Manual da Biodiversidade Autóctone Manual de la Biodiversidad Autóctona Invertimos en su futuro AECT DUERO - DOURO Frontera_Natural Unión Europea FEDER www.duero-douro.com • www.fronteiranatural.eu [email protected] Telf: +34 923 141 409 • Fax: +34 923 090 433 www.duero-douro.com • www.fronteiranatural.eu [email protected] Telf: +34 923 141 409 • Fax: +34 923 090 433 Frontera_Natural Unión Europea FEDER AECT DUERO - DOURO Invertimos en su futuro Manual da Biodiversidade Autóctone Edita AECT Duero - Douro Teléfono: (+34) 923 14 15 04 www.duero-douro.com Imprime Imprenta Catedral, Salamanca Depósito Legal: S.219-2012 www.duero-douro.com • www.fronteiranatural.eu [email protected] Telf: +34 923 141 409 • Fax: +34 923 090 433 Frontera_Natural Unión Europea FEDER AECT DUERO - DOURO Invertimos en su futuro AECT DUERO-DOURO O Agrupamento Europeu de Cooperação lucrativos e tem por objecto e finalidade o Territorial Duero-Douro, com sede na fomento e o desenvolvimento entre os seus localidade salmantina de Trabanca, foi membros; a cooperação transfronteiriça, oficialmente criado na Assembleia Geral transnacional e inter-regional com o fim Constitutiva do dia 14 de Março de 2009, exclusivo de reforçar a coesão económica e onde 187 entidades ratificaram o Convenio e social. os Estatutos que regem o AECT DueroDouro, após a prévia aprovação do Governo Pertencem ao AECT 187 entidades español através de ordem Ministerial públicas todas elas situadas na NUTS III : publicada no BOE a 7 de Março de 2009, Alto Trás-os-Montes, Douro, Beira Interior Ordem APU/554/2009 de 11 de Fevereiro, Norte, em Portugal, e nas Províncias de pela que se autoriza a participação de Salamanca e Zamora, em Espanha. Pelo que determinados municipios espanhóis das participa nesta união praticamente a províncias de Salamanca e Zamora e da totalidade das localidades da fronteira Associação de Municipios para a Cooperação hispano-lusa, abarcando toda a fronteira de e o Desenvolvimento, assim como por Castilla y León com Portugal. determinados municípios e freguesias portuguesas e a Associação de Freguesias de Portugal, no Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro. O territótio de actuação do Duero-Douro é compreendendo um muito total de AECT vasto, 52.314 habitantes em Espanha. É uma entidade de carácter público, com personalidade tendo Estamos perante uma entidade que gere capacidade plena para actuar, sem fins jurídica própria, o territó rio de forma conjunta e que abrange 3 áreas como a cultura, a área social o Concretamente no artigo 19 prevê-se a ambiente, o desenvolvimento local, as infra- existencia de 6 Conselhos Sectoriais, que estruturas, o emprego, a educação, entre são os seguintes: muitos outros. a) Conselho Igualdade No convénio assinado por todos os membros define-se como objetivo fundamental do Agrupamento o reforçar da para a Oportunidades, Desenvolvimento Económico, Investigação, Inovação e Desenvolvimento. b) Conselho coesão económica e social. O que atinge Desenvolvimento muitas outras sub-dimensões, tais como a Tecnologias, execução dos programas ou projectos de Emprego. cooperação territorial co-financiados pela Sectorial de c) Sectorial Local, Educação, Conselho para Novas Formação Sectorial o para e o Comunidade, em particular pelo Fundo de Ambiente, Desenvolvimento Sustentável, Coesão; ou gerir as competências e Agricultura e Pecuária. atribuições das entidades territoriais que o integram. Desenvolvendo acções em varias áreas (Igualdade de Desenvolvimento Oportunidades, Económico, Desenvolvimento Local, Transporte público acessível a todos os cidadãos. Novas Tecnologias, especialmente as d) Conselho Sectorial para a Saúde, Serviços Sociais e Acção Social. e) Conselho Sectorial para o Turismo, Cultura, Património, Desportos, Lazer e Tempos Livres. f) Conselho Sectorial para da Administração Infomação e Comunicação, Ambiente, Comunicações. Local, Transportes a e Desenvolvimento Sustentável, Educação, Formação e Emprego. Saúde, Serviços Nas disposições reguladoras, Convenio e Sociais e Acção Social Turismo, Cultura e Estatutos, do AECT Duero-Douro, a Património. protecção Administração local ambiental, bem como o Investigação, inovação e desenvolvimento desenvolvimento sustentável do território Transportes e Comunicações Desportos, são dois dos objectivos prioritários no Lazer e Tempos Livres ). trabalho deste Agrupamento. Todas as actuações do AECT DueroDouro se enquadram no âmbito de actuação dos 6 Conselhos Sectoriais previstos nos artigos 19 a 22 dos Estatutos do Agrupamento Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro. 4 FRONTEIRA NATURAL O AECT desenvolver Duero-Douro o Projecto está a denominado sua qualidade de vida e dando início à fixação da população no meio rural. Recuperação Integral e sustentável da Fronteira: “Fronteira_Natural”, candidatado Concretamente, por esta entidade ao Programa Operacional FRONTEIRA_NATURAL de Cooperação Transfronteiriça Espanha- alcançar um modelo de gestão ambiental Portugal 2007-2013, subvencionado com transfronteiriça que permita a recuperação uma ajuda FEDER, com o total de da identidade territorial, a eliminação de 100 800.000€. pontos críticos, a pretende gestão ambiental duradoura e o envolvimento dos actores O objectivo deste projecto é a socio-económicos. Neste sentido, foi Recuperação, conservação e valorização do elaborado um Inventário do Uso Público de património no Espécies que enriquecem a Biodiversidade estabelecimento de uma política pública Autóctone do território do Agrupamento comum que encoraje a gestão conjunta do Europeu de Cooperação Territorial Duero- território, contribuindo assim para o Douro, como meio de sensibilização e desenvolvimento sustentável do mundo rural conscienzalização sobre a importância da transfronteiriço conservação e restauração ambiental deste natural com através base duma gestão integrada do meio ambiente. Este projeto espaço fronteiriço. baseia-se nos três pilares básicos da sustentabilidade: O objetivo do Guia será mostrar a riqueza - Restauração de áreas degradadas, de espécies existentes e a sua importância principalmente pelo homem, bem como o na cadeia trófica acondicionamento e manutenção e na ecologia dos dos ecossistemas presentes, fazendo especial mesmos como método de prevenção de referência às que se encontrem sob algum riscos ambientais e melhoria da qualidade tipo de protecção ou as que, além do seu ambiental desses territórios. papel biológico também contribuem, de - Promover o emprego nas zonas rurais e o dinamismo económico da fronteira. - Fortalecer o eixo Social, através da alguma forma, para a utilização dos seres humanos, seja como medicamento ou como matéria-prima. valorização da identidade ambiental de um território rico em biodiversidade, evitando assim a perda de uma ligação entre população e território, melhorando assim a 5 Área geográfica de intervenção Com o rio Douro Internacional como ponto de união, a área de intervenção do Agrupamento Beira Interior Norte (concelhos do Sabugal e Almeida), do lado português. Europeu de Cooperação Territorial Duero-Douro, ocupa cerca de 9000 km2, e inclui 178 entidades Inclui, portanto, a zona Norte fronteiriça - públicas Espanholas e Portuguesas, ao longo de Castilla y León y Centro - Castilla y León desde 356 km de uma fronteira compartilhada. Neste o Sistema Central como limite sul, até à Sierra espaço estão incluídos 107 municípios das de la Cabrera, no Norte. Terra de Pan limita a províncias zona leste, até à Serra de Bornes, na parte de Sanabria/Carballeda, Zamora (Concelhos Aliste/Alba, Los ocidental. Arribes/Sayago, Campos/Pan) e Salamanca (Concelhos Ledesma, Vitigudino, La Fuente de O projecto FRONTEIRA_NATURAL será San Esteban e Ciudad Rodrigo ) do lado desenvolvido em todas as entidades locais que espanhol; oito Câmaras Municipais e 69 freguesia fazem parte do Agrupamento Europeu de do NUTS III do Alto Trás-os-Montes (concelhos Cooperação Territorial Duero-Douro, pois, além de Vinhais, Vimioso, Miranda de Douro e de serem membros do Agrupamento partilham Mogadouro), Douro (Torre de Moncorvo, Freixo necessidades comuns, que devem ser abordadas de Espada à Cinta e Vila Nova de Foz Côa) e no seu conjunto. 7 Porto Robleda - Cervantes Pías Lubián Requejo Mombuey Pedralba Puebla de Sanabria de la Pradería Manzanal de Arriba Hermisende Villardeciervos Figueruela de Arriba Insto. Pol. de Bragança Mahide Vinhais San Vicente de la Cabeza Viñas Riofrío de Aliste Villafáfila Ferreruela de Tábara Rabanales Rábano de Aliste Alcañices TRÁS-OS-MONTES Samir de los Caños Fonfría Carbajales de Alba Montamarta Malva Videmala Vimioso San Pedro de la Nave - Almendra Pino del Oro Villalcampo C.M / J.F Miranda do Douro ZAMORA Muelas del Pan Palaçoulo São Martinho do Peso Torregamones Muga de Sayago Villaseco del Pan Almaraz de Duero Sendim Bermillo C.M / J.F. de Sayago Mogadouro Urrós Vila de Ala Bemposta Vale do Adeganha Porco Peredo da Felgar Bemposta Salce Meirinhos Castedo Cardanha Almeida Vilarinho dos Ventozelo Roelos de Sayago Villarino Galegos de Sayago Mayalde de los Aires Larinho Bruçó Almendra Lousa Carviçais Aldeadávila Carbellino Lagoaça Sardón de de la Ribera los Frailes C.M / J.F. Mazouco Mós Seixas Santo Amaro Moraleja Torre de Moncorvo La Vídola Masueco de Sayago Monleras Felgueiras Numão Murça Açoreira El Manzano Mieza Maçores Villaseco de Freixo de C.M / J.F. Vila Nova Cabeza del Caballo Peredo dos los Reyes C.M / J.F. Numão de Foz Côa Castelhanos Freixo de Vilvestre Custóias Muxagata Espada à Cinta Urros Villasbuenas Sebadelhe Cedovim Horta Chãs Saldeana San Pedro Castelo Bermellar del Valle Vitigudino Villaseco Melhor de los Gamitos Cerralbo Lumbrales Encina de Cipérez San Silvestre Asoc. de Municipios para la Coop. Villavieja y el Desarrollo Local de Yeltes Remondes Paradela DOURO Bañobárez BEIRA INTERIOR NORTE Universidad de Salamanca SALAMANCA El Cubo de Don Sancho San Felices de los Gallegos Fuentespreadas Boada Martín de Yeltes Saelices el Chico Lomba Gallegos de Argañán Assoc. de Freineda Freg. da Ribeira de Assoc. de Cadelos Freg. da Espeja Cerdeira Raia e do Côa Vale das Éguas Ituero de Vilar Maior El Bodón Azaba Vila do Touro Pena Lobo Baraçal Quintas de São Bartolomeu Aldeia Nave da Ponte Vila Boa Forcalhos Alfaiates Águas Belas Rendo Soito C. M. Sortelha Sabugal Quadrazais Malcata Moita Stº Estêvão Bendada Fóios Escurial de la Sierra Serradilla del Arroyo La Encina Agallas Monsagro Herguijuela de Ciudad Rodrigo Fuenteguinaldo Robleda Aldeia Velha Morasverdes El Sahugo Villasrubias Peñaparda Navasfrías El Payo N W E Duero Douro A S 8 E C T Caracterização Biofísica Dinâmicas ambientais O território do AECT é um verdadeiro grande de ambiental corredor biodiversidade que inclui uma variedade de ecossistemas naturais. Actualmente, mais de 380.000ha estão protegidos sob a forma de parques, reservas e outras áreas aqueles especialmente protegidas, pertencentes à Rede Natura 2000, facto que levou à existência de mais de 5.000 hectares que têm alguma ferramenta de protecção transfronteiriça (PORN / PRUG / POAP). Isto representa cerca de 42,5% do território, com alguma proteção. O tramo internacional do Duero/Douro articula um ambiente natural bi-nacional espetacular, moldado pelo canhão de profundidade escavado pelo rio, uma verdadeira garganta geológica que, em alguns lugares tem vales superiores a 500 m de profundidade e abriga a uma variada e única avifauna Rupícola - especialmente cegonha-preta e águias de Bonelli, objeto de conservação da comunidade de vigilância da fronteira. Seu principal afluente do lado espanhol é o rio Tormes, com uma extensão aproximada de 15 km, começando na Barragem de Almendra até à sua foz no Douro. espécies destas além Para emblemáticas, existem outros mais abundantes, por exemplo, o Parque Natural de Montesinho, criado em 30 de agosto de 1989, abriga a maior concentração de lobo ibérico em Portugal, mas também é freqüente o cervo,raposa, gato selvagem, texugos e lontras, e outras espécies cinegáticas. As enormes florestas de carvalho, pinheiro negro são um dos principais activos da região e em harmonia com os castanheiros, contribuem para o equilíbrio da floresta. O Parque Natural del Lago de Sanabria (1978) é um excelente exemplo da morfologia glaciar em Espanha. A Sierra da Culebra, declarada Reserva Nacional de Caça, em 1973, abriga espécies como o lobo, mas também nas suaves colinas abundam espécies de caça grossa, como veados, corços e javalis. Como se pode verificar, num território tão vasto, há grandes diferenças de uma região para outra e cada uma é caracterizada por diferentes zonas: • zonas escarpadas de forte aptidão florestal, como os espaços naturais de Montesinho, Sanabria e Culebra que mantêm vivas as formas de ocupação humana compatível com a preservação e valorização dos recursos endógenos. Predominam terrenos baldios com vocação florestal e pastoril e pastagens permanentes. • Planícies do Nordeste Trasmontano- 9 Zamorano, onde a paisagem para a linha de primavera são relativamente húmidos, o crista de colinas, vales e cabeceiras de que provoca uma elevada eficácia das bacias hidrográficas chuvas. Duero / Douro. secundárias do Terras debilmente povoadas com solos pobres de uso cerealista. A continentalidade aumenta de oeste para leste, o que determina a vegetação • Arribas do Douro, espaço natural transfronteiriço que define, potencial, com destaque para grandes áreas com de mato, as formações de árvore de morfologia de desfiladeiro de granito, a Quercíneas (Q. rotundifolia em áreas mais transição do vale medio secas, e Q. faginea nas áreas mais para o vale inferior do rio, com uma atmosfera de húmidas). maior influência mediterrânica. Isto levou ao desenvolvimento de uma produção O clima no AECT -é mediterrâneo agrícola singular - azeitonas, uvas, continental amêndoas - em socalcos para evitar a precipitação, ligeiramente acima de 400 encosta íngreme. mm. semi-árido com baixa • território de Salamanca, mais simples, onde a ocupação florestal é menor, As temperaturas são extremas: no destacando principalmente pastagens e inverno as mínimas podem baixar aos -10 culturas forrageiras tipo lameiros, com um º C (mínima absoluta de -15,6 ° C), peso importante (ovinos e bovinos). encontra-se na região mediterrânica, caracterizada pela secura estival, pelo menos dois meses. Em concreto e seguindo a classificação de Rivas-Martínez, podemos incluir todo o nosso território da Província Carpeto-Ibero-leonesa, dentro dominada pela bacia do rio Douro. A precipitação é principalmente Precipitaciones (total 383 mm) O território do AECT DueroDouro, 70 120 60 100 50 80 40 60 30 40 20 20 10 0 0 E F M A M J J A S O N D procedente do Atlântico, com chuvas de inverno tardias. O Inverno e a 10 Infografía AECT Temperaturas (media 11.7 ºC) Climatología de la AECT Duero - Douro Climatología enquanto que no verão pode chegar aos 40 exercida pela rede fluvial. Neste sentido, º C (máxima absoluta de 45,4 º C). consideramos duas grandes superfícies altas: superior, desenvolvidas pelo O vento predominante é SW. Na acúmulo de diferentes litologias, e outra, maioria dos meses, o inverno é a época um pouco menor. Nessas áreas a rede mais ventosa. actual encaixa-se no Douro com a formação de uma série de terraços escalonados e morfologia da superfície. Geologia e morfologia do terreno Dominam na zona as rochas Cambriano siliciosas e pré-cambrianas, sobressaindo a ardósia complexo xisto-grauváquico e Os materiais terciários e quaternários da zona são exclusivamente continentais. granitos hercínicos. Há áreas significativas de rochas básicas e ultrabásicas e afloramentos. Do ponto de vista morfológico, grande parte da área do AECT constitui uma peneplanície evoluída, já que desde o MATERIAIS ORIGINAIS NEÓGENO QUATERNÁRIO Calizas, margas blancas, arenas, arcillas y margas Indiferenciado Mesozóico até ao presente agiram os efeitos da erosão, destruindo a área emersa, até fazer aflorar materiais constituintes principalmente de rochas ígneas (granitos granodiorito e de vários sienitos Segundo o Atlas Digital de Comarcas de Suelos e para a zona objecto do presente projecto, os solos predominantes, são: tipos, enclaves), acompanhada de rochas metamórficas. SOLOS DOMINANTES ORDEN SUBORDEN GRUPO Inceptisol Umbrept Xerochrept, Xerorthent, Xeropsamment Destacar nesta peneplanície o perfil topográfico produzido pelo encaixe profundo do rio Douro e a sua rede de afluentes (Huebra, Tormes, Agata e Esla Uces) que, sequem falhas tardihercínicas e No território do AECT Duero-Douro as grandes articulações existentes nos também existem vários lugares de interesse desfiladeiros. Geológico, como os que se seguem: .- Lago de Sanabria. Zona de Geomorfologia formada pela .