ESCALAS Uma escala é uma selecção de certas notas dentro de uma oitava. A primeira escala que discutiremos é a escala maior. Uma escala musical é 1) um grupo de notas musicais que derivam, em parte ou no todo, do material escrito de uma composição musical; 2) uma sequência ordenada de tons pela frequência vibratória de sons, (normalmente do som de frequência mais baixa para o de frequência mais alta), que consiste na manutenção de determinados intervalos entre as suas notas. Em solfejo, as sílabas para representar as notas, de quaisquer escalas, são: Dó, Ré, Mi, Fá, Sol, Lá, Si (Dó). Estas notas, no Mundo Anglo-Saxônico, são representadas pelas equivalentes seguintes letras: C, D, E, F, G, A, B (C), respectivamente, apesar de que, no solfejo, os anglo-saxônicos preferem usar números, substituindo as sílabas anteriormente mencionadas, por 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, embora possam também usar as sílabas em vez dos números. Similarmente, o acidente de sustenido adicionado a uma destas notas, e que adiciona meio tom na altura desta, é representado pelo símbolo "#" na nomenclatura anglo-saxônica; enquanto o "bemol", adicionado a qualquer nota, e que diminui a altura do som da nota em meio tom, é representado pelo símbolo "b" na nomenclatura anglosaxônica. História A partir da descoberta de artefactos musicais pré-históricos, supõe-se que a primeira escala desenvolvida tenha sido a escala de cinco sons ou pentatônica, o que é confirmado pelo estudo de sociedades antigas encontradas contemporaneamente. Observando-se, no entanto, que a palavra "Pentatónica" é, na verdade, substituída no vocabulário musical, pela palavra "Pentatónica", uma vez que a primeira (Pentatónica), remete à ideia de cinco notas tónicas em uma mesma escala ou tonalidade sonora musical, o que não é a verdade; e a segunda (Pentatónica), refere-se, mais claramente, à escala ou tonalidade formada por cinco sons ou notas diferentes. As escalas de 7 notas foram prováveis desenvolvimentos da escala Pentatónica e tem-se o registro de sua utilização pelos gregos, apesar de que qualquer tentativa de resgate da sonoridade dessas escalas tratar-se-á de exercício puramente especulativo. A música grega morre junto com o Império Romano, deixando apenas uma nota de rodapé do que seria todo o sistema musical utilizado à época. O fato é que, com o surgimento do cristianismo, houve uma adopção dos ritos judaicos, e essa é a origem do que seria a música ocidental posterior. Na Idade Média, a elaboração de um sistema de escalas (vem do italiano e significa escada) levava em conta, não somente a nota fundamental do modo (fundamentalis), como também a chamada corda de recitação, que era a nota ao redor da qual a melodia se desenvolvia, sendo essa nota a mais utilizada na música. Essas escalas foram chamadas de modos eclesiásticos e compunham-se de quatro: protus, deuterus, tritus e tetrardus. Esse sistema, chamado modal, não é um sistema totalmente definido; como há variação da corda de recitação entre duas músicas, elas podem estar dentro de um mesmo modo, mas se desenvolvem em direcções diferentes, sendo reclassificadas aí, a depender do âmbito em que elas se desenvolveram, como estando no modo plagal ou autêntico. Além disso, a música poderia muito bem gravitar entre os modos, o que dificultaria a classificação exacta sobre o modo em que ela está (ou em que modo começou, ou em que modo terminou). Posteriormente, dois modos receberam a preferência dos compositores (o modo chamado jónico, ou tritus plagal, e o chamado eólio, ou protus plagal), sendo estes as origens das escalas diatónicas maior e menor: iniciava-se o período tonal da música. A partir do temperamento da música, ocorrido no séc. XVIII, onde procurava-se dar os mesmos valores proporcionais aos intervalos da escala diatónica, surge uma nova escala, em que todas as notas têm o mesmo valor dentro desta: a escala cromática. Com o segundo período do romantismo musical (romantismo nacionalista), fez-se necessária a incorporação de escalas exóticas nas quais as músicas de muitos países se baseavam. Às escalas ciganas, já conhecidas séculos antes, juntam-se escalas mozárabes, russas, eslavas, etc. Debussy incorpora a escala de tons inteiros, onde se divide a oitava em seis intervalos iguais de um tom, à música. Posteriormente, novas escalas surgiram, com a chamada música micro-tonal, além de incorporações de escalas antigas, como a indiana, que divide a oitava em 22 sons, e a escala nordestina brasileira, mistura dos modos lídio e mixolídio. Os nomes das notas musicais foram dados pelo monge beneditino italiano Guido d'Arezzo (995-1050), que retirou a primeira sílaba de cada verso de um hino a São João Batista, abaixo: UT queant laxis REsonare fibris MIra gestorum FAmuli tuorum SOLve polluti LAbii reatum Sancte Ioannes