó da terra”
(Gn 2, 7); “até que voltes à terra de onde foste tirado; porque tu és pó
e ao pó voltarás” (Gn 3, 19). A imposição acontece durante a Missa,
depois da homilia. As cinzas são impostas na testa, em forma de cruz,
enquanto o ministro pronuncia as palavras bíblicas: “lembra-te que és
pó e ao pó hás-de voltar” ou “converte-te e acredita no Evangelho”.
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Propostas
Proposta de grupo
Ir à Missa com os amigos para começar bem a Quaresma!
Proposta familiar
A seguir ao jantar ler em família o Evangelho de hoje (o que
está em cima) e cada um fazer um comentário.
Proposta individual
O jejum e a abstinência são necessários? O jejum e abstinência
são obrigatórios durante a Quarta-feira de Cinzas, como também na
Sexta-feira Santa, para as pessoas maiores de 18 e menores de 60
anos, sendo que fora desses limites é opcional. Nesse dia, os fiéis
podem apenas tomar uma refeição “principal”. A abstinência (não
comer carne) é obrigatória a partir dos 14 anos. Todas as SextasFeiras da Quaresma também são de abstinência obrigatória. As outras
Sextas-Feiras do ano também, embora a Conferência Episcopal do
respectivo País possa substituir essa penitência anual por outro tipo
de mortificação ou oferecimento como a oração do terço. Escolho os
meus propósitos de Quaresma, aquilo que quero oferecer a Nosso
Senhor para me preparar para a Páscoa!
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2 DE MARÇO
QUINTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
Evangelho segundo S. Lucas 9,22-25.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «O Filho
do homem tem de sofrer muito, ser rejeitado pelos anciãos, pelos
príncipes dos sacerdotes e pelos escribas; tem de ser morto e
ressuscitar ao terceiro dia». Depois, dirigindo-Se a todos, disse: «Se
alguém quiser vir comigo, renuncie a si mesmo, tome a sua cruz todos
os dias e siga-Me. Pois quem quiser salvar a sua vida, há-de perdê-la;
mas quem perder a sua vida por minha causa, salvá-la-á. Na verdade,
que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, se vier a perder-se
ou arruinar-se a si próprio?».
Reflexão
São Francisco Xavier (1506-1552), um grande missionário
disposto a perder a vida, escreveu uma carta a 10 de Maio de 1546 aos
seus companheiros da Europa, estando ele numa ilha da Indonésia. A
carta dizia o seguinte:
“Este país [...] é muito perigoso, porque os seus habitantes,
cheios de traição, misturam muitas vezes veneno na comida e na
bebida. É por isso que não há ninguém disposto a ir para lá cuidar dos
cristãos. Mas estes têm necessidade de ensinamentos espirituais e
de alguém que os baptize para lhes salvar a alma; é por isso que eu
sinto a obrigação de perder a minha vida corporal para ir socorrer a
vida espiritual do próximo. [...] Coloco a minha esperança e a minha
confiança em Deus Nosso Senhor, com o desejo de me conformar,
segundo os meus pobres meios, à palavra de Cristo, nosso Redentor
e Senhor: «Quem quiser salvar a sua vida há-de perdê-la; quem a
perder por minha causa há-de salvá-la». [...] !”
Quão bom seria se todos nós estivéssemos dispostos a perder
a nossa vida aqui na Terra para socorrer os nossos próximos nas suas
necessidades, sobretudo as necessidades espirituais, que a cultura
moderna põe de lado. Para o fazer, não temos de ser missionários
num arquipélago distante, podemos começar por quem está ao pé de
nós, a nossa família e os nossos amigos. Missionar começa em casa!
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Propostas
Proposta de grupo
Ligar a um amigo com quem já não estou há algum tempo e
combinar um programa ou simplesmente ter uma boa conversa ao
telemóvel, querer saber se está tudo bem com ele.
Proposta familiar
Fazer o propósito de ter uma conversa os meus pais, se
possível em separado, e perguntar a cada um deles como é que está,
se é feliz, se no trabalho está tudo bem e sobretudo se há alguma
coisa em casa na qual eu possa ajudar mais.
Proposta individual
Quantas vezes pergunto aos meus pais se está tudo bem com
eles? Mas não superficialmente, à espera de ouvir um sim rápido e um
suspiro, mas sim com a intenção de ouvir o coração deles.
E aos meus irmãos?
E aos meus amigos?
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3 DE MARÇO
SEXTA-FEIRA DEPOIS DAS CINZAS
Evangelho segundo S. Mateus 9,14-15.
Naquele tempo, os discípulos de João Baptista foram ter
com Jesus e perguntaram-Lhe: «Por que motivo nós e os fariseus
jejuamos e os teus discípulos não jejuam?». Jesus respondeu-lhes:
«Podem os companheiros do esposo ficar de luto, enquanto o esposo
estiver com eles? Dias virão em que o esposo lhes será tirado: nesses
dias jejuarão.
Reflexão
“Entre as práticas penitenciais que a Igreja nos propõe,
sobretudo neste tempo de Quaresma, encontra-se o jejum. Consiste
fundamentalmente numa sobriedade especial em relação ao
alimento, salvaguardando as necessidades do nosso organismo.
Trata-se de uma forma tradicional de penitência que não perdeu em
nada o seu significado e que, talvez, devamos mesmo redescobrir,
especialmente nesta parte do mundo e nestes meios em que não
só o alimento abunda mas onde se encontram, por vezes, doenças
devidas à sobrealimentação.
O jejum penitencial é evidentemente muito diferente dos
regimes alimentares terapêuticos. Mas, à sua maneira, pode ver-se
nele como que uma terapia da alma. Com efeito, praticado em sinal
de conversão, facilita o esforço interior para nos pormos à escuta
de Deus. Pelo jejum, cada um reafirma a si mesmo aquilo que Jesus
replicou a Satanás que o tentava após quarenta dias de jejum no
deserto: “Não só de pão vive o Homem, mas de toda a palavra que
sai da boca de Deus” (Mt 4,4). Hoje, especialmente nas sociedades
de bem-estar, torna-se difícil compreender o sentido desta palavra
evangélica. A sociedade de consumo, em vez de solucionar as nossas
necessidades, cria sempre novas, gerando mesmo um activismo
desmesurado... Entre outras significações, o jejum penitencial tem
precisamente por objectivo ajudar-nos a reencontrar a interioridade
perdida.
O esforço de moderação no alimento estende-se também
a outras coisas que não são necessárias e traz um grande auxílio
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à vida do espírito. Sobriedade, recolhimento e oração caminham
lado a lado. Pode fazer-se uma oportuna aplicação deste princípio
no que toca ao uso dos meios de comunicação de massa. Eles têm
uma utilidade indiscutível mas não devem tornar-se os “senhores” da
nossa vida. Em quantas famílias a televisão parece substituir, mais
do que facilitar, o diálogo entre as pessoas! Um certo “jejum”, neste
domínio também, pode ser salutar, quer para consagrar mais tempo
à reflexão e à oração, quer para cultivar as relações humanas.”
Comentário ao Evangelho do dia feito por : João Paulo II Angelus de 10 de Março de 1996
Propostas
Proposta de grupo
Propor ao nosso grupo de amigos íntimos fazer um propósito
de jejum adequado a cada um e ajudarem-se uns aos outros a cumprilo.
Proposta familiar
Ter um serão em família, sem televisão, compudadores, ipads,
ipods… E assim, dizer a nós próprios: nem só disto vive homem,
redescobrir a alegria da vida em família!
Proposta individual
Fazer jejum de alimentos é óptimo! Vivemos numa cultura
dominada pelo materialismo e por um consumismo extremo. O jejum
ajuda-nos a não nos deixarmos reduzir a simples «consumidores»;
ajuda-nos a adquirir o precioso «fruto do Espírito», que é «o domínio
de si», predispõe-nos ao encontro com Deus que é espírito, e nos faz
mais atentos às necessidades dos pobres.
Mas não devemos esquecer que existem formas alternativas ao jejum
e à abstinência de alimentos. Podemos praticar o jejum do tabaco, do
álcool e bebidas alcoólicas (o que não só a alma, também beneficia
o corpo), um jejum das imagens violentas e sexuais que televisão,
espectáculos, revistas e internet nos lançam diariamente. Igualmente,
estas espécies de «demónios» modernos não se vencem senão «com
o jejum e a oração».
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4 DE MARÇO
SÁBADO DEPOIS DAS CINZAS
Evangelho segundo S. Lucas 5,27-32.
Naquele tempo, Jesus viu um publicano chamado Levi, sentado
no posto de cobrança, e disse-lhe: «Segue-Me». Ele, deixando tudo,
levantou-se e seguiu Jesus. Levi ofereceu-lhe um grande banquete
em sua casa. Havia grande número de publicanos e de outras pessoas
com eles à mesa. Os fariseus e os escribas murmuravam, dizendo
aos discípulos: «Porque comeis e bebeis com os publicanos e os
pecadores?» Então Jesus, tomando a palavra, disse-lhes: «Não são
os que têm saúde que precisam de médico, mas sim os doentes. Eu
não vim chamar os justos, vim chamar os pecadores, para que se
arrependam».
Reflexão
São Francisco de Assis diz-nos sobre o Perdão:
“Eis como saberei que amas o Senhor, e que me amas a mim,
Seu e teu servo: se qualquer irmão, após ter pecado tanto quanto
é possível pecar, pode encontrar o teu olhar, pedir o teu perdão, e
partir perdoado. Se não te pedir perdão, pergunta-lhe tu se quer ser
perdoado. E se, mesmo depois disso, voltar a pecar mil vezes contra ti,
ama-o mais ainda do que me amas a mim, para o conduzir ao Senhor.
Tem sempre piedade desses infelizes.”
O perdão não consiste numa indiferença perante o erro do
outro, mas é precisamente a atitude contrária relativamente ao
mesmo! “Não é uma negação do erro mas uma participação na cura
e no amor transformador de Deus que reconcilia e restaura”, disse o
Papa Bento XVI. Pelo perdão, tomamos parte nesta transformação, e
somos como o instrumento deste Médico, as mãos que Deus precisa
para fazer chegar a sua misericórdia ao mundo.
Propostas
Proposta de grupo
Saber ceder nas discussões com os amigos, lembrar que o mais
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importante é chegar à verdade e não saber qual das partes defende
melhor o seu ponto. Para isso é importante cultivar um espírito de
humildade e paciência sabendo calar quando mais nos custa.
Proposta familiar
Pedir aos pais e irmãos uma desculpa sincera pelas coisas
más que lhes fizemos nestes últimos tempos. É importante que
este desafio não seja feito “só para cumprir”, pedindo desculpa com
leviendade pela primeira coisa que me vem à cabeça, mas sim com
total seriedade após um bom exame de consciência
Proposta individual
Durante a Quaresma é essencial confessarmo-nos pelo
menos uma vez, mas quantas mais melhor! Para que a confissão seja
eficiente e dê muitos frutos é fundamental fazer um bom exame de
consciência. Para que a confissão seja válida é necessário que não
omitas voluntariamente algum pecado grave (e se possível o número
de vezes que caíste nele), estejas arrependido do pecado cometido,
houver em ti um firme propósito de emenda de vidae estiveres
disposto a cumprir a penitência imposta.
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5 DE MARÇO
DOMINGO I DA QUARESMA
Evangelho segundo S. Mateus 4,1-11.
Naquele tempo, Jesus foi conduzido pelo Espírito ao deserto,
a fim de ser tentado pelo diabo. Jejuou durante quarenta dias e
quarenta noites e, por fim, teve fome. O tentador aproximou-se e
disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, ordena que estas pedras se
convertam em pães.» Respondeu-lhe Jesus: «Está escrito: Nem
só de pão vive o homem, mas de toda a palavra que sai da boca de
Deus.» Então, o diabo conduziu o à cidade santa e, colocando o sobre
o pináculo do templo, disse-lhe: «Se Tu és o Filho de Deus, lança-te
daqui abaixo, pois está escrito: Dará a teu respeito ordens aos seus
anjos; eles suster-te-ão nas suas mãos para que os teus pés não se
firam nalguma pedra.» Disse-lhe Jesus: «Também está escrito: Não
tentarás o Senhor teu Deus!» Em seguida, o diabo conduziu-o a um
monte muito alto e, mostrando-lhe todos os reinos do mundo com a
sua glória, disse-lhe: «Tudo isto te darei, se, prostrado, me adorares.»
Respondeu-lhe Jesus: «Vai-te, Satanás, pois está escrito: Ao Senhor,
teu Deus, adorarás e só a Ele prestarás culto.» Então, o diabo deixou-o
e chegaram os anjos e serviram-no.
Reflexão
O nosso querido Papa Francisco deixou-nos esta homilia
sobre a tentação:
“É tão difícil cortar com uma situação pecaminosa. É difícil!
Mesmo numa tentação, é difícil! Mas a voz de Deus diz-nos esta
palavra: “Foge! Tu não podes lutar, porque o fogo, o enxofre, hãode matar-te. Foge!” Santa Teresinha do Menino Jesus ensinou-nos
que, às vezes, nalgumas tentações, a única solução é fugir e não ter
vergonha de fugir, reconhecer que somos fracos e temos de fugir. E
o nosso povo em sua sabedoria simples, diz um pouco ironicamente:
‘soldado que foge, serve para outra guerra’. Fugir para avançar na
estrada de Jesus.
Ante o pecado, fugir sem nostalgia. A curiosidade não ajuda,
faz mal! “Mas, neste mundo tão pecador, como se faz? Como será
este pecado? Gostava de saber... “. Não, deixa! A curiosidade vai-te
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fazer mal! Fugir e não olhar para trás! Nós somos fracos, todos, e
devemos defender-nos. A terceira situação é na barca: é o medo.
Quando se dá uma grande agitação no mar, a barca é coberta pelas
ondas. “Salva-nos, Senhor, estamos perdidos!” Dizem eles. Medo!
Também isso é uma tentação do diabo: ter medo de avançar na
estrada do Senhor. Olhar para o Senhor, contemplar o Senhor. Isso
dá-nos este deslumbramento, tão belo, de um novo encontro com o
Senhor. ‘Senhor, eu tenho esta tentação: quero ficar nesta situação de
pecado; Senhor, eu tenho a curiosidade de conhecer como é que são
estas coisas; Senhor, eu tenho medo.’ E eles olharam para o Senhor:
‘Salva-nos, Senhor, estamos perdidos’. E veio o deslumbramento de
um novo encontro com Jesus. Não somos ingénuos nem cristãos
tíbios, somos valentes, corajosos. Somos fracos, mas temos de ser
corajosos na nossa fraqueza. E a nossa coragem, muitas vezes deve
manifestar-se numa fuga sem olhar para trás, para não cair na má
nostalgia. Não ter medo.”
Propostas
Proposta de grupo
Qual a maior tentação que me surge quando estou no meu
grupo de amigos? (Dizer mal dos outros, mentir, ser ordinário e etc)
Falar com um dos meus amigos sobre essas tentações para que me
ajude a não ceder… se calhar também são as dele.
Proposta familiar
Fazer o propósito de, pelo menos na Quaresma, não adiar
nada do que os meus pais me pedem para fazer e fazer tudo o mais
rápido possível, sem demoras. Tantas vezes nos custa fazer as coisas
quando os outros nos pedem e não quando nos apetece. Tentar não
ceder aos nossos caprichos egoístas e servir mais em casa.
Proposta individual
Quais são as minhas maiores tentações? Quais as minhas
batalhas mais frequentes? O que é que me custa mais no meu diaa-dia? O que faço para lhes resistir? Se já sei que não resisto, sei ser
inteligente e fujo delas?
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6 DE MARÇO
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA I
Evangelho segundo S. Mateus 25,31-46.
“(…) Porque tive fome e destes-Me de comer; tive sede e
destes-Me de beber; era peregrino e Me recolhestes; não tinha roupa
e Me vestistes; estive doente e viestes visitar-Me; estava na prisão e
fostes ver-Me’. Então os justos Lhe dirão: ‘Senhor, quando é que Te
vimos com fome e Te demos de comer, ou com sede e Te demos de
beber? Quando é que Te vimos peregrino e Te recolhemos, ou sem
roupa e Te vestimos? Quando é que Te vimos doente ou na prisão
e Te fomos ver?’. E o Rei lhes responderá: ‘Em verdade vos digo:
Quantas vezes o fizestes a um dos meus irmãos mais pequeninos, a
Mim o fizestes’. (…) ”
Reflexão
O que terá Santa Teresa de Calcutá para nos dizer sobre a
caridade?
“Digo sempre que o amor começa em casa. Primeiro está
a família, depois a cidade. É fácil fingir amar as pessoas que estão
longe; mas é muito menos fácil amar aqueles que vivem connosco
ou que estão muito perto de nós. Desconfio dos grandes projectos
impessoais, porque o importante são as pessoas. Para se amar
alguém, é preciso estar perto dessa pessoa. Toda a gente precisa de
amor. Todos nós precisamos de saber que temos importância para
os outros e que temos um valor inestimável aos olhos de Deus.
