FATEBOV – Antropologia Cultural

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– Antropologia Cultural
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FATEBOV
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Programa de Convalidação de Bacharel em Teologia
FACIBA – Faculdade de Ciências da Bahia
FUNDAMENTOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS
Carga Horária: 40horas-aula
EMENTA
Análise do fenômeno educativo e suas múltiplas inferfaces: política, cultural, social,
econômica etc, por meio do resgate das concepções do homem e da sociedade em que ele
esta inserido e diante das relações com as transformações do mundo do trabalho, a partir
das referências teóricas
construídas
no âmbito das ciências humanas e sócias, numa
perspectiva interdisciplina , caracterizada pelas interfaces entre os enfoques sociológicos,
antropológico e psicológico.
OBJETIVOS
Compreender os princípios que regem os fatos sociais e distinguir as formas de organização da
sociedade em sistemas integrados.
Possibilitar ao aluno o contato com as formulações teóricas e práticas das áreas de
sociologia e antropologia na educação acerca do fenômeno educacional e dos
determinantes sócio-culturais do espaço escolar.
Desenvolver o raciocínio sociológico e o olhar antropológico essencial ao exercício da
licenciatura.
Discutir, em nível introdutório, a produção do conhecimento sociológico e
antropológico, considerando os fundamentos histórico-sociais e a especificidade e
complexidade do estudo científico dos fenômenos sociais.
Discutir os conceitos fundamentais da Teoria Sociológica e antropológica necessários
à compreensão e análise explicativa da realidade social.
Discutir os principais processos envolvidos na formação e dinâmica da sociedade,
com ênfase na natureza, reprodução e transformação da sociedade de classe.
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Módulo – Fundamentos Sócio-Antropológicos
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CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Fundamentos sociológicos. Antropologia cultural: definição; evolução histórica
O que é sociologia, sua origem, seus principais conceitos
Cultura: conceito, função da cultura, cultura e sub-cultura; cultura popular; o folclore
Racionalidade e conhecimento: as diversas etapas do conhecimento.
Conhecimento científico e conhecimento popular
Objeto e método da sociologia da educação.
Educação, escola e sociedade
O que é antropologia
Conceitos básicos
O campo e a abordagem da antropologia – o método etnográfico
O que é cultura. Cultura x Natureza
A alteridade e o etnocentrismo
A cultura condicionante da visão do mundo do homem
Desenvolvimento do sócio-antropológico
Trajetória histórica do surgimento da ciência. O postivismo. Augusto Comte
2.2 - Herbert Spencer
A contribuição de Emile Durkaheim para o estudo da educação
2.3 - Êmile Durkheim
2.4 - Karl Marx e Friedrick Engels
A escola e a estratificação social. A alienação em Karl Marx
Louis Althusser e os aparelhos ideológicos de Estado
Desafios da realidade sócio-cultural contemporânea
5.1- Neoliberalismo
5.2- Globalização
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ÍNDICE
1. FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS
5
1.1. Correntes Sociológicas
8
1.2. A ciência da sociologia
10
1.3. Comparação com outras Ciências Sociais
11
1.4. Sociologia da Ordem e Sociologia da Crítica da Ordem
12
1.5. A evolução da sociologia como disciplina
12
1.6. Áreas de estudo em Sociologia
13
2. ANTROPOLOGIA CULTURAL
15
2.1-.Definições
15
2.2. Evolução Histórica
16
3. ANTROPOLOGIA FÍSICA
16
4. CULTURA
18
4.1. Conceito
18
4.2. Função da Cultura
20
4.3. Cultura e Sub-cultura
22
4.4. Cultura Popular
25
4.5. O Folclore
27
5. ORIENTAÇÃO PARA ESTUDOS
30
6. BIBLIOGRAFIA
31
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1. FUNDAMENTOS SOCIOLÓGICOS
Interações sociais e suas consequências são interesses comuns na sociologia. A Sociologia
é uma ciência que estuda o comportamento humano e os meios de comunicação em função
do meio e os processos que interligam o indivíduo em associações, grupos e instituições.
Enquanto o indivíduo na sua singularidade é estudado pela Psicologia, a Sociologia estuda
os fenômenos que ocorrem quando vários indivíduos se encontram em grupos de tamanhos
diversos, e interagem no seu interior.
Os resultados da pesquisa sociológica não são de interesse apenas de sociólogos. Cobrindo
todas as áreas do convívio humano — desde as relações na família até a organização das
grandes empresas, o papel da política na sociedade até o comportamento religioso — a
Sociologia pode vir a interessar, em diferentes graus de intensidade, a administradores,
políticos, empresários, juristas, professores em geral, publicitários, jornalistas, planejadores,
sacerdotes, mas, também, ao homem comum. Entretanto, o maior interessado na produção e
sistematização do conhecimento sociológico é o Estado, normalmente o principal financiador
da pesquisa desta disciplina científica.
Assim como toda ciência, a Sociologia pretende explicar a totalidade do seu universo de
pesquisa. Ainda que esta tarefa não seja objetivamente alcançável, é tarefa da Sociologia
transformar as malhas da rede com a qual a ela capta a realidade social cada vez mais
estreitas. Por essa razão, o conhecimento sociológico, através dos seus conceitos, teorias e
métodos, pode constituir para as pessoas um excelente instrumento de compreensão das
situações com que se defrontam na vida quotidiana, das suas múltiplas relações sociais e,
conseqüentemente, de si mesmas como seres inevitavelmente sociais.
A Sociologia ocupa-se, ao mesmo tempo, das observações do que é repetitivo nas relações
sociais, para daí formular generalizações teóricas, como também de eventos únicos e
sujeitos à inferência sociológica, como o surgimento do capitalismo ou a gênese do Estado
Moderno, para explicá-los no seu significado e importância singular.
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A Sociologia surgiu como uma disciplina no século XIX, na forma de uma resposta
acadêmica para um desafio de modernidade: se o mundo está ficando mais integrado, a
experiência de pessoas do mundo é crescentemente atomizada e dispersada. Sociólogos
não só esperavam entender o que unia os grupos sociais, mas também desenvolver um
"antídoto" para a desintegração social.
Hoje os sociólogos pesquisam macroestruturas inerentes à organização da sociedade, como
raça ou etnicidade, classe e gênero, além de instituições como a família; processos sociais
que representam divergência, ou desarranjos, nestas estruturas, inclusive crime e divórcio. E
pesquisam os microprocessos como relações interpessoais. Sociólogos fazem uso freqüente
de técnicas quantitativas de pesquisa social (como a estatística) para descrever padrões
generalizados nas relações sociais. Isto ajuda a desenvolver modelos que possam entender
mudanças sociais e como os indivíduos responderão a essas mudanças. Em alguns campos
de estudo da Sociologia, as técnicas qualitativas — como entrevistas dirigidas, discussões
em grupo e métodos etnográficos — permitem um melhor entendimento dos processos
sociais de acordo com o objetivo explicativo.
