Journal homepage: www.arvore.org.br/seer O PROCESSO DE FORMAÇÃO DE PROFESSORES DE BIOLOGIA E A INTERFERÊNCIA DAS TECNOLOGIAS E MÍDIAS NO ENSINO DE GENÉTICA E BIOLOGIA MOLECULAR RESUMO A falta de esclarecimento ou superexposição das mídias acerca da Genética e Biologia Molecular podem prejudicar seu entendimento ou aceitação na sociedade. O texto discute a influência da mídia, dos professores ou de pré-conceitos equivocados na assimilação e/ou aceitação de temas relacionados à Genética e Biologia Molecular. Os alunos da modalidade Educação de Jovens e Adultos (EJA) carregam pré-conceitos ou conceitos errôneos, o que pode ser influenciado por sua bagagem cultural, pela religião que seguem ou por mau preparo dos educadores em abordar estes temas. Torna-se necessário rever as práticas educativas e a formação acadêmica dos educadores a fim de evitar a transmissão de informações erradas ou a permanência de pré-conceitos. PALAVRAS-CHAVE: Ensino de Biologia; Temas Polêmicos; Genética; Biologia Molecular; Educação de Jovens e Adultos. Scire Salutis, Aquidabã, v.3, n.1, Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013. ISSN 2236‐9600 SECTION: Articles TOPIC: Genética DOI: 10.6008/ESS2236‐9600.2013.001.0005 Renato Antônio Ribeiro Universidade Estadual de Goiás, Brasil http://lattes.cnpq.br/3052165094261295 [email protected] Rodrigo da Silva Santos THE PROCESS OF TEACHER OF BIOLOGY AND TECHNOLOGY AND MEDIA INTERFERENCE IN TEACHING OF GENETICS AND MOLECULAR BIOLOGY ABSTRACT The lack of clarification or overexposure of the media about genetics and molecular biology can affect their understanding and acceptance in society. The paper discusses the influence of the media, teachers and pre-misconceptions in the assimilation and/or acceptance of topics related to genetics and molecular biology. Students of the course Young and Adults (EJA) carry preconceptions or misconceptions, which can be influenced by their cultural background, religion or following a bad preparation of educators to address these issues. It becomes necessary to revise the educational practices and academic educators in order to avoid transmission of erroneous information or permanence of preconceptions. KEYWORDS: Teaching Biology; Controversial Topics; Genetics; Molecular Biology; Young and Adults Education. Universidade de São Paulo, Brasil http://lattes.cnpq.br/4806187026900959 [email protected] Received: 13/12/2012 Approved: 20/02/2013 Reviewed anonymously in the process of blind peer. Referencing this: RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S.. O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética e Biologia Molecular. Scire Salutis, Aquidabã, v.3, n.1, p.49‐61, 2013. DOI: http://dx.doi.org/10.6008/ESS2236‐ 9600.2013.001.0005 Scire Salutis (ISSN 2236‐9600) © 2013 Escola Superior de Sustentabilidade. All rights reserved. Rua Dr. José Rollemberg Leite, 120, Bairro Bugio, CEP 49050‐050, Aquidabã, Sergipe, Brasil WEB: www.arvore.org.br/seer – Contact: [email protected] – Phone: +055 (79) 9979‐8991 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. INTRODUÇÃO Este artigo busca discutir a influência da mídia, dos professores e de conhecimentos prévios equivocados na aprendizagem de Genética e Biologia Molecular por alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA). Mostra que a popularização de certos temas ligados à Genética Molecular, com sua divulgação na mídia e discussão por leigos tem levado a formação de préconceitos equivocados que muitas vezes dificultam a aprendizagem dos conceitos científicos. A ciência e a tecnologia se fazem presentes em todos os setores da vida humana e atualmente estão causando profundas transformações econômicas, sociais e culturais. Aos poucos, a sociedade cada vez mais se encontra conectada à rede digital o que implicará, com certeza, em consequências profundas tanto no ato de ensinar quanto no de aprender. Hoje ao assistir a um telejornal, um filme ou a um documentário, é possível perceber que os conhecimentos científicos e tecnológicos estão sendo contemplados com muito mais frequência do que tempos atrás, pois, muitas coisas que imaginava-se apenas como ficção-científica, tornouse realidade. A manipulação genética, a clonagem, os transgênicos, as pesquisas com célulastronco, entre outros acontecimentos têm causado grande impacto, tanto na vida das pessoas, quanto na convivência no meio científico (LIOTTI; OLIVEIRA, 2008, p.2). A disciplina