Mídia, Jovens e Meio Ambiente: as dimensões do aquecimento global

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MÍDIA, JOVENS E MEIO AMBIENTE: AS DIMENSÕES DO AQUECIMENTO
GLOBAL
FERREIRA, Arnaldo Telles1 - UNOESC –[email protected]
TREVISOL, Joviles Vitório2 – UNOESC – [email protected]
RESUMO
O aquecimento global é uma das dimensões mais preocupantes da crise ecológica atual, tendo
despertado, nos últimos anos, vários estudos e debates, envolvendo cientistas, professores, governos,
ONGs, meios de comunicação social e universidades. Observando a relevância desse tema, a presente
pesquisa desenvolveu um estudo sobre as representações sociais que os estudantes universitários têm
sobre o aquecimento global. Buscou-se, assim, em primeiro lugar, servir-se dos conceitos propostos
por Beck (2006), Giddens (2000), Morin (2001), e outros, para compreender a mudança de paradigma
nos campos científico, político, social e econômico do pensamento ambiental. Em segundo lugar, o
tencionamento entre educação, comunicação e representações se deu por meio dos conceitos da teoria
das representações sociais de Moscovici (2003). A investigação foi desenvolvida com estudantes do
Curso de Comunicação Social da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) Campus de
Joaçaba. Os dados foram coletados mediante a aplicação de dois instrumentos de pesquisa: um
questionário semitabulado e entrevistas realizadas através da técnica de grupo focal. Entre os
resultados do estudo, cabe destacar: (i) que os estudantes, em sua grande maioria, têm dificuldades
para interpretar e correlacionar os conceitos científicos sobre as causas e conseqüências das mudanças
climáticas; (ii) no que diz respeito à avaliação dos agentes de informação, os estudantes confirmam a
tese de que as representações sociais do aquecimento global são geradas pela transposição dos
conhecimentos pela mídia e a escola; (iii) e, em sua grande maioria, os estudantes expressam a
consciência da incerteza partilhada sobre os impactos ambientais na sociedade de risco.
Palavras-chave: Educação Ambiental. Aquecimento global. Representações Sociais.
1
- Mestre em Educação pela Universidade do Oeste de Santa Catarina. Professor do Magistério Superior.
Comunicação
Social
da
UNOESC
–
Campus
Joaçaba.
Endereço
eletrônico:
[email protected]
2
- Doutor em Sociologia pela USP e Pós-Doutor pela Universidade de Coimbra (CES/UC). Pró-Reitor de
Pesquisa da Universidade Federal da Fronteira Sul. Endereço eletrônico: [email protected]
326
1- Introdução
El cambio global y el cambio climático son
problemas que han transcendido el ámbito de la
investigación científica para percollar el tejido
de la sociedad. (Carlos Duarte).
À medida que a humanidade aumenta sua capacidade de intervir na natureza
para satisfação de necessidades e desejos crescentes, surgem tensões e conflitos quanto
ao uso dos territórios e dos recursos em virtude da tecnologia disponível. Nos últimos
séculos, um modelo de civilização se impôs, trazendo a industrialização, com sua forma
de produção e organização do trabalho.
A perspectiva ambiental consiste em um modo de ver o mundo em que se
evidenciam as inter-relações e a interdependência dos diversos elementos na
constituição e na manutenção da vida. Atualmente, o aquecimento global é um dos
fenômenos climatológicos que despertam a atenção da comunidade científica e da
sociedade em razão do perigo representado pelas alterações climáticas para a
sobrevivência e manutenção da vida na terra. (GORE 2006; RIBAS, 2008).
A despeito de sua dimensão física, o aquecimento global é uma representação
social, ou seja, os indivíduos e os grupos sociais constroem concepções/entendimentos
do tema a partir dos contextos onde vivem e do conjunto de conhecimentos que
possuem.
Como partes integrantes e dinamizadoras da sociedade, a educação, as
instituições de ensino, os educadores e os próprios estudantes são influenciados pela
mídia. A compreensão que os estudantes possuem da problemática ambiental e,
particularmente, do aquecimento global, está em parte relacionada ao tratamento que a
mídia oferece a esses temas. Estudar as representações sociais dos estudantes
universitários em relação ao aquecimento global é compreender como esses indivíduos
concebem a si próprios e a relação que estabelecem com o meio ambiente que os cerca;
é compreender como a informação e o conhecimento é internalizado e reinterpretado
pelos estudantes.