Cristo disse: «Que vos ameis uns aos outros assim como Eu
vos amei.» E disse também: «Aquilo que fizerdes ao mais pequeno
dos meus irmãos, a Mim o fazeis» (Mt 25,40). É a Ele que amamos
em cada pobre, e todos os seres humanos são pobres de alguma
coisa. Disse Ele também: «Tive fome e destes-Me de comer, estava
nu e vestistes-Me» (Mt 25,35). Recordo sempre às minhas irmãs e aos
nossos irmãos que o nosso dia consiste em passar as vinte e quatro
horas com Jesus.”
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Propostas
Proposta de grupo
Propor ao meu grupo de amigos acolher melhor o X, ou parar
de ser tão gozão com o Y e mais do que tudo, ir ter com o Z que está
sempre sozinho.
Proposta familiar
Dar um presente a um membro da minha família só porque
sim, algo simples mas que seja uma expressão do meu amor. Tento
dá-lo àquele que está mais triste ou desanimado.
Proposta individual
Hoje quero rezar por todos os que não costumam ser o centro
das atenções. Por aqueles que não parecem ser muito interessantes,
pelos que não falam tanto, pelos que não dão tanto “nas vistas”.
Pelos que muitas vezes estão sozinhos, porque outros têm “imensos”
amigos, e parece que não têm lugar para mais um. Pelos que estão
tristes porque quem os devia acolher está fechado apenas a quem
conhece e não tem vontade de falar com um desconhecido. Quero
rezar pelos que estão tão sozinhos como Jesus ficou quando os
discípulos fugiram com medo, e também pelos que não reconhecem
o Senhor naquele desconhecido que está à sua frente.
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7 DE MARÇO
TERÇA-FEIRA DA SEMANA I
Evangelho segundo S. Mateus 6,7-15.
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Quando
orardes, não digais muitas palavras, como os pagãos, porque pensam
que serão atendidos por falarem muito. Não sejais como eles, porque
o vosso Pai bem sabe do que precisais, antes de vós Lho pedirdes.
Orai assim: ‘Pai nosso, que estais nos Céus, santificado seja o vosso
nome; venha a nós o vosso reino; seja feita a vossa vontade assim na
terra como no Céu. O pão nosso de cada dia nos dai hoje; perdoainos as nossas ofensas, assim como nós perdoamos a quem nos tem
ofendido; e não nos deixeis cair em tentação, mas livrai-nos do mal’.
Porque se perdoardes aos homens as suas faltas, também o vosso Pai
celeste vos perdoará. Mas se não perdoardes aos homens, também o
vosso Pai não vos perdoará as vossas faltas».
Reflexão
Como rezar melhor? A melhor coisa que podes fazer é decidir
fazer um horário de oração para pores em prática com fidelidade
todos os dias. Aqui ficam as dicas sem nenhuma ordem especial:
1. Encontra um lugar em casa para rezar. Escolhe um espaço
onde saibas que terás silêncio e recolhimento.
2. Encontra um tempo no dia para rezar. Os profetas e os
santos normalmente levantavam-se mais cedo para rezar. E se
experimentares pôr o alarme para mais cedo (e ir mais cedo para a
cama…) e acordar para estar com Cristo de manhã?
3. Cria para o teu dia uma rotina que inclua a oração! São
muitas as maneiras de fazê-lo, como o terço, a oração mental, a
leitura e meditação de passagens da Bíblia... A Bíblia é como Deus
normalmente fala convosco. “Deus nunca me fala,” dizem às vezes as
pessoas. A minha resposta é, “Já tentaste ouvi-lo onde ele falou com
maior clareza para a tua vida?” - Deus fala connosco na Escritura.
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4. Se te ajudar, usa o cronómetro do telefone. Podes começar
com 5 minutos e procurar ir aumentando!
5. A oração mental consiste dialogar interiormente com Deus,
de coração aberto. Conta-Lhe tudo, mesmo que Ele já saiba! Contar a
Deus as nossas alegrias é uma ação de graças. Contar-Lhe as nossas
preocupações é um pedido de iluminação do caminho. Contar-Lhe
arrependidos as nossas falhas é um pedido de perdão. Contar-Lhe as
nossas inseguranças é um pedido de força e de graças. Contar-Lhe
as nossas dúvidas é um pedido de Fé! Deus já sabe tudo isto, mas
quando lho contamos, abrimos o nosso coração para que Ele actue
nele! Não tenhas medo de fazer pedidos completamente malucos!
6. Mantém o Novo Testamento ou um livro de leitura espiritual
por perto. Se a tua mente perde o caminho e começa a vaguear, usa-o
para ler algumas frases, meditares sobre o que elas dizem à tua vida
e focares, assim, novamente o teu rumo em Cristo!
7. Usa este teu tempo diário para te encheres de positivismo e
da alegria de seres Cristão! Olhemos para os santos! Aqueles que mais
tempo “perdem” para o Senhor são aqueles que mais intensamente
vivem a vida! Porquê? Porque “gastam” tempo com Deus e aprendem
que todas as coisas são possíveis através de Cristo. A fé e a oração
criam em nós a confiança de que necessitamos para enfrentar os
desafios da vida, dar-lhes significado e vivê-los com sentido de
missão, sem pessimismos, totalmente entregues à Sua vontade!
8. Torna a oração diária a tua identidade! Repete para ti: “Eu
sou uma pessoa que fala com Deus Pai, Filho e Espírito Santo todos
os dias, e assim me torno quem verdadeiramente sou. Sem Ele, sou
aquilo que o mundo fizer de mim, com Ele, faço no mundo que Ele
quiser!”
Propostas
Proposta de grupo
Participar com os meus amigos no primeiro Sábado das
Equipas, no Terço ou na Noite de Oração. Propostas não faltam!
Se estou a gostar desta proposta de oração das Equipas para a
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Quaresma, posso e devo recomendá-la aos meus amigos!
Proposta familiar
Hoje proponho à minha família rezarmos um terço juntos!
Se tal for muito, muito difícil, meço até onde posso ir: uma dezena,
abençoar uma refeição, um Pai Nosso ou uma Avé Maria… o que seja,
mas vou rezar! Família que reza junta permanece junta!
Proposta individual
Se já estou a fazer o esforço diário de rezar esta proposta das
Equipas, a proposta para hoje é rezar os frutos destes primeiros 7
dias de Quaresma. Estou a crescer espiritualmente? Tenho tentado
cumprir as propostas e sou exigente comigo próprio?
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8 DE MARÇO
QUARTA-FEIRA DA SEMANA I
Evangelho de Jesus Cristo segundo São Lucas 11, 29-32
Como as multidões afluíssem em massa, começou a dizer:
«Esta geração é uma geração perversa; pede um sinal, mas não lhe
será dado sinal algum, a não ser o de Jonas. Pois, assim como Jonas
foi um sinal para os ninivitas, assim o será também o Filho do Homem
para esta geração. A rainha do Sul há-de levantar-se, na altura do
juízo, contra os homens desta geração e há-de condená-los, porque
veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão; ora, aqui
está quem é maior do que Salomão! Os ninivitas hão-de levantar-se,
na altura do juízo, contra esta geração e hão-de condená-la, porque
fizeram penitência ao ouvir a pregação de Jonas; ora, aqui está quem
é maior do que Jonas.»
Reflexão
Esta passagem do Evangelho não é fácil de perceber se não
soubermos quem eram Jonas e a Rainha do Sul (Rainha de Sabá, uma
região no Sul da península arábica). As duas passagens do Antigo
Testamento que falam destas personagens contam-nos a história
de dois povos que seguiram “a mensagem de Deus”, sendo que essa
“mensagem” tinha sido transmitida pelos próprios Jonas e Rainha do
Sul.
Voltando ao evangelho: os fariseus e doutores da lei pediram
um sinal a Jesus, e Jesus respondeu-lhes duramente, dizendo que
se nem eles, que conviviam com o Filho de Homem, eram capazes
de reconhecer a Deus, que sinal poderia mudar a sua desconfiança?
Que sinal maior seria necessário para depois de Deus ter vindo, Ele
próprio, à Terra? A pergunta que nos fica é então se não faremos nós
isto também? Será que não somos nós também muito “desconfiados”
quando a mensagem vem de Deus? Somos capazes de O reconhecer?
De estar abertos o suficiente para O vermos e ouvirmos, ou passamos
a vida a pedir sinais?
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Propostas
Proposta de grupo
Partilho com um membro da minha equipa o que é, para mim,
na prática e com exemplos concretos, o “ter confiança em Deus”.
Proposta familiar
A quaresma começou exactamente há uma semana. Tento
fazer um balanço com a família (ou com algum pai/irmão pelo menos)
sobre a forma como temos, ou não, deixado Cristo entrar em nossa
casa, nas nossas vidas, e transformá-las, conformá-las a Si.
Proposta individual
Hoje é tempo de avaliar como estão os propósitos que escolhi
para a Quaresma. Estou a conseguir cumpri-los? Custam-me ou na
verdade não estão a puxar assim tanto por mim? Não tem mal (e é
aliás muito bom) perceber que somos capazes de mais, quer isso nos
leve a comprometer-nos mais a fundo nos propósitos que já temos,
quer nos leve mesmo a criar novos propósitos!
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9 DE MARÇO
QUINTA-FEIRA DA SEMANA I
Evangelho segundo São Mateus 7, 7-12
«Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Pedi e
dar-se-vos-á, procurai e encontrareis, batei à porta e abrir-se-vos-á.
Porque todo aquele que pede recebe, quem procura encontra e a
quem bate à porta abrir-se-á. Qual de vós dará uma pedra a um filho
que lhe pede pão, ou uma serpente se lhe pedir peixe? Ora, se vós
que sois maus, sabeis dar coisas boas aos vossos filhos, quanto mais
o vosso Pai que está nos Céus as dará àqueles que Lhas pedem! Tudo
quanto quiserdes que os homens vos façam fazei-o também a eles,
pois nisto consiste a Lei e os Profetas.»
Reflexão
É impressionante a clareza e simplicidade com que Jesus fala
sobre esta confiança que deve existir na nossa relação com Deus. É
impressionante termos noção (que provavelmente não temos) do
quão ilógico é aos olhos do mundo que Deus nos diga “pede-me que
eu faço”. Deus eterno, omnipotente, omnisciente, omnipresente,
vira-se para nós e diz-nos “bate à porta que eu abro”. Ilógico? Sim
e muito. Mas não. Tem uma outra lógica por trás: a lógica do Amor.
Pensemos numa relação de um pai ou uma mãe com um filho de
4 ou 6 anos. Vemos que a enorme maioria das coisas que o pai faz
é para o bem da criança, mesmo quando a criança não o percebe,
certo? Não é bom comer 4 gelados seguidos, não é bom brincar num
sitio perigoso, etc…Para nós agora é óbvio mas quando tínhamos
6 anos não percebíamos. Assim é com o plano de amor que Deus
desenha para a nossa vida, com uma diferença fundamental: Deus é
infinitamente bom!
Propostas
Proposta de grupo
Partilho com um amigo uma experiência recente em que
tenha sentido uma presença de Deus muito forte, mas também uma
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em que embora não o sentisse, embora fosse difícil de ver o seu plano
de amor no momento que passava, sei agora que esteve ao meu lado,
a guiar-me na adversidade. A fé não é um sentimento bonito, é uma
nova vida a viver dentro de mim!
Proposta familiar
Em família, à hora do jantar, agradeço as coisas boas que cada
pai/irmão me dá. Porque é que nos custa tanto agradecer? Olho com
atenção especialmente para os meus pais e reconheço tudo o que
fazem por mim. Agradeço até a ordem mais chata da mãe, ou o maufeitio do pai…
Proposta individual
Faço um exercício muito simples. Paro para pensar sobre
aquilo de que preciso. Será que me fata paciência? Falta-me
humildade? Caridade? Misericórdia? Fé? Penso em três virtudes que
queira melhorar e ponho-nos diante de Nosso Senhor, em oração,
dizendo, sem medos ou vergonhas, “Jesus, ajuda-me a ser mais
paciente”. Para passar das palavras aos actos, amanhã tento reparar
em 3 situações em que ponha estas 3 virtudes em prática.
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10 DE MARÇO
SEXTA-FEIRA DA SEMANA I
Evangelho segundo São Mateus 5, 20-26
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: «Se a vossa
justiça não superar a dos escribas e fariseus, não entrareis no reino
dos Céus. Ouvistes que foi dito aos antigos: ‘Não matarás; quem matar
será submetido a julgamento’. Eu, porém, digo-vos: Todo aquele
que se irar contra o seu irmão será submetido a julgamento. Quem
chamar imbecil a seu irmão será submetido ao Sinédrio, e quem lhe
chamar louco será submetido à geena de fogo. Portanto, se fores
apresentar a tua oferta ao altar e ali te recordares que o teu irmão
tem alguma coisa contra ti, deixa lá a tua oferta diante do altar, vai
primeiro reconciliar-te com o teu irmão e vem depois apresentar a
tua oferta. Reconcilia-te com o teu adversário, enquanto vais com ele
a caminho, não seja caso que te entregue ao juiz, o juiz ao guarda, e
sejas metido na prisão. Em verdade te digo: Não sairás de lá, enquanto
não pagares o último centavo».
Reflexão
O gesto da Paz que fazemos na missa recorda-nos, entre
outras coisas, esta passagem…e que exigente que esta passagem é!
Como poderemos estar nós em comunhão com Deus se não estamos
em comunhão com o nosso irmão? Jesus alerta-nos e diz-nos para
não nos ficarmos pela regras que os escribas e fariseus defendiam,
esses que se limitavam a cumprir a regra e o preceito, pensando que
era nos seus méritos que residia a sua salvação. Mas Jesus pede-nos
que sejamos mais exigentes ainda. Se “a regra” diz para não matarmos
o nosso irmão, então façamo-lo. Não matemos a sua dignidade, não
matemos a sua integridade, não matemos a sua honra, não matemos
a sua paciência. Reparamos ainda o quão duro é Jesus: este cuidado
com o próximo é um ponto-chave da Sua mensagem. “Se o fizeste a
um pequenino a mim o fizeste”; “se alguém te pedir para caminhar
uma milha a teu lado, caminha com ele duas”; “vai e faz o mesmo”;
etc… Será que temos verdadeira noção do fundamental e central que
o “cuidado com o próximo” deve ter nas nossas vidas? Identificamos
na nossa relação com Deus essa empurrão para nos pormos ao
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serviço? Vemos como a nossa oração nos impulsiona?
Propostas
Proposta de grupo
Hoje peço perdão a alguém que tenha razão de queixa de
mim. Não peço desculpa “só para cumprir” a proposta, mas com a
verdadeira humildade de saber que magoei o outro com algo que
podia ter evitado. Só assim me poderei oferecer diante do atar, em
paz com os meus irmãos.
Proposta familiar
Hoje é sexta-feira de quaresma, por isso não devo comer
carne. Ao jantar, converso com a minha família sobre o jejum, oração
e esmola, as três características fundamentais do tempo que vivemos!
Proposta individual
A partir de hoje, sempre que der uma moeda a um pedinte,
dou-lhe a moeda tocando na mão, não “atirando” a moeda. Dou-lhe
um passou bem. Pergunto-lhe o nome. Devolvo-lhe a dignidade que
lhe é devida pelo simples facto de ser filho de Deus, meu irmão. Como
reagiria eu se visse um irmão meu a pedir nas ruas? Esse mesmo
amor devemos ter por cada um daqueles que se atravessam no nosso
caminho!
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11 DE MARÇO
SÁBADO DA SEMANA I
Evangelho segundo São Mateus 5, 43-47
Ouvistes que foi dito: Amarás o teu próximo, e odiarás o teu
inimigo. Eu, porém, vos digo: amai a vossos inimigos, bendizei os
que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que
vos maltratam e vos perseguem; para que sejais filhos do vosso Pai
que está nos céus; Porque faz que o seu sol se levante sobre maus e
bons, e a chuva desça sobre justos e injustos. Pois, se amardes os que
vos amam, que galardão tereis? Não fazem os publicanos também o
mesmo? E, se saudardes unicamente os vossos irmãos, que fazeis de
mais? Não fazem os publicanos também assim?
Reflexão
Este Evangelho é dos que conhecemos tão bem, que nos
esquecemos de ler as palavras com atenção. Repetimos vezes sem
conta que temos que amar os inimigos, bendizer os que nos maldizem,
fazer bem aos que nos odeiam, orar pelos que nos maltratam e
perseguem. Mas, na verdade, alguma vez o fazemos? Quando alguém
me insulta, quantas vezes me, de facto, rezo por ele? Quando alguém
me odeia, quantas vezes não o odeio-o de volta? Quando alguém
diz mal de mim, quanto demoro a retribuir na mesma moeda? E
aos inimigos, sou capaz de amá-los? O amor de Deus não vive só no
que é fácil e óbvio (não que Ele não esteja nesse amor mais suave
e tranquilo que nos enche o coração). O amor de Deus também se
estende àqueles a quem é difícil amar. Àqueles a quem amar me
consome, parecendo mesmo, por vezes, consumir-me interiormente,
fazer-me questionar mil e uma vezes porque razão tenho que amar.
Só amando também estes me poderei aproximar de Deus.
Propostas
Proposta de grupo
Hoje, com os meus amigos, avalio a nossa dinâmica e tento
perceber onde falhamos no cumprimento deste Evangelho. Odiamos
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juntos? Maldizemos juntos? Maltratamos juntos? Pensamos em gestos
concretos para, juntos, passar a amar os que, juntos, desprezamos.
