A prática de iniciação à docência na formação do pedagogo na

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Modalidade: Artigo.
TÍTULO: A PRÁTICA DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA NA FORMAÇÃO DO
PEDAGOGO NA UFRN1
CAMILA MARIA PEREIRA DE OLIVEIRA ANDRADE2
[email protected]
Profa. Dra. SORANEIDE SOARES DANTAS3
1
Trabalho apresentado ao Curso de licenciatura em Pedagogia, na modalidade Artigo, como parte
integrante do Trabalho de Conclusão de Curso II (PEC5046), realizado no 3º ano do Ensino Fundamental
I, da Escola Municipal Celestino Pimentel, no período de 27 de julho a 12 de dezembro de 2015.
2
Aluna do Curso de licenciatura em Pedagogia em fase de conclusão do curso em 2015.2.
3
Professora do Departamento de Práticas Educacionais e Currículo do Centro de Educação da UFRN.
2
RESUMO
O presente trabalho de conclusão de curso foi realizado com base no relatório
reflexivo da prática docente vivenciado no Estágio Curricular Supervisionado de
Formação de Professores, do curso de Pedagogia, na UFRN, no período letivo
de 2014.2. A regência docente foi realizada na Escola Municipal Celestino
Pimentel na Cidade de Natal/RN, em uma turma do 3º ano do Ensino
Fundamental I. Tem como objetivo argumentar sobre as práticas de ensino
realizadas em sala de aula, refletindo sobre a importância do Estágio na
formação de professores. O tema para este trabalho baseou-se na
oportunidade que nós temos em falar sobre a problemática do estágio
curricular em relação a unir teoria e prática na formação do professor e como
meio de conhecer a realidade escolar. A metodologia usada foi um conjunto de
atividades, estratégias planejadas etapa por etapa. Começando com a busca
dos conhecimentos dos alunos sobre o tema abordado nos livros de histórias
infantis, em seguida deu-se o desenvolvimento de atividades qual trabalhou as
competências dos alunos para a leitura e escrita, seguindo de exercícios com
quadrinhos e ditados e o momento de exposição das ideias pelos alunos para
os demais colegas em sala de aula. Assim, para os 10 (dez) dias de regência
na escola foram utilizadas atividades que envolviam a disciplina de Português e
Ciências. Os alunos trabalharam os conceitos de antônimos e sinônimos,
masculino e feminino, como também trabalharam o assunto de animais
vertebrados e invertebrados. Os resultados obtidos com este trabalho docente
vivenciado em sala de aula puderam ser notados como aspectos positivos a
melhora das capacidades dos alunos em ler, saber distinguir o feminino e o
masculino, assim como identificar os antônimos e sinônimos das palavras. Tal
como o aspecto negativo notado ainda na dificuldade de escrever palavras que
contenham algumas letras distintas tais como “s”, “ss” e “z”. Com esta
experiência, aprendi que a atuação na sala de aula nos trás conhecimentos
importantes baseada no contexto real da escola, possibilitando a construção do
saber cientifico através da vivência com os alunos. No estágio, o profissional
em formação tem a oportunidade de analisar e intervir na realidade profissional
específica, enredando-se com a realidade educacional, organização e o
funcionamento da instituição educacional.
PALAVRAS-CHAVE: Estágio Supervisionado. Formação docente. Ensino
Fundamental.
3
ABSTRACT
This course conclusion work was based on the report of reflective teaching
practice experienced in Supervised Teacher Education, Pedagogy course,
UFRN in 2014.2. The teaching regency was held at the Municipal School
Celestino Pimentel on Natal/RN, in a class of elementary school. Has as
objective argue about educational practices carried out in the classroom,
reflecting on the importance of internship in teacher training. The theme for this
work was based on the opportunity that we have to talk about the problem of
traineeship compared to join theory and practice in teacher education and as a
way to know the school reality. The methodology used was a set of activities,
strategies planned stage by stage. Starting with the search of students
'knowledge on the subject addressed in children's story books, then gave up the
development of activities which worked students' skills for reading and writing
using exercises with comics and sayings and the time to exposure of ideas by
students to other colleagues in the classroom. So, for the ten (10) days
Regency in school activities were used that involved the discipline of
Portuguese and Sciences. Students worked the concepts of antonyms and
synonyms, male and female, but also worked the subject of vertebrate and
invertebrate animals. The results obtained with this experienced teaching in the
classroom might be noted as positive aspects of the improvement of students'
abilities in reading, to distinguish the feminine and the masculine, and to identify
the antonyms and synonyms of words. As the negative aspect further noted the
difficulty of writing words that contain some different letters such as "s", "ss" and
"z". With this experience, I learned that the performance in the classroom brings
us important knowledge based on real context of school, enabling the
construction of knowledge through scientific experience with the students. On
stage, the trainee has the opportunity to analyze and intervene in specific
professional reality, tangling with the educational reality, organization and
functioning of the educational institution.
KEYWORDS: Supervised internship. Teacher training. Elementary School.
4
I – INTRODUÇÃO
Este trabalho é baseado no relato reflexivo das atividades docentes
desenvolvidas durante o Estágio Curricular Supervisionado de Formação de
Professores do curso de Pedagogia. Foi desenvolvido na Escola Municipal
Celestino Pimentel, na turma de 3ª série do Ensino Fundamental. O presente
artigo tem como objetivo abordar a experiência e conhecimentos adquiridos
durante a realização do estágio supervisionado sob a forma de atividades
práticas e explicar a importância dessas experiências na formação do
professor, vivenciados no âmbito do processo de formação inicial do Curso de
Licenciatura em Pedagogia, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte –
UFRN.
Podemos entender o estágio como via fundamental na formação
docente. É indispensável considerar que o mesmo possibilita fazer a relação
entre a teoria e a prática, através do desenvolvimento de planos de aula com
finalidade de aperfeiçoar o processo de ensino, e objetivos de orientar o
professor na realização das atividades, escolher o conteúdo da aula, a
estratégia de ensino e o processo de avaliação. Assim, a discussão socializada
na sala de aula é um relato das experiências vivenciadas durante o período de
observação do estágio supervisionado na turma do Ensino Fundamental desta
Escola.