Os cursos de técnicas quantitativas/qualitativas servem, normalmente, a objetivos
explicativos distintos ou dependem da natureza do objeto explicado por certa pesquisa
sociológica: o uso das técnicas quantitativas é associado às pesquisas macro-sociólogicas;
as qualitativas, às pesquisas micro-sociológicas. Entretanto, o uso de ambas as técnicas de
coleta de dados pode ser complementar, uma vez que os estudos micro-sociológicos podem
estar associados ou ajudarem no melhor entendimento de problemas macro-sociológicos
(ver: Elias, Norbert. Os Estabelecidos e os Outsiders. Rio de Janeiro, Jorger Zahar Ed., 2000.
Introdução e cap. 1, pp. 19-60).
A Sociologia é uma área de interesse muito recente, mas foi a primeira ciência social a se
institucionalizar. Antes, portanto, da Ciência Política e da Antropologia.
Em que pese o termo Sociologie tenha sido criado por Auguste Comte, que esperava unificar
todos os estudos relativos ao homem — inclusive a História, a Psicologia e a Economia,
Montesquieu também pode ser encarado como um dos fundadores da Sociologia - talvez
como o último pensador clássico ou o primeiro pensador moderno.
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Em Comte, seu esquema sociológico era tipicamente positivista, (corrente que teve grande
força no século XIX), e ele acreditava que toda a vida humana tinha atravessado as mesmas
fases históricas distintas e que, se a pessoa pudesse compreender este progresso, poderia
prescrever os remédios para os problemas de ordem social.
As transformações econômicas, políticas e culturais ocorridas no século XVIII, como as
Revoluções Industrial e Francesa, colocaram em destaque mudanças significativas da vida
em sociedade com relação a suas formas passadas, baseadas principalmente nas tradições.
A Sociologia surge no século XIX como forma de entender essas mudanças e explicá-las. No
entanto, é necessário frisar, de forma muito clara, que a Sociologia é datada historicamente e
que o seu surgimento está vinculado à consolidação do capitalismo moderno.
Esta disciplina marca uma mudança na maneira de se pensar a realidade social,
desvinculando-se das preocupações especulativas e metafísicas e diferenciando-se
progressivamente enquanto forma racional e sistemática de compreensão da mesma.
Assim é que a Revolução Industrial significou, para o pensamento social, algo mais do que a
introdução da máquina a vapor. Ela representou a racionalização da produção da
materialidade da vida social.
O triunfo da indústria capitalista foi pouco a pouco concentrando as máquinas, as terras e as
ferramentas sob o controle de um grupo social, convertendo grandes massas camponesas
em trabalhadores industriais. Neste momento, se consolida a sociedade capitalista, que
divide de modo central a sociedade entre burgueses (donos dos meios de produção) e
proletários (possuidores apenas de sua força de trabalho). Há paralelamente um aumento do
funcionalismo do Estado que representa um aumento da burocratização de suas funções e
que está ligado majoritariamente aos estratos médios da população.
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O quase desaparecimento dos pequenos proprietários rurais, dos artesãos independentes, a
imposição de prolongadas horas de trabalho, e etc., tiveram um efeito traumático sobre
milhões de seres humanos ao modificar radicalmente suas formas tradicionais de vida.
Não demorou para que as manifestações de revolta dos trabalhadores se iniciassem.
Máquinas foram destruídas, atos de sabotagem e exploração de algumas oficinas, roubos e
crimes, evoluindo para a criação de associações livres, formação de sindicatos e movimentos
revolucionários.
Este fato é importante para o surgimento da Sociologia, pois colocava a sociedade num
plano de análise relevante, como objeto que deveria ser investigado tanto por seus novos
problemas intrínsecos, como por seu novo protagonismo político já que junto a estas
transformações de ordem econômica pôde-se perceber o papel ativo da sociedade e seus
diversos componentes na produção e reprodução da vida social, o que se distingue da
percepção de que este papel seja privilégio de um Estado que se sobrepõe ao seu povo.
O surgimento da Sociologia prende-se em parte aos desenvolvimentos oriundos da
Revolução Industrial, pelas novas condições de existência por ela criada. Mas uma outra
circunstância concorreria também para a sua formação. Trata-se das modificações que
vinham ocorrendo nas formas de pensamento, originada pelo Iluminismo. As transformações
econômicas, que se achavam em curso no ocidente europeu desde o século XVI, não
poderiam deixar de provocar modificações na forma de conhecer a natureza e a cultura.
1.1. Correntes Sociológicas
Porém, a Sociologia não é uma ciência de apenas uma orientação teórico-metodológica
dominante. Ela traz diferentes estudos e diferentes caminhos para a explicação da realidade
social. Assim, pode-se claramente observar que a Sociologia tem ao menos três linhas
mestras explicativas, fundadas pelos seus autores clássicos, das quais podem se citar, não
necessariamente em ordem de importância: (1) a Positivista-Funcionalista, tendo como
fundador Auguste Comte e seu principal expoente clássico em Émile Durkheim, de
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fundamentação analítica; (2) a sociologia compreensiva iniciada por Max Weber, de matriz
teórico-metodológica hermenêutico-compreensiva; e (3) a linha de explicação sociológica
dialética, iniciada por Karl Marx que mesmo não sendo um sociólogo e sequer se
pretendendo a tal, deu início a uma profícua linha de explicação sociológica.
Estas três matrizes explicativas, originadas pelos seus três principais autores clássicos,
originaram quase todos os posteriores desenvolvimentos da Sociologia, levando à sua
consolidação como disciplina acadêmica já no início do século XX. É interessante notar que
a sociologia não se desenvolve apenas no contexto europeu. Ainda que seja relativamente
mais tardio seu aparecimento nos Estados Unidos, ele se dá, em grande medida, por
motivações diferentes que as da velha Europa (mas certamente influenciada pelos europeus,
especialmente pela sociologia britânica e positivista de Herbert Spencer). Nos EUA a
Sociologia esteve de certo modo "engajada" na resolução dos "problemas sociais", algo bem
diverso da perspectiva acadêmica européia, especialmente a teuto-francesa. Entre os
principais nomes do estágio inicial da sociologia norte-americana, podem ser citados: William
I. Thomas, Robert E. Park, Martin Bulmer e Roscoe C. Hinkle.
A Sociologia, assim, vai debruçar-se sobre todos os aspectos da vida social. Desde o
funcionamento de estruturas macro-sociológicas como o Estado, a classe social ou longos
processos históricos de transformação social ao comportamento dos indivíduos num nível
micro-sociológico, sem jamais esquecer-se que o homem só pode existir na sociedade e que
esta, inevitavelmente, lhe será uma "jaula" que o transcenderá e lhe determinará a
identidade. Para compreender o surgimento da sociologia como ciência do século XIX, é
importante perceber que, nesse contexto histórico social, as ciências teóricas e
experimentais desenvolvidas nos séculos XVII, XVIII e XIX inspiraram os pensadores a
analisar as questões sociais, econômicas, políticas, educacionais, psicológicas, com enfoque
científico.
