Modalidade: Artigo. TÍTULO: A PRÁTICA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO DO PEDAGOGO NA UFRN1 CAMILA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA ANDRADE2 [email protected] Profa. Dra. SORANEIDE SOARES DANTAS3 1 Trabalho apresentado ao Curso de licenciatura em Pedagogia, na modalidade Artigo, como parte integrante do Trabalho de Conclusão de Curso II (PEC5046), realizado no 3º ano do Ensino Fundamental I, da Escola Municipal Celestino Pimentel, no período de 27 de julho a 12 de dezembro de 2015. 2 Aluna do Curso de licenciatura em Pedagogia em fase de conclusão do curso em 2015.2. 3 Professora do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo do Centro de Educação da UFRN. 2 RESUMO O presente trabalho de conclusão de curso foi realizado com base no relatório reflexivo da prática docente vivenciado no Estágio Curricular Supervisionado de Formação de Professores, do curso de Pedagogia, na UFRN, no período letivo de 2014.2. A regência docente foi realizada na Escola Municipal Celestino Pimentel na Cidade de Natal/RN, em uma turma do 3º ano do Ensino Fundamental I. Tem como objetivo argumentar sobre as práticas de ensino realizadas em sala de aula, refletindo sobre a importância do Estágio na formação de professores. O tema para este trabalho baseou-se na oportunidade que nós temos em falar sobre a problemática do estágio curricular em relação a unir teoria e prática na formação do professor e como meio de conhecer a realidade escolar. A metodologia usada foi um conjunto de atividades, estratégias planejadas etapa por etapa. Começando com a busca dos conhecimentos dos alunos sobre o tema abordado nos livros de histórias infantis, em seguida deu-se o desenvolvimento de atividades qual trabalhou as competências dos alunos para a leitura e escrita, seguindo de exercícios com quadrinhos e ditados e o momento de exposição das ideias pelos alunos para os demais colegas em sala de aula. Assim, para os 10 (dez) dias de regência na escola foram utilizadas atividades que envolviam a disciplina de Português e Ciências. Os alunos trabalharam os conceitos de antônimos e sinônimos, masculino e feminino, como também trabalharam o assunto de animais vertebrados e invertebrados. Os resultados obtidos com este trabalho docente vivenciado em sala de aula puderam ser notados como aspectos positivos a melhora das capacidades dos alunos em ler, saber distinguir o feminino e o masculino, assim como identificar os antônimos e sinônimos das palavras. Tal como o aspecto negativo notado ainda na dificuldade de escrever palavras que contenham algumas letras distintas tais como “s”, “ss” e “z”. Com esta experiência, aprendi que a atuação na sala de aula nos trás conhecimentos importantes baseada no contexto real da escola, possibilitando a construção do saber cientifico através da vivência com os alunos. No estágio, o profissional em formação tem a oportunidade de analisar e intervir na realidade profissional específica, enredando-se com a realidade educacional, organização e o funcionamento da instituição educacional. PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado. Formação docente. Ensino Fundamental. 3 ABSTRACT This course conclusion work was based on the report of reflective teaching practice experienced in Supervised Teacher Education, Pedagogy course, UFRN in 2014.2. The teaching regency was held at the Municipal School Celestino Pimentel on Natal/RN, in a class of elementary school. Has as objective argue about educational practices carried out in the classroom, reflecting on the importance of internship in teacher training. The theme for this work was based on the opportunity that we have to talk about the problem of traineeship compared to join theory and practice in teacher education and as a way to know the school reality. The methodology used was a set of activities, strategies planned stage by stage. Starting with the search of students 'knowledge on the subject addressed in children's story books, then gave up the development of activities which worked students' skills for reading and writing using exercises with comics and sayings and the time to exposure of ideas by students to other colleagues in the classroom. So, for the ten (10) days Regency in school activities were used that involved the discipline of Portuguese and Sciences. Students worked the concepts of antonyms and synonyms, male and female, but also worked the subject of vertebrate and invertebrate animals. The results obtained with this experienced teaching in the classroom might be noted as positive aspects of the improvement of students' abilities in reading, to distinguish the feminine and the masculine, and to identify the antonyms and synonyms of words. As the negative aspect further noted the difficulty of writing words that contain some different letters such as "s", "ss" and "z". With this experience, I learned that the performance in the classroom brings us important knowledge based on real context of school, enabling the construction of knowledge through scientific experience with the students. On stage, the trainee has the opportunity to analyze and intervene in specific professional reality, tangling with the educational reality, organization and functioning of the educational institution. KEYWORDS: Supervised internship. Teacher training. Elementary School. 4 I – INTRODUÇÃO Este trabalho é baseado no relato reflexivo das atividades docentes desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado de Formação de Professores do curso de Pedagogia. Foi desenvolvido na Escola Municipal Celestino Pimentel, na turma de 3ª série do Ensino Fundamental. O presente artigo tem como objetivo abordar a experiência e conhecimentos adquiridos durante a realização do estágio supervisionado sob a forma de atividades práticas e explicar a importância dessas experiências na formação do professor, vivenciados no âmbito do processo de formação inicial do Curso de Licenciatura em Pedagogia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN. Podemos entender o estágio como via fundamental na formação docente. É indispensável considerar que o mesmo possibilita fazer a relação entre a teoria e a prática, através do desenvolvimento de planos de aula com finalidade de aperfeiçoar o processo de ensino, e objetivos de orientar o professor na realização das atividades, escolher o conteúdo da aula, a estratégia de ensino e o processo de avaliação. Assim, a discussão socializada na sala de aula é um relato das experiências vivenciadas durante o período de observação do estágio supervisionado na turma do Ensino Fundamental desta Escola. A Escola Municipal Celestino Pimentel situada no bairro Cidade da Esperança, zona oeste de Natal- Rio Grande do Norte, foi criada por decreto Nº 1.904 de 04/03/774. As etapas de ensino oferecidas são o Ensino Fundamental, nos turnos da manhã e tarde, e Educação de Jovens e Adultos – Supletivo no turno da noite. Quanto à infraestrutura, consta na instituição: 12 salas de aula, sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, laboratório de ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional Especializado (AEE), quadra de esportes coberta, cozinha, biblioteca, pátio coberto, banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida e 4 Prefeitura Municipal do Natal (www.natal.rn.gov.br). Acesso em 28/10/15. 