Comunicação Científica REGISTROS DE REPRESENTAÇÃO ALGÉBRICOS – MOBILIZAÇÕES POR PARTE DOS ALUNOS DO SEGUNDO ANO DO ENSINO MÉDIO GT 02 – Educação Matemática no Ensino Médio e Ensino Superior. Raquel Taís Breunig, UNIJUÍ, [email protected] Cátia Maria Nehring, UNIJUÍ, [email protected] Marta Cristina Cezar Pozzobon, UNIJUÍ, [email protected] Resumo: Este trabalho foi desenvolvido a partir do Projeto de Pesquisa “Propostas Curriculares de Matemática e Aquisição Conceitual na Perspectiva dos Registros de Representação”, no período de dois mil e oito a dois mil e dez. A pesquisa foi subsidiada pela Teoria dos Registros de Representação de Duval (2003), pelas Dimensões da Álgebra, propostas pelos Parâmetros Curriculares – Matemática (BRASIL, 1998) e, pelas ideias da álgebra, propostas por Coxford e Shulte (1995). O estudo teórico possibilitou a reorganização de duas situações de ensino a partir de oito variações dos registros de partida, organizadas em protocolos e, posteriormente, propostas a noventa e oito alunos, de quatro turmas, do segundo ano do Ensino Médio. Analisamos um destes protocolos sob a perspectiva dos Registros de Representação Algébricos, considerando as possibilidades de conversão e tratamento e as proposições dos alunos. Identificamos que os alunos possuem grande dificuldade ao mobilizar os registros propostos, com ênfase ao Registro Gráfico e o Registro da Língua Materna. Palavras-chave: Registros de Representação Semiótica; Ensino de Álgebra; Ensino Médio. Introdução Este trabalho foi realizado com o intuito de analisar, relatar e refletir acerca do ensino de Álgebra para o Ensino Médio, mais especificamente do segundo ano. Partimos de atividades realizadas no Projeto de Pesquisa “Propostas Curriculares de Matemática e Aquisição Conceitual na Perspectiva dos Registros de Representação”, com enfoque às do ano de dois mil e dez, período em que foram organizados alguns protocolos, posteriormente, propostos a alunos do segundo ano do Ensino Médio de uma Escola de Educação Básica. Estes protocolos foram analisados a partir da Teoria dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL, 2003), considerando os procedimentos dos alunos envolvidos na pesquisa. Comunicação Científica Identificamos grande dificuldade por parte de professores e alunos, no que tange ao ensinar e aprender conceitos algébricos. Além disso, inúmeras pesquisas1 também têm identificado o mesmo fato, considerando as discussões acerca do ensino e aprendizagem da Álgebra. Tais circunstâncias têm nos instigado a explorar novas alternativas para o ensinar e aprender dos conceitos algébricos. Para tanto, buscamos referência na Teoria dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL, 2003), que viabiliza a coordenação de diferentes representações semióticas de um mesmo objeto matemático. Coxford e Shulte (1995), salientam que os alunos, necessitam de fato, compreender de forma significativa os conceitos algébricos e sejam capazes de utilizar esse conhecimento em situações novas e inesperadas. Diante dessas considerações, analisamos situações de ensino propostas em uma Coleção de Livros Didáticos2 muito utilizada na região de abrangência da UNIJUÍ. A análise foi subsidiada pela Teoria dos Registros de Representação, na qual consideramos os conceitos de Álgebra e suas respectivas representações. A partir dessa análise reorganizamos e elaboramos oito situações de ensino, organizadas na forma de protocolos, e posteriormente, propomos a noventa e oito alunos do segundo ano do Ensino Médio, de uma Escola de Educação Básica. O referencial teórico possibilitou a análise dos procedimentos realizados pelos alunos nos protocolos. A aplicação e análise dos protocolos subsidiaram o desenvolvimento deste artigo, na qual, realizaremos uma discussão acerca da contribuição da Teoria dos Registros de Representação para o ensino, mais especificamente de Álgebra. Para tanto, consideramos, também, as Dimensões da Álgebra, propostas pelos documentos oficiais de ensino, e as transformações entre os Registros de Representação Semiótica. Essas discussões norteiam a análise e reflexão dos procedimentos realizados pelos alunos, considerando uma das situações de ensino propostas nos protocolos, que contempla conceitos algébricos. 