Proposta familiar
Em família, fomento o amor fácil, que me é dado tão
gratuitamente. Hoje, faço um esforço por saborear este amor tão
autêntico, e tento ser fonte dele. Se, no entanto, as coisas não são
tão fáceis, rezo por isso, para que eu possa resolver esta discórdia ou,
não conseguindo, que eu saiba amar a minha família apesar disso.
Proposta individual
Hoje rezo por alguém de quem não gosto. A oração abre os
corações e torna-os dispostos a receber Jesus. Hoje rezo uma relação
mais complicada, ou um ódio de estimação que não consigo resolver;
acreditando que a oração será um primeiro passo para aprender a
amar esta pessoa.
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12 DE MARÇO
DOMINGO II DA QUARESMA
Evangelho segundo São Mateus 17, 1-9
Pedro, tomando a palavra, disse a Jesus: Senhor, bom é
estarmos aqui; se queres, montemos três tendas, uma para ti, uma
para Moisés, e uma para Elias. E estando ele ainda a falar, eis que uma
nuvem luminosa os cobriu. E eis que uma voz da nuvem disse: Este é
o meu Filho muito amado, em quem pus toda a minha complacência;
escutai-o. E os discípulos, ouvindo isso, caíram sobre seu rosto, e
tiveram grande medo. E Jesus, aproximando-se, tocou-os, e disse:
Levantai-vos, e não tenhais medo.».
Reflexão
Jesus, é bom para nós estarmos aqui. Quantas vezes
nos esquecemos desta simples verdade que encerra em si uma
mensagem tão importante. É bom para nós estarmos aqui. É bom
para nós estarmos aqui a ler estas palavras e a rezar a Ti, Senhor.
É bom para nós estarmos aqui, neste Domingo de Quaresma. É
bom para nós estarmos aqui, no mundo – e isto é algo de que nos
esquecemos tantas vezes, perdidos nas nossas queixas, infelicidades,
preocupações, lamentações. É bom para nós viver e é bom para nós
entregar-Te o bom e o mau. Ajuda-nos a viver como pediste – ajudanos a levantarmo-nos e a não ter medo, a encarar a vida cheios da
coragem que vem da certeza do Teu amor. Jesus, é bom para nós
estarmos aqui, e não nos deixes esquecer isso, esta Quaresma.
Propostas
Proposta de grupo
É bom para nós estarmos aqui, com os nossos amigos. E que
bom é saber estar. Hoje vou estar onde estiver, sem que a minha
cabeça se perca em mil pensamentos e que a minha atenção se
divida em mil tarefas mais ou menos virtuais. Hoje vou estar, sem
telemóveis, sem conversas paralelas, sem pensar no trabalho que
ficou por fazer ou no outro programa em que podia estar. Hoje vou
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estar verdadeiramente onde estiver e com quem estiver.
Proposta familiar
É bom para nós estarmos aqui, em família. Hoje, que é Domingo,
Teu dia e dia de família, vou saber estar com a minha, sem fugir
embrenhado em tantas realidades que esta desconhece. É verdade
que os meus pais não percebem a importância daquele trabalho para
a faculdade, e que os meus irmãos não vibram comigo com aquele
jogo, mas são a minha família e hoje vou saber estar com eles, sem
distracções nem fugas. E, se conseguir, vou estar com eles e conTigo
– vamos juntos à missa, porque é tão bom para a nossa família que tu
estejas connosco, Senhor.
Proposta individual
É bom para mim estar aqui, comigo mesmo. E ainda é melhor
porque nunca estou sozinho, porque Tu estás sempre comigo,
Senhor. É bom para mim estar em exigência comigo próprio – por
isso, faço um exame de consciência, olhando com seriedade para a
forma como estou a viver a Quaresma (a exigência é boa porque nos
permite perceber, ao certo, o que precisamos de mudar) e proponhome a trabalhar certos aspectos, muito concretos, da minha vida.
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13 DE MARÇO
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA II
Evangelho segundo São Lucas 6, 36-38
Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é
misericordioso. Não julgueis, e não sereis julgados; não condeneis,
e não sereis condenados; soltai, e soltar-vos-ão. Dai, e ser-vos-á
dado; boa medida, recalcada, sacudida e transbordando, vos deitarão
no vosso regaço; porque com a mesma medida com que medirdes
também vos medirão de novo.
Reflexão
Esta segunda-feira começa com uma palavra essencial, não só
na Quaresma como na vida de qualquer cristão – a misericórdia. Essa
palavra que é só de Deus, porque expressa um amor e compaixão
tão grandes, tão Seus. Essa palavra que é a do coração tão cheio de
amor, que transborda e se estende a todos os outros corações. É
importante perceber que Cristo não nos diz “Sede misericordiosos
mais ou menos como o vosso Pai é misericordioso.” Não! Cristo
revela-nos que somos capazes de ser misericordiosos COMO o Pai,
com as nossas falhas e quedas, mas focados nesse objectivo pelo
qual, com a graça de Deus, podemos viver.
É a misericórdia que dá razão a toda a Quaresma –é por ela que Jesus
morre na Cruz, por todos nós. E é porque fomos amados com esse
amor, que passamos estes 40 dias no deserto, porque queremos ser,
também nós, fonte de misericórdia. Fazemo-lo com as três grandes
propostas da Quaresma – oração, jejum e esmola. Recebemos de
graça aquilo que somos chamados a dar. E damo-lo com alegria,
porque acreditamos que assim seremos misericordiosos, como o Pai
é misericordioso.
Propostas
Proposta de grupo
Hoje, com os meus amigos ou em grupo, não vou dizer mal. É
tão fácil fazer um comentário, olhar de lado, julgar o que é diferente.
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Hoje vou usar a medida que gostava que usassem comigo – a do
amor. E a medida do amor é amar sem medida, como nos ensinou
São Francisco de Sales, por isso hoje vou amar. E se não conseguir
amar, pelo menos farei jejum de palavras que nada trazem de bom e
direi apenas as que forem úteis, boas e verdadeiras.
Proposta familiar
Hoje, procuro ser espelho da misericórdia de Deus, com a minha
família. Não refilo porque o jantar foi tarde, não me queixo porque
o meu pai está mal disposto, não recuso ajudar. Antes, procuro ser
espelho de misericórdia em todos os gestos – pergunto e oiço com
atenção porque é que o dia da minha mãe se atrasou, tento facilitar a
convivência com o meu pai, ofereço ajuda em tudo o que for preciso.
Proposta individual
Hoje rezo e medito a seguinte oração:
“Faz-nos trilhar, Senhor, a estrada da Misericórdia. Dá a cada
um de nós a capacidade de acolher apenas, sem juízos prévios, nem
cálculos. Dá-nos a arte de acolher o trémulo, o ofegante, o frágil
modo com que a vida se expressa. Torna-nos atentos ao desenho
silencioso e áspero dos dias: à dor profunda e, porém, quase anónima
a nosso lado; ao grito sem voz; às mãos que se estendem para nós
sem as vermos; à necessidade que nem encontra palavras. Ensinanos que fomos feitos para a Misericórdia e que ela é a Sabedoria que
Tu, Senhor, mais amas.”
Pe. José Tolentino de Mendonça, Um Deus que dança
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14 DE MARÇO
TERÇA-FEIRA DA SEMANA II
Evangelho segundo São Mateus 23, 1-12
«Vós, porém, não queirais ser chamados Rabi, porque um só é
o vosso Mestre, a saber, o Cristo, e todos vós sois irmãos. E a ninguém
na terra chameis vosso pai, porque um só é o vosso Pai, o qual está
nos céus. Nem vos chameis mestres, porque um só é o vosso Mestre,
que é o Cristo. O maior dentre vós será vosso servo. E o que a si
mesmo se exaltar será humilhado; e o que a si mesmo se humilhar
será exaltado.»
Reflexão
O Evangelho de hoje convida-me a olhar-me e a olhar Deus
através de uma mesma perspectiva – uma que reconhece a Sua infinita
grandeza e bondade e, a partir dela, a minha infinita pequenez. Primeiro,
o Evangelho faz com que me coloque perante Deus e reconheça que
Ele é o único Senhor que tenho. Que mais nada nem ninguém merece
a minha devoção e adoração, porque só Ele é o Pai e eu sou só um
filho. Percebo que Deus é tão grande, que esta grandeza me convida
a sair de mim, para me ver de fora e perceber o pequeno que sou.
Vendo-me assim, tão pequeno e fraco, não me exalto mas, por outro
lado, reconheço as minhas limitações. Ainda assim, estas palavras de
Jesus parecem duras – percebo que não me devo exaltar, mas porquê
humilhar-me? Porquê sujeitar-me à humilhação, um sentimento tão
duro, tão indesejado, que tanto tento evitar. O segredo está aí – a
humilhação não vale pela dor e sofrimento da humilhação em si, mas
pelo despojamento de mim próprio, por perceber que a exaltação na
terra nada importa quando comparada com o amor de Deus. Num
exemplo prático, de que me valem centenas de likes numa fotografia,
ou uma plateia a aplaudir, quando comparados com a noção de que
fiz o que Deus me pede? E o que importa se se rirem de mim, se me
chamarem beato, se eu sei que estou a seguir o Seu plano de amor?
Então, que eu não me esqueça de exaltar apenas a Deus, e de deixar
que me humilhem, se necessário, porque também nessa humilhação
experimentarei a misericórdia de Deus.
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Propostas
Proposta de grupo
Hoje, saímos de nós. Deixamos de lado os nossos ídolos, desejos
e sonhos e reconhecemos que só Deus merece a nossa adoração.
Hoje, reconhecemos que somos amigos porque Deus nos deu a sorte
de nos encontrarmos neste caminho. Hoje, rezamos juntos para que
possamos reconhecer a nossa pequenez e a Sua imensidão.
Proposta familiar
Hoje, saio de mim. Deixo o meu orgulho e calo-me, naquela
discussão em que sei que tenho razão, mas que não está a ser boa
para ninguém. Deixo que me humilhem, porque quero ser manso,
como Jesus. Não preciso que me dêem razão, preciso de agir como
Jesus agiria.
Proposta individual
Hoje, saio de mim. Desligo as redes sociais e desligo-me das
exaltações mundanas. Hoje só me interessa perceber se fiz o que
Deus queria.
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15 DE MARÇO
QUARTA-FEIRA DA SEMANA II
Evangelho segundo São Mateus 20, 17-28
Ao subir a Jerusalém, pelo caminho, chamou à parte os
Doze e disse-lhes: «Vamos subir a Jerusalém e o Filho do Homem
vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, que
o vão condenar à morte. Hão-de entregá-lo aos pagãos, que o vão
escarnecer, açoitar e crucificar. Mas Ele ressuscitará ao terceiro dia.»
Aproximou-se então de Jesus a mãe dos filhos de Zebedeu, com
os seus filhos, e prostrou-se diante dele para lhe fazer um pedido.
«Que queres?» - perguntou-lhe Ele. Ela respondeu: «Ordena que
estes meus dois filhos se sentem um à tua direita e o outro à tua
esquerda, no teu Reino.» Jesus retorquiu: «Não sabeis o que pedis.
Podeis beber o cálice que Eu estou para beber?» Eles responderam:
«Podemos.» Jesus replicou-lhes: «Na verdade, bebereis o meu
cálice; mas, o sentar-se à minha direita ou à minha esquerda não me
pertence a mim concedê-lo: é para quem meu Pai o tem reservado.»
Ouvindo isto, os outros dez ficaram indignados com os dois irmãos.
Jesus chamou-os e disse-lhes: «Sabeis que os chefes das nações as
governam como seus senhores, e que os grandes exercem sobre elas
o seu poder. Não seja assim entre vós. Pelo contrário, quem entre
vós quiser fazer-se grande, seja o vosso servo; e quem no meio
de vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo. Também o Filho do
Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida
para resgatar a multidão.»
Reflexão
Jesus, Filho de Deus, vem para servir dando a sua vida “como
resgate em favor de muitos” e não para ser servido. Já tinha parado
para pensar no amor que Deus tem por toda a humanidade para que
venha até nós para nos servir? A mensagem de Jesus é muito clara:
quem quiser ser o primeiro, faça-se servo. O reino de Deus não é deste
mundo, a maior riqueza aos olhos de Jesus é a humildade e o amor ao
próximo. De facto, a proposta de vida que Jesus nos traz é radical e
muito diferente da mentalidade que o mundo nos apresenta, e quase
exige! Quem segue o exemplo de Jesus até às últimas consequências
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por amor sofrerá perseguições, mas na certeza que está a cumprir a
vontade do Pai e alcançará, certamente, a felicidade eterna que o Pai
tem preparada para nós.
Propostas
Proposta de grupo
Hoje procuro olhar especialmente para aqueles que
normalmente são invisíveis na minha vida: o motorista do autocarro,
o segurança da faculdade, a senhora da biblioteca. Não me caberá a
mim ser imagem de Jesus também para eles?
Proposta familiar
Hoje vou procurar servir os outros como Jesus que veio para
nos servir. Vou servir em casa pondo-me ao dispor de quem costuma
preparar o jantar e arrumar tudo.
Proposta individual
Já parei para pensar o que realmente significa Jesus ter
morrido por mim? Aquele que é Deus, Rei, torna-se escravo de amor,
e vai livremente para Jerusalém sabendo que lá será “entregue
aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, que o vão condenar à
morte. Hão-de entregá-lo aos pagãos, que o vão escarnecer, açoitar
e crucificar. Mas Ele ressuscitará ao terceiro dia”. Que impacto é que
isso tem na minha vida? Em que medida é que a Sua vinda me salva?
Tiro meia hora do meu dia para rezar sobre estas perguntas.
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16 DE MARÇO
QUINTA-FEIRA DA SEMANA II
Evangelho segundo São Lucas 16, 19-31
«Havia um homem rico que se vestia de púrpura e linho fino
e fazia todos os dias esplêndidos banquetes. Um pobre, chamado
Lázaro, jazia ao seu portão, coberto de chagas. Bem desejava ele
saciar-se com o que caía da mesa do rico; mas eram os cães que
vinham lamber-lhe as chagas. Ora, o pobre morreu e foi levado pelos
anjos ao seio de Abraão. Morreu também o rico e foi sepultado. Na
morada dos mortos, achando-se em tormentos, ergueu os olhos e
viu, de longe, Abraão e também Lázaro no seu seio. Então, ergueu
a voz e disse: ‘Pai Abraão, tem misericórdia de mim e envia Lázaro
para molhar em água a ponta de um dedo e refrescar-me a língua,
porque estou atormentado nestas chamas.’ Abraão respondeu-lhe:
‘Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em vida, enquanto
Lázaro recebeu somente males. Agora, ele é consolado, enquanto tu
és atormentado. Além disso, entre nós e vós há um grande abismo,
de modo que, se alguém pretendesse passar daqui para junto de
vós, não poderia fazê-lo, nem tão-pouco vir daí para junto de nós.’
O rico insistiu: ‘Peço-te, pai Abraão, que envies Lázaro à casa do
meu pai, pois tenho cinco irmãos; que os previna, a fim de que não
venham também para este lugar de tormento.’ Disse-lhe Abraão:
‘Têm Moisés e os Profetas; que os oiçam!’ Replicou-lhe ele: ‘Não, pai
Abraão; se algum dos mortos for ter com eles, hão-de arrepender-se.’
Abraão respondeu-lhe: ‘Se não dão ouvidos a Moisés e aos Profetas,
tão-pouco se deixarão convencer, se alguém ressuscitar dentre os
mortos.»
Reflexão
No Evangelho de hoje é nos apresentada uma história que
nos fala da relação entre a nossa vida terrena e a vida eterna junto
do Pai. O rico, que sempre ignorara aqueles que lhe pediam auxilio
veio a acabar na “morada dos mortos” enquanto que o pobre Lázaro,
que levara uma vida de humildade e sofrimento, se juntou a Abraão
junto do Pai. Muitas vezes na nossa vida ignoramos a vida que virá
depois desta passagem na Terra. Vivemos sem pensar que aquilo
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que fazemos aos outros é ao próprio Jesus que fazemos. Não foi a
consolação terrena que condenou o homem rico, mas a sua dureza
de coração! Vivia sem pensar nos outros e sem qualquer compaixão,
pelo que tendo recusado o amor toda a vida, não O reconheceu na
morte! Não pensemos que a fé só por si salva, a fé traduz-se em obras
concretas!
Propostas
Proposta de grupo
Hoje vou com um amigo levar alegria e amor aos que mais
precisam: um mendigo como Lázaro ou mesmo alguém que se
encontre mais sozinho dentro do nosso grupo de amigos.
Proposta familiar
Durante a refeição em família vou procurar perceber se há
alguém na família mais alargada que precisa de companhia ou que está
a passar por um momento menos bom, tentar discutir se há alguma
coisa que possamos fazer em família para aliviar o seu sofrimento e,
sobretudo, rezar por ela!
Proposta individual
O que mais me afasta do reino de Deus? O que me endurece
o coração e me impede de olhar os outros com a misericórdia que
Deus quer fazer chegar às suas vidas? Penso em pontos concretos,
propósitos firmes para trabalhar especialmente neste tempo de
Quaresma.