5 dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida. A professora titular da turma tem 26 (vinte e seis) anos de experiência profissional, sendo 9 (nove) em escolas públicas de Natal. Tem formação superior em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e especialização em Gestão de Processos Educacionais pelo Instituto Kennedy. A proposta de ensino da professora titular baseia-se em problematizações de situações para a transmissão do conhecimento. Ela se baseia pelo perfil dos alunos para construir o planejamento das aulas e adequa-los ao conteúdo, buscando sempre o sucesso na aprendizagem. O planejamento das aulas desta turma era feito todas às terças-feiras, horário em que os alunos tinham aulas de Artes e Educação Física. Entretanto, minha regência na escola ocorria nas segundas-feiras e quartas-feiras e o meu planejamento com a professora titular da sala ocorria ou antes da aula começar ou durante o intervalo dos alunos, na sala dos professores. De acordo com Libâneo (1994), o planejamento é um processo de racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a atividade escolar e a problemática do contexto social. Para orientação, foram feitos dois planos de aula, e suas propostas incidam em fazer que o aluno saiba conceituar os sinônimos e antônimos das palavras, identificarem palavras com significados iguais e trabalhar a oralidade, no primeiro plano; no segundo plano a proposta de planejamento foi fazer que os alunos se apropriassem do conceito de masculino e feminino, identificar e classificar os substantivos e compreender o significado das palavras. Para Zabala (1998), as relações que se estabelecem entre os professores, os alunos e os conteúdos de aprendizagem constituem a chave de todo o ensino e definem os diferentes papéis dos professores e dos alunos. Seguindo esta relação, as atividades realizadas em sala de aula foram desenvolvidas para que o aluno tivesse contato direto com o livro e trabalhar a leitura em sala de aula possibilitou boa formação na vida do leitor, pois, sabemos que o mundo vive em constantes mudanças e todos precisam estar inseridos nessas transformações, e a leitura funciona como peça fundamental para a construção do saber e de um mundo melhor. 6 Entende-se que a disciplina de Estágio Supervisionado dispõe-se a fazer a mediação entre a teoria estudada na sala de aula na universidade e a prática vivenciada nas escolas públicas. Assim, escolhi a leitura dos livros “O patinho bonito” e “se um gato for...” por ser um tipo de texto mais curto, leve e de rápida leitura. De nada adiantaria escolher um texto muito grande, que os alunos passariam a aula inteira lendo. Além disso, livros com textos curtos e com ilustrações costumam prender a atenção da criança desde o início, coisa extremamente importante para alunos do Ensino Fundamental que estão se acostumando com a leitura mais profunda e costumam ter uma imagem negativa da leitura como sendo “chata”. Do mesmo modo, decidi trabalhar com atividades que contenham as palavras cruzadas em sala de aula que tem por finalidade desenvolver entre outras habilidades a do estímulo e a memória. Ao fazer uso da palavra cruzada contribuo para o enriquecendo do vocabulário dos educandos e estimulo seu raciocínio. É por meio da educação que o sujeito se apropria dos elementos culturais do grupo em que está inserido, ele internaliza também os significados em torno do masculino e feminino. A partir de tal perspectiva, compreende-se a importância da escrita e da oralidade, internalizados por cada um, a partir das relações que estabelece com os membros de seu grupo social. Nesse sentido, a criança desde pequena, inserida em um mundo de significados vai incorporando o que é ser menino ou menina e aprende que para que haja comunicação é necessário saber falar e escrever. Fora da escola, esse saber é adquirido, em geral, quando as crianças têm acesso aos diversos suportes de escrita e participam de práticas de leitura e de escritas dos adultos e em brincadeiras de crianças. É por meio do uso que elas aprendem a finalidade de objetos de escrita presentes em diferentes contextos sociais e a maneira adequada de lidar com eles. Assim, na escola, esse conhecimento deve tornar-se um dos objetivos do processo inicial de ensino-aprendizagem da língua escrita, envolvendo uma abordagem didática, com apresentação, observação e exploração dos suportes e instrumentos escolares de escrita e de suas características materiais. Com isso, pretende-se propiciar aos alunos o desenvolvimento de capacidades cognitivas e procedimentais 7 necessárias ao uso adequado desses objetos. (BRASIL, 2008, p.21) A regência em sala de aula foi de suma importância para instrumentalizar minha experiência como futura profissional da educação, para que pudesse familiarizar com a prática, convivência com os alunos e professores e habituar-se ao ambiente escolar e seus problemas, desafios, dificuldades, mas também repleto de alegria, realizações e, sobretudo cheio de crianças com interesse em aprender ler e escrever. O Estágio Curricular Supervisionado do Curso de Pedagogia tem objetivo de inserir o aluno na dinâmica das atividades práticas que envolvem a formação e profissionalização docente, fazendo-o criar conceitos através de observações e atuação nas práticas exercidas pelo professor em sala de aula. Assim, esse trabalho é um relato das experiências vivenciadas durante o período de regência do estágio supervisionado e tem por objetivo relatar acontecimentos, comportamentos dos alunos e professores e metodologias empregadas na aula da Escola Municipal Celestino Pimentel, na turma do 3º ano do Ensino Fundamental. 