As 7 atitudes de Pedro que o levaram à queda

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Ceny Tavares
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ATITUDES
Ceny Tavares
AS
ATITUDES
Toronto – 2014
2
© 2014 por Ceny Tavares
Revisão
Daisy Melo Dias & Evanilda dos Passos Tavares
Capa
Cidiney Mazim & Bruno Ferreira
Diagramação e Colaboração
Cidiney Mazim & Cristiane Dias Lopes Mazim
Coordenador de Produção
Ceny Tavares
Primeira edição – junho de 2014
Todos os direitos reservados e protegidos pela lei 9.610, de 19/02/1998. É
expressamente proibida a reprodução total ou parcial deste livro, por quaisquer meios
(eletrônicos, mecânicos, fotográficos, gravação e outros), sem prévia autorização por
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Igreja Vida Nova
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Contato pelo telefone: 00 1 416 766 5695
www.vidanova.ca
Distribuição Gratuita
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Dedicatória
Irmãos, quanto a mim, não julgo que o haja
alcançado; mas uma coisa faço, e é que,
esquecendo-me das coisas que atrás ficam, e
avançando para as que estão diante de mim,
prossigo para o alvo, pelo prêmio da
soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.
Filipenses 3:13-14
À família Vida Nova em Toronto.
A todos que estejam dispostos a buscar intimidade com o Senhor,
espelhar-se tão somente em atitudes positivas e obter a graça e
misericórdia de Deus.
4
Sumário
INTRODUÇÃO ............................................................................... 6
EGOCENTRISMO ........................................................................... 8
SONOLÊNCIA................................................................................ 10
MOTIVAÇÃO ERRADA .................................................................. 12
COVARDIA ................................................................................... 15
MÁS COMPANHIAS ...................................................................... 17
NEGAÇÃO .................................................................................... 19
PRAGUEJAR ................................................................................. 21
CONCLUSÃO ................................................................................ 23
5
As 7 atitudes de Pedro que o levaram
à queda
N
osso objetivo principal nesta reflexão não é parar na
vida de Pedro para falar mal de suas quedas e suas
mazelas, nem tecermos críticas destruidoras ou usarmos
tais quedas para justificarmos as nossas quedas, mas fazer um
levantamento criterioso e minucioso de suas atitudes com o alvo
principal de destacar cada passo que o levou a agir como agiu, chegando
ao absurdo de negar e praguejar contra Jesus.
Pedro foi chamado, escolhido, e viveu tão pertinho de Jesus
desfrutando da sua doce presença, vendo seus milagres diariamente, seu
amor constantemente e mesmo assim demonstrou, através de sua atitude,
que não tinha intimidade com o Mestre. Estar junto de alguém nem
sempre quer dizer que é íntimo e se vive na mesma comunhão desse
alguém. Várias famílias vivem debaixo do mesmo teto, porém vivem em
pé de guerra, discussão, confusão, gritaria, menos intimidade e
comunhão.
Pedro era apóstolo, estava no meio dos apóstolos, mas seu coração
estava endurecido, petrificado e necrosado. Em alguns momentos, fez
declarações tão profundas e acertadas que Jesus teve que dizer que tal
declaração não era dele, mas do Espírito Santo. Na verdade, Jesus disse
que era uma revelação, ou seja, a boca dele foi apenas usada para falar o
que o Espírito Santo ordenou que fosse dito.
A vida de Pedro tem riquezas de ensinamentos, pepitas de ouro
que só com uma garimpagem muito detalhada podemos encontrá-las nas
profundezas destas buscas incansáveis. Nestas reflexões, queremos pedir
6
a Jesus que nos empreste os seus óculos para com eles podermos
enxergar as riquezas insondáveis e preciosas de sua graça. Que Ele nos
leve ao alto e sublime trono da sua presença para estarmos debaixo das
sombras do Senhor e conseguirmos, através desta meditação, nos
posicionarmos com mais segurança nos braços daquele que nos enche de
todo o gozo e alegria.