Acredita-se que a presente investigação descreve como se constituem em um
determinado grupo social as imagens, os conceitos, as afirmações, as indagações e os
discursos sobre uma das temáticas mais emergentes na atualidade. Além disso, parte-se
327
do pressuposto de que os meios de comunicação revelam um campo semântico
permeado de sentidos e significações de uma dada realidade, de um tempo histórico que
é interpretado de diferentes formas pelos sujeitos, e que a Universidade representa um
espaço importante para a transformação social, intelectual e analítica dos estudantes
sobre as reais consequências do aquecimento global para o planeta.
A partir disso, o artigo foi organizado em três partes: na primeira,
desenvolvemos um quadro geral sobre as principais discussões da atual crise ambiental.
Na segunda, será apresenta a teoria das representações sociais como suporte teóricometodológico para compreender as dimensões socioculturais presentes nas formas como
os indivíduos e as sociedades concebem o meio ambiente e se relacionam com ele. A
terceira parte traz a análise dos indicadores quantitativos e qualitativos sobre as
representações sociais do aquecimento global dos universitários. Concluímos essa
discussão sobre o conjunto de práticas e comportamentos que permitem aos jovens
ressignificar seu pensamento e sua relação cultural e histórica com o ambiente social e
individual.
2- As dimensões da crise ecológica
O aumento populacional, a pobreza, a desigualdade social, a dívida externa, a
perda da biodiversidade, a escassez de água potável, a poluição do ar, do solo e das
águas, apesar de serem problemas aparentemente diferentes, têm núcleos de causalidade
em comum: o modelo insustentável de desenvolvimento em curso. Recorrendo a
Guimarães (2000), a crise ecológica vai além da dimensão biofísica; ela reflete a crise
do modelo de sociedade tecnocientífica e industrial que potencializa, dentro de sua
lógica,
valores individualistas, consumistas,
antropocêntricos, e ainda como
componente dessa lógica, as relações de poder que provocam dominação e exclusão,
não somente nas relações sociais, como também nas relações sociedade-natureza. De
acordo com o autor (GUIMARÃES, 2000, p. 27) “[...] o reflexo da crise ambiental é o
reflexo de uma crise do projeto civilizacional, crise da modernidade, de um modelo
desenvolvimentista.”
Assim compreendida, a problemática ambiental é um indicador claro dos
impasses do atual modelo de civilização. Como vários autores têm defendido (CAPRA,
328
1982; MORIN, 1995; BOFF, 1995; LEFF, 2000, 2001) está-se diante de uma crise
civilizatória. Mais do que soluções tecnológicas, como muitos esperançosamente
acreditam, necessitam-se mudanças profundas na forma de conceber e relacionar-se
com o mundo, exigindo novos valores e práticas individuais e coletivas. O
antropocentrismo, a racionalidade econômica e a cultura do consumo colocaram a
civilização diante de uma encruzilhada. É necessário um novo contrato entre homem e
natureza, entre meio ambiente e sociedade (BRASIL, 1997).
Apesar de não ser recente, a problemática ambiental tornou-se mais intensa e
global nas últimas décadas. Para Yu (2004), o caráter contemporâneo da crise ecológica
se diferencia das crises ocorridas em outros períodos da historia da humanidade pelo
ritmo, amplitude e profundidade, resultantes da expansão da produção e do consumo
capitalista. A crise ecológica converteu-se em um processo social global à medida que
os impactos das agressões ao meio ambiente repercutem de forma interdependente em
escala planetária. A consciência ambiental se amplia; com isso cresce a percepção dos
riscos e o entendimento de que as transformações em curso estão se convertendo em
ameaças cada vez mais preocupantes. O risco ecológico não respeita as fronteiras das
nações; ele é um risco partilhado (GIDDENS, 2000; BECK, 1998; TREVISOL, 2003).