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17 DE MARÇO
SEXTA-FEIRA DA SEMANA II
Evangelho segundo São Mateus 16, 33-43; 45-46
«Um chefe de família plantou uma vinha, cercou-a com uma
sebe, cavou nela um lagar, construiu uma torre, arrendou-a a uns
vinhateiros e ausentou-se para longe. Quando chegou a época das
vindimas, enviou os seus servos aos vinhateiros, para receberem
os frutos que lhe pertenciam. Os vinhateiros, porém, apoderaramse dos servos, bateram num, mataram outro e apedrejaram o
terceiro. Tornou a mandar outros servos, mais numerosos do que
os primeiros, e trataram-nos da mesma forma. Finalmente, envioulhes o seu próprio filho, dizendo: ‘Hão-de respeitar o meu filho.’ Mas
os vinhateiros, vendo o filho, disseram entre si: ‘Este é o herdeiro.
Matemo-lo e ficaremos com a sua herança.’ E, agarrando-o, lançaramno fora da vinha e mataram-no. Ora bem, quando vier o dono da vinha,
que fará àqueles vinhateiros?» Eles responderam-lhe: «Dará morte
afrontosa aos malvados e arrendará a vinha a outros vinhateiros que
lhe entregarão os frutos na altura devida.» Jesus disse-lhes: «Nunca
lestes nas Escrituras:
A pedra que os construtores rejeitaram transformou-se em pedra
angular?
Isto é obra do Senhor e é admirável aos nossos olhos?
Por isso vos digo: O Reino de Deus ser-vos-á tirado e será confiado a
um povo que produzirá os seus frutos.»
Reflexão
Este discurso duro e direto foi dirigido por Jesus a todos os
sumos sacerdotes e fariseus que o queriam condenar e que rejeitavam
os seus ensinamentos. Deus deu-nos tudo, chegando ao cúmulo de
amor de nos enviar o Seu Filho e mesmo assim foi rejeitado, tal como
o chefe da vinha que enviou até o seu próprio filho ao encontro dos
vinhateiros. De facto, o Filho de Deus veio para nos salvar e nós não
o reconhecemos, rejeitando-o. Podemos achar estamos livres desta
culpa de ter levado Jesus à cruz, no entanto, quantas vezes não o
rejeitamos, o condenamos também nas nossas vidas? Tal como Jesus
foi condenado à morte na cruz, cada vez que pecamos e rejeitamos
39
a mensagem de Amor e misericórdia do Pai, a morte de Jesus na
cruz por nós torna-se mais em vão - mas não devemos desanimar, a
misericórdia do Pai é maior que qualquer dos nossos pecados.
Propostas
Proposta de grupo
Procuro falar com um amigo sobre a Cruz de Jesus. Podia
Jesus ter-nos salvo sem sofrer a cruz primeiro? Pode o alimento dar
vida sem primeiro se sujeitar à morte?
Proposta familiar
Hoje, sexta feira da quaresma, procuro não comer carne.
É importante que a minha vontade se sobreponha aos desejos do
meu corpo. O corpo obedece á mente. Faço um esforço para que as
refeições em casa não tenham carne, perdendo tempo a explicar o
porquê deste jejum se alguém mo perguntar. Deus deu o Seu próprio
filho por mim, e Eu nem sequer sou capaz de abdicar de carne numa
refeição?
Proposta individual
Hoje rezo o terço pela conversão dos pecadores começando
por mim mesmo ,por todos os momentos em que ofendo Jesus Cristo
e Sua Mãe, em que o rejeito como meu Senhor e o condeno à Cruz
que recebeu!
40
18 DE MARÇO
SÁBADO DA SEMANA II
Evangelho segundo São Lucas 15, 4-10
«Que homem dentre vós, tendo cem ovelhas, e perdendo
uma delas, não deixa as noventa e nove no deserto, e não vai após
a perdida até que venha a achá-la? E achando-a, a põe sobre seus
ombros, cheio de júbilo; E chegando à casa, convoca os amigos e
vizinhos, dizendo-lhes: Alegrai-vos comigo, porque já achei a minha
ovelha perdida. Digo-vos que assim haverá mais alegria no céu por
um pecador que se arrepende do que por noventa e nove justos que
não necessitam de arrependimento. Ou qual a mulher que, tendo dez
dracmas, se perder uma dracma, não acende a candeia, e não varre a
casa, e não busca com diligência até a achar? E achando-a, convoca
as amigas e vizinhas, dizendo: Alegrai-vos comigo, porque já achei a
dracma perdida. Assim vos digo que há alegria diante dos anjos de
Deus por um pecador que se arrepende».
Reflexão
Quantos de nós já não se sentiram como uma destas ovelhas
perdidas, que se afasta do rebanho para tão longe que quando dá
por si não é, já, capaz de encontrar por si o caminho de volta? Jesus
conhece-nos muito bem e sabe exactamente aquilo de que somos
feitos. Sabe que a nossa tendência é para ser como esta pequena
ovelha que se perde e que precisa do seu pastor para voltar ao
rebanho. Não há excepção, todos somos essa ovelha. A Quaresma
é um tempo de reconciliação e aproximação, através da oração, do
jejum e da esmola, assim nos sugere a Igreja. É tempo de todas as
ovelhas serem encontradas e voltarem para o seu pastor - realidades
essas que deviam ser vividas todos os dias claro, mas que na Quaresma
se intensifica pois vivemos especialmente uma preparação interior
para aquela que vai ser a maior prova de Amor de todos os tempos.
Somos convidados, então, nestes 40 dias a meditar sobre este Amor,
a viver este Amor e a deixar que Ele viva em nós. Para isso a Igreja nos
guia e ajuda, para que possamos melhor encontrar-nos, e deixar-nos
ser encontrados, por Aquele pastor que não desiste de nos procurar.
41
“Através das práticas tradicionais do jejum, da esmola e da oração,
expressões do empenho de conversão, a Quaresma educa para viver
de modo cada vez mais radical o amor de Cristo”, disse o papa Papa
Bento XVI.
Propostas
Proposta de grupo
Desafio algum amigo ou amiga que saiba que está mais
afastado da Igreja a ir à missa connosco. Jesus pede-nos também
para que sejamos instrumentos e o ajudemos a ir em busca das Suas
ovelhinhas perdidas.
Proposta familiar
A seguir ao jantar, proponho à minha família ler da parábola do
filho pródigo todos juntos(Lc, 15, 11-32). Depois da leitura, podemos
conversar sobre a parábola e partilhar em como identificamos as
figuras do Pai, do filho mais velho e do filho mais novo na nossa vida
pessoal e familiar.
Proposta individual
Faço um exame de consciência por escrito antes de dormir.
Identifico as vezes em que fui o filho mais velho e as vezes em
que virei mesmo as costas como fez o filho mais novo. Num outro
papel, escrevo uma lista de coisas que quero agradecer do meu dia.
Reconheço nestes que estes exercícios, embora pequenos e simples,
quando repetidos com fidelidade, trabalham no meu coração uma
sensibilidade muito mais apurada e me torna mais agradecido?
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19 DE MARÇO
DOMINGO III DA QUARESMA
Evangelho segundo São João 4, 5-15, 31-34
Foi, pois, a uma cidade de Samaria, chamada Sicar. (...) Jesus,
pois, cansado do caminho, assentou-se assim junto da fonte. (...)
Veio uma mulher de Samaria tirar água. Disse-lhe Jesus: «Dá-me de
beber». Disse-lhe, pois, a mulher samaritana: «Como, sendo tu judeu,
me pedes de beber a mim, que sou mulher samaritana?» (porque os
judeus não se comunicam com os samaritanos). Jesus respondeu, e
disse-lhe: «Se tu conheceras o dom de Deus, e quem é o que te diz:
Dá-me de beber, tu lhe pedirias, e ele te daria água viva». Disse-lhe a
mulher: «Senhor, tu não tens com que a tirar, e o poço é fundo; onde,
pois, tens a água viva? (...) Jesus respondeu, e disse-lhe: «Qualquer
que beber desta água tornará a ter sede; Mas aquele que beber da
água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der
se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.» Disselhe a mulher: «Senhor, dá-me dessa água, para que não mais tenha
sede, e não venha aqui tirá-la». (...) E entretanto os seus discípulos lhe
rogaram: «Rabi, come». Ele, porém, lhes disse: «Uma comida tenho
para comer, que vós não conheceis». (...) Jesus disse-lhes: «A minha
comida é fazer a vontade daquele que me enviou, e realizar a sua
obra».
Reflexão
Com esta passagem vemos como Jesus fala à Samaritana
e aos Seus discípulos sobre o verdadeiro alimento, o alimento
espiritual. Jesus, quando é tentado no deserto, após 40 dias sem
comer nem beber, responde à provocação de transformar as pedras
em pães com palavras que falam intensamente às nossas vidas:
“Nem só de pão viverá o homem, mas de toda a palavra que sai da
boca de Deus”. Como homens, temos necessidades humanas, que
muitas vezes deixamos sobrepor-se às necessidades espirituais.
Devemos alimentar a nossa alma tanto como alimentamos o nosso
corpo, embora muitas vezes isso prove ser uma tarefa difícil, porque
olhamos aquilo que temos numa óptica dos direitos que nos cabem,
como se tudo nos fosse devido, esquecendo que, na verdade, tudo
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nos é dado! Esquecemo-nos de olhar para o que temos numa ótica de
dom! Queremos controlar tudo e entramos num ciclo difícil de sair, o
ciclo do consumismo egoísta, e por isso quando nos falam em Jejum
mostramos um ar sombrio. Mas Jesus diz-nos: “Tu, porém, quando
jejuares, unge a tua cabeça e lava o rosto. Pois, assim, não parecerá
aos outros que jejuas; e, sim, ao teu Pai em secreto; e teu Pai, que
vê em secreto, te recompensará.” (Mt 6, 17-18) “O jejum assume um
grande valor na vida dos cristãos, é uma exigência do espírito para se
relacionar melhor com Deus”, disse São João Paulo II.
Propostas
Proposta de grupo
Com amigos, vou ajudar à sopa dos pobres com as ejNs ou
com outras instituições que ajudam os sem abrigos com refeições
quentes todos os dias, como por exemplo a Refood e a Comunidade
Vida e Paz. Ouçamos nas vozes de cada uma das pessoas que
encontrarmos nessas instituições as palavras de Jesus à samaritana:
“Dá-me de beber”.
Proposta familiar
Agradeço antes e a seguir às refeições o alimento que nos é
tão bondosamente oferecido. Com uma oração simples inicial como
«Abençoai Senhor estes alimentos que recebemos das Vossas mãos
para melhor Vos servir e amar. Amen » e uma no final «Damo-Vos
graças, meu Deus, por todos os Vossos benefícios. Glória ao Pai ...
Amen» e, assim, dar graças por mais uma refeição que passamos
em família, agradecer quem a preparou e pedir pelos que não têm,
relembrando sempre que o verdadeiro alimento é o que comemos e
bebemos da fonte santa.
Proposta individual
Antes da missa, vou 15 minutos para diante do sacrário. Se for
possível, procuro uma igreja onde haja Adoração ao Santíssimo para
fazer esse tempo de oração.
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20 DE MARÇO
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA III
Evangelho segundo São Mateus 1, 18-24
S. José, esposo da Virgem Santa Maria – SOLENIDADE
Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Maria, sua mãe,
estava desposada com José; antes de coabitarem, notou-se que tinha
concebido pelo poder do Espírito Santo. José, seu esposo, que era um
homem justo e não queria difamá-la, resolveu deixá-la secretamente.
Andando ele a pensar nisto, eis que o anjo do Senhor lhe apareceu em
sonhos e lhe disse: «José, filho de David, não temas receber Maria,
tua esposa, pois o que ela concebeu é obra do Espírito Santo. Ela dará
à luz um filho, ao qual darás o nome de Jesus, porque Ele salvará o
povo dos seus pecados.»
Tudo isto aconteceu para se cumprir o que o Senhor tinha dito pelo
profeta: Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho; e hão-de
chamá-lo Emanuel, que quer dizer: Deus connosco. Despertando do
sono, José fez como lhe ordenou o anjo do Senhor, e recebeu sua
esposa.
Reflexão
José é o pai da humildade e da santa obediência. Como São
José, somos impelidos a ter este profundo Amor a Deus que nos
permite abrir o coração a tudo o que Ele nos pede. Mesmo sem
perceber, São José aceita ser pai de Jesus sem fazer perguntas ou
duvidar das suas capacidades. Pelo contrário, enchendo-se de grande
confiança na vocação que lhe é apresentada, aceita-a fielmente, num
sim que se perpetua por toda a sua vida. Somos também chamados a
olhar para a nossa vida como esta vocação à obediência, sabendo que
só na intimidade Jesus poderemos perceber o que nos pede todos os
dias. Não é tarefa fácil, mas com uma contínua vida de oração, com
um coração simples e humilde, vamos apurando o nosso coração para
melhor recebermos as Graças de Deus. Com São José aprendemos
também sobre a dimensão do amor ao próximo, vendo como este
doa totalmente a sua vida a Cristo.
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“Os gestos de caridade que somos convidados a fazer
particularmente neste tempo penitencial, não constituem,
porventura, uma resposta à gratuidade da graça divina? Se recebemos
gratuitamente, é gratuitamente que devemos dar”, São João Paulo II
Propostas
Proposta de grupo
Se vivo em Lisboa, vou à Noite de Oração das ejNs organizada
pelo sector. Será uma Noite de Oração onde se falará sobre o que é
o sofrimento e a penitência, de uma importância tão particular neste
tempo de Quaresma. Se não, procuro, com os meus amigos, rezar
este mesmo assunto e esclarecer as nossas dúvidas - é importante
percebermos a relevância do sacrifício na Quaresma.
Proposta familiar
Crio em casa um pequeno santuário, um espaço em casa para
podermos rezar em família todos os dias. Terá o mesmo significado
que o presépio na espera do natal, podendo ter uma a figura da
Sagrada Família e uma Cruz. Também poderá ser um espaço onde
guardamos orações, onde se encontram livros relacionados com a fé
e até um potezinho de intenções.
Proposta individual
Tento conhecer um bocadinho mais sobre esta figura que
tantas vezes passa desprecebido pela sua grande humildade e
simplicidade. Para ficar a conhecer melhor quem é São José e qual
o seu papel e missão na história da vida de Cristo e da Igreja, leio a
Exortação Apostólica de São João Paulo II, Redemptoris Custus. Lêse muito muito rápido!
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21 DE MARÇO
TERÇA-FEIRA DA SEMANA III
Leitura da Profecia de Daniel
Naqueles dias: Azarias, parou e, de pé, começou a rezar; abrindo
a boca no meio do fogo, disse: Oh! não nos desampares nunca, nós te
pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós
tua benevolência, por Abraão, teu amigo, por Isaac, teu servo, e por
Israel, teu Santo, aos quais prometeste multiplicar a descendência
como estrelas do céu e como areia que está na beira do mar;
Senhor, estamos hoje reduzidos ao menor de todos os povos, somos
hoje o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos pecados;
neste tempo estamos sem chefes, sem profetas, sem guia, não há
holocausto nem sacrifício, não há oblação nem incenso, não há um
lugar para oferecermos em tua presença as primícias, e encontrarmos
benevolência; mas, de alma contrita e em espírito de humildade,
sejamos acolhidos, e como nos holocaustos de carneiros e touros
e como nos sacrifícios de milhares de cordeiros gordos, assim se
efectue hoje nosso sacrifício em tua presença, e tu faças que nós
te sigamos até ao fim; não se sentirá frustrado quem põe em ti sua
confiança.
De agora em diante, queremos, de todo o coração, seguir-te, temer-te,
buscar tua face; não nos deixes confundidos, mas trata-nos segundo
a tua clemência e segundo a tua imensa misericórdia; liberta-nos com
o poder de tuas maravilhas e torna teu nome glorificado, Senhor'.
Reflexão
A primeira leitura do dia de hoje convida-nos a meditar
sobre as dicotomias mais prementes das nossas vidas – escravidão
e libertação; pecado e misericórdia. Azarias descreve o enorme
deserto em que vive o seu povo: “estamos sem chefes sem profetas
sem guia não há holocausto nem sacrifício (…)”, atribuindo a culpa ao
pecado: “Somos o mais humilde em toda a terra, por causa de nossos
pecados.’’
Há, no entanto, um caminho muito concreto para nos
libertarmos da escravidão do pecado – o de mergulhar na abundante
47
graça de Deus, que tudo perdoa e deseja ardentemente eliminar em
nós qualquer vestígio de pecado. Azarias reconhece na confiança em
Deus Nosso Senhor a única capaz de preencher os maiores vazios
o nosso coração - “ Não se sentirá frustrado quem põe em Ti a sua
confiança”.
São Paulo diz-nos¸ sobre a vida cristã: ‘’estou convencido de
que nem a morte nem a vida, nem os anjos nem os principados, nem o
presente nem o futuro nem as potestades nem a altura nem o abismo
nem qualquer outra criatura poderá separar nos do amor de Deus,
que esta em Nosso Senhor Jesus Cristo’’. Só em Cristo encontramos
o método eficaz para enfrentar as atrocidades da vida terrena. A
resposta ao drama do pecado é expressa de forma evidente no fim
da leitura: “liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e torna teu
nome glorificado, Senhor.”
