OS CAMPONESES DE VIÑALES - CUBA E OS COLONOS DE IRATI

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A DIVERSIDADE DA GEOGRAFIA BRASILEIRA: ESCALAS E DIMENSÕES DA ANÁLISE E DA AÇÃO
DE 9 A 12 DE OUTUBRO
OS CAMPONESES DE VIÑALES - CUBA E OS COLONOS DE IRATI
- BRASIL E A RELAÇÃO COM A PAISAGEM CULTURAL
MASSOQUIM, Nair Glória1,
CHÁVEZ, Eduardo Salinas
Resumo: A pesquisa tem como recorte espacial os municípios de Viñales, localizado na
Província de Pinar del Rio, Cuba, e de Irati, localizado no Estado do Paraná, Brasil. O
objetivo foi averiguar a relação e interação dos camponeses e colonos no uso da terra
com a atividade produtiva do tabaco e a interrelação dos mesmos como parte integrante
na paisagem cultural. O desenvolvimento se deu a partir de concepções teóricas, estudos
“in loco”, permanência de 2 meses a cada região de estudo (intercalados), para coleta de
entrevistas e depoimentos. Resultados indicam semelhança nos valores culturais,
relações de trabalho e uso da terra.
Palavras-chave: Paisagem. Patrimônio. Agricultores. Tabaco.
Abstract: The area of research are the municipalities of Viñales, located in Pinar del Rio
Province, Cuba, and Irati, located in Parana State, Brazil. The objective was to investigate
the relationship and interaction between settlers and peasant settlers in land use with the
tobacco production activity and the interrelation of these as an integral part of the cultural
landscape. The development took place from theoretical concepts, studies "in loco", length
of two months each study area (interleaved), to collect interviews and testimonials. Results
indicate similarity in cultural values, labor relations and land use.
keywords: Landscape. Equity. Farmers. Tobacco.
1- Introdução
Ao abordar o tema paisagem entra-se em uma discussão polemica, especialmente
quando se quer associar ao seu método de estudo a discussão remete-se a um passado
distante, que se mantém por meio de períodos históricos. Mas, na medida em que o
tempo histórico vai passando, novas abordagens vão sendo incorporadas e alguns
valores são facilmente assimilando pela sociedade que se adapta a estes, como forma de
aderir os avanços tecnológicos que atingem todas as áreas de conhecimento.
Ainda que o estudo da paisagem em Geografia tenha acompanhado esse tempo
histórico, oportunizando ao indivíduo, enquanto ser pensante, manifestar seus desejos por
meio de valores culturais, a abordagem que discuti o individuo,2 sua subjetividade no
intuito de entender seus anseios, ainda é incipiente. Remete-se a esse questionamento
1
Docente da Universidade Estadual do Paraná – Unespar, Campus de Campo Mourão. E-mail de contato
[email protected]
2
Docente da Universidade de Havana, Cuba. Professor Convidado do Programa de Pós graduação da USP.
SP.
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porque em muitos lugares do mundo, existem povos ainda pitorescos, dotados de
sentimentos, paisagens de distintos valores culturais, contempladas pelo sublime e o belo.
campesinos que tem pela paisagem “natural” um
apreço em razão de seus valores
culturais.
Neste contexto, se enfatiza o estudo da paisagem como um argumento de
significativa importância que se consolidou pelos seus atributos espacilalizados em um
determinado território. Conforme já dito, essa pesquisa tem como recorte espacial duas
áreas de extrema relevância: O Vale de Viñales, localizado na província de Pinar del Rio,
Cuba, em que se destaca pelo significativo papel que as paisagens natural e cultural
representam na vida e na formação da comunidade de campesinos, figura 1, e Irati,
Paraná, localizado na Mesorregião Geográfica do Sudeste do Paraná (MSR 9), figura 2.
Em que os agricultores (colonos, herança da colonização europeia), igualmente a Viñales,
vêem no cultivo de tabaco uma das alternativas de renda.
Figuras 1 e 2: Localização das áreas de estudo, 1 - Vale de Víñales, 2 - município de Irati
Org. Massoquim, 2014.