Nas palavras de Beck (1998, p. 66), pode-se afirmar que pela primeira vez na história:
[...] el choque ecológico produce una experiencia que los teóricos de la
política creyeron reservar a las guerras en cuanto experiencia de la
violencia. [...] La comunidad de la historia nacional ha estado siempre
subsumida en la dialéctica de las imágenes enemigas. Impulsada por el
pánico y la histeria, la conciencia de crisis ecológica puede sin duda
resolverse en violencia contra determinados grupos y cosas. Pero, al mismo
tiempo, podemos afirmar que en nuestros días es por primera vez posible
experimentar la comunidad de un destino que – por paradójico que pueda
parecer –, al no reconocer fronteras en la amenaza percibida, despierta una
conciencia común cosmopolita capaz de suprimir hasta las fronteras
existentes entre el hombre, la bestia y las plantas. Si los peligros fundan una
sociedad, los peligros globales fundan la sociedad global.
Em uma perspectiva similar de análise, Capra (1982) afirma que a pobreza, a
desigualdade social, o desemprego, a crise energética, a crise de assistência à saúde, a
poluição e os desastres naturais, etc., são diferentes facetas de uma única crise, a de
percepção. Para ele (CAPRA, 1982, p. 14):
329
Estamos tentando aplicar os conceitos de uma visão de mundo obsoleta – a
visão de mundo mecanicista da ciência cartesiana newtoniana – a uma
realidade que já não pode ser entendida em função desses conceitos. Vivemos
hoje, num mundo globalmente interligado, no qual os fenômenos biológicos,
psicológicos, sociais e ambientais são todos interdependentes. Para descrever
esse mundo apropriadamente, necessitamos de uma perspectiva ecológica
que a visão de mundo cartesiana não nos oferece. Precisamos, pois, de um
novo “paradigma” – uma nova visão da realidade, uma mudança fundamental
em nossos pensamentos, percepções e valores.
Os problemas ambientais da atualidade são, em sua grande maioria, resultado de
uma organização social, política e econômica, que tem no seu centro a mercantilização
da natureza e dos seres humanos. O consumo é amplamente estimulado, impondo-se
como o sentido e o fim último da vida para muitas pessoas. As consequências da cultura
do consumo e da mercantilização da vida sobre a natureza são raramente consideradas
(MORIN, 2001).
O aquecimento global, assim como todas as causas e consequências a ele
diretamente ligadas, são indicadores claros da insustentabilidade do atual modelo de
desenvolvimento. As causas do aquecimento global, não podem ser problematizadas
apenas pelo constante aumento dos gases de efeito estufa, mas compreendido dentro de
uma complexa trama de processos históricos, sociais, biológicos, das múltiplas interrelações de todos os fenômenos com a realidade global e local. As mudanças climáticas
estão associadas ao aumento da poluição, queimadas, desmatamento e a formação de
ilhas de calor nas grandes cidades. A partir da segunda metade do século XX houve
uma expansão da produção industrial e um aumento de poluentes na atmosfera que
intensificaram o efeito estufa. Com o aumento do efeito estufa há, também, um
crescente aumento da temperatura média da Terra. O principal agente é o dióxido de
carbono ou CO2. As evidências científicas que indicam as alterações do clima são cada
vez mais abundantes. A título de exemplo, as precipitações nos EUA aumentaram de
5% para 10% na última década; chuva e neve têm caído menos, porém com maior
intensidade. Na Europa, as ondas de calor no verão já são mais comuns. Por volta de
2030, grande parte da Austrália atingirá temperaturas acima de 35ºC com uma
frequência entre 10% e 50% maior (DOW; DOWNING, 2007, p. 12).
330
Como sugere Al Gore (2006, p. 10):
A crise climática é extremamente perigosa. Trata-se, na verdade, de uma
emergência planetária. Dois mil cientistas em uma centena de países,
trabalhando por mais de vinte anos na colaboração científica mais elaborada
e mais bem organizada que já houve na história da humanidade, chegaram a
um consenso excepcionalmente forte de que todos os países do mundo
precisam cooperar para resolver a crise do aquecimento global.
As pesquisas científicas e o debate público sobre o aquecimento global são
relativamente recentes. Apesar disso, o tema é considerado o mais sério entre os
problemas ambientais. Há um consenso de que o efeito estufa, pela sua possibilidade de
modificar o clima global e causar alterações profundas nas dinâmicas ecológicas,
econômicas, sociais, políticas, etc., é o componente mais dramático (DIAS, 2002;
PENNA, 1999). A despeito das polêmicas e divergências que desperta, o tema está cada
vez mais presente nas comunidades científicas, governos, organizações da sociedade
civil, meios de comunicação social, universidades e escolas.