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1.2. A ciência da sociologia
Ainda que a Sociologia tenha emergido em grande parte da convicção de Comte de que ela
eventualmente suprimiria todas as outras áreas do conhecimento científico, hoje ela é mais
uma entre as ciências.
Atualmente, ela estuda organizações humanas, instituições sociais e suas interações sociais,
aplicando mormente o método comparativo. Esta disciplina tem se concentrado
particularmente em organizações complexas de sociedades industriais.
Ao contrário das explicações filosóficas das relações sociais, as explicações da Sociologia
não partem simplesmente da especulação de gabinete, baseada, quando muito, na
observação casual de alguns fatos. Muitos dos teóricos que almejavam conferir à sociologia
o estatuto de ciência, buscaram nas ciências naturais as bases de sua metodologia já mais
avançada, e as discussões epistemológicas mais desenvolvidas. Dessa forma foram
empregados métodos estatísticos, a observação empírica, e um ceticismo metodológico a fim
de extirpar os elementos "incontroláveis" e "dóxicos" recorrentes numa ciência ainda muito
nova e dada a grandes elucubrações. Uma das primeiras e grandes preocupações para com
a sociologia foi eliminar juízos de valor feitos em seu nome. Diferentemente da ética, que visa
discernir entre bem e mal, a ciência se presta à explicação e à compreensão dos fenômenos,
sejam estes naturais ou sociais.
Como ciência, a Sociologia tem de obedecer aos mesmos princípios gerais válidos para
todos os ramos de conhecimento científico, apesar das peculiaridades dos fenômenos
sociais quando comparados com os fenômenos de natureza e, conseqüentemente, da
abordagem científica da sociedade. Tais peculiaridades, no entanto, foram e continuam
sendo o foco de muitas discussões, ora tentando aproximar as ciências, ora afastando-as e,
até mesmo, negando às humanas tal estatuto com base na inviabilidade de qualquer controle
dos dados tipicamente humanos, considerados por muitos, imprevisíveis e impassíveis de
uma análise objetiva.
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1.3. Comparação com outras Ciências Sociais
No começo do século XX, sociólogos e antropólogos que conduziam estudos sobre
sociedades não-industrializadas ofereceram contribuições à Antropologia. Deve ser notado,
entretanto, que mesmo a Antropologia faz pesquisa em sociedades industrializadas; a
diferença entre Sociologia e Antropologia tem mais a ver com os problemas teóricos
colocados e os métodos de pesquisa do que com os objetos de estudo.
Quanto a Psicologia social, além de se interessar mais pelos comportamentos do que pelas
estruturas sociais, ela se preocupa também com as motivações exteriores que levam o
indivíduo a agir de uma forma ou de outra. Já o enfoque da Sociologia é na ação dos grupos,
na ação geral.
Já a Economia diferencia-se da Sociologia por estudar apenas um aspecto das relações
sociais, aquele que se refere a produção e troca de mercadorias. Nesse aspecto, como
mostrado por Karl Marx e outros, a pesquisa em Economia é freqüentemente influenciada por
teorias sociológicas.
Por fim, a Filosofia social intenta criar uma teoria ou "teorias" da sociedade, objetivando
explicar as variâncias no comportamento social em suas ordens moral, estética e históricas.
Esforços nesse sentido são visíveis nas obras de modernos teóricos sociais, reunindo um
arcabouço de conhecimento que entrelaça a filosofia hegeliana, kantista, a teoria social de
Marx e, ao mesmo tempo, Max Weber, utilizando-se de valores morais e políticos do
iluminismo liberal mesclados com os ideais socialistas. À primeira vista, talvez, seja complexo
apreender tal abordagem. Entretanto, as obras de Max Horkheimer, Theodor Adorno, Jürgen
Habermas, entre outros, representam uma das mais profícuas vertentes da filosofia social,
representada por aquilo que ficou conhecido como Teoria Crítica ou, como mais
popularmente se diz, Escola de Frankfurt.
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1.4. Sociologia da Ordem e Sociologia da Crítica da Ordem
A Sociologia, em vista do tipo de conhecimento que produz, pode servir a diferentes tipos de
interesses.
A produção sociológica pode estar voltada para engendrar uma forma de conhecimento
comprometida com emancipação humana. Ela pode ser um tipo de conhecimento orientado
no sentido promoção do melhor entendimento dos homens acerca de si mesmos, para
alcançar maiores patamares de liberdades políticas e de bem-estar social.
Por outro lado, a Sociologia pode ser orientada como uma 'ciência da ordem', isto é, seus
resultados podem ser utilizados com vistas à melhoria dos mecanismos de dominação por
parte do Estado ou de grupos minoritários, sejam eles empresas privadas ou Centrais de
Inteligência, à revelia dos interesses e valores da comunidade democrática com vistas a
manter o status quo.
As formas como a Sociologia pode ser uma 'ciência da ordem' são diversas. Ela pode partir
desde a perspectiva do sociólogo individual, submetendo a produção do conhecimento não
ao progresso da ciência por si ou da sociedade, mas aos seus interesses materiais
imediatos. Há, porém, o meio indireto, no qual o Estado, como principal ente financiador de
pesquisas nas áreas da sociologia escolhe financiar aquelas pesquisas que lhe renderam
algum tipo de resultado ou orientação estratégicas claras: pode ser tanto como melhor
controlar o fluxo de pessoas dentro de um território, como na orientação de políticas públicas
promovidas nem sempre de acordo com o interesse das maiorias ou no respeito às minorias.
Nesse sentido, o uso do conhecimento sociológico é potencialmente perigoso, podendo
mesmo servir à finalidades anti-democráticas, autoritárias e arbitrárias.
1.5. A evolução da sociologia como disciplina
A sociologia no mundo foi se mostrando presente em várias datas importantes desde as
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grandes revoluções, desde lá cada vez mais foi de fundamental participação para a
sociedade mundial e também brasileira.
Desde o início a sociologia vem se preocupando com a sociedade no seu interior, isto diz
respeito, por exemplo, aos conflitos entre as classes sociais. Na América Latina, por
exemplo, a sociologia sofreu influencias americanas e européias, na medida em que as suas
preocupações passam a ser o subdesenvolvimento, ela vai sofrer influências das teorias
marxistas.
