Untitled - Meloteca

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“Eu não ensino uma canção.
Ensino música através de uma canção!”
Edwin E. Gordon
GUIÃO PARA PAIS
1.
Em que se baseia este PROJECTO PEDAGÓGICO? ........................................................................................ 3
2.
Para quê iniciar o contacto da Música desde o nascimento? ...................................................................... 4
3.
Qual a diferença entre a aprendizagem informal e a aprendizagem formal? ............................................. 4
4.
Atelier Musical .............................................................................................................................................. 5
5.
Conjunto Instrumental ................................................................................................................................. 5
6.
Ensemble de Violino ..................................................................................................................................... 6
7.
O papel fundamental da Família .................................................................................................................. 6
8.
Testes de Aptidão Musical ............................................................................................................................ 6
GUIÃO PARA PAIS
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“Eu não ensino uma canção.
Ensino música através de uma canção!”
Edwin E. Gordon
1.
Em que se baseia este PROJECTO PEDAGÓGICO?
•
No conhecimento de que qualquer aluno tem competências para aprender música com sucesso, tal como
qualquer um consegue aprender a sua língua materna.
•
Na convicção de que a música é a arte do SOM e da comunicação através do mesmo som e não se resume à
leitura de uma partitura
•
Na certeza de que a literacia musical é, em primeiro lugar, a compreensão auditiva e corporal do som, antes
da descodificação da partitura
•
Na aposta da exposição do aluno ao som em diversidade, contraste e qualidade, com vista à aquisição de um
repertório auditivo individual
•
Na premissa de que aprendemos o que é pelo que não é (assim como aprendemos o que é doce pelo contraste com
o que é amargo, o frio em distinção com o quente, e por aí fora, assim o dicernimento auditivo requer o contraste para ser
melhor compreendido)
•
No permanenente desafio à improvisação
•
Na prática de actividades sequenciais essenciais a uma aprendizagem estruturada e motivante
•
Na alternância de actividades sequenciais com actividades de classe em que cantar, movimentar, jogar,
inventar, ouvir, dançar e aprender repertório de todo o mundo, dando grande ênfase ao do nosso país,
proporcionam gozo e motivação nas crianças e a oportunidade de, desde o primeiro momento, fazer música
em conjunto
•
Na convicção de que, após este trabalho informal da primeira infância e da pré-primária, a criança obterá
melhores resultados na aprendizagem formal (aprendizagem de um instrumento musical e posterior leitura, escrita e
composição) e resultados mais consistentes e autónomos
•
Na certeza de que o instrumento musical é um prolongamento do corpo e, portanto, só poderá ser nele
executado com propriedade musical aquilo que estiver interiorizado no corpo, compreendido do seu contexto
e nos ouvidos do seu executante
•
No incentivo a uma iniciação ao instrumento em grupo, por estar provado que o aluno se desenvolve bastante
mais com os pares do que com o professor, particularmente no que se refere ao desenvolvimento auditivo
•
Na aposta numa linha condutora comum a todos os níveis de ensino
•
Na possibilidade de exames internacionais de grupos instrumentais ou de instrumentos a solo, bem como de
formação musical pelo Associated Board of the Royal Schools of Music que, desde a iniciação, estão
desenhados para encorajar e motivar os alunos (diplomas internacionalmente reconhecidos desde 1889.
Pesquisar em www.abrsm.org)
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Ensino música através de uma canção!”
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2.
Para quê iniciar o contacto da Música desde o nascimento?
Está estudado que o recém-nascido possui grandes competências sensoriais e de processamento de informação, a partir
das quais estabelece uma interacção com o mundo. Os primeiros tempos de vida são cruciais e determinantes para
essas futuras aprendizagens. A exposição da criança ao som (desde a gestação) é necessária para posteriormente
aprender questões formais relativas à leitura e à escrita tanto da língua do seu país como da linguagem musical, cujo
processo de aprendizagem é em tudo paralelo. Conhece as consequências para uma criança que durante os primeiros
meses de vida não oiça falar ou com quem ninguém converse ou comunique? A todos os níveis essas consequências
seriam gravíssimas e impossíveis de colmatar. Assim também com a Música. Por isso vivemos numa sociedade com uma
grande percentagem de iletracia musical. Não por falta de capacidades, sim por falta de oportunidades.
3.
Qual a diferença entre a aprendizagem informal e a aprendizagem formal?
