alergia respiratória a bichos de estimação

Dr. Luiz Carlos Bertoni - CRM-PR 5779
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ALERGIA RESPIRATÓRIA A BICHOS DE ESTIMAÇÃO
Milhões de famílias brasileiras adoram ter animais de estimação
dentro de casa, principalmente cães e gatos. Os bichos de estimação
servem de companhia, viram o xodó da casa e, no caso dos cães,
ajudam na segurança.
Mas é importante que o alérgico escolha um animal ao qual não
é sensível, ou seja, que o bicho não desencadeie crises de alergia
respiratória, rinite ou asma.
As emanações dos bichos de estimação podem desencadear
crises de rinite e/ou de asma?
Sim. Os trabalhos científicos mostram que 10% dos alérgicos
são sensíveis a animais, e esse número é maior entre os asmáticos.
As descamações da pele, a saliva e a urina dos bichos de
estimação podem provocar crises de alergia na pessoa sensível. É
preciso lembrar, porém, que os pêlos dos animais domésticos não
constituem um alérgeno importante.
Quais os bichos de estimação mais comuns?
O homem, desde a Antiguidade, lida com animais, muitos dos
quais foram domesticados por sua importância econômica, como o
cavalo, a ovelha, o camelo, o boi, o porco, etc. Mas são os animais de
pequeno porte os mais adequados para viver dentro de uma
residência, como o cão, o gato, o rato, o coelho, o porquinho-da-índia
(cobaia), o gerbil, o hamster e diferentes espécies de aves (periquito,
papagaio, canário...).
Os animais de grande porte, mesmo quando mantidos fora de
casa, como o cavalo, o boi e a cabra; e as aves, como a galinha, o
pato e o ganso podem causar problemas.
Qualquer animal ou ave pode ser um bicho de estimação, por
isso a exposição acidental a eles pode ocorrer quando se faz uma
visita à casa de amigos.
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Para uma pessoa sensível a uma espécie de ave, tanto as penas
como as descamações e as fezes são alérgenos que desencadeiam
crises da alergia. Da mesma maneira, o alérgico não pode usar
travesseiro, pufe, sofá ou similares recheados com as penas dessa
ave. Se as penas forem necessárias, devem ser encapsuladas num
tecido impermeável próprio para esse fim, de tal forma que as
emanações das penas não escapem para o ambiente. Além do mais,
as fezes das aves são importantes fontes de contaminação bacteriana,
de fungos e de ácaros; o mesmo se aplica às fezes dos animais.
Qual a conduta do alergista?
Se você é louco por bicho de estimação, mas é alérgico a eles,
você pode optar por um aquário com plantas e peixes.
Não existe nenhum bicho de estimação que não traga problemas
para o alérgico, pois todos eliminam pêlos, descamações e
excrementos (fezes, urina).
Um engano freqüente é achar que animais de pêlo curto
causam menos problemas para o alérgico. Nas descamações (e não no
tamanho ou na quantidade de pêlos) e nos excrementos é que se
encontram os alérgenos mais importantes do animal.
Portanto, quem é sensível ao bicho de estimação deve ser
removido da casa para evitar a progressão e o agravamento das
crises de alergia. Retirar o animal por alguns dias ou semanas é de
pequena valia, pois o tempo mínimo necessário para uma casa fique
livre das emanações do bicho é de seis meses.
Os cães podem ser responsáveis pelos sintomas agudos de
conjuntivite alérgica ou inflamações dos olhos, principalmente nas
crianças.
Pode-se conviver com a alergia ao bicho de estimação?
Algumas famílias desejam manter o bicho dentro de casa. Nessa
condição, o mínimo a fazer é mantê-lo longe da cama do paciente e de
preferência fora de casa. É impossível manter as emanações do
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animal restritas a poucas dependências da casa ou isoladas num
quarto, pois as correntes de ar geralmente espalham suas emanações
para toda a casa.
Aqui cabe uma pergunta: “Quem é mais importante para a
família: o alérgico ou animal?".
No caso de o alérgico ter reações graves ao animal, tais como
“chiado de peito” e falta de ar após a exposição às suas emanações, o
animal deve sair de casa, pois representa risco potencial de morte.
Do ponto de vista prático e saudável, a pessoa alérgica sensível
ao animal não deve ter o animal em casa. Além disso, evite abraçar
ou beijar o animal de estimação, porque os alérgenos se encontram
tanto na pele como na saliva.
A pneumotite de hipersensibilidade (alveolite alérgica) é uma
doença imunológica grave e incapacitante, pois resulta em fibrose
pulmonar que diminui o tempo de vida do seu portador e, nos casos
mais graves, leva à morte prematura. Os sintomas mais comuns são
as sensações progressivas de moleza ou fadiga, crise de “chio de
peito” e febre causada pela exposição prolongada aos pássaros e a
seus dejetos. Nesses casos a remoção do pássaro de casa é
obrigatória. A mesma doença pode ocorrer em criadores e tratadores
de pássaros.
Como é diagnosticada a alergia ao bicho de estimação?
Se alguém apresentar sintomas freqüentes de alergia e for dono
de um bicho de estimação, os testes cutâneos ou exames de
laboratório são ferramentas valiosas para esclarecer o diagnóstico. Os
sintomas de uma rinite alérgica são semelhantes a qualquer tipo de
alérgeno, o que a diferencia são os testes alérgicos.
Um dono obsessivo ou emocionalmente ligado ao bicho pode
negar que seu animal seja o responsável pelos sintomas da alergia. Na
grande maioria dos casos, quando o alergista diz que “talvez o seu
bichinho de estimação possa ser o responsável”, esse tipo de paciente
geralmente se recusa a esclarecer o diagnóstico e muitas vezes nem
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retorna ao consultório do médico para continuar o tratamento
antialérgico.
A vacina antialérgica é efetiva contra o bicho de estimação?
Existe vacina antialérgica contra o cão e o gato. A imunoterapia
é indicada quando o animal não pode ser evitado, como no caso de
profissionais que lidam com animais: veterinários ou tratadores de
animais.
O tratamento é feito por um período mínimo de três anos. As
aplicações da vacina são feitas toda semana, por um período de seis
meses ou assim que diminuírem os sintomas da asma ou da alergia.
Nesse momento as doses podem ser aplicadas mais espaçadamente.
Com a diminuição dos sintomas, é óbvio que menos medicamentos
antialérgicos são necessários.
A vacina antialérgica é feita sob a supervisão do alergista, pois
as respostas são individuais e dependem da sensibilidade do alérgico.
Posso visitar alguém que tem bicho ao qual sou alérgico?
Em princípio pode, mas depende da gravidade que os alérgenos
do animal provocam em você. Quando as reações alérgicas forem
graves, a visita deve ser evitada, pois existem outras maneiras de
conversar com a pessoa amiga. Use sua inteligência...
No caso de reações de menor intensidade podem ser usados
medicamentos que evitam as crises de alergia ou de asma, mas antes
da visita converse com seu alergista.
AS DÚVIDAS E PERGUNTAS DEVERÃO SER LEVADAS AO SEU ALERGISTA PARA ESCLARECIMENTO.
IMPORTANTE
As informações disponíveis no site www.alergiarespiratoria.com.br possui
caráter informativo e educativo. No caso de consulta procurar seu médico de
confiança para diagnóstico e tratamento.
Dr. Luiz Carlos Bertoni
Alergista - Associação Brasileira de Alergia e Imunopatologia (ASBAI)
Membro - World Allergy Organization (WAO)
CRM-PR 5779
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