Ultra-Sonografia Oftálmica em Cães com Catarata

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Ultra-Sonografia Oftálmica em Cães com Catarata
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Aline Coelho de Freitas , Raíssa Oliveira Lima , Cláudio Baptista de Carvalho , Ana Paula
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Delgado da Costa , Rogério Figueiredo Daher
1 [email protected], 2 raissa [email protected], 3 [email protected], 4
[email protected], 5 [email protected]
RESUMO
ULTRA-SONOGRAFIA OFTÁLMICA EM CÃES COM CATARATA. A ultrasonografia ocular é um meio de diagnóstico por imagem eficaz, utilizado para visualizar e
classificar os estágios de catarata, assim como as alterações subsequentes decorrentes da
mesma, como luxação de lente e descolamento de retina. A catarata é uma complicação
comum em pacientes portadores de diabetes mellitus, estando sua formação relacionada a
alterações no metabolismo da glicose na lente. O presente estudo relaciona alterações ultrasonográficas em pacientes portadores de catarata diabética e cataratas sem etiologia
definida, evidenciando o tipo de lesão e frequência. Foram examinados 22 cães por meio do
aparelho FALCO 2000- Pie Medical , com sonda linear unifrequencial de 8 MHz, em
modo B, dos quais 11 eram portadores de catarata diabética e 11 portadores de catarata sem
etiologia definida. As imagens obtidas permitiram constatar a presença de estágios
diferentes de catarata, luxação de lente e descolamento de retina. Em cães portadores de
catarata diabética foi observada maior ocorrência dos estágios avançados de
desenvolvimento da catarata, maior incidência de luxação de lente, assim como
descolamento de retina, ao passo que cães portadores de catarata sem etiologia definida
apresentaram os estágios iniciais da doença.
Palavra-Chave: globo ocular; ultra-sonografia; catarata.
ABSTRACT
ULTRASOUND SCAN OPHTHALMIC IN DOGS HAVING CATARACT. The ocular
ultrasonography is an effective mean of image diagnose used to visualize and classify the
cataract as well as its subsequent alterations, such as lens luxation and retina detachment.
Cataract is a common complication in patients with diabetes mellitus, being its formation
related to alterations on lens glucose metabolism. The present study relates
ultrasonographics alterations in diabetic cataract and no defined etiology cataract patient,
evidencing lesion and frequency. Twenty two dogs were examined with a FALCO 2000Pie Medical®, using lineal sound of 8 MHz in mode B. Of those, eleven had diabetic
cataract and eleven had idiopathic cataract. According with the resulting figures, it was
found cataract in different stages, lens luxation and retina detachment. Advanced stages of
cataract, higher incidence of lens luxation and retina detachment were found on dogs with
diabetic cataract. While dogs with no defined etiology cataract presented initial stages of
the disease.
Key words: eye globe; ultrasonography; cataract.
Rev. de Ci. Vida. Seropédica v. 30 n. 2 47-57 julho/dezembro 2010
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Introdução
Catarata é definida como sendo qualquer opacificação não-fisiológica da lente, ou de sua
cápsula, que atue como barreira para a visão (SANDBERG; GLOSS, 1979; STADES,
1988; COOK, 1995; GLOVER; CONSTANTINESCU, 1997; NASISSE; GLOVER, 1997;
NARFSTROM et al., 2001; NASISSE, 2001), não importando causa, extensão ou
localização (NASISSE; GLOVER, 1997; NASISSE, 2001). Trata-se da mais frequente
causa de perda da visão em cães, não havendo distinção de raças (GELATT, 2003).
Sua etiologia inclui congenicidade, hereditariedade, toxicidade, traumatismo ou
envelhecimento. Quimicamente, os mecanismos fundamentais para sua formação incluem
formas de tensão osmótica (como em cataratas diabéticas), agregação de proteínas
(proteínas cristalinas individuais que quando agregadas podem difundir a luz) e tensão
oxidativa (efeitos adversos de oxidação e redução) (GLOVER; CONSTANTINESCU,
1997).