A Escola Municipal Celestino Pimentel situada no bairro Cidade da
Esperança, zona oeste de Natal- Rio Grande do Norte, foi criada por decreto Nº
1.904 de 04/03/774. As etapas de ensino oferecidas são o Ensino Fundamental,
nos turnos da manhã e tarde, e Educação de Jovens e Adultos – Supletivo no
turno da noite. Quanto à infraestrutura, consta na instituição: 12 salas de aula,
sala de diretoria, sala de professores, laboratório de informática, laboratório de
ciências, sala de recursos multifuncionais para Atendimento Educacional
Especializado (AEE), quadra de esportes coberta, cozinha, biblioteca, pátio
coberto, banheiro adequado a alunos com deficiência ou mobilidade reduzida e
4
Prefeitura Municipal do Natal (www.natal.rn.gov.br). Acesso em 28/10/15.
5
dependências e vias adequadas a alunos com deficiência ou mobilidade
reduzida.
A professora titular da turma tem 26 (vinte e seis) anos de experiência
profissional, sendo 9 (nove) em escolas públicas de Natal. Tem formação
superior em Pedagogia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte e
especialização em Gestão de Processos Educacionais pelo Instituto Kennedy.
A proposta de ensino da professora titular baseia-se em problematizações de
situações para a transmissão do conhecimento. Ela se baseia pelo perfil dos
alunos para construir o planejamento das aulas e adequa-los ao conteúdo,
buscando sempre o sucesso na aprendizagem.
O planejamento das aulas desta turma era feito todas às terças-feiras,
horário em que os alunos tinham aulas de Artes e Educação Física. Entretanto,
minha regência na escola ocorria nas segundas-feiras e quartas-feiras e o meu
planejamento com a professora titular da sala ocorria ou antes da aula começar
ou durante o intervalo dos alunos, na sala dos professores.
De acordo com Libâneo (1994), o planejamento é um processo de
racionalização, organização e coordenação da ação docente, articulando a
atividade escolar e a problemática do contexto social. Para orientação, foram
feitos dois planos de aula, e suas propostas incidam em fazer que o aluno
saiba conceituar os sinônimos e antônimos das palavras, identificarem palavras
com significados iguais e trabalhar a oralidade, no primeiro plano; no segundo
plano a proposta de planejamento foi fazer que os alunos se apropriassem do
conceito de masculino e feminino, identificar e classificar os substantivos e
compreender o significado das palavras.
Para Zabala (1998), as relações que se estabelecem entre os
professores, os alunos e os conteúdos de aprendizagem constituem a chave de
todo o ensino e definem os diferentes papéis dos professores e dos alunos.
Seguindo esta relação, as atividades realizadas em sala de aula foram
desenvolvidas para que o aluno tivesse contato direto com o livro e trabalhar a
leitura em sala de aula possibilitou boa formação na vida do leitor, pois,
sabemos que o mundo vive em constantes mudanças e todos precisam estar
inseridos nessas transformações, e a leitura funciona como peça fundamental
para a construção do saber e de um mundo melhor.
6
Entende-se que a disciplina de Estágio Supervisionado dispõe-se a fazer
a mediação entre a teoria estudada na sala de aula na universidade e a prática
vivenciada nas escolas públicas. Assim, escolhi a leitura dos livros “O patinho
bonito” e “se um gato for...” por ser um tipo de texto mais curto, leve e de rápida
leitura. De nada adiantaria escolher um texto muito grande, que os alunos
passariam a aula inteira lendo. Além disso, livros com textos curtos e com
ilustrações costumam prender a atenção da criança desde o início, coisa
extremamente importante para alunos do Ensino Fundamental que estão se
acostumando com a leitura mais profunda e costumam ter uma imagem
negativa da leitura como sendo “chata”.
Do mesmo modo, decidi trabalhar com atividades que contenham as
palavras cruzadas em sala de aula que tem por finalidade desenvolver entre
outras habilidades a do estímulo e a memória. Ao fazer uso da palavra cruzada
contribuo para o enriquecendo do vocabulário dos educandos e estimulo seu
raciocínio.
É por meio da educação que o sujeito se apropria dos elementos
culturais do grupo em que está inserido, ele internaliza também os significados
em torno do masculino e feminino. A partir de tal perspectiva, compreende-se a
importância da escrita e da oralidade, internalizados por cada um, a partir das
relações que estabelece com os membros de seu grupo social. Nesse sentido,
a criança desde pequena, inserida em um mundo de significados vai
incorporando o que é ser menino ou menina e aprende que para que haja
comunicação é necessário saber falar e escrever.
Fora da escola, esse saber é adquirido, em geral, quando as
crianças têm acesso aos diversos suportes de escrita e
participam de práticas de leitura e de escritas dos adultos e em
brincadeiras de crianças. É por meio do uso que elas
aprendem a finalidade de objetos de escrita presentes em
diferentes contextos sociais e a maneira adequada de lidar com
eles. Assim, na escola, esse conhecimento deve tornar-se um
dos objetivos do processo inicial de ensino-aprendizagem da
língua escrita, envolvendo uma abordagem didática, com
apresentação, observação e exploração dos suportes e
instrumentos escolares de escrita e de suas características
materiais. Com isso, pretende-se propiciar aos alunos o
desenvolvimento de capacidades cognitivas e procedimentais
7
necessárias ao uso adequado desses objetos. (BRASIL, 2008,
p.21)
A
regência em sala
de aula
foi
de suma
importância para
instrumentalizar minha experiência como futura profissional da educação, para
que pudesse familiarizar com a prática, convivência com os alunos e
professores e habituar-se ao ambiente escolar e seus problemas, desafios,
dificuldades, mas também repleto de alegria, realizações e, sobretudo cheio de
crianças com interesse em aprender ler e escrever. O Estágio Curricular
Supervisionado do Curso de Pedagogia tem objetivo de inserir o aluno na
dinâmica das atividades práticas que envolvem a formação e profissionalização
docente, fazendo-o criar conceitos através de observações e atuação nas
práticas exercidas pelo professor em sala de aula. Assim, esse trabalho é um
relato das experiências vivenciadas durante o período de regência do estágio
supervisionado e tem por objetivo relatar acontecimentos, comportamentos dos
alunos e professores e metodologias empregadas na aula da Escola Municipal
Celestino Pimentel, na turma do 3º ano do Ensino Fundamental.
8
II – BASE TEÓRICA: REVENDO PRÁTICAS E CONCEPÇÕES
Este tópico abordará a finalidade da escola e as práticas de ensino para
os conteúdos trabalhados durante o estágio supervisionado. Trata de expor
qual a função social da escola, qual concepção de linguagem adotada, por qual
motivo a escolha da disciplina de português para as aulas do estágio e quais
questões nortearam a problematização do conteúdo. Tendo com referência os
autores Geraldi (2004), Veiga (1989) e Libâneo (1986).