Propostas
Proposta de grupo
Desafiar um amigo a cumprir a proposta de quaresma de hoje.
Proposta familiar
Leio o evangelho do dia de hoje em família. Rezamos juntos
com estas palavras de Azarias, “não nos desampares nunca, nós te
pedimos, por teu nome, não desfaças tua aliança nem retires de nós
tua benevolência”, reconhecendo que só em Cristo ganha verdadeiro
sentido o amor na famíla!
Proposta individual
Entrar neste período litúrgico da Quaresma significa colocarse do lado de Cristo contra o pecado. A Cruz de Cristo e a Quaresma
devem-se ao pecado, raiz de todo o mal. O pecado difere do simples
sentimento de culpa porque é uma negação da vontade de Deus na
nossa vida. Quando se tira Deus da equação não se pode falar de
pecado, e por isso, o Papa Bento VXI, ensina-nos que o sentido do
pecado é adquirido redescobrindo o sentido de Deus. Hoje faço um
exame de consciência sério e procuro o sacramento da reconciliação,
dizendo como Azarias, “De agora em diante, queremos, de todo
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o coração, seguir-te, temer-te, buscar tua face; não nos deixes
confundidos, mas trata-nos segundo a tua clemência e segundo a tua
imensa misericórdia; liberta-nos com o poder de tuas maravilhas e
torna teu nome glorificado, Senhor.”
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22 DE MARÇO
QUARTA-FEIRA DA SEMANA III
Evangelho segundo São Mateus 5, 17-19
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: Não penseis
que vim abolir a Lei e os Profetas. Não vim para abolir, mas para darlhes pleno cumprimento. Em verdade, eu vos digo: antes que o céu e
a terra deixem de existir, nem uma só letra ou vírgula serão tiradas da
Lei, sem que tudo se cumpra.
Portanto, quem desobedecer a um só destes mandamentos, por
menor que seja, e ensinar os outros a fazerem o mesmo, será
considerado o menor no Reino dos Céus. Porém, quem os praticar e
ensinar será considerado grande no Reino dos Céus.
Reflexão
O evangelho de hoje apresenta-nos a lei como expressão do
Reino dos Céus na Terra. Pela lei, Deus não restringe a nossa liberdade,
ao contrário do que possamos pensar. Pelo Seu amor por nós, Deus
revela-nos um caminho da libertação da escravidão do pecado! Uma
proposta capaz de preencher todas as exigências do nosso coração
insatisfeito. A lei de Deus é exigente, mas assim é o amor!
Muitas vezes tendemos a associar erradamente o amor e a
misericórdia de Deus com permissividade, uma “licença para pecar”.
Caímos no erro de tudo relativizar porque, afinal, Deus nos ama com
as nossas fraquezas, independentemente das nossas falhas e para
cair num conformismo desenfreado.
O papa Bento XVI alerta-nos para este perigo: “O relativismo
difundido, segundo o qual tudo equivale e não existe verdade alguma,
nem qualquer ponto de referência absoluto, não gera a verdadeira
liberdade, mas instabilidade, desorientação, conformismo às modas
do momento. Vós jovens tendes direito de receber das gerações que
vos precedem pontos firmes para fazer as vossas opções e construir
a vossa vida, do mesmo modo como uma jovem planta precisa de um
sólido apoio para que as raízes cresçam, para se tornar depois uma
árvore robusta, capaz de dar fruto.”
50
Propostas
Proposta de Grupo
Atentar nas leituras é uma maneira de conhecer a lei de Deus.
Desafio o meu grupo de amigos a vir comigo à missa hoje.
Proposta familiar
Na sequência desta temática da lei recordamos este sentido
de obediência à palavra de Cristo e de Nossa Senhora, sua Mãe.
Devemos obediência a Nossa Senhora que é um caminho curto,
simples e eficaz para alcançar o seu Filho Jesus. Hoje vou rezar o teço
em família, rezando pela conversão dos pecadores.
Proposta individual
Muitas vezes, sendo católicos, não conhecemos alguns
aspetos mais básicos da vivencia cristã. Hoje vou ler e decorar os 10
mandamentos. Reservo ainda um tempo do meu dia para refletir:
sou, através das minhas ações, testemunho da lei de Deus? Respeito
a Sua vontade, ou sou o Deus da minha vida, ditando a minha própria
lei?
51
23 DE MARÇO
QUINTA-FEIRA DA SEMANA III
Evangelho segundo São Lucas 11, 14-23
Naquele tempo, Jesus estava a expulsar um demónio que
era mudo. Quando o demónio saiu, o mudo começou a falar, e as
multidões ficaram admiradas. Mas alguns disseram: 'É por Belzebu,
o príncipe dos demónios, que ele expulsa os demónios.' Outros, para
tentar Jesus, pediam-lhe um sinal do céu. Mas, conhecendo seus
pensamentos, Jesus disse-lhes: 'Todo reino dividido contra si mesmo
será destruído; e cairá uma casa por cima da outra. Ora, se até Satanás
está dividido contra si mesmo, como poderá sobreviver o seu reino?
Vós dizeis que é por Belzebu que eu expulso os demónios. Se é por
meio de Belzebu que eu expulso demónios, vossos filhos os expulsam
por meio de quem? Por isso, eles mesmos serão vossos juízes. Mas,
se é pêlo dedo de Deus que eu expulso os demónios, então chegou
para vós o Reino de Deus. Quando um homem forte e bem armado
guarda a própria casa, seus bens estão seguros. Mas, quando chega
um homem mais forte do que ele, vence-o, arranca-lhe a armadura
na qual ele confiava, e reparte o que roubou. Quem não está comigo,
está contra mim. E quem não recolhe comigo, dispersa.
Reflexão
Hoje conhecemos, através das leituras, a oposição entre o reino
do mal e o Reino dos céus. Cristo confirma a existência do espirito
maligno e do seu reino que se deixa guiar por uma logica própria.
Ligar Jesus com os demónios era a forma mais fácil de desacreditar a
Sua palavra, por isso, para testar Jesus, os fariseus afirmam que fora
em nome do príncipe dos demónios que Ele expulsara os espíritos
malignos. Jesus responde de forma lógica: se não seria viável que
Satanás atuasse contra o próprio programa, não podendo expulsar
outros espíritos, então seria Deus a fazê-lo e, se assim era, “se eu
expulso os demónios pelo dedo de Deus então quer dizer que o reino
de Deus chegou ate vos’’. Esta era a verdadeira mensagem que Jesus
queria fazer chegar ao coração dos presentes.
A propósito da oposição entre o Reino de Deus e o Mal diz-nos
o Papa Francisco: ‘’A controvérsia sobre o reino de Deus terminou
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na Sexta-Feira Santa. No Domingo da ressurreição é confirmada a
verdade das palavras de Cristo, a verdade de ter chegado a nós o
reino de Deus- a verdade de toda a sua missão Messiânica. A luta
entre o reino do mal, do espírito maligno, e o reino de Deus não cessou
todavia, não esta acabada. Entrou só num período novo-melhor, no
período definitivo. Neste período a luta e dura nas gerações sempre
novas da história humana.’’
Esta luta para além de durar nos nossos tempos perdura
também em cada um de nós. Hoje, também o reino do espirito maligno
não está dividido, mas por diversos caminhos procura uma unidade
de ação no mundo. O período da Quaresma impele-nos a penetrar no
reino de Deus em busca da unidade que Ele procura construir em nós,
que só alcançamos pela unidade com Cristo: ‘’Quem não está comigo,
está contra mim. E quem não recolhe comigo dispersa’’.
Propostas
Proposta de grupo
Desafio o meu círculo de amigos mais próximo a de amigos a
agarrar o propósito por mim definido na proposta individual de hoje.
Proposta familiar
Hoje jantamos à mesa em família e passamos o serão juntos.
Proposta individual
É neste recolher com Cristo que asseguramos o rumo para
a Santidade. Devemos aproximar-nos de tudo o que nos introduz à
comunhão com Cristo e distanciar-nos de tudo o que, por oposição,
nos predispõe ao pecado. Dedico 20 minutos do eu dia à oração.
Identifico as ocasiões que proporcionam este “recolher” com Cristo
(ocasiões de conversão) e as que me levam a dispersar (ocasiões
de pecado). Penso num propósito que ajude a distanciar-me das
ocasiões de pecado.
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24 DE MARÇO
SEXTA-FEIRA DA SEMANA III
Evangelho segundo São Marcos 12, 28b-34
Aproximou-se dele um escriba que os tinha ouvido discutir e,
vendo que Jesus lhes tinha respondido bem, perguntou-lhe: «Qual
é o primeiro de todos os mandamentos?» Jesus respondeu: «O
primeiro é: Escuta, Israel: O Senhor nosso Deus é o único Senhor,
amarás o Senhor, teu Deus, com todo o teu coração, com toda a tua
alma, com todo o teu entendimento e com todas as tuas forças. O
segundo é este: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há
outro mandamento maior que estes.»
O escriba disse-lhe: «Muito bem, Mestre, com razão disseste
que Ele é o único e não existe outro além dele e amá-lo com todo o
coração, com todo o entendimento, com todas as forças, e amar o
próximo como a si mesmo vale mais do que todos os holocaustos e
todos os sacrifícios.»
Vendo que ele respondera com sabedoria, Jesus disse: «Não
estás longe do Reino de Deus.» E ninguém mais ousava interrogá-lo.
Reflexão
Em Mateus 5, 17-18, Jesus disse: “Não penseis que vim revogar
a Lei ou os Profetas, não vim para revogar, vim para cumprir. Porque
em verdade vos digo, até que o céu e a terra passem, nem um i ou
um til jamais passará da Lei, até que tudo se cumpra.” Ao contrário
do que nos pode parecer à primeira vista, os dois mais importantes
mandamentos que Jesus refere na conversa que manteve com o
escriba não vêm de facto revogar ou romper com aquilo que eram
as leis divinamente reveladas no passado. Estes dois mandamentos
são os primeiros e mais importantes porque neles e através deles se
resumem todos os outros. A minha relação com Deus que se reflecte
necessariamente na minha relação com os outros cobre na totalidade
os desafios do meu caminho de Santidade. O homem realiza-se
completamente quando entende e percebe o outro como elemento
fundamental na sua relação com Deus e ao mesmo tempo, e como
consequência disso, o trata como fim e nunca como meio.
Só amando o outro, a quem vejo, posso amar sem hipocrisias
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a Deus, que não vejo, pois se Deus é amor e a minha relação com Ele
é verdadeira isso pressupõe amarmos o nosso próximo. E apesar das
nossas fraquezas é um amor tão grande, tão infinito que nos permite
voltarmos sempre a tentar, a recomeçar. É um amor que não se cansa
de perdoar e que nos aceita como somos, pecadores que reconhecem
a sua condição mas não desistem!
“Quem ama a Deus, recusa toda a forma de idolatria, não
aceitando ser subjugado por nenhum outro Absoluto fora dele. Quem
ama o próximo, põe freios ao seu egoísmo, de modo a jamais desejarlhe o mal, ou a fazer algo que possa prejudicá-lo.” (Canção Nova)
Olhar para estes dois mandamentos como leis mais estruturantes
da nossa vida ajuda-nos, “mais do que todos os holocaustos e todos
os sacrifícios”, a reconhecer Jesus como o “Caminho, a Verdade e
a Vida” e a sua mensagem como forma de santificação do nosso
quotidiano.
Propostas
Proposta de grupo
“Amarás o teu próximo como a ti mesmo”. Quantas vezes
sou capaz de abdicar de pequenos prazeres ou descansos em prole
do outro? Hoje amo o próximo em coisas invisíveis: levantando-lhe
o prato, cedendo-lhe o lugar, ouvindo-o com atenção, corrigindo-o
com caridade…
Proposta familiar
Agradecer em família no fim do dia a graça de todos juntos
podermos partilhar uma vida em família e pedir para que Deus possa
ser cada vez mais o centro desta relação.
Proposta individual
Procuro não ir dormir sem ter uma conversa franca com Deus
sobre aquilo que tenho de mudar. Faço um exame de consciência
revendo o meu dia, e procuro que este momento se torne um hábito.
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25 DE MARÇO
SÁBADO DA SEMANA III
Evangelho segundo São Lucas 1, 26-38
Ao sexto mês, o anjo Gabriel foi enviado por Deus a uma
cidade da Galileia chamada Nazaré, a uma virgem desposada com
um homem chamado José, da casa de David e o nome da virgem era
Maria.
Ao entrar em casa dela, o anjo disse-lhe: «Salve, ó cheia de
graça, o Senhor está contigo.» Ao ouvir estas palavras, ela perturbouse e inquiria de si própria o que significava tal saudação. Disse-lhe o
anjo: «Maria, não temas, pois achaste graça diante de Deus. Hás-de
conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de
Jesus.
Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor
Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre
a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim.»
Maria disse ao anjo: «Como será isso, se eu não conheço
homem?» O anjo respondeu-lhe: «O Espírito Santo virá sobre ti e a
força do Altíssimo estenderá sobre ti a sua sombra. Por isso, aquele
que vai nascer é Santo e será chamado Filho de Deus. Também a tua
prima Isabel concebeu um filho na sua velhice e já está no sexto mês,
ela, a quem chamavam estéril, porque nada é impossível a Deus.»
Maria disse, então: «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo
a tua palavra.» E o anjo retirou-se de junto dela.
Reflexão
A meio deste caminho pelo deserto, a Igreja propõe-nos olhar
para Maria, para a Sua confiança, fonte da nossa confiança!
Deus chama-me! Pede-me que o siga e fica claro que, se o quero
seguir, tenho de aceitar a missão que Ele me dá como minha – querer
o que Ele quer! Pede-me que seja e viva com a mesma confiança
do missionário que sabe que Jesus «caminha com ele, fala com ele,
respira com ele, trabalha com ele. Sente Jesus vivo com ele, no meio
da tarefa missionária» (Exort. Ap. Evangelii gaudium, 266). Ora, e
qual maior exemplo de confiança, de verdadeira Fé no plano de Deus
para mim do que aquele que nos é dado por Nossa Senhora? Muitas
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vezes caímos no erro de achar este um testemunho “batido”, mas a
verdade é que não podia ser mais apropriado e actual.
Como é que uma jovem de 15 anos entrega toda uma vida, todo um
futuro nas mãos de Deus? Como? Só uma enorme fé justifica tão
grande coragem. Mais nada justifica que entregue tudo o que tenho,
tudo o que sou a algo que não conheço na totalidade. Maria é exemplo
para toda a Humanidade desta vontade de deixar Deus ser Deus! De
permitir que, apesar dos nossos medos e inquietações (perfeitamente
naturais), Ele se possa servir de nós para chegar cada vez mais perto
de todos aqueles que O procuram de coração sincero. Maria ensinanos que a Fé é um dom precioso de Deus, dom esse que não podemos
guardar para nós, mas que temos de partilhar com aqueles que dele
mais precisam. Hoje aproveitamos para perceber quais as coisas que
Deus nos pede, e que “saltos” de confiança implicam.
Propostas
Proposta de grupo
Rezo o Angelus ao meio dia com os amigos com quem estiver.
Se tiver em aulas ou trabalho não faz mal se precisar de atrasar um
pouco a oração, o importante é não me esquecer de a fazer. Marco
um alarme para não me esquecer e procuro na internet a oração.
Proposta familiar
Aproveito o dia de hoje para em família rezar o terço e pedir,
especialmente, a Nossa Senhora que nos ilumine e nos dê a Graça
de podermos aceitar para as nossas famílias de bom grado aquela
que for a Vontade de Deus, e de podermos seguir, em família, esse
exemplo de total confiança em Deus.
Proposta individual
Hoje digo, confiadamente “Eis o/a servo/a do senhor”. Tenho
consciência do que isso implica na minha vida?
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26 DE MARÇO
DOMINGO IV DA QUARESMA
Leitura de São Paulo aos Efésios 5, 8-14
«É que outrora éreis trevas, mas agora sois luz, no Senhor.
Procedei como filhos da luz pois o fruto da luz está em toda a espécie
de bondade, justiça e verdade procurando discernir o que é agradável
ao Senhor. E não tomeis parte nas obras infrutíferas das trevas pelo
contrário, denunciai-as. Porque o que por eles é feito às escondidas,
até dizê-lo é vergonhoso. Mas tudo isso, se denunciado, é posto às
claras pela luz pois tudo o que é posto às claras é luz. Por isso se diz:
«Desperta, tu que dormes, levanta-te de entre os mortos, e Cristo
brilhará sobre ti».
Reflexão
O nosso mergulho na água no nosso Baptismo “simboliza a
sepultura do catecúmeno na morte de Cristo, de onde sai ressuscitado
com Ele como «nova criatura»”. No fundo, nascemos definitivamente
para uma vida nova, prontos para cumprir a vontade de Deus. Nesse
momento deixamos as trevas e abraçamos a luz que nos é dada pelo
encontro com o Pai, tal como nos diz o Catecismo da Igreja Católica:
“Este banho é chamado iluminação, porque aqueles que recebem este
ensinamento (catequético) ficam com o espírito iluminado... Tendo
recebido no Baptismo o Verbo, «luz verdadeira que ilumina todo o
homem» o baptizado, «depois de ter sido iluminado, tornou-se «filho
de luz» e ele próprio «luz»”. A partir do momento do nosso Baptismo
não podemos deixar de perceber que este Dom que nos é oferecido
exige de nós um esforço de conversão diária, onde devemos procurar
combater os nossos vícios e paixões, aquilo que faz com que esta
luz não seja irradiada o mais longe possível, aquilo que nos afasta de
Deus… O que há a fazer é “discernir o que é agradável ao Senhor”.