Tal como na aprendizagem da leitura e da escrita da língua, a criança inicia esta etapa após cinco/seis anos de imersão
sonora na mesma. Em paralelo com a linguagem o processo de literacia musical deveria corresponder a esta exposição
ao som, aquisição de vocabulário de sons, palavras e frases, imitação e criação das suas próprias frases e, só então,
leitura, escrita e construção dos seus próprios textos. Já imaginou uma criança a começar pela leitura antes de ouvir o
som dessa palavra, de o conseguir reproduzir e de utilizar essa mesma palavra para a construção das suas frases? Não
faria sentido. Porém, com frequência, é por aqui que o ensino da música começa. Descontextualizando a leitura do seu
universo sonoro. E, para a maior parte dos pais, saber música é saber ler uma partitura.
A aprendizagem informal é toda a preparação sonora de aquisição auditiva de repertório, de coordenação do som com
o movimento, de desenvolvimento de uma voz cantada.
A aprendizagem formal é a que alia, de um modo sequencial, a aquisição de repertório sonoro às etapas de leitura,
escrita e composição, bem como à aprendizagem de um instrumento musical.
A leitura, escrita e composição faz-se por etapas, por secções, ou seja, o aluno só aprende a ler, escrever e compôr
aquilo que já ouviu, sentiu, movimentou, contextualizou, improvisou oralmente e compreendeu. Daí que neste projecto
pedagógico o ensino do instrumento esteja aliado à formação musical.
Os resultados são visíveis: a leitura é imediata, motivante e meio para atingir um fim, fazer música (a dos outros e a
sua!).
O aluno toca desde logo com maior precisão de afinação e de tempo, porque a compreensão musical vem de dentro de
si e não por uma imposição exterior a si. Desde cedo desenvolve a capacidade para se ouvir e ouvi os outros, pelo que a
tocar em grupo os resultados são de maior autonomia e maturidade musical e, consequentemente, de maior gozo
musical.
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4.
Atelier Musical
Muito factores irrelevantes concorrem frequentemente para a escolha de um instrumento: a sua aparência,o tamanho,
estar ou não disponível, ser do gosto dos pais ou da família, a sua popularidade, estar relacionado com execução típica
feminina ou masculina, encontrar-se associado a pessoas famosas, ser fácil ou difícil de tocar, ter a ver com as
caracterísicas físicas da criança ou não, etc.
Raramente se dá atenção à preferência que o aluno dá ao timbre e extensão desse instrumento (extensão: preferência
por timbres agudos ou graves). E estes são os factores que maior contribuem para o sucesso e menor taxa de desistência
na aprendizagem do mesmo.
A par com outros factores, o teste de preferência tímbrica desenvolvido por Edwin Gordon vai ser um dos primeiros
aplicados ao seu filho neste atelier, antes de lhe dar a conhecer os instrumentos visualmente, o que, por si só, poderia
acrescentar outros factores à decisão (nomeadamente a empatia com o instrumentista que o dá a conhecer ou a preferência
estética da criança relativa ao mesmo).
Numa segunda estapa, o seu filho irá poder ver e experimentar alguns instrumentos de cada família, a maior parte
deles dados a conhecer por crianças e jovens que já executam o seu instrumento com qualidade.
As duas características principais deste Atelier são apostas únicas relativamente aos Ateliers vocacionais que se
praticam em Lisboa. A primeira (O Teste de Preferência Tímbrica) fornece-nos dados mais objectivos sobre a preferência
tímbrica de cada criança, a segunda (instrumentos reais executados e mostrados por crianças e jovens instrumentistas)
permite à criança que participa neste Atelier olhar a execução de um instrumento de um modo mais acessível ao seu
universo por poder ver alunos e não profissionais a relacionarem-se de um modo motivado e realizado com o
instrumento que escolheram. É da minha convicção que estas duas apostas são fundamentais para a escolha do
instrumento por parte do seu educando.
5.
Conjunto Instrumental
Este conjunto pretende proporcionar um desenvolvimento auditivo e de compreensão da música através da
oportunidade única de, desde o primeiro momento, fazer música em grupo. A partir dos seis anos (aconselho atelier
prévio para a faixa etária entre os 6 e os 8) até adultos, qualquer pessoa poderá ser nele integrado. Não é necessário
que tenha qualquer noção de música.
Neste conjunto os executantes poderão trazer qualquer instrumento que aprenderam a tocar por si só, na escola ou
noutro local. Todos os instrumentos poderão aqui ser integrados e o participante aprenderá música através da sua
execução em grupo. Se o aluno (criança ou adulto) não tiver instrumento poderá sempre tocar flauta de bisel ou um
instrumento Orff (jogo de sinos, xilofone ou metalofone).
Os alunos serão agrupados por idade musical e não por idade cronológica e esta será uma opção do professor.
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Ensino música através de uma canção!”
Edwin E. Gordon
6.