A catarata é a complicação oftálmica de maior ocorrência em cães portadores de diabetes
mellitus. Trata-se de uma afecção de evolução rápida e osmoticamente ativa, levando a um
quadro de intumescência e perda de proteínas lenticulares. As complicações decorrentes da
catarata são irreversíveis, mesmo sob controle glicêmico, e incluem uveíte, descolamento
de retina, degeneração vítrea, luxação ou sub-luxação da lente e glaucoma secundário
(GELATT, 2003). Ultra-sonograficamente a degeneração lenticular é iniciada com o
espessamento de sua cápsula, acompanhada por um aumento na ecogenicidade, podendo
ser uniforme ou irregular (FARROW, 2006).
O desenvolvimento da catarata diabética está diretamente relacionado a alterações no
metabolismo da glicose na lente (SATO et al., 1991, WYMAN et al., 1988). Alguns cães
possuem maior predisposição para o desenvolvimento de diabetes mellitus e como
consequência uma catarata subsequente (BASHER e ROBERTS, 1995). De acordo com
Beam et al. (1999), a catarata diabética se desenvolve dentro de 5 a 6 meses após o
diagnóstico, chegando à maturidade em 2 a 4 semanas, podendo, segundo Slatter (2005),
haver um retardamento no tempo de evolução nos casos de tratamento precoce.
A hiperglicemia leva à cegueira devido à degeneração da retina e à catarata. Nos casos em
que a concentração de glicose volta ao normal, o processo de progressão da catarata cessa
(VOET et al., 1999).
A classificação mais empregada para a catarata está relacionada aos seus estágios de
desenvolvimento (incipiente, imatura, madura, hipermadura e morganiana), baseando-se na
visualização do reflexo tapetal da retina, da área envolvida e grau de comprometimento
visual (GELATT, 2003).
O estágio inicial é chamado catarata incipiente. Nesse estágio pode-se observar opacidade
em cerca de 10-15% da lente, não havendo comprometimento visual (GELATT, 2003).
Nesse caso, a lente apresenta-se mais espessa ao exame ultra-sonográfico (SERRA e
BRUNELLI, 2005).
A catarata imatura é o estágio intermediário, no qual há aumento da opacidade lenticular.
Envolve grande proporção da lente, sendo possível a visualização ultra-sonográfica da
totalidade da cápsula lenticular, a qual se torna hiperecóica. Entretanto, o interior da lente
permanece anecóico (SERRA e BRUNELLI, 2005).
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FREITAS, A.C. DE, et al.
Na catara madura, a opacidade lenticular é total, ocorrendo bloqueio do reflexo tapetal e,
conseqüentemente, não visualização da retina. A cápsula lenticular fica lisa e regular
(NASISSE, 2001), com seu interior totalmente hiperecóico (SERRA e BRUNELLI, 2005).
O comprometimento de todas as estruturas da lente (núcleo, superfície capsular anterior e
posterior) se dá na catarata hipermadura. Nesses casos, o contorno capsular torna-se
irregular (SERRA e BRUNELLI, 2005, NASISSE, 2001) e hiperecóico (SERRA e
BRUNELLI, 2005), com aprofundamento da câmara anterior (NASISSE, 2001).
Após o estágio hipermaduro, pode ocorrer o desenvolvimento da catarata morganiana.
Nesse estágio pode haver liquefação da região cortical da lente e precipitação do núcleo
dentro do saco capsular (GLOVER e CONSTANTINESCU, 1997, DAVIDSON e NELMS,
1999). O núcleo da lente encontra-se arredondado e hiperecóico em comparação ao córtex
(SERRA e BRUNELLI, 2005).
Existem complicações que podem acontecer em decorrência do desenvolvimento da
catarata, como uveíte, glaucoma, luxação ou sub-luxação lenticular, descolamento de retina
e degeneração vítrea (GELATT, 2003), podendo as três últimas serem observadas no
exame ultra-sonográfico.