Considerando que o conhecimento pode ser construído por meio da
ação, ou seja, da atividade do próprio sujeito, podemos afirmar que a escola
fica encarregada de ajudar nesta construção. No pensamento de Kilpatrick, o
objeto da educação é aperfeiçoar a vida em todos os seus aspectos. A
finalidade da escola deve ser a de ensinar a pensar e a atuar de maneira
inteligente e livre, baseados na experiência social e na vida individual. Kilpatrick
entende o método como uma adaptação da escola a uma civilização que muda
constantemente. Tomando como questão a incursões de Libâneo (1986) a
escola é chamada a cumprir sua função social, enquanto instituição
encarregada de transmissão da cultura e do saber, a atuação da escola
consiste na preparação intelectual e moral dos alunos para assumir sua
posição na sociedade. Mudadas as condições, a escola se adéqua às
necessidades ao meio, onde o aluno é educado num processo ativo de
construção e reconstrução do conhecimento, numa interação entre estruturas
cognitivas do indivíduo e estruturas do ambiente.
Na concepção da linguagem como interação social, o indivíduo,
conforme Geraldi (1984), emprega a linguagem não só para expressar o
pensamento ou para transmitir conhecimentos, mas também para agir, atuar
sobre o outro e sobre o mundo. Ela reconhece um sujeito que é ativo em sua
produção linguística, que realiza um trabalho constante com a linguagem dos
textos orais e escritos. Nesta perspectiva para o ensino da Língua Portuguesa,
recorreu-se às tecnologias como ferramentas pedagógicas que melhor
atendessem aos propósitos tanto dos educadores quanto dos educandos. Nos
planejamentos, foram verificados alguns fatores que intervêm no ensino e
aprendizagem das aulas de Português, tais como a frequência de leitura de
9
livros literários, a crença sobre como os alunos aprendem, o comportamento de
alguns alunos e o domínio de sala.
A escolha de trabalhar um conteúdo relacionado à Língua Portuguesa na
regência do Estágio ocorreu devido esta disciplina já fazer parte dos horários
de aula da professora com os dias disponíveis para a realização do estágio, e
adequado conforme o calendário escolar, sem necessidade de que houvesse
mudanças de disciplina nos horários da turma que pudesse acarretar em atraso
de conteúdo.
Estudar a leitura ajuda muito no processo de conhecimento da língua.
Convém enfatizar que para desenvolver e consolidar as habilidades referentes
às competências discursivas foi essencial fazer análise e reflexão sobre o uso
da língua por meio de diferentes atividades como o uso de quadrinhos,
ilustrações e ditados, que trabalhasse tanto a leitura quanto a produção de
texto, tendo em vista este aspecto, foi-se trabalhado com dois livros literários,
foram eles “O Patinho bonito” e “Se um gato for...”. As atividades foram
realizadas de forma dinâmicas e seu resultado foi bem-sucedido.
O professor já não mais se define por saber o saber produzido
pelos outros, que organiza e transmite didaticamente a seus
alunos, mas se define como aquele que aplica um conjunto de
técnicas de controle na sala de aula. (GERALDI, 2004, p.13)
Sabendo disso, posso dizer que, como professora, pude provocar
curiosidade no aluno, ele ensina a pesquisar, a empregar os conhecimentos
que aprende em situações novas, transformando o aprender em compreender
e isto pôde ser visto durante a regência do estágio na Escola Municipal
Celestino Pimentel quando os alunos participaram ativamente das aulas e o
conhecimento foi transmitido de forma dinâmica e eficaz.
Para Veiga (1989, p.17)
O lado teórico é representado por um conjunto de ideias
constituído pelas teorias pedagógicas, sistematizadas a partir
da prática realizada dentro das condições concretas de vida e
de trabalho. A finalidade da teoria pedagógica é elaborar ou
transformar idealmente, e não realmente, a matéria prima. O
lado objetivo da prática pedagógica é constituído pelo conjunto
10
dos meios, o modo pelo qual as teorias pedagógicas são
colocadas em ação pelo professor.
Ao selecionar os conteúdos sobre a semântica que estuda os
significados das palavras, selecionando os fatos linguísticos como sinonímia e
antonímia, o estudo do gênero do substantivo quanto masculino e feminino, os
alunos aprendem o significado das palavras e dão a elas o correto e necessário
entendimento para a comunicação necessária às ações cotidianas. Para as
atividades de Estágio nesta escola, desenvolvi situações de produção de
conhecimento através da ação pedagógica a partir do trabalho de
problematização com os livros, fazendo a relação com o que aprende e o que
já sabe. Questões como: Como vocês imaginam que é o Patinho bonito? Todos
nós somos iguais? Porque somos diferentes? Qual o contrário de bonito? Que
outra palavra podemos dizer como mesmo significado de alegre?
Trabalhando, em seguida, os conceitos de palavras sinônimas e
antônimas. E também algumas questões como, por exemplo: Como seria um
gato feito de sorvete? Como é um gato quadrado? E se for uma gata? Os
animais leão e boi são masculinos ou femininos? Por quê? E os animais porca
e cadela?
Sendo trabalhados em seguida os conceitos de palavras masculinas e
femininas e substantivos. Acredito que a partir dessa prática profissional, o
professor poderá adquirir outros saberes, estabelecer estratégias e até tomar
decisões para o desenvolvimento de novas práticas docente.
11
III – DESENVOLVIMENTO DA REGÊNCIA E DEMONSTRAÇÃO DOS
RESULTADOS
Este tópico abordará sobre a rotina da escola e da sala de aula na qual
foi realizada o estágio. Trata de expor o conceito de planejamento e uma breve
explicação sobre a realidade descoberta na escola. Apresenta uma discussão
sobre os planos de aula e as rotinas de trabalho. Tendo com referência os
autores Libâneo (1994), Irandé Antunes (2007), Geraldi (2004) e o PCN de
Língua Portuguesa (1998).
A rotina da Escola Municipal Celestino Pimentel começava com a
reunião dos alunos no pátio da escola. Cada turma fazia uma fila, em
sequência de ordem crescente do 1º ano ao 5º ano e por tamanho de alunos,
pequenos na frente e os maiores atrás. Faziam uma oração e pediam para o
dia ser bom e abençoado. Logo em seguida seguiam para a sala de aula.