de Biologia geralmente é abordada já nos anos iniciais da vida escolar de qualquer estudante, primeiramente identificada como “Ciências” durante o Ensino Fundamental e posteriormente como “Biologia” durante o Ensino Médio. A não compreensão ou compreensão equivocada dos termos da Biologia, além de prejudicar o ensino da disciplina, impõe obstáculos ao progresso científico, uma vez que este consiste no desenvolvimento de novos conceitos, e no aperfeiçoamento das definições através das quais esses conceitos são articulados. Não obstante, o progresso nas Ciências Biológicas é, em grande medida, dependente do desenvolvimento desses conceitos ou princípios (MAYR, 1988, p.61-62). Dentro da disciplina de Biologia (ou Ciências), as áreas de Genética e Biologia Molecular costumam chamar a atenção quando abordadas em sala de aula. Nos últimos anos, o interesse pela Genética e Biologia Molecular vem crescendo significativamente, na sociedade em geral e nos diferentes graus de ensino. Seus aspectos positivos (transgênicos, clonagem humana, células-tronco...) são supervalorizados, enquanto muitas das questões éticas, morais e riscos da aplicação das novas tecnologias genéticas são desconsiderados (PANSERA-DE-ARAÚJO; SCHEID, 2007, p.1). Casagrande (2006, p.19) destaca que os temas associados à Genética Molecular, como os transgênicos, a clonagem, o Projeto Genoma Humano, os testes de paternidade, dentre outros, foram e são comumente enfocados pela mídia. Eles provocam impacto por causa das perspectivas que abrem em relação à sua aplicabilidade prática e geram polêmicas e sentimentos que vão da apreensão e do temor até a euforia, às vezes, exagerada. Devido à grande exposição de tais temas nos mais diversos meios de comunicação, a discussão em torno dos mesmos Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 50 O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética ... abrange todas as esferas da sociedade, inclusive na escola. Para Pedrancini et al. (2004, p.300) as pessoas são convocadas a refletir e a opinar sobre os benefícios, riscos e implicações éticas, morais e sociais provenientes das biotecnologias geradas dessas pesquisas. Todavia, nem sempre estas reflexões decorrem de conhecimento científico do tema, gerando muitas vezes compreensões equivocadas. A rapidez de comunicação dos novos conhecimentos das áreas da Genética, Biologia Molecular e suas tecnologias requer que esses conhecimentos sejam compartilhados por toda a população e exige, assim, uma mudança de postura principalmente da comunidade científica. No mundo contemporâneo, o trabalho científico metódico e rigoroso não basta. Faz-se necessária uma divulgação científica eficiente dos resultados desse trabalho (SCHEID, 2006, p.24). A análise dos conhecimentos e da compreensão da Genética e Biologia Molecular por parte dos jovens estudantes vêm sendo muito investigada, assim o nosso objetivo é demonstrar como essas pesquisas têm sido realizadas, atentando para a percepção de problemas propostos que envolvam o uso das novas tecnologias genéticas, em contextos variados, em questões suscitadas nessa área do conhecimento biológico. DISCUSSÃO TEÓRICA Biologia: Entre o Conhecimento Científico e o Senso Comum Devido à popularização dos assuntos relacionados à Genética e a Biologia Molecular, os diferentes meios de comunicação veiculam, comumente, notícias ligadas à mesma, de forma que é incontestável a influência que essa divulgação sem crivos científicos pode ter na população, em geral leiga nos assuntos abordados. Conforme Massarani et al. (2003), parcela importante da imprensa diária brasileira mantém, em linhas gerais, uma postura favorável aos posicionamentos da Ciência, em especial da Genética, nas matérias jornalísticas de aproximadamente 54,2%; sem posicionamento explícito (prós e contras) apresentam 30,1%; com postura favorável, mas com ressalvas 5,0% e com posicionamento desfavorável de 15,7%. Questões relacionadas à ética, a moral, aos aspectos legais e aos riscos têm presença reduzida nos principais jornais diários brasileiros. Discussões sobre aspectos éticos e/ou morais somam 9,8%, alusão a riscos 11,2% e alusão a aspectos legais 16,1%. Segundo Casagrande (2006, p.16) a Biologia é uma ciência que se preocupa com o estudo de todos os seres vivos, além de compreender os mecanismos que regem a vida. Muitos motivos tornam o ensino dessa disciplina indispensável na formação de qualquer indivíduo. Enquanto