8 II – BASE TEÓRICA: REVENDO PRÁTICAS E CONCEPÇÕES Este tópico abordará a finalidade da escola e as práticas de ensino para os conteúdos trabalhados durante o estágio supervisionado. Trata de expor qual a função social da escola, qual concepção de linguagem adotada, por qual motivo a escolha da disciplina de português para as aulas do estágio e quais questões nortearam a problematização do conteúdo. Tendo com referência os autores Geraldi (2004), Veiga (1989) e Libâneo (1986). Considerando que o conhecimento pode ser construído por meio da ação, ou seja, da atividade do próprio sujeito, podemos afirmar que a escola fica encarregada de ajudar nesta construção. No pensamento de Kilpatrick, o objeto da educação é aperfeiçoar a vida em todos os seus aspectos. A finalidade da escola deve ser a de ensinar a pensar e a atuar de maneira inteligente e livre, baseados na experiência social e na vida individual. Kilpatrick entende o método como uma adaptação da escola a uma civilização que muda constantemente. Tomando como questão a incursões de Libâneo (1986) a escola é chamada a cumprir sua função social, enquanto instituição encarregada de transmissão da cultura e do saber, a atuação da escola consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua posição na sociedade. Mudadas as condições, a escola se adéqua às necessidades ao meio, onde o aluno é educado num processo ativo de construção e reconstrução do conhecimento, numa interação entre estruturas cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente. Na concepção da linguagem como interação social, o indivíduo, conforme Geraldi (1984), emprega a linguagem não só para expressar o pensamento ou para transmitir conhecimentos, mas também para agir, atuar sobre o outro e sobre o mundo. Ela reconhece um sujeito que é ativo em sua produção linguística, que realiza um trabalho constante com a linguagem dos textos orais e escritos. Nesta perspectiva para o ensino da Língua Portuguesa, recorreu-se às tecnologias como ferramentas pedagógicas que melhor atendessem aos propósitos tanto dos educadores quanto dos educandos. Nos planejamentos, foram verificados alguns fatores que intervêm no ensino e aprendizagem das aulas de Português, tais como a frequência de leitura de 9 livros literários, a crença sobre como os alunos aprendem, o comportamento de alguns alunos e o domínio de sala. A escolha de trabalhar um conteúdo relacionado à Língua Portuguesa na regência do Estágio ocorreu devido esta disciplina já fazer parte dos horários de aula da professora com os dias disponíveis para a realização do estágio, e adequado conforme o calendário escolar, sem necessidade de que houvesse mudanças de disciplina nos horários da turma que pudesse acarretar em atraso de conteúdo. Estudar a leitura ajuda muito no processo de conhecimento da língua. Convém enfatizar que para desenvolver e consolidar as habilidades referentes às competências discursivas foi essencial fazer análise e reflexão sobre o uso da língua por meio de diferentes atividades como o uso de quadrinhos, ilustrações e ditados, que trabalhasse tanto a leitura quanto a produção de texto, tendo em vista este aspecto, foi-se trabalhado com dois livros literários, foram eles “O Patinho bonito” e “Se um gato for...”. As atividades foram realizadas de forma dinâmicas e seu resultado foi bem-sucedido. O professor já não mais se define por saber o saber produzido pelos outros, que organiza e transmite didaticamente a seus alunos, mas se define como aquele que aplica um conjunto de técnicas de controle na sala de aula. (GERALDI, 2004, p.13) Sabendo disso, posso dizer que, como professora, pude provocar curiosidade no aluno, ele ensina a pesquisar, a empregar os conhecimentos que aprende em situações novas, transformando o aprender em compreender e isto pôde ser visto durante a regência do estágio na Escola Municipal Celestino Pimentel quando os alunos participaram ativamente das aulas e o conhecimento foi transmitido de forma dinâmica e eficaz. Para Veiga (1989, p.17) O lado teórico é representado por um conjunto de ideias constituído pelas teorias pedagógicas, sistematizadas a partir da prática realizada dentro das condições concretas de vida e de trabalho. A finalidade da teoria pedagógica é elaborar ou transformar idealmente, e não realmente, a matéria prima. O lado objetivo da prática pedagógica é constituído pelo conjunto 10 dos meios, o modo pelo qual as teorias pedagógicas são colocadas em ação pelo professor. Ao selecionar os conteúdos sobre a semântica que estuda os significados das palavras, selecionando os fatos linguísticos como sinonímia e antonímia, o estudo do gênero do substantivo quanto masculino e feminino, os alunos aprendem o significado das palavras e dão a elas o correto e necessário entendimento para a comunicação necessária às ações cotidianas. Para as atividades de Estágio nesta escola, desenvolvi situações de produção de conhecimento através da ação pedagógica a partir do trabalho de problematização com os livros, fazendo a relação com o que aprende e o que já sabe. Questões como: Como vocês imaginam que é o Patinho bonito? Todos nós somos iguais? Porque somos diferentes? Qual o contrário de bonito? Que outra palavra podemos dizer como mesmo significado de alegre? Trabalhando, em seguida, os conceitos de palavras sinônimas e antônimas. E também algumas questões como, por exemplo: Como seria um gato feito de sorvete? Como é um gato quadrado? E se for uma gata? Os animais leão e boi são masculinos ou femininos? Por quê? E os animais porca e cadela? Sendo trabalhados em seguida os conceitos de palavras masculinas e femininas e substantivos. Acredito que a partir dessa prática profissional, o professor poderá adquirir outros saberes, estabelecer estratégias e até tomar decisões para o desenvolvimento de novas práticas docente. 