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O objetivo, nesta pesquisa, foi elaborar um estudo averiguando as relações e
interações dos agricultores no uso da terra com o cultivo do tabaco e sua interação como
parte integrante da paisagem cultural. O apego a terra faz das comunidades em estudo
atribuições semelhantes, que são contempladas na preseração da paisagem. Mesmo com
seus sistemas de produção diferentes, suas atividades econômicas, necessárias para a
sobrevivencia, tem na agricultura famíliar relações de trabalho similares no cultivo do
tabaco (fumo). Nesse sentido, a paisagem cultural merece respeito, pois é circunscrita
pelos próprios colonos e camponeses como herança deixada pelas gerações pretéritas,
por seus valores cultuados na composição de suas habitações, na culinária, na música,
no folclore e no tipo de uso da terra.
2 - Procedimentos metodológicos
A pesquisa ora apresentada foi efetivada em dois momentos. No primeiro momento
pautou-se em fundamentação teórica das possíveis abordagens e concepções de
paisagem cultural. No segundo momento, a pesquisa se desenvolveu a partir de fontes
verbais
por
meio
de
visitas
a
campo,
pesquisa
empírica,
documentos,
fotografias,“entrevistas” e depoimentos com camponeses e colonos cultivadores de
tabaco de Irati e de Viñales.
As entrevistas tiveram início após conhecimento das discussões relativas à
paisagem cultural cubana, levantamento e reconhecimento das áreas de estudo, o que
facilitou o trabalho na busca de informações sobre o modo de viver e de se organizar,
tanto com relação à alimentação e tipos de vivendas campesinas, quanto com o uso das
técnicas de produção e equipamentos.
Nos distritos de Irati as entrevistas foram ordenadas, utilizando de questionários
semi estruturado que conduziu e inquiriu a conversação procurando induzir o mínimo
possível nas respostas do entrevistado.
De posse das informações e seleção das mesmas, foram elaborados textos que
serviram para embasar teoricamente este artigo. Assim, o plano de trabalho se efetivou a
partir de fontes orais contatadas nas várias saídas a campo (em dois anos de estudos),
em que se buscou o entendimento das abordagens e das concepções de paisagem
cultural, sua aplicação no estudo com os camponeses produtores de tabaco de Viñales,
plano que foi elaborado em três etapas com estudos “in loco”. A primeira etapa consistiu
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numa visita rápida realizada a partir de um roteiro turístico feito pelo vale em 2011, nas
demais visitas, foi necessário permanecer em Cuba durante quatro semanas (outubro a
novembro de 2012) e duas semanas em novembro de 2013. Para Irati da mesma forma,
a pesquisa se efetivou a partir de uma série de saídas a campo.
Outras fontes materiais,
mapas e fotográficos, foram obtidos por ocasião das
visitas ou de acervos pessoais de pesquisadores a partir de fontes secundárias, via
patrimônio.
2.1. Concepções da Paisagem em Geografia
Desde que surgiu, o termo paisagem passou por profundas transformações,
considerando ainda que entre os anos de 1950 a 1970, as discussões ficaram
praticamente esquecidas, num momento em que os geógrafos buscavam sanar a vácuo
que a ciência geográfica descritiva havia deixado com relação, especialmente aos
problemas sociais. Mesmo na década de 1970, quando a discussão sobre paisagem, foi
retomada (pouco discutida na Geografia pragmática), ela veio mesclada a de
GEOSSISTEMA, pautada no método sistêmico de Sotchava (1961) e Bertrand (1972), da
parte comportamental, humanística, da cultura, pouco se abordava.
Dada a necessidade de sua praticidade e considerando que a paisagem deve ser
vista por todos os seus atributos, Bertrand (1972) aborda desde os elementos
“naturais”aos antrópicos, e ao propor o estudo de “uma geografia física global”, pensou a
paisagem como: [...] "resultado da combinação dinâmica, portanto, instável de elementos
físicos, biológicos e antrópicos que, reagindo dialeticamente, uns sobre os outros, fazem
da paisagem um conjunto único e indissociável, em contínua evolução" (BERTRAND,
2007, p. 7). Porem, mesmo referenciando ao antrópico, neste momento, pouco se aborda,
especialmente da parte subjetiva da paisagem
É em um momento de mudança concomitante à disseminação das tecnologias no
campo, mudanças nos meios e modos de produção, modo de viver das pessoas, que se
retoma o discurso da paisagem, dessa vez com teorias mais preocupadas com as
transformações que vem ocorrendo na sociedade. Nas discussões observa-se maior
preocupação com os valores e tradições de comunidades sobreviventes e passa-se a ter
um cunho mais humanista ao abordar determinados povos e culturas.