Antes de Pedro tornar-se um apóstolo cheio do Espírito Santo, um
pregador ungido e ousado, ele revelou sua fraqueza e chegou ao ponto
extremo de negar a Jesus. Sua queda foi vergonhosa, suas lágrimas
foram amargas, mas sua restauração foi completa. Podemos aprender
com os erros dos outros sem necessariamente termos que passar pelos
mesmos. A queda de Pedro passou por vários estágios. Oremos para que,
com os nossos olhos fixos na cruz do Senhor Jesus Cristo, sejamos
edificados e fortalecidos grandemente para vivermos de forma sábia,
justa e perfeita diante do Cristo da vida.
No texto a seguir, vamos listar as 7 atitudes de Pedro, encontradas
na Palavra de Deus, que o levaram à queda.
7
Egocentrismo
UMA TRAGÉDIA QUE PRECISA SER BANIDA DOS CORAÇÕES
E ele lhe disse: Senhor, estou pronto a ir contigo até à
prisão e à morte. (Lucas 22:33)
Q
uando Jesus alertou Pedro acerca do plano de Satanás de
peneirá-lo como trigo, Pedro respondeu que estava
pronto a ir com ele tanto para a prisão como para a
morte. Pedro subestimou a ação do inimigo e superestimou a si mesmo.
Ele colocou exagerada confiança no seu próprio “eu” e aí começou sua
derrota espiritual.
A derrota espiritual começa de dentro para fora, quando o coração
se incha das piores doenças da vaidade e do orgulho. Ninguém vive para
si e nem morre para si.
O egocentrismo é uma desgraça avassaladora, um câncer
incontrolável, um tornado que destrói as pessoas, as famílias e a
sociedade. Temos que girar em torno do centro que é Jesus Cristo, o
nosso Senhor e Salvador. Nunca podemos querer que todas as coisas
girem somente em nosso favor, em nossa direção e para o nosso
benefício.
O crente na peneira do diabo é:
!
Autossuficiente — Eu me basto a mim mesmo. Não preciso
ouvir ninguém, nem mesmo a Jesus. Quando Pedro foi alertado de que o
inimigo estava requerendo a vida dele para peneirá-la como o trigo, agiu
8
sem refletir e imediatamente disse: “Estou pronto”. Na verdade, ele
estava enganado a seu próprio respeito, não estava pronto, pelo
contrário, estava sendo trabalhado e burilado pela graça de Deus.
Somente mais tarde é que ele ficou pronto para toda a boa obra.
!
Amante dos holofotes — Quem pensa que é o tal, o
mandachuva, o bam-bam-bam, o melhor, ainda não aprendeu o que
significa servir e dar a sua vida em resgate de muitos. Tem gente
pensando que tem direitos adquiridos por tempo de serviço no Reino de
Deus ou por ser “ministro, presbítero, diácono, líder de louvor, de célula
ou de algum ministério da igreja”, achando-se no direito de ter a
primazia entre os demais. Na III Epístola de João 9-11 lemos: “Diótrefes
que gosta de exercer a primazia entre eles, não nos dá acolhida,
proferindo contra nós palavras maliciosas, não acolhe os irmãos,
impede os que querem recebê-los, e os expulsa da igreja”. É preciso
refletir sobre o caráter e comportamento de quem quer ter o centro das
atenções. Gente que para em frente ao espelho e canta: “quão grande és
tu”. Temos que aprender com João Batista que disse: “Convém que Ele
cresça e que eu diminua” (João 3:3). O orgulho e a soberba são pecados
intoleráveis para Deus. Ninguém está na igreja para buscar aplausos,
mas para aplaudir ao Rei da glória, glorificá-Lo e honrá-Lo para sempre.
9
Sonolência
UMA LETARGIA DE QUEM ESTÁ NA UTI
E, levantando-se da oração, veio para os seus discípulos, e
achou-os dormindo de tristeza. (Lucas 22:45)
O
mesmo Pedro que prometeu fidelidade irrestrita a Cristo,
disposição de ir com Ele para a prisão e para a morte,
agora está agarrado ao sono no Jardim do Getsêmani no
aceso da batalha.
