O Baptismo Bíblico (Mateus 3:13-17)

Igreja Baptista Esperança Viva
O Baptismo Bíblico (Mateus 3:13-17)
Tivemos esta manhã a alegria de testemunhar vários baptismos bíblicos.
Existem outras coisas e outras cerimónias às quais se dá o nome de
baptismo. Existe até uma seita, os mórmons, em que as pessoas podem ir
ao templo sede da seita e baptizarem-se em nome dos mortos. Eles
acreditam que se nos baptizarmos pelos mortos, que podemos salvar as
almas deles. Houve uma senhora até que ao longo da sua vida foi baptizada
mais de 30 000 vezes. Ela baptizou-se em nome de familiares, amigos,
vizinhos e até de pessoas famosas como Nabucodonosor, Napoleão ou
Cleópatra. Houve um ancião da igreja mórmon que comentou, “acredito
que esta senhora, através dos seus baptismos pelos mortos, no dia do
julgamento se vai ver que ela salvou mais almas do que Jesus Cristo. Ao
vermos as características do que é um baptismo bíblico, será mais fácil
identificar aqueles que não o são. Neste importante dia, em que vários dos
nossos irmãos tomaram a importante decisão de obedecerem a Deus,
descendo às águas do baptismo, vamos aproveitar para olhar para o
baptismo de Jesus. Se não houvesse mais razão nenhuma pela qual uma
pessoa devesse ser baptizada, esta bastaria – Jesus foi baptizado. Não nos
faz mal nenhum pensar e buscar as razões profundas pelas quais fazemos o
que fazemos, ou não fazemos determinadas coisas. No entanto, evitaremos
muitas horas de incerteza simplesmente olhando para o Salvador. Devemos
orar porque Jesus orava. Devemos evangelizar porque Jesus evangelizava.
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Devemos ajudar porque Jesus ajudava. Devemos perdoar porque Jesus
perdoava. Devemos amar porque Jesus amava. E devemos ser baptizados
porque Jesus, também, foi baptizado. Em Mateus, capítulo três, versículos
13 a 17, encontramos um dos relatos que os evangelhos nos oferecem do
baptismo de Cristo. Todos eles são muito semelhantes entre si. Vamos ler o
que a Bíblia diz nestes versículos. “Então, veio Jesus da Galiléia ter com
João junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe,
dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém,
respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém
cumprir toda a justiça. Então, ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu
logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus
descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia:
Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Vamos, em primeiro
lugar, esclarecer o significado das palavras mais difíceis deste texto, para o
podermos compreender melhor. O versículo 13 diz-nos que Jesus foi da
Galiléia, mais propriamente da cidade de Nazaré, até ao rio Jordão, na
província da Judéia. Trata-se de uma distância de cerca de 80 Km. No
versículo 14, João não queria baptizar Jesus. Ele disse, “eu careço de ser
baptizado por ti.” Carecer significa precisar, ter falta de. João estava a
admitir que, perante Jesus, ele era indigno, o que era, de facto verdade.
Após o baptismo de Jesus, o versículo 17 diz-nos que se ouviu uma voz do
céu e que a voz disse, “este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.”
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Comprazer é ter prazer, é gostar de. Deus ficou satisfeito com a obediência
de Jesus Cristo. Agora que entendemos todas as palavras, vamos ver o que
o texto nos ensina sobre o baptismo bíblico. Há muitas coisas a que o
mundo e as religiões dão o nome de baptismo. No entanto só existe um
baptismo. O baptismo bíblico.
I. Candidatos salvos
A primeira das exigências para que um baptismo seja bíblico é a de que o
candidato tem de ser salvo. Só existem neste mundo estes dois tipos de
pessoas – salvas e não salvas. Quem é salvo tem de viver para Cristo.
Quem não é salvo tem de correr para Cristo. Biblicamente falando, os
candidatos ao baptismo são pessoas que já se arrependeram dos seus
pecados e depositaram a sua fé só em Jesus. O baptismo não lava os
pecados de ninguém. Que claro isso é no caso do baptismo de Cristo! Que
pecados Ele tinha para lavar? Em Hebreus, capítulo 4, versículos 14 e 15,
é-nos dito, “Visto que temos um grande sumo sacerdote, Jesus, Filho de
Deus, que penetrou nos céus, retenhamos firmemente a nossa confissão.
Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das
nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem
pecado.” Não só Ele viveu uma vida sem pecado, como Ele nasceu sem o
pecado original que todos os que nascem já carregam para o mundo. Jesus
foi o Único que nasceu sem o pecado original porque foi o Único que
nasceu de uma virgem. O baptismo lava os pecados? Não! O baptismo
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testemunha a lavagem que já ocorreu. Só o sangue de Cristo lava os nossos
pecados.
II. Submersão na água
De seguida fazemos bem em pensar um pouco sobre o método de baptismo.
Religiões diferentes, praticam formas de baptismo diferentes Uma vez
mais, não nos podemos esquecer que a Bíblia nos ensina que existe um só
baptismo. Apenas um método está correcto e fazemos bem em atentar para
as páginas das Escrituras. Em primeiro lugar, a Bíblia ensina-nos algo
sobre os lugares que eram escolhidos para baptizar. Em João 3:23 diz
assim, “Ora, João batizava também em Enom, junto a Salim, porque havia
ali muitas águas; e vinham ali e eram batizados.” João Baptista escolhia
lugares para baptizar que tinham água em abundância. Para quê? Se para
baptizar basta molhar a cabeça, então bastaria um copo cheio de água. No
nosso texto em Mateus, no versículo 16, é dito, “E, sendo Jesus batizado,
saiu logo da água,” João Baptista baptizava por imersão, Jesus foi
baptizado por imersão, os apóstolos e a igreja primitiva baptizavam por
imersão, todos os nossos antepassados baptistas e não só baptizavam por
imersão. Esta é a única forma de baptismo para este ser realmente bíblico.
Outras formas melhores, mais rápidas e modernas podem ser inventadas.
No entanto a pergunta que temos a fazer é queremos seguir a sabedora dos
homens, ou cumprir a vontade de Deus?
III. Representação simbólica
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A forma do baptismo tem muito a ver com este próximo ponto. Já vimos
que o baptismo não lava os pecados. O baptismo não é um sacramento, pois
ele não confere graça. O baptismo é feito por obediência humilde a Deus.
João Baptista não queria baptizar Jesus. Ele disse, “Eu é que preciso de ser
baptizado por ti!” Jesus ficou melhor por ter sido baptizado? Não! Ele já
era perfeito! Os irmãos em Cristo que foram hoje baptizados são pessoas
diferentes do que eram ontem por causa da água do mar? Não! No entanto,
esta é a vontade de Deus para nós. Jesus disse, “assim nos convém cumprir
toda a justiça.” O baptismo não faz nada por nós, mas Deus o espera de
nós. Porquê? Porque ele é o mais bonito símbolo do evangelho. Em I
Coríntios 15, Paulo diz-nos o que é o evangelho. “Cristo morreu por nossos
pecados, segundo as Escrituras, e que foi sepultado, e que ressuscitou ao
terceiro dia, segundo as Escrituras” As boas notícias que temos para o
mundo é que Jesus morreu pelos nossos pecados, foi sepultado, mas o
túmulo não foi suficiente para O reter, Ele ressuscitou e está vivo. O
baptismo bíblico por imersão é um símbolo do evangelho.
A. Morte
O primeiro elemento do evangelho é que Jesus morreu pelos nossos
pecados. Ele veio para os que eram Seus, mas os Seus O não receberam.
Tal como Deus planeou, desde a eternidade, O Eterno Filho de Deus foi
maltratado, pregado numa rude cruz, e levantado, para que todos pudessem
ver o Seu sacrifício de amor. O preço dos pecados que são nossos foi
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colocado, naquela hora, sobre Ele. A Bíblia diz no livro de Isaías, “Mas ele
foi ferido pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniqüidades; o
castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e, pelas suas pisaduras, fomos
sarados.” (Is. 53:5). Quando o candidato ao baptismo está em pé, dentro de
água, ele está a declarar para todos os presentes que sabe que Jesus foi
crucificados pelos seus pecados. Ele está a dizer que crê apenas na cruz de
Cristo como suficiente para a sua vida, presente e eterna. Ele identifica-se
com a morte do Filho de Deus pelos seus pecados.