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Pode-se dizer que é no calor da discussão da Geografia crítica, especialmente no
Brasil a partir de meados da
década de 70 que os problemas sociais vem a tona,
notadamente com Santos, os problemas sociais passam a ser o foco emergente do
momento e se torna a discussão do materialismo histórico dialético do momento. a
discussão da paisagem cultural surge no contexto. Paralela a estas discussões, reavive a
discussão de paisagem no método fenomenológico e cultural.
Santos (1997) concebe paisagem como a expressão materializada do espaço
geográfico, interpretando-a como forma. Neste sentido considera paisagem como um
constituinte do espaço geográfico (sistema de objetos). Para ele: “Paisagem é o conjunto
de forma que, num dado momento exprime as heranças que representam as sucessivas
relações localizadas entre o homem e a natureza”. Ou ainda, “a paisagem se dá como
conjunto de objetos reais concretos” (Santos 1997, apud Venturi, 2006).
Corrêa e Rosendahl (2004 e 2007) abordam a paisagem também nos aspectos
subjetivos, interpretando questões mais ligadas a sociedade (maneira de pensar). Essa
retomada vem acompanhada de uma abertura de idéia que interfere também no modo de
pensar de alguns povos e culturas. Neste contexto aborda-se comunidades que trazem
em suas raízes, hábitos e costumes de cultivar a terra com métodos tradicionais,
conforme seus ascendentes o faziam, legados de heranças culturais.
Contudo, foi no início do século passado que os estudos sobre a paisagem em Carl
Sauer (1925), remete-se à discussão enquanto cultura e foram introduzidos na paisagem
cultural como sendo “a marca da existência humana em uma área – cultura”. Mesmo que
ao discutir paisagem, as ideias desse autor estivessem voltadas ao homem enquanto
organismo (cunho orgânico), foi a partir dessas primeiras abordagens que a paisagem
cultural
ocupou um papel mais significativo centrando-se na categoria de análise,
juntamente com a discussão de paisagem natural. Apesar das preliminares abordagens
em 1970, a discussão só ganhou destaque no Brasil nos anos de 1980, depois de mais de
3 décadas de discussão na Europa, especialmente, França e Alemanha.
Ao propor o estudo da paisagem cultural, Carl Sauer profere ser da competência da
Geografia “[...] a análise das formas que a cultura de um povo cria, na organização de seu
meio” (SAUER, 1925, apud MORAIS, 2001, p. 86). Já, Maximiano (2004, p. 84) diz: “Na
Geografia ocidental contemporânea paisagem é entendida como produto visual de
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interações entre elementos naturais e sociais que, por ocupar um espaço, pode ser
cartografada em escala macro ou de detalhe”.
Ao se referencias aos elementos naturais e sociais como produto visual de
interação, pode-se dizer que esses aspectos são marcantes tanto no município de
Viñales, quanto no de Irati, em que a produção de tabaco é efetivada em pequenas
propriedades familiares, onde as áreas são na maioria das vezes, condicionadas por
fatores físicos, como no dizer de Salinas (2011), aspectos da fragilidade natural. Neste
contexto, em um momento de mudança de sistemas econômicos em vários países, com
implantação de novas modalidades, intensificação do capital e o avanço tecnológico no
campo, as comunidades estudadas conseguiram impor seus valores e se fizeram
presente na paisagem cultural em um ambiente natural, numa época que poucas
comunidades preservam na paisagem valores nas heranças culturais.
3 - As Paisagens Culturais em Viñales e Irati
Nas comunidades o cultivo do tabaco faz parte da paisagem cultural. Para Viñales,
a cultura de tabaco está centrada em uma área de paisagens, como no dizer de alguns
autores cubanos, paradigmáticas pela beleza dos lugares e da forma de cultiva à terra.
No caso de Irati, especialmente nos distritos de Gonçalves Junior e Itapará, o uso da terra
ainda se remete ao processo de colonização européia, especialmente com os
descendentes de
ucranianos e poloneses, que se dedicam ao cultivo do fumo. Verifica-
se que há uma semelhança nos meios e modos de produção do cultivo feito pelos colonos
de Irati e camponeses de Viñales, como nas praticas tradicional, relações de trabalho, em
que pela carência em tecnologias essas relações se desenvolvem com os familiares e
vizinhos.