- Leito e vale do Rio Tera. acção erosiva durante o Quaternário, 11 12 Rios e Ribeiras foram construídas na zona as represas O território do AECT Duero-Douro tem espanholas de Aldeadávila, Almendra, uma complexa rede hidrográfica em que as Castro, Ricobayo, Saucelle e Villalcampo e margens dos rios Douro e Águeda as portuguesas de Bemposta, Miranda e funcionam como fronteira natural entre Picote, estas barragens são conhecidas Espanha e Portugal ao longo de mais de como 150 kilómetros. infraestruturas hidroeléctricas com maior Saltos do Douro, e são as produção da Península Ibérica. A precipitação nesta área é muito dispar, em função da época do ano, no inverno e Esta primavera são abundantes, permitindo que hidrológica surjam pequenos charcos e riachos por consideravelmente os hábitats naturais, grande parte do territorio, que confluem em afectando gravemente comunidades de outros rios maiores, enquanto que no flora e fauna, embora continue, como se período estival a precipitação é escassa e mostra adiante, a albergar uma grande grande quantidade de plantas e animais de grande parte secundária da dispõe rede de hidrográfica muito pouco, pressão da sobre zona a estrutura deteriorou riqueza ambiental. chegando inclusivamente a secar. Espaços protegidos. As grandes depressões que se formam No quadro seguinte é possível observar nesta regiões, são lugares propícios para a as principais zonas protegidas dentro da construção de barragens e represas. Por isso área do AECT: Espaços Naturais Protegidos no AECT Duero-Douro ESPAÑA Área / Espaço Lugar de Interesse Zona de Especial Reserva Natural Espaço Natural Parque Natural Comunitario Protecção para as Aves Arribes del Duero Campo de Aliste Campo de Argañán Campo de Azaba Cañones del Duero El Rebollar Lago de Sanabria Lagunas de Villafáfila Las Batuecas – Sierra de Francia Llanuras del Guareña Riberas del Río Manzanas Riberas del Río Tera y afluentes Riberas del Río Tormes y afluentes Riberas del Río Tuela y afluentes Riberas del Río Huebra, Yeltes, Uces y afluentes Riberas del Río Águeda y afluentes Riberas del Río Aliste y afluentes Sierra de la Culebra Tierras del Pan 13 Lugar de Interesse Zona de Especial Reserva Natural Espaço Natural Parque Natural Comunitario Protecção para as Aves PORTUGAL Área / Espaço Douro Internacional Montesinho Serra de Malcata Minas de Santo Adrião Río Sabor e Maças Vale do Côa Mogais PLANOS DE ORDENAMENTO DO Espanha e POAP Montesinho, Serra TERRITÓRIO Malcata e Douro Internacional em Portugal. Os Planos de Ordenamento dos Recursos Naturais são outros Instrumentos RED NATURA 2000 de Planeamento previstos na Lei 10/1998 A Rede Natura 2000 é uma rede de sobre Ordenamento do Território da espaços naturais de elevado valor ecológico Comunidade de Castilla e León, bem como a nível da União Europeia, estabelecido nos os Planos de Ordenamento de Áreas termos da Directiva 92/43/CEE, relativa à Protegidas em Portugal, que devido às suas preservação dos habitats naturais, da fauna características especiais são objecto de e da flora selvagens (conhecida como a regulamentação sobre Directiva "Habitats") de 1992. Também conservação de áreas naturais e a vida inclui áreas designadas ao abrigo da selvagem. Directiva específica 79/409/CEE relativa à conservação das aves selvagens (Directiva A Lei 8 / 1991 de 10 de Maio, Áreas Aves) de 1979. Esta rede visa assegurar a Naturais da Comunidade de Castilla y León, sobrevivência a longo prazo das espécies e prevê no artigo 22 º que a declaração de habitats na Europa mais valiosos e áreas naturais protegidas requerem uma ameaçados. preparação prévia e aprovação do Plano em causa Gestão de Recursos Naturais. Tal A Rede Natura 2000, instituída pela são Directiva 92/43/CEE Conservação dos regulamentados pelo Decreto-Lei 151/95 de Habitats Naturais, da Fauna e da Flora 24 de Junho. Selvagens, é o compromisso maior de como em Portugal, o POAP conservação até ao momento em todo o Atualmente, dentro da área em causa mundo. Esta afirmação não ocorre apenas encontram-se aprovados ou em fase de pela grande variedade de elementos naturais aprovação, unicamente o PORN das que se destinam a preservar, 218 diferentes Lagunas de Villafáfila, Lago de Sanabria, tipos de habitats, 195 taxons de aves, 315 Batuecas - Sierra de Francia e Rebollar, espécies de fauna e flora 572, nem mesmo 14 pela grande área que incluía até à data, mais O território do AECT Duero-Douro que de 48 milhões de hectares classificados se apresenta protegido através da rede como Sítio de Importância Comunitária Natura 2000 é caracterizado, em termos (SIC) e mais de 37 milhões como Zona de gerais, por ecossistemas de rios, que Protecção Especial para as Aves (ZPE) mas geralmente deve ser acrescentado que tal preservação deterioração, áreas de peneplanície, de deve ser feito para garantir a manutenção média montanha e estepes. sofrem uma significativa dos níveis de qualidade de vida dos cidadãos da União Europeia e alcançar um desenvolvimento compatível. Com este vasto território demonstra-se o ambiente natural rico que apresenta e, portanto, a importância de proteger e O Agrupamento Europeu de Cooperação preservar da melhor maneira possível, para Territorial Duero-Douro compreende cerca assegurar a sobrevivência a longo prazo das de 9.000 km2, dos quais cerca de 4.000 espécies e habitats mais ameaçados da (3825) fazem parte da Rede Natura 2000. As Europa, contribuindo para deter a perda de áreas naturais que estão aninhadas nesta área biodiversidade correspondem a 23 Sítios de Interesse negativo das actividades humanas e, Comunitário (SIC) e 17 Zonas de Protecção portanto, Especial para as aves (ZEPAs). biológicos, estéticos e genéticos. causada destacar os pelo seus impacto aspectos 15 LUGARES DE IMPORTÂNCIA COMUNITARIA Conservação (ZEC), no seu território, aplicando medidas de conservação ou a A Directiva 92/43/CEE do Conselho, sua recuperação adequada. As ZEC são de 21 de Maio de 1992 sobre a parte de uma rede ecológica europeia Conservação dos Habitats Naturais e da denominada Natura 2000, que inclui os Fauna e da Flora Selvagens é a principal habitats de maior preocupação e ZEPAs. disposição comunitária em prol da Real Decreto 1997/1995 de 07 de biodiversidade. é dezembro, a transposição desta directiva a para a legislação espanhola, que define a contribuir O seu para objectivo assegurar biodiversidade através da conservação responsabilidade dos habitats naturais e da flora e da fauna autónomas na designação dos pontos de selvagens do território europeu, tendo em referência. das comunidades conta as necessidades de informação científica, económica, social, cultural e Dentro do campo de actuação do regional e cumprir o objectivo global de AECT Duero-Douro encontramos uma desenvolvimento sustentável. extensa rede de LIC, um total de 23, que definem os diferentes habitats, muitos Para este efeito, os Estados devem estabelecer Zonas Especiais de deles ligados aos valores ambientais do território objecto de actuação: Lugares de Importância Comunitaria (LIC) CÓD. EUROPEO ES4150064 ES4150085 ES4150087 ES4150096 ES4190033 ES4190074 ES4190102 ES4190132 ES4190133 ES4190146 ES4150098 ES0000202 ES4150032 ES4190105 ES4150107 ES4190067 ES4190131 PTCON0022 PTCON0002 PTCON0004 PTCON0042 PTCON0021 PTCON0023 16 NOMBRE Riberas de los Ríos Huebra, Yeltes, Uces y afluentes Riberas del Río Tormes y afluentes Riberas del Río Águeda y afluentes Arribes del Duero Sierra de la Culebra Riberas del Río Aliste y afluentes Cañones del Duero Riberas del Río Manzanas y afluentes Campo de Aliste Lagunas de Villafáfila Campo de Argañán Campo de Azaba El Rebollar Lago de Sanabria Las Batuecas – Sierra de Francia Riberas del Río Tera y afluentes Riberas del Río Tuela y afluentes Douro Internacional Montesinhos Serra de Malcata Minas de Santo Adrião Río Sabor e Maças Morais PAÍS ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL ZONAS DE ESPECIAL PROTECÇÃO para a conservação de espécies de aves PARA AS AVES listadas no Anexo I (175 espécies). A A Directiva 79/409/CEE relativa à legislação estabelece a obrigação de manter conservação das aves, conhecida como os territórios mais apropriados em número e Directiva "Aves" exige que todos os tamanho para assegurar a sobrevivência de Estados-Membros da União Europeia certas aves, as ZEPA. classifiquem como Zonas de Protecção Especial para as Aves (ZEPA) os territórios mais apropriados em número e tamanho Dentro da área de actuaçao do AECT Duero-Douro encontram-se 17 ZEPAs: Zonas de Especial Protecção para as Aves (Zepa) CÓD. EUROPEO ES0000118 ES0000247 ES4150087 ES0000206 ES0000358 ES0000209 ES0000208 ES0000004 ES0000218 ES0000202 ES4190009 ES4150005 PTZPE0038 PTCON0002 PTZPE0038 PTZPE0037 PTZPE0039 NOMBRE Arribes del Duero Riberas de los Ríos Huebra, Yeltes, Uces y afluentes Riberas del Río Águeda y afluentes Cañones del Duero Campo de Aliste Tierra del Pan Llanuras del Guareña Lagunas de Villafáfila Campo de Argañán Campo de Azaba Lago de Sanabria Las Batuecas – Sierra de Francia Douro Internacional Montesinhos Serra de Malcata Río Sabor e Maças Vale do Côa PAÍS ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA ESPAÑA PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL PORTUGAL 17 ZONAS HÚMIDAS CATALOGADAS Decreto 194/1994 de 25 de Agosto, que aprova a lista de Zonas Húmidas de Castilla Conservação da Natureza e Biodiversidade ou pela Rede de Reservas. No território deste projecto não existe nenhuma. e León, e oferece a sua protecção. Decreto 125/2001 de 25 de agosto que altera o Decreto 194/1996 aprova a ampliação do Vegetação Estamos perante uma vegetação catálogo. Na zona de Portugal, essas áreas tipicamente mediterrânica, reflexo das são reguladas pelo Decreto Lei n º 101/80 de influencias climáticas e da variação 9 de Outubro. altitudinal, muito acentuada entre as colinas e os vales encaixados no rio Douro, neste As Zonas Húmidas catalogadas que se território do noroeste da Península Ibérica. encontram incluídas no campo de actuação E possível observar uma clara diferença são: entre a vegetação localizada nas áreas mais ZONAS HÚMIDAS CATALOGADAS CÓDIGO SA-01 SA-04 NOME Laguna de Boada Laguna de la Zarza Ambas dos situadas en la parte española. MICRO-RESERVAS DE FLORA elevadas, coincidentes com a escala bioclimática supra- mediterrânica e o fundo dos vales com as escalas bioclimáticas meso e supra- mediterrânica. Cabe destacar a presença de vários zimbros no Parque Natural Douro Internacional, considerados como una vegetação relíquia, que formam Com o decreto 63/2007 de 14 de Junho, comunidades vegetais endémicas, a nivel de também se criou a figura de protecção, Portugal, de grande beleza paisagística de chamada " Micro-Reserva de Flora" em com Castilla y León, embora não oficialmente ecossistemas locais. um papel fundamental nos implementada, é feito um esboço das áreas que possam estar dentro do âmbito de Comunidades desenvolvimento representativas: do FRONTEIRA_NATURAL Projecto do AECT Duero-Douro: - Arribes del Duero - Playa del Rostro vegetais mais • Montados de Quercus Rotundifolia: Os montados (Quercus Rotundifolia) são, sem dúvida, as formações vegetais com (Aldeadávila de la Ribera). maior representatividade na área de estudo, - Turberas de Mayalde. com distribuição generalizada em todo o território, embora prefira as zonas mais Em Portugal já foi implementada esta abrigadas e de difícil acesso onde a figura, que é gerida sob o Decreto-Lei 19/93 agricultura não consegue instalar-se ou já foi 23 de Janeiro, ou pelo Instituto de abandonada. 18 • Os montados de Sobro de Quercus preferencialmente em rochas das Arribas do Douro e seus afluentes. Sober Com menor representatividade que os montados, os sobreiros encontram-se, na sua maioria, num estado de • Bosques hidrófilos degradação Nas margens dos rios e ribeiras, do Río progressiva, devido à acção dos incêndios Douro dominan comunidades onde vivem florestais e outros factores externos ao amieiros (Alnus glutinosa), salgueiros (Salix ecossistema natural. As formações maiores salvifolia), freixos (Fraxinus angustifolia) e localizam-se tanto nas áreas termófilas como também Agreira (Celtis australis). Os nas mesófilas. bosques de agreira são menos abundantes, e estão confinados a linhas de água mais • Os carvalhais de Quercus Pirenaica escavadas e sombrias. Uma destas Estas formações encontram-se dispersas populações localiza-se a norte da barragem pelo planalto (acima dos 650 metros de de Aldeadávila, nas margens escarpadas do altitude), subsistindo como bosques isolados rio Douro e é considerada uma das maiores ou mais frequentemente como vedação da Europa em estado natural. natural entre as parcelas de cultivo. • Matagais pré-florestais • Os Zimbros de Juniperus oxycedrus As comunidades arbustivas que constituem Embora muitas vezes estejam em menor normalmente abundância pela supremacía do Carvalho, substituição dos bosques climácicos, são os existem algumas populações praticamente da giesta de flores amarelas, a giesta negra mono específicas desta espécie que (Cytisus scoparius), o vassouro (Cytisus atingem uma extensão considerável. Estas striatus) e, ocasionalmente, em zonas de formações representam autênticas relíquias maior altitude, aparece a giesta branca paisagísticas, (Genista além de serem uma a florida primeira ssp. etapa de polygaliphylla). maravilha florística deste território. A sua Aparecem inclusivamente as chamadas presença é mais notória nas áreas mais escovas (Retama sphaerocarpa), que, de vez termófilas em cuando, ocupam as bordas dos bosques e encontrando-se vales escarpados, implantados, de matagal de carvalho. 19 catálogo de espÉcies FAUNA O nosso território constitui uma das às aves. A boa preservação dos hábitats, maiores reservas faunísticas de toda a tanto nos vales como nas planícies, torna Europa. condições possível a existência de um grande ambientais do ecossistema do Parque número de exemplares e a localização de Natural Arribes del Duero e Douro importantes populações reprodutoras de Internacional levaram a que esta zona fosse várias espécies ameaçadas. Estima-se que, incluida na Rede de Espaços Naturais das Europeus (Red Natura 2000). Estes dois nidificam aqui. Por isso, a região foi grandes Parques Naturais contam com declarada, a nivel europeu, como ZEPA aproximadamente 400.000 ha., distribuidas (Zona de Especial Protecção para as entre Aves). as As particulares provincias espanholas de 206 espécies catalogadas, 129 Salamanca e Zamora, e, em Portugal, Bragança e Guarda, constituindo, De entre as espécies mais representativas definitivamente, uma das superficies e, que habitam de forma mais habitual, o naturais mais extensas de toda a Europa. espaço fronteiriço de influência do Agrupamento Europeu de Cooperação A região abriga um grande número de Territorial Duero-Douro, apresentam-se as espécies catalogadas como em perigo de fichas identificativas de cada espécie extinção, especialmente no que se refere correspondente. 21 Aves Como já foi mencionado anteriormente, o por: Mergulhão pequeno (Ruficollis território objecto de actuação tem alguns Tachybaptus), enclaves (Cristatus de especial interesse mergulhão Podiceps), de crista mergulhão de aquáticas, pescoço preto (Nigricollis Podiceps), vegetação ciliar e rochoso. Outras áreas Ouriço comum (Minutus Isobrychus), têm protecção de duas ZEPA nas Arribes, garça noite (Nycticorax nycticorax) de importância declarada para a cegonha- Squacco (Ralloides Ardeola), Garça- preta e vários tramos fluviais em Zamora vaqueira (Bubulcus ibis), Garça Branca e Salamanca. Destacamos também a (Egretta garzetta), Garça-real (Ardea abundância de garças. inérea), garça-vermelha (Ardea purpurea), especialmente de aves Frisada (Anas strepera), manequinha Assim, as escarpas que formam as Arribes comum (Anas crecca), pato-real (Anas del Duero / Douro são um bom habitat platyrhynchos), arrábio (Anas acuta), para espécies de interesse, como a águia- marreco real e, Bonelli abutres e corujas. trombeteiro d'agua (Clypeata Anas), (Querquedula Anas), pato galinha de água (Aythya ferina), águia Em relação às aves que nidificam na bacia sapeira (Aeruginosus Circus), frango hidrográfica vivem 210 das 270 espécies d´água (Rallus aquaticus), Galinha-d'água que regularmente procriam em Espanha (Gallinula chloropus), galeirão – común peninsular (Martí e Del Moral, 2003). (Fulica atra), pernilongo (Himantopus Cerca de 47 espécies estão ligadas a himantopus), ambientes aquáticos, uma lista composta Recurvirostra), borrelho – pequeno -de - 22 alfaiate (Avosetta 23 coleira (Charadrius dubius), borrelho – de Todas as garças estao protegidas na – coleira - interrompida (Charadrius Comunidad de Castilla y León. alexandrinus), abibe (Vanellus Vanellus), Perna Vermelha Comum (Tringa totanus), O Decreto 83/1995 de 11 de Maio, aprova maçarico – das- rochas (Hypoleucos o Plano de Recuperação da Cegonha-preta Actitis), guincho - comun (Ridibundus e estabelece medidas para a sua protecção Larus), trinta – réis – de bico - preto na Comunidade de Castilla y León. O (Nilotica Gelochelidon), gaivina – dos - âmbito pauis (Chlidonias hybridus), gaivina preta FRONTERA_NATURAL, (Chlidonias niger), Guarda Rios / Martín Duero-Douro, coincide em algumas zonas Pescador (Alcedo atthis), andorinha – das com este Plano de Recuperação e no troço - barreiras (Riparia riparia), alvéola - entre Zamora e a fronteira com Portugal e amarela (Motacilla flava), melro – d´água os seus afluentes, onde se localizam as (Cinclus Cinclus), rouxinol bravo (Cettia áreas críticas das estradas SA-01 a SA-06 Cetti), felosa - unicolor (Luscinioides e ZA-01 a ZA-05. da actuação do do projecto AECT Locustella), rouxinol pequeno – dos Acrocephalus), Nos Arribes há uma presença de cerca de bigotudo (Biarmicus Panurus), pendolino 11-13 casais, especialmente de Ciconia (Pendulinus Remiz) e escrevedeira – dos nigra, nas margens das barragens de - caniços (Emberiza schoeniclus). Aldeadávila de la Ribera e Fermoselle caniços (Scirpaceus (embora estas não pertençam ao AECT As garças são encontrados ao longo do mas ao território circundante). curso do rio Douro, em especial a garça cinzenta (Ardea inérea) e a garça - Na área das encostas das Arribes destaça- nocturna (Nycticorax nycticorax). se a valiosa presença de espécies predadoras, tais como a águia-real (Aquila Há também a garça – breca - pequena chrysaetos), Águia - de - Bonelli (fasciatus (Egretta garzetta) e uma representação Hieraetus), a butre - foukeiro (Gyps fulvus), muito baixa de garça – vermelha (Ardea o falcão-peregrino (Falco peregrinus) e purpurea). Todas as garças estão protegidas Abutre do Egipto (Neophron pernopterus), na Comunidade de Castilla y León. que tem uma grande população. A cegonha-preta (Ciconia nigra), aparece De referir também a presença de algumas nas listas de aves em extinção (Decreto corujas como a mocho – dos - banhadas 439/1990 de 30 de Maio), tendo no rio (Asio flammeus), mocho - galigo (Athene Douro locais de alimentação e procriação. noctua) e o bufo-real (Bubo bubo). 