No entanto, não basta este esforço de conversão pessoal,
porque se pelo nosso baptismo nos tornamos parte da Igreja,
unidos como irmãos, temos a obrigação de denunciar as “obras
infrutíferas das trevas”, as obras, acções e decisões nas quais existe
um afastamento de Deus, e portanto, da Verdade. Tendo recebido
nas nossas vidas a graça de ser iluminados pela verdade que Ele
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representa, somos chamados a, humildemente, denunciar aquilo que
é pouco claro e que cria dúvida. Esquivarmo-nos a este nosso dever
é esquivarmo-nos à defesa da própria Verdade. O desafio que nos é
lançado é procurarmos permanente e perseverantemente essa luz
para podermos, por si transformados, ser luz do mundo, pois é na
“bondade, justiça e verdade” que “Cristo brilhará”.
Propostas
Proposta de grupo
Rezo uma dezena com 2 ou 3 amigos por todos aqueles a
quem ainda não acolheram a graça do baptismo.
Proposta familiar
Procuro saber o dia de Baptismo de cada pessoa da minha
família e marco na minha agenda ou telemóvel, para que quando esse
dia chegar possa passar a lembrar-me dessa pessoa e rezar por ela!
Proposta individual
Faço uma lista de pelo menos 3 “obras infrutíferas” como é
dito na leitura que me afastem do caminho de santidade que me é
proposto e comprometo-me a deixar de as praticar.
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27 DE MARÇO
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA IV
Evangelho segundo São João 4, 46-53
Ora havia em Cafarnaúm um funcionário real que tinha o
filho doente. Quando ouviu dizer que Jesus vinha da Judeia para a
Galileia, foi ter com Ele e pediu-Lhe que descesse até lá para lhe curar
o filho, que estava a morrer. Então Jesus disse-lhe: «Se não virdes
sinais extraordinários e prodígios, não acreditais.» Respondeu-Lhe o
funcionário real: «Senhor, desce até lá, antes que o meu filho morra.»
Disse-lhe Jesus: «Vai, que o teu filho está salvo.» O homem acreditou
nas palavras que Jesus lhe disse e pôs-se a caminho. Enquanto ia
descendo, os criados vieram ao seu encontro, dizendo: «O teu filho
está salvo.» (…)”
Reflexão
Tudo começa com um encontro: “…, foi ter com Ele e pediuLhe…”. É desta relação pessoal com Cristo, nas circunstâncias
concretas da vida de cada um, que partem todas as histórias de fé.
Como lembrava o Papa Bento XVI, “ao início do ser cristão, não há
uma decisão ética ou uma grande ideia, mas o encontro com um
acontecimento, com uma Pessoa que dá à vida um novo horizonte e,
desta forma, o rumo decisivo.” De facto, depois de tocados por este
olhar de Cristo para as nossas interrogações mais profundas, para as
nossas alegrias e angústias, somos chamados a acolher com verdade
a resposta que Ele traz às nossas vidas – “Vai, que o teu filho está
salvo.” E então, mesmo não podendo “ver para crer”, mesmo que não
nos seja possível compreender e conhecer tudo, devemos pôr-nos a
caminho com confiança, na certeza de que o Pai não nos abandona e
de que conhece e guarda cada um dos nossos passos.
Neste Evangelho, somos também chamados ao desafio da
simplicidade na relação com Deus: “Se não virdes sinais extraordinários
e prodígios, não acreditais.” É um Jesus directo e incisivo que nos
relembra que enquanto andamos à procura dos grandes sinais que
tudo clarifiquem, perdemos a capacidade de descobrir nas pequenas
coisas a presença real de Deus. Aquele que tudo pode, cria e sabe, fezSe infinitamente humilde para nos mostrar que é nas coisas simples
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da vida que Ele mais Se manifesta. Portanto, não podemos deixar de
viver com autenticidade e intensidade todas os pequenos e grandes
momentos da nossa vida, porque de nenhum deles Ele está ausente.
Propostas
Proposta de grupo
Proponho a um ou dois amigos sermos fonte de esperança
para um dos “funcionários reais de Cafarnaúm” do nosso dia-a-dia.
Quantas pessoas, mais ou menos próximas, com quem nos cruzamos
todos os dias, precisam tanto de alguém com quem possam aliviar
os fardos da sua vida e de quem possam ouvir palavras de conforto
e confiança de que nosso Senhor não esquece nenhum dos Seus
filhos? Desafiemo-nos e a esses tais amigos a ser uma imagem visível
e concreta de um Deus que traz uma nova força para enfrentar as
dificuldades da vida.
Proposta familiar
Rezo em família esta oração:
“Senhor, fica nas nossas famílias, ilumina-as nas suas dúvidas,
ampara-as nas suas dificuldades, conforta-as nos seus sofrimentos
e na fadiga quotidiana, quando à sua volta se adensam sombras
que ameaçam a sua unidade e a sua natureza. Tu, que és a Vida,
permanece nos nossos lares, para que continuem a ser berços onde
nasce a vida humana abundante e generosamente, onde se acolhe,
se ama, se respeita a vida desde a sua concepção até ao seu fim
natural.” Papa Bento XVI
Proposta individual
Faço um esforço sério, durante o dia de hoje, por ser um
pequenino e discreto sinal da presença de Deus para com quem está
à minha volta, sobretudo junto daquelas pessoas com quem mais me
custa ser testemunho da Sua presença. Acima de tudo, estar presente
sem protagonismos que nos descentrem daquilo que realmente
importa.
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28 DE MARÇO
TERÇA-FEIRA DA SEMANA IV
Evangelho segundo São João 5, 1-3a-5-16
Estava ali um homem que padecia da sua doença há trinta e
oito anos. Jesus, ao vê-lo prostrado e sabendo que já levava muito
tempo assim, disse-lhe: «Queres ficar são?» Respondeu-lhe o
doente: «Senhor, não tenho ninguém que me meta na piscina quando
se agita a água, pois, enquanto eu vou, algum outro desce antes de
mim». Disse-lhe Jesus: «Levanta-te, toma a tua enxerga e anda.» E,
no mesmo instante, aquele homem ficou são, agarrou na enxerga
e começou a andar. (…) Mais tarde, Jesus encontrou-o no templo e
disse-lhe: «Vê lá: ficaste curado. Não peques mais, para que não te
suceda coisa ainda pior.»
Reflexão
“Queres ficar são?” – É assim a história de Deus com cada
um de nós. Um Deus que não Se impõe, mas que dá espaço para
que possamos livremente decidir deixá-Lo entrar na nossa vida.
Um Deus que Se faz pequeno connosco, que conhece de perto as
nossas “doenças”, as nossas tristezas, os nossos fracassos. Mas, ao
mesmo tempo, um Deus que, vendo-nos caídos, nos impele a que nos
levantemos, peguemos nas nossas cruzes e nos façamos ao caminho.
Um Deus que, dando um novo sentido à nossa vida, eleva os nossos
horizontes, mas que jamais nos esmaga com o peso das Suas leis.
“Vê lá: ficaste curado. Não peques mais, para que não te
suceda coisa ainda pior.” Facilmente podemos retirar uma leitura
errada desta frase de Jesus. Facilmente podemos achar que esta
não diz nada às nossas vidas, que não entendemos muito bem o que
Jesus quis dizer. Mas quantas vezes, depois de curados por Cristo,
nos deixamos outra vez afastar, passinho a passinho e, sem dar por
isso, estamos já mais longe, mais embrenhados no pecado do que no
passado? Saber que Deus nos perdoa sempre (mesmo que por vezes
nem nós próprios nos consigamos perdoar), não pode ser motivo
para nos deixarmos levar por um laxismo perigoso, onde, cheios
de pena das nossas fraquezas, deixemos de querer ser melhores.
Se podemos viver na certeza do Amor de Deus, temos também de
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querer corresponder à medida alta desse Seu Amor. Por isso, há que
procurar sermos exigentes connosco mesmos, certos de que, como
humanos que somos, continuaremos sempre a falhar, mas no desejo
de querer ir falhando cada vez menos e melhor.
Propostas
Proposta de grupo
Procuro confessar-me e convencer dois amigos meus que
estejam mais afastados desse sacramento a fazê-lo também. Tento
dar-lhes testemunho de como a experiência de confessionário pode
ser tão libertadora e reconfortante.
Proposta familiar
O perdão sincero e a oração são o cimento de uma família que
permanece unida. Assim, rezo em família pedindo a graça de Deus
para aquelas relações familiares que estejam menos sólidas.
Proposta individual
Faço silêncio durante 10/15 minutos e tento reconstruir a
memória do meu caminho de pecador. Procuro relembrar os altos
e baixos que a vida já me trouxe. Valorizo aquilo que já percorri até
aqui, confiando que toda a história do meu passado é essencial, para
que, no caminho diário para a santidade, nunca me esqueça de onde
parti.
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29 DE MARÇO
QUARTA-FEIRA DA SEMANA IV
Leitura do Livro do Profeta Isaías 49, 8-15
“(…) Ao longo dos caminhos encontrarão que comer, e em
todas as dunas arranjarão alimento. 10Não padecerão fome nem
sede, e não os molestará o vento quente nem o sol, porque o que
tem compaixão deles os guiará, e os conduzirá em direcção às fontes.
(…) Na verdade, o Senhor consola o seu povo e se compadece dos
desamparados. (…) 14Sião dizia: «O Senhor abandonou-me, o meu
dono esqueceu-se de mim.» 15Acaso pode uma mulher esquecer-se
do seu bebé, não ter carinho pelo fruto das suas entranhas? Ainda
que ela se esquecesse dele, Eu nunca te esqueceria. “
Reflexão
Uma Quaresma levada a sério pode, algumas vezes, ser uma
verdadeira experiência de deserto. Preparar o nosso coração para a
Páscoa da Ressurreição obriga-nos a olhar realmente para a nossa
vida e a fazer exigentes propósitos de mudança. E a verdade é que nem
sempre temos a capacidade de nos alegrarmos com o novo sentido
que a nossa vida pode ter durante esta experiência de crescimento
e maturação pessoal. Podemos mesmo sentir um silêncio e um vazio
que nos podiam querer levar a desistir e a achar que nunca seríamos
capazes de uma tal coerência que justificasse empenharmos tudo o
que temos e somos no caminho da santidade. Nesses momentos, seja
este “Eu nunca te esqueceria” de um Deus e Senhor a razão da nossa
esperança, um autêntico combustível para os cansaços e os esforços
que uma Quaresma bem vivida sempre pede.
Viver na confiança de que Ele caminha sempre ao nosso lado,
mesmo quando as suas pegadas parecem ter desaparecido. Viver na
segurança de que Ele também nos fala nesses aparentes silêncios
e ausências. Viver na certeza de que Ele nos conhece e nos ama
profundamente e de que jamais colocará desafios na nossa vida que
não sejamos capazes de ultrapassar.
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Propostas
Proposta de grupo
Junto dois ou três amigos que também queiram levar esta
Quaresma a sério e procuro partilhar aquilo que me tem acontecido,
o que tenho sentido, o que tenho rezado. Muita razão tem a sabedoria
popular quando diz: “se queres ir rápido vai sozinho, se queres ir longe
vai acompanhado”.
Proposta familiar
Convido a minha família a fazer um exercício de relembrar
alguma pessoa/família de quem estejamos mais distantes enquanto
família e a procurar voltar a aproximarmo-nos sobretudo daqueles
que mais precisam que lhes digamos: “Nós nunca nos esqueceremos
de ti”. Só viveremos com autenticidade esta Quaresma em família se
soubermos ser testemunho vivo de um Pai que ama e acompanha
cada um dos seus filhos e suas famílias.
Proposta individual
Procuro, no dia de hoje, estar, ainda mais especialmente, algum
tempo de joelhos em frente a um sacrário. Ponho-me de coração
humilde e sincero frente a Deus e deixo que ele me diga: “Eu nunca
me esquecerei de ti”. Deixo que estas palavras me transformem,
façam crescer em mim o desejo de corresponder a este tão grande
amor. Que frágeis somos nós… Nunca esquecidos por ele, mas tantas
vezes esquecidos dele!
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30 DE MARÇO
QUINTA-FEIRA DA SEMANA IV
Evangelho segundo São João 5, 39-44
«Investigai as Escrituras, dado que julgais ter nelas a vida
eterna: são elas que dão testemunho a meu favor. Vós, porém, não
quereis vir a mim, para terdes a vida! Eu não ando à procura de receber
glória dos homens; a vós já vos conheço, e sei que não há em vós o
amor de Deus. Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis;
se outro viesse em seu próprio nome, a esse já o receberíeis. Como
vos é possível acreditar, se andais à procura da glória uns dos outros,
e não procurais a glória que vem do Deus único?».
Reflexão
“Insensato é quem põe sua esperança nos homens ou nas
criaturas. Não te envergonhes de servir a outrem por Jesus Cristo,
e ser tido como pobre neste mundo. Não confies em ti mesmo, mas
põe em Deus tua esperança. Faz da tua parte o que puderes, e Deus
ajudará tua boa vontade”, Imitação de Cristo
São de uma força enorme estas palavras de Cristo, que nos
diz: “Eu vim em nome de meu Pai, e vós não me recebeis; se outro
viesse em seu próprio nome, a esse já o receberíeis”. Quem são os
nossos ídolos, aqueles que admiramos, pelos quais guiamos a nossa
vida? Aqueles em quem, no limite, pomos a nossa esperança?
Queremos nesta Quaresma, e em toda a nossa vida, despojarnos de nós mesmos e fugir deste pecado tão fácil que é a nossa própria
exaltação. Só assim, na nossa pequenez, poderemos ver a Deus e
conhecer a sua vontade. “Em verdade vos digo: Se não voltardes a
ser como as criancinhas, não podereis entrar no Reino do Céu.” (Mt
18, 3-4)
Propostas
Proposta de grupo
Ir a uma exposição do Santíssimo simplesmente para estar
com Nosso Senhor. Muitas vezes achamos que a adoração ao
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Santíssimo só faz sentido quando há toda uma organização por trás,
como numa noite de oração, mas será que sim? Será que para estar
com um amigo é preciso que arranjem e combinem tudo por mim ou,
por outro lado, posso eu ir ter com Ele, sendo que sei sempre onde
encontra-lo? “Não sabíeis que deveria estar em casa do Meu Pai?”.
Nada como estar diante do Santíssimo exposto para reconhecermos
o quão frágeis e pequenos somos
Proposta familiar
Procuro na internet a lista de humildade da Madre Teresa e
ponho no frigorifico, ou em algum lugar visível.
Proposta individual
“Faz da tua parte o que puderes, e Deus ajudará tua boa
vontade”. Sei confiar as dificuldades que se atravessam na minha
vida à vontade de Deus? Já alguma vez pus verdadeiramente Nele
toda a minha esperança, e me abandonei totalmente, ou, por outro
lado, houve sempre algo que guardei para mim, onde nunca larguei o
comando? Penso e escrevo sobre estas perguntas.
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31 DE MARÇO
SEXTA-FEIRA DA SEMANA IV
Leitura do Livro da Sabedoria
Dizem entre si os ímpios, em seus falsos raciocínios: “Armemos
ciladas ao justo, porque sua presença nos incomoda: ele se opõe ao
nosso modo de agir, repreende em nós as transgressões da lei e nos
reprova as faltas contra a nossa disciplina.
Ele declara possuir o conhecimento de Deus e chama-se ‘filho
de Deus’. Tornou-se uma censura aos nossos pensamentos e só o vêlo nos é insuportável; sua vida é muito diferente da dos outros, e seus
caminhos são imutáveis.
Somos comparados por ele à moeda falsa e foge de nossos
caminhos como de impurezas; proclama feliz a sorte final dos justos
e gloria-se de ter a Deus por pai. Vejamos, pois, se é verdade o que ele
diz, e comprovaremos o que vai acontecer com ele.
Se, de fato, o justo é ‘filho de Deus’, Deus o defenderá e o
livrará das mãos dos seus inimigos. Vamos pô-lo à prova com ofensas
e torturas, para ver a sua serenidade e provar a sua paciência; vamos
condená-lo à morte vergonhosa, porque, de acordo com suas palavras,
virá alguém em seu socorro”.
Tais são os pensamentos dos ímpios, mas enganam-se; pois
a malícia os torna cegos, não conhecem os segredos de Deus, não
esperam recompensa para a santidade e não dão valor ao prêmio
reservado às vidas puras.
Reflexão
Nestas linhas, lemos a descrição sublime de como o mundo
olha para Jesus. Na verdade, a Boa Nova é verdadeiramente incómoda
ao mundo, e tantas vezes parece ao Homem pedir-lhe algo contrário
à sua natureza. Não sabe o homem, senão por Cristo, que só Ele, e
só o caminho que Ele nos exige, torna o Homem verdadeiramente
Homem. Mas a exigência deste caminho leva o homem muitas vezes
a rejeitá-lo, a “pô-lo à prova com ofensas e torturas, para ver a sua
serenidade e provar a sua paciência”.