No Brasil nas décadas de 20 e 30 a sociologia estava num estudo sobre a formação da
sociedade brasileira, e analisando temas como abolição da escravatura, êxodos, e estudos
sobre índios e negros. Nas décadas seguintes de 40 e 50 a sociologia voltou para as classes
trabalhistas tais como salários e jornadas de trabalho, e também comunidades rurais. Na
década de 60 a sociologia se preocupou com o processo de industrialização do país, nas
questões de reforma agrária e movimentos sociais na cidade e no campo e a partir de 1964 o
trabalho dos sociólogos se voltou para os problemas sócio-políticos e econômicos originados
pela tensão de se viver em um país cuja forma de poder é o regime militar.
Na década de 80 a sociologia finalmente volta a ser disciplina no ensino médio,e também
ocorreu a profissionalização da sociologia. Além da preocupação com a economia política e
mudanças sociais apropriadas com a instalação da nova republica, voltam também em
relação ao estudo da mulher, ao trabalhador rural, e outros assuntos culminantes.
1.6. Áreas de estudo em Sociologia
Os sociólogos estudam uma variedade muito grande de assuntos. Segue uma pequena lista
de áreas e tópicos de estudo na Sociologia.
Demografia social
Micro-sociologia
Sociologia ambiental
Sociologia da arte
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Sociologia do conhecimento
Sociologia da ciência
Sociologia da cultura
Sociologia econômica
Sociologia da comunicação
Desenvolvimento econômico
Sociologia das Organizações
Sociologia da educação
Sociologia das histórias em quadrinhos
Sociologia industrial
Sociologia jurídica
Sociologia médica
Sociologia do esporte
Sociologia política
Sociologia das relações de gênero
Sociologia da religião
Sociologia rural
Sociologia do trabalho
Sociologia urbana
Sociologia da Violência e da Criminalidade .
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2. ANTROPOLOGIA CULTURAL
2.1. Definições
Segundo o Dicionário de Antropologia: “é o corpo de disciplinas que se
consagram ao estudo dos grupos humanos sob o prisma dos tipos físicos e
biológicos e sob o prisma das formas de civilização sem escrita atualmente
existentes... é a ciência do homem tomado na totalidade das suas manifestações
e das suas dimensões”.
O termo “Antropologia” vem do grego antropos = homem e logia =
estudo. Daí a definição de que antropologia é o estudo, ou tratado do homem. É
a ciência que estuda o homem. Etimologicamente significa o ramo dos saber que
tem por objeto de estudo, o homem.
Segundo Broca, “antropologia é a ciência que tem por objeto o grupo
humano, considerado no seu conjunto, nos seus pormenores e nas suas relações
com o resto da natureza”.
Já para Lehman Nitsche, “a antropologia é o estudo físico e psíquico do
gênero humano, no ponto de vista comparado”. Isto é, comparativamente com os
outros animais e das raças humanas entre si.
O professor Mendes Corrêa enunciou, dizendo que “ a antropologia estuda
os caracteres humanos, físicos e psíquicos, que tem sob o triplo ponto de vista:
a) Da posição do homem na escala zoológica;
b) Da origem do homem e conhecimento dos primeiros hominídeos;
c) Da classificação das raças, povos e tipos humanos.”
Em poucas palavras e de uma maneira simples, definimos antropologia
como a ciência que estuda o homem, e tudo que o envolve, física e
psiquicamente.
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2.2. Evolução Histórica
A antropologia começou a desenvolver-se especificamente como ciência na
segunda metade do século XIX, num momento histórico em que as coleções
etnológicas, antes meras curiosidades de particulares, passavam a constituir
verdadeiros museus, e em que os conhecimentos da cultura européia sobre
outros povos começavam a ser sistematizados e submetidos a revisões
metódicas.
O aparecimento do darwinismo, com o debate sobre a origem do homem,
suscitou o início do estudo comparativo das diversas línguas; esse fator e o
interesse em conhecer a história de outras culturas distanciadas da Europa
fizeram convergir os esforços dos pesquisadores, até que se aglutinassem numa
só ciência - a antropologia - as descobertas, os procedimentos, os métodos e os
achados de muitas outras que, sob ângulos diversos, empreenderam o estudo das
sociedades humanas.
Ao longo de duas décadas, entre 1840 e 1860, apareceram sucessivamente
as sociedades antropológicas de Londres, dos Estados Unidos e de Paris, as quais
agrupavam peritos oriundos de variados campos - zoologia, fisiologia, geografia,
geologia, lingüística e outras ciências -, unidos no interesse comum pelo estudo
homem.
3. ANTROPOLOGIA FÍSICA
Como se viu, na segunda metade do século XIX ficou bem clara uma
primeira diferenciação dos estudos antropológicos entre os que se referiam ao
homem como ser social e os que o tomavam como objeto de estudo do ponto de
vista de suas características biológica. Desde então, a antropologia física se
desenvolveu em torno de dois objetivos principais: de um lado, o desejo de
encontrar o lugar que o homem ocupa dentro da classificação animal, e averiguar
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sua história natural. De outro, a intenção de oferecer uma definição inequívoca
das diversas categorias em que se pode dividir o conjunto do gênero humano, de
acordo com as diferenças biológicas que os homens apresentam entre si.
O primeiro desses objetivos se traduziu na tentativa por parte dos
pesquisadores, de reconstruir a linha evolutiva que teria vindo dos primatas até o
homem. Foi essa tarefa que se popularizou, na segunda metade do século XIX,
com o nome de “busca do elo perdido”. No século XX, a matéria adquiriu um
caráter mais científico e se vinculou estreitamente com a paleontologia ou estudo
dos fósseis. Importantes descobertas de “homens macacos”, primeiro na África
oriental, permitiram um conhecimento mais precioso da evolução dos hominídeos.
Destacaram-se nesse nesses trabalhos antropólogos como os da família
queniana Leaky (Louis Seymour Blazett e Mary, assim como o filho do casal,
Richard) e o americano D. C. Johanson. Curiosamente, essa disciplina adquiriu tal
importância nos países da Europa continental, tais pesquisas não costumam ser
consideradas propriamente antropológicas e são classificadas como uma forma de
paleontologia, a qual é vista como um instrumento da outra.
De qualquer modo, realizaram-se classificações raciais bastante complexas,
mais que logo demonstrariam sua insuficiência, já que se guiavam basicamente
pelo critério de dar importância maior aos traços mais visíveis do corpo humano formato do rosto, cor da pele etc. - que não são necessariamente os traços
diferenciadores mais importantes.