Sonolência é uma terrível enfermidade que precisa ser banida pelo
poder bombástico do Espírito Santo. Somente uma bomba atômica do
céu para arrebentar a alma petrificada, granitizada, marmórea e gélida,
que está dormindo em berço esplêndido, como se tudo estivesse na mais
perfeita tranquilidade como águas calmas. Diante do momento mais que
necessário para uma tomada de posição firme, faltaram a Pedro coisas da
maior importância e significação. Vejamos algumas:
!
Faltou-lhe percepção da gravidade do momento — é
impressionante observar como Pedro naquele momento de maior
importância na vida do Mestre, se encontrava alheio a tudo que lhe fora
dito e que ele deveria estar presenciando. Com aquela atitude, Pedro
estava demonstrando apatia completa em relação aos fatos que
requeriam dele maior atenção, envolvimento e participação. A Igreja de
Cristo precisa se levantar para uma grande arrancada espiritual. Precisa
tomar uma posição urgente de buscar o avivamento para estes dias de
terra seca, frieza espiritual, relaxamento com as coisas de Deus e
10
aumento do pecado. Jesus chamou os discípulos para orar. Eles foram,
porém, desatentos, agarraram no sono e deixaram Jesus orando sozinho.
!
Faltou-lhe vigilância espiritual — estava entregue ao sono
em vez de estar guerreando com Cristo contra as hostes do mal. “Vigiai e
orai”. A ordem do Senhor Jesus é vigilância total. A ordem é vigiar a
própria vida e não a vida dos outros. Olhar para dentro de si e se
posicionar na realização da obra do Senhor. Sansão era separado pelo
Senhor. Ele não vigiou a sua vida e pagou com a própria morte e a morte
de muita gente. Ele deitou no colo de uma mulher, revelou-lhe o segredo
da sua força e foi derrotado. A fraqueza espiritual de Pedro fê-lo dormir
e, ao dormir, fracassou no teste da vigilância espiritual. Temos que ser
vigilantes em relação à grande obra que o Senhor nos entregou. Cuidado
com o sono da morte: “Desperta ó tu que dormes e Cristo te iluminará”.
11
Motivação Errada
UM LAÇO DESTRUIDOR
E um deles feriu o servo do sumo sacerdote, e cortou-lhe a
orelha direita. (Lucas 22:50)
Q
uando os soldados romanos, liderados por Judas
Iscariotes e pelos principais sacerdotes, prenderam a
Jesus, Pedro sacou sua espada e cortou a orelha de
Malco. Sua valentia era carnal. Porque dormiu e não orou, entrou na
batalha errada com as armas erradas e com a motivação errada.
Pedro deu mais um passo na direção da queda. Ele deslizou mais
um degrau rumo ao chão. Nossa luta não é contra carne e sangue. O
inimigo de nossas almas é cruel. Ele vive sempre à espreita de alguém
para que possa tragar. Ele anda ao nosso derredor o tempo todo
procurando ocasião para nos jogar na lama, no chiqueiro dos porcos e
nas profundezas mais escuras das cavernas infernais.
Precisamos lutar não com armas carnais, mas com armas
espirituais. Em Efésios 6:10-18, o Apóstolo Paulo lista as armas de
ataque e defesa para a vitória do cristão:
"
Cinturão da verdade — o conhecimento e a convicção da
verdade de Deus. Podem passar os céus e a terra, mas a Palavra do
Senhor permanece eternamente. Este cinturão segura o restante de tudo,
porque tudo se apoia na Palavra que é a verdade revelada para defesa e
ataque.
12
"
Couraça da justiça — “Bem aventurado é aquele que tem
sede de justiça”. Quem é justificado pelo sangue do Cordeiro tem sede
de justiça e jamais pode aceitar a injustiça.
"
Calçados para os pés — a preparação do Evangelho. Quão
formosos são os pés daqueles que anunciam as Boas Novas. Quem tem
o Evangelho está sempre pronto para falar e testemunhar
corajosamente do Evangelho a qualquer pessoa, em qualquer lugar e
em todo o tempo.