disciplina, a Biologia caracteriza-se por sua nomenclatura composta principalmente de termos de origem grega e latina, que lhe confere certo grau de complexidade (BARBÃO; OLIVEIRA, 2010, Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 51 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. p.1). Bonzanini e Bastos (2007, p.1) definem que: A Genética, sendo uma das áreas básicas das Ciências Biológicas, é fundamental para explicar diversos conceitos relacionados a outros ramos da Biologia; graças aos conhecimentos em Genética podemos explicar, por exemplo, os mecanismos de evolução das espécies, entender a fisiologia de vários processos ou os mecanismos de ação de diversas doenças. Como a genética é uma ciência em constante evolução que se manifesta em novas pesquisas como o Projeto Genoma Humano (P.G.H.), clonagem e organismos geneticamente modificados é preciso que os professores acompanhem essa evolução e levem para a sala de aula discussões que envolvam tais assuntos para aprimorar o senso crítico dos educandos e para proporcionar a contextualização do ensino que está sendo ministrado. Segundo Leite (2000, p.45), a população, em geral, encontra-se cientificamente despreparada para participar, de modo crítico e democrático, em debates sobre os avanços biotecnológicos. Sobre esta questão, o autor salienta que: [...] é mínima a condição do público brasileiro participar, de maneira informada e democrática, de um debate como o dos alimentos transgênicos, ou das implicações da pesquisa genômica [...] esse estado de coisas cria uma obrigação para todos os autores do processo, fornecer informação compreensível, qualificada e contextualizada sobre as biotecnologias, da engenharia genética à transgenia, da genômica à eugenia. A genética estuda a hereditariedade e também as técnicas modernas de manipulação do DNA (Engenharia Genética) e os assuntos relacionados à mesma estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Para Leite (2000, p.44) a Genética se revelou em duas décadas uma matriz perturbadora de hábitos e convenções em vários domínios da vida social: economia, direito, saúde, ambiente, reprodução e alimentação. Porém, nem sempre temos profissionais da educação preparados para abordar tais assuntos, que às vezes suscitam polêmicas e discussões que podem levar a formulação de pré-conceitos ou conceitos errados em relação à Genética e suas tecnologias. Existe uma dificuldade de abordagem por parte dos educadores e de compreensão por parte dos alunos. Slongo (2004, p.294) destaca: A rápida expansão dos conhecimentos na área da Genética/Biotecnologia e as implicações de ordem ética, econômica e social, dentre outras, que esses conhecimentos têm gerado. Apesar da importância que a área tem adquirido e da complexidade dos temas que abordam, sobretudo aqueles relacionados aos recentes avanços, observou-se que são escassas as pesquisas, na amostra considerada, que investigam o ensino de Genética/Biotecnologia nos diferentes níveis de ensino; por sua vez, também são inexpressivas nas pesquisas realizadas até o ano de 2000, aquelas relacionadas às questões éticas, econômicas e sociais decorrentes do desenvolvimento desta área. A divulgação científica pela imprensa pode contribuir para aumentar o grau de objetividade desse debate, mas se encontra tolhida por deficiências diversas, do baixo grau de informação científica do público à sua própria incapacidade de problematizar a apresentação ideológica da biotecnologia (LEITE, 2000, p.44). Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 52 O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética ... A Formação Docente e o Ensino de Genética e Biologia Molecular Temas relacionados á Genética e a Biologia Molecular são cada vez mais comuns na mídia, no entanto, estes tópicos tiveram pouca penetração nos programas de ensino e um dos principais motivos para isso é o fato dos professores não possuírem formação teórico-prática atualizada. O resultado da formação inadequada dos professores é um distanciamento progressivo, e rápido, entre o ensino "escolar" e a assimilação de conceitos informais, não sistematizados, através da mídia. Os professores de Biologia são constantemente expostos a situações que demandam posicionamento e explicações adicionais àquelas que o aluno traz para sala de aula e, na maioria das vezes, o professor não tem segurança para ordenar e conduzir discussões sobre temas complexos e