Chegando a sala de aula, eram separadas duas cadeiras para os alunos que
apresentavam maior dificuldade em copiar as atividades escritas no quadro e
ficavam na frente. A professora explicava o conteúdo do dia e que tipo de
atividade seria realizado para então começar a aula. O intervalo das turmas do
1º ano e 2º ano ocorria separado das outras turmas, por serem crianças ainda
bem pequenas. Ao finalizar o horário do dia, os alunos organizavam o material,
e esperavam a autorização da professora para poderem sair da sala e ir para
casa.
O planejamento para as aulas está em acordo à rotina comum da
escola, envolve o processo de organização de decisões sobre o funcionamento
e a proposta pedagógica da instituição. Requer um contínuo estudo e uma
clara elaboração, assim como uma constante investigação da realidade na qual
a escola está inserida.
Tomada a importância do planejamento por Libâneo (1994), fica
evidente a intenção em juntar a organização da ação docente à problemática
do contexto social em que os alunos estão inseridos, visando, sobretudo maior
rendimento escolar, pois facilitará e muito aos alunos, verem conteúdos que
falem sobre a realidade que eles vivenciam em seu dia-a–dia. Entrando no
12
conceito de planejamento e da importância dessa metodologia também salienta
que:
A ação de planejar, portanto, não se reduz ao simples
preenchimento de formulários para controle administrativo, é,
antes, a atividade consciente da previsão das ações político –
pedagógicas, e tendo como referência permanente às
situações didáticas concretas (isto é, a problemática social,
econômica, política e cultural) que envolve a escola, os
professores, os alunos, os pais, a comunidade, que integram o
processo de ensino. (LIBÂNEO, 1994, p. 222)
A Escola Municipal Celestino Pimentel recebe alunos do próprio bairro e
bairros vizinhos, como Nossa Senhora de Nazaré, Cidade Nova e Felipe
Camarão. Pude obervar que é uma instituição que acredita nas potencialidades
de seus alunos, pois busca sempre incentivá-los no ensino, buscando formas
de melhor atender aos alunos e propor ideias e projetos que melhor ajudem a
vida escolar. O exemplo disso foi o Projeto Picasso, por meio do qual os
alunos, na disciplina de Artes, estudaram e trabalharam a vida e a obra de
Pablo Picasso, reproduziram obras do famoso pintor que foram expostas para
toda a escola e para a comunidade do bairro no dia do desfile cívico do 7 de
setembro.
Diante do que foi observado no primeiro dia na Escola Municipal
Celestino Pimentel a respeito da contextualização da instituição e de suas
práticas educativas, pude notar boa interação entre a equipe pedagógica,
professores e alunos. A escola sempre se apresentava limpa, a biblioteca, sala
de multimeios, laboratório de ciências, quadra de esportes estavam disponíveis
para atividades com os educandos.
Pela razão das atividades apresentarem proposta de interação entre os
alunos, foi pensado em uma proposta baseada em atividades fundamentadas
na leitura de textos e exercícios de interpretação, visando utilizar duas
linguagens diferentes, oral num primeiro momento e escrita, no segundo
momento.
13
A construção do trabalho, primeiramente foi de reunir e selecionar
exercícios relacionados aos livros a serem trabalhados e como se daria esta
exposição para os alunos de forma dinâmica e criativa para que as aulas não
se tornassem desinteressantes e pudessem prender o interesse das crianças.
O planejamento foi instrumento que norteou o trabalho praticado
partindo de uma análise da realidade e da finalidade a qual se quis chegar,
refletindo sobre as condições existentes para traçar os objetivos. Nesse ponto
ZABALA (1998, p.94) diz que “Um planejamento como previsão das intenções
e como plano de intervenção, entendido como um marco flexível para a
orientação do ensino, que permita introduzir modificações e adaptações [...]”
Sem o planejamento o professor fica disperso, não tem como avaliar/revisar o
trabalho que realizou, portanto deve ser encarado como algo sério no processo
de ensino e aprendizagem, além de fomentar uma construção qualitativa do
ensino e das ações no interior da escola.
Toda educação verdadeiramente comprometida com o
exercício da cidadania precisa criar condições para o
desenvolvimento da capacidade de uso eficaz da linguagem
que satisfaça necessidades pessoais — que podem estar
relacionadas às ações efetivas do cotidiano, à transmissão e
busca de informação, ao exercício da reflexão. (BRASIL. 1998.
p.25).
Após o planejamento, foi conversado com a professora titular a respeito
das atividades que seriam realizadas em sala de aula para aquele momento. A
intervenção pedagógica faz que os alunos evoluam os conceitos conseguidos
na convivência social, para o nível dos conceitos científicos. Procurei sempre
atuar como condutor do processo de ensino e de aprendizagem, agindo como
mediadora, ajudando o aluno a concretizar um desenvolvimento que não atinge
sozinho. Sendo levados em consideração os conhecimentos prévios dos
alunos na medida em que entram em ação durante as atividades. Ou seja,
quando percebi que um aluno não conseguia responder a uma questão, ou
escrever uma frase, ou ainda, se a atividade não apresentou interesse porque
ele já sabia as respostas, foi observado o comportamento desses alunos e
tomadas medidas para ajustar as propostas de ensino a essas condições.
14
1. PLANOS DIÁRIOS: DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DO PLANEJAMENTO
DAS AULAS
O plano de aula apresenta subsídios para aplicação de uma metodologia
que integra o processo de ensino, envolvendo o aluno de forma planejada e
participativa. Ter um plano para servir de base para as aulas, que registre seus
objetivos, a matéria que será trabalhada, o material utilizado, o que será feito
proporciona uma organização que pode ser a diferença entre uma aula bemsucedida ou não.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais — PCN — são referências para
os Ensinos Fundamental e Médio de todo o país, cabendo a esses Parâmetros
nortearem os educadores em sua tarefa educativa para a formação de
cidadãos conscientes de seu papel na sociedade. É por meio dos PCN, que os
professores podem rever objetivos, conteúdos, formas de encaminhamento das
atividades, expectativas de aprendizagem e maneiras de avaliar.
Os PCNs da Língua Portuguesa ressaltam o quão importante é o papel
do professor como mediador, durante o processo de aprendizagem da língua,
pois cabe a ele mostrar ao aluno a importância que, no processo de
interlocução, a consideração real da palavra do outro assume. Criar situações
de comunicação, como os estudos com os gêneros, o aluno irá adquirir a
habilidade de organizar o discurso de forma adequada, apropriando-se da
linguagem.