"
Escudo da fé — o compromisso com o Senhor. É lealdade
que cresce à medida que progredimos no conhecimento do Senhor. O
profeta ordena: “Conheçamos e prossigamos em conhecer o Senhor”.
"
Capacete da salvação — a proteção da nossa mente. Quem
está com a mente cheia do poder do Espírito Santo está protegido contra
as setas inflamadas do inferno. Por mais que os ataques satânicos sejam
cruéis não conseguem ter espaço numa mente ocupada completamente
pelo Senhor.
"
Espada do Espírito — a mensagem do Evangelho de Jesus
Cristo que penetra no mais profundo do coração transformando-o
radicalmente. Quando a espada do Espírito entra ao ponto de dividir
alma e espírito, aí está estabelecida a casa do Senhor.
Tudo isso só acontece com oração e súplica em todo o tempo, no
Espírito, e para isto “vigiando com toda a perseverança e súplica por
todos os santos”.
Temos que avaliar as nossas motivações. Quais as razões que nos
motivam a servir a Deus e fazer a sua vontade. Não podemos sair por aí
cortando as orelhas de ninguém, pensando que com isso estamos fazendo
o melhor para Deus.
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Não fomos chamados para agir por impulso, intempestivamente,
imprudentemente, mas temos que agir pelo Espírito Santo que sempre
nos conduz em triunfos.
14
Covardia
ATITUDE DE QUEM ANDA NAS TREVAS
Então, prendendo-o, o levaram, e o puseram em casa do
sumo sacerdote. E Pedro seguia-o de longe. (Lucas 22:54)
D
epois que Cristo foi levado para a casa do Sumo
Sacerdote, Pedro mergulhou nas sombras da noite e
seguia a Jesus de longe. Esta era uma atitude que jamais
Jesus queria que Pedro tomasse. Jesus chamou os discípulos para
estarem com Ele em comunhão, adoração e serviço.
Pedro deu mais um passo na direção da queda. Ele deslizou mais
um degrau rumo ao chão. Nossa luta não é contra carne e sangue. O
inimigo de nossas almas é cruel. Ele vive sempre à espreita de alguém
para que possa tragar. Ele anda ao nosso derredor o tempo todo
procurando ocasião para nos jogar na lama, no chiqueiro dos porcos e
nas profundezas mais escuras das cavernas infernais. Precisamos lutar
não com armas carnais, mas com armas espirituais.
Estar com Jesus tinha que ser o estilo de vida de Pedro. A essência
do seu viver tinha que ser permanecer em Cristo e fazer a sua vontade.
Cristo nunca espera de nós atitude de covardia, por isso Ele entra com a
provisão da restauração para não permitir que o inimigo seja vencedor.
Estar nos braços de Jesus é sempre mais seguro que todas as ofertas do
encardido.
O diabo tentou Jesus fazendo-lhe as ofertas mais absurdas que se
possa imaginar. Pasmem diante da petulância do diabo! Se ele o fez com
15
Jesus, nós não estamos isentos. Porém, da mesma forma que Jesus
venceu retumbantemente com a Palavra de Deus, nós também, que
temos a mesma palavra Rhema dentro de nós, seremos mais que
vencedores.
A Palavra de Deus, que sai da boca do filho de Deus, continua
exercendo o mesmo poder e trazendo a vitória incontestável na vida dos
que vivem e proferem essa Palavra. A Palavra de Deus na boca do
inimigo ou na boca do ímpio é somente palavra. Mas a Palavra de Deus
proferida por Jesus e pelos filhos de Deus é vida e vida com abundância.
Geazi usou o bordão do profeta Eliseu, porém, não houve no filho da
sunamita nem voz nem sinal de vida. Somente quando o profeta Eliseu
entrou na casa da sunamita e orou ao Senhor, o menino se aqueceu,
espirrou sete vezes e abriu os olhos. A questão não é apenas andar com o
homem de Deus, mas é ser homem de Deus (II Reis 4:31-37). A Palavra
de Deus só é vida na boca daquele que tem a Vida, isto é, Jesus.
