RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ EDSON MICHELON BENTO MÁRCIO VICTOR DE LIMA RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE Trabalho de Diplomação, apresentado ao Departamento de Acadêmico de Eletrotécnica da UTFPR, unidade Curitiba, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo Eletrotécnica, Modalidade Automação industrial. Orientador: José da Silva Maia, M. Engº. CURITIBA 2006 em RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE EDSON MICHELON BENTO MÁRCIO VICTOR DE LIMA RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE Este Trabalho de diplomação foi julgado como requisito parcial para a obtenção do Título de Tecnólogo em Eletrotécnica, Modalidade Automação em Acionamentos Industriais, do Curso Superior de Tecnologia em Eletrotécnica do Universidade Tecnológica Federal do Paraná Curitiba, 30 de janeiro de 2006. ___________________________________ Profº. Márcio Aparecido Batista Coordenador de Curso Departamento Acadêmico de Eletrotécnica ___________________________________ Profº. Andréia Costa Coordenadora de Trabalho de Diplomação Departamento Acadêmico de Eletrotécnica BANCA EXAMINADORA ___________________________ ___________________________ Prof. Prof. M. ENGº José da Silva Maia Universidade Tecnológica Federal o Paraná Universidade Tecnológica Federal o Paraná Orientador ___________________________ Prof. Universidade Tecnológica Federal o Paraná RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE DEDICATÓRIA Oferecemos este trabalho à nossos pais, que sempre nos apoiaram, incentivaram e investiram seus esforços, com o objetivo de nos projetar para um futuro melhor. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE AGRADECIMENTOS - A Deus que iluminou todos os passos do nosso trabalho. - Ao Professor José da Silva Maia, M. Engº, pela dedicação, competência, respeito e paciência na orientação deste trabalho. - A nossa família e a namorada do Edson, Valéria Gomes de Mello, pela compreensão de nossa ausência e pelas palavras de incentivo que nos impulsionaram a trilhar esta jornada. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE RESUMO Aliando o estudo do controle de potência e a oportunidade de contribuir para o aprendizado e ensinamento sobre o assunto foi produzido um protótipo modular de um retificador semicontrolado para carregar bateria, que poderá vir a ser utilizada durante aulas na UFTPR. A estrutura do módulo de potência é a parte responsável pela conversão de tensão e corrente alternadas em tensão e corrente contínuas, este processo leva o nome de retificação, que neste caso é semi-contolada. Para realizar os disparos dos SCR´s foram desenvolvidas estratégias que se utilizam de UJT e TCA 785 que são componentes utilizados para o controle de disparo. Este controle deve satisfazer as necessidades da carga, no caso o acumulador. Palavras-chave: eletrônica de potência, carregador de bateria, UJT, TCA 785. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE ABSTRACT Allying the study of the potency control and the opportunity of contributing for the learnig/teaching on the subject a moodular portotype was produced of a rectifier semicontrolled to carry banks of batteries, breaking of a proposed model.The structure of the potency module is the responsible part for the tension conversion and alternating current in tension and continuous current, this process takes the name of rectification, that is semicontrolled in the case of this work. The components that are used to control the trigger of the SCR´s gates are UJT and TCA 785. This control owes to satisfy the needs of the load, in the case the accumulator. Key-words: potency electronic, accumulator, UJT, TCA 785. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – VISTA INTERNA DO RETIFICADOR MODELO ........................................................................... 14 FIGURA 2 – RETIFICADOR PROTÓTIPO ............................................................ Erro! Indicador não definido. FIGURA 3 – RETIFICADOR DE MEIA-ONDA COM CARGA RESISTIVA ........................................................ 19 FIGURA 4 – RETIFICADOR DE MEIA-ONDA COM CARGA INDUTIVA .......................................................... 20 FIGURA 5 – CARGA INDUTIVA COM UM FWD ............................................................................................... 23 FIGURA 6 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL ......................................... 25 FIGURA 7 – RETIFICADOR MONOFÁSICO, ONDA COMPLETA, DIODO PONTO MÉDIO............................ 26 FIGURA 8 – RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL COM CARGA INDUTIVA....................................... 27 FIGURA 9 – FORMAS DE ONDA DE CORRENTE, CARGA BASTANTE INDUTIVA ...................................... 28 FIGURA 10 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE................................................................... 29 FIGURA 11 – RETIFICADOR EM PONTE ......................................................................................................... 30 FIGURA 12 – FORMAS DE ONDA PARA UM RETIFICADOR EM PONTE ..................................................... 30 FIGURA 13 – CIRCUITO RETIFICADOR EM PONTE, CARGA INDUTIVA ...................................................... 31 FIGURA 14 – FORMAS DE ONDA PARA A FIGURA 13 (L – R) ...................................................................... 31 FIGURA 15 – FORMAS DE ONDA PARA A FIGURA13 (L >> R)..................................................................... 32 FIGURA 16 – RETIFICADOR CONTROLADO DE MEIA ONDA ....................................................................... 34 FIGURA 17 – RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL .................................................................... 36 FIGURA 18 – CARGA RL COM FWD ................................................................................................................ 37 FIGURA 19 – CIRCUITO RETIFICADOR, ONDA COMPLETA, TERMINAL CENTRAL .................................. 38 FIGURA 20 – FORMAS ONDA, RETIFICADOR ONDA COMPLETA, TERMINAL CENTRAL ......................... 39 FIGURA 21 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR TERMINAL CENTRAL, CARGA RL ............................... 40 FIGURA 22 – RETIFICADOR TERMINAL CENTRAL, CARGA RESISTIVA RL E FWD .................................. 41 FIGURA 23 – CIRCUITO RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE ................................................ 42 FIGURA 24 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR EM PONTE, CARGA RESISTIVA ................................... 43 FIGURA 25 – RETIFICADOR EM PONTE COM CARGA RL ............................................................................ 44 FIGURA 26 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR EM PONTE, BAIXA CARGA INDUTIVA ......................... 44 FIGURA 27 – FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR EM PONTE COM L>>>R ..................................... 45 FIGURA 28 – CARACTERÍSTICA DE CONTROLE, RETIFICADOR EM PONTE ............................................ 46 FIGURA 29 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE COM FWD ................................................ 47 FIGURA 30 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DE CORRENTE PARA A FIGURA 29 .............................. 47 FIGURA 31 – CIRCUITO SEMICONTROLADO, ONDA COMPLETA EM PONTE ........................................... 48 FIGURA 32 – FORMAS ONDA, RETIFICADOR PONTE ,SEMICONTROLADO, CARGA RL ......................... 49 FIGURA 33 – RETIFICADOR SEMICONTROLADO EM PONTE COM FWD ................................................... 51 FIGURA 34 – TRANSISTOR DE UNIJUNÇÃO (UJT)........................................................................................ 52 FIGURA 35 – CIRCUITOS OSCILADOR DE RELAXAÇÃO ............................................................................. 53 FIGURA 36 – FORMAS DE ONDA DO OSCILADOR DE RELAXAÇÃO COM UJT ......................................... 54 FIGURA 37 – CIRCUITO INTEGRADO DE DISPARO TCA 785 ....................................................................... 55 FIGURA 38 – REFERÊNCIA PARA O DETECTOR DE PASSAGEM POR ZERO ........................................... 56 FIGURA 39 – SAÍDA DE UM GERADOR DE RAMPA ...................................................................................... 57 FIGURA 40 – COMPARADOR DE DISPARO DO TCA 785 .............................................................................. 58 FIGURA 41 – FORMAÇÃO DOS PULSOS DE DISPARO ................................................................................ 59 FIGURA 42 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO TRANSFORMADOR DE PULSO............................................ 60 FIGURA 43 – ACOPLADORES ÓPTICOS ........................................................................................................ 61 FIGURA 44 – PILHA DE VOLTA ....................................................................................................................... 63 FIGURA 45 – ACUMULADOR ........................................................................................................................... 64 FIGURA 47 – PROCESSO DE ÓXIRREDUÇÃO ESPONTÂNEA ..................................................................... 66 FIGURA 48 – PROCESSO DE ELETRÓLISE.................................................................................................... 66 FIGURA 49 – RETIFICADOR MODELO ............................................................................................................ 81 FIGURA 50 - PLACA RT .................................................................................................................................... 83 FIGURA 51 - PLACA MCA................................................................................................................................. 83 FIGURA 52 – PULSO DE DISPARO DO UJT.................................................................................................... 84 FIGURA 53 – TENSÃO DE DISPARO DO UJT ................................................................................................. 85 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE FIGURA 54 – TENSÃO NO TERMINAL B2 DO UJT ......................................................................................... 85 FIGURA 55 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO DE DISPARO UJT ....................................... 86 FIGURA 56 – CIRCUITO BASE DO TCA .......................................................................................................... 90 FIGURA 57 – DIAGRAMA DA PLACA DO TCA 785 ........................................................................................ 91 FIGURA 58 – CIRCUITO DO TCA ..................................................................................................................... 92 FIGURA 59 – TENSÃO DE REFERÊNCIA ........................................................................................................ 93 FIGURA 60 – RAMPA DE CONTROLE ............................................................................................................. 93 FIGURA 61 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 24V ........................................................................... 94 FIGURA 62 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 26V ........................................................................... 95 FIGURA 64 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 29V ........................................................................... 96 FIGURA 65 – PULSO DE DISPARO TCA ......................................................................................................... 97 FIGURA 66 – PULSO SCR´S ............................................................................................................................. 97 FIGURA 67 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 24V ............................................... 98 FIGURA 68 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 25V ............................................... 98 FIGURA 69 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 26V ............................................... 99 FIGURA 70 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 27V ............................................... 99 FIGURA 71 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 29V ............................................. 100 FIGURA 72 – RETIFICADOR PROTÓTIPO ..................................................................................................... 101 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE LISTA DE QUADROS QUADRO 1 – DURAÇÃO DE PULSOS C12 ................................................................................................... 47 QUADRO 2 – CORRENTE DE DESCARGA.................................................................................................... 60 QUADRO 3 – TENSÃO NOS ACUMULADORES............................................................................................ 61 QUADRO 4 – DENSIDADE DO ELETRÓLITO ................................................................................................ 62 QUADRO 5 – LISTA DE COMPONENTES DA PLACA RT..............................................................................73 QUADRO 6 – LISTA DE COMPONENTES DA PLACA MCA ..........................................................................74 QUADRO 7 – TENSÃO DE CONTROLE NO PINO 11......................................................................................97 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE LISTA DE SIGLAS SCR – Silicon Controlled Rectifier / Retificador Controlado de Silício AC – Alterned Current / Corrente Alternada DC – Direct Current / Corrente Contínua CINDACTA 2 – Segundo Centro Integrado de Defesa e Tráfego Aéreo UJT – Unijunction Transistor / Transistor de Unijunção PCI – Placa de Circuito Impresso DAELT – Departamento Acadêmico de Eletrotécnica FWD – Freewheeling-diode / Diodo de roda livre VRLA – Valve Regulated Lead Acid / Acumulador Chumbo Ácido Regulado por Válvula AGM – Abortive Glass Mat / Manta Lã de Vidro Absorvente CI – Circuito Integrado TRIAC – Triode/Triodo Vc – Tensão de controle do pino 11 Vcr – Tensão de controle da rampa, pino 10 Placa RT – Placa de controle com UJT Placa MCA – Placa módulo de controle automático carga/flutuação TP – Transformador de pulso RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE SUMÁRIO RESUMO .......................................................................................................................... 5 ABSTRACT ...................................................................................................................... 6 LISTA DE FIGURAS ........................................................................................................ 7 LISTA DE QUADROS ...................................................................................................... 9 LISTA DE SIGLAS ......................................................................................................... 10 SUMÁRIO....................................................................................................................... 11 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................... 13 1.1 Tema ................................................................................................................... 