Por volta de 1900, desencavaram-se os velhos trabalhos de Mendel sobre a
hereditariedade, publicados 35 anos antes, e rapidamente a ciência da genética
ganhou enorme vigor. Por outro lado, a descoberta dos grupos sangüíneos,
seguida de muito perto pelas outras relativas às características bioquímicas do
corpo humano, pôs a descoberto a superficialidade das classificações raciais
baseadas nas características morfológicas externas.
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4. CULTURA
4.1. Conceito
Proveniente de “culto”, que significa atitude de veneração e respeito à coisa
alguma ou alguém, a cultura é o conjunto de atitudes e modos de agir
característicos do homem, que exerce no meio e/ou em os mesmos visando uma
transformação de forma a melhorar sua condição de vida. A cultura se transmite
de uma a outra geração, formando um sistema de comportamentos humanos.
Mas não é só isso. Cultura e o conjunto de conhecimentos de alguém;
instrução.
Como podemos ver, a cultura e empregada em dois sentidos principais:
a) Sentido absoluto, filosófico e pedagógico: Diferencia de civilização, designa a
vida intelectual de pensamento crítico e reflexivo de um indivíduo, de uma
época ou de um país.
b) Sentido relativo, antropológico, sociológico, etnográfico: Designa aquele
conjunto de estilos, de métodos, de valores materiais juntamente com os
morais que caracterizam um povo ou sociedade. Compreende por um lado, um
acervo de objetos, utensílios e instrumentos. E, por outro lado, um conjunto
de hábitos corporais ou mentais que servem direta ou indiretamente para a
satisfação de necessidades humanas.
Muitos podem perguntar: Qual é a melhor cultura? Ou, existe uma cultura
modelo? A resposta é que não há cultura melhor que a outra.
Não podemos dizer que um “civilizado” é melhor que um índio nativo. O
conceito de certo e errado para um “civilizado” é diferente para um nativo. Os
valores e os padrões podem ser diferentes e não serem errados, piores ou
melhores. Tudo depende do ponto de vista cultural de cada um.
É muito comum acharmos que nossa cultura é melhor que uma outra,
baseando apenas no nosso conceito, daquilo que nos rodeia e que nos é comum.
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Com os padrões de comportamento predominantes nas relações entre
animais não-humanos são transmitidos pela herança biológica, usa-se denominar,
a exemplo de Kingsley Davis, essas sociedades de sistemas biossociais. As formas
de organização das relações sociais entre os homens, pelo fato de elas se
basearem em padrões artificiais, não derivados das características orgânicas
específicas da nossa espécie, são classificadas como sistemas bio-sócio-culturais,
segundo a denominação do mesmo sociólogo, pois o que caracteriza a sociedade
humana é precisamente a cultura. Mas o que significa cultura para o cientista
social?
O sentido sociológico da palavra cultura não é o mesmo da linguagem do
senso comum. Na linguagem cotidiana, a palavra cultura é empregada com vários
significados. Ora significa erudição, grande soma de conhecimentos, quando, por
exemplo, se diz que “fulano tem cultura”, ora
significa determinado tipo de
realização humana, como a arte, a ciência e a filosofia. Isto sem falar no sentido
agrícola original da expressão. Já, o sentido sociológico dessa palavra não se
limita a essas acepções. É, no entanto, tão amplo que não exclui nenhum desses
significados. Na linguagem sociológica, cultura é tudo que resulta da criação
humana. A cultura, portanto, tanto compreende idéias quanto artefatos. É
clássica a definição de Edward B. Tylor: “Um todo complexo que abarca
conhecimentos, crenças, artes, moral, leis, costumes e outras capacidades
adquiridas pelo homem como integrante da sociedade.” O que deve ser
ressaltado nessa definição é a indicação de que a cultura compreende todas as
elaborações
resultantes
das
“capacidades
adquiridas
pelo
homem
como
integrante da sociedade”, pois a cultura, como já deve ter ficado claro, não
decorre
da
herança
biológica
do
homem,
mas
de
capacidades
por
ele
desenvolvidas através do convívio social. Só o homem, possui cultura. Todos os
homens possuem culturas, no sentido de que, vivendo em sociedade, participam
de alguma cultura. Ao contrário do que se afirma na linguagem vulgar, quando se
diz que alguns indivíduos não tem cultura, a cultura não é exclusiva das pessoas
letradas, já que qualquer indivíduo normalmente socializado participa dos
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costumes, das crenças e de algum tipo de conhecimento da sua sociedade. Por
esta razão, é comum o emprego, principalmente entre antropólogos, da
expressão enculturação como sinônimo de socialização, já que esta implica
necessariamente a interiorização da cultura pelo indivíduo.
Todas as sociedades, e não apenas as que possuem escrita, têm uma
cultura. Tanto a mais simples e isolada sociedade tribal quanto a mais complexa
sociedade
urbano-industrial
possuem
cultura.
A
cultura,
compreendendo
conhecimentos, técnicas de transformação da natureza, valores, crenças de todo
o tipo, normas, é pois o modo de vida de cada povo. Ela é o fundamento da
sociedade e o que distingue o homem dos animais irracionais. Cada povo, cada
sociedade tem modo próprio de convívio que ele desenvolveu para a adaptação
às circunstâncias ambientais. Ela é também a parte do ambiente resultante da
transformação da natureza pelo homem. Por isto, a cultura é, por excelência, o
domínio do artificial e do convencional.
4.2. Funções da Cultura
Nascendo do trabalho humano para responder aos desafios da natureza, a
cultura tem como função evidente satisfazer necessidades humanas. Quando o
homem faz um instrumento de caça, é impelido pela necessidade de alimentar,
quando confecciona um casaco com peles de animais, é levado pela necessidade
de se proteger do frio.
Mas esta não é a única função da cultura. Toda cultura compreende, além
dos
meios
de
satisfação
convencionalmente
correto
de
necessidades,
de
satisfazê-las,
idéias
isto
é:
a
respeito
normas.
É
do
um
modo
fato
tipicamente humano que a satisfação das necessidades seja culturalmente
regulamentada. É próprio da condição social do homem que ele não apenas se
preocupe com a satisfação das suas necessidades, mas também com as formas
estabelecidas como corretas na cultura da sua sociedade para satisfazê-las, pois
toda cultura é inevitavelmente necessidades humanas. Na medida em que a
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cultura compreende uma regulamentação de satisfação de necessidades, ela
estabelece limites a essa satisfação. Observe-se, por exemplo, a alimentação
humana. O homem, como sabemos, é onívoro, no entanto, a sua alimentação,
sendo culturalmente regulada, é seletiva. Alimentos tidos como nutritivos e
agradáveis ao paladar em uma cultura, em outras não são sequer incluídos no
cardápio do homem, mesmo sendo disponíveis no ambiente natural. Além do
mais, a alimentação humana é feita dentro de ritmos culturalmente estabelecidos.