O fato de que os 10 últimos anos foram os mais quentes dos últimos 1.000 anos
(sendo 2005, 1998, 2002 e 2003 os mais quentes) levou pesquisadores, tomadores de
decisão em políticas públicas e conservacionistas, de maneira consensual, à opinião de
que a mudança de clima não é um mito e sim uma realidade. Neste sentido, o
aquecimento global é uma representação social, que se modifica ao longo da história e
que atualmente representa individualmente e coletivamente a atual crise ambiental.
3- Meio ambiente como representação social
As representações sociais equivalem a um conjunto de princípios construídos
interativamente e compartilhados por diferentes grupos que, por intermédio delas,
compreendem e transformam sua realidade. É essa dinamicidade e multiplicidade de
funções das representações sociais que fazem desse conceito uma ferramenta importante
na análise das sociedades em permanente transformação, garantindo sua aplicabilidade
em áreas tão diversas, como a saúde, a educação, o meio ambiente, a ciência política, o
marketing e a administração, entre outras (CORDEIRO, 2006; REIGOTA, 1998).
De acordo com os PCNs (BRASIL, 1997) trabalhar com o meio ambiente é
contribuir para a formação de cidadãos conscientes, aptos para decidirem a atuarem na
331
realidade socioambiental de um modo comprometido com a vida, com o bem-estar de
cada um e da sociedade, local e global. Para isso, é necessário que, mais do que
informações e conceitos, a escola se proponha a trabalhar com atitudes, com formação
de valores, com o ensino e a aprendizagem de habilidade e procedimentos. E esse é um
grande desafio para a educação. Desse modo, esses conhecimentos e informações
configuram as representações sociais socialmente difundidas na sociedade.
Nesse sentido, o termo meio ambiente não pode ser estabelecido de forma rígida
e estática. De acordo com a orientação expressa pelos PCNs (BRASIL, 1997), é mais
apropriado definir meio ambiente como representação social:
É mais relevante estabelecer o meio ambiente como uma representação
social, isto é, uma visão que evolui no tempo e depende do grupo social em
que é utilizada. São essas representações, bem como suas modificações ao
longo do tempo, que importam: é nelas que se busca intervir quando se
trabalha com o tema meio ambiente. (BRASIL, 1997, p. 31).
Outros autores, entre os quais Beck (2006, 1997, 1998), Moscovici (2003),
Cartea (2003), Reigota (1998), Gonçalves (1989), Morin e Kern (1995) também têm
chamado a atenção para as dimensões socioculturais presentes nas formas como os
indivíduos e as sociedades concebem o meio ambiente e relacionam-se com ele.
Toda sociedade, toda cultura cria, inventa, institui uma determinada ideia do
que seja a natureza. Neste sentido, o conceito de natureza não é natural,
sendo na verdade criado e instituído pelos homens. Constitui um dos pilares
através do qual os homens erguem as suas relações sociais, sua produção
material e espiritual, enfim a sua cultura. (GONÇALVES, 1989, p. 54).
Reigota (1998) propõe que o meio ambiente é um espaço determinado no tempo,
no sentido de se procurar delimitar as fronteiras e os momentos específicos que
permitem um conhecimento mais aprofundado. Para ele:
O meio ambiente é definido como o lugar determinado ou percebido, onde os
elementos naturais e sociais estão em relações dinâmicas e em interação.
Essas relações implicam processos de criação cultural e tecnológica e
processos históricos e sociais de transformação do meio natural e construído
[...] ele é também percebido, já que cada pessoa o delimita em função de suas
representações, conhecimento específico e experiências cotidianas nesse
mesmo tempo e espaço (REIGOTA, 1998, p. 14).