Na verdade, se formos verdadeiramente luz de Cristo no
mundo, poderemos esperar tal perseguição. Mais ainda, iremos
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alegrar-nos com ela, porque nos identifica com Cristo. Não é o erro
do outro que nos alegra, muito menos a sua dureza de coração. A
perseguição não deve ser procurada, muito menos provocada! A
caridade que somos chamados a viver exige de nós que usemos
todos os meios que estão ao nosso alcance para que o outro receba
no seu coração a Verdade, e nunca devemos procurar apresentá-La
como escândalo, procurando glorificar-nos com a perseguição que
sofremos (e que na verdade provocámos).
Muitas vezes não somos também aqueles que perseguem
quem vive a verdade até às últimas consequências do que pode exigir
dele/a? Todos aqueles rostos de Jesus que no dia-a-dia nos forçam
a olhar-nos por dentro, a enfrentar as nossas próprias trevas. Talvez
não queiramos “condená-los à morte vergonhosa”, mas perseguimolos com pequenos actos que nos parecem inofensivos, mas que na
verdade revelam o quanto nos incomoda a sua unidade de vida.
Propostas
Proposta de grupo
Penso em alguém que é para mim rosto de Jesus. Alguém
que está disposto a defender a Verdade por muito que isso lhe possa
custar perseguições e gozos. Hoje confirmo-o na sua missão, talvez
enviando-lhe uma mensagem a agradecer-lhe o seu testemunho.
Proposta familiar
Faço em casa um quadro de agradecimentos a cada um para
completar durante a quaresma.
Proposta individual
Aquele amigo que puxa mais por ti, que é um rosto vivo de
Jesus, reza por ele hoje e agradece-lhe por isso.
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1 DE ABRIL
SÁBADO DA SEMANA IV
Evangelho segundo São João 7, 40-53
Então, entre a multidão de pessoas que escutaram estas
palavras, dizia-se: «Ele é realmente o Profeta.» Diziam outros: «É
o Messias.» Outros, porém, replicavam: «Mas pode lá ser que o
Messias venha da Galileia?! Não diz a Escritura que o Messias vem
da descendência de David e da cidade de Belém, donde era David?».
Deste modo, estabeleceu-se um desacordo entre a multidão, por sua
causa. (...) Nicodemos, aquele que antes fora ter com Jesus e que
era um deles, disse-lhes: «Porventura permite a nossa Lei julgar um
homem, sem antes o ouvir e sem averiguar o que ele anda a fazer?»
Reflexão
Conhecemos Jesus? Ouvimos e vemos as suas obras?
Facilmente cairemos no erro da multidão se não mantivermos esta
procura diária da presença de Jesus. É preciso estarmos atentos
e “treinados” para o reconhecer. Este treino reside na oração,
na nossa vida íntima com Cristo – se não o conhecermos, não o
reconheceremos.
“Grande arte é saber conversar com Jesus, e grande prudência
conservá-lo consigo. Sê humilde e pacífico, e contigo estará Jesus;
sê devoto e sossegado, e Jesus permanecerá contigo”, Imitação de
Cristo.
Propostas
Proposta de grupo
Proponho a um grupo de amigos ver a série ‘Biblia’, uma boa
maneira de conhecer a vida de Jesus de uma forma muito visual.
Proposta familiar
Se, muitas vezes, nos é bastante imediato reconhecer a
presença de Jesus em algumas pessoas que são para nós um
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testemunho enorme da vida de Cristo, muitas vezes essa tarefa tornase difícil dentro de casa. As relações estão, muitas vezes como que
desgastadas por uma fricção permanente, que vai anestesiando os
nossos olhos, diminuindo a capacidade de nos olhar com admiração.
Hoje, olho para cada uma das pessoas em minha casa e (re)descubro
neles um traço de Jesus.
Proposta individual
Para conhecer Jesus, torna-se indispensável saber sobre
Jesus! Assim, não podemos deixar de procurar conhecer o que a
Igreja, o Seu corpo místico, diz sobre Ele! Muitos são os meios de o
fazer, mas hoje leio o capítulo Segundo, Artigo 2 da segunda secção
da primeira parte do Catecismo da Igreja Católica, “e em Jesus cristo,
seu único Filho, Nosso Senhor”. Está disponível na internet, no site do
Vaticano!
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2 DE ABRIL
DOMINGO V DA QUARESMA
Evangelho segundo São João 11, 1-45
(…) Marta disse a Jesus: «Senhor, se tivesses estado aqui,
meu irmão não teria morrido. Mas sei que, mesmo agora, tudo o que
pedires a Deus, Deus To concederá». Disse-lhe Jesus: «Teu irmão
ressuscitará». Marta respondeu: «Eu sei que há-de ressuscitar na
ressurreição do último dia». Disse-lhe Jesus: «Eu sou a ressurreição
e a vida. Quem acredita em Mim, ainda que tenha morrido, viverá; e
todo aquele que vive e acredita em Mim, nunca morrerá. Acreditas
nisto?». Disse-Lhe Marta: «Acredito, Senhor, que Tu és o Messias,
o Filho de Deus, que havia de vir ao mundo». Jesus comoveu-Se
profundamente e perturbou-Se. (…) Entretanto, Jesus, intimamente
comovido, chegou ao túmulo. Disse Jesus: «Tirai a pedra». Respondeu
Marta, irmã do morto: «Já cheira mal, Senhor, pois morreu há quatro
dias». Disse Jesus: «Eu não te disse que, se acreditasses, verias a
glória de Deus?». Tiraram então a pedra. Jesus, levantando os olhos
ao Céu, disse: «Pai, dou-Te graças por Me teres ouvido. Eu bem sei
que sempre Me ouves, mas falei assim por causa da multidão que
nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste». Dito isto, bradou
com voz forte: «Lázaro, sai para fora». O morto saiu, de mãos e pés
enfaixados com ligaduras e o rosto envolvido num sudário. (…)
Reflexão
Este evangelho de Domingo, não só nos mostra o poder
da confiança na oração, como nos leva a penetrar no segredo do
sofrimento de Deus. Se Ele chora diante da morte física de seu amigo,
sofre muito mais com a morte das almas que se afastam d’Ele pelo
pecado, tornando-se de facto inimigas de Deus. O Seu choro secreto
é algo que nos deve fazer tomar a firme decisão de consolar o Seu
coração, ferido pelas nossas culpas.
A oração de Jesus resume a bondade de Deus em revelar-se
por meio de milagres concretos e visíveis nas nossas vidas, “por causa
da multidão que nos cerca, para acreditarem que Tu Me enviaste”. Na
verdade, Lázaro vivia já em Cristo mas, para que Marta visse a visse a
Glória de Deus, Cristo demonstra-Lha, trazendo nova vida ao corpo
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do defunto, mostrando só nele há a vida verdadeira. «Eu não te disse
que, se acreditasses, verias a glória de Deus?»
Neste Evangelho, Jesus convida-nos a vir para fora, sair do
pecado para corresponder ao Seu amor e consolar o Seu coração,
parar de ofendê-Lo por causa da lágrima secreta que Ele derrama a
cada pecado que cometemos. Quantas vezes Jesus não chorou sobre
o túmulo de nossa alma morta pelo pecado!
Propostas
Proposta de grupo
Rezar uma dezena com um grupo de amigos para consolar o
coração ferido de Jesus por todas as nossas falhas, por todas as vezes
em que morremos para a vida verdadeira e nos deixamos escravizar
pelo pecado.
Proposta familiar
“Mas sei que, mesmo agora, tudo o que pedires a Deus, Deus
To concederá.” Tenho algum familiar que se encontra a passar por
algum sofrimento? Hoje ligo-lhe para saber como está e, sobretudo,
rezo em família 3 Ave-Marias por ele, pedindo que Nosso Senhor
conforme alegremente o seu coração à Sua vontade, seja ela qual for.
Proposta individual
Hoje rezo o terço, pedindo como jaculatória: “Aumenta em mim
Senhor, todas as virtudes, em especial a Fé, Esperança e Caridade”.
73
3 DE ABRIL
SEGUNDA-FEIRA DA SEMANA V
Evangelho segundo São João 8, 1-11
Então, os doutores da Lei e os fariseus trouxeram-lhe certa
mulher apanhada em adultério, colocaram-na no meio e disseram-lhe:
«Mestre, esta mulher foi apanhada a pecar em flagrante adultério.
Moisés, na Lei, mandou-nos matar à pedrada tais mulheres. E Tu que
dizes?» Faziam-lhe esta pergunta para o fazerem cair numa armadilha
e terem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se para o chão, pôs-se
a escrever com o dedo na terra.
Como insistissem em interrogá-lo, ergueu-se e disse-lhes:
«Quem de vós estiver sem pecado atire-lhe a primeira pedra!» E,
inclinando-se novamente para o chão, continuou a escrever na terra.
Ao ouvirem isto, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos,
e ficou só Jesus e a mulher que estava no meio deles. Então, Jesus
ergueu-se e perguntou-lhe: «Mulher, onde estão eles? Ninguém te
condenou?» Ela respondeu: «Ninguém, Senhor.» Disse-lhe Jesus:
«Também Eu não te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a
pecar.»
Reflexão
A liturgia de hoje proclama o grande milagre da misericórdia
de Deus, que dá o perdão a uma mulher surpreendida em flagrante
adultério. Colocado à prova pelos fariseus e mestres da Lei, Nosso
Senhor mostra, ao mesmo tempo, a Sua mansidão e a Sua justiça: Ele
não se coaduna com o pecado, mas, ao mesmo tempo, quer salvar
o pecador. No encontro com Jesus somos convidados a mudar de
vida, a passar do pecado à Graça, tal como aconteceu com a mulher
adúltera e com Zaqueu (cf. Lc 19, 5-10). Quando me encontro com
Jesus, seja na Missa, na Confissão, etc., vivo a força deste encontro?
Consigo ouvir as palavras de Jesus que me dizem «Também Eu não
te condeno. Vai e de agora em diante não tornes a pecar.»? Procuro
meios/propósitos para não voltar a ofendê-Lo?
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Propostas
Proposta de grupo
Dos amigos com que te vais cruzar esta semana, quem é que
não se confessa há muito tempo? Propomos-te que lhe mandes
uma mensagem, incentivando-o a irem os dois confessar-se, para
melhor se preparem para a Páscoa. Dás-te conta como podes ser o
instrumento de Deus, dando tu o exemplo?
Proposta familiar
Tantas vezes somos os primeiros a atirar pedras perante
as falhas dos outros… É-nos difícil este exercício de olhar com
misericórdia aqueles que nos rodeiam, e às vezes é ainda mais difícil
nas pequenas coisas do dia-a-dia, nas pequenas irritações, do que
nas grandes traições. Deixemos o perdão entrar em nossa casa, não
atirando pedras às faltas do outro, mas perdoando porque, também
nós nos sabemos “pecadores a quem Deus olhou com misericórdia”.
Proposta individual
Ao longo do dia, vou repetindo nas pequenas tarefas repetitivas
estas jaculatórias. «Jesus, como é grande o teu Amor»; «Jesus, dáme o amor com que queres que eu te ame»; «Senhor, tende piedade
de nós»; «Jesus, manso e humilde de coração, fazei o meu coração
semelhante ao vosso»; faço-o no carro, na fila do almoço…
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4 DE ABRIL
TERÇA-FEIRA DA SEMANA V
Evangelho segundo São João 8, 21-29
Uma outra vez, Jesus disse-lhes: «Eu vou-me embora: vós
haveis de procurar-me, mas morrereis no vosso pecado. Vós não
podereis ir para onde Eu vou.» (…) Mas Ele acrescentou: «Vós sois cá
de baixo; Eu sou lá de cima! Vós sois deste mundo; Eu não sou deste
mundo. Já vos disse que morrereis nos vossos pecados. De facto, se
não crerdes que Eu sou o que sou, morrereis nos vossos pecados.»
Perguntaram-lhe, então: «Quem és Tu, afinal?» Disse-lhes Jesus:
«Absolutamente aquilo que já vos estou a dizer! Tenho muitas coisas
que dizer e que julgar a vosso respeito; mas do que falo ao mundo é
do que ouvi àquele que me enviou, e que é verdadeiro.»
Eles não perceberam que lhes falava do Pai. Disse-lhes, pois,
Jesus: «Quando tiverdes erguido ao alto o Filho do Homem, então
ficareis a saber que Eu sou o que sou e que nada faço por mim mesmo,
mas falo destas coisas tal como o Pai me ensinou. E aquele que me
enviou está comigo. Ele não me deixou só, porque faço sempre aquilo
que lhe agrada.» Quando expunha estas coisas, muitos creram n’Ele.
Reflexão
Como dizia S. Paulo “Pela desobediência de um só homem,
todos se tornaram pecadores”. (…) Todos os homens são, por isso
mesmo, afetados pela primeira prevaricação e, privados da graça
e santidade originais, nascem com uma natureza decaída, isto é,
corrompida pelas consequências da falta de nossos primeiros pais:
“lesada em suas próprias forças naturais, submetida à ignorância, ao
sofrimento e ao império da morte, e inclinada ao pecado".
Deus, porém, não nos abandonou ao poder da morte e da
corrupção. Na sua infinita misericórdia, quis o Senhor dar-nos bens
muito melhores "do que aqueles que a inveja do Demônio nos
havia roubado". Por isso, a fim de fazer o bem triunfar sobre o mal
e superabundar a graça onde avultou o pecado enviou-nos "nestes
últimos dias" o seu Filho bem-amado, Jesus Cristo, "cheio de graça
e de verdade". Nele, encontramos o médico de nossa alma; por
Ele, recebemos do Céu o remédio para as nossas culpas; com Ele,
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tornamo-nos co-herdeiros do Reino e da glorificação que nos foi
prometida.
Daí, pois, a urgência com que a Igreja sempre se esforçou por
levar a todas as gentes a fé no Salvador do gênero humano; daí, antes
de mais, a necessidade de crermos n’Aquele que, esvaziando-se a si
mesmo (cf. Fil 2, 7). Que Deus, "que quer que todos os homens se
salvem e cheguem ao conhecimento da verdade" (1Tm 2, 4), faça
de nós espíritos missionários, sempre atentos à advertência que o
Senhor fez brotar dos lábios do discípulo amado: "Quem possui o
Filho possui a vida; quem não tem o Filho de Deus não tem a vida"
(1Jo 5, 12).
Propostas
Proposta de grupo
Seria a Igreja o que é se, ao longo dos séculos, os Cristãos
não tivessem partilhado a sua oração e conhecimento de geração em
geração? Hoje procuro na internet a oração de São Miguel Arcanjo
“Oração renova Senhor a minha fé”. Imprimo-a e partilho com amigos,
para rezarmos juntos.
Proposta familiar
Para seguir a Cristo, é preciso conhecê-lo. Em família, abro o
Catecismo da Igreja Católica, e que procuro esclarecer algum tema
que não estejamos muito convictos acerca da posição da igreja.
Encontra-se disponível no site do vaticano!
Proposta individual
Releio a passagem. Sou deste mundo, mas quero viver neste
mundo e nele santificar-me, sem ser mundano. Penso e escrevo o que
é que, em mim, é ainda do mundo. O que é que me prende aqui, me
escraviza, me impede de ser totalmente livre para a vontade de Deus.
Sou muito apegado àquilo que possuo? À imagem que quero que os
outros tenham de mim? A uma relação que sei reconhecer pouco
saudável? Aos programas que me colocam em ocasião de pecado?
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5 DE ABRIL
QUARTA-FEIRA DA SEMANA V
Leitura do Profeta Daniel 3, 14-20; 91-92; 95
Disse-lhes Nabucodonosor: «Chadrac, Mechac e AbedNego, é verdade que rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração
à estátua de ouro erigida por mim? Pois bem! Estais dispostos, no
momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara,
da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro instrumento musical,
a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu fiz? Se não o
fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E qual o
deus que poderá libertar-vos da minha mão?» Chadrac, Mechac e
Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a pena
responder-te a propósito disto. Se isso assim é, o Deus que nós
servimos pode livrar-nos da fornalha incandescente, e até mesmo, ó
rei, da tua mão. E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não
prestamos culto aos teus deuses e que não adoramos a estátua de
ouro que tu levantaste.» Então explodiu a fúria de Nabu¬codonosor
contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego; a expressão do seu rosto
mudou e levantou a voz para mandar que se aquecesse a fornalha
sete vezes mais que de costume. Em seguida, ordenou aos soldados
mais vigorosos do seu exército que amarrassem Chadrac, Mechac e
Abed-Nego, a fim de os lançar na fornalha incandescente. Então o rei
Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo
para os seus conselheiros: «Não foram três homens, atados de pés
e mãos, que lançámos ao fogo?» Responderam eles ao rei: «Com
certeza.» «Pois bem – replicou o rei – vejo quatro homens soltos, que
passeiam no meio do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o
aspecto de um filho de Deus.» Nabucodonosor, tomando a palavra,
disse: «Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego!
Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando
nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes que
prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não fosse
o Deus deles.