11 III – DESENVOLVIMENTO DA REGÊNCIA E DEMONSTRAÇÃO DOS RESULTADOS Este tópico abordará sobre a rotina da escola e da sala de aula na qual foi realizada o estágio. Trata de expor o conceito de planejamento e uma breve explicação sobre a realidade descoberta na escola. Apresenta uma discussão sobre os planos de aula e as rotinas de trabalho. Tendo com referência os autores Libâneo (1994), Irandé Antunes (2007), Geraldi (2004) e o PCN de Língua Portuguesa (1998). A rotina da Escola Municipal Celestino Pimentel começava com a reunião dos alunos no pátio da escola. Cada turma fazia uma fila, em sequência de ordem crescente do 1º ano ao 5º ano e por tamanho de alunos, pequenos na frente e os maiores atrás. Faziam uma oração e pediam para o dia ser bom e abençoado. Logo em seguida seguiam para a sala de aula. Chegando a sala de aula, eram separadas duas cadeiras para os alunos que apresentavam maior dificuldade em copiar as atividades escritas no quadro e ficavam na frente. A professora explicava o conteúdo do dia e que tipo de atividade seria realizado para então começar a aula. O intervalo das turmas do 1º ano e 2º ano ocorria separado das outras turmas, por serem crianças ainda bem pequenas. Ao finalizar o horário do dia, os alunos organizavam o material, e esperavam a autorização da professora para poderem sair da sala e ir para casa. O planejamento para as aulas está em acordo à rotina comum da escola, envolve o processo de organização de decisões sobre o funcionamento e a proposta pedagógica da instituição. Requer um contínuo estudo e uma clara elaboração, assim como uma constante investigação da realidade na qual a escola está inserida. Tomada a importância do planejamento por Libâneo (1994), fica evidente a intenção em juntar a organização da ação docente à problemática do contexto social em que os alunos estão inseridos, visando, sobretudo maior rendimento escolar, pois facilitará e muito aos alunos, verem conteúdos que falem sobre a realidade que eles vivenciam em seu dia-a–dia. Entrando no 12 conceito de planejamento e da importância dessa metodologia também salienta que: A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples preenchimento de formulários para controle administrativo, é, antes, a atividade consciente da previsão das ações político – pedagógicas, e tendo como referência permanente às situações didáticas concretas (isto é, a problemática social, econômica, política e cultural) que envolve a escola, os professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o processo de ensino. (LIBÂNEO, 1994, p. 222) A Escola Municipal Celestino Pimentel recebe alunos do próprio bairro e bairros vizinhos, como Nossa Senhora de Nazaré, Cidade Nova e Felipe Camarão. Pude obervar que é uma instituição que acredita nas potencialidades de seus alunos, pois busca sempre incentivá-los no ensino, buscando formas de melhor atender aos alunos e propor ideias e projetos que melhor ajudem a vida escolar. O exemplo disso foi o Projeto Picasso, por meio do qual os alunos, na disciplina de Artes, estudaram e trabalharam a vida e a obra de Pablo Picasso, reproduziram obras do famoso pintor que foram expostas para toda a escola e para a comunidade do bairro no dia do desfile cívico do 7 de setembro. Diante do que foi observado no primeiro dia na Escola Municipal Celestino Pimentel a respeito da contextualização da instituição e de suas práticas educativas, pude notar boa interação entre a equipe pedagógica, professores e alunos. A escola sempre se apresentava limpa, a biblioteca, sala de multimeios, laboratório de ciências, quadra de esportes estavam disponíveis para atividades com os educandos. Pela razão das atividades apresentarem proposta de interação entre os alunos, foi pensado em uma proposta baseada em atividades fundamentadas na leitura de textos e exercícios de interpretação, visando utilizar duas linguagens diferentes, oral num primeiro momento e escrita, no segundo momento. 13 A construção do trabalho, primeiramente foi de reunir e selecionar exercícios relacionados aos livros a serem trabalhados e como se daria esta exposição para os alunos de forma dinâmica e criativa para que as aulas não se tornassem desinteressantes e pudessem prender o interesse das crianças. O planejamento foi instrumento que norteou o trabalho praticado partindo de uma análise da realidade e da finalidade a qual se quis chegar, refletindo sobre as condições existentes para traçar os objetivos. Nesse ponto ZABALA (1998, p.94) diz que “Um planejamento como previsão das intenções e como plano de intervenção, entendido como um marco flexível para a orientação do ensino, que permita introduzir modificações e adaptações [...]” Sem o planejamento o professor fica disperso, não tem como avaliar/revisar o trabalho que realizou, portanto deve ser encarado como algo sério no processo de ensino e aprendizagem, além de fomentar uma construção qualitativa do ensino e das ações no interior da escola. Toda educação verdadeiramente comprometida com o exercício da cidadania precisa criar condições para o desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e busca de informação, ao exercício da reflexão. (BRASIL. 1998. p.25). Após o planejamento, foi conversado com a professora titular a respeito das atividades que seriam realizadas em sala de aula para aquele momento. A intervenção pedagógica faz que os alunos evoluam os conceitos conseguidos na convivência social, para o nível dos conceitos científicos. Procurei sempre atuar como condutor do processo de ensino e de aprendizagem, agindo como mediadora, ajudando o aluno a concretizar um desenvolvimento que não atinge sozinho. Sendo levados em consideração os conhecimentos prévios dos alunos na medida em que entram em ação durante as atividades. Ou seja, quando percebi que um aluno não conseguia responder a uma questão, ou escrever uma frase, ou ainda, se a atividade não apresentou interesse porque ele já sabia as respostas, foi observado o comportamento desses alunos e tomadas medidas para ajustar as propostas de ensino a essas condições. 14 1. PLANOS DIÁRIOS: DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO DAS AULAS O plano de aula apresenta subsídios para aplicação de uma metodologia que integra o processo de ensino, envolvendo o aluno de forma planejada e participativa. Ter um plano para servir de base para as aulas, que registre seus objetivos, a matéria que será trabalhada, o material utilizado, o que será feito proporciona uma organização que pode ser a diferença entre uma aula bemsucedida ou não. Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país, cabendo a esses Parâmetros nortearem os educadores em sua tarefa educativa para a formação de cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. É por meio dos PCN, que os professores podem rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das atividades, expectativas de aprendizagem e maneiras de avaliar. Os PCNs da Língua Portuguesa ressaltam o quão importante é o papel do professor como mediador, durante o processo de aprendizagem da língua, pois cabe a ele mostrar ao aluno a importância que, no processo de interlocução, a consideração real da palavra do outro assume. Criar situações de comunicação, como os estudos com os gêneros, o aluno irá adquirir a habilidade de organizar o discurso de forma adequada, apropriando-se da linguagem. 