polêmicos como, por exemplo: cultivo de células-tronco, clonagem terapêutica ou reprodutiva, alimentos transgênicos ou terapia gênica (LORETO; SEPEL, 2006, p.5). O que se observa hoje nas escolas de ensino médio, é que os conteúdos relacionados, por exemplo, à Genética Molecular, apesar de sua relevância, têm sido abordados superficialmente. Isso ocorre tanto pela dificuldade encontrada pelos professores, pois se tratam de assuntos relativamente novos, os quais na maioria das vezes não foram abordados durante o seu período de formação acadêmica, quanto pelos alunos, por serem conteúdos abstratos, difíceis de serem compreendidos (CARBONI e SOARES, 2010, p.1). Alguns professores têm concepções errôneas sobre Ciência e as transmitem aos seus alunos. Esta deficiência deve-se à formação de professores e precisa ser repensada e reestruturada (ALVES; CALDEIRA, 2005, p.2). A mídia, por sua vez, ao divulgar alguns resultados de pesquisa na área cria a esperança de que todos os problemas da humanidade estarão resolvidos, pelo uso de transgênicos, células-tronco e clonagem, por exemplo (PANSERA-DEARAÚJO; SCHEID, 2007, p.2). Logo, o ensino da Genética e de suas tecnologias, que por vezes são temas polêmicos, merece uma atenção especial por parte dos educadores da área de Biologia. Torna-se imprescindível, portanto, capacitar os docentes a apropriar-se de referenciais teóricos e práticos não apenas referentes à sua área de atuação, mas, também, da psicologia da aprendizagem e do desenvolvimento, para que possam organizar o ensino de modo a promover a aprendizagem e o desenvolvimento das capacidades psíquicas dos alunos. Ultimamente, muitos cursos de formação inicial e continuada de professores têm buscado na Teoria Histórico-Cultural subsídios para o desenvolvimento de uma prática pedagógica inovadora capaz de promover a aprendizagem e o desenvolvimento do pensamento conceitual (PEDRANCINI et al., 2004a; 2005). Em seu trabalho, Silva e Cicillini (2008, p.1) aponta que as questões polêmicas mostraram elementos benéficos à formação ética e à autonomia intelectual através da construção do conhecimento concretizado na sala de aula. Os resultados revelaram mudanças no comportamento dos alunos, grau de interesse e participação nas aulas e consequentemente um Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 53 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. crescente processo de dinamização do ensino e do cotidiano escolar. Revelaram também a limitação do conhecimento docente frente aos desafios da Biologia escolar, evidenciando a importância da busca de formação contínua e atualização constante. Desse modo, o papel do professor, no ensino da Biologia contemporânea, parece ampliar-se para além dos conteúdos, determinando metodologias ou estratégias que requerem conhecimentos mais abrangentes, inspirados nos princípios e diretrizes da educação progressista, para superar os complexos desafios apresentados no exercício da profissão. Práticas Pedagógicas no Ensino de Genética e Biologia Molecular A popularização dos temas ligados à Genética e Biologia Molecular demanda um trabalho pedagógico voltado para a desconstrução de pré-conceitos equivocados e compreensão científica dessas temáticas. Em recentes pesquisas sobre o ensino de Genética e Biologia Molecular no Ensino Médio em escolas estaduais e particulares, Bonzanini e Bastos (2007, p.300) trazem como resultado os seguintes aspectos: a escassez de fontes atualizadas e materiais didáticos adequados ao desenvolvimento do conteúdo; o domínio insuficiente de conteúdos por parte do professor e uma grande dificuldade metodológica na abordagem de temas polêmicos. Também afirmam, baseados em dados de outras pesquisas, que nos últimos anos o ensino de Genética tem sua estrutura pautada na resolução de exercícios referentes à primeira e segunda leis de Mendel e a temas ligados a sua expansão. Justina e Barradas (2003) ao investigarem a opinião dos professores de Biologia sobre o ensino de Genética, observaram que os professores estão muito distantes das inovações que acontecem com a ciência Genética e continuam passando os conceitos contidos nos livros didáticos, muitas vezes conceitos ultrapassados e errôneos, porém, a grande maioria acredita que podem ocorrer mudanças no ensino se houver um aperfeiçoamento (educação continuada) para os professores e se eles tiverem acesso ao uso de metodologias diferenciadas. A utilização das