B. Sepultamento
Após a cruz, Jesus foi sepultado. O Seu corpo sem vida foi descido da cruz
e colocado num túmulo escavado na rocha. Uma grande pedra foi colocada
na frente do túmulo e foram tomadas precauções para que ninguém viesse
tirar o Seu corpo. Antes de ser preso, Jesus tinha dito, “como Jonas esteve
três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o Filho do Homem
três dias e três noites no seio da terra.” (Mat. 12:40). Quando o candidato
do baptismo é colocado debaixo de água, ele está a declarar para todos os
presentes que sabe que Jesus morreu e foi sepultado. Ele sabe que muitos
pensaram que a história de Cristo havia terminado ali. Ele sabe que mesmo
muitos dos Seus discípulos ficaram desanimados e desorientados. Mas
ainda bem que esta história não acaba aqui!
C. Ressurreição
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Tal como Ele havia declarado, três dias depois, eis que Ele surge glorioso.
A morte não tem poder sobre Ele. Nada nem ninguém O poderiam manter
naquele túmulo, Ele ressuscitou! Será que já pensámos no significado
disto? Houve Alguém que morreu, foi sepultado e saiu vivo do túmulo,
para nunca mais morrer! É por isso que o crente em Jesus Cristo é alguém
animado e cheio de força. Para o crente os problemas são sempre
passageiros, temporários. A Bíblia promete que, mais dia, menos dia, Deus,
“transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo
glorioso” (Fp. 3:21). Quando o candidato sai da água, todo o mundo pode
ver, de forma simples, mas poderosa, que acreditamos que a nossa vida
eterna está garantida em Cristo Jesus. Tal como Ele saiu o túmulo, nós
também ressuscitaremos e viveremos para sempre com Ele.
IV. Autoridade Bíblica
Por último, temos o tema de quem é que tem autoridade para baptizar. Este
é também um tema importante se queremos que o baptismo seja bíblico.
Ninguém tem, em si mesmo, autoridade para realizar baptismos bíblicos.
Essa autoridade é dada às igrejas. Eu não tenho, em mim mesmo,
autoridade para baptizar. A autoridade para baptizar é-me dada por esta
igreja. Reparem que Jesus Cristo não pediu a algum dos seus amigos para o
baptizarem. Ele fez uma viagem de 80 km, desde Nazaré da Galiléia, até ao
lugar onde estava João Baptista, porque era ele que tinha autoridade para
baptizar. Este ponto é muito importante. Uma igreja que não é bíblica não
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tem autoridade para baptizar biblicamente. Como é que uma igreja cujo
ensino sobre a salvação é errado, pode realizar convenientemente o acto
que é suposto ser o mais perfeito símbolo da nossa salvação em Cristo? A
maior heresia que se ensina sobre a salvação é que esta pode ser perdida.
Há igrejas que ensinam que a pessoa pode ser salva um dia, e deixar de o
ser no dia seguinte. A essa falsa doutrina dão o nome de “Apostasia
Pessoal”. Tirei a seguinte definição de um dos seus livros, “Apostatar
significa cortar o relacionamento salvífico com Cristo, ou apartar-se da
união vital com Ele.” Uma igreja que acredita que se pode perder a união
com Cristo depois de a conseguir pela fé, não sabe o que é a salvação, não
sabem Quem é Cristo. É deles que Jesus fala quando diz, “Muitos me dirão
naquele Dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E, em
teu nome, não expulsamos demônios? E, em teu nome, não fizemos muitas
maravilhas? E, então, lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartaivos de mim, vós que praticais a iniqüidade.” (Mat. 7:22-23). A salvação
que temos disponível em Cristo é gratuita (não podemos fazer nada para a
merecer ou para a perder), eterna, perfeita, de uma vez para sempre. Jesus
disse em João 4:14, “mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca
terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a
jorrar para a vida eterna.” Uma igreja que ao entende a salvação não tem a
autoridade bíblica para baptizar. Alguém que seja baptizado numa igreja
que pregue estes erros, mesmo que a pessoa entenda perfeitamente o que é
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o baptismo, essa pessoa terá de ser novamente baptizada, por quem tem, de
facto, autoridade para baptizar. Voltamos à mesma pergunta, queremos
viver a vida à nossa maneira, o que irá significar destruição e desilusão,
mais cedo ou mais tarde, ou queremos obedecer a Deus?
Conclusão
Logo a seguir ao baptismo de Jesus, no capítulo 3 de Mateus, temos o
relato da tentação de Jesus, em Mateus capítulo 4. Vocês que tomaram a
decisão de seguirem ao Senhor no baptismo, têm de manter essa mesma
atitude para o resto da vossa caminhada cristã.
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