As propriedades familiares são ocupadas também com cultivos mistos, entre essas,
a fumicultura. Para Irati, o que contribuiu com esse tipo de economia, são as condições
topográficas, paisagens complexas de relevos dissecados, figura 3, vertentes abruptas e
vales profundos, restringindo métodos e técnicas de produção mecanizada. A esse
respeito Casseti diz:
Por resultar da combinação de diferentes componentes da natureza, o relevo é um
importante recurso para a delimitação das paisagens, ao mesmo tempo em que
quase sempre condiciona a forma de uso e ocupação do solo. Não se
desconsidera aqui a apropriação tecnológica como componente de superação de
eventuais obstáculos (2001, p. 2). Acesso em 22 de junho as 11:43min. Em:
http://www.funape.org.br/geomorfologia/cap6.
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Condicionados a um sistema tradicional, os agricultores até 1950, se dedicavam
à produção para o consumo, o pouco excedente era comercializado em nível local. A
partir dos anos 50, com a entrada da Souza Cruz e melhoria na infraestrutura, a cultura do
fumo passou a ser subsidiada visando o mercado de exportação. Os colonos se dedicam
ao cultivo do fumo por ser mais rentável, de menor risco de perda e com mercado
garantido.
Figura 3 – Nas Paisagens Complexas Destaca-se a Cultura do Fumo
Fonte: Massoquim, 2014.
A partir da introdução do fumo na economia de mercado, modifica-se a
paisagem regional, o cultivo só foi aumentando e nas últimas décadas fez da região de
Irati uma das mais promissoras entre as regiões paranaenses, conforme pode ser
constatada na figura 4. Em 2011, no Núcleo Regional de Irati, foi constatada a maior
participação no mercado de fumo paranaense, com 25% da produção fumageira.
Mas, se por um lado a cultura do fumo proliferou, é também a que mantém muitos
dos pequenos proprietários no campo, em um momento em que a mão de obra familiar se
torna escassa. Na comunidade de Gonçalves Junior e Itapará, é notável o investimento
dos pais nos estudos dos filhos, nas áreas técnicas, para evitar a saída dos filhos do
campo. Contudo, constatou-se que se reduziu o numero de descendentes por família,
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que tem entre 1 a 2 filhos, e apesar da melhoria na infraestrutura, habitações rurais e
mesmo carros de passeio, os pais tem pouca expectativa de os filhos viverem no campo.
Mas, com a melhoria na infraestrutura, só mudou as relações de produção, as
relações de trabalho continuam com mão de obra tradicional, em que na figura 5 pode se
observar a relação de trabalho familiar dos produtores de fumo.
Figura 4 – Participação da Cultura do Fumo por Núcleo Regional
Fonte: SEAB/DERAL, 2012. Org. Massoquim, 2015.
Figuras 5 – Relações de Trabalho nos distritos de Gonçalves Junior e Itapará
Foto: Massoquim e SÁ, Marta,D.P de, 2013.
No mesmo contexto, retomando a área de estudo de Vinãles, assim como Irati
esta para o estado do Paraná, Viñales esta para a Província de PInar del Rio, que é
considerada a principal produtora de tabaco de Cuba, responsável pela produção de
59,8% do tabaco cubano (Fabrini, 2008). Viñales, possui papel fundamental na província
em que também se localiza o Parque Nacional de Viñales destacando-se também pelas
atividades turísticas associadas à produção campesina de tabaco.
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A sociedade camponesa guarda em sua história uma tradição secular no uso da
terra com o cultivo do tabaco, são também os tradicionais métodos e técnicas de cultivo
que garantem a preservação da paisagem nos vales, figura 6.
Em 1976, o Vale de Viñales foi reconhecido, pela Constituição da Republica
Cubana, como área protegida, em 1978, a área foi tombada pela UNESCO como
Monumento Natural da Humanidade. Em 1999, a UNESCO a incluiu, na relação de itens
do Patrimônio Mundial, na categoria de Paisagem Cultural da Humanidade (MATSUURA,
2005). E, enfim, em 2001, por Resolução do Conselho de Estado, se converte em Parque
Nacional. Dotado de atrações naturais, o Vale possui também paisagem ideal para o
desenvolvimento do ecoturismo e turismo cultural, primeira unidade sustentável de Cuba.
Figura 6: Vale de Viñales – Cuba
Fonte: Acervo particular de Salinas Chávez, 2008.
Essa bela paisagem de vales (em planuras), já foi ocupada por escravos fugitivos.