24 Águia Real (Aquila chrysaetos) Descrição: É a maior ave de rapina da inacessíveia e não apresentarem grande Península Ibérica atingindo uma envergadura acção antrópica. de 230 cm. De aspecto robusto com cabeça proeminente, asas grandes e cauda longa. A Biologia: Passa a vida com o mesmo plumagem é castanho escuro e torna-se mais companheiro. clara com a idade. Os juvenis são castanho acasalamento, o macho e a fêmea executam chocolate com manchas brancas em algumas complexas danças em voo, simulando ataques partes do dorso e cauda. Os adultos também entre si. Apesar de serem silenciosas, nesta têm manchas Durante a época de douradas na cabeça e no época emitem ruídos agudos. No território de pescoço. As garras são fortes e afiadas e o fronteira natural nidificam sobretudo em bico curto curvado. paredes rochosas. Fazem uma postura de 2 ovos, geralmente. Alimenta-se de mamíferos, Hábitat: Tem preferencia por zonas aves, reptéis, anfibios e peixes. No entanto, a escarpadas com algum relevo e formações sua dieta baseia-se substancialmente em rochosas próprias da zona das Arribas e do lebres e coelhos. Em épocas de escassez não Parque Douro Internacional, embora também desdenha as carcaças. ocupe zonas planas, se estas forem Curiosidades: É uma águia sumamente agressiva. Detém uma visão privilegiada e é capaz de ver lebres a 2 km de distância. Voa em círculos, como os falcões. Devido ao tom dourado da cabeça é conhecida como “Águia Dourada”. Em alguns sítios os pastores também lhe chamam “ A loira”. 25 Águia Perdigueira (Hieratus fasciatus) Descrição: Águia de tamanho médio e macho procura alimento. Este consiste, aspecto poderoso, com uma envergadura de sobretudo, de perdizes, pombas, aves de 170 cm. Apresenta cor castanha no dorso e rapina de pequeno tamanho, coelhos, ratos tem uma franja negra no extremo da cauda. etc., que ataca enquanto comem no solo. Apresenta garras fortes e patas emplumadas Quando anda em busca de alimento até costumam fazê-lo em pares. ao pé. A característica mais representativa para identificar esta espécie é o peito, branco e com manchas escuras a Curiosidades: A águia perdigueira é uma modo de lágrimas. Em vo observam-se nas ave sedentária, somente alguns jovens asas duas franjas de cor diferentes, a migram, e mantém vários ninhos dentro do superior escura e a inferior branca. seu território. Ao longo dos anos vai-os utilizando sucessivamente. Hábitat: Presente nas escarpas rochosas de Arribes del Duero e do Parque Douro Internacional (com 11 casais registados), frequentemente próximos às colónias de abutre leonado (Gyps fulvus). Biologia: Nidifica em árvores e em escarpas rochodas aproveitando saliências ou cavidades naturais para se resguardar das condições climáticas. A sua postura, no final do Inverno, inclui, normalmente, 2 ovos que a fêmea se encarrega de incubar, enquanto o 26 Grifo (Gyps fulvus) Descrição: é uma das maiores aves que vales dos rios Huebra, Tormes, Águeda e habita nas nossas terras, com Douro. uma envergadura alar de 260–280 cm. A sua plumagem é, fundamentalmente, castanho Biologia: Distribuem-se em grandes colónias claro com a cauda negra. O pescoço e a instalando os seus ninhos em gretas ou cabeça estão desprovidos de plumas saliências de escarpas. É um animal grandes, no seu lugar aparece uma exclusivamente necrófago, que se alimenta de plumagem curta esbranquiçada. A base do animais mortos, preferindo as vísceras. A corte pescoço é adornada por uma gola de plumas, é feita em voo, e põem um único ovo que cuja coloração varia com a idade, os incubam durante aproximadamente 50 dias. indivíduos jovens têm-nas castanho claro e os adultos brancas. Em voo observam-se Curiosidades: A ausencia de plumas na duas cores nas asas, a superior parda como cabeça e no pescoço não é casual. o dorso e a inferior preta. Plana com as asas Costumam meter a cabeça den tro do totalmente estendidas aproveitando as cadáver para aceder às vísceras, manchando- correntes do ar. se de sangue. Têm uma visão privilegiada que usam para localizar carcaças do ar, no escarpas entanto, na maioria das vezes não são os inacessíveis. Toleram bem os ambientes grifos que encontram os cadáveres, mas sim humanizados, e inclusivamente existe uma os corvos e pequenos abutres. Então os tendência para se estabelecerem em áreas grifos descrevem amplos círculos no ar para transformadas, pois têm um maior acesso a avisar os outros que não tardam em alimento. Existem cerca de concentrar-se Hábitat: Localizam-se em 250 casais repartidos em seis colónias distribuidas nos e descer para comer, dispersando os pequenos necrófagos. 27 Abutre do Egipto (Neophron percnopterus) Descrição: O abutre do Egipsto é um ocasionalmente, em árvores, embora não pequeño abutre, com uma envergadura alar seja comum. Constrói-os com paus e ramos de 160–170 cm, sendo o menor de todos os de diferentes tamanhos que preenche com abutres que habitam a Península. Tem uma todo o tipo de materiais. A postura é em plumagem branco cremoso excepto na parte Abril e consta de 2 ovos, geralmente. É uma posterior das asas que é preta. A cara é ave omnívora e a sua dieta inclui carcaças, rugosa e de cor amarelo alaranjada. Os excrementos, caracóis, rãs, ovos de outras individuos jovens são muito diferentes dos aves e inclusivamente crias. adultos, apresentando tons acastanhados em toda a plumagem. A cauda é curta e em Curiosidades: É uma ave muito inteligente, forma de cunha. A grandes distâncias pode de facto, é capaz de usas pedras para partir confundir-se com uma cegonha. ovos. Pode defender-se a pé e temu m andar parecido com o dos galos. Na zona de Arribes, Hábitat: Ligados a medos rochosos. Geralmente podemos localizá-los em barrancos fluviais da zona e nas grandes escarpas existentes nos cursos fluviais da zona. Biologia: Ave migratória. Passa o inverno em África e regressa à Península para procriar entre os meses de abril ou maio. Instala os seus ninhos nas saliências ou cavidades 28 das paredes rochosas e, esta ave é conhecida como “Blanquillo”. Falcão Peregrino (Falco peregrinus) Descrição: Ave de rapina pequena, com 1m., com clareiras ou rochedos. O bosque aberto aproximadamente. O dorso é cinzento e a da comarca de Vitigudino e Ledesma base da cauda de um cinzento mais pálido. permite que aí possam habitar entre 10 e 20 O peito é branco e mostra um desenho da casais. uma envergadura alar de lugares abertos, como estepes, bosques mesma cor que o dorso. A coroa e o bigode são pretos e a parte superior do bico e o Biologia: Não fazem ninho, aproveitam rebordo amárelo algum que tenha sido feito por outra ave de chamativo. A silhueta em voo assemelha-se rapina o simplesmente depositam os seus a uma âncora e pode reconhecer-se, também, ovos numa cavidade ou saliência nos pelas asas pontiagudas e pela cauda estreita. rochedos. Põem 3 ou 4 ovos entre março e dos olhos de um abril, embora nem todos venham a eclodir. Hábitat: Devido à sua forma de caçar e ao A sua alimentação baseia-se em aves de tipo de presas que procura, precisa de pequeno ou médio porte, com uma certa preferencia por pombas. Curiosidades: É a ave preferida dos falcoeiros, a sua espectacularidade radica na sua técnica de caça de aves em voo, já que este falcão raramente caça animais terrestres. Pode ultrapasar os 200 km/h em voo picado, lançando-se sobre as presas com uma força tal que o impacto as deixa atordoadas, ou as mata. 29 Bufo Real (Bubo bubo) Descrição: Ave de rapina nocturna de grande paredes rochosas e não constrói ninho, cria ao tamanho, a maior da Europa com um tamanho abrigo das rochas ou em cavidades ou de 75 cm. e uma envergadura de 180 cm., saliências naturais. A postura inclui 2 a 3 aproximadamente. A sua plumagem é parda ovos, que são incubados pela fêmea enquanto com manchas escuras na cabeça e dorso. A o macho canta nas proximidades. É um garganta é branca, tal como a zona em volta grande caçador e alimenta-se de grandes dos olhos e do bico. Uma característica presas como coelhos, lebres e aves, embora importante da sua fisonomia são os seus não rejeite pequenos roedores e répteis. grandes olhos alaranjados e brilhantes e mechas de plumas na parte superior da cabeça Curiosidades: Apesar do seu grande tamaño, que vulgarmente conhecemos como “orelhas”. tem um voo ágil e silencioso. É o mais As patas estão emplumadas até aos dedos, de nocturno de todos os bufos e durante o dia onde sobressaiem fortes garras pretas. permanece oculto em ramos de árvores, fendas nas rochas ou mesmo no solo. A sua Hábitat: Zonas escarpadas dos vales fluviais coloração e o desenho da plumagem tornam do Douro, Tormes, Huebra e Águeda. difícil encontrá-lo. Biologia: É sedentário, exceptuando os individuos jovens que se dispersam durante o seu primeiro outono buscando em busca de lugar para se instalar. Na época de acasalamento o macho canta para defender o seu território ao entardecer o casal eleva-se planando a grande 30 altura. Nidifica em Cegonha Negra (Ciconia nigra) Descrição: Distingue-se da cegonha branca, Biologia: De hábitos solitários, é muito ou comum (Ciconia ciconia), lém do seu menos conhecida do que a ceghonha branca. emnor tamaño, pela sua plumagem preta Instala os seus ninhos em saliências e fendas lustrosa com nuances verdes e roxas no nas rochas. Para a sua construção utiliza dorso, cabeça e pescoço. O ventre é branco ramos e ervas, juntando terra, se for e o bico e as patas de cor vermelho forte. Os necesário. Faz a postura entre abril e junho, individuos jovens aresentam tonalidades pondo entre 3 a 5 ovos. A sua alimentação acastanhadas no dorso e bico e patas entre baseia-se cinzento e verde azeitona. (peixes, cobras de água, rãs...) e insectos como Hábitat: Geralmente, em rochedos e em pequenos escaravelhos invertebrados e libélulas. Ocasionalmente, come matéria vegetal. penhascos dos rios em zonas pouco transitadas e inacessíveis, localizadas perto do rio Douro e seus afluentes. Curiosidades: A cegonha preta está catalogada como “Espécie em perigo de extinção” no Catálogo Nacional de Espécies Ameaçadas (Real Decreto 439/1990, de 30 de março). Parte de Arribes del Duero foi designada como área crítica para a cegonha preta. O que inclui uma série de limitações, ou mesmo proibições para evitar impactos negativos em processoa tão relevantes como a alimentação e reprodução da espécie. É uma ave assustadiça, que tolera mal a presença humana. 31 Gralha-de-bico-vermelho (Pyrrhocorax pyrrhocorax) Descrição: Tamanho aproximado de 40 cm. bagas e sementes. A familia permanece A plumagem é preta com iridiscências azuis. unida durante muito tempo, apesar de os Distingue-se de outros corvos pelas patas e juvenis já saberem voar sem os cuidados bico avermelhados. Além disso, o bico é dos progenitores. Fora da época de grande e curvado para baixo. As patas pretas procriação, forma bandos que se reúnem e bico alaranjado distinguem os jovens dos para dormir nos rochedos ou para patrulhar adultos. os campos em busca de alimento. Hábitat: Rochedos e muros ou paredes em Curiosidades: É um hábil planador, durante ruínas, tanto nos campos como nas aldeias a época de cortejo realiza impressionantes da nossa área geográfica. Pode ser observada acrobacias em voo. Lança-se em voo picado em todas as aldeias do oeste salmantino, com as asas quase fechadas ou voltando-se especialmente nas pontes sobre os rios ou sobre o dorso no ar. nas represas. Biologia: Sedentária. Nidifica em grandes colónias nas paredes rochosas, fazendo os ninhos em buracos ou fendas. Parece que a união entre casais se dá muito cedo e dura toda a vida. Põe entre 3 a 6 ovos, ocupando-se exclusivamente a fêmea da sua incubação. A alimentação fica a cargo dos dois progenitores principalmente, de insectos, 32 e consta, caracóis, Melro-azul (Monticola solitarius) Descrição: Ave de pequeno tamanho, terrenos planos. Ocasionalmente pode aproximadamente 20 cm. A plumagem é construir ninho nas casas velhas ou diferente em machos e fêmeas. Os paredes em ruínas das nossas aldeias. machos apresentam uma plumagem acinzentada azulada no corpo e cinza Biologia: A sua alimentação baseia-se ardósia nas asas e cauda, enquanto que em bagas, insectos, lagartixas e outros as fêmeas têm o peito riscado e cor animais pequenos. Para construir o ninho pardo-azulada. O bico é preto, comprido escolhem pequenas cavidades ou buracos e fino em ambos os sexos. nas rochas, onde depositam 4 ou 5 ovos azuis, por vezes com pintas vermelhas. Hábitat: De hábitos solitários, pode As crias são alimentadas pelos dois observar-se em rochedos, evitando os adultos, abandonando o ninho aos 16-18 dias após a eclosão dos ovos. Os jovens melros-azuis migram em busca de lugar para se instalarem. No entanto, os adultos são totalmente sedentários. Curiosidades: Constrói o ninho com ervas secas e raízes. Quando a estrutura está consolidada, cobre o interior com erva mais fina. É uma ave de hábitos e não prescinde do seu banho diário em charcos ou riachos de fraca corrente. 33 Andorinhão Real (Apus melba) Descrição: É o maior de todas as espécies ampliando-os. Em Maio põem de 2 a 3 de andorinhão, chegando a tingir os 60 cm. ovos. As crias nascem 18-21 dias depois de envergadura alar. Tem cor pardo escuro fazendo um grande alvoroço no ninho. com o ventre branco e uma franja escura Depois do verão os andorinhões emigram sob a garganta. A cauda é curta e para África, regressando à Península em ligeiramente arqueada e as asas muito Março ou Abril. grandes em relação ao tamanho do resto do corpo. Em voo assemelha-se a um arco com Curiosidades: Devido à sua grande envergadura alar, nunca pousa no chão, a sua flecha. pois não poderia voltar a levantar voo. Por Hábitat: Fundamentalmente em escarpas adversidades climatológicas, os adultos rochosas. No territorio de “Fronteira podem ver-se obrigados a abandonar as Natural” a população está muito repartida crias por um período aproximado de duas por toda a sua extensão. semanas. Nestes casos, as crias diminuem o seu ritmo metabólico até que os adultos Biologa: Alimenta-se, exclusivamente, de insectos pequenos que tenham sido arrastados pelo vento. Procriam em colónias, às vezes com centenas de casais. Os ninhos são construídos com elementos que encontram suspensos no ar, como pequenos ramos, plumas ou pêlos, que unem com saliva. Utilizam estes ninhos várias 34 vezes, remodelando-os ou regressem ao ninho. Mergulhão-de-crista (Podiceps cristatus) Descrição: Ave inconfundível devido à sua casal. Constroiem um ninho flutuante espectacular plumagem. Ten um grande entre os canaviais ou outro tipo de tamanho (46 a 56 cm.), pescoço comprido, vegetação aquática com materias vegetais cabeça esbelta com bico largo e asas como erva, plantas aquáticas secas ou pequenas e estreitas. A plumagem é pardo- semi podres, rammos secos, etc. A ninha acinzentada no dorso e esbranquiçada no da tem entre 3-5 ovos brancos que ventre e parte dianteira do pescoço. Durante escurecem com as ervas aquáticas. As a época de acasalamento desenvolvem uma crias tornam-se independentes às 10 ou plumagem muito característica na cabeça: 11 semanas. na parte superior surge uma crista dupla de O mergulhão-de-crista é um grande cor preta e em volta da cabeça um conjunto mergulhador e submerge com frequência de avermelhadas busca de alimento. Em época de criação denominado gola. Os individuos jovens plumas castanho submerge com as crias no dorso. A sua dieta apresentam franjas pretas na cabeça. consta, basicamente, de peixes e invertebrados aquáticos, além de algas e Hábitat: Ocupa ecossistemas aquáticos, ervas. rios, pantanos e charcas com juncais. O aproveitamento da zona de Vitigudino e Curiosidades: Na primavera o casal de Ledesma levou à construção de inúmeras mergulhões-de-crista executa elegantes charcas que facilitam a presençam desta danças na água como parte do cortejo espécie. nupcial. Juntam os peitos e entrelaçam o pescoço nadando juntos, arranjam a Biologia: Ave sedentária na Península plumagem um do outro ou balançam as Ibérica. É observado sozinho ou em cabeças mostrando a gola erecta. 