332
A despeito de sua dimensão biofísica, o aquecimento global também é uma
representação social. Para Cartea (2003), toda a cultura local e regional tem elaborado
com maior ou menor sofisticação e extensão sistemas de conhecimento para interpretar
as variações climáticas com que convive. Para ele:
La controversia publica que se ha generado en torno al cambio climático, a
su explicación científica y a sus derivaciones sociales, políticas y
económicas, reúne todos los elementos para estimar que resulta
especialmente perteneciente su abordaje desde la teoría de las
representaciones sociales […] En ellos se entremezclan la experiencia
acumulada a través de la tradición y otros elementos que pueden ser de
carácter mítico-religioso o mágico, lo que no impide que, en general,
ofrezcan representaciones socialmente compartidas y aceptadas para
comprender y predecir el comportamiento y la evolución del tiempo
atmosférico. Que dichas representaciones sean acientíficas o se construyan a
partir de lecturas erradas de la realidad no evita que sean útiles y permitan
satisfacer, al menos en parte, las necesidades prácticas (organizar las
labores agrícolas) o simbólicas (dominar los elementos) de la comunidad
que las genera. (CARTEA, 2003, p. 440- 443).
Em virtude da enorme expansão das mídias em todo o mundo nas últimas
décadas, as informações circulam com maior rapidez e estão cada vez mais integradas
ao cotidiano das pessoas. É inegável o papel exercido pelos meios de comunicação
social no entendimento que as pessoas têm do aquecimento global e de outros tantos
temas ambientais. Poucos assuntos ganharam tanto destaque nos últimos anos quanto o
aquecimento global. A mídia tem priorizado esse tema. Como destacam os PCNs:
O rádio, a TV e a imprensa, por outro lado, constituem a grande fonte de
informações que a maioria das crianças e das famílias possui sobre o meio
ambiente. Embora muitas vezes aborde o assunto de forma superficial ou
equivocada, a mídia vem tratando de questões ambientais. Notícias de TV e
de rádio, de jornais e revistas, programas especiais tratando de questões
relacionadas ao meio ambiente tem sido cada vez mais frequentes.
Paralelamente, existe o discurso veiculado pelos mesmos meios de
comunicação que propõe uma ideia de desenvolvimento que não raro conflita
com a ideia de respeito ao meio ambiente. São propostos e estimulados
valores insustentáveis de consumismo, desperdício, violência, egoísmo,
desrespeito, preconceito, irresponsabilidade e tantos outros. (BRASIL, 1997,
p. 30).
O reconhecimento de que os meios de comunicação de massa influenciam
diretamente na elaboração das representações sociais dos estudantes, em seu
comportamento, seus hábitos e valores, indica que cada parcela da sociedade cria uma
visão de mundo, em um tempo e espaço particular, que pode ser socializada com um
333
grupo e que as representações sociais são dinâmicas, evoluindo rapidamente e os meios
de comunicação de massa tencionam conceitos e valores mediante um discurso que ora
promove a chamada consciência ecológica, ora incentiva o consumo.
Nesse sentido, é importante destacar que os conhecimentos, imagens,
representações e valores que os indivíduos têm sobre o aquecimento global são bastante
dinâmicos, movediços e vivos. É necessário considerar o modo como as pessoas
representam a realidade socioambiental na qual vivem, porque todo o trabalho
educativo é, no fundo, uma tentativa de dialogar criticamente com esse reservatório de
conhecimentos ancorado na cultura e no senso comum.
4- Os estudantes universitários e o aquecimento global
Com o propósito de conhecer as representações sociais dos estudantes
universitários pesquisados a respeito do aquecimento global foi realizada um pesquisa
na cidade de Joaçaba, estado de Santa Catarina, na Universidade do Oeste de Santa
Catarina, Campus de Joaçaba, localizada no Meio-Oeste catarinense, no Vale do Rio do
Peixe, a 450 km de Florianópolis.
Os dados quantitativos foram obtidos por meio da aplicação de um questionário a 176
alunos do Curso de Comunicação Social: habilitações em Jornalismo, Publicidade e
Propaganda e Radialismo. A pesquisa qualitativa, realizada por meio da técnica do
grupo focal, foi realizada com 15 acadêmicos do referido curso, entre os meses de
março a julho de 2009.
Os dados quantitativos oriundos da aplicação do questionário foram organizados
em tabelas, quadros e gráficos. As entrevistas foram transcritas na íntegra e analisadas
de acordo com as categorias de análise do trabalho. Aproximaram-se, na medida do
possível, os dados quanti e quali, no intuito de obter a melhor compreensão possível
sobre as representações sociais dos universitários pesquisados quanto ao aquecimento
global. Os depoimentos obtidos por meio do grupo focal serão apresentados de forma a
garantir a sua impessoalidade. Os informantes serão denominados de S (sujeito),
acrescido do número correspondente ao sujeito pesquisado (de 1 a 15). Por meio dessa
classificação, será utilizada a técnica de análise de avaliação ou representacional3 para
3
A análise de avaliação ou representacional é uma técnica de análise de conteúdo que visa a medir as
atitudes do locutor quanto aos objetos de que ele fala (pessoas, coisas, acontecimentos) e fundamenta-se
334
compreender os enunciados do conteúdo do discurso de cada indivíduo pertencente ao
grupo focal.