15 PLANO DE AULA Série: 3ª série – ensino fundamental Tema: Sinônimo e Antônimo Objetivo: Este plano tem objetivo de permitir que o aluno, ao final desse planejamento seja capaz de conceituar os sinônimos e antônimos, identificar palavras que tenham significados iguais e diferentes e substituir palavras por sinônimos e antônimos nas frases; Trabalhar a oralidade e a escrita. Justificativa: Após uma observação na sala de aula, vi a necessidade de elaborar um plano de aula que pudesse suprir algumas necessidades de aprendizagem, tendo como um ponto o trabalho com sinônimos e antônimos, através da leitura e escrita. Avaliação: A avaliação se dará com a observação do envolvimento do aluno nas aulas. Como a atenção no conteúdo, realização da atividade proposta e participação nos momentos de leitura. E também o trabalho com atividades como o ditado e uso de quadrinhos, alem do dia a leitura. Conforme os PCNs de Língua Portuguesa (1998), o trabalho com leitura tem como finalidade a formação de leitores competentes e, consequentemente, a formação de escritores, uma vez que a possibilidade de produzir textos eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da intertextualidade e fontes de referências. A leitura, por um lado, nos fornece a matéria-prima para a escrita sobre o que escrever. E por outro lado, contribui para a constituição de modelos de como escrever. Todas as produções feitas pelos alunos, como procedimentos metodológicos, sejam elas orais ou escritas, se basearam em formas padrões de estruturação textuais. Essas práticas comunicativas foram modeladas e remodeladas em processos dos quais eles mesmos são os sujeitos. Para Irandé Antunes (2007. p.65): Em termos bem gerais, podemos dizer que estudar mais que gramática leva a procurar explorar o conhecimento de outras áreas de outros domínios e assumir a certeza de que, ao lado do conhecimento da gramática, outros são necessários. [...] Em termos mais específicos, lembramos que para ir além da gramática, a escola deve empenhar-se também nos estudo de léxico. [...] Esse estudo, pode contemplar as inter-relações de uma palavra com outras – relações de sinonímia, de antonímia, de hiperonímia, de partonímia – e inter-relações externas, das 16 palavras com as coisas, os eventos, os fatos, os valores culturais que povoam os mundos em que vivemos. A escolha de trabalhar o ditado e atividades que envolvam quadrinhos teve, portanto, que levar em conta, os objetivos visados, e a função que teve que alcançar. Além disso, tive que adaptar o modelo do gênero aos valores e características particulares da turma, adotando um estilo próprio. Assim, as práticas de linguagem puderam ser relacionadas, no ensino, por meio dos gêneros, que permitiram estabilizar os elementos formais e rituais das práticas de linguagem. Os gêneros ligados a cada uma dessas práticas foram um termo de referência para a aprendizagem, uma ferramenta que forneceu suporte para a atividade nas situações de comunicação. O estudo da linguagem verbal traz em sua trama tanto a ampliação da modalidade oral, por meio de processos de escuta e de produção de textos falados, como o desenvolvimento da modalidade escrita, que envolve o processo de leitura e o de elaboração de textos. PLANO DE AULA Série: 3ª série – ensino fundamental Tema: Masculino e Feminino Objetivo: O aluno seja capaz de aprimorar o conceito de masculino e feminino; Identificar e classificar os substantivos quanto ao gênero, e desenvolver a leitura, a escrita e compreender o significado das palavras. Justificativa: Trabalhar com os gêneros dos substantivos, propicia ao aluno a diferenciar uma palavra se ela pode ser masculina ou feminina. E o trabalho com atividades como o ditado, envolvimento dos alunos na correção da própria atividade e uso de quadrinhos e do dia a leitura torna a aprendizagem mais prazerosa e divertida. Avaliação: A avaliação se dará com a observação do envolvimento do aluno nas aulas. Como a atenção no conteúdo, realização da atividade proposta e participação nos momentos de correção da atividade. As atividades desenvolvidas pelos alunos, para que fossem compreendidas, necessitaram do conhecimento do leitor e do ouvinte sobre o 17 mundo de que falavam, sobre a sociedade em que estavam inseridos e também sobre a língua em que estavam escritos e falados. Para a compreensão de qualquer texto, e também para a sua produção, concentram fatores linguísticos, sociais e culturais. Tudo envolve a comunicação, e as atividades com a oralidade e a escrita que envolveram os alunos com a correção de exercícios por eles mesmos anima a vontade de explicar, criticar e contemplar a realidade, pois as palavras são instrumentos essenciais para a comunicação. É importante que o aluno perceba que a língua é um instrumento dinâmico, com a qual é possível participar ativamente e essencialmente da construção da mensagem de qualquer texto. As experiências conseguidas pela escuta e por leitura de textos, bem como do frequente exercício de expressar ideias oralmente, são grandes metodologias que impulsionam na elaboração e difusão de conhecimento. Um texto, como a decifração de qualquer ato de comunicação, é, antes de tudo, uma prática social que se dá na interação com o outro. Assim sendo, as noções gramaticais são apenas parte dos saberes indispensáveis as atividades da interação verbal. E conforme Irandé Antunes (2007, p.58): Nas atividades de linguagem, além do conhecimento do mundo, é necessário também que conheçamos as muitas regras (ou regularidades) que especificam o que devemos fazer para organizar um texto, para lhe dar uma sequencia, para lhe atribuir uma continuidade e uma progressão, para lhe conferir algum tipo de sentido. Trabalhar com livros nesta turma foi de suma importância, visto que fazer que o aluno saiba que ler é essencial para preencher as necessidades comunicativas e garantir a preparação que precisamos ter para enfrentar as socializações do mundo lá fora. O ato de ler auxilia no desenvolvimento das habilidades de produção textual, já que o aluno que adquire o hábito de leitura, além de ampliar o horizonte cultural, tende a favorecer a interpretação de textos, pois a leitura expande o universo linguístico do sujeito em termos de vocabulário. 