35 Galeirão (Fulica atra) Descrição: Ave de hábitos aquáticos e tamanho folhas ou sementes de plantas aquáticas. Em similar a um pato. O seu traço mais singular é menor medida, também comem insectos, a presença de uma placa frontal branca por cima caracóis, ou ovos de outras espécies. Na época do bico que sobressai sobre a plumagem do cio são frequentes as lutas entre machos e as completamente preta. As patas são verdes com danças de cortejo para encontrar par. O ninho a tíbia laranja e os pés azulados com que elaboram é, normalmente, flutuante, a 25 membranas entre os dedos. Também se pode ou 30 cm da água. O macho é o responsável por reconhecer pela forma de mexer a cabeça carregar os materiais para a sua construção e a enquanto nada ou anda, lembrando uma fêmea faz o entrelaçado. galinha. Os individuos jovens são ligeiramente Próximos do ninho principal fabricam outras diferentes, apresentando uma plumagem mais plataformas que lhes serven, entre outras coisas, clara e o peito branco. Além disso, carecem da para vigiar o parceiro durante a incubação, feita placa frontal dos adultos e o bico é amarelo, em pelos dois progenitores. No tratamento das vez de branco rosado. crias participam tanto o macho como a fêmea, ocupando-se cada um de metade da ninhada, se Hábitat: É um habitante frequente de charcas, for necessário, para uma melhor protecção. lagoas, pântanos e margens de grandes rios como o Douro, sempre e quando haja vegetação Curiosidades: São aves muito agressivas e não abundante nas margens. hesitam em atacar outras aves maiores para disputar alimento ou para se defenderem. Biologia: Reúnem-se em grandes grupos, Quando estão na agua e se sentem ameaçadas sobretudo, fora da época de reprodução. São por algum predador batem fortemente as asas e mergulhadores os pés formando enormes salpicos e hábeis e submergem-se frequentemente para procurar brotos tenros, 36 afugentando o predador. Garça-Real (Ardea cinerea) Descrição: De aspecto similar a uma partir de ramos secos, forrando-os com cegonha, com o corpo estilizado e pequenos paus, juncos ou ervas. Estes pescoço e patas compridas, atinge uma ninhos podem ser utilizados durante anos altura de 90 cm. A plumagem é, sucessivos. Cada postura varia entre 3 a 5 predominantemente, prateada, ovos. Alimentam-se de peixes e anfíbios e partes que arponeiam com o seu bico em forma inferiores que são mais esbranquiçadas.O de adaga. Também comem gafanhotos e bico é amarelo, cónico e pontiagudo e insectos que encontram nos lameiros e em mede cerca de 11 cm. Durante a época de terras de cultivo.Voam com o pescoço cio desenvolvem duas plumas pretas e encolhido em forma de S e as asas compridas na nuca. arqueadas. Hábitat: Ave de gostos aquáticos que Curiosidades: Durante a época de cio, os excepto cabeça, cinza pescoço ocupa as bordas de águas rasas e caudais machos dos rios. Também é comum vê-la em fêmeas dos ninhos velhos, incitando à terras agrícolas, com pequenas charcas construção de um novo. Recolhem ramos dispersas. É fácil observar os seus ninhos das árvores e monstram-nos às fêmeas nas margenms dos nossos rios. que se aproximam aos poucos, ganhando assim chaman a sua insistentemente confiança. Uma as vez Biología: Ave hibernante que cria em concluído o cortejo o macho faz soar as núcleos da suas mandíbulas de 20 a 40 vezes. É fácil Península. Geralmente, fá-lo em grupos não notar a sua presença quando localizando os seus ninhos na parte alta descansam quietas na água ou junto à das árvores ou em canaviais. Elabora-os a vegetação. determinados no oeste 37 Guarda-rios (Alcedo atthis) Descrição: Ave de pequeno tamanho que, escarpadas onde escava buracos de até um normalmente, alcança os 16 cm de metro de comprimento.. Estes longitude. Tem um bico muito grande em terminam numa cámara larga e circular buracos relação ao tamanho do corpo, curto e onde depositam os seus ovos. Para aí levam atarracado. A plumagem é muito chamativa ossos e espinhas de peixe deixadas por com tonalidades azul-esverdeadas no dorso outros animais. Faz de duas a 2 a 3 posturas e vermelho-alaranjadas na parte inferior do por ano. corpo. Apresenta, também, uma mancha branca em ambos os lados do pescoço e Curiosidades: É difícil de observar, em debaixo do bico. A plumagem dos juvens é parte devido ao seu carácter desconfiado. O parecida à dos adultos, mas com cores muito voo é rápido com batidas de asas alternadas mais esbatidas. com curtas planagens. Engole os peixes que caça inteiros, começando sempre pela Hábitat: Margens de rios e riachos com águas claras. Também frequenta charcas e pequeñas valas. Biologia: Ave sedentária que aproveita os ramos de salgueiros ou amieiros meio submersos para poisar. Daí vigia as suas presas, pequenos peixes, larvas de insectos ou girinos que caça mergulhando a grande velocidade. Procria em margens de rios com alguma vegetação e ladeiras um pouco 38 cabeça. Papa-figos (Oriolus oriolus) Descrição: De tamanho similar a um tordo, ocupando os ramos altos, onde passam é um dos pássaros mais chamativos que despercebidas. habitam a nossa região. Apresenta um claro dimorfismo sexual, sendo os machos Biologia: Ave migratoria que chega à amarelos com as asas e caudas negras Península em Abril ou Maio procedente de enquanto que as fêmeas são verde- África. Permanece na Península durante o amareladas, e cinzento por baixo, com as verão, temporada que ocupa na criação das asas e cauda pardas. Ambos têm uma crias. Constrói um ninho muito peculiar mancha preta entre os olhos e o bico, embora em forma de cesta suspendido dos ramos muito mais visívil nos machos. O bico é altos das árvores, onde deposita de 3 a 5 comprido e de cor-de-rosa forte. ovos. Apesar do contraste das suas cores, é uma ave difícil de localizar entre a Hábitat: Tem preferencia por árvores espessa folhagem. No entanto, pode-se próximas às margens dos nossos rios, ouvir o seu canto, um som aflautado como “dilioliu” ou “didlio”. A sua alimentação consta, fundamentalmente, de bagas, aranhas ou insectos como escaravelhos e borboletas. Curiosidades: O seu nome científico deriva do latim e significa “plumas de ouro”. É uma ave muito agressiva e não hesita em atacar qualquer pássaro que ronde o seu território. 39 Alcaravão (Burhinus oedicnemus) Descrição: Ave terrestre de tamanho repente, correnm para elas para depois médio. Passa despercebido na paisagem pararem e lançarem paus e pedras por cima debido à sua coloração críptica, com dos seus ombros. Nidifica no solo, pondo, plumagem riscada e tonalidades pardas. normalmente, Destacam-se os seus olhos grandes e amarelados com manchas ou pintas amarelos, e as suas patas compridas escuras, camuflando-se tão bem que se adaptadas à corrida. confundem com pedras. Hábitat: Frequenta terrenos abeertos e árvores ou ovos, brancos ou Curiosidades: As crias de alcaravão são arbustos nidífugas, quer dizer, acompanham a mãe disseminados, como é o caso da devesa mal saiem do ovo. Esta estratégia é muito salmantina; também em pastos e terras de utilizada por animais que nidificam em cultivo. lugares muito acessíveis aos predadores. áridos com 2 Biologia: Os hábitos do alcaravão são crepusculares ou nocturnos, permanecendo durante o dia camuflado e imóvil no solo. A sua dieta alimentar é muito variada e consta de gafanhotos, répteis, caracóis e inclusivamente aves juvenis ou pequenos mamíferos. Durante a época de cio (marçomaio) realiza uma corte bastante complexa. Os machos dançam para as fêmeas com as asas e caudas abertas, de 40 Peneireiro-das-torres ou Francelho (Falco naumanni) Descrição: Pequena ave de rapina com cerca em março ou abril. Normalmente nidifica em de 30 cm e de aspecto similar ao peneireiro colônias sobre as ruínas rochosas de paredes vulgar (Falco tinnuculus), mas de menor e edifícios, dividindo o espaço com gralhas, tamanho. O macho tem a cabeça e as asas corvos e pardais. No início do cio e durante cinzento-azulado, enquanto que o dorso e aproximadamente 10 dias, o macho captura vermelho oxidado. A fêmea assemelha-se à do pequenos roedores que passeia pelo poiso para peneireiro vulgar, com tons pardos riscados no atrair a fêmea. Imediatamente após aceitar o dorso e brancos no ventre. Em ambos os sexos presente, fêmeas e machos lançam-se para o as garras são brancas e o bico curto e forte. ar voando "asa com asa". A fêmea aceita esses presentes, a fim de ter reservas e energia para Hábitat: Encontra-se tanto en zonas a formação dos ovos. O conjunto inclui 4 a 5 urbanizadas como em penhascos e campos ovos brancos ou rosa com manchas castanhas- abertos, esquivando-se em florestas e bosques. avermelhadas. Os peneireiros alimentam-se 80% de lagostas e besouros, mas os lagartos, Biologia: Ave migratória, passa o Outono e rãs ratos também fazem parte da sua dieta inverno em África retornando para esta área diária. Curiosidades: Costuma vigiar do ar ou de algum poste as suas presas. Quando a localiza, sai a voar planando e depois paira no ar, mantendo o corpo quieto, agitando levemente as asas, dando a sensação de estar pendurado no céu. Depois lança-se em picado com as asas dobradas. 41 Abelharuco (Merops apiaster) Descrição: Ave de tamanho ligeiramente com em solos planos ou pouco inclinados. Para aproximadamente 28 cm. de longitude, mas construir o ninho, escavam um túnel no com o corpo mais estiilizado. Apresenta uma solo, que conduz a uma cámara onde plumagem muito vistosa, com cores depositam os ovos. Normalmente, põem castanhas e creme no dorso, azuis na parte entre 4 e 8 ovos. Alimenta-se de grandes inferior e tonalidades amarelas no pescoço. insectos, que captura em voo. inferior ao de uma rola, rios e mesmo dos caminos ou directamente A cauda é esverdeada e destaca-se por ter duas plumas no centro, maiores que as Curiosidades: É frequentemente avistado outras. Do bico até à parte superior da sobre ramos ou postes de luz. Voa a grandes cabeça tem uma espécie de franja preta. O alturas bico é preto e ligeiramente curvado para continuos chamamentos que emite. Raposas baixo. Em voo assemelha-se a uma e cobras são predadores habituais dos seus andorinha, chamando a atenção a forma ovos e crias. triangular das suas asas. Hábitat: Ocupa terrenos desocupados ou com cobertura vegetal pouco densa, como o monte baixo da planície do oeste salmantino. Biologia: É uma ave gregária que se desloca em grandes grupos. Nidifica em colónias aproveitando as encostas nas ladeiras dos 42 e é fácilmente detectado pelos Toutinegra-do-mato (Sylvia undata) Descrição: Ave de pequeno tamanho, de Hábitat: Zonas de matagal e bosques claros cerca de 12.5 cm. de longitude. Apresenta com mato. um dorso de cor cinzento escuro, ventre bordeaux com manchas brancas na garganta, Biologia: Ave sedentária. Na época do cio o e cauda comprida e erguida. A fêmea é anis macho constrói ninhos que não são parda durante a época de procriação. Um definitivos e usa-os para chamar a atenção traço peculiar desta ave é a cor vermelho- da fêmea. Muitas vezes nem se podem alaranjada dos seus olhos, que se pode chamar de ninhos, pois são apenas pequenos distinguir montes de raminhos. O verdadeiro ninho é bem apesar movimentos que realiza. dos rápidos construído pela fêmea perto do solo em moitas ou arbustos impenetráveis. Por fora costuma ter teias de aranha e no interior erva e outros materiais brandos como plumas, lã ou pêlo. Põem entre 3 a 6 ovos brancos ou esverdeados com manchas de um pardo azeitona, cinzento ou pardo-avermelhado. Alimenta-se de insectos, aranhas e frutos. Curiosidades: Em Abril, pode-se avistar os machos de toutinegra revolteando com as asas e cauda abertas. Quando pousa infla as plumas da cabeça, fazendo com que esta pareça exageradamente grande em relação ao resto do corpo. 43 Cotovia - montesina (Galerida theklae) Descrição: Ave pequena, aproximadamente Curiosidades: Durante muito tempo, a 17 cm. de longitude. Muito similar à cotovía-escura e a cotovía comum foram cotovia-de-poupa cristata), consideradas a mesma espécie, pois as apresenta (Galerita mesmas diferenças entre elas podem ser muito tonalidades. Tem uma coloração críptica, praticamente as subjectivas para quem não seja experto, imitando as cores do solo onde vive. como o tamanho, grossura do bico, Geralmente, as cores da plumagem são comprimento da crita ou a intensidade do ocres, terra e castanhos com um desenho riscado do peito. É uma ave pouco riscado branco no peito. As suas asas são desconfiada curtas e estreitas e o bico relativamente relativamente perto sem que se assuste e fuja, comprido e fino. O seu traço amis singular inclusivamente nos lugares de passagem. é a presença de uma crista que normalmente trás levantada. Hábitat: Habita zonas pedregosas, ladeiras ou terrenos por cultivar; preferencialmente em zonas planas. Biologia: É sedentária. Cria no solo e faz os ninhos com erva seca, raízes ou pequenos paus. Põe entre 3 a 5 ovos brancoacinzentados ou amarelados. A sua dieta básica consiste em insectos e sementes que encontra em solos secos e arenosos. 44 e pode ser observada Mamíferos A presença de mamíferos na área de de Castilla y Leon, conhecido como: Área actuação é soberba, contando com cerca de I, Zona II e Zona III, com base na 90% das espécies presentes da Península capacidade de suporte das espécies, a Ibérica (Palomo e Gisbert, 2002). disponibilidade das presas e do risco potencial de conflito com o gado doméstico. Algumas espécies ligadas a habitats A área dos territórios do programa pantanosos operacional de desenvolvimento estão são: Toupeira-de-água (Galemys pyrenaicus) (anomalus Neomys), Abelharuco incluídas nestas três áreas. morcego-rato orelhudo costeira (Myotis daubentonii), Na zona Portuguesa, a protecção do lobo arminho ibérico é regulado pela Lei n º 90/88 (DR n. europeia (Mustela (Mustela erminea) lutreola), doninha vison º 187, Série I, 1988/08/13). europeia(Mustela vison), lontra-europeia (Lutra lutra), ratazana de água (sapidus Também digno de nota é o Plano de Acção Arvicola) e rato-de-cabrera (Microtus para a conservação do lince ibérico em cabrerae). Portugal, que atinge o território do AECT Duero-Douro na Serra da Malcata, regulado Sobre os planos de Conservação de pelo DR n º 12697/2008 Office n. º 87, II mamíferos destacar a conservação e gestão Série 2008/06/05. do lobo (Canis lupus) em Castilla y León, aprovada pelo Decreto 28/2008, de 03 de Em resumo, o território do AECT Duero- abril, cujo alcance se estende a toda a Douro é uma região de máxima riqueza de comunidade mamíferos, reduto da diversidade no autónoma. Este plano identifica três áreas de gestão no território contexto da União Europeia. 45 Geneta (Genetta) Descrição: Mamífero de patas curtas e normalmente 2 ou 3, que passarão as três corpo comprido que pode atingir 1 metro de primeiras semanas de vida neste refúgio. A longitude. A cabeça também é comprida e sua ostenta na parte superior orelhas grandes fundamentalmente, arredondadas, muito úteis para detectar sons mamíferos, aves e insectos, embora em emitidos por possíveis presas durante a certas ocasiões possa caçar coelhos. No noite. O pêlo do corpo é cinzento-amarelado outono complementan a sua dieta com com manchas pretas no dorso, enquanto que frutos. alimentação baseia-se, em pequenos a cauda comprida temu m desenho anelado preto em toda a sua longitude. Possui 5 Curiosidades: Têm glándulas no ânus, dedos, tanto nas patas anteriores como cujas secreções eram utilizadas para o posteriores, masnormalmente, só deixa 4 fabrico de perfumes e medicamentos. A deles impressos na sua pegada. geneta também é conhecida como gato árabe pela sua possível introdução na Península Hábitat: A sua presença é habitual em todas pelos árabes durante a invasão muçulmana. as aldeias do oeste salmantino, onde ocupa Acredita-se também que na altura a geneta zonas de bosque, fundamentalmente com era para os árabes quilo que hoje é para nós carvalhos ou azinheiras, próximos a riachos. o gato doméstico. Em parte do território de “Fronteira Natural”, a geneta é também Biologia: É um animal de hábitos nocturnos conhecida como gato algario. Embora não e costumes solitários, exceptuando a época possamos considerar esta espécie como de reprodução, em que se torna mais ameaçada, observou-se uma diminuição da sociável. Não constróiem tocas, aproveitam sua população, devido, fundamentalmente, buracos nas árvores onde têm as suas crias, a serem vítimas de caça ilegal. 46 Gato Montez (Felis silvestris) Descrição: Mamífero muito similar ao gato Sempre que possível, foge dos lugares doméstico, embora de maior tamanho. Tem frequentados pelo homem. aspecto robusto, cabeça amis larga e focinho mais curto que o anterior. A pelagem é sempre Biologia: É um animal solitário e de hábitos pardo-cinza com listas pretas longitudinais em esquivos, principalmente crepusculares e todo o corpo, expecto a garganta e sob a cauda noturnos. A época de acasalamento vai de mostrando manchas brancas. A cauda é curta e dezembro a fevereiro, em que o macho marca o grossa, como o corpo, é riscada até à ponta. seu território esfregando as glândulas anais Normalmente os machos são maiores que as contra a vegetação, expulsando assim os fêmeas. intrusos. A fêmea, por outro lado, mia mostrando receptividade e também marca o seu território Hábitat: Frequenta grandes áreas de vegetação com urina, fezes e secreções glandulares. Têm arbustiva e pastagens abundantes perto de áreas uma ninhada por ano, que consiste de 1 a 5 crias. habitadas pela sua presa favorita, o coelho. São independentes aos4-5 meses, depois dispersam-se à procura de um território onde assentar. A sua dieta é baseada em roedores, pequenos pássaros e, especialmente coelhos. Curiosidades: O gato montez é catalogado como uma espécie de "interesse especial". A diminuição das respectivas populações deve-se a vários fatores, entre os quais a perda de habitat, declínio das populações de coelho ou de hibridação com gatos domésticos. 