1 2 LOPES JUNIOR, 2006; VIZOLLI, 2006; JACOMELLI, 2006; KEPPKE, 2007; entre outros. Coleção de Livros Didáticos Tudo é Matemática (DANTE, 2002). Comunicação Científica Registros de Representação Algébricos As dificuldades em relação ao ensinar e aprender dos conceitos algébricos possibilitam afirmar que, em muitas salas de aula, os alunos continuam sendo treinados para armazenar informações e para desenvolver a competência no desempenho de manipulações algorítmicas (COXFORD; SHULTE, 1995). Fato este que infelizmente ainda ocorre em muitas salas de aula, prejudicando o desempenho e o aprendizado significativo dos alunos, principalmente em relação ao ensino dos conceitos algébricos. Na Matemática, diferente de outras áreas do conhecimento, nem tudo é perceptível ou observável através de objetos concretos (DUVAL, 2003), ou seja, os conceitos e conteúdos são abstrações desencadeadas por generalizações, sendo necessária a utilização das representações semióticas para que ocorra uma verdadeira apreensão e “evolução do pensamento matemático”. Para exemplificar esta afirmação, podemos nos referir a uma função, que possui diferentes representações, como uma expressão algébrica, um gráfico ou tabela. A Teoria dos Registros de Representação Semiótica (DUVAL, 2003) e, as Dimensões da Álgebra (BRASIL, 1998), possibilitaram a identificação dos registros algébricos: Registro Aritmético (RA) – linguagem algébrica usada para expressar ou traduzir padrões numéricos e geométricos; Registro Funcional (RF) – expressa relações e variáveis; Registro de Equações (REq) – as letras são entendidas como incógnitas; Registro Estrutural (RE) – a letra assume dimensão de símbolo abstrato; Registro da Língua Materna (RLM) – as situações são apresentadas na língua natural; Registro Figural (RFig) – envolve figuras geométricas; Registro Gráfico (RG) – envolve gráficos no plano cartesiano; Registro Numérico (RN) – envolve tabelas ou sequências numéricas. A partir dessa diversidade de representações semióticas é possível desencadear duas atividades distintas: o Tratamento e a Conversão. O Tratamento consiste em transformações dentro de um mesmo registro. No entanto a Conversão enfatiza a mudança de registro, ou seja, são as transformações dos Registros de Representação, conservando o mesmo objeto matemático. Porém a atividade de conversão pode trazer algumas complicações aos alunos, pois estes possuem dificuldades em identificar os diferentes Registros de Representação. Comunicação Científica A partir das atividades de tratamento e conversão, Duval (2003) propõe que a compreensão em Matemática supõe a coordenação de ao menos dois Registros de Representação Semiótica. A proposição de Duval possibilita afirmar que a apreensão conceitual em Matemática, somente é possível a partir da coordenação de vários Registros de Representação, pois quanto maior a mobilização entre eles, maior a apreensão conceitual do objeto matemático (DAMM, 1999). Os Registros de Representação Semiótica e a conversão entre eles propiciam a compreensão do objeto matemático em suas diferentes dimensões. Como contribuição ao ensinar e aprender dos conceitos algébricos, é importante que o professor, com um “olhar” de gestor das ações de ensino, considere a Teoria dos Registros de Representação Semiótica de Duval (2003), explorando as atividades de Conversão e Tratamento na organização e reorganização de situações de ensino. Esta exploração possibilita ao aluno, a construção de um significado concreto, no que tange ao ensino de Álgebra (COXFORD; SHULTE, 1995). É importante propor aos alunos, situações de ensino que os estimulem a identificar, utilizar e mobilizar os diferentes Registros de Representação a partir da compreensão dos conceitos, isso é enfatizado em diversos trabalhos realizados por Breunig, Nehring e Pozzobon (2010). A partir das dimensões da álgebra, propostas e enfatizadas nos Parâmetros Curriculares Nacionais – Matemática (BRASIL, 1998) e por Coxford e Shulte (1995), entendemos ser importante propor situações de ensino que estimulem os alunos a identificar e utilizar os diferentes Registros de Representação, considerando as atividades de tratamento e conversão, a partir da compreensão dos conceitos. A identificação dos Registros de Representação Algébricos, a compreensão do tratamento e conversão destes, ou seja, o estudo teórico dos Registros de Representação, possibilitou a análise da Coleção de Livros Didáticos, com ênfase aos conceitos algébricos, destacada por Nehring e Pozzobon (2009). Esta