18 2. ROTINA DE TRABALHO DIÁRIO: DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS AULAS Durante a regência nas aulas da Língua Portuguesa pude trabalhar a interdisciplinaridade. Por exemplo, enquanto os alunos trabalhavam a separação das palavras em sílabas na atividade com palavras cruzadas, o aluno aprende e fixa a sequência numérica, estudado na disciplina de Matemática. Assim como em Ciências, quando os alunos visitaram o laboratório de ciências da escola, no ultimo dia da regência. Desta forma, ao estudarem os sinônimos e antônimos, masculinos e femininos nas atividades propostas em sala, os alunos estavam também, exercitando conhecimentos da Língua Portuguesa, Ciências e Matemática. É na escola que os alunos aprendem desde cedo a exercer o seu papel como cidadãos responsáveis por seus atos e seus direitos. Com essa visão, o aluno passa a ser um multiplicador de conhecimentos. E de acordo com Geraldi (2004) “[...] um dos aspectos da escola existente, aquela que conhecemos hoje: lugar em que se ensina, lugar em que se aprende.” (p. 10) Fig. 1. História contada aos alunos no 1º dia da regência na escola, dia 04/08/14 Fig.2. Atividade escrita no quadro após leitura do livro Fig. 3. Caderno de aluno com atividade corrigida Para atividades que façam o uso de livros em sala de aula, é fundamental que o professor entenda que o que importa é que existam livros de que as crianças gostem e disponibilizá-los para que os alunos sejam leitores interessados e gostem de ler sendo imprescindível a disponibilidade de bons materiais que possibilite aos alunos a escolha de suas próprias leituras. 19 Acho que uma criança de qualquer idade pode entender qualquer tema, desde que seja tratado de acordo com a visão dela. Devemos também ousar na linguagem, assim como na dificuldade do texto. Para isso, o professor deve escolher o que é mais adequado e dessa forma fazer que os alunos gostem da leitura e não que tenham medo dela. E o gosto pela leitura foi o que aconteceu no início da regência na Escola Municipal Celestino Pimentel. Com vista nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) ressalto as propostas do currículo para a prática da leitura como o exercício de tudo o que se lê e vários exemplos de textos como recados, bulas, avisos, manuais de instruções, receitas, faixas, textos informativos etc. Nesse cenário, os Parâmetros indicam que é importante o aluno conhecer os diferentes gêneros e os diversos tipos de textos que circulam na sociedade. Em relação aos PCNs, não se pode deixar de reconhecer que as concepções teóricas subjacentes ao documento já privilegiam a dimensão interacional e discursiva da língua e definem o domínio dessa língua com uma das condições para a plena participação do individuo em seu meio social. Estabelecem que os conteúdos de Língua Portuguesa devem se articular em torno de dois grandes eixos, o do uso da língua oral e escrita e o da reflexão acerca desses usos. (ANTUNES, 2003, p.22) Em observância aos objetivos dos conteúdos conforme PCN da Língua Portuguesa, foi seguido o interesse, iniciativa e autonomia para ler, especialmente textos literários e o manuseio e cuidadoso de livros e demais materiais escritos. Pois não basta o aluno somente aprender a ler e escrever, é também imprescindível que ele saiba e compreenda a importância de conservação do material que irá utilizar em sala de aula e entenda que outros alunos também poderão utilizar o mesmo livro em outro momento. No dia 11/08/14 foi programada para ser o segundo dia da regência de estágio, mas ao chegar a escola, compareceram apenas 4 alunos, visto que neste dia foi comemorado o dia do Estudante. Então a programação deste dia foi assistir ao filme “O grande Urso” na sala de vídeo, modificando um pouco, o planejamento. 20 Sabemos que o planejamento é a orientação para a prática em sala de aula e serve para guiar, orientar a metodologia em busca de resultados. E entendo que o planejamento não deve ser rígido, por mais bem fundamentado que seja o planejamento escolar, nós professores precisamos ter consciência de que alguns imprevistos podem aparecer por isso o planejamento deve ser flexível, para que possamos adequar o conteúdo às circunstâncias que vierem a surgir. Ao fornecer aos alunos a atividade com palavras cruzadas, eles ficaram bastante entusiasmados para dar início ao exercício. Aceitaram como um desafio terem que resolver os problemas com as palavras sozinhos. Sempre com a mediação da professora, a problematização se deu através da interação e diálogo professor-aluno, chamando a atenção para pontos ainda que não tivesse sido percebidos pelos educandos. E ao serem chamados para a correção no quadro, eles se dispuseram imediatamente e se organizaram um a um a escrever a resposta para os outros coleguinhas verem. Assim, ao trabalhar atividades com palavras cruzadas, a criança consegue reconhecer os erros sozinha, pois quando sobra ou quando falta alguma letra no exercício ela sabe que falta alguma coisa na escrita correta. Alunos respondendo as atividades Interação e cooperação na realização das atividades As práticas pedagógicas visaram um modelo de aprendizado no qual poderia ser útil à criança, não somente no momento em que é ministrado, mas para além dele. E o professor como mediador da aprendizagem, compartilha com o aluno o processo de aprender, incentivando a busca por novos conhecimentos, sendo aquele que possui o senso crítico, conhecendo a fundo 21 o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos conhecimentos, por meio da realidade que o cerca. E assim, a atividade com o conteúdo da Língua Portuguesa implicou que os alunos tivessem uma experiência ativa na elaboração de suas respostas. A atividade da linguagem é muito complexa, pois mobiliza tipos bem diferentes de saberes e de competências. (ANTUNES, 2007, p.63). A escola, sem dúvida, é o lugar privilegiado onde o aluno exercita os modos de abordar os textos, onde o aluno aprende esse diálogo com o que está escrito. Resulta daí a necessidade de trabalhar textos pertencentes a diferentes gêneros, explorando as possibilidades de todos eles. Envolvendo o aluno na correção das atividades Envolvendo o aluno na correção das atividades O momento que o professor envolve o aluno e o estimula a corrigir a atividade com os colegas não apenas melhora o texto escrito desta criança, mas também serve como um momento de os educandos poderem usar a língua oral sobre a escrita e refletir sobre ela. A ambientação da sala de aula, a organização para que os alunos pudessem expressar o que aprenderam para os outros colegas são elementos constitutivos da aprendizagem. É sempre necessário que o professor ou a professora considere qual é a melhor organização e sequenciação, tendo em mente a efetiva situação de aprendizado de seus alunos. (BRASIL, 2008, p.17). Sob a supervisão do professor, os alunos aprenderam que cada um tem sua vez de falar e esperar para que houvesse troca de pontos de vista. E assim, puderam se organizar para que cada um dos alunos se apresentasse ao 22 quadro e mostrasse aos demais colegas, sua contribuição para a correção coletiva da atividade. A interação grupal é, em toda a escolaridade, um importante recurso pedagógico: trabalhar verdadeiramente em colaboração possibilita maior produtividade na aprendizagem. A análise pelo professor de como os alunos procederam em relação à tarefa, de como se relacionaram durante sua realização, e dos resultados obtidos em relação aos objetivos propostos permite identificar melhores possibilidades de intercâmbio para atividades futuras. (BRASIL. 