15
PLANO DE AULA
Série: 3ª série – ensino fundamental
Tema: Sinônimo e Antônimo
Objetivo:
Este plano tem objetivo de permitir que o aluno, ao final desse planejamento seja capaz de
conceituar os sinônimos e antônimos, identificar palavras que tenham significados iguais e
diferentes e substituir palavras por sinônimos e antônimos nas frases; Trabalhar a oralidade e
a escrita.
Justificativa:
Após uma observação na sala de aula, vi a necessidade de elaborar um plano de aula que
pudesse suprir algumas necessidades de aprendizagem, tendo como um ponto o trabalho com
sinônimos e antônimos, através da leitura e escrita.
Avaliação:
A avaliação se dará com a observação do envolvimento do aluno nas aulas. Como a atenção
no conteúdo, realização da atividade proposta e participação nos momentos de leitura. E
também o trabalho com atividades como o ditado e uso de quadrinhos, alem do dia a leitura.
Conforme os PCNs de Língua Portuguesa (1998), o trabalho com leitura
tem como finalidade a formação de leitores competentes e, consequentemente,
a formação de escritores, uma vez que a possibilidade de produzir textos
eficazes tem sua origem na prática de leitura, espaço de construção da
intertextualidade e fontes de referências. A leitura, por um lado, nos fornece a
matéria-prima para a escrita sobre o que escrever. E por outro lado, contribui
para a constituição de modelos de como escrever.
Todas as produções feitas pelos alunos,
como procedimentos
metodológicos, sejam elas orais ou escritas, se basearam em formas padrões
de estruturação textuais. Essas práticas comunicativas foram modeladas e
remodeladas em processos dos quais eles mesmos são os sujeitos.
Para Irandé Antunes (2007. p.65):
Em termos bem gerais, podemos dizer que estudar mais que
gramática leva a procurar explorar o conhecimento de outras
áreas de outros domínios e assumir a certeza de que, ao lado
do conhecimento da gramática, outros são necessários. [...] Em
termos mais específicos, lembramos que para ir além da
gramática, a escola deve empenhar-se também nos estudo de
léxico. [...] Esse estudo, pode contemplar as inter-relações de
uma palavra com outras – relações de sinonímia, de antonímia,
de hiperonímia, de partonímia – e inter-relações externas, das
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palavras com as coisas, os eventos, os fatos, os valores
culturais que povoam os mundos em que vivemos.
A escolha de trabalhar o ditado e atividades que envolvam quadrinhos
teve, portanto, que levar em conta, os objetivos visados, e a função que teve
que alcançar. Além disso, tive que adaptar o modelo do gênero aos valores e
características particulares da turma, adotando um estilo próprio. Assim, as
práticas de linguagem puderam ser relacionadas, no ensino, por meio dos
gêneros, que permitiram estabilizar os elementos formais e rituais das práticas
de linguagem. Os gêneros ligados a cada uma dessas práticas foram um termo
de referência para a aprendizagem, uma ferramenta que forneceu suporte para
a atividade nas situações de comunicação. O estudo da linguagem verbal traz
em sua trama tanto a ampliação da modalidade oral, por meio de processos de
escuta e de produção de textos falados, como o desenvolvimento da
modalidade escrita, que envolve o processo de leitura e o de elaboração de
textos.
PLANO DE AULA
Série: 3ª série – ensino fundamental
Tema: Masculino e Feminino
Objetivo:
O aluno seja capaz de aprimorar o conceito de masculino e feminino; Identificar e classificar os
substantivos quanto ao gênero, e desenvolver a leitura, a escrita e compreender o significado
das palavras.
Justificativa:
Trabalhar com os gêneros dos substantivos, propicia ao aluno a diferenciar uma palavra se ela
pode ser masculina ou feminina. E o trabalho com atividades como o ditado, envolvimento dos
alunos na correção da própria atividade e uso de quadrinhos e do dia a leitura torna a
aprendizagem mais prazerosa e divertida.
Avaliação:
A avaliação se dará com a observação do envolvimento do aluno nas aulas. Como a atenção
no conteúdo, realização da atividade proposta e participação nos momentos de correção da
atividade.
As
atividades
desenvolvidas
pelos
alunos,
para
que
fossem
compreendidas, necessitaram do conhecimento do leitor e do ouvinte sobre o
17
mundo de que falavam, sobre a sociedade em que estavam inseridos e
também sobre a língua em que estavam escritos e falados. Para a
compreensão de qualquer texto, e também para a sua produção, concentram
fatores linguísticos, sociais e culturais.
Tudo envolve a comunicação, e as atividades com a oralidade e a
escrita que envolveram os alunos com a correção de exercícios por eles
mesmos anima a vontade de explicar, criticar e contemplar a realidade, pois as
palavras são instrumentos essenciais para a comunicação. É importante que o
aluno perceba que a língua é um instrumento dinâmico, com a qual é possível
participar ativamente e essencialmente da construção da mensagem de
qualquer texto. As experiências conseguidas pela escuta e por leitura de textos,
bem como do frequente exercício de expressar ideias oralmente, são grandes
metodologias que impulsionam na elaboração e difusão de conhecimento. Um
texto, como a decifração de qualquer ato de comunicação, é, antes de tudo,
uma prática social que se dá na interação com o outro.
Assim sendo, as noções gramaticais são apenas parte dos saberes
indispensáveis as atividades da interação verbal. E conforme Irandé Antunes
(2007, p.58):
Nas atividades de linguagem, além do conhecimento do
mundo, é necessário também que conheçamos as muitas
regras (ou regularidades) que especificam o que devemos
fazer para organizar um texto, para lhe dar uma sequencia,
para lhe atribuir uma continuidade e uma progressão, para lhe
conferir algum tipo de sentido.
Trabalhar com livros nesta turma foi de suma importância, visto que
fazer que o aluno saiba que ler é essencial para preencher as necessidades
comunicativas e garantir a preparação que precisamos ter para enfrentar as
socializações do mundo lá fora. O ato de ler auxilia no desenvolvimento das
habilidades de produção textual, já que o aluno que adquire o hábito de leitura,
além de ampliar o horizonte cultural, tende a favorecer a interpretação de
textos, pois a leitura expande o universo linguístico do sujeito em termos de
vocabulário.