13 1.2 Delimitação do tema.......................................................................................... 14 1.3 Problema e premissa ........................................................................................ 15 1.3.1 Problema ............................................................................................................. 15 1.3.2 Premissa ............................................................................................................. 15 1.4 Objetivos ............................................................................................................ 15 1.4.1 Objetivo geral ...................................................................................................... 15 1.4.2 Objetivos específicos........................................................................................... 16 1.5 Justificativa........................................................................................................ 16 2 ESTRUTURA DO MÓDULO DE CONTROLE DE POTÊNCIA............................ 18 2.1 Introdução .......................................................................................................... 18 2.2 Retificação não controlada ............................................................................... 18 2.2.1 Retificador monofásico de meia-onda a diodo ..................................................... 18 2.2.2 Retificador monofásico de onda completa com ponto médio ............................... 24 2.2.3 Retificador monofásico de onda completa em ponte ........................................... 28 2.3 Retificação controlada ...................................................................................... 32 2.3.1 Retificador monofásico controlado de meia-onda ................................................ 33 2.3.2 Retificador monofásico controlado de onda completa com terminal central ......... 38 2.3.3 Retificador monofásico controlado de onda completa em ponte .......................... 42 2.3.4 Retificadores semicontrolados em ponte ............................................................. 48 2.4 Justificativa da aplicação ................................................................................. 51 3 ESTRUTURA DAS MALHAS DE CONTROLE DE DISPARO ............................ 52 3.1 Controle com UJT.............................................................................................. 52 3.1.1 Circuito de disparo com UJT ............................................................................... 53 3.2 Controle com TCA 785 ...................................................................................... 55 3.3 Isolação de pulso de disparo ........................................................................... 60 3.3.1 Transformadores de pulso ................................................................................... 60 3.3.2 Acopladores ópticos ............................................................................................ 61 4 ACUMULADORES.............................................................................................. 62 4.1 Fatos básicos .................................................................................................... 63 4.2 Acumulador elementar ...................................................................................... 64 4.3 Princípio de funcionamento do acumulador ................................................... 65 4.4 Acumuladores chumbo-ácido .......................................................................... 67 4.4.1 Transformações eletroquímicas........................................................................... 68 4.5 Acumulador alcalino níquel-cádmio tipo bolsa ............................................... 69 4.5.1 Transformações eletroquímicas........................................................................... 69 4.6 Acumulador gel selado isento de gaseificação .............................................. 70 4.6.1 Transformações eletroquímicas........................................................................... 71 4.7 Associação de acumuladores .......................................................................... 71 4.8 Definições para acumuladores ......................................................................... 72 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 4.8.1 4.8.2 4.8.3 4.8.4 4.8.5 4.8.6 4.9 4.9.1 4.9.2 4.9.3 4.9.4 4.9.5 4.9.6 4.10 Capacidade ......................................................................................................... 72 Tensão ................................................................................................................ 73 Carga .................................................................................................................. 74 Gaseificação........................................................................................................ 75 Ciclo de descarga ................................................................................................ 75 Auto-descarga ..................................................................................................... 76 Fatores ambientais e de segurança ................................................................. 76 Ambiente para instalação .................................................................................... 76 Manuseio ............................................................................................................. 77 Informações de risco à saúde .............................................................................. 77 Primeiros socorros............................................................................................... 77 Risco de fogo ou explosão .................................................................................. 78 Compromisso com o meio ambiente ................................................................... 78 Comparação entre acumuladores chumbo-ácido e alcalinos ........................ 78 5 METODOLOGIA ................................................................................................. 80 5.1 Analise de Fenômenos para Fundamentação ................................................. 80 5.1.1 Recuperação do Retificador Modelo .................................................................... 81 5.1.2 Placas de Controle RT & MCA ............................................................................ 82 5.2 Instrumentos...................................................................................................... 86 5.3 Procedimentos .................................................................................................. 89 5.3.1 Placa Controle TCA ............................................................................................. 89 5.3.2 Ensaio do Protótipo Retificador ........................................................................... 94 5.3.3 Protótipo do Retificador ..................................................................................... 100 6 ANÁLISE DOS DADOS .................................................................................... 102 7 CONCLUSÃO ................................................................................................... 103 REFERÊNCIAS ............................................................................................................ 104 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 1 INTRODUÇÃO 1.1 Tema 13 O controle de fluxo de energia elétrica entre dois ou mais sistemas elétricos distintos sempre foi uma das grandes preocupações dos engenheiros eletricistas ao longo da história da engenharia elétrica. Para realizar tal controle, sempre foram procurados métodos que permitissem rendimentos elevados, visto que normalmente eles são empregados no tratamento de potências elevadas. Por isto foram concebidos interruptores tradicionalmente empregados, como relés e contactores. A necessidade de interruptores mais eficientes, compactos e rápidos levou ao desenvolvimento de interruptores eletrônicos. Assim, nos meados dos anos 60 surgiu o termo “eletrônica de potência” após a criação do SCR (retificador controlado de silício) pela General Electric nos Estados Unidos. A eletrônica de potência progrediu com rapidez nos últimos anos, com o desenvolvimento dos dispositivos semicondutores de potência que podem chavear altas correntes eficientemente em altas tensões. Uma vez que esses dispositivos oferecem alta confiabilidade e são de pequeno porte, a eletrônica de potência expandiu sua abrangência para diversas aplicações, uma delas são as fontes reguladas de energia. “O extenso campo da engenharia elétrica pode ser dividido em três ramos principais: potência, eletrônica e controle. A eletrônica de potência trata da aplicação de dispositivos semicondutores de potência, como tiristores e transistores, na conversão e no controle de energia elétrica em níveis altos de potência. Essa conversão normalmente é de AC (corrente alternada) para DC (corrente contínua) ou vice-versa, enquanto os parâmetros controlados são tensão, corrente e freqüência. A simples retificação de AC para DC, por exemplo, é uma conversão de potência. Mas, caso se aplique ajuste de nível de tensão na retificação, tanto a conversão como o controle de energia elétrica, passam a estar envolvidos no processo. Portanto, a eletrônica de potência pode ser considerada uma tecnologia interdisciplinar que envolve três campos básicos: a potência, a eletrônica e o controle.” (Eletrônica de potência, Guilherme Rebouças de Palma, p.4). A eletrônica de potência pode ser definida como uma ciência aplicada dedicada ao estudo dos conversores estáticos de energia elétrica. Um conversor estático pode ser definido como um sistema, constituído por elementos passivos (resistores, capacitores e indutores) e elementos ativos RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 14 (interruptores), tais como diodos, tiristores, transistores, GTO´s, Triac´s, associados a uma lei pré-estabelecida. Hoje, uma nova disciplina, a eletrônica de potência, descobre novas técnicas, componentes e circuitos para obter novas soluções para novos e antigos problemas. Na UTFPR, especificamente no curso de Tecnologia em Eletrotécnica, este assunto tem maior ênfase na disciplina de acionamento de máquinas, que trata das chaves de potência, drivers, conversores, inversores, nobreak..., resumindo, o controle da energia através de chaves eletônicas de potência. 1.2 Delimitação do tema Esta proposta vem apresentar um projeto que será desenvolvido na UTFPR unidade Curitiba, mais precisamente no departamento de eletrotécnica. Será construído um protótipo de retificador monofásico controlado de onda completa, para carregar baterias. Este protótipo possuirá duas estratégias de controle que se utilizarão dos recursos do oscilador de relaxação com UJT 2646 e do TCA 785. Este protótipo será baseado em um retificador industrial carregador de baterias. FIGURA 1 – VISTA INTERNA DO RETIFICADOR MODELO FONTE: Autores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 1.3 15 Problema e hipótese 1.3.1 Problema No Brasil as universidades públicas enfrentam dificuldades para manter suas estruturas e muito mais para oferecer uma condição privilegiada para o ensino devido à limitação de recursos imposta pelo governo. Na UTFPR não é diferente, isso obriga professores, alunos, enfim, a instituição, a buscar soluções alternativas que venham a amenizar as deficiências causadas pela falta de recursos. Um dos problemas que a falta de recursos traz é o pouco contato com experimentos, ensaios, desenvolvimento de projetos e pesquisas práticas, sendo que a demonstração da teoria desperta o estudante e o desafia a explorar seus potenciais. Equipamentos modulares de fácil utilização e simulação da realidade podem facilitar o processo do ensino e da aprendizagem da eletrônica e podem ser utilizados em Automação Industrial? 1.3.2 Hipótese Partimos da hipótese de que, a existência de módulos didáticos de um retificador industrial, acompanhado de seus diagramas esquemáticos e de uma diretriz de utilização, facilita o andamento das aulas de laboratório para as disciplinas que tenham a Eletrônica de Potência como parte dos seus objetivos curriculares. 1.4 Objetivos 1.4.1 Objetivo geral Produzir um protótipo modular de um retificador: carregador de baterias de 24V, para fins didáticos, que possibilite múltiplas estratégias de controle e implementar as placas utilizando-se dos recursos do oscilador de relaxação com UJT 2646 e do TCA 785, partindo-se de um modelo proposto. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 16 1.4.2 Objetivos específicos • Interpretar e recuperar a funcionalidade do retificador carregador de bateria semicontrolado, que serve de modelo; • Desenhar o layout, confeccionar as PCI´s, montar e testar as placas do retificador protótipo; • Desenvolver o circuito e implementar a PCI de acordo com o retificador estudado, utilizando-se estratégia de controle com TCA 785; • 1.5 Testar os procedimentos de usuário do retificador produzido. Justificativa No decorrer do curso de tecnologia em eletrotécnica foram apresentadas matérias como Circuitos e Medidas, Instalações Elétricas, Conversão de Energia, Eletrônica, Projetos de Controle, Análise de Circuitos Digitais, Simulação de Sistemas Industriais, Acionamentos de Máquinas, Acionamentos Especiais... Porém, no caso de algumas disciplinas técnicas, o conteúdo exposto é essencialmente teórico, não por escolha do professor, mas por falta de uma estrutura adequada. Isto traz dificuldades para o acadêmico absorver o conteúdo de maneira eficiente e se perde a oportunidade de despertar no aluno o interesse e empenho pela disciplina. Esta condição deixa claro que para uma boa formação técnica é essencial que prática e teoria caminhem juntos. A partir de um retificador cedido por empréstimo pelo CINDACTA apresentouse a oportunidade de contribuir com a UTFPR aproximando a condição do laboratório do DAELT de uma situação mais confortável. Serão desenvolvidos módulos didáticos de um retificador com diferentes estratégias de controle. Este retificador terá uma contribuição expressiva para a disciplina de Manutenção de Sistemas Eletrônicos e da disciplina de Acionamentos de Máquinas que trata de forma mais específica da Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 1.6 17 Metodologia Esta pesquisa quanto à natureza é aplicada, abordando o problema de forma qualitativa. Quanto aos seus objetivos é explicativa, adotando o procedimento técnico de estudo de caso. Seria bom também salientar os limites da pesquisa, que visa uma pesquisa tecnológica, não se tratando de um trabalho essencialmente de projeto, com concepções e cálculos dedutivos... A base para a informação teórica necessária será obtida através da internet, de livros, em arquivos, de artigos e em revistas. Já o material para construção eletrônica será pesquisado nas lojas, revistas e também na internet. Com isso ter-se-á condição de finalizar a produção almejada pelo projeto do trabalho de diplomação de curso. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 2 ESTRUTURA DO MÓDULO DE CONTROLE DE POTÊNCIA 2.1 Introdução 18 O processo de converter tensão e corrente alternadas em tensão e corrente contínuas leva o nome de retificação. Pode-se dividir os retificadores em: retificadores não controlados (que utilizam apenas diodos como elementos de retificação) e retificadores controlados (que utilizam em sua estrutura retificadora SCR, o que possibilita o controle do ângulo de condução). 