47 Jabali (Sus scrofa) Descrição: Mamífero similar ao porco Biología: Animal de hábitos doméstico. A sua cabeça é alongada e mais fundamentalmente nocturnos. Durante o ou menos cónica, no caso da fêmea o dia repousa no chão, em lugares escavados focinho é mais prolongado e as presas são ou removidos por ele. A temporada de menos desenvolvidas. Os olhos são muito acasalamento pequenos e pouco desenvolvidos. A falta Dezembro e tem uma ninhada por ano, que de visão é compensada por um grande geralmente em 3-4 leitões. Os machos são senso de audição e olfato. As pernas são solitários, enquanto as fêmeas se agrupam curtas e fortes e terminam em dois dedos em rebanhos com as suas crias. O javali é com garras que deixam uma pegada omnívoro, alimentando-se de frutas e característica. A pelagem é cinza escuro ou raízes, répteis, ovos ou crias de aves que preto com pêlo comprido e duro, com nidificam no chão. é entre Novembro e cerca de 10 cm. As crias são castanhas com 3 ou 4 faixas amarelas longitudinais em Curiosidades: Emite dois tipos de sons: cada lado do corpo, o que lhes permite grunhidos e assobios. Gosta de chafurdar na misturar-se. lama e, em seguida, esfregar-se contra as árvores para eliminar os parasitas da sua Hábitat: Adapta-se bem a qualquer território, mas prefere florestas de carvalhos ou arbustos de folha caduca com a abundância de abrigo durante o dia. Também precisa de acesso a locais com riachos ou lagoas para beber e para chafurdar na lama. 48 pele e pêlo. Raposa (Vulpes vulpes) Descrição: É considerado um dos vegetação ou em tocas, ocultas ou mamíferos mais abundantes no mundo. localizadas em locais abrigados das rochas. Apresenta um corpo delgado e alongado. Cria uma vez por ano uma ninhada de 3 a 8 Tem um focinho longo e estreito e na parte crias, às vezes até 12, mas não é frequente. superior da cabeça grandes orelhas É um animal oportunista, e embora tenha triangulares. A pelagem é muito espessa, uma predilecção por carne, também se principalmente na cauda e castanho- alimentam de frutas, ovos e carniça. Entre avermelhada, excepto a barriga e ponta da as suas presas estão ratazanas, ratos e cauda que são brancos. Os pés são pretos e pássaros. têm cinco dedos nas patas anteriores e quatro nas traseiras, todos com unhas não- Curiosidades: São ágeis e muito rápidas, retráteis. atingindo facilmente 45 km / h. Também podem nadar com facilidade e subir a Hábitat: Mostra uma grande capacidade de árvores, se necessário. Actualmente, as se adaptar a diferentes meios, tanto na populações peneplanície como nas ravinas dos rios. abundantes e esta espécie é considerada Predomina, no entanto, em áreas onde a como cinegética, estando presente em vegetação é abundante, embora seja quase todos os coutos de caça de factível a sua proximidade com as zonas Salamanca. Deixa uma marca no chão com urbanas, quatro dedos e uma pequena almofada. O onde pode alimentar-se facilmente. de raposa são bastante quinto nunca fica marcado pois está localizado um pouco alto em comparação Biologia: Mantém-se activa à noite, com os outros. Tem um senso de olfacto enquanto de dia permanece escondida na altamente desenvolvido. 49 Texugo (Meles meles) Descrição : Mamífero de hábitos nocturnos e tamanho médio que pode encontrado em áreas abertas de pasto ou de cultivo. atingir, tipicamente, os 70-80 cm. de comprimento. Tem um aspecto robusto Biologia: é um animal muito territorial e, apesar das suas pernas curtas. A cabeça é geralmente, marca o seu território com cónica e termina num nariz proeminente, fezes depositadas num buraco cavado para móvel e músculoso que usa para remover si mesmo que deixa ao ar. Cava a sua o solo em busca de comida. Esta tarefa própria toca, que tem várias divisões. Paire envolve também as unhas longas e afiadas uma vez por ano uma ninhada de 02/06 com que escava o solo sem qualquer crias, que, uma vez desmamadas, são dificuldade. A pelagem do corpo é grossa, distribuídas numa única unidade conhecida cinzento-acastanhada, exceto as pernas que como cama ou berço. É um animal são pretas e a cabeça branca com duas omnívoro e, portanto, tem uma dieta muito listras pretas que começam a partir do variada: insectos, minhocas, pequenos focinho até as orelhas e o tornam mamíferos, frutos ou raízes. inconfundível com outro animal. Outro aspecto a destacar são as suas pernas, com Curiosidades: É um animal a planta da pata acolchoado que deixam agressivo, que não hesita em enfrentar muito uma marca característica. qualquer animal estranho à sua colónia. Se se sentir ameaçado, pode até expelir Hábitat: Adapta-se uma grande variedade violentamente secreções anais contra o seu de ambientes, mas prefere bosques de agressor. Podemos detectar a sua presença folha caduca e mistos, onde pode passar pelas marcas deixadas nos troncos das mais árvores para afiar as unhas. 50 despercebido. Raramente, é Lontra (Lutra lutra) Descrição: Mamífero de hábitos aquáticos tornam-se menos evasivas e podem ser com corpo delgado e aplanado que termina facilmente vistas. Alimentam-se de animais numa grande cauda cónica e robusta. As que vivem ou frequentam o ambiente pernas são curtas e os dedos dos pés estão aquático, incluindo peixes, crustáceos, ratos unidos de água. Às vezes também comem frutas. por membranas interdigitais, adaptacção muito útil ao ambiente em que vivem, servindo para nadar mais rápido. A Curiosidades: Costumam deixar os seus pelagem é lisa, castanha nas costas e excrementos sobre pedras no rio ou nas ligeiramente mais clara na barriga e parte bordas, juntamente com os restos dos seus inferior do pescoço. alimentos, conchas, ossos, espinhas. Encontramos, além disso, a sua presença Hábitat: Vive em rios e represas, rodeados através das pegadas que deixam na margem, por algum tipo de vegetação, onde há onde o solo é mole. Estas são características abundância de peixes e águas de boa por terem a impressão de 5 dedos com unhas qualidade. Por esta razão, é considerada um e a membrana interdigital entre eles. Devido bom indicador da saúde de um rio. Os rios na ao grande impacto que o homem tem área: Huebra, Yeltes, Agueda, Uces, Tormes produzido em rios e outros ambientes e aquáticos (poluição, construção de barragens Douro mantêm uma abundância relativamente alta deste mamífero. ...), tem havido um declínio das suas populações, o que levou à sua inclusão no Biologia: Reproduz-se em qualquer época do Livro Vermelho dos Vertebrados Espanhol ano e instala as suas tocas na beira da água (ICONA 92) com a categoria de vulnerável. em cavernas naturais ou tocas abandonadas Infelizmente, continuam a ser caçadas, apesar onde tem 2-3 crias. Durante esse período, de serem uma espécie protegida. 51 Leirão-dos-pomares (Eliomys quercinus) Descrição: Pequenos mamíferos roedores animais. Cria uma ninhada por ano, que que raramente ultrapassam os 25 cm. de consiste entre 4 ou 5 crias nascidas no curso comprimento (incluindo a cauda). As de 4 semanas. É um animal omnívoro e características que distinguem esta espécie alimenta-se tanto de pequenos animais, de outras são por um lado, a cauda, caracóis, aranhas, gafanhotos, como de enegrecida plantas, principalmente frutas e grãos de e coberta de pêlos, especialmente na ponta, e em segundo cereais. lugar, as manchas pretas sobre os olhos que fazem lembrar uma máscara. A restante Curiosidades: Tem muitos predadores pelagem é castanha clara nas costas e naturais, entre os quais estão a maioria das branca no ventre. Também tem orelhas aves de rapina. Estas actuam controlando a grandes que move tentando encontrar algum população, já que um aumento excessivo no sinal de perigo. número de indivíduos comprometeria as colheitas de cereais, de que este pequeno Hábitat: Adapta-se a qualquer tipo de animal se abastece para passar os períodos floresta, desde matas ribeirinhas a florestas de hibernação. O fato de hibernarem no caducifólias ou de carvalho. Além disso, Inverno trouxe-lhes a pode ser encontrado em áreas de arbustos sonolentos, não é em vão que isto se tem baixos, rochas e matas costeiras. refletido na cultura popular em expressões reputação de como "dormir como um leirão." Uma Biologia: É um animal noturno, exceto na estratégia defensiva curiosa do leirão é época de reprodução em que pode ser visto desfazer-se de parte da cauda quando se vê ao anoitecer. De Abril a Maio hiberna em atacado por um predador, livrando-se, em tocas subterrâneas abandonadas por outros muitos casos, de ser caçado. 52 Murcego-de-ferradura (Rhinolophus hipposideros) Descrição: Pequeno morcego de cerca de têm cordas vocais e músculos da laringe 70 mm. de comprimento com uma fortes. No entanto, ao contrário de outros envergadura de 250 mm. Além do seu morcegos, os pequenos de ferradura tamanho pequeno, é reconhecido pelas emitem sons pelo nariz, em vez de pela peculiares dobras nasais em forma de boca. Descansa pendurado no teto, ferradura envolvendo todo o corpo com as asas para e as orelhas pouco desenvolvidas. evitar a perda de água, porque devem manter uma humidade constante. Pairem Hábitat: Ocupa zonas quentes procurando uma única cria por ano. abrigo durante o dia em cavidades subterrâneas e cavernas, bem como em Curiosidades: O morcego é o único construções humanas (caves, sótãos e mamífero que adquiriu a habilidade de túneis). Na área de Arribes del Duero e voar, batendo as asas 12-18 vezes por Douro Internacional existem populações segundo. No caso do morcego de significativas deste morcego. ferradura pequeno, uma das maiores colónias está localizada no município de Biologia: Uma das características que Saucelle, a estimando-se uma população partilha com outras espécies de morcego é de aproximadamente 200 indivíduos. o uso da ecolocalização. Esta emissão de Durante muito tempo, foram protagonistas ultra-sons que de muitas superstições e as colónias foram objectos, barragens são refletidos ou pelos obstáculos, destruídas por os animais serem fornecendo informações precisas sobre o considerados ambiente em que eles se movem. Para Vermelho dos Vertebrados espanhói foi emitir tais sons altamente desenvolvidos classificado como vulnerável. repulsivos. No Livro 53 Anfibios No que diz respeito aos anfíbios (Pleguezuelos, Liza Marquez, 2002), esta d'água, a salamandra e o tritão ibérico (Triturus boscai). bacia possui uma percentagem mais que representativa da espécie na Península No grupo dos anuros, destaque para o sapo parteiro ibérico (Alytes cisternasii) espécie Ibérica, com mais de 50%. escavadeira que prefere solos moles e arenosos Este grupo é caracterizado pela sua nas proximidades de corpos d'água do território. dependência reprodutora de ambientes higrófilos, (waltl Encontra-se o sapo parteiro comum (Alytes Pleurodeles) e a rã comum (Rana perezi) os sendo o tritão obstetricans), rã pintada ibérica (Discoglossus mais ligados à vida predominantemente galganoi), rã pintada meridional (jeanneae aquática. Discoglossus), sapo spadefoot (cultripes Pelobates), sapo comum (Pelodytes Pode ser encontrada em determinadas áreas punctatus), o sapo comum (Bufo bufo) sapo a salamandra (Salamandra salamandra), em (Bufo calamita) e perereca (Hyla arborea), áreas húmidas e sombrias perto de corpos entre outros. 54 Salamandra-de-costelas-salientes / tritão (Pleurodeles waltl) Descrição: O tritão é o anfíbio mais longo Biologia: Reproduzem-se duas vezes por na Europa, chegando aos 30 cm. de ano. Durante a época de acasalamento, os comprimento. Tem uma cabeça grande com machos carregam às costas as fêmeas olhos pequenos, mas imponentes. O seu durante horas ou mesmo dias, até que ao corpo é alongado, liso e de aparência rude momento da cópula. As fêmeas colocam em suas laterais apresentando uma fileira de ovos em plantas ou no fundo das charcas de protuberâncias característica onde emergem larvas após 1 ou 2 semanas. amarelo-laranja para combinar com as Estas são muito vorazes e chegam mesmo ao costelas. A cauda é longa, plana e muito mesmo canibalismo. A alimentação é musculoao. variada A muito coloração varia, mas nos adultos, principalmente normalmente é parda ou castanha. minhocas, pequenos invertebrados e carniça. Habitat: É altamente dependente do Curiosidades: O tritão é um especialista em ambiente aquático, passando a maior parte defender-se dos predadores. Além das do tempo submerso em água, só sai à noite glândulas dos anfíbios tóxicos secregam ou em dias chuvosos. É muito comum em outras substâncias das glândulas laterais. Se lagoas e fontes. essas substâncias não assustar os seus atacantes, projectam as suas costelas afiadas através das protuberâncias laterais. Podem morder e emitir alguns sons, mas são inofensivos para os seres humanos. Na verdade,a sua presença é muito apreciada em poços e reservatórios, mantendo a água limpa. 55 Tritão-de-ventre-laranja (Triturus boscai) Descrição: Anfíbio de aproximadamente 8 sexual. Eles alimentam-se de insetos e suas cm. de comprimento. Tem um focinho larvas, bem como pequenos crustáceos, arredondado distintas caracóis, minhocas e outros invertebrados. paratoideas. O corpo é alongado e achatado, Às vezes também come juvenis da sua com uma cor castanho-amarelada. Nele própria espécie. e glândulas aparecem manchas mais. A barriga é de um laranja forte ou vermelho com manchas Curiosidades: É uma espécie exclusiva da pretas. As fêmeas geralmente atingem Península Ibérica. Bastante comum na sua maiores tamanhos que os machos. área de distribuição, são vítimas comuns de atropelos, especialmente quando as Habitat: Está presente tanto em águas primeiras chuvas começam a cair. Quando paradas, lagos, bebedouros e fontes, como se sentem ameaçados reagem arqueando o em cursos de água, preferindo águas claras, corpo e levantando a cauda e a cabeça em limpas e livres de vegetação. posição ameaçadora, mostrando a coloração laranja ou vermelho da parte ventral do Biologia: O período de acasalamento é entre janeiro e maio. O macho dança colocando a cauda paralela ao corpo e nesta posição ondula-a alegre 8-15 vezes por segundo. Nos dias seguintes ao acasalamento, as fêmeas põem ovos, fixando-os na vegetação ou qualquer outro objeto. Após o período larval na água, os tritões terão uma vida estritamente terrestre até a maturidade 56 corpo como um aviso. Sapo-Parteiro-Ibérico (Alytes cisternasi) Descrição: Sapo pequeno, de cerca de 5 areia. Também pode ocorrer em cm. Tem uma cabeça larga e grande em comunidades rurais onde há lagos ou relação ao tamanho do corpo, pequeno e riachos. atarracado. Olhos grandes, com pupila vertical e a íris dourada com linhas Biologia: É principalmente noturno, pretas. As pernas são curtas e com embora mostre atividade diurna em dias membranas Tem nublados ou chuvosos. Na época de pequenas verrugas, corpo e pernas muito pequenas. acasalamento os machos são muito ativos laranja. à noite cantando do pôr ao nascer do sol. Têm um curioso sistema de reprodução e Habitat: Está presente em lugares com o macho é responsável por manter os pouca cobertura vegetal e, de preferência ovos sobre as patas traseiras. Cada macho pode carregar os ovos de várias fêmeas. Durante o período de incubação, são muito sensíveis a mudanças na humidade e temperatura. Depois de três semanas, os machos vão mergulhar na água e todos os ovos eclodem, ao mesmo tempo. Curiosidades: É uma espécie exclusiva da Península Ibérica. Ao contrário de outros anfíbios, não pode projetar a sua língua e caça as suas presas como insetos, caracóis, ou aranhas pulando sobre eles. 57 Rã - Arborícola - Europeia (Hyla arbórea) Descrição: pequena rã de apenas 5 cm. de estiver quente e húmido. Na primavera, comprimento. Tem uma cabeça larga e começa a sua época de reprodução e os arredondada em que se destacam os olhos adultos migram para locais de reprodução com pupila elíptica horizontal e íris dourada. emitindo chamadas guturais altas. Já nas As pernas são longas e terminam em dedos lagoas, são muito territoriais e enfrentam almofados pegajosos para prender a outros machos exibindo o seu tamanho. A gramíneas e ramos. A pele do abdómen pode alimentação destas rãs é principalmente de ter grânulos, no entanto, o resto do corpo é insetos e outros pequenos invertebrados. muito brilhante e sem rugosidade. Da narina, parte, uma listra escura com margens Curiosidades: Há uma crença popular de esbranquiçadas até às pernas traseiras. Uma que o coaxar prevê as mudanças climáticas. das características mais importantes é a sua A experiência tem desafiado esta crença, habilidade de mudar de cor, dependendo do pois elas também cantam quando o sol nasce substrato, temperatura e estado fisiológico e param quando os dias estão frios e do animal, variando de verde a castanho. húmidos. Hábitat: Exceto em época de reprodução, as rãs vivem afastadas do ambiente aquático. Os adultos gastam todo o seu tempo nas árvores e ervas alta, enquanto os jovens estão principalmente no solo. Biologia: É principalmente noturna, mas pode ser vista ativa durante o dia, se o tempo 58 Peixes Entre a ictiofauna do AECT destaca-se a outras espécies menos abundantes, como carpa, que é dominante, juntamente com o tenca (Tinca tinca) (baixo), o lúcio, peixe- barbo, boga, carpa cruciana, caboz, trutas e gato e (Ictalurus melas). 