Toda cultura não só estabelece que alimentos podem ou não ser comidos.,
não só as possibilidades de combinação, mas também as horas do dia em que
determinados alimentos podem ser ingeridos. E isto é artificial. A alimentação
humana é um exemplo do quanto a cultura molda as inclinações animais mais
elementares
do
homem
através
da
regulamentação
da
satisfação
de
necessidades. E assim ocorre com a satisfação de todas as necessidades
humanas. Mas, além de possibilitar a satisfação das necessidades humanas e de
limitar normativamente essa satisfação, a cultura também cria necessidades para
o homem. As necessidades humanas não se restringem às estritamente
decorrentes dos imperativos de sua condição animal. Mesmo estas, como já
vimos, são moldadas pela cultura e por ele assimilado através da socialização.
Veja-se, por exemplo, o vestuário. Como qualquer pessoa pode facilmente
constatar, o vestuário não tem como principal função proteger o indivíduo dos
rigores do clima. Tem, igualmente, uma função moral, associado que está às
noções de decoro. Além dessas funções, tem ainda, uma função claramente
simbólica. Estar na moda, quando ao vestuário, significa obedecer às normas
referentes a essa área da vida social e, ao mesmo tempo, satisfazer uma
necessidade estética cultural. Mesmo quando prevalecem as considerações morais
na escolha e no uso do vestuário, ainda aí o indivíduo está simultaneamente
obedecendo normas e satisfazendo necessidades psíquicas originadas na cultura,
já que mesmo a observância de normas se torna uma necessidade, quando estas
são suficientemente assimiladas pelos indivíduos.
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É oportuno notar que, proporcionando ao homem meios de satisfazer as
suas necessidades, a cultura nem sempre é inteiramente harmonizada com as
condições orgânicas da nossa espécie. Ao contrário. A cultura, em geral, implica
alguma forma de violação da condição natural do homem. O uso do paletó e da
gravata e de tecidos e cores incompatíveis com o Bem-estar humano em regiões
de clima tropical são um exemplo do caráter arbitrário da cultura de como ela
nem sempre representa a forma mais adequada de adaptação do homem às
condições ambientais.
4.3. Cultura e Sub-cultura
A cultura das sociedades simples, como notadamente as sociedades tribais,
tende a possuir um grau muito alto de homogeneidade e de integração. O ritmo
de transformação dessas culturas, como já foi observado, tende a ser lento,
quando comparado com o ritmo da mudança nas sociedades complexas, como a
sociedade em que vivemos. Quando afirmamos que a cultura das sociedades
simples tem um alto grau de homogeneidade, estamos, de outro modo, dizendo
que a grande maioria dos seus padrões são compartilhados por todos os seus
participantes. Todos os indivíduos, nessas sociedades, participam das mesmas
crenças
e
dos
fundamentais,
mesmos
possuem
valores
motivos,
básicos,
observam
sentimentos
e
as
mesmas
atitudes
normas
semelhantes,
compartilham de formas análogas de perceber e interpretar as situações da
existência.
Isto não acontece nas sociedades complexas, como as predominantemente
organizadas com base na industrialização e na urbanização. As culturas de tais
sociedades são altamente heterogêneas. Nelas, a participação cultural dos
indivíduos é fragmentada e diversificada. Por esta razão, para compreender as
culturas
das sociedades complexas em toda a sua diversificação é necessário
identificar as subculturas que as compõem. Na linguagem sociológica, ao
contrário do uso que se faz da palavra na linguagem do senso comum, subcultura
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não significa cultura inferior. Subcultura significa parte de uma cultura. As
subculturas sendo diferentes do todo, não são contudo, independentes da cultura
total. Uma subcultura
não é também um simples conjunto de pessoas. As
pessoas participam de subculturas, mas não são as subculturas. Nas sociedades
complexas,
as
pessoas
tendem
a
participar
simultaneamente
de
várias
subculturas. Uma subcultura é antes constituída de valores, crenças, normas e
padrões de comportamento, ou seja de um modo de vida próprio, compartilhados
por uma parte da população total de uma sociedade. O que distingue uma
subcultura é o fato de que as crenças, os valores, as normas e os padrões de
comportamento que ela implica são exclusivos dela. Ao mesmo tempo, sendo
parte de uma cultura total, uma subcultura participa do modo de vida comum da
cultura total, o que equivale a dizer de todas as outras subculturas. Podemos,
assim definir subcultura como parte de uma cultura, distinta desta última pela
posse de crenças, valores, normas e padrões de comportamento exclusivos, mas
dependente do todo através da participação de elementos culturais comuns ao
todo.
Do mesmo modo que uma subcultura não é um conjunto de pessoas,
também não é necessariamente uma região. Existem, é verdade, subculturas
regionais, ou seja, modos de vida culturalmente característicos de determinadas
populações localizadas em uma região comum. Esse tipo de subcultura, porém é
cada vez menos freqüente nas sociedades onde as comunicações de massa
tenham um papel relevante. Será que ainda é possível a identificação no Brasil de
subculturas regionais? Uma subcultura sulista típica, por exemplo, ou mesmo
gaúcha? Uma subcultura da Região Norte? Uma subcultura nordestina? Uma
subcultura de Copacabana-Ipanema-Leblon? Será que existe uma subcultura
urbano-industrial paulista?
Embora seja tentador tipificar o comportamento do
brasileiro com base nessas sugestões de localização geográfica, é pelo menos
aconselhável não negligenciar
o risco de simplificação
exagerada que a
identificação de subculturas regionais pode ter no Brasil de hoje.
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Numa sociedade complexa como a nossa, mais viáveis são as subculturas
não regionais, como as subculturas etárias, profissionais, religiosas etc. Os
indivíduos que participam, por exemplo, da subcultura dos jovens de classe média
alta urbana não estão necessariamente localizados em um mesmo espaço
geográfico. As pessoas que compartilham de um modo de vida característico em
razão da sua filiação religiosa também não estão situadas em uma área
geográfica comum. Os indivíduos que participam de formas semelhantes de
perceber e enfrentar situações sociais em decorrência de alguma profissão, do
mesmo modo, não são confinados a um mesmo espaço geográfico.
De especial importância nas sociedades complexas são as subculturas de
classe. Estas constituem provavelmente o tipo mais evidente de subcultura
nessas sociedades. Pertencer a uma determinada classe social, não significa
apenas ter grau de escolaridade, significa também participar de certas crenças,
possuir determinados valores morais e mesmo estéticos, ter determinadas
aspirações, perceber a existência de um certo modo, pois as classes sociais
tendem a possuir modos próprios de vida, isto é, subculturas correspondentes.