2.2 Retificação não controlada Neste capítulo, serão apresentados os retificadores monofásicos não controlados. Desde os menos complexos como o de meia-onda (que opera utilizando apenas um diodo), até os mais elaborados, que é o caso do retificador de onda completa em ponte (que utiliza vários diodos em sua estrutura). O elemento chave da retificação não controlada é o diodo. Os diodos semicondutores encontram muitas aplicações em circuitos da engenharia elétrica e eletrônica. Os diodos são também amplamente utilizados em circuitos de eletrônica de potência para a conversão de energia elétrica, no caso, os conversores de AC em DC, também conhecidos como retificadores. 2.2.1 Retificador monofásico de meia-onda a diodo 2.2.1.1 Com carga resistiva pura A estrutura do retificador monofásico de meia-onda alimentando uma carga resistiva está representada na figura 3a. A tensão da fonte é uma onda senoidal com valor máximo Vm, e período T. Durante o semiciclo negativo, a tensão no ânodo é negativa em relação à tensão no cátodo e o diodo passa para o estado desligado. Desta maneira, não existe fluxo de corrente através de R. Entretanto, durante o semiciclo positivo, quando a tensão no ânodo é positiva em relação à no cátodo, o diodo passa para o estado ligado. Isso permite que a corrente flua através do resistor de carga R. Assim, a tensão na carga (v0) acompanha a meia-onda senoidal positiva, daí a origem do RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 19 nome “retificador de meia-onda”. A figura 3b mostra as formas de onda da tensão de saída (v0) e da corrente na carga (i0). O retificador em questão, dessa maneira, transforma potência AC em DC. A tensão de saída é pulsante DC e contém uma grande ondulação. Desta maneira constatamos, que circuitos retificadores de um pulso possuem baixo valor prático para aplicações em alta potência. (a) circuito (b) formas de onda FIGURA 3 – RETIFICADOR DE MEIA-ONDA COM CARGA RESISTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 20 2.2.1.2 Com carga indutiva (RL) A estrutura do retificador monofásico de meia-onda alimentando uma carga indutiva (RL), como ocorre na prática, é mostrada na figura 4a. Abaixo segue o principio de funcionamento do circuito. (a) diagrama do circuito (b) Formas de onda de tensão e de corrente FIGURA 4 – RETIFICADOR DE MEIA-ONDA COM CARGA INDUTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE • 21 Como no caso anterior, o diodo passará a conduzir (estado ligado), quando o ânodo se tornar positivo em relação ao cátodo. A tensão na carga é, desta forma, a mesma do semiciclo positivo da fonte AC; • Neste meio tempo, a energia, transferida pela fonte AC, é armazenada no campo magnético que envolve o indutor; • A corrente que circula em um indutor não varia instantaneamente. Portanto ela aumenta gradativamente até alcançar seu valor máximo. Preste atenção ao fato, de que a corrente não atingirá o valor de pico quando a tensão estiver no máximo. Isto devido ao fato de que a corrente, em um indutor, ficar atrasada em relação à tensão. • No momento em que a fonte de tensão começa a decrescer, a corrente começará a diminuir gradativamente e chegará a zero no momento em que toda a energia armazenada pelo indutor for transferida para o circuito. Desta maneira fica claro que a corrente na carga, existe por pouco mais de metade do período inteiro. • Automaticamente, o campo magnético que se extingue conecta-se ao indutor e induz uma tensão que se opõe à diminuição na tensão aplicada. • No momento em que a corrente chegar a zero, o diodo ficará inversamente polarizado e permanecerá desligado durante o resto do ciclo negativo. As formas de onda são mostradas na figura 4b. • No intervalo de 0 a π/2, a fonte de tensão vs aumenta de zero até o valor positivo máximo, enquanto a tensão no indutor vL se opõe à variação da corrente através da carga. • Durante o intervalo π/2 a π, a fonte de tensão diminui de seu valor positivo máximo até zero. Paralelamente, a tensão induzida terá revertido sua polaridade e era se opor à diminuição de corrente. Ou seja, agora ajuda a corrente direta do diodo. • Em π, a fonte de tensão se inverte e começa a aumentar até atingir seu valor negativo máximo. Todavia, a tensão no indutor é ainda positiva e sustenta a condução direta do diodo até reduzir-se a zero, ponto onde o diodo bloqueia. Observe que, mesmo o diodo estando inversamente polarizado, há nele um fluxo de corrente até que o ângulo θ = π + Ф seja atingido. Isso é resultado da energia armazenada no campo magnético que retorna à fonte. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE • 22 Se a indutância L da carga for aumentada, o diodo conduzirá corrente por mais tempo durante o ciclo. Caso a indutância L fosse infinita, a corrente que flui através do diodo seria completamente plana e, ou seja, contínua. Nesse caso, o diodo estaria ligado para o ciclo completo, a tensão nele seria zero e os valores de vs e v0 seriam iguais. O circuito não mais retificaria e, portanto a corrente permaneceria alternada. Para aplicações industriais, de alta potência, circuitos de um pulso têm o uso limitado pela baixa tensão de saída e pela grande ondulação na tensão de saída DC. 2.2.1.3 Com carga indutiva e diodo de retorno “roda-livre” Modificando o circuito da figura 4a, chegamos à configuração que é mostrada na figura 5a, que é de uso prático em aplicações de baixa potência. Ainda é classificado como retificador de meia-onda, embora a corrente na carga possa fluir durante o ciclo inteiro. (a) diagrama do circuito RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 23 (b) formas de onda típicas com uma carga indutiva grande FIGURA 5 – CARGA INDUTIVA COM UM FWD FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. O diodo (D2), adicionado em paralelo com a carga, é conhecido como um diodo de retorno (freewheeling-diode – FWD) ou diodo de roda-livre. Seu papel no circuito é impedir o surgimento de uma tensão negativa na carga. Durante o semiciclo negativo da tensão de alimentação, o FWD conduz e propicia um caminho alternativo para a corrente na carga. Nesse intervalo de condução, o diodo principal D1 fica inversamente polarizado e pára de conduzir, reduzindo à zero o valor da corrente da fonte. O FWD também ajuda a impedir que a corrente na carga chegue a zero e desse modo reduz a ondulação. As formas de onda de tensão e de corrente mostradas na figura 5b parte do pressuposto que no circuito há uma alta indutância de carga. Quanto mais alta a indutância, mais plana se torna a corrente na carga. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 24 2.2.2 Retificador monofásico de onda completa com ponto médio Os retificadores monofásicos de meia-onda não são utilizados em larga escala devido basicamente a três fatores, são eles: baixa tensão média de saída, pouca eficiência e alto fator de ondulação. Essas limitações podem ser eliminadas pela retificação em onda completa. Os retificadores de onda completa são mais utilizados do que os de meia-onda por causa das tensões e correntes médias mais elevadas, da maior eficiência e do fator de ondulação reduzido. 2.2.2.1 Com carga resistiva pura O circuito do retificador de onda completa, com transformador com terminal central no secundário, é representado na figura 6a. A fonte de tensão e o resistor de carga são idênticos aos da meia-onda. No semiciclo positivo (figura 6b), o diodo D1 conduz e D2 está inversamente polarizado. A corrente flui através da carga e provoca uma queda positiva. Durante o semiciclo negativo (figura 6c), o diodo D1 passa para o estado desligado e D2 conduz. A corrente flui através de R, mantendo a mesma polaridade da tensão na carga (observar figura 6d). Conclui-se então, que a forma de onda da tensão na carga consiste em semiciclos sucessivos de uma onda senoidal, o que resulta em um valor médio e em uma freqüência de ondulação mais alta. (a) circuito (b) circuito equivalente durante o semiciclo positivo RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE (c) circuito equivalente durante o semiciclo negativo (d) formas de onda de tensão e de corrente FIGURA 6 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA COM TERMINAL CENTRAL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 25 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 26 FIGURA 7 – RETIFICADOR MONOFÁSICO, ONDA COMPLETA, DIODO PONTO MÉDIO FONTE: BARBI, Ivo; Eletrônica de Potência. 2.2.2.2 Com carga indutiva (RL) Sabe-se que ao adicionar uma indutância em série com a resistência de carga, varia-se a tensão e a forma de onda da corrente, como já foi comentado anteriormente no item 2.2.1.2. No item citado, vimos que, a corrente na carga continua a fluir por um período após o diodo ficar inversamente polarizado, o que causa uma diminuição na amplitude da tensão média de saída. A figura 8a mostra o retificador de onda completa com terminal central com uma carga indutiva e tensão associadas, bem como a forma de onda de corrente. Como mostra a figura 8b, a corrente na carga alcançará o valor máximo quando a fonte de tensão (vs) for igual a zero. Quando vs aumentar, em amplitude, durante o intervalo de 0 a π/2, o indutor se oporá ao fluxo da corrente e armazenará energia em seus campos magnéticos. Em π/2, quando vs alcançar seu máximo, a corrente na carga estará em seu mínimo. No intervalo entre π/2 e π, quando a fonte de tensão diminuir em amplitude, a tensão no indutor se oporá ao processo de diminuição da corrente na carga, como se isso fosse uma ajuda à fonte de tensão. Desta maneira, a corrente na carga aumentará até um valor máximo, quando então vs = 0. O processo se repete para cada semiciclo da onda senoidal retificada. A corrente na carga nunca vai a zero, uma vez que a energia armazenada no campo magnético mantém seu fluxo. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE (a) diagrama de circuito (b) formas de onda de tensão e de corrente FIGURA 8 – RETIFICADOR COM TERMINAL CENTRAL COM CARGA INDUTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 27 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 28 Se a indutância da carga for grande o suficiente, a corrente será praticamente constante, como mostra a figura 9. FIGURA 9 – FORMAS DE ONDA DE CORRENTE, CARGA BASTANTE INDUTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.2.3 Retificador monofásico de onda completa em ponte 2.2.3.1 Com carga resistiva pura Outra maneira de se obter uma retificação de onda completa é utilizando um retificador em ponte, como mostra a figura 10. Na estrutura deste retificador encontram- RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 29 se quatro diodos. Durante o semiciclo positivo da fonte de tensão (figura 11a), D2 e D3 encontram-se diretamente polarizados e poderão, desta maneira, ser substituídos por uma chave fechada. O fluxo de corrente na carga, nesse período, ocorre através de D2 e da carga R; em seguida, por D3 e de volta à fonte. Isso resulta em uma queda de tensão positiva em R. FIGURA 10 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. A figura 11b mostra o circuito de onda completa em ponte durante o semiciclo negativo da fonte de tensão. Agora, D1 e D4 estão diretamente polarizados e podem ser substituídos por chaves fechadas. O trajeto da corrente na carga passa através de D4, de R, de D1 e novamente vai até a fonte. O caminho da corrente através de R é o mesmo, no que diz respeito à direção, do outro semiciclo. Há, portanto, uma queda de tensão positiva em R em ambos os semiciclos. Então, o retificador de onda completa em ponte propicia corrente na caga durante ambos os semiciclos. As formas de onda do circuito são apresentadas na figura 2.10. (a) semiciclo positivo RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE (b) semiciclo negativo FIGURA 11 – RETIFICADOR EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. FIGURA 12 – FORMAS DE ONDA PARA UM RETIFICADOR EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 30 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 31 2.2.3.2 Com carga indutiva (RL) A inserção de uma indutância em série com a resistência de carga faz com que a forma de onda de tensão e de corrente varie. A figura 13 mostra um retificador em ponte com carga indutiva. Imaginemos que a indutância L seja aproximadamente igual a R. FIGURA 13 – CIRCUITO RETIFICADOR EM PONTE, CARGA INDUTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. A corrente AC na linha não é mais senoidal; agora, aproxima-se de uma onda quadrada. A figura 14 mostra as formas de onda de tensão da corrente. FIGURA 14 – FORMAS DE ONDA PARA A FIGURA 13 (L – R) FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 32 Se a indutância da carga for aumentada até se tornar muito maior do que R, a ondulação passa a ser pequena. Se supusermos uma indutância de carga infinita, a corrente passa a ser constante e o comportamento do circuito é aquele mostrado pelas formas de onda na figura 15. Os diodos D2 e D3 conduzem uma corrente constante para a carga no semiciclo positivo, os diodos D1 e d4 fazem o mesmo no semiciclo negativo. Embora não seja uma onda senoidal, a fonte de corrente AC é uma forma de onda alternada de forma retangular. A carga está sempre conectada à fonte, mas a ligação é invertida de maneira alternada nos semiciclos. FIGURA 15 – FORMAS DE ONDA PARA A FIGURA13 (L >> R) FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3 Retificação controlada A diferença, entre os retificadores não controlados e os retificadores controlados, é que os primeiros fornecem apenas uma tensão de saída fixa ao contrário dos retificadores controlados. Para se obter tensões de saída controladas, é utilizado o controle de fase com tiristores em vez de diodos. A tensão de saída dos retificadores RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 33 tiristorizados é controlada variando-se o ângulo de disparo ou de retardo dos tiristores. Um tiristor em controle de fase é disparado através da aplicação de um pulso de curta duração ao seu gatilho e desligado devido à comutação natural da rede, ou da linha; e no caso de uma carga altamente indutiva, ele é desligado pelo disparo de outro tiristor do retificador, durante o semiciclo negativo da tensão de entrada. Os retificadores controlados, ou conversores, são classificados em dois tipos: semicontrolado e completamente controlado. O completamente controlado, ou tipo doisquadrantes, usa um SCR como dispositivo de retificação. A corrente DC é unidirecional, mas a tensão DC pode ter qualquer uma das duas polaridades. Com uma delas, o fluxo de potência vai da fonte AC para a carga DC, em um processo chamado retificação. Com a inversão da tensão DC pela carga, o fluxo de potência vai da fonte DC para a alimentação AC, em um método chamado inversão. Caso metade dos SCRs for substituída por diodos, o circuito passará a ser classificado como semicontrolado ou semiconversor. Esse circuito permite também que o valor médio da tensão de saída DC seja variado pelo controle de fase do SCR. Entretanto, a polaridade da tensão de saída DC e a direção da corrente não podem mudar, isto é, o fluxo de potência ocorre da fonte AC para a carga DC. Os conversores desse tipo são também denominados conversores de um-quadrante. Os retificadores controlados fornecem potência DC para várias aplicações, como controle de velocidade para motores DC, transmissão DC em alta tensão e carregadores de baterias ( que é o caso do retificador estudado pela equipe). 