18
2. ROTINA DE TRABALHO DIÁRIO: DESCRIÇÃO E ORGANIZAÇÃO DAS
AULAS
Durante a regência nas aulas da Língua Portuguesa pude trabalhar a
interdisciplinaridade. Por exemplo, enquanto os alunos trabalhavam a
separação das palavras em sílabas na atividade com palavras cruzadas, o
aluno aprende e fixa a sequência numérica, estudado na disciplina de
Matemática. Assim como em Ciências, quando os alunos visitaram o
laboratório de ciências da escola, no ultimo dia da regência. Desta forma, ao
estudarem os sinônimos e antônimos, masculinos e femininos nas atividades
propostas em sala, os alunos estavam também, exercitando conhecimentos da
Língua Portuguesa, Ciências e Matemática.
É na escola que os alunos aprendem desde cedo a exercer o seu papel
como cidadãos responsáveis por seus atos e seus direitos. Com essa visão, o
aluno passa a ser um multiplicador de conhecimentos. E de acordo com
Geraldi (2004) “[...] um dos aspectos da escola existente, aquela que
conhecemos hoje: lugar em que se ensina, lugar em que se aprende.” (p. 10)
Fig. 1. História contada aos
alunos no 1º dia da
regência na escola, dia
04/08/14
Fig.2. Atividade escrita no quadro
após leitura do livro
Fig. 3. Caderno de aluno com
atividade corrigida
Para atividades que façam o uso de livros em sala de aula, é
fundamental que o professor entenda que o que importa é que existam livros
de que as crianças gostem e disponibilizá-los para que os alunos sejam leitores
interessados e gostem de ler sendo imprescindível a disponibilidade de bons
materiais que possibilite aos alunos a escolha de suas próprias leituras.
19
Acho que uma criança de qualquer idade pode entender qualquer tema,
desde que seja tratado de acordo com a visão dela. Devemos também ousar
na linguagem, assim como na dificuldade do texto. Para isso, o professor deve
escolher o que é mais adequado e dessa forma fazer que os alunos gostem da
leitura e não que tenham medo dela. E o gosto pela leitura foi o que aconteceu
no início da regência na Escola Municipal Celestino Pimentel.
Com vista nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) ressalto as
propostas do currículo para a prática da leitura como o exercício de tudo o que
se lê e vários exemplos de textos como recados, bulas, avisos, manuais de
instruções, receitas, faixas, textos informativos etc. Nesse cenário, os
Parâmetros indicam que é importante o aluno conhecer os diferentes gêneros e
os diversos tipos de textos que circulam na sociedade.
Em relação aos PCNs, não se pode deixar de reconhecer que
as concepções teóricas subjacentes ao documento já
privilegiam a dimensão interacional e discursiva da língua e
definem o domínio dessa língua com uma das condições para
a plena participação do individuo em seu meio social.
Estabelecem que os conteúdos de Língua Portuguesa devem
se articular em torno de dois grandes eixos, o do uso da língua
oral e escrita e o da reflexão acerca desses usos. (ANTUNES,
2003, p.22)
Em observância aos objetivos dos conteúdos conforme PCN da Língua
Portuguesa, foi seguido o interesse, iniciativa e autonomia para ler,
especialmente textos literários e o manuseio e cuidadoso de livros e demais
materiais escritos. Pois não basta o aluno somente aprender a ler e escrever, é
também imprescindível que ele saiba e compreenda a importância de
conservação do material que irá utilizar em sala de aula e entenda que outros
alunos também poderão utilizar o mesmo livro em outro momento.
No dia 11/08/14 foi programada para ser o segundo dia da regência de
estágio, mas ao chegar a escola, compareceram apenas 4 alunos, visto que
neste dia foi comemorado o dia do Estudante. Então a programação deste dia
foi assistir ao filme “O grande Urso” na sala de vídeo, modificando um pouco, o
planejamento.
20
Sabemos que o planejamento é a orientação para a prática em sala de
aula e serve para guiar, orientar a metodologia em busca de resultados. E
entendo que o planejamento não deve ser rígido, por mais bem fundamentado
que seja o planejamento escolar, nós professores precisamos ter consciência
de que alguns imprevistos podem aparecer por isso o planejamento deve ser
flexível, para que possamos adequar o conteúdo às circunstâncias que vierem
a surgir.
Ao fornecer aos alunos a atividade com palavras cruzadas, eles ficaram
bastante entusiasmados para dar início ao exercício. Aceitaram como um
desafio terem que resolver os problemas com as palavras sozinhos.
Sempre com a mediação da professora, a problematização se deu
através da interação e diálogo professor-aluno, chamando a atenção para
pontos ainda que não tivesse sido percebidos pelos educandos. E ao serem
chamados para a correção no quadro, eles se dispuseram imediatamente e se
organizaram um a um a escrever a resposta para os outros coleguinhas verem.
Assim, ao trabalhar atividades com palavras cruzadas, a criança
consegue reconhecer os erros sozinha, pois quando sobra ou quando falta
alguma letra no exercício ela sabe que falta alguma coisa na escrita correta.
Alunos respondendo as atividades
Interação e cooperação na realização das
atividades
As práticas pedagógicas visaram um modelo de aprendizado no qual
poderia ser útil à criança, não somente no momento em que é ministrado, mas
para além dele. E o professor como mediador da aprendizagem, compartilha
com o aluno o processo de aprender, incentivando a busca por novos
conhecimentos, sendo aquele que possui o senso crítico, conhecendo a fundo
21
o campo do saber que pretende ensinar, além de ser capaz de produzir novos
conhecimentos, por meio da realidade que o cerca.
E assim, a atividade com o conteúdo da Língua Portuguesa implicou que
os alunos tivessem uma experiência ativa na elaboração de suas respostas. A
atividade da linguagem é muito complexa, pois mobiliza tipos bem diferentes de
saberes e de competências. (ANTUNES, 2007, p.63). A escola, sem dúvida, é
o lugar privilegiado onde o aluno exercita os modos de abordar os textos, onde
o aluno aprende esse diálogo com o que está escrito. Resulta daí a
necessidade de trabalhar textos pertencentes a diferentes gêneros, explorando
as possibilidades de todos eles.
Envolvendo o aluno na correção das atividades
Envolvendo o aluno na correção das atividades
O momento que o professor envolve o aluno e o estimula a corrigir a
atividade com os colegas não apenas melhora o texto escrito desta criança,
mas também serve como um momento de os educandos poderem usar a
língua oral sobre a escrita e refletir sobre ela.