ferramentas tecnológicas como mediadoras no processo de ensino e aprendizagem pode contribuir na abordagem e aprendizagem de conteúdos de natureza complexa e abstrata, como a genética (LIOTTI; OLIVEIRA, 2008, p.20). Faz-se necessário preparar os alunos para analisar criticamente os temas ligados à Genética, proporcionando o conhecimento científico que possa desmistificar determinados préconceitos popularizados. Bonzanini e Bastos (2007) enfatizam que, analisando os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs) ao estudar a hereditariedade, os alunos devem ser levados a relacionar conceitos e processos relativos às leis da herança mendeliana, noções de probabilidade, análise combinatória e bioquímica (que são considerados conteúdos clássicos da genética) com as tecnologias da clonagem, engenharia genética, entre outras manipulações do DNA (ácido desoxirribonucléico), auxiliando-os, deste modo, a identificar aspectos éticos, morais, econômicos e políticos relacionados às essas tecnologias. Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 54 O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética ... Justina et al. (2000), ao realizar um estudo sobre o ensino de Genética e Biologia Molecular no ensino médio, verificaram que a maioria dos professores entrevistados apontou as novas abordagens em Genética Molecular como a tecnologia do DNA recombinante, o projeto genoma humano (PGH), clonagem e organismos transgênicos, como sendo as temáticas que apresentam maior dificuldade tanto para ensinar como para o aluno compreender. Tal estudo indicou também uma preocupação, entre os educadores, com as temáticas atuais que não aparecem nos livros didáticos ou aparecem com uma abordagem inadequada e com erros conceituais. Fávaro et al. (2003) realizaram um estudo sobre as possibilidades e os limites do trabalho de professores de Biologia quanto ao ensino de Genética, Engenharia Genética e Biologia Molecular. A partir da análise de questionários aplicados verificaram que os professores, apesar de apresentarem um grande interesse pela área, demonstram muitas dúvidas sobre diferentes assuntos, principalmente aqueles relacionados às questões éticas e técnicas atuais. A preocupação dos professores, em se manterem atualizados e esclarecer suas dúvidas quanto à Genética e suas novas tecnologias, também foi evidenciada pela pesquisa, bem como um grande interesse e motivação por cursos de atualização na área de Engenharia Genética e Biologia Molecular, principalmente sobre o tema clonagem; a rede mundial de computadores, revistas e jornais foram indicados pelos professores como sendo as principais fontes de atualização. Os textos utilizados para a reciclagem do profissional também foram indicados como um importante material de trabalho na sala de aula, dividindo espaço com os livros didáticos. Diante dessa realidade, parece evidente que o modo como o ensino é organizado e conduzido está sendo pouco eficaz em promover o desenvolvimento conceitual. Um exemplo das implicações do ensino promovido dessa forma é a incompreensão ou compreensão equivocada dos atuais avanços biotecnológicos, tais como: a transgenia, o mapeamento e sequenciamento de genomas, clonagem de organismos, células-tronco, entre outros (PEDRANCINI et al., 2004a; 2005). Os mesmos autores destacam que: A apropriação de conceitos como DNA, cromossomo e gene é fundamental para a compreensão de questões, muitas vezes, polêmicas presentes no dia-a-dia das pessoas. Falar sobre elas, emitir opiniões exige o conhecimento dos conceitos que as envolvem. Quando o conteúdo escolar não consegue ultrapassar a sala de aula nos deparamos com sujeitos “escolarizados”, cujo conhecimento não lhe permite analisar fenômenos científicos, além do imediato. Este fato pode ser observado nas concepções e opiniões dos estudantes em relação aos organismos transgênicos. Embora todos tenham afirmado ouvir falar a respeito do assunto “na TV”, “na Veja”, “no jornal”, “na escola”, “no trabalho” ou “em casa”, seus depoimentos revelaram tratar-se de concepções espontâneas e de senso comum, grandemente influenciadas pelas notícias veiculadas pela mídia. Neste contexto, Carboni e Soares (2010), em seu trabalho, trouxeram algumas reflexões sobre a importância da inclusão de assuntos referentes à Genética molecular nos currículos normais de ensino médio e da relevância do conhecimento formal sobre a molécula de DNA, já Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 