A ultra-sonografia oftálmica é um meio de diagnóstico efetivo para identificar e graduar a
catarata canina, assim como algumas alterações associadas (FARROW, 2006). O presente
estudo tem como objetivo relacionar as imagens ultra-sonográficas das alterações
oftálmicas de cães portadores de catarata diabética e pacientes portadores de catarata sem
etiologia definida, com suas alterações e frequências.
Material e Métodos
Os cães utilizados no experimento foram, inicialmente, avaliados por médicos veterinários
quanto à ocorrência de catarata e diabetes mellitus e, então, encaminhados para a avaliação
ultra-sonográfica. Foram considerados diabéticos os cães com glicemia em jejum acima de
100mg/dl, e pacientes portadores de catarata aqueles que apresentaram opacidade
lenticular. Os exames ultra-sonográficos foram direcionados a pacientes portadores de
doenças oftálmicas e/ou pacientes diabéticos. Estes foram realizados no Hospital
Veterinário da Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro e em Clínicas
Veterinárias particulares, durante o período de março a junho de 2007.
Foram avaliados 22 pacientes, sendo 11 portadores de catarata e diabéticos (GRUPO 1).
Destes, dois estavam sob tratamento insulínico por cerca de quatro anos. Os outros 11 eram
portadores de catarata sem doença sistêmica associada (GRUPO 2). Do total dos 22
animais, 16 eram fêmeas e 6 machos, todos adultos com idade variando entre 5 e 15 anos
sem distinção de raça.
Os cães foram submetidos à contenção mecânica e posicionados em decúbito esternal. Em
seguida os olhos foram lavados com solução de cloreto de sódio 09%, sendo instilada uma
gota de colírio anestésico à base de tetracaína (Colírio anestésico à base de tetracaína,
®
ALLERGAN ) em cada olho, aguardando-se cinco minutos para o início do procedimento
ultra-sonográfico. Para efeito de padronização, convencionou-se examinar primeiro o olho
esquerdo.
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Na sonda ultra-sonográfica foi colocada pequena quantidade de gel hidrossolúvel, e a
mesma envolvida por dispositivo de látex sobreposto com quantidade suficiente de gel para
formação de um tampão com 1cm de altura. Posseguiu-se o exame posicionando a sonda
em eixo-óptico, permitindo o contato somente do gel com a superfície corneana examinada.
O aparelho utilizado para a avaliação ultra-sonográfica do bulbo ocular foi o FALCO 2000
- Pie Medical com sonda linear unifrequencial de 8 MHz em modo B. Durante os exames,
as imagens foram gravadas em disquetes individualizados. Na imagem constava data, hora,
nome do animal e imagem ultra-sonográfica do bulbo ocular com suas alterações descritas.
A classificação dos estágios da catarata foi feita por meio dos achados ultra-sonográficos,
em comparação ao tipo de ecogenicidade lenticular (catarata incipiente, imatura, madura,
hipermadura e morganiana) (SLATTER, 2005), ao mesmo tempo em que se identificaram
as alterações associadas (luxação de lente e descolamento de retina (SLATTER, 2005).
As análises estatísticas foram realizadas por meio de intervalo de confiança para média
(COCHRAN, 1995), com auxílio do programa computacional SAEG, versão 9.0 (SAEG,
1997).
Resultados
Os resultados da avaliação ultra-sonográfica possibilitaram a classificação dos diferentes
estágios de desenvolvimento da catarata e alterações oftálmicas associadas, evidenciando as
complicações oftálmicas comuns em pacientes com diabetes mellitus, como presença de
catarata em estágios diferentes (FIGURAS 1-5), luxação de lente (FIGURA 6) e
descolamento de retina (FIGURA 7).
Figura 1: Imagem ultra-sonográfica da Catarata Incipiente de um poodle
com 10 anos de idade. Nesse estágio a lente e corpo ciliar encontram–se mais espessados.