Pedro, cheio de coragem, simplesmente desvaneceu de forma
inaceitável. Sua valentia que parecia um furacão, tornou-se dura
covardia. Seu compromisso de ir com Cristo para a prisão e para a
morte, aparentemente tão forte e bem definido, foi quebrado com a
maior facilidade e irresponsabilidade. Sua fidelidade incondicional ao
Filho de Deus, declarada verbalmente com segurança e vitalidade, veio a
desvanecer e enfraquecer. Pedro não queria perder Jesus de vista, mas
também não estava disposto a assumir os riscos de sua ligação com ele.
Pedro despenca mais um degrau rumo à fatídica e terrível queda!
Queremos ver a Jesus, as bênçãos de Jesus, os milagres de Jesus, mas
nem sempre há disposição incondicional e irrestrita no coração para
negar-se a si mesmo, tomar a cruz e seguir a Jesus por onde quer que Ele
vá. Temos que nos posicionar com toda firmeza, agir com toda certeza e
realizarmos a obra de Deus com toda presteza.
“Deus não nos tem dado espírito de covardia, mas de poder, de
amor e de moderação”. (II Timóteo 1:7)
16
Más Companhias
SEMPRE ACABARÃO COM AS ALEGRIAS
E, havendo-se acendido fogo no meio do pátio, estando
todos sentados, assentou-se Pedro entre eles. (Lucas 22:55)
P
edro dá mais um passo rumo ao fracasso quando se afasta
de Cristo e se aproxima de seus inimigos na casa do
sumo sacerdote. Pedro assentou-se na roda dos
escarnecedores. Esqueceu-se do Salmo 1, que diz: “Bem aventurado o
homem que não anda no conselho dos ímpios, não se detém no caminho
dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores”. Ele
esqueceu facilmente que a trajetória do justo é caracterizada:
"
Pela reprovação do pecado — dizer não para o conselho
dos ímpios. Dizer não para o caminho dos pecadores. Dizer não para a
roda dos escarnecedores. Dos 10 mandamentos da lei de Deus, em 8
deles Deus diz NÃO. O não de Deus nestes casos é o sinal expresso,
claro e positivo de bênçãos para os que obedecem a Sua voz. Cuidado
com as más companhias, com os maus conselhos e com toda a palavra
frívola, porque são garganta aberta tentando destruir os que seguem ao
Senhor. Se você estiver fazendo um bolo e colocar 99 ovos bons e
apenas um podre, certamente toda a massa será estragada. É preciso estar
ligado, porque as Dalilas estão à espreita dos que são ungidos e
separados pelo Senhor, tentando roubar a bênção (Juízes 16:18-20). O
pecado sempre leva a pessoa mais longe do que ela quer ir e sempre
retém a pessoa por mais tempo do que ela gostaria de estar. O pecado vai
custar sempre mais caro do que a pessoa está querendo pagar. O pecado
17
destrói a alma, interrompe a intimidade com Deus e por fim, leva à
morte. Reprove o pecado, abandone as iniquidades, arrependa-se
enquanto há tempo e volte-se para Deus agora mesmo.
"
Pelo apego à Palavra de Deus — temos que receber a
Palavra de Deus com toda avidez. Sentir o coração queimando pela
Palavra e pregar a Palavra quer seja oportuno, quer não. A ordem do
Senhor é: “Medita nela de dia e de noite”. Ela é fogo que queima os
corações e martelo que esmiúça a penha. Cuidado com as más
companhias, com os livros maus e as leituras que vão encher sua mente
de lixo, lama e excremento. Leia o Livro dos livros e medite nele porque
tudo passa, mas a Palavra do Senhor permanece eternamente.
"
Por uma vida frutífera — quem não anda com as más
companhias está sempre produzindo muitos frutos que vão para a
eternidade. Disse Jesus: “Aquele que está em mim, esse dá muitos
frutos”.