55 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. que esta deixou de ser desconhecida, tornando-se assunto comum nos meios de comunicação, bem como a importância de metodologias diversificadas, como uso de modelos didáticos, atividades interativas e práticas de laboratório, na facilitação do processo de ensinoaprendizagem. O papel do professor, para Carboni e Soares é interagir com seus alunos, buscando metodologias ou atividades que ampliem sua capacidade cognitiva e também, no caso da genética molecular, conhecer suas necessidades e expectativas frente às novidades biotecnológicas. Sugerimos então que haja uma reformulação nos conteúdos a serem trabalhados nas aulas de biologia do ensino médio, bem como um replanejamento e um resgate de metodologias que facilitem e ao mesmo tempo estimulem a aprendizagem, diminuindo então a distância entre os conhecimentos científicos, o cotidiano e a realidade dos alunos. Verifica-se, portanto, a necessidade de uma intervenção junto aos educadores no que se refere ao ensino de temas polêmicos dentro da Biologia, principalmente em relação à Genética e suas tecnologias. Espera-se identificar quais as limitações dos educadores em relação à abordagem destes temas observando como os alunos encaram e assimilam os mesmos, de forma a propor metodologias que torne o professor capaz de diminuir os pré-conceitos em relação à Genética e desfazer conceitos e informações erradas que os alunos portam consigo. Ensino de Biologia e Genética Molecular na Educação de Jovens e Adultos A Educação de Jovens e Adultos tem como público-alvo indivíduos que não tiveram a oportunidade de concluir seus estudos em idade apropriada, por diversos motivos. O processo de ensino-aprendizagem nesta modalidade de ensino apresenta características peculiares em função do perfil do alunado. Para Morais (2009, p.1) as pessoas nunca deixam de aprender, mesmo aquelas que deixaram seus estudos quando jovens. A ausência da educação escolar representa uma grande lacuna para o indivíduo e uma perda enorme para a cidadania. Hoje, isso pode ser contornado devido a existir um nível de ensino que se dispõe a trabalhar com essas pessoas que interromperam sua atividade escolar, sendo conhecido como Educação de Jovens e Adultos (EJA). O ensino de Ciências e Biologia deve proporcionar ao aluno de EJA a oportunidade de visualização de conceitos ou de processos que estão sendo construídos por ele na escola, pois a missão da educação é conduzir o crescimento intelectual, moral e ético da comunidade através de ensinamentos, exemplos, experiências levados à escola, fazendo com que cada um se conscientize e se responsabilize pelo destino da sua própria vida. As orientações curriculares da EJA apresentam-se fora da realidade, tendo em vista que propõem a contextualização de uma grande quantidade de conteúdos para serem ministrados pelos docentes em um curto espaço de tempo. Estas devem ser ofertadas por cada disciplina, além de ser articulada a vivência no cotidiano do educando. A imposição via diretrizes Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 56 O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética ... curriculares, de um significativo volume de conteúdos, sem o necessário tratamento pedagógico aos mesmos, tem se constituído como um dos aspectos que tem dificultado a aprendizagem do aluno, principalmente na área das ciências da natureza, mais precisamente, na disciplina de Biologia, que abrange as inter-relações com outras áreas do conhecimento, além da necessidade de apropriação de terminologias e descrições científicas (SALUSTIANO; PAZ-DA-SILVA, 2010, p.4). A EJA na atualidade é uma alternativa viável para que as pessoas possam retomar seus estudos e garantir uma formação profissional e intelectual, representando um novo começo e é ainda um direito de todos aqueles que não tiveram acesso à escola ou mesmo aqueles que não conseguiram completar seus estudos. Contudo, suas propostas curriculares são bastante compactas, podendo vir a dificultar a aprendizagem dos alunos devido à sobrecarga de conteúdo em um curto espaço de tempo, principalmente nas disciplinas da área das ciências biológicas que abrangem muitas inter-relações com outras áreas do conhecimento, além de muitos termos e descrições científicas (MORAIS, 2009, p.1). Buscar constantemente novas metodologias que facilitem e dinamizem o trabalho do educador em sala de aula faz