A ambientação da sala de aula, a organização para que os alunos
pudessem expressar o que aprenderam para os outros colegas são elementos
constitutivos da aprendizagem. É sempre necessário que o professor ou a
professora considere qual é a melhor organização e sequenciação, tendo em
mente a efetiva situação de aprendizado de seus alunos. (BRASIL, 2008, p.17).
Sob a supervisão do professor, os alunos aprenderam que cada um tem sua
vez de falar e esperar para que houvesse troca de pontos de vista. E assim,
puderam se organizar para que cada um dos alunos se apresentasse ao
22
quadro e mostrasse aos demais colegas, sua contribuição para a correção
coletiva da atividade.
A interação grupal é, em toda a escolaridade, um importante
recurso
pedagógico:
trabalhar
verdadeiramente
em
colaboração possibilita maior produtividade na aprendizagem.
A análise pelo professor de como os alunos procederam em
relação à tarefa, de como se relacionaram durante sua
realização, e dos resultados obtidos em relação aos objetivos
propostos permite identificar melhores possibilidades de
intercâmbio para atividades futuras. (BRASIL. 1998, p.79)
É sempre possível ampliar as possibilidades de interação e participação
ativa do aluno na cultura escrita. Por isso, o livro Pró-Letramento: alfabetização
e linguagem, nos mostra eixos a serem trabalhados desde os primeiros
momentos do percurso de alfabetização. Isso significa promover ao mesmo
tempo a alfabetização e o letramento. Por isso é importante que a escola, pela
mediação do professor proporcione aos alunos o contato com diferentes
gêneros e suportes de textos escritos.
Segundo livro trabalhado em sala de aula
Cabe à escola viabilizar o acesso do aluno ao universo dos textos que
circulam socialmente, ensinar a produzi-los e a interpretá-los. (BRASIL. p.26).
Na prática pedagógica o professor parte das vivências sociais do aluno para
desenvolver o processo de ensino e aprendizagem. E com o livro “Se um gato
for...” pude trabalhar os elementos do dia a dia do aluno.
Trabalhar as capacidade e atitudes na compreensão dos usos e funções
da escrita implica trazer para a sala de aula e disponibilizar, para observação e
23
manuseio pelos alunos, vários textos. Implica também, orientar a exploração
desses
materiais,
valorizando
os
conhecimentos
prévios
do
aluno,
questionando-os e possibilitando a ele deduções e descobertas.
A escola, como qualquer outra instituição social, reflete as
condições gerais de vida na comunidade em que está inserida.
No entanto, é evidente também que fatores internos à própria
escola condicionam a qualidade e a relevância dos resultados
alcançados. (ANTUNES, 2003. p.20)
Entre os objetivos em ensinar uma língua a seus falantes, está o
desenvolvimento da competência comunicativa, ou seja, a capacidade do
usuário de empregar adequadamente a língua nas diversas situações. Situação
essa vivida pelos alunos quando participaram do momento da leitura coletiva
em sala de aula. Entendo que esse objetivo é muito importante, tendo em vista
que a língua possui variações. Desse modo, é imprescindível ao aluno
conhecê-las para comunicar-se adequadamente nas diversas situações.
Ao trabalhar com livros literários, pude construir uma ligação lúdica entre
o mundo da imaginação, dos símbolos subjetivos, e o mundo da escrita, dos
signos convencionais impostos pela cultura sistematizada. A contação de
histórias foi bastante significativa, porque proporcionou um momento mágico de
valor educativo sem igual na correlação dos eixos leitura, escrita e oralidade.
A oralidade foi também bastante trabalhada no momento em que os
alunos puderam ter contato direto com vários livros emprestados da biblioteca
da escola, e em sala de aula, puderam fazer a escolha de qual livro recaía seu
interesse, para que após leitura da capa, das características visuais, e da
leitura silenciosamente em sua carteira, pudesse expor, para seus colegas, seu
entendimento e reflexão sobre o texto que acabara de ler.
A análise avaliativa, no entanto, fica por conta da professora. O texto
literário mexe com a imaginação da criança e a faz pensar que faz parte
também daquela história, sobre como seria se ela fosse a personagem daquele
livro. Fazer com que o aluno se familiarize com esse tipo de emoção é decisivo
para que ele valorize e aprenda amar o ato de ler.
Estudar os conteúdos variantes da escrita, e compreender a escrita e a
oralidade são importantes para conhecer a função estética das palavras em
24
que é possível para explorar novos sentidos, revelando assim novas maneiras
de ver o mundo. O impacto profundo causado por uma produção literária, oral
ou escrita, acontece em função da fusão perfeita entre a mensagem e sua
organização.
Em todas as atividades de produção de texto, a linguagem está a serviço
da necessidade de comunicar pensamentos próprios e alheios; desenvolve a
concentração, a observação, a abstração.
Fora da escola escrevem-se textos dirigidos á interlocutores de
fato. Todo texto pertence a um determinado gênero, com uma
forma própria, que se pode aprender. Quando entram na
escola, os textos que circulam socialmente cumprem um papel
modelizador, servindo como fonte de referência, repertório
textual, suporte da atividade intertextual. A diversidade textual
que existe fora da escola pode e deve estar a serviço da
expansão do conhecimento letrado do aluno. (BRASIL. 1998,
p.28)
No oitavo dia da regência, dia 03/09/14, a escola programou o desfile
Cívico dos 7 de Setembro. Neste dia, não teve aula dentro de sala, contudo, os
alunos foram às ruas e representaram a Escola Municipal Celestino Pimentel
com um desfile grandioso que envolveu tanto os alunos e seus pais como
também os professores, coordenadores e todo o corpo educacional da escola e
comunidade.
Participação no desfile da escola no dia 03/09/14
Participação no desfile da escola no dia 03/09/14
A escola é um dos lugares aos quais se confia uma visão idealista da
cidadania, e o corpo docente contribui para isso. Resgatar valores sociais,
defender o amor à pátria e o orgulho pela sua bandeira e sua escola foram
objetivos e sentimentos observados durante a semana da realização do desfile
cívico do 7 de setembro desenvolvido por esta Escola. A possibilidade de o
25
colégio participar do desfile tornou um momento agradável o qual envolveu
todo o corpo docente da escola. Os alunos estudaram o Hino Nacional, como
também aprenderam a lição de como se portar durante a realização do desfile.
Os alunos participavam dos ensaios no contra turno da aula, e esta ideia foi
bem aceita pela maioria dos alunos. O momento mais esperado por alguns
alunos foram as aulas de música, nos quais puderam aprender a tocar
instrumentos e aprender os passos para o desfile da escola no bairro,
ganhando assim, formação cultural e cívica, em vez de ficarem na rua, além de
aprendem a respeitar o outro.