O que torna possível a integração da cultura de uma sociedade complexa é
a existência de elementos culturais comuns a todo, os chamados universais da
cultura, segundo Ralph Linton, elementos compartilhados por todos os adultos
socializados, independente da sua participação nas subculturas existentes: um
idioma comum, os mesmos princípios éticos básicos, uma tradição histórica
compartilhada e sentimentos de participação dessa tradição e da totalidade da
cultura. Ao conjunto de valores, das crenças, das atitudes, dos sentimentos, dos
motivos, das normas e dos padrões de comportamento compartilhados por todos
os adultos socializados em uma cultura podemos denominar de núcleo de
integração cultural, ou como é mais usual, cultura dominante.
Na sociedade de classe da atualidade, não se deve subestimar o fato de que
as classes
dominantes, detendo a possibilidade de controle dos meios de
comunicação de massa, desempenham um importante
papel na difusão de
padrões culturais e, conseqüentemente, no controle da cultura dominante. Este
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fato, contudo, não significa que a cultura seja uma pura conseqüência das
chamadas relações de classe. É evidente que a existência de classes sociais, ou
de outras formas de estratificação, constitui um fenômeno de significativa
relevância sociológica nas sociedades que conhecem esse tipo de desigualdade,
mas isto não diminui a importância crucial da cultura na vida social, pois não é
possível a compreensão sociológica das relações de classe pondo de lado os
componentes culturais de tais relações como, de resto, de qualquer fenômeno
social, de vez que a cultura perpassa tudo o que os seres humanos fazem em
sociedade.
4.4. A Cultura Popular
Outra parte da cultura merecedora de atenção nas sociedades complexas é
a chamada cultura popular. Do mesmo modo que a cultura de massa, a cultura
popular não se confirma a uma única subcultura, mas ao contrário daquela, não
perpassa todas as subculturas. Enquanto a cultura de massa resulta da indústria
cultural, a cultura popular está ligada àquelas subculturas nas quais a
permanência de padrões tradicionais é mais forte. No Brasil, a cultura popular
está presente em vária subculturas regionais espalhadas por todo o território
nacional. Há, desse modo, uma cultura popular gaúcha como há uma cultura
popular típica da Região Norte, bem como uma cultura popular nordestina.
É comum a associação da idéia de cultura popular apenas às manifestações
lúdicas: escolas de samba, maracatu, bumba-meu-boi, por exemplo – a à arte em
geral – música, dança, cerâmica etc, mas a cultura popular não se restringe à
diversão e às criações artísticas do povo. A cultura popular é uma realidade bem
mais vasta do que estes campos da vida social, incluindo as práticas médica, por
exemplo, como, acentuadamente, a linguagem, os meios de conviver, do ver e de
sentir o mundo.
Outro equívoco freqüente consiste em identificar a cultura popular com as
anônimas do povo: as lendas, as cantigas de roda e de ninar. A cultura popular,
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porém, tanto compreende as invenções anônimas do povo como inclui muitas
criações, principalmente no campo das artes, de autores conhecidas. Nesse
sentido, tanto pertence à cultura popular um provérbio ou uma anedota de autor
desconhecido, como uma composição musical ou um folheto de literatura
elaborado por um autor conhecido.
É, ainda, freqüente identificar a cultura popular apenas com o que sobrevive
do passado, o que também representa um equívoco. Afirmar que a cultura
popular está ligada a padrões tradicionais não significa que estes padrões não
sejam continuamente alterados e reinterpretados pelo povo, sem que isto
signifique, que a cultura seja necessariamente substituída pelos padrões da
cultura de massa. Como todo fenômeno social, a cultura popular é uma realidade
viva e, portanto, dinâmica, em contínua transformação. Assim, ela é feita e
refeita a todo momento graças a criatividade do povo.
Mas é inegável que a cultura popular pode incorporar padrões provenientes
dos setores modernos da sociedade e, até mesmo, da cultura de massa. Este
processo se dá, antes, através da reinterpretação do significado de tais padrões,
de acordo com o modo próprio de agir, pensar e sentir do povo, e não como
repetição pura e mecânica.
Se a cultura popular está presente nas sociedades mais industrializadas,
desenvolvidas e urbanizadas do mundo contemporâneo, ela tem, no entanto, um
significado especial nas sociedades do chamado Terceiro Mundo, pelo fato de que,
nessas sociedades, a cultura popular compreende um grande número de
subculturas das quais participa uma proporção significativa da população.
Embora as expressões da cultura popular sejam mais visíveis nas
comunidades rurais mais isoladas (chamadas de cultura de folk, de acordo com a
classificação do antropólogo Robert Redfiel), a cultura popular está presente,
também, no ambiente urbano, como se pode ver nas grandes metrópoles
brasileiras, nas quais são muito fortes, ainda, as marcas da tradição rural, apesar
da influência da cultura de massa.
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4.5. O Folclore
http://www.folclorebrasileiro.cjb.net/
No dia 22 de agosto comemora-se O "Dia do Folclore", porque foi nessa
data que a palavra apareceu pela primeira vez, ou seja, nesse dia ela foi criada.
William John Thoms, um estudioso inglês, sugeriu o seu uso em um artigo
publicado no periódico The Athenaeum, no ano de 1846, para explicar o que
antes era chamado "antigüidades populares".
Mas exatamente o que significa a palavra "folclore"? Analisando a sua
origem os especialistas chamam isso de "etimologia"- encontramos folk = povo,
nação, raça; e lore = ato de ensinar, instrução. Portanto folclore significa
"ensinamento do povo", ou seja, a voz do povo.
Mas o que é folclore na prática? São as histórias que ouvimos de nossas
mães, ou nas rodas de amigos, sobre o nosso povo e a nossa raça. O Saci-Pererê
garoto negro com gorro vermelho e cachimbo na boca, de uma perna só, que
passa toda a sua existência fazendo travessuras -, por exemplo, faz parte do
folclore brasileiro; assim como as festas do Bumba Meu Boi, o Carnaval e as
Quadrilhas; o Lobisomem (que também faz parte do folclore norte-americano, e
de muitas outras culturas), a Mula-Sem-Cabeça e o Bicho-Papão. Os contos e
histórias tradicionais que ouvimos desde bem pequenos fazem parte do folclore
de muitos povos. Os irmãos Jakob e Wilhelm Grimm, por exemplo, escreveram
histórias que já faziam parte do folclore alemão; Chapeuzinho Vermelho, A gata
borralheira e O rei Sapo são algumas delas. Na Espanha temos as touradas. Os
norte-americanos se divertem no dia 31 de Outubro, comemorando o dia das
Bruxas com cantorias, danças e brincadeiras: é o Halloween. Em todas as partes
do mundo, cada povo tem formas próprias de manifestar suas crenças e
costumes: este é o folclore.