Com o objetivo de compreender as representações sociais dos estudantes
universitários pesquisados a respeito do aquecimento global inseriu-se no instrumento
de pesquisa a questão de número quatro, propondo uma série de afirmações, com o
intuito de conhecer a opinião dos estudantes sobre alguns aspectos chaves que
envolvem o tema aquecimento global. As afirmações propostas na Tabela 1 são
polêmicas e despertam posicionamentos muito diferentes. Por meio dos critérios
propostos (concordo muito, concordo pouco e não concordo), buscou-se compreender
como os jovens se posicionam em relação a cada uma das afirmações.
Tabela 1: Compreensão da crise ecológica e do aquecimento global
Concordo
AFIRMAÇÕES
muito
(%)
O aquecimento global é um tema da moda, que veio
3
e que passará.
O aquecimento global é um assunto preocupante,
96
que deve ser levado a sério pelos governos e pelos
cidadãos.
O aquecimento global é um fenômeno natural que
3
ocorre de tempos em tempos.
O aquecimento global é um fenômeno natural e que
46
a ação antrópica contribui para o agravamento do
efeito estufa.
Os principais causadores do aquecimento global são
36
os países ricos, pois são responsáveis pela emissão
dos gases poluentes.
Tantos os países ricos quanto os países pobres são
82
responsáveis pelo aquecimento global.
Apesar do grande espaço que o tema ocupa na
20
mídia, ainda há poucas pesquisas que comprovam o
aquecimento global.
O aquecimento global é tão grave que coloca a
74
humanidade em perigo.
Concordo
pouco
(%)
15
Não
concordo
(%)
83
3
1
100
22
75
100
32
22
100
48
15
100
16
2
100
49
32
100
19
7
100
Total
(%)
100
Fonte: o autor.
Alguns aspectos merecem ser destacados. O primeiro deles é que os jovens
universitários manifestam preocupação com a problemática do aquecimento global,
elegendo-a como um assunto sério e merecedor de atenção, tanto pelos governos quanto
no fato de que a linguagem representa e reflete diretamente aquele que a utiliza. Nesse caso, os
indicadores utilizados para se fazer inferências acerca da fonte de emissão estão explicitamente contidos
na comunicação. A análise de avaliação atém-se à direção e à intensidade dos juízos, atendo-se,
basicamente, à atitude, ou predisposição do emissor da mensagem para reagir sob a forma de opiniões
(nível verbal), ou de atos (nível comportamental), em presença de objetos, de uma maneira determinada
(BARDIN, 1979; MINAYO, 2000).
335
pelos cidadãos. Dos jovens, 74% disseram que o tema é grave a ponto de colocar a
própria vida humana em perigo, assim como outras tantas formas de vida em perigo. Na
mesma perspectiva, 83% disseram que o tema não é uma simples moda. Afirmam que
há evidências e indicadores suficientes para colocá-lo entre os assuntos de grande
prioridade.
O segundo aspecto importante a ser observado, é que os jovens, a despeito de
reconhecerem a importância e a gravidade do tema, destacam a carência e/ou
insuficiência de dados científicos que asseveram a concretude e as consequências do
aquecimento global. De forma implícita, os jovens parecem dizer que os dados
disponíveis ainda despertam dúvidas, polêmicas e disputas no interior da comunidade
científica e no conjunto da sociedade. Em outras palavras, a compreensão do tema
depende de compreensão científica do tema.
Os jovens, em terceiro lugar, associam o aquecimento global aos fatores
antrópicos. Para eles não se trata de um fenômeno cíclico, de origem estritamente físiconatural, mas sim de uma reação da natureza em razão dos processos de degradação
ambiental produzidos pela lógica desenvolvimentista em curso. Deles, 75% disseram
não concordar com a afirmação de que o aquecimento global é um fenômeno natural
que ocorre de tempos em tempos, 46% afirmam concordar muito com a afirmação de
que a ação antrópica contribui para o agravamento do desequilíbrio ambiental.