2.3.1 Retificador monofásico controlado de meia-onda 2.3.1.1 Com carga resistiva pura A estrutura de um circuito retificador controlado de meia-onda com carga resistiva pura pode ser observado na figura 16a. Durante o semiciclo positivo da tensão de alimentação, o SCR estará diretamente polarizado e conduzirá se o pulso de acionamento for aplicado à porta. Se o SCR passar para o estado ligado em t0, uma corrente fluirá na carga e a tensão de saída v0 será igual à tensão de entrada. No tempo t = π, a corrente cai naturalmente a zero, uma vez que o SCR estará inversamente polarizado. Durante o semiciclo negativo, o dispositivo bloqueará o fluxo de corrente e não haverá tensão na carga. O SCR ficará fora até que o sinal seja aplicado novamente na porta em (t0 + 2π). O período que vai de 0 a t0, na figura 16b, representa o tempo no RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 34 semiciclo positivo quando o SCR está desligado. Esse ângulo (medido em graus) é chamado ângulo de disparo ou ângulo de retardo (α). O SCR conduz de t0 a π; esse ângulo é denominado ângulo de condução (θ). (a) circuito (b) formas de onda de tensão e de corrente FIGURA 16 – RETIFICADOR CONTROLADO DE MEIA ONDA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 35 Podemos perceber que a amplitude da tensão de saída é controlada pelo ângulo de disparo. O aumento de α disparando o SCR posteriormente no ciclo diminuirá a tensão e vice-versa. A máxima tensão de saída, ocorre quando α = 0º, o circuito atuará como um diodo retificador. 2.3.1.2 Com carga indutiva (RL) Um retificador de meia-onda com uma carga RL é mostrado na figura 17a. Se o SCR for acionado com um ângulo de disparo igual a α, a corrente na carga aumentará aos poucos, uma vez que a indutância forçará a corrente a se atrasar em relação à tensão. A tensão na carga (v0) será positiva e o indutor estará armazenando energia em seu compo magnético. Quando a tensão aplicada se tornar negativa, o SCR ficará inversamente polarizado. É neste momento, que a energia armazenada no campo magnético do indutor retornará e manterá uma corrente direta através da carga. A corrente continuará a fluir até β (denominado ângulo de avanço), quando então o SCR passará para o estado desligado. A tensão no indutor mudará de polaridade e a tensão na carga ficará negativa. Em conseqüência disso, a tens]ao média na saída vai se tornar menor do que seria se a carga fosse uma resistência pura. As formas de onda para tensão e corrente de saída são representadas na figura 17b; elas contêm uma significativa quantidade de ondulação. (a) circuito RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 36 . (b) formas de onda de tensão e de conrrente FIGURA 17 – RETIFICADOR DE MEIA ONDA COM CARGA RL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3.1.3 Com diodo de retorno (FWD) No intuito de cortar a porção negativa da tensão de saída, instantânea e amenizar a ondulação da corrente de saída, usa-se um diodo de retorno, como pode-se observar na figura 18a. Quando a tensão na carga tender à inversão, o FWD ficará diretamente polarizado e passará para o estado ligado. O SCR então ficará inversamente polarizado e passará para o estado desligado. Desta maneira, a corrente que flui da fonte para a carga, pelo SCR, fica agora entre a carga e o diodo de retorno. Observe que RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 37 a corrente continua a fluir na carga após o SCR ter passado para o estado desligado. Isso se deve à energia armazenada no indutor. A tensão de saída é a mesma no circuito com carga resistiva. (a) circuito (b) formas de onda FIGURA 18 – CARGA RL COM FWD FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 38 2.3.2 Retificador monofásico controlado de onda completa com terminal central 2.3.2.1 Com carga resistiva pura O arranjo básico de um retificador monofásico controlado com terminal central e carga resistiva é encontrado na figura 19. O controle de fase, tanto da parte positiva como da negativa da alimentação AC, agora é possível, o que aumenta a tensão DC e reduz a ondulação quando comparado com os retificadores de meia-onda. Durante o ciclo semiciclo positivo da tensão de entrada, o SCR1 fica diretamente polarizado. Se for aplicado um sinal na porta em α, o SCR1 passará para o estado ligado. A tensão de saída (v0) seguirá a tensão de entrada. A corrente na carga tem a mesma forma de onda da tensão na carga. Em π, quando a corrente se tornar nula, o SCR1 passará, de maneira natural, para o estado desligado. Durante o semiciclo negativo, o SCR2 ficará diretamente polarizado. O SCR2 será disparado somente em (π + α). A tensão de entrada será seguida mais uma vez pela tensão de saída. Em 2π a corrente que passa pelo SCR2 cai a zero, neste momento o dispositivo passará para o estado desligado. O SCR1 será acionado novamente em (2π + α) e o SCR2 em (3π + α). É desta maneira que o ciclo se repetirá. As formas de onda resultantes de tensão e corrente são apresentadas na figura 20. FIGURA 19 – CIRCUITO RETIFICADOR, ONDA COMPLETA, TERMINAL CENTRAL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 39 FIGURA 20 – FORMAS ONDA, RETIFICADOR ONDA COMPLETA, TERMINAL CENTRAL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3.2.2 Com carga indutiva (RL) As formas de onda para tensão e corrente quando a carga indutiva presente no circuito é altíssima, de tal maneira que a corrente na carga seja sempre contínua é apresentada na figura 21. O período de condução de SCR1 é de 180º, de α a (π +α) e sua tensão na carga segue a tensão de entrada. No instante (π +α), o SCR1 é desligado (uma vez que a tensão de alimentação aparece de imediato e aplica uma polarização inversa) e o RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 40 SCR2 é disparado. O período de condução do SCR2 é de 180º, iniciando em (π +α) e terminando em (2π +α). Durante este período o SCR2 fornece potência à carga. A tensão de saída estará em seu máximo positivo quando α = 0º, será zero quando α = 90º e estará em seu máximo negativo em α = 180º FIGURA 21 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR TERMINAL CENTRAL, CARGA RL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3.2.3 Com diodo de retorno (FWD) O acréscimo de um diodo de retorno ligado em paralelo com a carga indutiva (circuito apresentado na figura 22) irá alterar as formas de onda de corrente e tensão da figura 21. No circuito citado a tensão na carga tende a ser negativa, desta maneira, o FWD fica diretamente polarizado e entra em condução. Assim sendo, a tensão na carga fica estacionada em zero volt. A corrente quase constante (quase plana) na carga é mantida pela corrente de retorno que passa pelo diodo. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 41 (a) circuito (b) formas de onda de tensão e de corrente FIGURA 22 – RETIFICADOR TERMINAL CENTRAL, CARGA RESISTIVA RL E FWD FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 42 2.3.3 Retificador monofásico controlado de onda completa em ponte 2.3.3.1 Com carga resistiva pura Um retificador monofásico controlado de onda completa em ponte com carga resistiva é exposto na figura 23. No circuito em questão, os pares de SCRs opostos na diagonal passam juntos para o estado ligado ou para o desligado. O funcionamento deste circuito é similar à do circuito de onda completa com terminal central (item 2.3.2). Neste circuito a tensão média de saída DC controlada vai de zero a um valor máximo positivo, dependendo da variação do ângulo de disparo. Os pares de SCRs são controlados e disparam, com um ângulo de retardo igual a α. Agora as formas de onda da corrente e da tensão se tornam uma onda completa, como mostra a figura 24. FIGURA 23 – CIRCUITO RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 43 FIGURA 24 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR EM PONTE, CARGA RESISTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3.3.2 Com carga indutiva (RL) Neste circuito (figura 25) a corrente na carga tende a manter-se fluindo, já que o indutor induz uma tensão que se opõe à variação da corrente. Desta maneira os SCRs continuam conduzindo, embora a tensão possa ter caído a zero. A corrente mantém o fluxo de corrente pelo SCR mesmo após a tensão ter sido invertida. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 44 FIGURA 25 – RETIFICADOR EM PONTE COM CARGA RL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. FIGURA 26 – FORMAS DE ONDA, RETIFICADOR EM PONTE, BAIXA CARGA INDUTIVA FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 45 Se a indutância presente no circuito for pequena ou o ângulo de retardo α for mantido alto, a corrente de saída DC atingirá o valor zero a cada semiciclo em (π + β), como mostra a figura 26. Neste período, nenhum dos SCRs fica ligado, então diz-se que a corrente é não-contínua. Caso a indutância da carga seja elevada, ou se o ângulo de retardo α se tornar muito pequeno, a corrente na carga não atingirá o valor zero e sim fluirá de modo continuo (figura 27). Desta maneira, conclui-se que um dos pares de SCRs estará sempre em condução, e então a corrente é dita contínua. FIGURA 27 – FORMAS DE ONDA DE UM RETIFICADOR EM PONTE COM L>>>R FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 46 No semiciclo positivo, SCR1 e SCR4 estão diretamente polarizados. Agora, uma vez que vs é negativa, SCR2 e SCR3 estão diretamente polarizados e ao receberem um sinal na porta, irão para o estado ligado. No entanto, a corrente de carga ainda flui no mesmo trajeto, SCR1 e SCR4, até que SCR2 e SCR3 sejam acionados. Observe na figura 28, no momento em que α se torna maior do que 90º, o valor médio da tensão de saída é negativo. Conseqüentemente, no intervalo de 90º a 180º, a potência corre do lado da carga DC para o lado da fonte AC e neste momento o circuito opera como um inversor. No momento em que se obtém retificação e inversão a partir de um conversor, o processo chama-se operação em dois-quadrantes e o conversor é denominado conversor completo. FIGURA 28 – CARACTERÍSTICA DE CONTROLE, RETIFICADOR EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. 2.3.3.3 Com diodo de retorno (FWD) Caso um diodo seja adicionado ao circuito em paralelo com a carga, o modelo poderá operar apenas como retificador, pois o diodo não permitirá o aparecimento de valores negativos de v0 na carga. Podemos observar na figura 29, o acréscimo do diodo de retorno (D) no circuito do retificador em ponte. A inclusão do diodo de retorno possibilita um novo caminho para o fluxo de corrente na carga. Neste momento existem três caminhos possíveis: SCR1 e SCR4, SCR2 e SCR3 e o novo caminho, através do diodo D. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 47 FIGURA 29 – RETIFICADOR DE ONDA COMPLETA EM PONTE COM FWD FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. No momento em que os valores de v0 se tornarem negativos, o diodo D estará diretamente polarizado e a tensão fornecida à carga será zero. Desta maneira, as porções negativas de v0 na figura 27 serão substituídas por v0 = 0, como podemos ver na figura 30. FIGURA 30 – FORMAS DE ONDA DE TENSÃO E DE CORRENTE PARA A FIGURA 29 FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 48 Durante esse intervalo, a corrente na carga se dá através de D e as correntes no SCR e a corrente da fonte são nulas. Então podemos deduzir que SCR1 e SCR4 em série, estão inversamente polarizados e passam para o estado desligado. Sabemos que SCR2 e SCR3 já estão desligados, pois vs é negativa. È desta forma que a corrente na carga, é transferida para o diodo de retorno. 2.3.4 Retificadores semicontrolados em ponte Os conversores que podem operar com tensões médias DC na caga tanto positiva como negativa são chamados de conversores completos ou de dois-quadrantes. No modo inversão, remove potência DC da carga e a devolve à fonte AC. Já no modo retificação, eles fornecem potência a partir da fonte AC para a carga DC. Existem diversas aplicações que demandam fluxo de potência somente da fonte AC para a carga DC (é o caso do retificador utilizado como modelo para o trabalho de diplomação de curso), desta maneira são operadas apenas no modo retificação. Este resultado é obtido em retificadores em ponte quando se substitui metade dos SCRs por diodos. Esses circuitos são denominados como retificadores em ponte de um-quandrante ou semicontrolados. Há um método alternativo para se obter a operação um-quadrante em retificadores em ponte, que consiste em adicionar um diodo de retorno nos terminais de saída do retificador. FIGURA 31 – CIRCUITO SEMICONTROLADO, ONDA COMPLETA EM PONTE FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. O modelo do circuito semicontrolado básico em ponte é mostrado na figura 31. Sua operação é idêntica à do retificador com quatro SCRs (retificador completamente RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 49 controlado em ponte com carga resistiva). No semiciclo positivo da fonte, SCR1 e D4 estarão diretamente polarizados. Caso acionemos SCR1 em α, a corrente fluirá por D4, pela carga e por SCR1. O SCR1 irá para o estado desligado em π quando a fonte passar do semiciclo positivo para o semiciclo negativo. A tensão na carga é a mesma da tensão de entrada, nesse período (α a π). No instante (π + α), SCR2 é acionado, fazendo com que a corrente flua por D3 e da carga. No momento 2π, SCR2 passa para o estado desligado, é neste instante que o ciclo se repete. FIGURA 32 – FORMAS ONDA, RETIFICADOR PONTE ,SEMICONTROLADO, CARGA RL FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 50 Se houver uma carga indutiva no circuito, uma comutação (transferência de corrente) ocorre a cada todo semiciclo para fazer com que a corrente na carga passe através do diodo, como mostra a figura 32. A corrente passa por SCR1 e D3 no intervalo π a (π + α) e por SCR2 e D4 durante 2π a (2π + α). Conseqüentemente, a porção negativa da tensão de saída fica desligada e a forma de onda da tensão de saída se torna a mesma, como se a carga fosse resistiva pura. A tensão média de saída pode, portanto, ser variada e ir de seu valor máximo positivo a zero, isto é, a medida em que o ângulo de disparo muda de 0º a 180º. Caso o circuito da figura 31 possuir uma carga indutiva bastante alta, a corrente na carga irá fluir durante todo o semiciclo negativo (mesmo após o sinal da porta ter sido removido) e desta maneira o circuito perderá o controle. Se um diodo de retorno for utilizado (figura 33), o diodo de roda livre se torna diretamente polarizado e começa a conduzir à medida que a tensão na carga tender à reversão. A corrente fluirá pelo FWD. (a) formas de onda RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 51 (b) circuito FIGURA 33 – RETIFICADOR SEMICONTROLADO EM PONTE COM FWD FONTE: AHMED, Ashfaq; Eletrônica de Potência. Pode se observar, que durante o intervalo π a (π + α), a tensão de saída cairá a zero. De modo semelhante, durante o intervalo 2π a (2π + α), o FWD obrigará as excursões de tensão negativa a se manterem com valor grampeado em zero. 2.4 Justificativa da aplicação O protótipo do retificador a ser construído será baseado no retificador de um quadrante, ou seja, não possuirá a etapa inversora utilizada no retificador de dois quadrantes. Com isso pode-se evitar o uso de componentes desnecessários e conseqüentemente gastos a mais, tendo em vista que o protótipo do retificador contemplará apenas a etapa retificadora. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 3 ESTRUTURA DAS MALHAS DE CONTROLE DE DISPARO 3.1 Controle com UJT 52 O UJT (Unijunction Transistor ou Transistor de Unijunção) é um semicondutor freqüentemente utilizado para o disparo de SCR’s. É constituído de uma barra de material N, com uma porção lateral tipo P próxima do centro. A região P é o emissor (E) e os extremos da barra as bases B1 e B2. (a) estrutura física (b) símbolo (c) circuito equivalente (d) pinagem FIGURA 34 – TRANSISTOR DE UNIJUNÇÃO (UJT) FONTE: <http://www.eletrohoo.com.br/componentes/transistores/o_tuj/index.asp> (2005) Este dispositivo é formado por uma única junção PN e possui três terminais: • Emissor (E) – conectado ao material P altamente dopado; • Bases B1 e B2 – conectados às extremidades do material N, levemente dopado, que nada mais é do que uma resistência que possui valores entre 4,7Ω a 9,1KΩ. A figura 34(a) apenas auxilia o estudo do funcionamento do UJT, mas não representa sua estrutura física real. O símbolo UJT, representado na figura 34(b), indica através da seta o sentido de condução da junção PN. Na figura 34(c) o diodo representa a junção PN e os resistores rB1 e rB2 equivalem a resistência do material N, porém, r B1 é dividida em rs e rn, que significa resistência de valor fixo e resistência de valor variável respectivamente. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 53 3.1.1 Circuito de disparo com UJT O circuito de disparo mais comum usando o UJT é conhecido como oscilador de relaxação. (a) oscilador de relaxação com UJT (b) divisor de tensão entre B1 e B2 FIGURA 35 – CIRCUITOS OSCILADOR DE RELAXAÇÃO FONTE: http://www.eletrohoo.com.br/componentes/transistores/o_tuj/index.asp (2005) Consideremos o capacitor CT inicialmente descarregado e a fonte VBB desconectada do circuito. Após a conexão de VBB o capacitor começa a carregar-se exponencialmente até atingir a tensão da fonte. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 54 Enquanto a tensão no capacitor não atingir o valor de Vp (tensão de disparo), a tensão no emissor (igual a CT) é menor que a tensão no ponto X, com isso o diodo está reversamente polarizado. Quando a tensão no capacitor CT passa a ser maior que a tensão no ponto X o diodo passa a conduzir, pois estará diretamente polarizado, e assim o UJT passa a emitir o pulso de disparo. Com a condução do UJT uma grande quantidade de portadores do emissor são injetados na barra de material N. Isso permite a redução da resistência entre o emissor e a base 1, este efeito é chamado de resistência variável (rn). Em conseqüência disto a corrente IE aumenta, isto fará crescer o número de portadores na barra N. Percebe-se que o aumento de um faz aumentar o outro, isto permanecerá até ocorrer a saturação de portadores na região da base. Neste instante a corrente pára de aumentar, o capacitor cessa a descarga e o UJT pára de conduzir. Depois do corte do UJT o capacitor volta a enxergar o resistor RT e a fonte VBB, carregando-se até atingir novamente Vp, reiniciando todo processo. As formas de onda de VE, VB1 e VB2 são mostradas na figura 41. FIGURA 36 – FORMAS DE ONDA DO OSCILADOR DE RELAXAÇÃO COM UJT FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 3.2 55 Controle com TCA 785 O aumento no uso de circuitos tiristoriazados e a semelhança entre os circuitos de disparo permitiu a criação de CI´s de disparo, que são circuitos integrados desenvolvidos especificamente para o disparar tiristores, tornando os projetos de circuitos de disparo tornam-se mais compactos e confiáveis. Dentre os CI’s de disparo destaca-se o TCA 785 da SIEMENS, devido a sua grande utilização em aparelhos industrializados. (a) CI – TCA 785 (b) diagrama de blocos FIGURA 37 – CIRCUITO INTEGRADO DE DISPARO TCA 785 FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 56 Os circuitos internos são alimentados com uma tensão constante de 3,1V, fornecido por uma “fonte de regulação” do próprio TCA 785, isto permite alimentar o CI, através de Vs (figura 37b), pino 16, com diversos níveis de tensão que vão de 8V e 18V. A tensão de 3,1V também esta disponível externamente no pino 8, podendo ser filtrada por Cs (figura 37b) para reduzir a ondulação. A retificação em um circuito controlado é realizada a partir de algum ponto da forma de onda alternada, sendo assim, é necessário que exista um sincronismo. Por exemplo, um circuito de disparo é projetado para dar o pulso no gatilho de um tiristor quando a forma de onda da rede atingir α=30º para isso ocorrer é necessário que o circuito disparo tenha uma referência, de forma a efetuar o disparo no momento correto. Um ponto de referência para sincronismo é a passagem da tensão da rede por zero, que ocorre a cada 8,33ms, mais ou menos, em redes de 60Hz. No TCA 785 existe um “detector de passagem por zero” (bloco DPZ, fig 37b), que gera um pulso de sincronismo toda vez que a tensão da rede passa por zero. O pino 5 é que da acesso para a tensão de referência, como mostra a figura 38a. (a) conexão da referência (b) tensão de referência FIGURA 38 – REFERÊNCIA PARA O DETECTOR DE PASSAGEM POR ZERO FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 57 O momento do disparo é determinado pela relação entre a rampa de tensão com a tensão de controle. Esta rampa é criada pelo “gerador de rampa”, cuja característica é ajustada por RR e CR, nos pinos 9 e 10, respectivamente. O gerador de rampa fornece uma tensão que varia “linearmente” com o tempo (reta). Ou seja, a tensão dobra se o intervalo de tempo dobrar. Em outras palavras, a tensão cresce proporcionalmente ao aumento do tempo, como se vê, por exemplo, na figura 39. FIGURA 39 – SAÍDA DE UM GERADOR DE RAMPA FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. Pelo gráfico da figura 39, quando a variação de tempo for de 0.1s (exemplo, de 0s a 0,1s ou de 0,2s a 0,3s), a variação de tensão será sempre a mesma (0,1V). Enquanto houver variação de tensão em relação ao tempo, haverá circulação de corrente no capacitor. Se a corrente for constante a variação da tensão será proporcional à variação do tempo. Assim a tensão aumentará segundo uma reta em relação ao tempo. Enfim, o capacitor CR é carregado linearmente através de uma fonte de corrente constante. O valor da rampa Pode ser controlado através do valor de RR Para o correto funcionamento do circuito os valores de RR deve estar entre 3kΩ e 300kΩ, também devem ser considerados os valores mínimo e máximo de CR, respectivamente, 500pF e 1µF. Um valor elevado de CR tornaria a descarga do mesmo muito lenta, comprometendo o novo ciclo de carga e, conseqüentemente, o sincronismo do disparo. A tensão da rampa VCR é comparada com a tensão de controle VC, no pino 11 do TCA 785, como mostra a figura 40. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 58 FIGURA 40 – COMPARADOR DE DISPARO DO TCA 785 FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores No instante t0, correspondente ao ângulo de disparo α em relação ao sinal da rede, quando as tensões se igualarem (VCR = VC), a mudança de estado na saída VD do bloco “Comparador de Disparo” indicará ao bloco “Lógica de Formação de Pulsos”, que um pulso de disparo deve ser acoplado a uma de suas saídas. A tensão da rampa VCR está limitada a (VS – 2)V, ou seja, 2V abaixo da tensão de alimentação. O capacitor continua a se carregar até que, no próximo cruzamento por zero, o “Detector de Passagem por Zero” informe o evento ao “Registrador de Sincronismo”. Este registrador irá gerar um pulso de sincronismo que saturará T1. Com T1 saturado, o capacitor do pino 10 (CR) descarregar-se-á rapidamente, ficando preparado para o início da próxima rampa. A informação de passagem por zero só é liberada após a descarga de CR, que é monitorada pelo bloco A2 (Monitor de Descarga de CR). O TCA 785 possui uma saída Q1 (pino 14) e outra Q2 (pino 15) defasadas em 180º. Enquanto Q1 serve para disparar um SCR no semiciclo positivo, Q2 pode ser usada para disparar um segundo SCR no semiciclo negativo. Com as informações dos circuitos anteriores, o bloco “Lógica de Formação dos Pulsos” encarrega-se de colocar nas saídas a forma de pulso selecionada. A duração dos pulsos depende de C12 e do coeficiente β, conforme a tabela abaixo (em valores aproximados): QUADRO 1 – DURAÇÃO DE PULSOS C12 (PINO 12) C12 β = 620µs / nF Aberto 50pF 220pF 330pF 680pF 1000pF Curto 30µs 93µs 136µs 205µs 422µs 620µs 180º - α FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 59 Com o pino 12 aberto, assim que a rampa se igualar à tensão de controle (pino 11), será acoplado um pulso de duração β = 30µs na saída Q2 (pino15), se a tensão da rede estiver no semiciclo positivo. Caso a tensão da rede esteja no semiciclo negativo, o pulso será acoplado na saída Q1 (pino14). Se o pino 12 estiver curto-circuitado à terra, a largura dos pulsos será fixa, estendendo-se do instante do disparo até o início do próximo semiciclo. Com isso, consegue-se um pulso longo, de duração 180º - α, que é utilizado para garantir o disparo do tiristor em aplicações com carga indutiva. Para cada valor de C12 mostrado na tabela, tem-se pulsos com outras durações, dadas pelo parâmetro β. A figura 41 mostra a formação dos pulsos em duas opções de duração dos mesmos. FIGURA 41 – FORMAÇÃO DOS PULSOS DE DISPARO FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 3.3 60 Isolação de pulso de disparo Para a operação de dispositivos utilizados no controle de potência, como SCR’s e TRIAC’s, são utilizados circuitos de disparo que trabalham com tensão e corrente menores do que nos circuitos de potência. Para evitar a queima dos componentes mais sensíveis, no caso dos componentes dos circuitos de disparo, os dois circuitos podem ser separados através de transformadores de pulso ou acopladores ópticos. 3.3.1 Transformadores de pulso FIGURA 42 – EXEMPLO DE APLICAÇÃO DO TRANSFORMADOR DE PULSO FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. O uso dos transformadores de pulso deve seguir algumas condições, uma delas é que o acoplamento entre o primário e o secundário seja o mais perfeito possível, afim de evitar sobre-aquecimento no SCR e conseqüentemente sua queima. Outra condição é que a isolação entre os enrolamentos dos transformadores de pulso seja elevada, da ordem de KV, para evitar que a operação do conversor cause-lhe danos. Em conversores que utilizam mais de um tiristor e tem carga indutiva, é recomendado utilizar em conjunto com o circuito de disparo um circuito que gere pulsos em alta freqüência, como um circuito astável com CI 555. Isto evitará a saturação do RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 61 núcleo do transformador de pulso, por causa dos pulsos mais extensos necessários para garantir o disparo do tiristor quando é utilizada carga indutiva. No uso deste tipo de carga existe um intervalo entre o momento do disparo e o instante em que o tiristor realmente entra em condução. 3.3.2 Acopladores ópticos Os acopladores ópticos também são utilizados na isolação do pulso de disparo. Um acoplador óptico é formado por um LED infravermelho e um fotodetector, este pode ser um transistor ou até um SCR ou TRIAC, tudo em um mesmo invólucro. (a) Transistor como fotodetector (b) SCR como fotodetector FIGURA 43 – ACOPLADORES ÓPTICOS FONTE: ALMEIDA, José Luiz Antunes de; Dispositivos Semicondutores: Tiristores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 4 62 ACUMULADORES Por volta de 1780, o anatomista italiano Luigi Galvani (1737-1798), realizando experiências de anatomia com sapos, concluiu que a corrente elétrica tinha origem nos músculos animais. Galvani suspendeu as pernas do sapo, dissecadas de uma solução salina, através de um fio de cobre, quando tocava uma das com uma barra de ferro os músculos se contorciam. Alessandro Volta (1745-1827), partiu de um pressuposto diferente do de Galvani: o de que a eletricidade tinha origem nos metais. Como físico, Volta tentava provar que só existia um tipo de eletricidade, aquela estudada pelos físicos. Por isso, trocou os tecidos de organismos vivos por ferro, cobre e tecido molhado. Variando os metais usados, rapidamente se convenceu de que seu raciocínio fazia sentido. Em 1800, Volta construiu um equipamento capaz de produzir corrente elétrica continuamente: a pilha de Volta. Utilizando uma placa de cobre e outra de zinco, separadas por uma tela impregnada de ácido sulfúrico, percebeu a circulação de uma pequena corrente neste conjunto. A fim de obter uma corrente maior, ele empilhou alternadamente discos de zinco e de cobre, separando-os por pedaços de tecido embebidos em solução de ácido sulfúrico. A pilha de Volta, produzia energia elétrica sempre que um fio condutor era ligado aos discos de zinco e de cobre, colocados na extremidade da pilha. Na célula de Volta o anodo é de zinco, o catodo é de cobre e o eletrólito, ácido sulfúrico. (a) foto pilha de Volta RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 63 (b) representação da pilha de Volta FIGURA 44 – PILHA DE VOLTA FONTE: (a) <http://www.espacociencia.pe.gov.br/areas/quimica/tipos.php> (2005) (b) <http://quimica.fe.usp.br/graduacao/edm431e2/material98/isis/pilhaseca.htm> (2005). Desde então, melhoramentos técnicos têm sido aplicados e, como conseqüência, houve incrementos enormes quanto á capacidade em armazenar energia e o aumento da vida útil dos acumuladores elétricos. Ainda hoje, a otimização das formas de construção, a disposição dos componentes internos e os tipos de materiais usados garantem melhoramentos quanto à qualidade e relação volume/energia armazenada das baterias. 4.1 Fatos básicos Uma bateria é um conjunto de elementos eletro-químicos interligados, capazes de acumular energia química e converter em energia elétrica, podendo fornecer uma tensão nominal, em corrente contínua (CC ou DC), a um equipamento consumidor a ela conectado, sendo a tensão determinada pelo número de elementos ligados em série. O elemento é um conjunto de placas positivas e negativas, isoladas umas das outras por separadores, ligadas a uma barra coletora e banhadas por um mesmo eletrólito, mais o recipiente que as contém; Uma bateria pode ser formada de elementos primários (pilhas) ou elementos secundários (acumuladores). Nos elementos primários a conversão de energia química para elétrica geralmente é irreversível, sendo assim, uma vez descarregados não podem mais ser utilizados. Já nos elementos secundários é possível esta inversão, ou seja, podem ser recarregáveis repetidas vezes. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 4.2 64 Acumulador elementar O acumulador elementar é, de uma forma geral, formado por três componentes básicos: • Eletrodos, formados de placas e terminais de conexão, divididos em duas polaridades, “positivo” e “negativo”. Os eletrodos são constituídos por materiais com características químicas diferentes, propiciando uma das condições para existência do fluxo de elétrons, que é a diferença de potencial; • Eletrólito, solução aquosa que deve envolver os eletrodos para propiciar o contato entre eles; • Vaso, recipiente que armazena os eletrodos e o eletrólito. FIGURA 45 – ACUMULADOR FONTE: <www.ajax.com.br> (2005). Para se obter uma capacidade de corrente maior os eletrodos são constituídos de várias placas, isso com base na descoberta de Volta. Um grupo de placas positivas e outro grupo de placas negativas são entrelaçados e formam um pacote de placas. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 65 As placas positivas e negativas são isoladas umas das outras através de separadores. Estes são perfurados para permitir que o eletrólito entre em contato com os dois eletrodos e sirva de caminho para o movimento de cargas elétricas (íons). 