Mas, o folclore não é só isso. Todos os elementos que fazem parte da
cultura popular, tradições das mais diversas passadas de pai para filho, e que nos
ensinam muito a respeito de determinado povo fazem parte do folclore. Os
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gêneros folclóricos são muitos e variados, manifestando-se na música, na
comida, no artesanato, nas danças regionais, nas festas e folguedos populares,
nas cantigas, nos brinquedos e brincadeiras, nos provérbios, nas parlendas, nos
trava-línguas etc.
Desta forma, aprendemos mais sobre o povo brasileiro, suas origens, suas
crenças, sua maneira de agir e de pensar, ou seja, aprendemos mais sobre nós
mesmos, conhecendo o nosso folclore.
O folclore brasileiro apresenta várias heranças culturais:
A dos povos indígenas;
A dos colonizadores portugueses;
A dos negros africanos trazidos para o país como escravos;
A dos imigrantes europeus, principalmente italianos e alemães.
O estudo do folclore brasileiro começou com Amadeu Amaral (1875-1929)
que era poeta e pesquisador das coisas nacionais. Posteriormente, Sílvio Romero,
Nina Rodrigues, Figueiredo Pimentel e muitos outros contribuíram para o
desenvolvimento dos estudos sobre o folclore brasileiro. Mas, não dá para falar
de folclore sem mencionar um autor que dedicou sua vida a pesquisar as
histórias, os costumes, as tradições, as superstições, as crenças, as lendas e
mitos do povo brasileiro. Luís da Câmara Cascudo nasceu em Natal, no Rio
Grande do Norte em 1898.
As manifestações do folclore brasileiro podem se concentrar numa única
cidade ou pequena região, ou se espalhar por vários estados. O carnaval, as
festas juninas e a capoeira são exemplos de manifestações que ocorrem por todo
o país. No geral, as manifestações folclóricas brasileiras podem ser classificadas
de acordo com a divisão do país em grandes regiões:
Região Norte: no estado do Pará, sobrevivem importantes festas
populares como o Círio de Nazaré e a dança popular chamada carimbó, além de
pratos típicos de quase toda a região como o pato no tucupi e o tacacá.
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Região Nordeste: o folclore nordestino é um dos mais ricos do país e
inclui os folguedos do bumba-meu-boi, do pastoril, da nau catarineta e do
fandango; as danças populares como a ciranda, o frevo, o maracatu, o tambor de
crioula e a dança dramática do quilombo típica do estado de Alagoas; o
artesanato de rendas e bordados, e a cerâmica nordestina cujo maior expoente
foi Mestre Vitalino; a literatura de cordel, o teatro de mamulengos e a culinária
baiana com seus acarajés, moquecas, carurus, abarás e outros quitutes.
Região Sudeste: predominam as congadas, o artesanato do vale do
Jequitinhonha em Minas Gerais, as festas para Iemanjá no final do ano em todo o
litoral do Rio de Janeiro, as duplas de música caipira etc.
Região Centro-oeste: se destaca com as cavalhadas e pelo bailado
moçambique.
Região Sul: a influência dos imigrantes europeus e da cultura gaúcha se
faz presente nas tradições folclóricas através das danças, do artesanato e da
culinária.
Concluímos que, tudo enfim, que surgiu do povo e por ele é conservado e
transmitido, tendo por base a influência dos escravos, índios, portugueses e
imigrantes constitui-se no conjunto das tradições folclóricas brasileiras.
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5. ORIENTAÇÃO PARA ESTUDOS
Visando auxiliar na sua compreensão e no seu crescimento intelectual, achamos
necessário apresentar algumas dicas, simples, mas de extrema importância para
um bom aproveitamento de estudos.
1. Leia a primeira vez para conhecer o conteúdo;
2. Releia, lentamente, parágrafo por parágrafo;
3. Grife as palavras desconhecidas e procure o seu significado no dicionário;
4. Sintetize, oralmente, o que leu;
5. Responda às perguntas porventura existentes no final do texto.
PERGUNTAS
1- Dê o conceito de: Antropologia, Antropologia Física e Cultura.
2- Comente sobre as funções da cultura.
3- Qual a diferença entre cultura e subcultura?
4- Comente sobre o folclore.
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6. BIBLIOGRAFIA
ALTHUSSER, Louis. Ideologia e aparelhos ideológico de Estado. Lisboa: ed Presença, 1975
AKOUN, André. Dicionário de Antropologia. Ed. Verbo, 1983
BERGER, P. Perspectivas sociológicas. Petrópolis: Vozes, 1973
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução a ciência da sociedade. 2 ed. São Paulo: Moderna,
2000.
DURKHEIM, Emile. As regras do método sociológico. São Paulo: Maritm Claret, 2001
ENCICLOPÉDIA FUNDAMENTAL VERBO. Editora Verbo, 1982.
GOMES, Candido. A educação na perspectiva sociológica. São Paulo: E.P.U., 1985
GRANDE ENCICLOPÉDIA PORTUGUESA E BRASILEIRA. Editora Enciclopédia,
Ltda – Lisboa/Rio de Janeiro.
KRUPPA, S.M.P. sociologia da educação. 157 ed. São Paulo: Cortes, 1998
HUBERMAN, L. Historia da riqueza do homem. Rio de Janeiro: Zahar, 1974
MARTINS, Carlos B. o que é sociologia, são Paulo:Brasiliense, 1988 (col. Primeiros Passos,
vol 57)
MARTINS, C. B. O que e Sociologia. São Paulo: Brasiliense, 1982
MARX, Carl, ENGELS, Friederich. Manifesto do partido comunista. Porto Alegre: L & M, 2002
MENDONÇA, David A. (tradutor). A missão da igreja da atualidade. Cruzada
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MILLS, W. A imaginação sociológica. Rio de Janeiro: Zahar, 1965
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RIOS, Eduardo Del. Conheça Marx (tradução Elisabeth Marie). São Paulo: Proposta editorial,
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TOSCANO, Moema. Introdução à sociologia educacional. Petrópolis: Vozes, 1999
TURA, Maria de Lourdes Rangel (org) Sociologia para educadores , rio de Janeiro: Quartel, 2
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WEBER, Max. Conceitos básicos de sociologia. São Paulo: Moraes, 1987
Sites pesquisados:
http://www.folclorebrasileiro.cjb.net/
http://www.antropologia.com.br/
http://www.sebantropologiacom.blogspot.com/2008/02/fundamentossociolgicos.html
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