O quarto aspecto a ser observado é que os jovens tendem a diluir as responsabilidades
pelo aquecimento global de forma democrática, ou seja, para eles a distinção entre
países do Norte (ricos) e do Sul (pobres) faz pouco sentido quando o que está em
análise é a problemática ambiental. 48% dizem concordar pouco com a afirmação de
que os principais causadores do aquecimento global são os países ricos, e 82% afirmam
concordar muito com a sentença de que tantos os países ricos quanto os países pobres
são responsáveis pelo aquecimento global. A tomar por essas respostas, os jovens
parecem desconhecer ou negligenciar algumas importantes variáveis geopolíticas da
crise ambiental, particularmente no que se refere à emissão de CO2.
No questionário respondido pelos sujeitos da pesquisa solicitou-se aos
estudantes uma avaliação do seu meio ambiente vivido. Sugeriram-se várias
problemáticas ambientais e uma avaliação de cada uma delas.
336
Tabela 2: Avaliação da problemática ambiental local
Problemas Ambientais
Bastante
Grave
grave
(%)
(%)
Poluição dos Rios
Poluição do Ar
Aumento da Pobreza
Extinção de espécies de
animais e vegetais
(biodiversidade)
Poluição das águas
subterrâneas (lençol freático)
Aquecimento global do
planeta
Lixo doméstico, industrial,
químico e tecnológico
Desmatamento e queimadas
Poluição Visual
Aumento do Consumo
Crescimento demográfico
Criação de Animais em
grande escala
Uso de agrotóxicos
Redução da camada de ozônio
Aumento do nível do mar
Pouco
grave
(%)
Nada
grave
(%)
85
87
50
79
5
6
31
10
1
1
10
3
0
0
3
0
Desejo obter
mais
informações
(%)
10
6
7
8
Total
(%)
84
6
1
0
9
100
86
5
2
0
6
100
78
15
2
0
5
100
87
23
31
25
20
7
45
42
49
42
2
21
15
14
23
0
6
4
6
9
3
5
7
7
6
100
100
100
100
100
63
80
70
28
8
10
4
6
8
0
2
4
5
4
7
100
100
100
100
100
100
100
Fonte: o autor.
Como observado, os problemas ambientais locais considerados bastante graves
pelos estudantes são o desmatamento e as queimadas (87%), a poluição do ar (87%), o
aquecimento global (86%) e a poluição dos rios (85%). Atentam-se, para os itens que os
estudantes consideram nada graves. Os problemas ambientais que pouco ou nada
preocupam são: criação de animais em grande escala (9%), crescimento demográfico
(6%), poluição visual (6%), aumento do consumo (4%), aumento do nível do mar (4%)
e aumento da pobreza (3%).
Ao analisar os dados da Tabela 2, fica evidente a dificuldade dos jovens
pesquisados em reconhecer as relações existentes entre um problema e outro. Um
exemplo ilustrativo desse aspecto é a avaliação que os sujeitos fizeram dos itens
crescimento demográfico e aumento do consumo. Em relação ao crescimento
populacional, 25% o consideram bastante grave, e 6% nada grave. No que diz respeito
ao aumento do consumo, 31% o consideram bastante grave, e 4% nada grave. Ao
considerarem o consumo um dos problemas menos preocupantes, os estudantes deixam
de perceber que a cultura do consumo está na raiz da quase totalidade dos problemas
ambientais sugeridos. Comentário cabível pode ser feito em relação ao crescimento
337
demográfico. De acordo com Hayden (2007, p. 65), “[...] o crescimento populacional
para 2030, está estimado em mais 1,5 bilhões de pessoas, e a maioria dessas pessoas irá
viver nas cidades, tornando o problema do consumo ainda maior.” O crescimento
populacional, aliado à cultura consumista, acarreta, por conseguinte, pressão sobre os
recursos naturais, maior produção de bens e serviços, geração de lixo, aumento das
áreas destinadas à produção agrícola e geração de energia, etc.
Pode-se afirmar que a percepção do problema fica no plano empírico e não no
plano analítico/crítico. As relações de causalidade entre os fenômenos são percebidas de
forma superficial, quando não negligenciadas inteiramente. Causas e efeitos não são
percebidos de forma sistêmica.