análise contribuiu para seleção e reorganização de duas situações de ensino, possibilitando a organização de oito protocolos distintos. Sequencialmente será feita análise de um dos protocolos, considerando as possibilidades de exploração e as proposições dos alunos, enfatizando as transformações entre os registros. Comunicação Científica Procedimentos realizados pelos alunos – tratamentos e conversão A pesquisa se realizou a partir da análise da Coleção de Livros Didáticos supracitada, considerando as situações de ensino, com ênfase aos Registros de Representação Algébricos. Posteriormente selecionamos duas situações de ensino do Livro Didático da oitava série, nas quais observamos maior ênfase aos conceitos algébricos e possibilidade de mobilizar os Registros de Representação Algébricos. O procedimento seguinte foi reorganizar e reestruturar as duas situações de ensino, considerando os Registros Algébricos, com o intuito de variar os registros de partida e os diferentes registros possíveis de serem mobilizados pelos alunos no desenvolvimento de cada situação. A reestruturação das situações de ensino possibilitou a estruturação de quatro novas situações de ensino, para cada uma das duas, tendo como Registros de Representação de partida, respectivamente o, RF, RG, RLM, RFig e, o RN. Tal estruturação possibilitou a organização de oito protocolos distintos, cada um deles constituído por apenas uma situação de ensino. Em seguida os protocolos foram propostos a quatro turmas do segundo ano do Ensino Médio, em uma Escola de Educação Básica. Os protocolos foram distribuídos a noventa e oito alunos de forma aleatória, ou seja, cada aluno realizou apenas uma, das oito situações de ensino. Este procedimento foi realizado no primeiro semestre de dois mil e dez, mediante conversa prévia com a equipe diretiva da Escola e professor titular de Matemática das turmas. A partir do referencial teórico utilizado na pesquisa, foi realizada a análise dos procedimentos dos alunos, na qual foram identificados os tratamentos adotados pelos alunos e os tipos de dificuldades que estes tratamento desencadeavam. Buscamos, neste artigo, relatar e refletir acerca de parte da análise, considerando a análise de um dos oito protocolos propostos, sendo este, realizado por doze alunos, na qual foi proposta a situação abaixo: Comunicação Científica Figura 1: Situação de ensino proposta. 3.1 Com atenção, observe o gráfico abaixo que representa a quantidade de palitos utilizados em função do número de quadrados formados. 14 Palitos (P) 13 12 11 10 9 8 7 6 5 4 3 2 1 0 0 1 2 3 4 5 6 7 Quadrados (q) a) Qual a informação que o gráfico determina, considerando o número de quadrados e a quantidade de palitos? b) Qual a expressão que indica o número P de palitos em função do número q de quadrados. c) Quantos palitos são necessários para formar 9 quadrados. d) Quantos quadrados são formados com 16 palitos. e) a expressão de x em função de P. Fonte: Protocolo 3.1, 2010. Esta situação de ensino propõe a mobilização do RG, RLM, RF e REq. O RG é o registro de partida da situação de ensino, a partir de sua compreensão e mobilização é possível que o aluno identifique os demais Registros de Representação. Inicialmente é importante que o aluno compreenda o que compõe e o que é o RG, ou seja, que ele é composto por uma função linear crescente e que o número de palitos está em função do número de quadrados, identificando previamente, uma regularidade. A identificação desta regularidade possibilita que o aluno realize a mobilização do RG para o RLM, proposta no item A, na qual se espera que ocorra a percepção de que o número de palitos é três vezes o número de quadrados mais um. Esta compreensão possibilita a mobilização correta do RG e RLM para o RF (item B), pois é necessária a identificação das variáveis, ou seja, que o número de palitos está em função do número de quadrados ( P 3q 1 ), neste processo o Comunicação Científica aluno estará registrando algebricamente através da função a regularidade observada no RG e registrada através da língua portuguesa no RLM. Os itens C e D propõe que o aluno realize o tratamento do REq, para tanto, é necessária a mobilização do RF, identificado no item B, para o REq. Neste momento é importante a identificação e definição das letras, pois estas deixam de ser variáveis, ou seja, devem ser identificadas como incógnitas, para