4.3 Princípio de funcionamento do acumulador Na figura 47 ocorre o processo de óxirredução espontânea, seria a descarga do acumulador, onde é fornecido energia para uma carga. Numa reação de óxirredução sempre há perda e ganho simultâneos de elétrons, pois os que são perdidos por um átomo, íon ou molécula são imediatamente recebidos por outros. A perda de elétrons é chamada de oxidação e o ganho de elétrons chamado de redução. Neste processo em um eletrólito aquoso, de caráter ácido ou alcalino, encontram-se dois eletrodos de metais diferentes assim designados: • Anodo: onde ocorre uma reação de oxidação. • Catodo: onde ocorre uma reação de redução. Na oxidação, o metal do anodo libera elétrons e íons positivos do mesmo para o eletrólito. Estes elétrons seguem pelo caminho externo (carga) até o catodo e se combinam com o metal do catodo, liberando íons negativos, ou seja, o processo de redução. Na superfície do catodo tais íons fazem as moléculas da água do eletrólito se separarem em íons de hidrogênio (H+) e hidróxido (OH-). Os íons positivos de hidrogênio se combinam com os íons negativos do metal do catodo, tornando-os neutros. Os íons negativos de hidróxido caminham pelo eletrólito até o anodo onde encontram os íons positivos do seu metal. Estes se combinam, resultando em moléculas de água e de óxido do metal, assim, o anodo se desgasta. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 66 FIGURA 47 – PROCESSO DE ÓXIRREDUÇÃO ESPONTÂNEA FONTE: http://quimica.fe.usp.br/graduacao/edm431e2/material98/isis/pilhaseca.htm> (2005). O processo inverso também pode ocorrer, como mostra a figura 48, é chamado de eletrólise. A eletrólise é uma reação de óxirredução não espontânea, ou seja, uma recarga do acumulador, que recebe energia elétrica para armazena-la em forma de energia química. Na eletrólise há a necessidade de uma fonte externa, de corrente elétrica contínua, para que uma reação não espontânea ocorra. Também é necessário a presença de íons livres e uma tensão fornecida pela fonte com valor superior a do acumulador. Os íons negativos são atraídos pelo pólo positivo (ânodo), onde irão perder elétrons (oxidação). Os elétrons cedidos ao pólo positivo migram através do circuito externo até o pólo negativo (cátodo). Lá, estes serão “ganhos” pelos íons positivos (redução). FIGURA 48 – PROCESSO DE ELETRÓLISE FONTE: <http://quimica.fe.usp.br/graduacao/edm431e2/material98/isis/pilhaseca.htm> (2005). RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 67 Observação: o fluxo de elétrons na óxirredução espontânea é contrário ao da eletrólise. 4.4 Acumuladores chumbo-ácido No acumulador chumbo-ácido os materiais ativos primordiais são o chumbo e seus compostos e o eletrólito que é uma solução de ácido sulfúrico. Os materiais ativos servem para processos de oxidação e redução, criando a circulação da corrente elétrica no acumulador. As placas são constituídas pela grade e materiais ativos. Na sua estrutura básica o acumulador chumbo-ácido é formado por dois eletrodos, geralmente em forma de placas, separados e imersos em um eletrólito composto de uma solução aquosa de ácido sulfúrico. As placas são designadas pelos sinais positivo (+) e negativo (-), constituídas de peróxido de chumbo e óxido de chumbo respectivamente. Essas placas, bem como o eletrólito, estão colocados em um recipiente adequado. As placas devem ficar o mais próximo possível reduzindo ao mínimo a resistência interna e as dimensões dos elementos. Para evitar um curto-circuito, entre as placas negativas e positivas, se introduz laminas de material poroso, denominados separadores. Eles protegem as placas de polaridade oposta contra os curto-circuitos e permitem o contato do eletrólito com eletrodos positivo e negativo. Os separadores são fabricados de material isolante e anti-ácido. Exemplo: Madeira, borracha natural, plástico microporoso, mipor, plástico perfurado (cloreto de vinil, ebonite), cartão de asbsto, cartão de aminto, lã de vidro. Em alguns casos se emprega uma separação dupla ou tripla. Os separadores devem ter certa resistência mecânica, elasticidade, porosidade, estabilidade química, pequena resistência elétrica no eletrólito dentro dos poros, além de ser de fácil fabricação, barato e de fácil aquisição. O eletrólito nos acumuladores chumbo-ácido é sempre uma solução de ácido sulfúrico diluída. Em carga, a densidade do eletrólito varia de 1,20 a 1,29 dependendo do tipo de bateria e de condições de serviço e temperatura. O eletrólito de densidade mais baixa é preferível, pois haverá menos ação local nas placas negativas bem como vai solicitar menos carga nas placas positivas, e haverá menor ataque do acido nos separadores. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 68 O eletrólito de densidade maior aumenta a capacidade do acumulador e amplia a característica da tensão de descarga, especialmente em descargas mais rápidas. Uma densidade maior do eletrólito permite uma utilização com menor volume do eletrólito reduzindo peso, volume e custo por elemento. A densidade especificada do eletrólito é sempre referida a uma temperatura padrão. A unidade atualmente utilizada para se medir a densidade da solução é a relação entre o peso em quilos por metros cúbicos de eletrólito (Kg/m3). Como descrito anteriormente, no item 4.2, o vaso é o recipiente que contém as placas positiva, negativa e o eletrólito. A tampa evita a entrada de impurezas do ambiente, o vazamento do eletrólito, bem como não permite a evaporação do ácido sulfúrico, que é caro e prejudicial ao ambiente. As tampas recebem uma válvula retentora para deixar escapar a água e nunca o ácido sulfúrico, voltando o ácido depois de condensado para a solução. 4.4.1 Transformações eletroquímicas A reação química abaixo representa o processo de carga e descarga do acumulador chumbo ácido. Estas etapas estão divididas pelas setas, da esquerda para a direita ocorre a descarga e o contrário a carga. PbO2 + eletrodo(+) carregado Pb eletrodo(-) carregado + 2H2SO4 eletrólito PbSO4 eletrodo(+) descarreg. + PbSO4 eletrodo(-) descarreg. + 2H2O eletrólito A reação do chumbo, eletrodo negativo, e do dióxido de chumbo, eletrodo positivo produzem sulfato de chumbo (PbSO4). O ácido sulfúrico envolve-se no processo na forma de íon sulfato. Quando um acumulador esta se descarregando ocorre um consumo de ácido sulfúrico, assim diminui a densidade da solução eletrolítica (água e ácido sulfúrico). Deste modo medindo-se a densidade da solução eletrolítica pode-se saber qual a magnitude da carga ou descarga do acumulador (lembre-se que a densidade tem relação com a quantidade de ácido sulfúrico presente na mistura). Para o acumulador recarregar faz-se passar corrente contínua do eletrodo de chumbo para o de dióxido de chumbo o que resulta na inversão das reações. Neste RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 69 processo o ácido sulfúrico é regenerado; por isso a porcentagem de ácido sulfúrico indica o grau de carga ou descarga do acumulador. 4.5 Acumulador alcalino níquel-cádmio tipo bolsa As informações deste item são baseadas no “Manual de Operação de Baterias Alcalinas NIFE”. Este tipo de acumulador é constituído por elementos alcalinos de níquel-cádmio fechados com placas tipo bolsa que utilizam como eletrólito uma solução aquosa de hidróxido de potássio. A placa positiva é constituída basicamente por hidróxido de níquel e aditivos para aumentar a condutibilidade elétrica. Essa mistura recebe o nome de “massa ativa”. Já o material que compõe as placas negativas é uma mistura de compostos (óxido e hidróxido) de cádmio e aditivos. A massa ativa é prensada mecanicamente em forma de pastilhas, sendo essas pastilhas envolvidas por fitas de aço perfuradas e niqueladas, que formam “bolsas” de material ativo. Um grupo de bolsas forma a placa positiva e outro a placa negativa. Para obter um bom contato entre a “massa ativa” e a estrutura metálica, as bolsas são prensadas. Os separadores são constituídos de plástico e tem a mesma finalidade que no acumulador chumbo-ácido, ou seja, separar as placas positivas das placas negativas, mas sem oferecer resistência a passagem do eletrólito. O eletrólito é uma solução aquosa de hidróxido de potássio com adição de hidróxido de lítio com densidade 1,18 +/- 0,01 a 25ºC. O vaso, como no acumulador chumbo-ácido, é o recipiente que contém as placas e o eletrólito. A tampa no acumulador alcalino, assim como no acumulador chumbo-ácido, evita a entrada de impurezas do ambiente e evita vazamento do eletrólito. 4.5.1 Transformações eletroquímicas O princípio de funcionamento do acumulador alcalino de níquel-cádmio está baseado na reação química indicada abaixo. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 2NiOOH eletrodo(+) descarreg. + Cd eletrodo(-) descarreg. + 2H2O eletrólito 2Ni(OH) 2 eletrodo(+) carregado + 70 Cd(OH) 2 eletrodo(-) carregado O processo de carga ocorre da direita para esquerda e a descarga se faz no sentido contrário. O composto NiOOH, que representa o eletrodo positivo descarregado, é resultado da redução do hidróxido de níquel 2Ni(OH)2. O composto Cd resulta do hidróxido de cádmio Cd(OH). O elemento potássio não aparece na reações química pois não toma parte disso, serve apenas como portador de cargas elétrica, sendo o eletrólito representado pela água. 4.6 Acumulador gel selado isento de gaseificação Este acumulador é constituído por elementos chumbo-ácido e eletrólito na forma de gel, contidos em um recipiente hermético. Suas características permitem a redução da formação de gases a um mínimo, isso significa que o nível do eletrólito mantém-se constante, ou seja, não necessita ser reposto. O recipiente selado evita a contaminação pelo meio externo. Por estas características este acumulador é chamado de “maintenance free” (livre de manutenção). Somente na eventualidade de um aumento de pressão interna, é que a válvula de segurança se abre, depois do equilíbrio da pressão ela se fecha. A válvula de segurança permite, em condições normais, que, geralmente, apenas o hidrogênio escape e não permite a entrada do ar externo. Esta é uma das condições para o funcionamento do acumulador selado. Também tem a vantagem da menor utilização de espaço, pois podem ser instaladas em qualquer posição. Outra vantagem é o baixo nível de auto-descarga em relação ao acumulador chumbo-ácido ventilado. O acumulador tipo gel selado também é conhecido como bateria chumbo-ácida regulada por válvula (VRLA – Valve Regulated Lead Acid). Quanto a sua construção as placas positivas e negativas são constituídas por massa de óxido de chumbo empastado nas grades de liga Pb-Ca. Os separadores podem ser formados por manta de lã de vidro absorvente (Absortive Glass Mat - AGM) que possui elevada durabilidade e capacidade térmica. Este material absorve e retém o eletrólito, apresentado excelente condutividade. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 71 É utilizado como eletrólito o ácido sulfúrico (H2SO4) fixado em substância a base de gel ou em material de fibra de vidro. O ácido sulfúrico é utilizado tanto como um componente da pasta como um ingrediente do eletrólito. O vaso e a tampa são construídos a partir de ABS de elevada resistência ao ácido sulfúrico, grande durabilidade e projetados para oferecer completa vedação, evitando qualquer vazamento de eletrólito e de gás. 4.6.1 Transformações eletroquímicas PbO2 + eletrodo(+) carregado Pb eletrodo(-) carregado + 2H2SO4 eletrólito PbSO4 + eletrodo(+) descarreg. PbSO4 eletrodo(-) descarreg. + 2H2O eletrólito Pode-se notar que as transformações eletroquímicas do acumulador tipo gel selado são idênticas ao acumulador chumbo-ácido. Porém o material ativo negativo da primeira, por ser muito ativo em meio úmido, reage rapidamente com o oxigênio, evitando, portanto, a diminuição do nível de água e eliminando a necessidade de sua adição. 4.7 Associação de acumuladores Os acumuladores são utilizados em diversas aplicações, onde existem consumidores com níveis de tensão e/ou corrente diferentes. Para atender os diferentes tipos de carga os acumuladores podem ser associados em série, em paralelo ou misto. A associação em série é indicada quando existe a necessidade de aumentar o nível de tensão, mas sem acrescentar a capacidade de fornecimento de corrente. Para o uso de acumuladores associados em série, estes devem ter a mesma capacidade de corrente e serem interligados através dos terminais de polaridade oposta, sendo, um terminal positivo com um terminal negativo, de forma que nas extremidades da associação terá um pólo negativo e um positivo. Na associação em paralelo é utilizada quando é preciso aumentar o a capacidade de fornecimento de corrente e conservar o nível de tensão. Para esta aplicação é importante que os acumuladores tenham o mesmo nível de tensão e que os terminais estejam interligados pela mesma polaridade, sendo terminal positivo com terminal positivo e da mesma forma para os terminais negativos. A aplicação da associação mista se da quando é preciso melhorar a confiabilidade ou aumentar a capacidade de fornecimento de corrente de um sistema. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 72 Esta associação é resultante de bancos de acumuladores em série interligados em paralelo. Porém esta configuração exige clareza dos riscos e faixas de segurança de operação. 4.8 Definições para acumuladores 4.8.1 Capacidade Primeiramente capacidade é função da quantidade de materiais ativos, dos parâmetros construtivos (área e espessura de placas) e dos parâmetros operacionais (taxa de descarga, temperatura, estado inicial de carga e tensão de corte). Capacidade é definida como a quantidade de eletricidade que pode ser retirada de um acumulador, sob um conjunto especifico de condições operacionais, incluindo a taxa de descarga, temperatura e estado inicial de carga. A capacidade nominal (C5) se refere a um regime de descarga de 5 (cinco) horas até a tensão final de 1V por elemento. Tensão de corte é a tensão mínima de descarga determinada pelo consumidor. A quantidade de eletricidade, expressa em watt/hora, é a corrente fornecida continuamente num determinado tempo, definido em horas. Em outras palavras, é a quantidade de energia fornecida de acordo com uma taxa de descarga. O desempenho da bateria, quando descarregada com corrente constante, está relacionado à tensão final de descarga. A saída disponível em ampéres (ou em watts se for o caso) para cada duração depende do nível de tensão final de descarga escolhido. Um aumento na tensão final especificada irá requerer um aumento de tamanho da bateria. QUADRO 2 – CORRENTE DE DESCARGA Corrente de descarga (A) / Tempo (h) Tipo de Bateria Tensão Nominal 20 h 10 h 5h 1h Tensão Final Tensão Final Tensão Final Tensão Final (1,75) (1,75) (1,70) (1,60) FNC 1272 12 7,20 6,62 6,48 4,32 FNC 12120 12 12,00 11,20 10,20 7,20 FNC 12190 12 19,00 17,76 16,15 11,40 FNC 12260 12 26,00 24,70 23,40 15,60 FNC 12280S 12 28,00 25,40 23,25 16,47 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 73 FNC 12300 12 30,00 28,50 27,00 18,00 FNC 12340 12 34,00 32,30 30,60 20,40 FNC 12 420 12 43,70 42,00 38,60 25,80 FNC 12700 12 73,40 70,00 64,05 44,80 FNC 12800 12 84,00 80,00 73,20 51,20 FNC 121000(H) 12 105,00 100,00 91,50 64,00 FNC 121200 12 126,00 120,00 109,80 76,80 FNC 21500 12 157,40 150,00 137,25 96,00 FNC 122000 12 210,00 200,00 183,00 128,00 FONTE: Adaptado manual técnico bateria selada NEWMAX. Disponível em: <www.optus.com.br> (2005). 