Ensemble de Violino
Neste ensemble poderemos integrar Violino, Violeta, Violoncelo ou Contrabaixo. O aluno que queira escolher esta
opção deverá ter no mínimo seis anos e terá que ter feito a sua escolha instrumental durante um ano lectivo num
Atelier Musical (neste ou de outra instituição).
Como já tenho vindo a explicar, o seu educando/a nesta classe irá desenvolver dois instrumentos: o seu instrumento
auditivo (interior) e o instrumento de corda acima indicado, de modo a atingir a compreensão e consequente
autonomia musical.
Está provado por pesquisas profundas que é mais rápida e mais motivante a evolução auditiva e técnica de uma
criança quando aprende com outros colegas do que quando aprende sózinha com o professor. Nos primeiros anos de
iniciação ao instrumento a criança só ganha com esta opção e mais rápida será a evolução se a opção dos pais for a
OPÇÃO C (Ensemble de Violino + Classe de Conjunto), pois a criança estará uma vez por semana em grupo pequeno e
com a mesma família instrumental (melhor para desenvolvimento técnico) e segunda vez por semana em grupo grande
de diversidade tímbrica (melhor para desenvolvimento auditivo). Os resultados são mais rápidos e mais motivantes.
7.
O papel fundamental da Família
Em qualquer das Opções (da A à F) a criança deverá trabalhar em casa semanalmente. Sem o compromisso dos pais
nesta responsabilidade, a criança não obterá os progressos correpondentes às suas potencialidades nem se sentirá tão
motivada em sala de aula.
Sublinho que a família é responsável por lembrar à criança a necessidade de estudar semanalmente o seu instrumento.
Normalmente a criança não o fará sem que lho lembrem!
O aluguer ou compra do instrumento do seu educando é também da sua responsabilidade, sob a minha orientação
relativa a tamanho e possíveis locais onde o possa obter. Procuraremos a solução mais acessível.
Por último chamo-lhe a especial atenção para a pontualidade e assiduidade que são essenciais para o sucesso desta
aprendizagem, que, como em qualquer outra, também conta com uma boa organização familiar.
8.
Testes de Aptidão Musical
Como referi atrás, todas as pessoas têm capacidade para aprender música, tal como têm capacidade para aprender a
falar a sua língua materna. O que existem são níveis de aptidão diferente.
Um dos grandes desafios de um professor é conseguir motivar tanto o aluno com dificuldades como o aluno com alto
potencial. Normalmente é este último que é prejudicado por conseguir atingir os objectivos facilmente. E este tipo de
aluno maça-se bastante num tipo de aula tradicional.
Os resultados dos testes de aptidão musical são só para conhecimento do professor, de modo a torná-lo um professor
melhor e mais eficaz no tempo de aula. Ao conhecer cada um dos seus alunos, o professor adapta os desafios que lhes
lança, proporcionando o desenvolvimento em áreas mais fragilizadas a uns e mantendo o nível de motivação a outros.
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Ensino música através de uma canção!”
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Não me refiro aqui a proporcionar mais qualidade de ensino aos alunos com maior potencial do que aos de menor
potencial. Muito pelo contrário!
Imagine metaforicamente que o potencial de cada aluno é um copo. Todos têm o seu copo vazio no início do ano. Cada
copo terá dimensões diferentes, porém todos os copos serão cheios das melhores natas. O copo mais pequeno não irá
ter leite magro, só por ser pequeno. Terá direito às melhores natas, tal como o copo grande. A diferença está na
quantidade que esse copo conseguirá adquirir. Assim com os alunos: o objectivo é desenvolver cada um até ao máximo
do seu potencial, mantendo-o motivado por se sentir a progredir! E este é um dos maiores desafios para um professor.
Os Testes de Aptidão Musical serão proporcionados uma vez por ano a todos os alunos, dos 4/5 aos 9/12 anos de idade.
A partir dos 12 os alunos serão sujeitos a um só teste, pois o seu potencial já não será alterado com a instrução musical,
apesar de a sua aprendizagem continuar a evoluir com a mesma.
Assim, de um modo objectivo, o professor poderá perceber se o seu ensino a nível tonal e rítmico está a ser eficaz e
conhecerá cada aluno e respectivos pontos fracos e fortes, de um modo concreto e não subjectivo. Poderá assim ser um
melhor professor e levar cada aluno a atingir o seu máximo como músico.
Muito mais haveria a dizer neste guião para pais. Temo que já vá longo e que heróis foram os que o conseguiram ler até
ao fim! Qualquer dúvida estarei à sua disposição para a esclarecer. Até breve e espero que esta orientação tenha sido
útil para a sua opção sobre a adesão a este projecto de literacia musical segundo a Teoria de Aprendizagem Musical de
Edwin Gordon (teoria que se debruçou sobre o modo como se processa a aprendizagem em nós, quando aprendemos
música).
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