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Figura 2: Imagem ultra-sonográfica da Catarata Imatura de um Fox Terrier
pelo duro com 10 anos de idade. Nesse estágio a cápsula lenticular pode ser observada em
sua totalidade, por sua hiperecogenicidade, mantendo o interior da lente anecóico.
Figura 3: Imagem ultra-sonográfica da Catarata Madura de um poodle
diabético com 14 anos de idade. Nesse estágio a cápsula lenticular
encontra-se lisa, regular e com conteúdo hiperecóico.
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Figura 4: Imagem ultra-sonográfica da Catarata Hipermadura de um poodle diabético com
11 anos de idade. Nesse estágio a cápsula lenticular encontra-se com contorno hiperecóico
e irregular. Podendo haver sedimentação de vítreo.
Figura 5: Imagem ultra-sonográfica da Catarata Morganiana de um
rotwailler diabético com 3 anos de idade. Nesse estágio o núcleo da lente
encontra - se arredondado e hiperecóico em comparação ao córtex.
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FREITAS, A.C. DE, et al.
Figura 6: Imagem ultra-sonográfica do Descolamento de Retina de um poodle
diabético com 5 anos de idade. A imagem é característica e em forma de “V”,
representando a retina somente presa pelo disco óptico e ora serrata.
Figura 7: Imagem ultra-sonográfica da Sub-luxação um poodle com 7 anos de idade. A
imagem é correspondente deslocamento da lente de sua posição normal.
As alterações ultra-sonográficas foram agrupadas por globo ocular, devido à presença de
pacientes com estágios diferentes de catarata em cada globo ocular, assim como ocorreu
com as alterações decorrentes (TABELA 1).
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ALTERAÇÕES OBSERVADAS
GRUPO 1
GOE
GOD
3
2
2
2
1
1
2
2
3
4
11
11
4
2
1
1
5
3
Catarata Incipiente
Catarata Imatura
Catarata Madura
Catarata Hipermadura
Catarata Morganiana
TOTAL DE OLHOS
Luxação de lente
Descolamento de retina
TOTAL DE OLHOS
GOE
5
3
2
0
1
11
0
0
0
GRUPO 2
GOD
5
1
4
0
1
11
3
0
3
TABELA 1: Ocorrência de diferentes estágios de desenvolvimento da catarata e alterações
associadas, no globo ocular esquerdo e globo ocular direito em pacientes com catara
diabética e catarata sem etiologia definida.
* GRUPO 1: pacientes com catarata diabética * GRUPO 2: pacientes com catarata sem
etiologia definida

GOE: Globo ocular esquerdo * GOD: Globo ocular direito
As análises estatísticas retornaram frequências e intervalo de confiança para as alterações
ultra-sonográficas encontradas em pacientes portadores de catarata diabética e cataratas
sem causa definida (TABELA 2).
ALTERAÇÕES
ULTRASONOGRÁFICAS
GRUPO 1
GOE
GOD
GOE
GRUPO 2
GOD
GOE
GOD
GOE
GOD
F (%)
IC (%)
F (%)
IC (%)
F (%)
IC (%)
F (%)
Catarata incipiente
27%
31%
18%
27%
45%
IC
(%)
35%
45%
35%
Catarata Imatura
18%
27%
18%
27%
27%
31%
9%
20%
Catarata Madura
9%
20%
9%
20%
18%
27%
36%
33%
Catarata
Hipermadura
Catarata
Morganiana
Luxação de lente
18%
27%
18%
27%
0
0
0
0
27%
31%
36%
33%
9%
20%
9%
20%
36%
34%
18%
27%
0
0
27%
31%
TABELA 2: Comparação entre as freqüências e intervalo de confiança entre os estágios de
desenvolvimento da catarata diabética e catarata sem etiologia definida, com alterações
associadas.