4.8.2 Tensão A tensão de descarga é aquela na qual o acumulador é considerado tecnicamente descarregado. O valor desta tensão é determinado pelo fabricante. Este dado é importante, pois, se o acumulador atingir um valor de tensão final abaixo do especificado pode ocorrer a impossibilidade do processo de carga do acumulador. Para o acumulador a tensão nominal é a diferença de potencial entre seus terminais durante o processo de descarga. No caso de bateria, a tensão nominal é a soma das tensões de cada elemento que compõe a mesma. QUADRO 3 – TENSÃO NOS ACUMULADORES TENSÃO EM VOLTS / ELEMENTO TIPO DE ELETRÓLITO Alcalino Ácido Gel ELETRODO Tensão Tensão nominal Flutuação Níquel – Cádmio Bióxido de Chumbo–Chumbo Bióxido de Chumbo–Chumbo Tensão equalização Tensão Tensão carga final especial descarga 1,2 1,4 1,6 1,7 1,0 2,0 2,2 2,4 2,7 1,75 2,0 2,25 - - 1,75 FONTE: Manutenção de Acumuladores de Energia para o Sistema CINDACTA II. A tensão nos elementos chumbo ácidos depende da concentração do eletrólito, ou seja, se a concentração do eletrólito diminuir a tensão também será reduzida. No RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 74 caso de um processo de carga, a concentração do eletrólito cresce à medida que a tensão aumenta. Já nos acumuladores alcalinos a tensão não depende do eletrólito, conforme mostra a tabela 4. QUADRO 4 – DENSIDADE DO ELETRÓLITO TIPO DE ELETRÓLITO ALCALINO ÁCIDO DENSIDADE g / cm ELETRODO NiCd SOLUÇÃO Hidróxido de Potássio Bióxido de Ácido Pb – Pb SulfúricoH2SO4 Carregada 1,17 – 1,30 1,20 – 1,29 entre independente depende 3 Descarregada 1,17 – 1,30 1,05 – 1,10 FONTE: Manutenção de Acumuladores de Energia para o Sistema CINDACTA II. 4.8.3 Carga A carga é a conversão de energia elétrica em potencial eletroquímico no interior da célula. Está dividida em: • Carga de Flutuação: processo de carga que busca manter os acumuladores ou células com um estado de carga próximo à carga plena, evitando as perdas ocorridas por auto descarga e que as mesmas permaneçam por longos períodos com estado parcial de carga; • Carga de equalização: processo em que se busca igualar o estado de carga das células que compõem um acumulador. Para alguns tipos de acumuladores este processo é dimensionado para levar todas as células à carga plena. Já outros tipos de acumuladores requerem uma descarga total durante o processo de equalização. Este tipo de processo deve ter seu tempo limitado, a fim de evitar a gaseificação, aquecimento dos elementos e a evaporação do eletrólito; • Carga especial: utilizada apenas em algumas situações, necessita de alterações específicas no retificador, de forma a não colocar em risco todo o sistema; RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE • 75 Carga com tensão constante: este tipo de carga pode ser sem limitação de corrente, com limitação de corrente ou misto. No caso de valores de tensão ou corrente baixo o tempo de carga deve ser prolongado; • Carga com corrente constante: é o processo mais eficiente no que se refere ao tempo de carga e a performance da bateria na descarga subseqüente. Neste processo a corrente é mantida constante e a tensão crescente. • Carga com corrente decrescente: neste sistema a corrente decresce continuamente com o aumento da tensão do acumulador, utilizam-se correntes entre 0,2 e 0,4 x C5, e correntes finais iguais a 50% da inicial. É importante que o período de carga não ultrapasse a tensão final de carga, que é a tensão máxima alcançada nos terminais de cada elemento quando alimentados com energia AC, a fim de evitar a gaseificação. 4.8.4 Gaseificação Durante a carga e principalmente depois da sobrecarga, quando no acumulador atinge a tensão final de carga, são produzidos internamente hidrogênio e oxigênio. Estes gases são liberados na forma de uma mistura explosiva e, portanto, os acumuladores devem ser instalados em locais ventilados de forma adequada, evitando assim o risco explosão. Os acumuladores gel selados operam próximo de 100% de recombinação do oxigênio, não permitindo a saída deste gás. Durante a operação normal da bateria, um pouco de hidrogênio é liberado, isto é essencial para manter o equilíbrio químico interno. 4.8.5 Ciclo de descarga A escolha da capacidade adequada do acumulador a não depende somente dos consumidores de corrente e duração de cada consumo, mas também do momento em que ocorrem. Caso um sistema de acumuladores, que alimenta consumidores diversos, tenha alto consumo de corrente no início do ciclo de descarga, os acumuladores podem ter RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 76 capacidade menor do que as de sistemas onde seus consumidores absorvam maior corrente no final do ciclo. Entretanto, se o consumo ocorre de forma ocasional, a capacidade do acumulador deve levar em conta que a maior demanda pode ser solicitada no final do ciclo de descarga. Em alguns casos é aconselhável considerar que o maior valor de corrente será solicitado durante todo o ciclo de descarga. 4.8.6 Auto-descarga Num processo espontâneo, todos os acumuladores se descarregam gradualmente, através de processos químicos internos, quando não estão em uso. A taxa de auto-descarga é normalmente especificada como uma percentagem da capacidade nominal que é perdida ao longo do tempo. 4.9 Fatores ambientais e de segurança 4.9.1 Ambiente para instalação Um local adequado para instalar acumuladores deve possuir as seguintes características: • Fácil acesso para aperto dos parafusos de fixação das ligações, verificação do nível de eletrólito e limpeza; • Boa ventilação, com entrada e saída de ar, de modo que este varra o acumulador quando em movimento. A troca de ar deve ocorrer no mínimo três a quatro vezes por hora; • Estante própria para acumuladores, construída de madeira de lei ou de ferro, esta deve ser pintada e recoberta com canaleta de PVC; • Evitar locais sob ação de poeiras e vapores, abaixo ou próximo ou de tubulações de líquidos, próximo de unidades de aquecimento e lugares que permitam exposição do acumulador ao sol; • Espaçamento de 1,5cm entre uma acumulador e outro. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 77 4.9.2 Manuseio No manuseio de acumuladores deve-se evitar a quebra do recipiente, ocasionar curto circuito, aquecimento, sobrecarga, empilhamento e não colocar ferramentas sobre os acumuladores. Também é importante manter cigarros, fagulhas e chamas longe de acumuladores em carga. Os acumuladores devem ser mantidos longe do alcance de crianças. 4.9.3 Informações de risco à saúde O contato do eletrólito de ácido sulfúrico com os olhos e a pele pode causar queimaduras e danos severos. A inalação de sua névoa pode provocar irritação respiratória e nos olhos, dificuldade de respirar, dor de cabeça, náusea e fraqueza. A exposição freqüente pode causar edema pulmonar e aumentar o risco de câncer de pulmão. A ingestão pode provocar fortes queimaduras na boca, esôfago e trato intestinal. A exposição do chumbo pode causar contaminação com sintomas de fadiga, insônia, dor abdominal, constipação, perturbação nervosa, anemia, danos no rim e cérebro. 4.9.4 Primeiros socorros Caso respingue eletrólito ácido na roupa ou no corpo deve-se neutraliza-lo com uma solução de bicarbonato de sódio e em seguida lavar com água em abundância. Se o contato for com eletrólito alcalino, este deve ser neutralizado com uma solução de ácido bórico e em seguida também lavado com água em abundância. Se o eletrólito entrar em contato com os olhos, estes devem ser lavados imediatamente com água corrente durante 20 minutos, manter as pálpebras separadas e procurar assistência médica. Numa situação de inalação, se houver irritação, remover a vítima para local fresco e arejado e procurar assistência médica se a irritação continuar. Por fim, se o eletrólito for ingerido não se deve provocar vômito. Ingerir leite de magnésia e em seguida leite ou clara de ovo. Não dar nada pela boca para uma pessoa RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 78 inconsciente ou em convulsão. Molhar a boca com pequena quantidade de água e procurar assistência médica imediata. 4.9.5 Risco de fogo ou explosão Para o combate ao fogo é recomendado para extinção do fogo o extintor de dióxido de carbono, pó químico. Deve-se desligar o equipamento, utilizar equipamentos de segurança e máscara de proteção respiratória com pressão positiva. Cigarros, fagulhas ou chamas podem provocar a ignição dos gases de carga (hidrogênio). O chumbo, hidrogênio e óxidos de enxofre são produtos perigosos da combustão. 4.9.6 Compromisso com o meio ambiente Após o esgotamento energético do acumulador, este deverá ser entregue pelo usuário ao fabricante ou ao importador ou ao distribuidor do acumulador para que tenha uma disposição final adequada, de modo que os elementos químicos nelas contidos sejam tratados segundo a resolução CONAMA nº 257 – 30/06/99. O não cumprimento desta resolução sujeitará os infratores às leis previstas nas Leis nº 6938 – 31/08/81 e nº 9605 – 12/02/98. 4.10 Comparação entre acumuladores chumbo-ácido e alcalinos Existem vários pontos para comparação entre acumuladores, mas um deles, que dá grande importância à aplicação dos acumuladores é a confiabilidade. Neste item a vantagem é dos acumuladores alcalinos. Porém é difícil a comparação do custo devido a grande diversidade de fabricantes, modelos e aplicações existentes. Algumas vantagens dos acumuladores alcalinos são: • Placas de aço com maior condutividade; • O processo de envelhecimento no acumulador chumbo-ácido começa quando se adiciona o eletrólito. Isso não acontece com o acumulador alcalino; • O acumulador chumbo-ácido sofre maior desgaste, sedimentação, sulfatação e contaminação por antimônio; como corrosão, RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE • 79 Os separadores dos acumuladores alcalinos permitem melhor fluxo de íons entre as placas, melhor liberação do eletrólito e de gases liberados durante a carga; • No acumulador chumbo-ácido existe um espaço no fundo do recipiente para abrigar material desprendido pela corrosão do chumbo. Já os elementos alcalinos, que são de aço, não sofrem corrosão; • A tensão de descarga tem queda mais acentuada no acumulador chumbo-ácido; Enfim, existem outros pontos que mostram as vantagens do acumulador alcalino em relação ao chumbo-ácido, mas já se pode perceber o que trás maiores vantagens em termos de confiabilidade. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 5 80 METODOLOGIA Esta pesquisa quanto à natureza é aplicada, abordando o problema de forma qualitativa. Quanto aos seus objetivos é explicativa, adotando o procedimento técnico de estudo de caso. Seria bom também salientar os limites da pesquisa, que visa uma pesquisa tecnológica, não se tratando de um trabalho essencialmente de projeto, com concepções e cálculos dedutivos... A base para a informação teórica necessária será obtida através de livros, em arquivos, de artigos, em revistas especializadas e internet. Já o material para construção eletrônica será pesquisado nas lojas, revistas e também na internet. Com isso ter-se-á condição de finalizar a produção almejada pelo projeto do trabalho de diplomação de curso. 5.1 Analise de Fenômenos para Fundamentação O início dos experimentos, que levaram à construção dos circuitos de comando e do retificador protótipo, se deu com o estudo e análise de um retificador monofásico que serviu de modelo. Devido a suas excelentes características, este retificador é destinado ao emprego em flutuação e carga automática de baterias para partida e comando de grupos geradores e para flutuação de bancos de baterias utilizados em telecomunicações. A condição de flutuação ou de carga pode ser escolhida através de uma chave seletora. Na condição de flutuação, é inserido no sistema um circuito eletrônico que coloca automaticamente o retificador em carga, caso as condições das baterias o exigirem. Uma vez tenha chegado a um nível satisfatório de tensão nas baterias, o sistema se auto comutará para flutuação novamente, mantendo assim um nível de carga médio. Caso a opção carga seja selecionada, é aplicada uma carga profunda às baterias, isto pode ser verificado através dos instrumentos de medição do painel. O sistema dispõe ainda de proteção contra sobretensão na saída, situação na qual o retificador será desligado. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 81 FIGURA 49 – RETIFICADOR MODELO FONTE: Autores. Sendo o protótipo do retificador destinado à uma aplicação didática, algumas partes foram suprimidas em relação ao retificador modelo, já que o foco principal do estudo são as tecnologias de controle, porém, o circuito de potência não deixa de atender o que se deseja, que é a verificação da funcionalidade dos circuitos de disparo e o controle da potência entregue à carga. 5.1.1 Recuperação do Retificador Modelo Para que estes ensaios e testes fossem realizados a equipe teve de recuperar o retificador modelo e suas placas de controle, pois, o mesmo foi disponibilizado danificado para a equipe por estar danificado. Nas placas de controle existiam trilhas rompidas e componentes danificados que impossibilitavam o funcionamento do retificador e na placa RT encontramos o seguinte componente danificado: o diodo DZ2, além disto recuperamos algumas trilhas rompidas. Já na placa MCA haviam diversas trilhas rompidas, as quais tiveram de ser recuperadas, além disto, a equipe também efetuou a troca dos capacitores C3 e C4 que estavam deteriorados. Então observou-se uma conexão solta no ponto identificado pelo número 3 da placa CHRF, ela foi retirada de sua base de fixação para poder ser reparada. O circuito RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 82 CHRF é responsável por evitar que ruídos de rádio-freqüência se disseminem pela rede de alimentação (este filtro está presente somente no retificador modelo). Após os reparos citados anteriormente e depois de inserir as placas “RT” e “MCA” e alimentar o painel esperava-se o inicio da análise do retificador em funcionamento normal. Porém a tensão na carga, que deveria ser de 24VCC, estava em torno de 40VCC. Nesta condição o relé de sobretensão deveria atuar, mas se comportava abrindo e fechando intermitentemente. Depois de analisar e verificar algumas condições percebemos que o botão de reposição (BRT) não estava na condição “normal fechado” (NF) como deveria, mas estava aberto impedindo a auto retenção do relé de sobrecarga. Como não havia no momento um outro botão e para que se tornasse possível o estudo do retificador inseriu-se um “jumper” nos contatos do botão de reset. Resolvido o problema da retenção do relé de sobrecarga restava encontrar a causa da sobretensão na saída do retificador. Depois de analisar as condições de funcionamento de alguns componentes constatamos uma falha no transistor “TR1”, verificamos que a base estava rompida. A função de “TR1” é limitar o disparo do transistor “TR2”, este controla o “UJT” que é responsável pela emissão dos pulsos de disparo do circuito de potência composto por SCR’s e diodos. Como “TR1” não limitava o disparo de “TR2”, este recebia uma tensão alta na base e assim passava a conduzir o máximo que podia, assim “TR2” fazia com que o “UJT” liberasse o seu máximo de pulsos para os SCR’s, com isso o circuito de potência liberava uma tensão bem acima do que deveria. Com a troca de “TR1” o retificador teve seu funcionamento normal reestabelecido. 5.1.2 Placas de Controle RT & MCA As placas que sustentam a tecnologia necessária à utilização do UJT como ativador das chaves de potência, RT e MCA, foram construídas segundo placas existentes no retificador base. Para isso foi empregado o programa tango no desenho das trilhas e do lay-out das placas. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE Transformador de pulso 83 UJT FIGURA 50 - PLACA RT FONTE: Autores. Na placa RT, figura 50, temos o circuito de limitação de corrente e estabilização de tensão. O controle da tensão e da corrente parte de sinais recebidos através de um slot, que provocam o disparo do UJT, este fica isolado do circuito de potência através de um transformador de pulso. FIGURA 51 - PLACA MCA FONTE: Autores. A outra placa, MCA, figura 51, é o módulo de comando automático, que tem como objetivo comandar automaticamente a passagem do retificador de flutuação para RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 84 carga quando o estado das baterias exigir que tal fato aconteça. Este circuito permite ainda o desligamento do retificador quando houver sobretensão na saída do mesmo. Após a confecção das placas RT e MCA, procedemos então com os ensaios, testes e das mesmas conectadas ao retificador modelo. Num primeiro momento estas placas não estavam funcionando corretamente pelo fato do valor do resistor posicionado entre o UJT e TR2 estar com um valor muito elevado 520Ω. Após a alteração do valor resistor para 230Ω encontramos exatamente as mesmas formas de onda que foram capturadas nas placas RT e MCA originais e mostradas nas figuras 52, 53, 54 e 55. FIGURA 52 – PULSO DE DISPARO DO UJT FONTE: Autores. A figura acima mostra o pulso de disparo do UJT, capturado por meio de um osciloscópio, no gate do SCR, quando a tensão entregue à carga é de 25,1 Vcc. Este sinal é fornecido pelo UJT através do oscilador de relaxação, ambos localizados na placa RT. O pulso de disparo é emitido de acordo com sinais recebidos do circuito de potência e aqueles processados pela placa MCA. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 85 FIGURA 53 – TENSÃO DE DISPARO DO UJT FONTE: Autores. A tensão de disparo, figura 53, é aplicada no pino emissor do UJT, depois que o capacitor CT, que faz parte do oscilador de relaxação mostrado na figura xx, está plenamente carregado. O circuito do oscilador de relaxação, bem como seu funcionamento, estão explicados no item 3.1.1. FIGURA 54 – TENSÃO NO TERMINAL B2 DO UJT Acima, figura 54, temos o do sinal no terminal B2 do UJT, que pode ser comparado com o sinal mostrado no item 3.1.1. Abaixo, figura 55, registra o efeito do disparo na senóide capturada na entrada da ponte retificadora. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 86 FIGURA 55 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO DE DISPARO UJT 5.2 Instrumentos Como se trata de uma pesquisa experimental, na seqüência estão descritos os instrumentos, materiais e técnicas utilizadas. Como equipamentos utilizados pela equipe pode-se citar: • • • • • • Osciloscópio; Capacímetro; Gerador de funções. Multímetro – utilizando as funções: voltímetro, amperímetro, ohmímetro; Fonte de tensão – 3 a 40 Vcc; Fonte de tensão – 0 a 15 Vcc. QUADRO 5 – LISTA DE MATERIAIS DA PLACA RT R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 Trimpot 3,3 KΏ Trimpot 4,7KΏ Resistor 10KΏ 1W Resistor 4,7KΏ Trimpot 4,7KΏ Trimpot 1,5KΏ ou 2,2KΏ Resistor 1KΏ Resistor 10KΏ Resistor 3,3KΏ RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 R19 Dz1 Dz2 Dz3 D1 D2 D3 D4 D5 C1 C2 C3 C4 Tr1 Tr2 Tr3 Tr4 TP1 CL1 CL2 CI1 Resistor 10KΏ Resistor 33KΏ Resistor 15KΏ Resistor 120KΏ Resistor 4,7KΏ Resistor 120KΏ Resistor 220KΏ Resistor 180Ώ 5W Resistor 390Ώ Resistor 1,8KΏ Diodo Zenner 6,2V; 400mW Diodo Zenner B8420 {24V; 5W} Diodo Zenner 1N4742 Diodo 1N4148 (Disparo Rápido) Diodo 1N4148 (Disparo Rápido) Diodo 1N4002 (Retificador) ou 4004 Diodo 1N4002 (Retificador) ou 4004 Diodo 1N4148 (Disparo Rápido) Capacitor Radial 47Μf ; 63V; Eletrolítico Capacitor Radial 10µF ; 16V; Tântalo Capacitor de Poliéster Metalizado Horizontal 150nF ;250; Schyco Capacitor Axial 470µF ; 63V; Eletrolítico Transistor 16 BC337 Transistor 16 BC337 UJT 2N2646 Transistor 16 BC557 Transformador de Pulso (8XLR85) ou (8XM85) de 4 pinos Ponte Retificadora; Semikron; SKB; B80; C1000; L5B ou 2/08 Ponte Retificadora; Semikron; SKB; B80; C1000; L5B ou 2/08 Circuito Integrado M235; LM; 741CN Fonte: Autores QUADRO 6 – LISTA DE MATERIAIS DA PLACA MCA R1 R2 R3 R4 R5 R6 R7 R8 R9 R10 R11 R12 R13 R14 R15 R16 R17 R18 Resistor 39KΏ 1W Resistor 12KΏ Resistor 15KΏ Resistor 8,2KΏ Trimpot 10KΏ Resistor 15KΏ Trimpot 15KΏ ou 22KΏ Resistor 22KΏ Resistor 33KΏ Resistor 33KΏ Resistor 12KΏ Resistor 39KΏ 1W Resistor 12KΏ Resistor 4,7KΏ Resistor 6,8KΏ Trimpot 15KΏ Resistor 2,2KΏ Resistor 470Ώ 87 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE R19 D1 D2 D3 D4 Tr1 Tr2 CI1 CI2 C1 C2 C3 C4 C5 RL1 Pr1 CL3 Dissipador Soquete Conector Placa Placa PCI 88 Resistor 680Ώ 1W ou 2W Diodo 1N4002 (Retificador) ou 4004 Diodo 1N4002 (Retificador) ou 4004 Diodo 1N4742; 12V; 1W; Zenner Diodo 1N4002 (Retificador) ou 4004 Transistor 16; BC337 Transistor 16; BC337 Circuito Integrado LM339N; 8135 Circuito Integrado CA741CE; RCAA321 Capacitor Radial 4,7µF; 25V ou 35V; Tântalo Capacitor Poliéster Metalizado 10nF; 250; Schyco Capacitor Axial 47µF; 63V; Eletrolítico Capacitor Radial 4,7µF; 25V; Tântalo Capacitor Axial 100µF; 25V; Eletrolítico Relé Schrack; Rj101024;Bob. 24Vcc; Cont. 6A; 250Vca; DRU 101 024 Ponte Retificadora; Semikron; SKB2; /08; L5A OK 7812CKC; 8344 Regulador de Tensão + 12V Dissipador para o Regulador de Tensão. DM822 Soquete para CI 8 pinos (2 unidades), CI 14 pinos (1 unidade), Dual Line; Torneado Conector para face simples, 15 vias, Edge 1x15. (2 unidades) Placa PCI (4 unidades) 10x15cm Fonte: Autores Composição do retificador - Transformador 400/230VAC – 24/36VAC; - Ponte retificadora semicontrolada com 2 SCR’s e 2 diodos; - Indutor; - Relé 24VDC; - Um disjuntor 25A; - Dois fusíveis 10A; - Dois capacitores 5000µF-70V; - Placas de controle do UJT; - Placas de controle do TCA. Características dos SCR’s - Modelo A1N 25.04 Aegis; - tipo rosca; - Tensão reversa até 2000V; RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE - Passivados a vidro e a borracha de silicone; - Encapsulamento vidro metal; - Base de cobre; - Rosca métrica e UNF; - A1N: anodo na base; - Contato sob pressão e soldado; - Acabamento estanhado. 89 Características dos diodos 5.3 - Modelo A1A:22.04 Aegis; - Tipo rosca; - Tensão reversa até 3600V; - Capa vidro metálica; - Base de cobre; - Rosca métrica e UNF. Procedimentos Neste item serão relatados todos os procedimentos realizados durante os testes e ensaios, bem como a exposição das formas de onda capturadas. Para a realização destes testes foi necessária interpretação dos circuitos que compõem o sistema de disparo utilizando o TCA 785. Isto foi realizado com o intuito de comprovar o bom funcionamento do protótipo retificador que foi construído pela equipe. 5.3.1 Placa Controle TCA O controle de potência realizado pelo TCA 785 foi construído com base no diagrama abaixo, figura 56, tendo no início alimentação em 220VAC. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 90 FIGURA 56 – CIRCUITO BASE DO TCA Este circuito sofreu uma série modificações para poder compartilhar a mesma estrutura construída para as placas destinadas ao comando do UJT, absorver circuitos de sobretensão, de sobrecorrente e circuito para receber amostra de tensão da bateria. A nova estrutura pode ser observada na figura 57. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 91 FIGURA 57 – DIAGRAMA DA PLACA DO TCA 785 A alimentação do circuito passou a ser 24VDC e a tensão de referência, no pino 5, 24VAC. A tensão de controle (Vc) recebe um sinal de amostra direto da carga, porém, passa antes por um circuito, composto de diodos e resistores, para que o nível de tensão que chega ao pino 11 seja adequado às condições desejadas, conforme a tabela xx abaixo. QUADRO 7 – TENSÃO DE CONTROLE NO PINO 11 Tensão de amostra Tensão de controle da carga (VDC) (VDC) 24 1 25 2 26 3 27 4 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 28 5 29 6 92 Fonte: Autores A tensão da rampa (Vcr) foi fixada em 6VDC, portanto quando a tensão de controle (Vc) for 1VDC o retificador estará funcionando em plena carga. A cada volt incrementado Vc se aproxima do topo da rampa, a corrente diminui proporcionalmente até que Vc ultrapasse 6VDC e conseqüentemente a rampa. Com isso o comando encerra o pulso de disparo e cessa a retificação. Os pulsos de disparo, fornecidos pelos pinos 14 e 15 do TCA, estão num ponto em comum, ligados ao primário do transformador de pulsos. FIGURA 58 – CIRCUITO DO TCA Após a montagem da placa de controle utilizando a tecnologia TCA 785, foram realizados diversos testes e ensaios. Neste momento o circuito em questão foi testado à parte, desconectado do retificador protótipo, para isto, foi utilizada uma fonte de 30Vcc para simular a tensão das baterias. Abaixo estão expostas as formas de onda e sinais capturados durante os testes. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 93 FIGURA 59 – TENSÃO DE REFERÊNCIA A figura 59 mostra a forma de onda da tensão de referência presente no pino 5 do TCA e possui uma amplitude de ± 0,7 V devido aos diodos posicionados entre os pinos 1 e 5 do TCA. Um ponto de referência para sincronismo é a passagem da tensão da rede por zero, que ocorre a cada 8,33ms, mais ou menos, em redes de 60Hz. No TCA 785 existe um “detector de passagem por zero” (bloco DPZ, fig 42b), que gera um pulso de sincronismo toda vez que a tensão da rede passa por zero. O pino 5 é que da acesso para a tensão de referência, como mostra a figura 43a. FIGURA 60 – RAMPA DE CONTROLE Na figura 60, pode-se observar o sinal presente no pino 10 do TCA, que representa a rampa de controle. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 94 5.3.2 Ensaio do Protótipo Retificador Após o circuito de controle do TCA ser testado em separado, a equipe prosseguiu com o teste do mesmo conectado ao circuito de força. Este ensaio foi realizado com o circuito completo utilizando duas baterias gel seladas de 12V cada. Nas figuras deste capítulo o multímetro da esquerda apresenta o valor das baterias em volts e o multímetro da direita representa a corrente em ampéres, que está sendo fornecida às carregar as baterias. FIGURA 61 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 24V Os sinais mostrados da figura 61 à 64, são sinais presentes nos pinos 10 e 11 do TCA e se referem à rampa de controle e tensão de controle respectivamente. No retificador a tensão de controle é a própria tensão da bateria, porém, para observar-se os fenômenos do controle que “autoriza” a formação do pulso de disparo, foi utilizado uma fonte de tensão variável para ajustar o nível de tensão desejado Na figura 61 a tensão da fonte esta setada para 24V, nesta situação a tensão de controle encontra-se no seu nível mínimo. O que indica que o TCA está mandando pulsos de disparo em sua frequencia mais alta no intuito de carregar as baterias que possuem um nível de tensão abaixo do esperado. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 95 FIGURA 62 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 26V Nas figuras 62 e 63 os valores de tensão da fonte foram alterados para 26V e 28V respectivamente. Neste caso podemos observar que a tensão de controle está subindo, o que indica que a tensão das baterias está chegando próximo do valor desejado, consequentemente a frequência de disparo do TCA está diminuindo. FIGURA 63 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 28V RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 96 Já na figura 64, a tensão da fonte foi ajustada para 29V, neste momento o TCA para de díspar, pois o valor da tensão de controle ultrapassa o valor da rampa de controle. FIGURA 64 – RAMPA E TENSÃO DE CONTROLE, EM 29V Na figura 65, pode-se observar os pulsos de disparo no primário do transformador de pulsos do circuito do TCA, este pulso, extraído da saída dos pinos 14 e 15 do TCA, ocorre no ponto de cruzamento da rampa de controle com a tensão de controle, pinos 10 e 11 do TCA, respectivamente. Nas primeiras tentativas a equipe não conseguia fazer o tranformador de pulsos repassar o pulso de disparo, isto porque, o capacitor C12 estava com valores elevados (680pF, 1000pF e possuiam duração de pulso de 422µs e 620µs, respectivamente). Após alterar o valor de C12 para 330pF com duração do pulso de 205µs, o transformador de pulso conseguiu transmitir o pulso para o secundário do mesmo. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 97 FIGURA 65 – PULSO DE DISPARO TCA Caso ocorra algum defeito nos circuitos de disparo e a tensão das baterias chegue a 30V, o circuito de sobretensão atua o relé de sobretensão do circuito de força e este por sua vez corta a alimentação 220V do circuito. Neste caso, para colocar o sistema em funcionamento novamente é necessário que se pressione o botão de reset, que abre o selo do relé de sobrecarga. O pulso de disparo do TCA, mostrado na figura 65, está isolado do circuito de potência através de um transformador de pulso (TP), já na figura 66 nota-se a diferença do pulso após o TP, capturado através do osciloscópio no gate dos SCR´s. FIGURA 66 – PULSO SCR´S RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 98 A posição do pulso de disparo do SCR, em relação a senóide de 36V que alimenta os mesmos, é que definirá a região de condução, conforme se pode observar a partir da figura 67. FIGURA 67 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 24V Temos na figura 67 a tensão na saída do retificador em 24V, neste momento a corrente chega próximo a 4A e o pulso de disparo está localizado pouco antes do pico da senóide. FIGURA 68 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 25V RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 99 Na figura 68, onde a tensão é de praticamente 25V, o pulso de disparo está próximo do topo da senóide, e a corrente pouco abaixo de 4A. FIGURA 69 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 26V No instante que a tensão na bateria chega a 26V, figura 69, a corrente tem uma considerável queda, neste momento a tensão de controle se aproxima do pico da rampa de controle, como foi mostrado na figura 62. FIGURA 70 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 27V RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 100 Na figura 70 o pulso de disparo está quase completando meio período da senóide, ou seja, está quase cessando o disparo, com isso a corrente é quase zero. FIGURA 71 – SENÓIDE DO ÂNGULO DE DISPARO E PULSO SCR, EM 29V Com 29V na saída do retificador, figura 71, os pulsos de disparo do TCA estão encerrados, pois, a tensão de controle (pino 11 TCA) ultrapassa a tensão da rampa de controle (pino 10 TCA). 5.3.3 Protótipo do Retificador A retificação do protótipo é de onda completa semi-controlado, ou seja, pode variar o nível de tensão na saída, porém, a polaridade de tensão DC e o sentido da corrente não podem mudar. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE (a) Foto (b) diagrama FIGURA 72 – RETIFICADOR PROTÓTIPO 101 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 6 102 ANÁLISE DOS DADOS Durante a realização dos testes e ensaios pudemos confirmar as informações obtidas e descritas na fundamentação teórica. As formas de onda obtidas durante os testes são idênticas às pesquisadas nos livros utilizados como revisão da literatura. RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 7 CONCLUSÃO 103 RETIFICADOR SEMICONTROLADO: CARREGADOR DE BATERIA COM MULTICONTROLE 8 104 REFERÊNCIAS Ahmed, Ashfaq; Eletrônica de Potência; tradução Bazán Tecnologia e Lingüística; Revisão Técnica João Antônio Martino – São Paulo: Prentice Hall, 2000. Natale, Ferdinando; Eletrônica Industrial Teoria e Práticas de Laboratório Aplicada. 1ª Edição São Paulo: Érica, 1994. Palma, Guilherme Rebouças da; Eletrônica de Potência. 4ª Edição São Paulo: Érica 1994. 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