59 Barbo (Barbus bocagei) Descrição: Mede normalmente 20 ou 25 de insectos e detritos de outras plantas, que cm, no entanto, alguns espécimes podem localiza com suas barbas no fundo do rio. atingir até 1 metro. Tem um corpo delgado e escamas apenas perceptíveis ao toque. Curiosidades: A introdução de espécies Apresenta um focinho pontiagudo e em exóticas nos rios, tais como bagre e Lucio forma superior estão a provocar um declínio na sua proeminente. A sua característica mais população. Outras ameaças às populações marcante é a presença de quatro farpas de Barbos são a construção de barragens, sobre a mandíbula superior. A cor varia aumento muito de um indivíduo para outro, extracção de inertes em áreas onde, dependendo normalmente, faz a postura dos seus ovos de cunha do e rio lábio e da fase de desenvolvimento em que está. Habitat: Usual da bacia do rio Douro e seus afluentes, frequenta correntes de água lenta, mas em certos momentos migra para as partes mais altas do rio. Biologia: A época de reprodução vai de Fevereiro a Junho. Os ovos são colocados entre Maio e Junho. A fêmea usa a sua barbatana anal para escavar uma vala no fundo do rio e depositar lá os seus ovos. A sua dieta é baseada principalmente em larvas 60 de descargas (locais de desova). urbanas ou Boga do Douro (Chondrostoma duriensis) Descrição: peixe pequeno, com cerca de também esteja presente em reservatórios. 15 cm, embora muitas vezes apareçam espécimes com cerca de 40-50 cm. O Biologia: É um peixe muito sociável, corpo longo e estreito tem manchas pretas especialmente em tempos de pré migração e escamas muito pequenas. A boca está em reprodutiva, quando se desloca para o posição ventral. curso superior dos rios. Reproduz entre Os machos diferem das fêmeas durante o abril e junho. Como um dos primeiros acasalamento pois elas se desenvolvem peixes da família dos ciprinídeos a pequenos tubérculos nupciais por todo o reproduzir-se, encontra locais de desova corpo. (reprodução) livres da maioria dos predadores. A sua dieta é à base de plantas Hábitat: Encontra-se nas zonas médias e, dos rios do Fronteira-Natural, embora invertebrados e detritos. em menor medida, pequenos Curiosidades: Sempre se considerou a Boga do Douro como uma subespécie da Boga comum (Chondrostoma polylepis), até que em 1997 subiu para o posto de espécie sob o nome de duriensis Chondrostoma. É endémica da Bacia do Douro e de outras bacias da Galiza. A introdução de espécies exóticas é uma das principais razões para o declínio das suas populações. 61 Insectos 62 Borboleta-Pavão (Inachis io) Descrição: borboleta diurna, tem uma Biologia: duas gerações de borboletas envergadura de entre 50-60 mm. A sua única ocorrem durante todo o ano, a primeira de característica é a presença inconfundível de 4 março a junho e a segunda depois do verão. O grandes manchas em forma de olhos (ocelos) conjunto é composto por100 ovos e colocados de várias cores na parte inferior das asas. Há, na parte de baixo das folhas. A partir desses além disso, na superfície superior da asa ovos eclodem lagartas peludas pretas, com um diversos pontos pretos e manchas brancas. desenho lateral riscado e branco. Alimentam Quando pousada, é facilmente confundida de folhas de urtiga e vivem em pequenas com o solo, já que fecha as suas asas colónias de nidificação em ninhos de seda que obscurecendo os ocelos e exibe o traje escuro elas mesmas tecem. Uma vez terminada a de novo. primeira etapa da sua vida, constróiem um casulo para completar a sua metamorfose. A Habitat: Freqüenta florestas e matagais de crisálida é verde, castanha e muitas vezes todos os tipos, pousando muitas vezes em encontrada pendurada numa folha. Desta bermas de caminhos e áreas rochosas. crisálida sairé a borboleta já formada. Curiosidades: Os ocelos grandes ou desenhos e cores localizados nas asas têm funções diferentes. Além de ser uma estratégia de defesa (imitar olhos de animais de grande porte), eles também servem como cartaz sexual. As escamas que formam as asas absorvem o espectro de luz invisível ao ser humano mas são, no entanto, muito atraentes para os seus pares. 63 Louva-a-Deus (Empusa pennata) Descrição: Insecto da família dos Mantidos principalmente moscas. Ao contrário de de até 60 mm de comprimento. A coloração outras espécies de mantis, ninfas de E. críptica do corpo faz com que seja difícil a pennata emergem no verão, alimentando-se sua localização entre os ramos e ervas secas, durante o outono e inverno. Na primavera que pode ser tanto verde como castanha. O estará plenamente desenvolvido. Em dias corpo é longo e delgado e o abdómen curvada quentes gostam de voar em direção às luzes, para cima nas fases de ninfais. A cabeça tem especialmente os do sexo masculino. uma rotação de 180 ° e no topo dela está uma projeção cônica ,é, em todas as fases do Curiosidades: Os olhos compostos têm a inseto, o que o torna inconfundível. Os olhos capacidade de ver cores ea distinção simples compostos são grandes e em destaque em entre luz e escuridão. Ao contrário da fêmea ambos os lados da cabeça e os simples estão de mantis religiosa, a Empusa pennata nunca entre eles formando um triângulo. As patas não come o macho após o acasalamento. dianteiras têm farpas que servem para agarrar e imobilizar as suas presas. Existem pequenas diferenças entre machos e fêmeas que podem ajudar-nos a distinguir os dois sexos. Os machos têm antenas um pouco plumosas e menores que as das fêmeas. Hábitat: Estepes e pastos. Biologia: É um predador voraz e sua alimentação consiste de pequenos insetos, 64 ESPECIES CINEGÉTICAS Destacar entre as espécies faunísticas potenciais do ambiente da zona de actuaçãoo do Programa Operacional, as espécies cinegéticas que estão incluídas no anexo do Decreto 172/1998 de 03 de setembro, declarando a espécies cinegéticas de Castilla y León e e em Portugal ao abrigo do Decreto-Lei 201/2005 (Regulamentação da Lei de Bases da Caça). Nas tabelas a seguir indicam-se as espécies de caça menor e caça grossa em Castilla y León e Portugal, como espécies de “Uso Público” da população. A Lei n. º 4 / 1996, de 12 de julho de jogo de Castela e Leão, é o quadro legislativo que regula a caça nesta área, bem como o Decreto-Lei 201/2005, na zona de Portugal. As Espécies cinegéticas e comercializáveis, os regulamentos, as épocas de caça de trabalho, bem como os diferentes tipos e admissíveis de capturas são determinados na ordem anual de caça. Por outro lado, o artigo 45 da Lei 4 / 1996 refere que "os Estudos de Impacto ESPECIES CINEGÉTICAS DE CAÇA MENOR NOME CIENTÍFICO Alectoris rufa Anas clypeata Anas crecca Anas strepera Anas platyrhynchos Anas penelope Anser anser Aythya ferina Aythya fuligula Colinus virginianus Columba livia Columba oenas Columba palumbus Corvus corone Corneja Corvus monedula Coturnix coturnix Fulica atra Gallinago gallinago Gallinula chloropus Garrulus glandarius Lepus castroviejoi Lepus europaeus Lepus granatensis Lophortix californica Lymnocriptes mínima Netta rufina Oryctolagus cuniculus Phasianus colchicus Pluvialis apricaria Perdix perdix Pica pica Scolopax rusticola Sturnus unicolor Sturnus vulgaris Streptopelia turtur Streptopelia decaocto Turdus iliacus Turdus merula Turdus philomelos Turdus pilaris Turdus viscivorus Vanellus vanellus Vulpes vulpes NOME COMUM Perdiz vermelha Pato-trombeteiro Marrequinha-comum Frisada Pato - Real Piadeira Ganso- Bravo Zarro comum Zarro negrinha Perdiz de Virgínia Pombo Comum Pombo-Bravo Pombo- Torcaz Gralla - Preta Gralha-de-nuca-cinzenta Codorniz comum Galeirão-comum Narceja-comum Galinha de água Gaio Lebre-cantábrica Lebre-europeia Lebre-ibérica Codorniz de california Narceja-galega Pato-de-bico-vermelho Coelho-europeu Faisão Tarambola-dourada Perdiz-cinzenta Pega-rabuda Galinhola Estorninho preto Estorninho-comum Rola-brava rola-turca ou rola-da-índia Tordo-ruivo melro-preto Tordo-comum Tordo-zornal Tordoveia Abibe Raposa-vermelha Ambiental deve incluir uma secção que avalia o impacto sobre as populações cinegéticas e um plano de medidas de recuperação ou redução de impactos." Portanto, deve ter em conta a condição deste tipo de fauna e medidas preventivas e corretivas necessário. a serem consideradas, se ESPECIES CINEGÉTICAS DE CAÇA GROSSA NOME CIENTÍFICO Canis lupus Capra pyrenaica Capreolus capreolus Cervus elaphus Dama dama Ovis musimon Rupicapra rupicapra Sus scrofa NOME COMUM Lobo ou lobo-cinzento Cabra montés Corça ou corço Veado-vermelho Gamo Muflão ou Muflão-europeu Camurça Jabalí 65 ESPECIES OBJETO DE PESCA Dada a importância do meio ambiente do rio no território objecto de actuação, deve sublinhar-se que as espécies podem ser pescadas em conformidade com a Ordem MAM/1915/2007, 22 de novembro de 2007, que estabelece as regras anuais de pesca em Castilla y León, em 2008, conforme estabelecido pela Lei 6 / 1992 de 18 de Dezembro, relativa à protecção dos ecossistemas aquáticos e os regulamentos de pesca em Castilla y León e Portugal, Lei n º 7 / 2008 que estabelece a base para a gestão e manejo sustentável dos recursos aquáticos nas águas interiores e define os princípios que regem as actividades de pesca nestas águas da aquicultura. Em corpos d'água da comunidade de Castilla y León e do território Português do AECT Duero-Douro, as espécies-alvo são: As seguintes espécies exóticas: lucioperca (Sander lucioperca), bagre (Ameiurus melas), alburno (Alburnus alburnus) e siluro (glanis Silurus) podem ser tomadas em condições controladas, nessa ordem. Esta espécie é considerada como a Ordem como prejudiciais para os ecossistemas aquáticos de Castilla y León e potencialmente invasoras do mesmo. Não é autorizado a regressar às águas de qualquer problema que poderia ser capturado destas espécies, devem ser sacrificados imediatamente a fim de evitar a sua progressão e introdução à outras massas de água em Castilla y León. 66 ESPECIES OBJETO DE PESCA NOMBRE CIENTÍFICO Salmo trutta Oncorhynchus mykiss Hucho hucho Salvelinus fontinalis Anguilla anguilla Barbus bocagei Barbus graellsii Barbus haasi Chondrostoma arcasii Chondrostoma duriense Chondrostoma polylepis Chondrostoma miegii Squalius carolitertii Squalius pyrenaicus Cyprinus carpio Carassius auratus Gobio lozanoi Tinca tinca Phoxinus phoxinus Micropterus salmoides Esox lucius Rana perezi Pacifastacus leniusculus NOBRE COMÚN Truta marisca Truta-arco-íris Salmão do Danúbio Salmão-dos-riachos Enguia Europeia Barbo comum ibérico Barbo de montanha Barbo ruivo Boga Bermejuela Boga do Douro Boga de rio Madrilla Bordallo Cacho Carpa Carpín Gobio Tenca Piscardo Perca americana Lucio Rã - Verde Lagostins FLORA No território de fronteira natural, e que predominam formações tipicamente especialmente os vales profundos dos rios mediterrânicas como o sobreiro (Quercus formam, uma das maiores reservas botânicas suber), o zimbro (Juniperus oxycedrus), do território. Nela estão representados os agreira (Celtis australis), ácer (Acer diferentes ecossistemas encontrados neste monspesulanum) e cornicabra (Pistacia território, através de uma grande variedade terebinthus), acompanhados nas encostas de espécies de plantas. frescas e com sombra destes vales com florestas impressionantes de carvalhos Na peneplanície, onde a vegetação natural (Quercus faginea), como no vale do Tormes. está mais alterada pelo desenvolvimento das Pode encontrar-se também uma esplêndida actividades agrícolas tradicionais e onde o variedade de espécies arbustivas, entre as rigor do clima no verão e no inverno é mais quais o medronheiro (Arbutus unedo), severo, desenvolvem-se, sobretudo, massas abrunheiro (Prunus spinosa), espinheiro florestais nas quais os carvalhos (Quercus (Crataegus monogyna) e uma grande rotundifolia) e florestas de carvalho negral variedade de plantas com flores tais como a (Quercus pyrenaica) são os principais peônia ou roseira (Paeonia broteroi), ou protagonistas, acompanhadas de diferentes Clavelina (Dianthus lusitanicus), jasmim espácies de mato (Lycos sphaerocarpa), selvagem (Jasminum fruticans). vassoura (Genista histrix), timo vulgaris Por toda esta área, especialmente os vales lavanda (Lavandula stoechas) e tomilho profundos dos rios Douro, Tormes e Agueda, (Thimus vulgaris). formam uma das maiores reservas botânicas do nosso território. Nela estão representados No Parque Natural Arribes del Duero, onde os diferentes ecossistemas encontrados neste o clima é mais temperado, encontram-se território, através de uma grande variedade comunidades naturais bem preservadas em de espécies de plantas. 67 Árvores 68 Amieiro (Alnus glutinosa) Descrição: Árvore de folha caduca de até Hábitat: Árvore típica ribeirinha, uma vez 20 m. De altura, com copa piramidal início que precisa de solo com elevada humidade. e depois arredondada. A casca, lisa e Podem viver em solos pobres em nutrientes cinzenta em indivíduos mais jovens, mostra- graças à simbiose que as se áspera e mais escura no adulto. Os ramos estabelecem com bactérias fixadoras de jovens são anguladas e cobertos de nitrogênio atmosférico. suas raízes glândulas de resina. As folhas são simples, ovadas ou arredondadas com serrilhado e Fenologia: Florescem dos finais do Inverno ápice afilado. As flores masculinas e aos principios da primavera. femininas estão separadas em diferentes estruturas. A fruta também é lenhosa, Curiosidades: Parece que detectam a parecendo um abacaxi, e contém muitas humidade do ambiente, porque quando as sementes aladas que permanecem no chuvas estão próximas, as folhas tornam-se inverno. esbranquiçadas na parte inferior. Desta árvore é usada tanto a madeira como a casca. Esta última tem propriedades medicinais e é utilizada para a febre e diarréia. Devido ao seu teor de tanino também tem sido utilizada para o curtimento de peles. A madeira é bastante suave, mas muito resistente à putrefacção, quando submersa, de modo que tem sido utilizado no fabrico de postes hidráulicos. É encontrado em alguns setores do Douro e seção final do Tormes. 69 Salgueiro (Salix atrocinerea) Descrição: Árvore de folha caduca de sido utilizada em trabalhos de cestaria (daí grande porte, muito ramificado desde a o nome do salgueiro), embora não seja o base, com grandes ramos flexíveis. A casca mais utilizado porque tem muitos nós. Da é cinzenta, lisa ou levemente reticulada. As sua casca é extraída salicina, o composto folhas são lanceoladas e ligeiramente químico derivado da aspirina, usadas para dentadas, com pêlos vermelhos ou brancos resolver dores de cabeça, musculares ou na parte inferior. As flores, que aparecem como um vasodilatador. Produzem muitos antes das folhas são agrupadas em híbridos entre espécies diferentes de estruturas chamadas amentos. Os frutos salgueiro, por isso às vezes é difícil de secos são cápsulas que liberam as sementes identificar. com um tufo de pêlos. salgueiros, incluindo o bardaguera branco Há várias espécies de com atrocinerea Salix-como as folhas, mas Hábitat: Necessidade de solos com humidade permanente onde não há temperaturas extremas, já que não lhes resiste, portanto, aparece em enclaves protegidos como as margens do Tormes e do Douro. Fenologia: Floresce entre janeiro e abril e os frutos aparecem entre abril e maio. Curiosidades: Também chamado bardaguera, e como outros salgueiros, tem 70 cobertos com pêlos macios que dão a árvore de uma cor esbranquiçada. Freixo (Fraxinus angustifolia) Descrição: Árvore de folha caduca até 15 esverdeada torna-se mais escura à medida m. de altura. Possui um tronco reto e galhos que amadurece. Tem uma espinha pequena de grande porte. As folhas são compostas de no ápic, de espessura, e que contém uma várias brochuras, sempre em número ímpar única semente dentro. e com um comprimento de 3-7 cm. são lanceoladas, margem serrilhada e sem pêlos, Habitat: É uma espécie exigente quanto às tanto na trave como na parte inferior. características do solo e também é muito Aparecem depois das flores. Estas são muito resistente ao frio. Ocupa áreas ciliares, pequenas e não têm corolla ou cálice, apenas bosques e fundos de vale, com lençol as partes reprodutivas. A fruta, longa e freático alto. achatada, com coloração amareloFenologia: Flores em fevereiro ou março a maio e os frutos amadurecem no final do verão. Curiosidades: A madeira é branca, muito resistente e elástica. Por este fato tem sido usada para fazer cabos de ferramentas. As suas folhas, além de servir como alimento para o gado no final do verão, têm propriedades medicinais como analgésico entre outros. Da casca de ramos jovens tem propriedades laxantes e a infusão das frutas tem a fama de ser afrodisíaca. 71 Carrasco (Quercus faginea) Descrição: Árvore de até 20 m. coroa alta e estreita relação com o carvalho ou o arredondada. Possui uma casca castanho- sobreiro, todos os membros da família acinzentado, rachada. As folhas são Quercus, significa que existem híbridos elípticas, margens dentadas, com um feixe entre eles, resultando em algumas vezes brilhante verde.. As flores masculinas estão muito difícil de determinar que espécie é. O dispostas em amentilhos e as femininas em nome (Q. faginea) e está relacionado com a cachos em caules curtos. O fruto é a bolota. forma das folhas, do latim Fagus-a-um. Habitat: atinge desenvolvimento o em seu máximo solos calcários, arejados e frescos, florestas sombrias, com chuvas em torno de 600 mm / ano. No entanto, podem ser encontrados em solos graníticos. Geralmente associado com o carvalho. Fenologia: A floração ocorre entre Março e Junho. Bolotas amadurecem em Setembro e Outubro desse ano. Curiosidades: Madeira é de boa qualidade, mas por ser muito delgada, não é normalmente usada. A bolota é usada para alimentar o gado e animais selvagens. A sua 72 Sobreiro (Quercus suber) Descrição: Árvore perene de espessura Quercus. Prefere solos soltos e permeáveis , resistente e copa larga, atingindo até 20 m. de com substrato silicoso. altura. Tem uma casca acinzentada, macia, com rachaduras profundas que atravessam o Fenologia: Flores normalmente em abril ou tronco. As folhas são de consistência, duras e maio. As bolotas estão presentes desde o verão persistentes, margem um pouco espinhosa. O até fevereiro. feixe é verde escuro e a parte inferior tem um pêlo curto e apertado que lhe dão uma cor Curiosidades: É uma árvore endêmica na esbranquiçada. O fruto é uma bolota e é muito região Oeste do Mediterrâneo, sendo muito semelhante ao do carvalho, embora tenha abundante no sudoeste de Espanha e Portugal. escamas bem desenvolvidas na cúpula que Esta espécie é usada tanto pelas frutas como cobre a fruta. pelas cascas de madeira, sendo esta última a mais importante. Cada 9 ou 10 anos cortiça é Habitat: Florestas típicas do Mediterrâneo, removida num processo chamado "recolha da embora ligeiramente diferente do carvalho ou cortiça." Neste intervalo de anos, a cortiça tem carvalho, representantes da família também a espessura necessária para o seu uso posterior. As bolotas são utilizadas como alimento para bovinos e suínos, e a sua madeira, pesada e dura, tem sido utilizada na construção naval. A cortiça é praticamente à prova de fogo e é uma defesa natural contra os incêndios. Bons exemplos desta espécie são encontrados na zona de transição da peneplanície. 