* GRUPO 1: pacientes com catarata diabética * GRUPO 2: pacientes com catarata sem
etiologia definida
*F: freqüência * IC: Intervalo de confiança
* GOE: Globo ocular esquerdo * GOD: Globo ocular direito
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Discussão
Pôde-se verificar, em pacientes diabéticos, a ocorrência de catarata em estágios diferentes,
podendo ser observada freqüente incidência de rompimento parcial do corpo ciliar com
luxação de lente e alguns casos de descolamento de retina, conforme salientou Gelatt
(2003), como sendo essas alterações freqüentes para esses pacientes.
Conforme mostra a tabela 1, foi constatada incidência freqüente de estágios avançados de
catarata (catarata hipermadura e morganiana) em pacientes diabéticos, provavelmente em
virtude da velocidade com que a mesma alcança a maturidade nesses pacientes, devido ao
diagnóstico diabético tardio. Conforme relatado por Beam et al. (1999), é relativamente
rápido o desenvolvimento da catarata e alcance da maturidade em pacientes diabéticos,
podendo, segundo Slatter (2005) e Voet et al. (1999), cessar o processo de progressão da
catarata na ocorrência de estabilidade glicêmica, como nos casos de tratamento precoce.
Isso é o que explica a ocorrência de estágios de catarata incipiente nesses pacientes.
De acordo com o estudo, também foi possível evidenciar uma incidência freqüente de
luxação de lente em animais diabéticos, conforme tabela 1. Essa ocorrência foi descrita por
Gelatt (2003) sendo possível, em virtude da associação entre luxação e hipermaturidade da
catarata, provavelmente decorrente do rompimento ocasionado pelas forças que tracionam e
mantêm a lente (SLATTER, 2005).
A ocorrência de descolamento de retina no presente estudo (TABELA 1) deu-se somente
em pacientes diabéticos com duração de tratamento insulínico por mais de 4 anos. Esse fato
pode ser explicado por Freitas et al. (2002), que relata a duração do diabetes como o fator
mais importante associado à ocorrência de retinopatias. Trata-se de um achado comum em
pacientes com catarata sem histórico de trauma (CORRÊA et al., 2002). No entanto, essa
ocorrência pode não ser significativa, tendo em vista que alguns cães com diabetes não
desenvolvem retinopatias, exceto nos casos em que sejam mantidos sob tratamento
insulínico a longo prazo (SLATTER, 2005), como nos pacientes em que a mesma ocorreu
nesse estudo.
Em pacientes com catarata sem etiologia definida, observou-se predominância dos estágios
iniciais da doença (catarata incipiente, imatura e madura), conforme tabela 1. Este achado é
atribuído ao tempo indefinido de evolução da catarata nesses pacientes, podendo esta ser
estacionária ou progressiva. Quando progressiva pode ser secundária a outras doenças,
como degeneração retiniana progressiva, ou ser hereditária, conforme cita Slatter (2005).
De acordo com a tabela 2, pode-se constatar que não houve diferença significativa para
nenhuma alteração observada. Essa constatação pode ser explicada pelo fato de serem as
muitas variáveis, frente ao pequeno número de cães utilizados.
Conclusão
Foi estabelecido que, em pacientes portadores de diabetes mellitus, os estágios de
desenvolvimento de catarata predominantes são os mais avançados (catarata hipermadura e
morganiana), não variando entre globo ocular esquerdo e direito.
Em pacientes portadores de catarata sem etiologia definida, os estágios de desenvolvimento
da catarata predominantes foram os iniciais (incipiente, imatura e madura), não variando
entre globo ocular esquerdo e direito.
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Os avanços nos estágios de catarata levam ao desenvolvimento de outras afecções
oftálmicas, como descolamento de retina e luxação de lente, conforme observados em
pacientes portadores de catarata diabética.
Embora tenha-se chegado ao objetivo do estudo, ainda existe necessidade de maiores
estudos na área, pois são de muitas as variáveis envolvidas (cinco estágios de catarata e
lesões decorrentes). Mostrou-se também necessária a utilização de um grupo controle maior
para melhor explicitação e elaboração dos resultados.
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