Em 1800 foi habitada por camponeses, vindos das ilhas Canárias (Espanha) que se
dedicaram
a produção de tabaco (fumo) caso da família Hernandes, citada pelo
entrevistado (Paco Hernandes, 2012). Os familiares vivem na propriedade desde 1880, e
a economia se estabeleceu com o tabaco, figura 7, contudo a paisagem agrícola é
diversificada, com culturas mistas, cereais, tubérculos e algumas frutíferas.
Vale enfatizar que tanto em Viñales como em Irati, o fumo ou tabaco é uma fonte
de renda familiar e desde o seu plantio até a colheita se dá através do trabalho manual,
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com ajuda dos familiares e troca de dias de serviço no período da colheita, ou ainda, em
Viñales às vezes com contratação de mão de obra feminina, mulheres que trabalham na
seleção do fumo no “Despalillo” (espécie de empresa sediada pelo governo na zona
urbana de Viñales, que seleciona o tabaco e envia para a fabrica).
Figuras 7: Campesino Produtor de tabaco em Viñales
Fonte: Colavite, 2013, Massoquim 2013.
Atualmente o Vale pitoresco de Viñales,
alem das belezas naturais dos mogotes
de calcário e das grutas, guarda sua magia nas Fincas e Vegas das aldeias bucólicas nas
paisagens da região, em que verifica-se os camponeses como parte da paisagem cultural.
Os campesinos se adaptaram a paisagem natural
e ainda vivem
nas Vegas que
conheceram com seus antepassados, e nas suas parcas condições tentam preservá-las,
até porque as condições do sistema a que os mesmos são submetidos dentro do modo de
produção socialista, com poucas tecnologias no campo, lhes sugere essa condição.
El Valle de Viñales constituye un Geossistema medioambiental de marcada
diferencia espacial en el territorio cubano conformado a través de una evolución
histórica excepcional entre los elementos abióticos, bióticos y socioeconómicos
que han ido desarrollándose en la medida que el hombre del lugar ha ido
adaptándose a sus hitos evolutivos (Plan de Manejo, octubre de 1999).
Para Salinas (2011). As paisagens de Viñales e entorno, são o resultado das
Interrelações e interações entre os diferentes componentes naturais e, principalmente
entre estes e a ação do homem na contribuição da transformação do meio e da criação de
paisagens culturais, e seu esforço para desenvolver atividades produtivas.
Para Salinas (2011). As paisagens de Viñales e entorno, são o resultado das
Interrelações e interações entre os diferentes componentes naturais e, principalmente
entre estes e a ação do homem na contribuição da transformação do meio e da criação de
paisagens culturais, e seu esforço para desenvolver atividades produtivas.
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Para Huerta (2011, p. 25)“ la imagen paisajística de Viñales es excepcional entre
los paisajes cubanos en primer lugar por sus caprichosas formas de paisaje cársico en la
cual se insertan sistemas agroproductivos paradigmáticos de la nacionalidad cubana
desde hace siglos, como el tabaco”.
4 - Considerações finais
Constatou-se que pelo caráter teórico e empírico no desenvolvimento da pesquisa,
in loco, com questionamentos, aplicação de entrevistas e permanência de alguns dias
entre os colonos em Irati e os camponeses no Vale de Vinãles, foi possível averiguar,
por meio das relações de trabalho e de produção os problemas enfrentados pelos
produtores de tabaco e as relações culturais na paisagem. Constatou-se a falta de auxilio
do governo ao produtor de tabaco de Cuba, em uma área em que o turismo esta entrando
maciçamente. Para os fumicultores brasileiros faltam políticas nas três esferas do poder
publico, para melhoria na qualidade de vida, considerando os riscos à saúde do fumicultor
e melhoria na infraestrutura, para ganhos de produtividade.
Também foi relevante o intercambio, visto que a formação científica e cultural foi
ampliada, resultando em beneficio às comunidades, tanto de agricultores quanto
acadêmica, do mesmo modo em que se reforçou a importância do conhecimento por meio
da oralidade na convivência e permanência entre os colonos e campesinos.
Ao mesmo tempo, ampliaram-se
os horizontes relativos aos aspectos sócio-
culturais entre os campesinos produtores de tabaco e pesquisadores, em que foi possível
averiguar as relação de convivência no campo, inclusive do apego a terra. Estreitaramse também os laços no estudos da paisagem entre Brasil e Cuba. As redes e a relação
espaço-tempo contribuíram para o engajamento entre alguns pesquisadores da área de
Geografia (UNESPAR – Campo Mourão - Brasil, e Havana - Cuba).
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