73 Azinheira (Quercus rotundifolia) Descrição: árvore perene de grande porte que Curiosidades: As azinheiras são podadas para pode chegar a 15 m. de altura. A casca é expandir a árvore, favorecendo a produção de castanho-escura e muito estriada.As folhas bolotas em anos sucessivos, e para alimentar o adultas são ovais e resistente, enquanto as gado, especialmente porcos, embora no jovens têm espinhos pequenos nas suas passado em tempos de escassez também foi margens, o que impede que as folhas amplamente consumida por seres humanos. A sejamcomidos por animais. As flores casca tem propriedades medicinais e é masculinas e femininas são raramente vistas e utilizada para combater hemorróidas, úlceras são separados dentro da mesma planta. O fruto, e pele rachada. Foi mesmo usado para facilitar a bolota, é cilíndrico e é protegido por uma a transpiração dos pés. A madeira, por outro cúpula que cobre menos da metade da fruta. lado é usado na produção de cinzas (carvão vegetal). Podemos encontrar esta árvore perto Habitat: É altamente adaptada ao clima mediterrânico, caracterizado por períodos de seca no verão. Mantém-se bem em rigorosos invernos e climas continentalizados e verões quentes. Nas regiões de Vitigudino e Ledesma permite pastos abundantes formando extensões aparentemente intermináveis de florestas manejadas pelo homem. Fenologia: Flores de março a maio. Bolotas maduras no Outono, de outubro para novembro. 74 do Parque Natural. Carvalho-negral (Quercus pirenaica) Descrição: Árvore de folha caduca que na forma de agrupamento, neste caso, normalmente não deve exceder 20 m. de solitárias ou em grupos de três. altura. Tem uma coroa muito ramificada irregular e um esguio tronco cinza. As Habitat: Muito comum, formando florestas folhas de carvalho são muito característicos puras ou mistas na área. Tendem a ocupar e distintas, com lobulos muito pronunciados solos siliciosos. que às vezes pode chegar à nervura central da folha. O fruto, também é a bolota, mas Fenologia: flores de abril a junho e as com pequenas diferenças na cúpula, bolotas amadurecem no outono. Perdem as mostrando escamas bem desenvolvidas, ou suas folhas no final de novembro ou dezembro. Curiosidades: São particularmente notáveis os s bogalhos, estruturas globulares e de aspecto lenhoso, que produz a árvore quando atacada por um inseto. A casca deste carvalho tem taninos, substâncias que são usadas no bronzeamento. Atualmente, a sua madeira é utilizada em marcenaria e fabrico de postes. Desde os tempos antigos se considerou esta árvore como um símbolo de força, o que se reflete na cultura popular com expressões como "forte como um carvalho." 75 Agreira (Celtis australis) Descrição: Árvore caducifólia, robusta de profundos. É uma arvore que resiste bem à porte mediano que pode atingir 25 m de altura. seca. Copa arredondada, ampla e muito ramosa, com ramos erectos e raminhos pubescentes, Fenología: Florece na Primavera e frutifica delgados e um pouco pendentes. O fuste é no Verao, mantendo-se os frutos, até à queda grosso, direito, com casca lisa e cinzenta. As das folhas. folhas são simples, alternas, caducas, limbo lanceolado, peninérveo, com três nervuras Curiosidades: Muitas vezes, utiliza-se como basilares, assimétricas na base e ápice árvore de sombra em jardins e passeios. A sua longamente acuminado curvado e afilado; têm madeira é muito dura,compacta e elástica, a margem finamente serrada quase desde a dobrando-se fácilmente quando exposta a base. A copa é frondosa com folhas vapores, utilizando-se para fabricar bastões e assimetricas, de cor verde escuro, oval- instrumentos de agricultura. Também se lanceadas, com as margens dentadas e apice utiliza para remedios caseiros e para curar a largo e assimetrico, estreitando gradualmente. calvice, a pesar de esta ultima, nunca se ter As flores sao pequeñas e pouco chamativas. chegado a comprobar científicamente. Por Os frutos, que permanecem durante muito outro lado, caules e decocção da casca da raiz tempo na árvore, sao carnosos e de cor verde, mostra um pigmento amarelo usado para ficando negros quando amaduram. tingir a seda. Hábitat: Ladeiras secas e solarenga perto do cursos de agua. Não sao exigentes a nivel de solo, apesar de alcançar o seu máximo desenvolvimento em solos soltos, húmidos e 76 Zelha (Acer monspessulanum) Descrição: Árvore caducifolia de pequeño quais com uma extensão a modo de ala, que porte e lento crescimento que em raras lhes permite dispersar-se através do vento. situaçoes ultrapassam os 10 metros. A corteza é cinzenta escura com muitas gretas Hábitat: Aparece nas ladeiras secas, pobres verticais. Os ramso são delegados. As folhas e pedregosas ou arenosas acompanhando são pequenas e divididas em três lóbulos, de robles ou outras árvores do género quercus. rebordo inteiro e contorno ovado; verde- Aparece em solos calcários, de preferência, escuras na página superior, glaucas na embora possa também ser encontrada em inferior. verde-amareladas, solos siliciosos. Resiste à seca, embora no dispostas em cachos pendentes; frutos secos, As flores oeste Salamanca seja encontrada somente dupla sâmara, provida de asas convergentes nos vales do rio. de cor avermelhada. Os frutos secos estão divididos em duas partes, cada uma das Fenología: Floresce em Abril ou Maio e os frutos aparecem a partir de Julho ou Agosto. Curiosidades: A sua madeira é rosa ou avermelhada e é muito difícil e é muito popular em madeira ou carpintaria. A sua madeira é muito adequada também para instrumentos musicais. O nome específico é Monspessulanum dado pelo naturalista Lineu, e refere-se à origem do individuo estudado, localizado em Montpellier (França). 77 Cornalheira (Arbutus unedo) Descrição: O medronheiro é uma árvore ou Curiosidades: O medronheiro é valorizada arbusto até 5 m. de altura. Tem uma copa pelo seu fruto, que é usado para fazer arredondada apoiada por um tronco curto e compotas e conservas. Os frutos maduros torcido. As folhas são perenes, lanceoladas, são comestíveis e devido ao seu teor de com margens serrilhadas e verde escuro. As álcool, podem produzir uma intoxicação flores em forma de globo são brancas e são leve se consumidos em excesso. Esta fruta é agrupadas em conjuntos de suspensão. Os usada para produzir bebidas alcoólicas, frutos são esféricos e têm uma superfície começando o processo de fermentação na granulada e pequenos picos. Leva um ano própria fruta. As folhas ea casca são usadas para amadurecer. No início, es são para combater infecções do trato urinário. A amarelos quando maduros vermelhos e dispersão de sementes é zoócora, ou seja, brilhantes. feita pelos animais; eles comem as frutas e depois dispersam as sementes através das Habitat: Embora possa ser considerado indiferente às propriedades do solo, prefere solos silicosos, profundos e soltos. Normalmente encontrados nas encostas de vales fluviais, no caso do noroeste de Salamanca, acompanhando outros arbustos nas florestas de carvalhos. Fenologia: Flores no Outono ou no início do inverno. Os frutos amadurecem no Outono. 78 fezes. Zimbro (Juniperus oxycedrus) Descrição: pequena árvore ou arbusto 2-4 Fenologia: Floresce na Primavera. Os frutos m. de altura em forma de pirâmide. Os aparecem no início do Outono e levar 3 anos ramos chegam quase ao solo escondendo o para amadurar. tronco. Tem uma casca castanho- avermelhada e lisa. As folhas são verdes, em Curiosidades: A madeira do forma de agulha e são agrupados em grupos altamente resistente à torção e à compressão, de três, mostrando um verde brilhante e duas de modo que é utilizado no fabrico de linhas brancas no centro. As flores postes, vigas e no revestimento de minas. masculinas e femininas são separados em Além disso, esta espécie, vulgarmente pés diferentes de planta e têm uma forma de conhecido como "cedro" é utilizada no cone. Das árvores do sexo feminino fabrico de lápis. Embora menos que o aproveita-se a fruta, bagas de zimbro, uma Zimbro Comum (J.comunnis) os frutos J. falsa baga carnuda contendo 3 sementes e oxycedrus que com a maturação as folhas se tornam aromatizar bebidas diversas, como gin. vermelhas. Extrai-se desta árvore também uma resina também são zimbro é usados para conhecida como óleo de cada, que tem Habitat: Suporta frios intensos. Tem propriedades medicinais e tem sido usada preferência por solos calcários e solarengos. contra os piolhos e lêndeas, pelas suas Pode ser encontradaem terrenos secos, propriedades antiparasitárias e anti-sépticas. rochosos e encostas de maior altura, onde Também é utilizada em alguns shampoos adquire um porte arbustivo. É típico vê-lo contra a queda de cabelo e pomadas caseiras sair das rochas na área de Arribes, onde para a higiene da pele, embora não seja conta com pouca profundidade para altamente recomendável, porque produz desenvolver as suas raízes. comichão. 79 Cornalheira (Pistacia terebinthus) Descrição: Árvore ou arbusto de folha ramos ou folhas. Este chifre é um método de caduca de 6-8 m. de altura, com folhas defesa da planta contra a picada de inseto, compostas por um número ímpar de folhetos que, deposita os ovos dentro. Este chifre é (3-11) e contorno ovóide oblonga (mais rico em taninos, substâncias adstringentes. comprida que larga). As flores masculinas e O fruto serve de alimento para o gado a femininas são encontrados em pés de planta casca e chifres são usados na medicina diferentes, cachos popular. No entanto, a sua maior conquista avermelhados. Os frutos são vermelhos na reunidas em é a terebintina, uma substância usada no maturidade, de aparência semelhante a uma fabrico de vernizes e do sangramento casca ervilha. Quando o outono chega, as folhas é obtida uma essência que é comercialmente ficam vermelhas para serem facilmente conhecida como aguarrás. Anteriormente, identificadas na paisagem. essa resina foi usada para fazer obturações em odontologia. Habitat: Companheiro de carvalhos, sobreiros, também é típico nas encostas rochosas e desfiladeiros, em preferência em solos alcalinos. Requer uma boa iluminação e chuva frequente. Fenologia: A floração começa em abril e os frutos aparecem a partir de julho. Curiosidades: O nome é devido a uma estrutura em forma de chifre que aparece nos 80 Arbustos 81 Vassoura-dos-Açougueiros (Ruscus aculeatus) Descrição: arbusto perene com caules que é colhida pode ser usada para combater ramificados, lisos e verdes até 100 cm. de a febre e como vasodilatador no tratamento altura. As folhas são membranosas e tão de hemorróidas e varizes, mas com cuidado pequenas que são pouco visíveis em porque os frutos são ligeiramente tóxicos. extensões do tronco com uma forma de Os ramos e caules mantêm a sua cor verde folhas lanceoladas e rígidas ponta e plana por longos períodos de tempo. Esta latejante. As flores masculinas e femininas planta também é conhecida como murta são esverdeadas e discretas, porém os frutos moura, áspero, ou gilbarbeira. são bagas muito vistosas vermelho brilhante. Habitat: É parte da floresta de carvalhos, companheiro do matagal, ou florestas mistas de sobreiros do género Quercus, procurando sombra, áreas húmidas, onde recebe luz solar direta. Fenologia: flores em abril e maio e os frutos aparecem a partir do Outono. Curiosidades: Na primavera, brotos podem ser consumidos como aspargos e as sementes torradas têm sido usadas como um substituto do café. Tem propriedades medicinais. Dependendo da parte da planta 82 Trovisco (Daphne gnidium) Descrição: Matas semiarbustivas até 2 m de caule, as flores são agrupadas, que altura. Os galhos começam a partir da base consistem em quatro sépalas brancas ou com ramificações quase completamente amareladas e carnudas. Os frutos são cobertas por folhas. Estas são estreitas e pequenos, vermelhos e esféricos. alongadas, mais escuras na parte inferior, que são glândulas pegajosas. No final do Habitat: comum em florestas mediterrânicas que acompanham árvores esparsas, sobreiros e carvalhos. Também estão presentes nas rochas e que fazem parte de comunidades arbustivas. Fenologia: Flores aparecem no início do verão e permanecem até o outono. Curiosidades: tem usos múltiplos, de cosméticos e inseticidas, medicinal. Desde os tempos antigos, esta planta foi usada como um purgante, mas é tão tóxica que o seu uso é desencorajado. A casca do caule separa-se em longas tiras e cordas usadas para fazer utensílios rudimentares no campo, no entanto, são muito resistentes. Também foi usado para envenenar a água, para recolher os peixes intoxicados emergentes para a superfície. 83 Lestisco (Phyllirea angustifolia) Descrição: Arbusto ou árvore pequeno com mediterrânico, 3-4m de altura. Tem muitos ramos cobertos estreitas e duras para evitar a perda de água de folhas estreitas e alongadas que se desnecessária. Esta rigidez nas folhas faz assemelham as da verde-oliva, mas com um com que eles, por outro lado, pouco verde mais pálido. As flores são pequenas, apeteciveis para os animais. No entanto, os esbranquiçadas, perfumadas e dispostas em frutos são muito saborosos, sobretudo, para cachos nas axilas das folhas. Os frutos são as aves, ajudando assim a dispersão de carnosos, com 1 ou 2 ossos no interior e sementes. Devido à semelhança da fruta e azul-negro, lembrando muito a da oliveira, folhas desta planta com o azeite, também mas com um tamanho infinitamente menor, é conhecido pelo nome de Olivilla. como frutas labiérnago são de 3 a 6 mm aproximadamente. Hábitat: Espécie muito resistente à seca. Está presente na floresta ou cerrado, com alguam termicidade, tais como carvalhos, sobreiros, matagais, etc. Sempre procurando áreas ensolaradas. Fenología: Florece de Febreiro a Abril e fructifica no Verão. Curiosidades: O lestisco é uma espécie que se adapta perfeitamente ao clima 84 desenvolvendo folhas GiestA-branca (Cytisus multiflorus) Descrição: Arbusto muito ramificado, com de 3. As flores têm uma estrutura caules flexíveis cinza-esverdeados. São característica que identifica todas as espécies brancas, ao contrário de outras escovas que da família Fabaceae. Têm 5 pétalas são amarelas, e são solitárias ou em grupos simulando uma borboleta. Estas flores são também chamadas de papilionáceo (em grego = rabo de andorinha borboleta). O fruto é um tipo de legume, plano e peludo, até 3 cm de comprimento. Habitat: área degradada da peneplanície, de preferência em pisos de granito que acompanha outros arbustos como o tojo, giestas e outras espécies. Esta espécie é substituída por outras espécies de Cytisus com condições de solo ou clima em mudança. Estas espécies são C. striatus (moura vassoura) ou C. scoparius (vassoura), ambos de flores amarelas. Fenologia: Flores de janeiro a abril e os frutos no início do verão. Curiosidades: O nome comum deriva do uso dos seus ramos para fazer vassouras. 85 Roseira silvestre (Genista histrix) Descrição: Arbusto caducifólio de porte espinho ou ouriço, ambos os nomes globoso e espinhoso com 1-1,5 m de altura. referindo-se aos seus ramos pontiagudos. É As hastes são espessas, duras e eretas e são endémica da Península Ibérica, fácil de atravessadas por estrias terminando num encontrar no oeste da província de ponto. Folhas simples, em forma linear e s Salamanca, muito semelhante a outras cobertas com pêlos curtos, e só aparecem espécies de vassoura, como G. polyanthos, nos ramos jovens. As flores são papilionáceo entre os quais existe apenas uma pequena (em forma de borboleta, ver Cytisus diferença morfológica da flor. multiflorus) amarelas e aparecem em grande número nos ramos, dispostas em pequenos grupos de aproximadamente 4 cm. de comprimento. O fruto tem sementes pretas. Habitat: Aparece em solos siliciosos formando arbustos grandes e trazendo um fundo amarelo à paisagem quando a primavera chega. É companheiro usual de carvalhos. Fenologia: Floresce em Maio e dá frutos no Verão. Curiosidades: Este arbusto é também conhecido como vassoura, vassoura porco- 86 Lavanda (Lavándula stoechas) Descrição: arbusto perene e aromático Habitat: São arbustos típicos de solos com 1 m. altura aproximada, e hastes com ácidos seção quadrada. As folhas são lineares com acompanhando geralmente com carvalhos e de clima mediterrâneo, o ápice ligeiramente arredondado, com e sobreiros, arbustos, bem como com margens viradas trás, dispostas em grupos tomilho, medronho e estevas. apertados ao longo do tronco. As flores são pequenas e roxas e estão agrupados na Fenologia: Flores de Fevereiro a Junho. parte final do caule em estruturas muito vistosas, que são coroadas por um tufo de Curiosidades: O nome genérico de brácteas estéreis. As brácteas são estruturas lavanda vem do latim lavar, verbo que foliares, cuja função é proteger as flores e significa lavar, purificar, uma vez que esta botões no seu desenvolvimento. espécie e outros da mesma família, têm sido usadas desde os tempos antigos nos banhos de cheiro. Também são extraídos os óleos essenciais utilizados na aromaterapia pelas suas propriedades calmantes. Na medicina popular são bem conhecidos os seus benefícios, agindo como um desinfectante. A lavanda ou alfazema, como é conhecido em alguns lugares, é uma das plantas favoritas pelas abelhas para extrair o néctar, os apicultores aproveitam esse facto para esfregar as suas colméias com ela e atrair esses insectos. 