1998, p.79) É sempre possível ampliar as possibilidades de interação e participação ativa do aluno na cultura escrita. Por isso, o livro Pró-Letramento: alfabetização e linguagem, nos mostra eixos a serem trabalhados desde os primeiros momentos do percurso de alfabetização. Isso significa promover ao mesmo tempo a alfabetização e o letramento. Por isso é importante que a escola, pela mediação do professor proporcione aos alunos o contato com diferentes gêneros e suportes de textos escritos. Segundo livro trabalhado em sala de aula Cabe à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. (BRASIL. p.26). Na prática pedagógica o professor parte das vivências sociais do aluno para desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. E com o livro “Se um gato for...” pude trabalhar os elementos do dia a dia do aluno. Trabalhar as capacidade e atitudes na compreensão dos usos e funções da escrita implica trazer para a sala de aula e disponibilizar, para observação e 23 manuseio pelos alunos, vários textos. Implica também, orientar a exploração desses materiais, valorizando os conhecimentos prévios do aluno, questionando-os e possibilitando a ele deduções e descobertas. A escola, como qualquer outra instituição social, reflete as condições gerais de vida na comunidade em que está inserida. No entanto, é evidente também que fatores internos à própria escola condicionam a qualidade e a relevância dos resultados alcançados. (ANTUNES, 2003. p.20) Entre os objetivos em ensinar uma língua a seus falantes, está o desenvolvimento da competência comunicativa, ou seja, a capacidade do usuário de empregar adequadamente a língua nas diversas situações. Situação essa vivida pelos alunos quando participaram do momento da leitura coletiva em sala de aula. Entendo que esse objetivo é muito importante, tendo em vista que a língua possui variações. Desse modo, é imprescindível ao aluno conhecê-las para comunicar-se adequadamente nas diversas situações. Ao trabalhar com livros literários, pude construir uma ligação lúdica entre o mundo da imaginação, dos símbolos subjetivos, e o mundo da escrita, dos signos convencionais impostos pela cultura sistematizada. A contação de histórias foi bastante significativa, porque proporcionou um momento mágico de valor educativo sem igual na correlação dos eixos leitura, escrita e oralidade. A oralidade foi também bastante trabalhada no momento em que os alunos puderam ter contato direto com vários livros emprestados da biblioteca da escola, e em sala de aula, puderam fazer a escolha de qual livro recaía seu interesse, para que após leitura da capa, das características visuais, e da leitura silenciosamente em sua carteira, pudesse expor, para seus colegas, seu entendimento e reflexão sobre o texto que acabara de ler. A análise avaliativa, no entanto, fica por conta da professora. O texto literário mexe com a imaginação da criança e a faz pensar que faz parte também daquela história, sobre como seria se ela fosse a personagem daquele livro. Fazer com que o aluno se familiarize com esse tipo de emoção é decisivo para que ele valorize e aprenda amar o ato de ler. Estudar os conteúdos variantes da escrita, e compreender a escrita e a oralidade são importantes para conhecer a função estética das palavras em 24 que é possível para explorar novos sentidos, revelando assim novas maneiras de ver o mundo. O impacto profundo causado por uma produção literária, oral ou escrita, acontece em função da fusão perfeita entre a mensagem e sua organização. Em todas as atividades de produção de texto, a linguagem está a serviço da necessidade de comunicar pensamentos próprios e alheios; desenvolve a concentração, a observação, a abstração. Fora da escola escrevem-se textos dirigidos á interlocutores de fato. Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma forma própria, que se pode aprender. Quando entram na escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel modelizador, servindo como fonte de referência, repertório textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da expansão do conhecimento letrado do aluno. (BRASIL. 1998, p.28) No oitavo dia da regência, dia 03/09/14, a escola programou o desfile Cívico dos 7 de Setembro. Neste dia, não teve aula dentro de sala, contudo, os alunos foram às ruas e representaram a Escola Municipal Celestino Pimentel com um desfile grandioso que envolveu tanto os alunos e seus pais como também os professores, coordenadores e todo o corpo educacional da escola e comunidade. Participação no desfile da escola no dia 03/09/14 Participação no desfile da escola no dia 03/09/14 A escola é um dos lugares aos quais se confia uma visão idealista da cidadania, e o corpo docente contribui para isso. Resgatar valores sociais, defender o amor à pátria e o orgulho pela sua bandeira e sua escola foram objetivos e sentimentos observados durante a semana da realização do desfile cívico do 7 de setembro desenvolvido por esta Escola. A possibilidade de o 25 colégio participar do desfile tornou um momento agradável o qual envolveu todo o corpo docente da escola. Os alunos estudaram o Hino Nacional, como também aprenderam a lição de como se portar durante a realização do desfile. Os alunos participavam dos ensaios no contra turno da aula, e esta ideia foi bem aceita pela maioria dos alunos. O momento mais esperado por alguns alunos foram as aulas de música, nos quais puderam aprender a tocar instrumentos e aprender os passos para o desfile da escola no bairro, ganhando assim, formação cultural e cívica, em vez de ficarem na rua, além de aprendem a respeitar o outro. O ensaio para o desfile de 7 de setembro se intensificou a medida que se aproximava da data, existindo uma empolgação muito grande por parte dos alunos. A comunidade e os pais dos alunos participaram desse projeto, e este momento foi de suma importância para a Escola por desenvolver um espaço social para mostrar o trabalho que vem realizando na comunidade. No último dia da regência, a professora titular informou que nossa aula seria no laboratório de ciências. Assim sendo, reajustei meu plano de aula para ser realizado não na sala convencional, mas utilizando os materiais do laboratório de Ciências. Um planejamento é a projeção