parte do cotidiano pedagógico e é papel da escola encontrar alternativas facilitadoras da aprendizagem, de modo a contextualizar os conteúdos aprendidos em sala de aula e aproximá-los do dia-a-dia do aluno. O aluno da EJA já possui certo grau de conhecimento e experiências de vida acumuladas e este potencial deve ser aproveitado, inclusive nas aulas de Biologia. E quando se trata dos assuntos ligados à Genética, muitos alunos podem já possuir conceitos adquiridos (talvez errados) e também pré-conceitos em relação a alguns temas trabalhados, de forma que se tornam alunos mais “resistentes” a discutir ou aceitar determinados assuntos ligados à Genética e suas tecnologias. É papel do professor da EJA estar preparado para este tipo de público “resistente” e saber lidar com as informações que seus alunos já possuem. O educador deve estar atualizado em relação aos temas que ministra, principalmente no que diz respeito à Genética, visto que é uma área em larga expansão, com novas informações surgindo a todo momento e torna-se necessário esse aprimoramento para enfrentar as discussões e dúvidas que venham a se instalar dentro de sala de aula durante a abordagem de temas considerados polêmicos. Dentro deste contexto, o ensino de Genética e de seus temas polêmicos pode enfrentar problemas, visto que estes alunos da EJA já trazem consigo uma bagagem cultural e experiências de vida muito intensas, às vezes dominadas por pré-conceitos ou conceitos errôneos, absorvidos durante a vida ou deturpados pela mídia em geral. Estudos realizados com alunos da etapa final da educação básica identificaram que muitos deles apresentam ideias sincréticas em relação aos seres vivos, células, composição química, bem como sobre localização e função do material genético Os alunos muitas vezes se limitam a reproduzir a linguagem veiculada pela mídia, sem demonstrar a compreensão do conceito (PEDRANCINI et al., 2004b; 2005). Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 57 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. O ensino de Ciências e Biologia deve proporcionar ao aluno de EJA a oportunidade de visualização de conceitos ou de processos que estão sendo construídos por ele na escola, pois a missão da educação é conduzir o crescimento intelectual, moral e ético da comunidade através de ensinamentos, exemplos, experiências levados à escola, fazendo com que cada um se conscientize e se responsabilize pelo destino da sua própria vida. O ensino de Ciências Naturais no currículo do EJA está passando atualmente por várias mudanças, de forma a buscar um ensino mais dinâmico, atualizado, contextualizado, onde se privilegia os temas de maior relevância para os alunos a fim de buscar uma aprendizagem mais significativa a fim de que os mesmos possam interagir com os conteúdos em sala de aula. Assim é necessário selecionar temas e problemas relevantes para que os alunos sejam motivados a refletir criticamente sobre eles. Uma forma de introduzir temáticas na perspectiva Ciência, Tecnologia e Sociedade no currículo convencional é através de intervenções curriculares das quais emergem aberturas para alterações curriculares mais abrangentes. Para Morais (2009, p.1), há necessidade de uma reformulação das propostas curriculares das disciplinas de Ciências e de Biologia, a fim de apresentar apenas aqueles conteúdos de maior relevância para todos, para que, então, os mesmos possam compreender mais sobre a vida e ambiente que os cercam, facilitando a aprendizagem. A reformulação da proposta curricular das disciplinas de Ciências e Biologia da EJA ainda é um grande desafio na sociedade educacional moderna, mas devemos estar cientes das dificuldades pelo caminho, mas acreditar que há possibilidade de mudanças. O ensino de Biologia na EJA, segundo sua proposta pedagógica, vem com o intuito de permitir que o cidadão responda e problematize as perguntas e as informações que são construídas no seu cotidiano, no seu contexto, tornando esses problemas e questionamentos da vida como conteúdos de sua condição de sujeito “aprendente”. Contribuindo, também, para o desenvolvimento de sua capacidade de investigar e intervir de modo significativo em todo contexto social, cultural e natural à sua volta, sempre em busca de uma equidade processual e gradativa em todo o seu desenvolvimento educacional. Dessa forma, a prática curricular da disciplina de Biologia a ser trabalhada no ensino de jovens e adultos necessita