posterior substituição das letras por seus respectivos valores. No item E é necessário o tratamento do RF, pois o número de quadrados q, ou x, sugerida pelo enunciado, passa a estar em função do número de palitos (P), ou seja, é necessário que o aluno relembre o que compõe a função inversa, que será definida por x ( P 1) 3 . O RLM ainda pode ser identificado no decorrer da situação de ensino, pois a cada item é preciso que o aluno compreenda o proposto no enunciado, identificando os processos de mobilização e os Registros de Representação solicitados. Identificamos, portanto, a possibilidade de conversão do RG RLM RF REq, e o tratamento do RF e REq. A partir dessas possibilidades de mobilização dos registros propostos na situação de ensino, realizamos a análise dos procedimentos realizados pelos doze alunos que a realizaram. A análise foi realizada com o intuito de identificar os tratamentos corretos e os incorretos realizados nos itens propostos na situação de ensino. Além disso, identificamos quais os Registros de Representação mobilizados e quais os processos realizados pelos alunos. O quadro abaixo relaciona o número de alunos que realizou correta e incorretamente o tratamento dos itens propostos na situação de ensino. Quadro 1 – Relação de tratamentos corretos e incorretos por item, considerando a quantidade de alunos Tratamentos Tratamentos incorretos Corretos 0 12 A 5 7 B 4 9 C 6 6 D 2 10 (3 não realizaram) E Fonte: Protocolos da situação de ensino 3.1 propostos a doze alunos. Item Identificamos no item B cinco tratamentos corretos, ou seja, os alunos tiveram um pensamento algébrico. No entanto, apenas três identificaram corretamente as variáveis no Comunicação Científica RG e a regularidade existente, realizando corretamente a mobilização do RG para o RF. Dois alunos, que por sua vez, também tiveram um pensamento algébrico, utilizaram o conteúdo de Progressão Aritmética, que estava sendo ensinado pelo professor titular. Nos itens C e D respectivamente, observamos que os resultados encontravam-se corretos. No item C os quatro alunos realizaram corretamente a conversão do RF para o REq e posteriormente seu tratamento, não sendo possível identificar qualquer dificuldade, ambos os alunos, realizaram corretamente o item B. No entanto, no item D, foi possível identificar a mobilização correta dos registros em apenas cinco protocolos. Identificamos no item E apenas dois tratamentos corretos, na qual os alunos, relembraram os conceitos de função inversa, bem como identificaram a variável q como x e, que esta, se torna dependente do número de palitos (P), ou seja, realizaram corretamente o tratamento do RF. Foram expressivos os tratamentos incorretos dos registros propostos na situação de ensino. No item A identificamos todos os registros incorretos, ou seja, houve muita dificuldade na conversão do RG para o RLM ao expressar a regularidade observada no registro de partida. Identificamos erros expressivos no item B, dois alunos realizaram apenas o RN, três alunos identificaram a existência de variáveis, no entanto não realizaram corretamente o RF. Dois alunos expressaram-se através do RLM, um deles da seguinte forma: “A expressão de x indica P de palitos e a expressão y indica o q de quadrados.”, indicando as ordenadas e abscissas. Nos itens C e D identificamos nove e seis tratamentos incorretos, estes devido ao RF (item B) estar incorreto. Identificamos em um dos protocolos a utilização da lógica como estratégia, também a utilização de Regra de Três, seqüências numéricas e multiplicação de números inteiros. O item E apresentou grande índice de erros, isso devido aos alunos não compreenderem qual o procedimento a ser realizado. Além disso, os alunos que utilizaram a Progressão Aritmética para realizar o RF também não identificaram a função inversa da função obtida no item B. Identificamos também a utilização do RLM, no entanto, de forma incorreta. No decorrer da análise foi possível identificar e refletir acerca da imensa dificuldade demonstrada por parte dos alunos ao identificar e mobilizar os diferentes Registros Algébricos de um mesmo objeto matemático. Esta percepção nos possibilita afirmar novamente e com certeza, que os alunos continuam entendendo a Álgebra como a substituição de letras por números. Identificamos que o aluno possui maior dificuldade ao Comunicação Científica realizar a conversão do Registro