bronquiectasia - Luzimar Teixeira

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BRONQUIECTASIA
O que é?
É o alargamento ou distorção dos brônquios. Os brônquios são tubos por onde o ar entra e sai
dos pulmões. Dentro de cada pulmão, eles vão se ramificando como galhos de árvore,
formando a árvore brônquica.
Na árvore brônquica normal, à medida que se dirigem à periferia dos pulmões, eles vão se
dividindo e afilando. Quando não ocorre esta diminuição de calibre ou, ao contrário, o calibre
aumenta, dizemos que existe bronquiectasia.
Esta distorção irreversível dos brônquios decorre da destruição do componente elástico que
compõe a parede destes.
A bronquiectasia, antes da existência dos antibióticos, foi uma doença bastante comum. Com o
surgimento dos antibióticos e das campanhas de vacinação (contra o sarampo, coqueluche e
tuberculose), ela tornou-se menos comum em virtude do melhor tratamento e prevenção das
infecções respiratórias, respectivamente.
Além dos microorganismos citados acima, vírus como o adenovírus tem potencial para gerar
bronquiectasias. Bactérias destrutivas como o Staphylococcus aureus, a Pseudomonas
aeruginosa, a Klebsiella pneumoniae, o Mycoplasma pneumoniae e os anaeróbios também
podem causar as bronquiectasias. Os fungos como o Aspergillus e o Histoplasma também
podem contribuir para o surgimento da doença.
Como se desenvolve?
A bronquiectasia pode ser congênita (desde o nascimento) ou adquirida. Para a bronquiectasia
surgir, há necessidade da presença de dois elementos: a agressão por uma infecção e a
deficiência na resolução (“limpeza”) das secreções brônquicas. Portanto, quanto mais agressivo
o germe causador da infecção e quanto pior os mecanismos e as condições de defesa dos
pulmões e do organismo como um todo, maiores as chances de desenvolvimento da doença.
Com a perpetuação do processo inflamatório nos brônquios, estes vão se destruindo.
O que se sente?
O portador típico de bronquiectasia é aquele indivíduo que tem tosse com expectoração
(escarro) persistente e em grande quantidade, principalmente, pela manhã. Estas alterações
são crônicas, mas apresentam períodos de piora, com necessidade de uso freqüente de
antibióticos. Nesta situação, pode haver febre, perda do apetite, falta de ar, chiado no peito,
expectoração com sangue e piora do estado geral da pessoa afetada.
Todavia, as manifestações da doença podem ser frustras ou a pessoa pode até não ter nenhum
sinal ou sintoma.
Existe também um tipo de bronquiectasia – bronquiectasia seca – na qual não há aquela
expectoração abundante e persistente de muco (catarro) como na maioria dos casos. Ela se
manifesta como episódios de hemoptise (sangramento ao tossir), e usualmente decorre de
lesões cicatrizadas de tuberculose.
Como o médico faz o diagnóstico?
Com as alterações que o doente apresenta, o médico poderá suspeitar do diagnóstico de
bronquiectasia No entanto, a confirmação da doença virá através dos exames de imagem–
radiografia, tomografia computadorizada ou broncografia do tórax. Este último, no passado, foi o
único método capaz de firmar tal diagnóstico. Com o surgimento da tomografia
computadorizada (TC), esse exame caiu em desuso. Nele são feitas radiografias após o uso de
substância que contrasta os brônquios do indivíduo.
Como a broncografia não era um exame de fácil realização, a TC surgiu como alternativa.
Contudo, a TC não tem a mesma precisão da broncografia na identificação de certas lesões.
Para se buscar possíveis fatores predisponentes para a doença, faz-se necessário a realização
de outros exames.
A radiografia do tórax pode ser normal nos indivíduos acometidos pela doença.
Como se trata?
A cirurgia como tratamento deve ser realizada nos casos em que a doença é localizada (quando
acomete só uma parte do pulmão) e não há melhora dos sintomas com o tratamento
conservador.
A cirurgia também é uma opção nos casos de pacientes com hemoptises. Contudo, antes da
realização da cirurgia, o médico deverá se certificar que o indivíduo possui uma reserva de ar
que possibilite tal procedimento.
Nos casos em que a doença é difusa, o tratamento é conservador. Além dos antibióticos, que
são armas importantíssimas nesta modalidade de tratamento, a fisioterapia é fundamental no
tratamento dos pacientes com bronquiectasias.
Através de manobras, em especial de drenagem postural– o indivíduo é colocado numa
posição, de acordo com a localização de suas lesões, para que a gravidade ajude na drenagem
das secreções contidas nos locais afetados do pulmão ou pulmões. A fisioterapia pode, com
isso, reduzir o número de exacerbações da doença e a sua progressão.
A drenagem postural deve ser feita diariamente, com duração de quinze a trinta minutos por
sessão para que seja eficaz.
Dentre as medicações que podem auxiliar no tratamento também estão os mucolíticos – que
promovem uma maior depuração das secreções brônquicas – e os broncodilatadores para alívio
da falta de ar e do chiado no peito.
Nos pacientes com bronquiectasias difusas, com grave prejuízo na qualidade de vida, o
transplante pulmonar poderá ser realizado
Existem pacientes com fibrose cística associada à bronquiectasia difusa que fazem o
transplante pulmonar. A fibrose cística é uma doença hereditária que acomete, principalmente,
os pulmões e o pâncreas. No pulmão, o muco espesso leva à obstrução dos brônquios,
resultando em infecções de repetição e surgimento de bronquiectasias.
Como se previne?
Os indivíduos com bronquiectasia devem receber as vacinas contra o vírus influenza e o
pneumococo (bactéria implicada em muitas infecções respiratórias) para a profilaxia das
exacerbações infecciosas da doença.
As imunizações (vacinações) contra agentes agressores broncopulmonares são importantes
para prevenir o desenvolvimento da doença
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