Quão facilmente Pedro teve uma grave amnésia, esquecendo-se da
Palavra de Deus que é perfeita e alegra o coração e ajuntou-se aos
escarnecedores! Tornou-se um com eles. Imiscuiu-se com gente que
escarnecia de Cristo. Colocou uma máscara e tornou-se um discípulo
disfarçado no território do inimigo. Sua mistura com o mundo custou-lhe
caro, pois foi nesse terreno escorregadio que sua máscara foi arrancada e
sua queda tornou-se mais vergonhosa. Paulo aconselhou seu filho
Timóteo a “fugir também destes” ( II Timóteo 3:1-5).
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Negação
UMA ATITUDE VERGONHOSA
Porém, ele negou-o, dizendo: Mulher, não o conheço.
(Lucas 22:57)
P
edro esqueceu-se com muita facilidade do que está
escrito no Salmo 42:7: “Um abismo chama outro
abismo”. Uma queda leva a outros tombos. Ele poderia
muito bem ter se lembrado do profeta Jonas que ao decidir desobedecer
ao Senhor e fugir da presença dEle, foi descendo cada vez mais para o
abismo. Desceu a Jope, desceu para o porão do navio, desceu para o
fundo do mar e desceu finalmente para as entranhas do grande peixe.
Sempre que alguém desobedece ao Senhor, suas quedas são inevitáveis.
Pedro não conseguiu manter-se disfarçado no território do inimigo. Logo
foi identificado como um seguidor de Cristo e, quando interpelado por
uma criada, respondeu: “Mulher, não conheço a Cristo”.
! Pedro negou sua fé esquecendo que a fé é o firme
fundamento — se este fundamento for arrancado, todo edifício
certamente se desmoronará. Ao negar a Cristo, Pedro estava se
mostrando fraco, inoperante, impotente e se tornando pior que o
descrente. A negação não é apenas uma atitude isolada, é um
desencadeamento de fatos que se iniciaram há algum tempo. Temos que
nos cuidar! Pequenas atitudes fazem efeito cascata e vão derrubando
tudo pela frente.
19
!
Pedro negou seu Senhor, esquecendo que somente Ele tem
as palavras de vida eterna — Jesus é o Senhor e o Salvador. Para quem
a humanidade irá? Somente Ele é o caminho, a verdade e a vida.
Ninguém pode chegar ao Pai, senão por Ele. Sem Ele ninguém pode
fazer absolutamente nada que possa conduzi-lo aos tabernáculos eternos.
Pedro deveria se lembrar que todo joelho se dobrará e toda a língua
confessará que Jesus Cristo é o Senhor. Temos que abrir nossa boca para
confessar o senhorio de Jesus em nossas vidas agora mesmo, antes que
chegue o dia que todos vão confessar que Jesus Cristo é o Senhor.
Aquele que confessar individualmente o senhorio de Jesus terá a garantia
de entrada no céu com o Senhor.
!
Pedro quebrou o seu voto de seguir a Cristo na prisão,
por onde fosse preciso e até à morte — o voto precisa ser cumprido,
vivenciado para que o final seja vitorioso e triunfante. Ninguém é
obrigado a fazer voto, mas se fizer, tem que cumprir. Sua covardia
prevaleceu sobre sua coragem. O medo dominou a fé e ele caiu
vergonhosamente.
20
Praguejar
ATITUDE DE UM FRACASSADO
E ele começou a praguejar, e a jurar: Não conheço esse
homem de quem falais. (Marcos 14:71)
P
edro negou a Cristo três vezes. Ele negou na primeira vez
(Mateus 27.70), jurou na segunda vez (Mateus 27.72) e
praguejou na terceira vez (Mateus 27.74). A boca de
Pedro estava cheia de praguejamentos, maldições, imprecações e
blasfêmia contra o Senhor Jesus que o havia chamado para ser seu
discípulo. Esqueceu-se muito depressa dos votos de fidelidade feitos ao
Senhor. Que tristeza! Que desalento!
Jesus que é todo amor, não olhou para as atitudes de Pedro
naquele momento. Ele tinha uma palavra dita para Pedro que não podia
ser revogada, retirada e quebrada. Jesus preferiu manter sua palavra à
expulsar e jogar Pedro para o fundo do poço.