6-Considerações Finais
A respeito da primeira categoria de análise, que teve o intuito de conhecer quais
são as representações sociais que os estudantes têm da crise ecológica e do aquecimento
global, pode-se notar que os jovens estão conscientes e preocupados com a problemática
das mudanças climáticas globais. Os dados indicam que eles tendem a reforçar que a
dimensão antrópica do fenômeno contribui para o agravamento do aquecimento global.
A essa concepção, observa-se que os estudantes relacionam diretamente o aquecimento
global a um conjunto de representações das causas e consequências das mudanças
climáticas inscritas em seus campos de significação. Para argumentar que o
aquecimento global é real e se faz presente em seu cotidiano, os jovens relacionam
acontecimentos vividos e mediatizados para procurar explicações sobre as causas e
conseqüências das mudanças climáticas em curso.
As respostas sugeridas pelos estudantes permitem deduzir que as representações
sociais dos jovens pesquisados em relação à crise ambiental e ao aquecimento global
inscrevem-se em uma dimensão de caráter simbólico, socialmente partilhada e
individualmente internalizada sob o discurso ideológico de que cada um deve fazer sua
parte. Desta forma, as partes atuam na maioria das vezes isoladas do todo, e esse
distanciamento entre as partes e o todo amplia o abismo entre o individuo, a sociedade e
o ambiente. Os sujeitos de nossa pesquisa explicitamente reproduzem um discurso que
ratifica a tese de que a culpa pelos desastres ambientais recai sobre os indivíduos que
isoladamente devem compensar suas ações para amenizar o impacto ambiental. No
338
entanto, toda ação é benéfica e compensatória para os sujeitos e na maioria das vezes
induz os indivíduos a agirem isoladamente. Enquanto algumas partes continuam a
agirem isoladamente para amenizar suas ações, o impacto das mudanças climáticas
sobre o todo aumenta gradativamente a cada dia.
Os jovens conservam fortes traços de uma concepção naturalista do meio
ambiente. A ausência de uma concepção socioambiental, por vezes, limita a
compreensão da crise ambiental e do aquecimento global em seu meio ambiente vivido.
Em virtude das características geopolíticas da região Meio-Oeste catarinense, os jovens
pesquisados parecem dizer que a representação social de um ambiente rural com
algumas cidades de baixa densidade demográfica tem peso menor em relação aos
problemas ambientais globais. Há um distanciamento entre as pessoas que vivem no
campo e as que vivem no espaço urbano. Parecem dizer que os problemas das pequenas
cidades têm menor peso diante do impacto ambiental gerado pelas grandes cidades.
A carência de reconhecimento dos jovens pesquisados em relação à globalização
dos problemas ambientais reforça cada vez mais a articulação entre as informações
enunciadas pela mídia e os saberes mediados pelas instituições de ensino. Nessa
direção, a educação deve se orientar de forma decisiva a fim de formar as gerações não
somente para aceitar a incerteza e o futuro, mas para gerar um pensamento complexo
sobre as relações entre o local e o global.
Nesse cenário de incertezas, as instituições de ensino formal, como as
universidades, têm um papel social fundamental na mediação e ressignificação do
pensamento e do comportamento desses jovens e no modo como eles se relacionam com
o ambiente social e individual.
A título de finalização deste texto, mas não do debate sobre as mudanças
climáticas, o que acreditamos alcançar com essa pesquisa é o desvelamento das
representações sociais de um tempo histórico, de uma realidade que não é tratada como
algo dado, mas construído socialmente. Essa realidade não pode ser captada de uma só
vez, tampouco, em todas as suas variáveis. As representações sociais dos estudantes
universitários sobre o aquecimento global explicitam as relações de poder e os
mecanismos ideológicos estruturantes da realidade desses jovens. Nesse processo, a
concepção de uma educação socioambiental deve se mediada a partir das interfaces
entre os saberes dos sujeitos sociais e a ambientalização do currículo das universidades,
339
por meio da politização dos sujeitos e da problematização dos problemas ambientais
locais e regionais, possibilitando a sociedade civil organizada e aos acadêmicos
romperem com o amorfo intelectual e agir coletividade com vistas à sustentabilidade.
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