87 Esteva (Cistus ladanifer) Descrição: Planta de crescimento arbustivo, conexão com manchas arroxeadas que perene e aromática, de 1-1,5 m. altura, aparecem nas pétalas. O caule e folhas contêm embora em terreno favorável, possa atingir até labdanum, uma espécie de goma-resina muito 3 m. As folhas são longas e estreitas sem aromática usada em perfumaria. Esta pecíolo, e muito pegajosa, devido à presença labdanum reflete a luz solar e impede a de um número infinito de glândulas transpiração da planta de adaptação ao clima secretoras. As flores são grandes e vistosas, mediterrânico que o torna resistente a longos com 5 pétalas brancas em sua totalidade ou períodos de seca. Por outro lado, a esteva com uma mancha arroxeada na base da desempenha um papel muito importante na mesma. O fruto, uma cápsula globosa e dura, propagação do fogo devido ao seu alto teor de se abre em 7-10 valvulas, que expelem óleo, e a recuperação de lugares devastados sementes incontáveis ao ar livre. por ela, porque as suas sementes suportam altas temperaturas e são uma das primeiras Habitat: Aparece junto a extensas áreas de espécies para germinar após um incêndio. carvalhos e azinheiras, juntamente com outros Também contém substâncias alelopáticas, ou arbustos, embora seja relativamente fácil seja, substâncias que inibem a germinação de encontrar lugares formados por grandes outras sementes ao seu redor. As estevas massas que foram destruídas pelo fogo. Nunca provocam a acidificaçao dos solos em que aparece em solos alcalinos. estão desenvolvidas. Fenologia: Florece em Abril e Maio. Curiosidades: Esta planta também é conhecida como jara das cinco chagas, em 88 Jasmim Silvestre (Jasminum fruticans) Descrição: Planta de porte arbustivo e Habitat: Embora possa existir em zonas perene. Tem caules verdes ramificados de clima continental, é considerado um quadrangular, aparecen habitante típico da floresta mediterrânica, pequenas folhas simples e divididas em 3 aparecendo geralmente perto de arbustos lóbulos, de cor verde e brilhante. As flores ou árvores como o carvalho. Atinge o seu são pequenas campainhas amarelas são máximo agrupados no final dos ramos. O fruto é calcários, mas não é uma condição para uma pequena bagas pretas e brilhantes aparecer. nas quais desenvolvimento em solos carnudas. Fenologia: Flores de Abril a Agosto. Frutos no final do Verão. Em regiões muito frias podem perdem as folhas no Inverno. Curiosidades: Foram obtidas a partir desta espécie, inúmeras variedades de jasmim que são cultivadas ornamentais proporcionando abundante. Fornecem um como floração cheiro agradável, pelo que também são muito apreciados na indústria de perfumes. As folhas de chá de jasmim têm certas propriedades medicinais como um sedativo e analgésico. 89 Rosa do Monte - Peonía (Paeonia broteroi) Descrição: É uma planta herbácea e perene porque, em altas doses, as sementes são de grande tamanho, cerca de 50 cm. As tóxicas e as flores pode causar cólicas e folhas são muito grandes e ovais, geralmente diarreia. Possui propriedades medicinais dividida em duas, e tem tons de azul-verde. como espasmolítico, sedativo ou contra As flores são grandes, entre 12-15 cm. São hemorróidas. Durante muito tempo, esta muito vistosas, com 7-9 pétalas de cor rosa planta foi considerada um talismã de fúcsia e estames brilhantes amarelos. Os proteção, plantando-se com o bjectivo de frutos são folículos pelosos, geralmente 4 ou proteger de tempestadas e granizos. Pela sua 5, que contêm em si sementes de várias vistosidade, é utilizada, frequentemente cores, de vermelho a azul. como ornamental. Hábitat: Endemismo ibérico é forma parte da camada de arbustos dos azinhais, carvalhais ou quejigales, sempre resguardados do sol e procurando a sombra. São indiferentes às condições do solo, aparecendo em ambos os solos, básicos e ácidos. Fenología: Florecem de Abril a Maio, dando um toque exótico ao bosque mediterrêneo. Curiosidades: A utilização desta planta necessita de cuidados médicos específicos, 90 Dedaleira (Digitalis thapsi) Descrição: herbácea grande que atinge Habitat: Aparece em solos secos e ácidos facilmente os 70 cm. de altura. É uma rochosos de quartzito Berrocales ou planta bienal. Durante o primeiro ano, ardósia, destacando o seu verde sobre a mostra uma roseta de folhas no solo e vegetação remanescente. depois no segundo ano um tronco oco com muitas flores. Estas são grandes, em forma Fenologia: flores de Abril a Agosto. de sino, um pouco peludo e rosa muito marcante. As folhas são verde-amarelo e Curiosidades: É uma planta utilizada na um pouco pegajosas, devido à presença de indústria farmacêutica, juntamente com numerosos pêlos glandulares. outras espécies de Digitalis purpurea como dedaleira, graças ao seu ingrediente ativo, digitálicos. Este composto químico é um potente tónico cardíaco e é altamente tóxico se exceder a dose necessária. É indicada em casos de taquicardia, arritmias e insuficiência cardíaca. Atua também como um bom diurético e corrige deficiências renais causadas por falta de irrigação sanguínea. A coleta das folhas para extrair os ingredientes ativos ocorre durante o Verão do primeiro ano ou segundo período de floração. Esta planta, é também conhecida como verbasco. 91 Cravina-brava (Dianthus lusitanicus) Descrição: herbácea perene, com hastes cravos selvagens são os pais dos cravos azul-verde até 35 cm. de altura. As folhas cultivados. são lineares, com uma aparência carnuda, utilizados em jardinagem, e que, por meio parecendo soldadas as bases. As flores têm da seleção e manipulação genética levaram 5 pétalas profundas rosa e dentadas na finalmente a uma infinidade de variedades margem, uma reminiscência de cravo e formas, que em muitos casos não são usado como ornamental, Têm sido amplamente Aparecem semelhantes, praticamente nada, aos seus solitárias ou em pares, no final das hastes. parentes selvagens. Ocasionalmente, têm O fruto é uma cápsula de 4 dentes. sido usadas como plantas medicinais, principalmente, para produzir gotas (água- Habitat: Habita áreas com rochas elevadas, muitas vezes entrando nas fissuras das rochas para criar raízes. Nestas áreas acompanha o carvalho, zimbro, vassoura, narcisos, etc. Inevitavelmente aparece em solos ácidos até 2.000 m. de altitude. Fenologia: flores entre maio e julho, mas as plantas com flores podem ser encontrados também no Outono. Curiosidades: endémica da Península Ibérica. O rosa, juntamente com outros 92 de-rosa) usadas contra infecções e outras doenças oculares. Narciso (Narcissus rupícola) Descrição: Pequena erva notável pela sua estendem numa coroa coloração amarela. Tem poucas folhas, semelhante a uma tigela. ou corolla, geralmente 2-4 que se encontram na base e se assemelham às dos juncos. O caule é Habitat: Muitas vezes em encostas nu e as flores estão dispostas no final do rochosas e substrato de granito. Requer mesmo, geralmente solitárias, e têm um solos com alguma humidade. tamanho entre 2 e 2,5 cm. de diâmetro. A flor é em forma de cone de funil ou Fenologia: Floresce de Fevereiro a Março. estreito, terminando em um copo de peças similares composta de 6 pétalas que se Curiosidades: Reproduz-se por bulbos. Graças às técnicas de seleção genética foram obtidas muitas variedades de narcisos que são usados como plantas ornamentais. Ao contrário dos narcisos silvestres, os obtidos por manipulação genética, desenvolvem uma grande quantidade de tepals. O nome é derivado do verbo daffodil narkao grega que significa drogar e refere-se ao aroma desta planta, que, num ambiente fechado, pode causar náuseas ou dores de cabeça. Os árabes consideravam o narciso um afrodisíaco e na Roma antiga e seu óleo era um ingrediente essencial em perfumes. 93 Espora - de - Cavaleiro Delphinium fissum) Descrição: Planta herbácea de até 160 cm subespécies de Delphinium fissum, todos de altura e caules estriados. As folhas mais ameaçados de extinção. Junto com fissum baixas, que parecem formar uma roseta Delphinium, aparecem na região da basal, são espalmadas com 3-5 segmentos. fronteira com Portugal e Espanha outras As flores (20-40) reúnem-se em grupos no quatro espécies que estão criticamente final do caule. O cálice é composto por 5 ameaçadas partes (sépalas) semelhante a pétalas que Schrophularia variam em cor do branco ao azul-violeta lopesianum, schmitzii Isatis platyloba e escuro Allium. e violeta. A parte superior é transformada em estolões de 15-17 mm. Habitat: pastagens e vegetação em áreas sombreadas, solos de calcário e granito. Fenologia: Após o fim das chuvas de inverno brotam as folhas formando uma roseta basal, o desenvolvimento de hastes florífera na primavera. As flores aparecem no verão e frutos em setembro. Curiosidades: Tem alcalóides que podem ser tóxicos. A concentração destes alcalóides em plantas jovens e sementes é muito maior do que em adultos. Há 5 94 de extinção valdesii, como Anthirrinum Orquídea (Orchis coriophora) Descrição: Uma planta herbácea da família das orquídeas, de 25 a 30 cm de altura. O Habitat: pastagens molhada em solos nome vem do grego orchis orkhis, ácidos. testículos, e faz alusão à semelhança entre estes e o tubérculo basal da planta. Fenologia: flores de Maio a Julho. Geralmente, há dois tubérculos. Tem um caule ereto com folhas alongadas, estreitas Curiosidades: e envainantes, ou seja, envolvendo o tronco. consideradas As A inflorescência é no final do tronco num impressionantes grupo de condensado de flores de rosada existem. Estima-se que existem cerca de para roxa-acastanhada. 20.000 espécies distribuídas em cinco uma e orquídeas das plantas espetaculares são mais que continentes. São peculiares, desde o nascimento como necessidade de simbiose com um fungo para se desenvolver. Geralmente, as orquídeas da Península Ibérica são polinizadas por insetos, na forma de néctar, visitando estas plantas. Orchis coriophora também tem outra peculiaridade é que às vezes cruza com outras espécies de orquídeas. Tem um cheiro um tanto desagradável, que levou em alguns lugares, a ser conhecido como "cheiro de percevejos." 95 Fetos 96 Feto (Polipodium sp.) frondes, dispostas em duas linhas de cada lado da nervura central de cada segmento de folha. Habitat: Cresce em árvores, paredes, preferindo lugares como fendas de rochas ricas em matéria orgânica e ácidos. Requer Descrição: Pequeno feto, de 5 a 30 cm. de um clima relativamente temperado e altura. As frondes (folhas) crescem a partir húmido. de um rizoma cobertas com escamas e oval escuro. Medem comprimento divididas e em até 45-50 estão cm de Fenologia: Amadurece de junho a setembro. profundamente segmentos estreitos e Curiosidades: O rizoma é usado alongados, dispostos ao longo de uma medicinalmente, como um laxante suave e nervura central. As estruturas reprodutivas como efeito vermífugo, se tomado como um são arredondadas e estão na parte de trás das chá. Avenca-brava (Asplenium trichomanes) Descrição: Pequeno feto perene que não costuma ultrapassar os 25 cm. Tem um rizoma curto a partir do qual surgem muitas raízes duras e finas. As folhas (frondes) crescem em rosetas e são divididas em folhetos ovaiscujas margens aparecem serrilhadas. Por encontram-se circulares trás esporos dos em folhetos, estruturas Fenologia: As suas estruturas reprodutivas amadurecem ao longo do ano. protegidas por uma pequena Curiosidades: As suaa folhas têm um sabor membrana. adocicado desagradável. É usado na Habitat: rochas calcárias, paredes e rochas medicina popular contra a perda de cabelo, escuras. também para limpar os pulmões e tratar constante. Necessidades de humidade problemas de fígado. 97 Plantas medicinais Desde tempos antigos, as plantas têm sido Hipericão (ypericum perforatum) usadas como fibras têxteis para fabricar Partes utilizadas: Flores, folhas. utensílios ou pelas suas propriedades Usos: A infusão das flores atua como um medicinais e / ou cosméticas. O resultado é analgésico, aetnobotânica, ou seja, a união de Botânica reumatismo, dores nas costas, artrite, etc. (ciência que estuda as plantas) e etnologia Também é válida como um sedativo e (estudo das causas e razões da cultura e os antidepressivo. Embebido em óleo são costumes dos povos). Na maioria dos casos, usados como anti-inflamatórios, para os usos medicinais das plantas são testados aliviar as queimaduras e feridas de e são a base das drogas usadas atualmente. cicatrização. Também tem sido usado para Em outras ocasiões, têm sido atribuídas curar ferimentos nos animais e dor propriedades curativas a certas plantas, abdominal. combatendo a dor de devido ao formato das folhas ou flores, com alguma semelhança com as partes do corpo Arruda (Ruta graveolens) como o coração ou os pulmões. Partes utilizadas: Folhas. Usos: É altamente tóxica e deve ser usada Como resultado da superstição, também com cautela, dosagens incorretas podem têm sido usadas como amuletos de causar vómitos, diarréia e excesso de proteção. Em qualquer caso, o seu uso é o menstruação. Marinada em óleo é usada fruto da sabedoria, como tal, é interessante para curar e cicatrizar feridas. A água conhecê-las e apreciá-las. O uso de plantas resultante do cozimento das folhas funciona como remédio para certas doenças deve ser como um desinfetante contra piolhos. cauteloso, o erro em reconhecer a espécie Ingerido actua como calmante, vermifugo e ou estimulando o fluxo sanguíneo. Um uso o uso inadequado intoxicação grave. 98 pode causar mais frequente foi o abortivo. Tasneira (Senecio jacobea) Sanguinária (Paronychia argéntea) Partes utilizadas: Toda a planta. Partes utilizadas: Flores, Folhas. Usos: Em alguns lugares é usado como Usos: Diz-se que esta planta ajuda a antiparasitário do gado e segue-se o seguinte purificar o sangue e aumenta a pressão ritual: a planta é arrancada e diz-se "bons arterial. A infusão de flores secas também dias cachipiezo não sabes que a minha vaca fornece uma ajuda eficaz para combater a (nome de vaca) tem bichos no/a (parte do doença renal. Para combater a dor no pé, animal), cura-lhoa, quanto mais melhor, deve meter-se esta planta nos sapatos. "(Citação recolhida na aldeia de Trabanca. A fórmula pode variar). Puxe a planta sem Erva-andorinha ( Chelidonium majus) olhar para trás tentando não cair na água, Partes utilizadas: Caule. pois isso iria atrasar o efeito. Quanto antes Usos: Pressionando o tronco extrai-se um secar a planta , mais eficaz será o remédio. líquido amarelado, que tradicionalmente tem sido usado para curar feridas, aplicando-o Poejo (Mentha pulegium) diretamente sobre a pele. É uma planta Partes utilizadas: Planta inteira, flores. venenosa imprópria para auto-curativos, Usos: Amuleto para a prevenção de mesmo em aplicação externa. resfriados. Alguns espécimes são recolhidos no chão, amarrados e pendurados em casa, Verbena (Salvia verbenaca) evitando os males de um resfriado. Também Partes utilizadas: Sementes, folhas. se toma em Infusão e é usado como tempero Usos: As sementes desta planta colocadaa para marinadas. nas vias lacrimais são usadas para limpar os olhos. Também é comestível e tem sido Urtiga (Urtica dioica) usada para dar sabor a saladas . Partes utilizadas: Folhas, raízes. Usos: A infusão de folhas é um diurético e é Malva (Malva silvestris) eficaz em melhorar a circulação sanguínea. Partes utilizadas: Folhas, flores. Para aliviar condições como lombalgia, Usos: As folhas em cataplasma são reumatismo e dor ciática, deve-se ser preparados e colocados em feridas. Também atingido com a planta diretamente na a área tem propriedades laxativas e diuréticas, mas afetada. A decocção da raiz é usada como a mais utilizada é a infusão de flores secas, uma loção contra a caspa e seborréia, para que ajuda a atenuar os efeitos do resfriado. dar força e brilho e evitar a perda de cabelo. Em infusão é usado para controlar pragas de Oliveira (Olea europea) vermes e lagartas, enquanto trabalha Partes utilizadas: Folhas. também como fertilizante. Usos: Devem ferver-se as folhas da oliveira 99 em número ímpar, e depois de ingerir a em infusão. É um bom remédio para baixar a antiespasmódico chá como um pressão arterial. cataplasmha é usado como desinfetante e e estimulante, bálsamo. Em anti-séptico. Fiolho (Foeniculum vulgae) Partes utilizadas: Fruto maduro. Oregão (Origanum vulgare) Usos: No chá e tinturas são usados para Tomado em infusão estimula o apetite, e é aliviar os gases, digestão difícil, colite e um bom expectorante e calmante durante os espasmos intestinais . Utilizado como ataques de tosse, também se usa para ese condimento. efeito a cenoura (Daucus carota). Tomilho ( Thymus vulgaris) Loureiro (Lauris nobilis) Partes utilizadas: Folhas e flores secas. Deve colher-se um número ímpar de folhas, Usos: Condimento, conservante em marinadas e aromatizante na cozina. É usado 100 é adicionado açúcar e fervido. É útil contra dores de estômago.