de uma prática na sala de aula. Ele contribui para orientar uma ação em busca de resultados. No caso do ensino, planejar envolve decidir sobre o quê e o como ensinar, por isso o planejamento deve ser flexível, visto que o professor precisa ter consciência de que alguns imprevistos podem surgir, e foi isso que aconteceu no último dia de regência. Aula no laboratório de Ciências, último dia da regência, 10/09/14 26 Neste dia foi trabalhado o conceito de animais vertebrados e invertebrados, e assim, ao fazer a dinâmica com os alunos sobre os nomes dos animais que estavam dentro dos potes de vidro, foi realizado um gancho e trabalhado o gênero do substantivo, ou seja, o masculino e feminino desses animais, escrevendo no quadro, e separando-os em duas colunas. A interdisciplinaridade é uma ligação entre o entendimento das disciplinas nas suas mais variados conceitos, apresentando o propósito de promover a interação entre o aluno e o professor, estabelecendo uma comunicação entre disciplinas. Ou seja, o exercício interdisciplinar é considerado uma integração de conteúdos entre disciplinas do currículo escolar. Assim, como os alunos já tinham estudado os sinônimos e antônimos, masculinos e femininos nas atividades propostas em sala, nos conteúdos da disciplina de Língua Portuguesa, foi feito uma adaptação da atividade envolvendo conteúdo desta disciplina com a disciplina de Ciências, transformando o conteúdo de classificação dos animais dos grupos dos vertebrados e invertebrados com o conteúdo da disciplina de Língua Portuguesa. 27 IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS O Estágio na Escola Municipal Celestino Pimentel, me trouxe reflexões a respeito da educação no Ensino Fundamental das escolas públicas. Feitas as observações dos alunos, concluí que eles possuem um conhecimento linguístico distinto, ou seja, na turma há alunos que a compreensão de escrita, oralidade e interpretação textual apresentam diferentes níveis. Há alunos que necessitam de um acompanhamento mais preciso, entretanto seguem um estilo comportamental semelhante, devido padrões social, cultural e econômico no qual estão inseridas. Sei que na escola o aluno tem contato direto com os livros, porém não deveria ser de responsabilidade única dela este contato, uma vez que os próprios pais podem também iniciar seus filhos na leitura. Contudo, esse costume não acontece em todas as casas. Daí que muitos alunos chegam a escola sem a leitura de um livro se quer. Quando isso ocorre, a postura do professor para a iniciação dos alunos nesta competência é extremamente significativa. Na turma do 3º ano do ensino fundamental na qual desenvolvi a regência, foram observadas essas características. Vários dos alunos apresentavam dificuldades na leitura e na escrita e por isso foi priorizada a prática de leitura, já que ela não é uma atividade natural para estes alunos. E foi por entender que a leitura é de suma importância para o convívio social do aluno que foi escolhido trabalhar continuamente com a leitura, oralidade e a interpretação textual. Estimulando a interação dos alunos com o texto, fazendo-os buscar informações a respeitos dos livros e fazendo o uso de estratégias adequadas para a apropriação do conhecimento dos conteúdos da Língua Portuguesa. Daí a importância da leitura dos livros paradidáticos nas series iniciais do Ensino Fundamental, pois ela pretende formar não apenas o gosto pela leitura e pelo mundo na imaginação, mas também o hábito de ler. Ao final do estágio, observei que os alunos já identificavam os gêneros do substantivo em textos e frases, que são capazes de inserir masculino e feminino em seu vocabulário ativo, e melhoraram a capacidade de ler, escrever e compreender o significado das palavras e se utilizam a linguagem para expressar ideias, considerando a linguagem das outras pessoas. Isso foi feito 28 através das diferentes atividades realizadas. Porém, não me esqueci que a avaliação da atividade deve ser feita durante seu desenvolvimento, ou seja, observei a interação entre os alunos, as facilidades e dificuldades encontradas durante as atividades propostas. Durante o estágio supervisionado é possível a aplicação e concretização dos conhecimentos teóricos obtidos durante o curso é a oportunidade para os professores em formação exercitem os princípios de cidadania e de responsabilidade social, para que todas as atividades pedagógicas sejam desenvolvidas de forma coerente e fundamental fez-se necessário a orientação do professor. Para tanto, a prática na formação docente auxilia a compreensão entre teoria e a realidade escolar, pois tendo reflexão na prática haverá a busca de conhecimentos teóricos, os quais contribuirão para a prática. Portanto, foi através do estágio que me deparei com a experiência da realidade em sala de aula e pude refletir sobre minha prática pedagógica. Conclui, assim, que o Estágio Supervisionado nos cursos de formação de professores, constitui como via fundamental ao possibilitar que os futuros professores compreendam a complexidade das práticas institucionais e das ações aí praticadas como alternativa no preparo para a inserção profissional e que essa experiência me revelou que as atividades desenvolvidas pelos valorizaram os conhecimentos adquiridos para um aprendizado significativo e contextualizado, utilizando temas que envolvessem os alunos e que os motivassem durante o processo de ensino e aprendizagem. . 29 IV – REFERÊNCIAS ANTUNES, Irandé. Refletindo sobre a prática da aula de português. São Paulo: Parábola Editorial, 2003. ________ Não basta saber gramática para falar, ler e escrever com sucesso in. Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem perdas no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007. BRASIL (1998). Parâmetros Curriculares Nacionais: 1º e 2º ciclos do Ensino Fundamental: Língua Portuguesa. 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Coletânea de Textos/ Módulo 1. Brasília: MEC/SEF,2001, texto M.IU10T5. OLIVEIRA, Marta Kohl de: O pensamento de Vygotsky como fonte de reflexão sobre a educação. Cadernos Cedes. Nº35. Papirus, 1995. SILVA, Michele. Uma sala de aula possível: compartilhando responsabilidades, saberes, decisões, alegrias, descobertas... In: ÁVILA, Ivani S. (Org.) Escola e sala de aula: mitos e ritos. 2ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2008. VEIGA, Ilma P. A. A prática pedagógica do professor de didática. Campinas: Papirus, 1989. 30 ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani Rosa. Porto Alegre: Artmed, 1998. ______ Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed Editora. 2002.