explorar os conteúdos de forma mais didática possível, com a finalidade de transmitir não apenas os conceitos biológicos, como também permitir a produção da informação, a criação e o reconhecimento de identidades e de práticas socioculturais na geração de ideias não apenas assimiláveis, mas de análise, de investigação científica. Proporcionando não apenas a capacidade técnica profissional ou a condição de decifrar códigos, mas sim de apropriação do conhecimento, conduzindo-o à reflexão e aos questionamentos da realidade e à possibilidade de transformá-la. Nesta perspectiva, já não é possível viver alheio às tecnologias, pois as mesmas estão incorporadas em nosso cotidiano, e na Biologia não é diferente. Assim é preciso que a educação também caminhe ao compasso das grandes inovações tecnológicas, tornando a busca pelo conhecimento mais próximo e significativo para os alunos. Neste sentido, o ensino de Biologia não Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 58 O processo de formação de professores de Biologia e a interferência das tecnologias e mídias no ensino de Genética ... se prestaria apenas ao desenvolvimento científico do aluno, mas também tecnológico (SALUSTIANO; PAZ-DA-SILVA, 2010, p.4). CONSIDERAÇÕES FINAIS A área da Genética, Biologia Molecular e suas tecnologias inundam os noticiários diariamente com novas informações acerca de pesquisas realizadas em todo o mundo e de como estas podem auxiliar a medicina e melhorar a qualidade de vida do homem. Mas nem sempre essas notícias são transmitidas de maneira imparcial ou com tratamento científico específico, o que pode gerar conclusões erradas ou pré-conceitos para o receptor dessas informações. A escola deve fazer parte deste ambiente de discussão acerca destes temas polêmicos, como estes ligados à área de Genética Molecular. O educador deve estar preparado para ouvir o que seu aluno traz de informação, ajuda-lo a interpretar os dados assimilados, esclarecer ou completar tais informações, de forma que o assunto não se esgote e esteja aberto a novas discussões e não gere pré-conceitos, promessas ou conclusões precipitadas. E nessa discussão, são necessários mais recursos didáticos, afora quadro e giz. Novas tecnologias educacionais tais como vídeos, internet, jogos e outras ferramentas informatizadas, desde que utilizadas com planejamento e com critérios específicos, são alternativas valiosas para incrementar a abordagem destes temas. A busca por novas metodologias de ensino deve ser uma constante na profissão de educador, bem como estar inteirado acerca do que há de novo dentro da área que ministra. Informações passadas dentro de sala de aula podem se tornar obsoletas, erradas ou incompletas dentro de poucos anos, o que trará problemas conceituais ou de pré-conceitos em relação a determinados conteúdos ou assuntos para os alunos que estiveram em contato com esses educadores que não buscaram seu aprimoramento profissional. Logo, um educador capaz de manter sua formação profissional atualizada aliando-se ao uso de novas tecnologias e de recursos didáticos é de fundamental importância para qualquer nível de ensino, inclusive na EJA. E no ensino de Biologia e Genética, visto que a quantidade de informações é grande e às vezes suscitando discussões polemicas, é indiscutivelmente imprescindível à necessidade de se aliar formação acadêmica de qualidade e uso de metodologias de ensino diversificadas. AGRADECIMENTOS Ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE); A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES); E a Universidade Aberta do Brasil-UAB (Programa de Pós-graduação em Tecnologias Aplicadas ao Ensino de Biologia, Instituto de Ciências Biológicas, Universidade Federal de Goiás (UFG)). Scire Salutis v.3 ‐ n.1 Out, Nov, Dez 2012, Jan, Fev, Mar 2013 P a g e | 59 RIBEIRO, R. A.; SANTOS, R. S. REFERÊNCIAS ALVES, S. B. F.; CALDEIRA, A. M. A.. Biologia e ética: um estudo sobre a compreensão e atitudes de alunos do ensino médio frente ao tema genoma/DNA. Ensaio: Pesquisa em Educação em Ciências, v.7, n.1, p.1415-2150, 2005. BARBÃO, A. J. M.; OLIVEIRA, I. G.. Utilização e compreensão da nomenclatura biológica por alunos do ensino médio da Escola Estadual Wilson de Almeida, Nova Olímpia (MT). In: FÓRUM DE EDUCAÇÃO E DIVERSIDADE DIFERENTES (DES)IGUAIS E DESCONECTADOS, 4. Anais. Tangará da Serra: UNEMAT, 2010. BONZANINI, T. K.; BASTOS, F.. 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