Gráfico para os demais registros, tal fato pode ser exemplificado com o registro de um dos alunos (Figura 2). Figura 2: Registro de aluno Fonte: Protocolo 3.1, 2010, realizado pelo aluno C. Esse relato demonstra a importância do aluno reconhecer os diferentes Registros de Representação de um mesmo objeto matemático, bem como, realizar a conversão e o tratamento dos mesmos. Pois, conforme os Parâmetros Curriculares (BRASIL, 1998), o reconhecimento e a conversão entre os diferentes Registros de Representação Algébricos permitem ao aluno o reconhecimento de diferentes formas de representar um objeto matemático, adquirindo uma aprendizagem dos conceitos algébricos mais significativa. Considerações Parciais Este trabalho foi realizado com o intuito de analisar e refletir acerca dos procedimentos adotados pelos alunos do segundo ano do Ensino Médio ao identificar e mobilizar diferentes Registros de Representação Algébricos, considerando o aporte teórico dos Registros de Representação Semiótica, proposto por Duval (2003). Buscamos identificar e compreender quais as dificuldades dos alunos ao reconhecer, utilizar e mobilizar os diferentes Registros Algébricos propostos em uma situação de ensino, considerando o tratamento e a conversão. Compreendemos a importância dos Registros de Representação para uma apreensão conceitual no que tange ao ensino de Álgebra. Damm (1999, p. 144), afirma que, quanto maior for a mobilidade com registros de representação diferentes do mesmo objeto matemático, maior será a possibilidade de apreensão deste objeto. As dificuldades observadas na conversão entre os Registros de Representação e no reconhecimento dos mesmos, bem como a utilização, quase que, constante do RN, podem Comunicação Científica ser reflexo das opções metodológicas realizadas pelos professores, muitas vezes, marcadas apenas pela utilização constante do Livro Didático. Identificamos que as dificuldades existentes no Ensino Fundamental permanecem ainda no Ensino Médio. Esses fatos evidenciam a importância do professor ter acesso a novas metodologias e aportes teóricos que contribuam para a apreensão conceitual significativa dos alunos. Ao considerarmos como foco o Ensino Médio, nos preocupamos com os resultados obtidos, pois estes alunos já tiveram contato com os conceitos algébricos no Ensino Fundamental e no primeiro ano do Ensino Médio. Para tanto, é importante que os Registros de Representação Semiótica estejam presentes no Ensino de Álgebra, não somente no Ensino Fundamental ou Médio, mas sim, em todos os períodos de ensino. É importante que os alunos, desde a introdução à Álgebra reconheçam e tenham conhecimento das diferentes representações de um mesmo objeto matemático. Por esse motivo salienta-se a importância do professor utilizar novos referenciais teóricos e ter ações mais consistentes que possibilitem um aprendizado significativo de conceitos algébricos. É importante que o professor de Matemática considere, ao planejar suas aulas e, elaborar/reorganizar situações de ensino, a Teoria dos Registros de Representação Semiótica, com ênfase ao ensino de conceitos algébricos. Em nossos estudos identificamos a importância de compreender os conceitos matemáticos, especificamente algébricos. Isso possibilita que o aluno reconheça, coordene e mobilize corretamente os diferentes Registros de Representação. Duval (2003), afirma que a compreensão dos conceitos supõe a coordenação dos registros. Portanto, é importante a compreensão das diferentes representações de um objeto matemático, bem como as possibilidades de conversão entre os registros, para que o aluno tenha uma aprendizagem significativa dos conceitos algébricos. Referências BRASIL. Parâmetros Curriculares Nacionais: Matemática. Secretaria de Educação. Brasília: MEC, SEF, 1998. (Anos Finais do Ensino Fundamental) BREUNIG, R. T.; NEHRING, C. M.; POZZOBON, M. C. C. Registros de Representação e o Ensino de Álgebra: conversões realizadas por alunos a oitava série em uma situação de Comunicação Científica ensino. In: Anais do III Jornada Nacional de Educação Matemática e XVI Jornada Regional de Educação Matemática. UPF/RS, 2010. BREUNIG, R. T.; NEHRING, C. M.; POZZOBON, M. C. C. Registros de Representação Algébricos: proposições de alunos do primeiro ano do ensino médio. In: V Congresso Internacional de Educação Matemática. 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