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Reflexão
Na leitura de hoje, da profecia de Daniel, conta-nos este
episódio de Sidrac, Misac, e Abdênago, que se dispuseram ao martírio
no momento em que recusaram adorar outro Deus senão o Deus
verdadeiro. Esta leitura faz-nos pensar como poderemos ser mártires
neste tempo, e amar a Deus como estes três também amaram,
confirmando-o com as suas próprias vidas. Vivemos, pela graça de
Deus, num tempo em que podemos viver a nossa fé em liberdade…
Mas Deus desafia-nos com outros tipos de martírio! Sim martírio! Não
propriamente como este ou como os que aconteciam antigamente
como vimos bem no filme ‘’Silêncio’’, mas pequenas provações diárias,
na nossa vida quotidiana. Em que podemos ‘’dar a vida’’ por amor
a Deus nessas mesmas situações! Seja no estudo, em casa com a
obediência, nas amizades… S. José Maria Escrivá diz-nos que às vezes
um sorriso é mais difícil do que horas de chicotadas. Deus vai-nos
‘‘polindo’’ , aperfeiçoando-nos com essas situações. Como uma obra
de arte que antes de o ser, era uma simples pedra. O santo de hoje,
São Leopoldo Mandic tinha a saúde muito fragilizada, mas aceitou
confiante a cruz da sua doença e foi um herói dos confessionários e,
deixando-se polir, ofereceu a Deus tudo o que fazia por amor. Hoje
celebramos o dia por ter vivido essa cruz diária.
Propostas
Proposta de grupo
Com um grupo de amigos converso sobre a actualidade do
tema do martírio, e como fala diretamente às nossas vidas.
Proposta familiar
Ao serão, vemos um filme biográfico sobre algum santo mártir
e conversamos sobre o mesmo.
Proposta individual
Escolho um pequeno martírio para viver ao longo do dia. Algo
que exija de mim dar a vida, entregar esse pequeno sacrifício a Nossa
Senhora fiel e repetidamente ao longo do dia!
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5 DE ABRIL
QUARTA-FEIRA DA SEMANA V
Leitura do Profeta Daniel 3, 14-20; 91-92; 95
Disse-lhes Nabucodonosor: «Chadrac, Mechac e AbedNego, é verdade que rejeitais o culto aos meus deuses e a adoração
à estátua de ouro erigida por mim? Pois bem! Estais dispostos, no
momento em que ouvirdes o som da trombeta, da flauta, da cítara,
da lira, da harpa, do saltério e de qualquer outro instrumento musical,
a prostrar-vos em adoração diante da estátua que eu fiz? Se não o
fizerdes, sereis logo lançados dentro da fornalha ardente. E qual o
deus que poderá libertar-vos da minha mão?» Chadrac, Mechac e
Abed-Nego responderam ao rei Nabucodonosor: «Não vale a pena
responder-te a propósito disto. Se isso assim é, o Deus que nós
servimos pode livrar-nos da fornalha incandescente, e até mesmo, ó
rei, da tua mão. E ainda que o não faça, fica sabendo, ó rei, que não
prestamos culto aos teus deuses e que não adoramos a estátua de
ouro que tu levantaste.» Então explodiu a fúria de Nabucodonosor
contra Chadrac, Mechac e Abed-Nego; a expressão do seu rosto
mudou e levantou a voz para mandar que se aquecesse a fornalha
sete vezes mais que de costume. Em seguida, ordenou aos soldados
mais vigorosos do seu exército que amarrassem Chadrac, Mechac e
Abed-Nego, a fim de os lançar na fornalha incandescente. Então o rei
Nabucodonosor, estupefacto, levantou-se repentinamente, dizendo
para os seus conselheiros: «Não foram três homens, atados de pés
e mãos, que lançámos ao fogo?» Responderam eles ao rei: «Com
certeza.» «Pois bem – replicou o rei – vejo quatro homens soltos, que
passeiam no meio do fogo, sem este lhes causar mal; o quarto tem o
aspecto de um filho de Deus.» Nabucodonosor, tomando a palavra,
disse: «Bendito seja o Deus de Chadrac, de Mechac e de Abed-Nego!
Ele enviou o seu anjo para libertar os seus servos que, confiando
nele, expuseram a vida, transgredindo as ordens do rei, antes que
prostrarem-se em adoração diante de um outro deus que não fosse
o Deus deles.
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Reflexão
Na leitura de hoje, da profecia de Daniel, conta-nos este
episódio de Sidrac, Misac, e Abdênago, que se dispuseram ao martírio
no momento em que recusaram adorar outro Deus senão o Deus
verdadeiro. Esta leitura faz-nos pensar como poderemos ser mártires
neste tempo, e amar a Deus como estes três também amaram,
confirmando-o com as suas próprias vidas. Vivemos, pela graça de
Deus, num tempo em que podemos viver a nossa fé em liberdade…
Mas Deus desafia-nos com outros tipos de martírio! Sim martírio! Não
propriamente como este ou como os que aconteciam antigamente
como vimos bem no filme ‘’Silêncio’’, mas pequenas provações diárias,
na nossa vida quotidiana. Em que podemos ‘’dar a vida’’ por amor
a Deus nessas mesmas situações! Seja no estudo, em casa com a
obediência, nas amizades… S. José Maria Escrivá diz-nos que às vezes
um sorriso é mais difícil do que horas de chicotadas. Deus vai-nos
‘‘polindo’’ , aperfeiçoando-nos com essas situações. Como uma obra
de arte que antes de o ser, era uma simples pedra. O santo de hoje,
São Leopoldo Mandic tinha a saúde muito fragilizada, mas aceitou
confiante a cruz da sua doença e foi um herói dos confessionários e,
deixando-se polir, ofereceu a Deus tudo o que fazia por amor. Hoje
celebramos o dia por ter vivido essa cruz diária.
Propostas
Proposta de grupo
Com um grupo de amigos converso sobre a actualidade do
tema do martírio, e como fala diretamente às nossas vidas.
Proposta familiar
Ao serão, vemos um filme biográfico sobre algum santo mártir
e conversamos sobre o mesmo.
Proposta individual
Escolho um pequeno martírio para viver ao longo do dia. Algo
que exija de mim dar a vida, entregar esse pequeno sacrifício a Nossa
Senhora fiel e repetidamente ao longo do dia!
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6 DE ABRIL
QUINTA-FEIRA DA SEMANA V
Evangelho segundo São João 8, 51-59
“ (…) Jesus respondeu: «Se Eu me glorificar a mim mesmo, a
minha glória nada valerá. Quem me glorifica é o meu Pai, de quem
dizeis: ‘É o nosso Deus’; e, no entanto, não o conheceis. Eu é que
o conheço; se dissesse que não o conhecia, seria como vós: um
mentiroso. Mas Eu conheço-o e observo a sua palavra. Abraão, vosso
pai, exultou pensando em ver o meu dia; viu-o e ficou feliz.» (…) ”
Reflexão
No evangelho de hoje Jesus responde aos judeus a frase
acima. Neste dia debrucemo-nos sobre o privilégio que é acreditar
num Deus que nos ama, e num Deus a quem podemos amar! Deus
pede-nos que o façamos com humildade, na consciência de que nada
fizemos por merecer a fé que recebemos, mas antes que ela nos foi
dada gratuitamente (o que nos responsabiliza também a levá-la a
quem não a recebeu ainda na sua vida –“Recebestes de graça, dai de
graça.”)! Jesus chama-nos, portanto, a vivê-lo com humildade ‘’ (...) Se
Eu me glorificar a mim mesmo, a minha glória nada valerá. Quem me
glorifica é o meu Pai (…) ’’. Tudo o que façamos que seja “entre mim
e Deus”! Não o façamos à esquina à vista de todos para que todos
vejam o bom que sou! E isto aplica-se à fé! Se acreditamos, temos de
estar ao lado de todos com um espírito humilde, porque não somos
mais do que os outros!
Deus é o Caminho, a Verdade e a Vida. Jesus não disse de
si que era “um” caminho, “uma” verdade, “uma” vida possível, mas
o único verdadeiro caminho que devemos seguir, a verdade que
devemos acreditar e a vida que devemos ansiar! Dizer isto, proclamar
Cristo como uma verdade única não se trata de uma soberba, de uma
falta de humildade perante as crenças dos outros, mas antes de uma
humildade maior, de saber que tudo me foi dado, não sou superior
por acreditar, mas que me cabe a mim levar a verdade a quem não a
conhece! Façamo-lo como mendigos de mão estendida, que entram
em casa de um rico, trazendo apenas agradecimento e humildade!
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Propostas
Proposta de grupo
Sem ser impositivo, procuro perceber se há alguém de entre
os meus amigos que não acredite, mas cujo coração esteja aberto
a ouvir falar de Deus! Procuro mostrar-lhe qual o motivo da minha
alegria, “se necessário por palavras”.
Proposta familiar
Rezo em família por algum familiar ou amigo que não acredite
em Deus, rezando ainda pela conversão de todos os pecadores, a
começar por nós!
Proposta individual
Exercito a minha pequenez, a minha humildade. Penso
num tema sobre o qual não tenha uma posição muito firme, tendo
dificuldade em aceitar totalmente aquilo que a Igreja diz sobre o
mesmo. Depois, procuro na internet alguma encíclica ou texto de
algum Papa sobre esse tema e leio-o de coração aberto, na humildade
de saber que não fui eu que, nos meus X anos de vida, e sem ter
pensado e lido a fundo sobre esse tema que descobri aquilo que a
igreja, após 2017 anos, ainda há de descobrir.
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7 DE ABRIL
SEXTA-FEIRA DA SEMANA V
Evangelho segundo São João 10, 31-42
“ (…) Então, os judeus voltaram a pegar em pedras para o
apedrejarem. Jesus replicou-lhes: «Mostrei-vos muitas obras boas
da parte do Pai; por qual dessas obras me quereis apedrejar?»
Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por
qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um
homem, a ti próprio te fazes Deus.» Jesus respondeu-lhes: «Não está
escrito na vossa Lei: ‘Eu disse: vós sois deuses? Se ela chamou deuses
àqueles a quem se dirigiu a palavra de Deus - e a Escritura não se
pode pôr em dúvida - a mim, a quem o Pai consagrou e enviou ao
mundo, como é que dizeis: ‘Tu blasfemas’, por Eu ter dito: ‘Sou Filho
de Deus’? Se não faço as obras do meu Pai, não acrediteis em mim;
mas se as faço, embora não queirais acreditar em mim, acreditai nas
obras, e assim vireis a saber e ficareis a compreender que o Pai está
em mim e Eu no Pai.» (…) ”
Reflexão
Quando olhamos para o comportamento dos Judeus que
pretendiam apedrejar Jesus por se dizer Filho de Deus, que mesmo
com as suas obras, milagres, com a sua humanidade divina, não
acreditaram, vemos em perspectiva a mossa vida, o principal entrave
a vivermos inteiramente de amor: o aceitarmos humildemente
pertencemos a Deus, que só Nele encontramos a verdadeira felicidade
– deixar Deus ser Deus! Esta soberba, este orgulho é um sentimento
caracterizado pela pretensão de superioridade. A soberba dos judeus
foi tal que os levou à arrogância e depois ao ódio. De tal modo que
apedrejaram Deus feito homem, tal era a sua cegueira.
Esta tentação parece constante nas nossas vidas e, na
verdade não depende de nós que ela desapareça. A nossa reacção
à mesma é que deve ser dominada, porque depende só de nós. Nós
sentimos, mas não devemos consentir! É algo que serve para nos
santificar. Por exemplo, o Pedro toca muita bem viola, e isso irrita-me
profundamente porque nunca soube e queria aprender. Para além
disso nunca fui com a cara dele e comecei a criar um ódio interior, por
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puro orgulho. Sem o conhecer verdadeiramente, não gostava dele,
nem muito menos o amava. Ora Jesus Cristo diz-nos expressamente:
que vantagem temos em gostar dos que já nos amam, dos que têm
a ver connosco, dos que estão na nossa zona de conforto? Deus
chama-nos a amar com mais fervor pessoas como o Pedro! Amar
sim! Vencer esta parede de orgulho, porque é algo nos impede de
amar, que nos tira liberdade para amar! Não precisamos de gostar,
são coisas diferentes, mas amar. Amar é querer o céu do Pedro!
Propostas
Proposta de grupo
Penso em algum amigo com uma característica que me
provoque alguma inveja ou irritação. Vou elogiá-lo precisamente
por essa característica. Muitas vezes achamos que se os outros
estiverem menos confiantes de si, eu estarei mais confiante de mim
por oposição... hoje provo que acontece precisamente ao contrário!
Proposta familiar
Converso com alguém em casa sobre algum traço da sua
personalidade que me irrite mais. Não necessariamente com o
propósito de o corrigir, mas antes de partilhar com ele a minha
dificuldade em amá-lo por inteiro. Juntos, procuramos trabalhar na
nossa relação!
Proposta individual
Rezo por todos aqueles que me irritam, que me causam
desconforto. Nome a nome, um por um!
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8 DE ABRIL
SÁBADO DA SEMANA V
Leitura do Livro de Ezequiel 37, 21-27
Assim fala o Senhor Deus: Eis que Eu tomarei os filhos de
Israel de entre as nações, por onde se dispersaram; vou reuni-los de
toda a parte e reconduzi-los ao seu país. Farei deles uma só nação na
minha terra, nas montanhas de Israel, e apenas um rei reinará sobre
todos eles; nunca mais serão duas nações, nem serão divididos em
dois reinos. Não se mancharão mais com os seus ídolos e nunca mais
cometerão infames abominações. Eu os salvarei das suas rebeldias,
pelas quais pecaram, e os purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei
o seu Deus. Caminharão segundo os meus preceitos, observarão
os meus mandamentos e os porão em prática. (...) Farei com eles
uma aliança de paz; será uma aliança eterna; Eu os estabelecerei e
os multiplicarei; e colocarei o meu santuário no meio deles estará
sempre. A minha morada será no meio deles. Serei o seu Deus e eles
serão o meu povo.»
Reflexão
Desde o início de toda a Criação que Deus vai estabelecendo
alianças com o Seu povo para o conduzir nos Seus caminhos e leválo até Si. Pela boca do profeta Ezequiel, o Senhor diz ao povo de
Israel: «Eu os salvarei das suas rebeldias, pelas quais pecaram, e os
purificarei; eles serão o meu povo e Eu serei o seu Deus.» É a promessa
que o Senhor hoje nos dirige a cada um de nós. O Senhor é o nosso
Deus, e nós o Seu povo. «Caminharão segundo os meus preceitos,
observarão os meus mandamentos e os porão em prática».
Esta aliança pressupõe um compromisso da nossa parte,
observar os mandamentos do Senhor e pô-los em prática. Nesta
aliança que temos com Deus, Ele responde à nossa infidelidade com
a constância da Sua fidelidade. Assim, viver de amor não é outra coisa
senão responder ao amor de Deus. Apesar da exigência do desafio que
nos é proposto, conforta-nos uma alegria imensa: a de nos sabermos
de Deus, que nos guia nos Seus caminhos, nos guarda e purifica.
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Propostas
Proposta de grupo
Hoje rezo com a Igreja o salmo 91:
Deus é o meu amparo
Deus é o meu amparo
O que habita sob a protecção do altíssimo
e mora à sombra do omnipotente,
pode exclamar ao Senhor:
Vós sois o meu refugio e a minha cidadela,
o meu Deus em quem confio
Ele há-de me livrar da armadilha do caçador,
como peste maligna.
Com as suas penas há-de me proteger,
debaixo das suas asas encontrarei refúgio;
a sua fidelidade é um escudo e uma couraça.
Não temerei o terror da noite,
nem a seta que voa durante o dia.
Nem a peste que alastra nas trevas,
ou flagelo que tudo destrói ao meio dia.
Podem cair mil à minha esquerda
e dez mil a minha direita; que eu não serei atingido
basta que abra os olhos logo verei
a recompensa dos ímpios.
O Senhor é o meu único refugio,
o Altíssimo o meu único auxilio.
Nenhum mal me acontecerá
a epidemia não tocará a minha tenda.
É que ele deu ordens aos seus anjos
para me protegerem em todos ao caminhos.
Tomar-me-ão nas palmas das mãos,
não aconteça ferir, nas pedras os meus pés.
Poderei caminhar por cima de serpentes e víboras,
calcar aos pés leões e dragões.
Porque que acredito nele salvar-me-ei,
Defender-me-á porque conheço o seu nome.
Quando o evocar há-de me responder,
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aquando da angustia estará ao meu lado,
para me salvar e para me honrar.
Há-de me saciar com dias longos,
há-de me mostrar a minha salvação.
Ámen
Proposta familiar
Proporciono um momento de oração todos juntos em que
lemos a leitura de hoje e a reflexão, seguida de uma dezena em família.
Proposta individual
Hoje é o dia de renovar esta aliança com o Senhor. Ele quer ser
o meu Deus e quer que eu seja o Seu povo. Para isso, preciso deixar
que Ele me conduza, segundo os Seus preceitos, de observar os Seus
mandamentos e pedir a Sua misericórdia perante a minha fraqueza.
Procuro conhecer as 14 obras de misericórdia e realizar um exame de
consciência confrontando-as com o que tem sido a minha vida. Tenho
sido rosto desta misericórdia que recebi?
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