O ensaio para o desfile de 7 de setembro se intensificou a medida que
se aproximava da data, existindo uma empolgação muito grande por parte dos
alunos. A comunidade e os pais dos alunos participaram desse projeto, e este
momento foi de suma importância para a Escola por desenvolver um espaço
social para mostrar o trabalho que vem realizando na comunidade.
No último dia da regência, a professora titular informou que nossa aula
seria no laboratório de ciências. Assim sendo, reajustei meu plano de aula para
ser realizado não na sala convencional, mas utilizando os materiais do
laboratório de Ciências. Um planejamento é a projeção de uma prática na sala
de aula. Ele contribui para orientar uma ação em busca de resultados. No caso
do ensino, planejar envolve decidir sobre o quê e o como ensinar, por isso o
planejamento deve ser flexível, visto que o professor precisa ter consciência de
que alguns imprevistos podem surgir, e foi isso que aconteceu no último dia de
regência.
Aula no laboratório de Ciências,
último dia da regência, 10/09/14
26
Neste dia foi trabalhado o conceito de animais vertebrados e
invertebrados, e assim, ao fazer a dinâmica com os alunos sobre os nomes dos
animais que estavam dentro dos potes de vidro, foi realizado um gancho e
trabalhado o gênero do substantivo, ou seja, o masculino e feminino desses
animais, escrevendo no quadro, e separando-os em duas colunas.
A interdisciplinaridade é uma ligação entre o entendimento das
disciplinas nas suas mais variados conceitos, apresentando o propósito de
promover a interação entre o aluno e o professor, estabelecendo uma
comunicação entre disciplinas. Ou seja, o exercício interdisciplinar é
considerado uma integração de conteúdos entre disciplinas do currículo
escolar. Assim, como os alunos já tinham estudado os sinônimos e antônimos,
masculinos e femininos nas atividades propostas em sala, nos conteúdos da
disciplina de Língua Portuguesa, foi feito uma adaptação da atividade
envolvendo conteúdo desta disciplina com a disciplina de
Ciências,
transformando o conteúdo de classificação dos animais dos grupos dos
vertebrados e invertebrados com o conteúdo da disciplina de Língua
Portuguesa.
27
IV – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Estágio na Escola Municipal Celestino Pimentel, me trouxe reflexões a
respeito da educação no Ensino Fundamental das escolas públicas. Feitas as
observações dos alunos, concluí que eles possuem um conhecimento
linguístico distinto, ou seja, na turma há alunos que a compreensão de escrita,
oralidade e interpretação textual apresentam diferentes níveis. Há alunos que
necessitam de um acompanhamento mais preciso, entretanto seguem um
estilo comportamental semelhante, devido padrões social, cultural e econômico
no qual estão inseridas.
Sei que na escola o aluno tem contato direto com os livros, porém não
deveria ser de responsabilidade única dela este contato, uma vez que os
próprios pais podem também iniciar seus filhos na leitura. Contudo, esse
costume não acontece em todas as casas. Daí que muitos alunos chegam a
escola sem a leitura de um livro se quer. Quando isso ocorre, a postura do
professor para a iniciação dos alunos nesta competência é extremamente
significativa. Na turma do 3º ano do ensino fundamental na qual desenvolvi a
regência, foram observadas essas características. Vários dos alunos
apresentavam dificuldades na leitura e na escrita e por isso foi priorizada a
prática de leitura, já que ela não é uma atividade natural para estes alunos.
E foi por entender que a leitura é de suma importância para o convívio
social do aluno que foi escolhido trabalhar continuamente com a leitura,
oralidade e a interpretação textual. Estimulando a interação dos alunos com o
texto, fazendo-os buscar informações a respeitos dos livros e fazendo o uso de
estratégias adequadas para a apropriação do conhecimento dos conteúdos da
Língua Portuguesa. Daí a importância da leitura dos livros paradidáticos nas
series iniciais do Ensino Fundamental, pois ela pretende formar não apenas o
gosto pela leitura e pelo mundo na imaginação, mas também o hábito de ler.
Ao final do estágio, observei que os alunos já identificavam os gêneros
do substantivo em textos e frases, que são capazes de inserir masculino e
feminino em seu vocabulário ativo, e melhoraram a capacidade de ler, escrever
e compreender o significado das palavras e se utilizam a linguagem para
expressar ideias, considerando a linguagem das outras pessoas. Isso foi feito
28
através das diferentes atividades realizadas. Porém, não me esqueci que a
avaliação da atividade deve ser feita durante seu desenvolvimento, ou seja,
observei a interação entre os alunos, as facilidades e dificuldades encontradas
durante as atividades propostas.
Durante o estágio supervisionado é possível a aplicação e concretização
dos conhecimentos teóricos obtidos durante o curso é a oportunidade para os
professores em formação exercitem os princípios de cidadania e de
responsabilidade social, para que todas as atividades pedagógicas sejam
desenvolvidas de forma coerente e fundamental fez-se necessário a orientação
do professor. Para tanto, a prática na formação docente auxilia a compreensão
entre teoria e a realidade escolar, pois tendo reflexão na prática haverá a busca
de conhecimentos teóricos, os quais contribuirão para a prática. Portanto, foi
através do estágio que me deparei com a experiência da realidade em sala de
aula e pude refletir sobre minha prática pedagógica.
Conclui, assim, que o Estágio Supervisionado nos cursos de formação
de professores, constitui como via fundamental ao possibilitar que os futuros
professores compreendam a complexidade das práticas institucionais e das
ações aí praticadas como alternativa no preparo para a inserção profissional e
que essa experiência me revelou que as atividades desenvolvidas pelos
valorizaram os conhecimentos adquiridos para um aprendizado significativo e
contextualizado, utilizando temas que envolvessem os alunos e que os
motivassem durante o processo de ensino e aprendizagem.
.
29
IV – REFERÊNCIAS
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Paulo: Parábola Editorial, 2003.
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Muito além da gramática: por um ensino de línguas sem perdas no caminho.
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Fundamental: Língua Portuguesa. Brasília/DF: MEC/SEF.
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30
ZABALA, Antoni. A prática educativa: como ensinar. Tradução: Ernani Rosa.
Porto Alegre: Artmed, 1998.
______ Enfoque globalizador e pensamento complexo: uma proposta para
o currículo escolar. Porto Alegre: Artmed Editora. 2002.
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