A RELAÇÃO AMOR, AMIZADE E DESEJO NA RETOMADA DO LISIS NO BANQUETE Márjore Mariana Lima LACERDA (Bolsista PIBIC/UFPA-AF) – [email protected] Curso de Filosofia, Faculdade de Filosofia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas Profa. Dra. Jovelina Maria Ramos de Souza (Orientador) – [email protected] Curso de Filosofia, Faculdade de Filosofia, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas O Plano de Trabalho, “A relação amor, amizade e desejo na retomada do Lísis no Banquete”, foi desenvolvido em duas etapas, nas quais empreendemos a tarefa de abordar a temática envolvendo a relação de oposição e afinidade entre amor e amizade, mediada pela noção de desejo, utilizando como referência teórica dois diálogos platônicos, o Banquete e o Lísis. No desenvolvimento da primeira fase de nossa pesquisa, tomamos como ponto de partida para nosso debate, o Banquete, cujo tema central é o amor (eros). Nosso enfoque do diálogo, restringiu-se ao elogio do primeiro orador, Fedro, e, mais especificamente, às imagens de Pátroclo e Aquiles, destacando que a relação entre os dois heróis homéricos, ao longo dos tempos, tornou-se fonte de diversas especulações, já que na Ilíada, Homero não enfatiza o contexto erótico dessa relação, tal como encontramos na fala de Fedro, dando especial atenção a manifestação de uma afecção caracterizada pela reciprocidade, que pode ser caracterizada como amizade (philia). Na segunda fase de nossa pesquisa, enfatizamos no diálogo Lísis, cujo tema é a amizade (philia), a relação ambígua entre desejo e amizade, nas teses apresentadas por Sócrates, ao longo do debate com Lísis. A conexão entre amor, amizade e desejo, no Banquete, se concretiza na definição do amor, apresentada por Sócrates/Diotima, como o desejo daquilo que não se tem, que introduz a noção de carência como causa necessária para se atingir o que é belo, e que se deseja incessantemente alcançar. De maneira similar, no Lísis, a amizade é representada como o desejo que direciona um amigo a outro em busca do primeiro amigo (protos philos). Na aproximação entre os dois diálogos, notamos como a abordagem acerca das noções de amor, amizade e desejo, norteiam todo o discurso interpretativo acerca da atividade filosófica, marcando a importância desses elementos no processo de compreensão do que seja o próprio fazer filosófico, que caracteriza a discursividade do filósofo, nos moldes socráticoplatônicos. Palavras-chave: Platão. Amor. Amizade. Título do Projeto do Orientador: A RECEPÇÃO DO DRAMA GREGO: DIÁLOGOS ENTRE A ANTIGUIDADE E A MODERNIDADE Grande-área: Ciências Humanas Área: Filosofia Subárea: Filosofia Antiga