As Palavras de Jesus sempre estão acima de qualquer atitude
negativa daqueles que são chamados, separados, escolhidos e enviados
para a realização da sua obra.
Pedro caiu dos píncaros mais elevados da autoconfiança para o
lamaçal da derrota mais humilhante. Sua queda não aconteceu num
único lance. Foi de degrau em degrau, uma pequena brecha, uma fresta
quase imperceptível e uma greta suficiente para o inimigo penetrar com
sua cunha e causar um grande estrago.
21
Pedro poderia ter interrompido essa escalada de fracasso se tivesse
observado e obedecido aos alertas de Jesus. Ele só caiu em si quando
estava com a alma coberta de opróbrio e com os olhos cheios de
lágrimas amargas.
O que fazer quando as coisas vão de mal a pior?
"
É preciso dar uma freada quando a vida está desenfreada
— Pedro deveria ter se detido por um pouco para fazer uma reflexão dos
acontecimentos. Ele não o fez, por isso foi se afundando cada vez mais,
como se estivesse numa areia movediça. Jesus é o grande campeão das
oportunidades. Ele não leva em conta o tempo desperdiçado e nem o
tamanho da queda, mas sempre levanta os caídos para colocá-los em pé
novamente na jornada que está por vir.
"
É preciso trazer à memória o que pode dar esperança —
só as palavras do Senhor Jesus são vida e garantem esperança. Pedro
deveria ter atentado para os grandes feitos do Senhor em sua vida, as
tremendas experiências que teve com o Senhor e a riqueza dos
ensinamentos de Jesus todos os dias com eles, nas casas, templos,
cidades, montes, vales e tantos outros lugares. Quão facilmente o
inimigo roubou as sementes que foram lançadas em seu coração! Não
podemos seguir estas atitudes de Pedro.
Não precisamos cometer os mesmos erros para aprender. Podemos
tirar grandes lições com os erros dos outros para continuarmos olhando
firmemente para Jesus. Observemos atentamente as atitudes de Pedro
nesta sua trajetória triste, dura e decepcionante e peçamos ao Senhor
Jesus que nos fortaleça em todas as nossas adversidades.
Oremos para que o Espírito Santo nos cubra de todo poder para
nunca praguejarmos contra os outros, contra nós e contra Deus. Nossa
missão e ministério é abençoar e nunca amaldiçoar. Nosso trabalho mais
duro é descansar no Senhor e esperar nEle porque grandes coisas Ele
fará. Nossa obra é levantar os caídos, orar pelos enfermos, visitar as
viúvas, os órfãos, os encarcerados e permanecermos inabaláveis diante
de todos os ataques inflamados do encardido.
22
Conclusão
N
ão somos melhores do que Pedro. Estamos sujeitos
aos mesmos fracassos e se tomarmos as mesmas
atitudes sofreremos também as mesmas quedas ou até
deslizes mais graves. A única maneira de permanecermos em pé é
colocarmos nossos joelhos no chão, nossos olhos em Cristo e
dependermos dele em vez de nos escorarmos no frágil bordão da
autoconfiança, do egocentrismo, da sonolência, da covardia, das más
companhias, da negação e do praguejamento.
É preciso clamar ao Senhor que nos ajude a estarmos vigilantes
porque os dias são maus, os inimigos são cruéis, o inferno é de enxofre e
fogo, e a condenação é eterna. A Palavra de Deus nos adverte o tempo
todo para ficarmos sempre firmes com a armadura de Deus (Efésios
6:13-20).
Não podemos negligenciar os mandamentos do Senhor que são
perfeitos e todos igualmente justos. Não podemos omitir a ordem
imperativa do Senhor de orar, evangelizar, visitar, socorrer, amar,
perdoar, manter comunhão firme com os irmãos, participar na casa do
Senhor, devolver os dízimos e ofertar para que o Reino de Deus se
espalhe por toda a terra.
Levante-se, saia da prostração e se coloque na brecha da oração.
Deus nos chamou, capacitou e nos enviou para irmos até aos confins do
mundo para pregarmos a tempo e fora de tempo.
23
Anotações
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