Cinema na escola: Carlota Joaquina, Princesa do Brazil

Propaganda
Cinema na escola: Carlota Joaquina, Princesa do Brazil
Apresentação
Longa metragem dirigido por Carla Camurati. O filme representa a
retomada do Cinema Brasileiro após o período de produções
fracas e de baixo orçamento. Lançado em 1995 foi um grande
sucesso de público, o que não acontecia há muitos anos com um
filme brasileiro.
Elenco
Elenco com um time de estrelas brasileiras que no momento se
dedicavam principalmente às produções televisivas:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Carlo
ta_Joaquina_Princesa_do_Brazil.jpg
Marieta Severo....................Carlota Joaquina de Bourbon
Marco Nanini ......................Dom João VI de Bragança
Ludmila Dayer.....................Yolanda / Carlota Joaquina de Bourbon (criança)
Maria Fernanda...................Rainha D. Maria I
Marcos Palmeira..................D. Pedro I
Marieta Severo e Marco Nanini, junto
Antônio Abujamra................Conde de Mata-Porcos
com Antônio Abujamra, são os atores
Norton Nascimento..............Fernando Leão
mais conceituados dessa produção.
Marieta Severo
Marco Nanini
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Marieta_Severo_cropped_1.jpg
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:MarcoNaniniPorAndreaFarias.jpg
Todos os três já possuíam uma carreira
bastante profícua no teatro, no cinema e
na televisão. Juntos garantem os
melhores
momentos
do
filme.
Curiosamente, anos depois Marieta
Severo e Marco Nani irão formar outro
casal muito famoso, Dona Nenê e Lineu
Silva, na produção A Grande Família,
seriado televisivo que gerou também um
longa metragem de mesmo nome.
Antônio Abujamra, muito conhecido pelas
suas irreverentes interpretações, é
também um diretor teatral muito
requisitado. Comanda desde 2000 o
programa Provocações, da TV Cultura.
Enredo
Filme histórico e satírico que apresenta um período significativo da história do Brasil, a vinda da
Família Real Portuguesa para o país no século 19, sob a ótica e o ponto de vista da protagonista,
Dona Carola Joaquina, esposa de Dom João VI.
A cineasta faz uma caricatura bastante severa e cômica da personagem, assim como de toda a
Família Real. Segundo o filme, Carlota Joaquina era uma mulher frívola, mal humorada e até
mesmo perversa, o oposto de seu marido, um homem incapaz de governar, medroso e glutão. O
choque cultural entre a população brasileira, com negros, índios e mestiços, e a população
europeia, assim como as relações entre Inglaterra e Portugal são apresentados no filme.
Por trás de todo o exagero proposto pela diretora há a intenção de refletir sobre a formação do
povo brasileiro e o nosso processo de colonização - que se reflete ainda na nossa sociedade
atual, com práticas atrasadas como o clientelismo, a burocracia, a ostentação das classes
dominantes e admiração do povo a essa forma de conduzir a vida.
Curiosamente, o filme é narrado nos tempos atuais por um escocês, vivido pelo ator Brent Hieatt,
que conta para a pequena Yolanda o que ele sabe sobre a história do Brasil e da princesa
espanhola.
A diretora
Carla Camurati é hoje uma diretora de
bastante sucesso. Carlota Joaquina, seu
primeiro longa metragem, representa o
marco da chamada Retomada do Cinema
Brasileiro. Parte do sucesso do filme,
principalmente como fonte de estudo em
sala de aula, é fruto do esforço da artista no
processo de divulgação da obra. Em um
momento de crise financeira no Brasil, onde
o governo e nem a inciativa privada se
interessava em financiar a cultura, e o
cinema era uma produção bem mais cara do
que o teatro, por exemplo, dificuldades
extremas eram percebidas. Carla Camurati
aproveitou a imagem de atriz "global" e foi
de escola em escola divulgar seu filme, fez
palestras,
apareceu
em
programas
televisivos e vendeu a sua obra como um
registro importante para discutir nossa
história.
Depois de Carlota Joaquina, a carreira de
Carla Camurati como diretora de cinema e
teatro deslanchou, tendo ela produzido
dezenas de obras. Hoje, além de suas
atuações como artista, é a presidente da
Fundação Theatro Municipal do Rio de
Janeiro.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Carla_Camurati_cropped.jpg
Quem foi Carlota Joaquina?
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:DomJoao6_CarlotaJoaquina.jpg
Dom João VI e Dona Carlota
Pintura de Manuel Dias de Oliveira, 1815
Dona Carlota Joaquina Teresa Caetana de Bourbón e Bourbón era uma princesa espanhola.
Virou Rainha consorte de Portugal por seu casamento aos 10 anos de idade com o então Infante
português D. João Maria de Bragança (futuro Dom João VI).
Filha primogênita do rei da Espanha Carlos 4° e de sua esposa, D. Maria Luísa Teresa de
Bourbon, Carlota Joaquina de Bourbon nasceu em Aranjuez, em 25 de abril de 1775.
Carlota Joaquina foi descrita por muitos como uma mulher feia e dominadora. Foi mãe de nove
filhos: Maria Teresa, Antônio Pio, Maria Isabel Francisca, Pedro de Bragança (futuro imperador do
Brasil), Maria Francisca, Isabel Maria, Miguel I, Maria da Assunção, Ana de Jesus.
Em janeiro de 1808, Portugal estava prestes a ser invadido pelas tropas francesas comandadas
por Napoleão Bonaparte. Sem condições militares para enfrentar os franceses, D. João VI, então
o príncipe regente de Portugal, resolveu transferir a corte portuguesa para sua mais importante
colônia, o Brasil. Contou, neste empreendimento, com a ajuda dos aliados ingleses.
Em 1821, a Família Real retorna a Portugal onde se submete ao regime constitucional, o que
desagradou à Carlota que se manifestou contrária ao regime constitucional e por isso teve
cassada a cidadania portuguesa. Confinada na quinta do Ramalhão, conspirou para a volta do
absolutismo. Com a morte do marido, levou o filho D. Miguel, a se apoderar da coroa, que lhe
seria tirada posteriormente por D. Pedro I do Brasil (D. Pedro IV de Portugal). D. Carlota Joaquina
morreu no palácio de Queluz, em Lisboa, em 7 de janeiro de 1830.
Curiosidade: Em 1805, Carlota Joaquina e alguns comparsas, entre eles viscondes e marqueses,
conspiraram para a deposição de D. João VI.
Exercitando
1 - O filme foi criticado, sobretudo pelos historiadores, pois além de apresentar a Família Real de
forma bastante burlesca, apresenta alguns erros históricos. Descreva alguns desses
desencontros históricos que você percebeu durante o filme.
2 – O ator Ney Latorraca faz uma participação especial no filme que muito interessa ao mundo da
Arte. O ator representa o pintor Jean-Baptiste Debret, um importante membro da Missão Artística
Francesa, que foi pintor da Família Real no período em que esteve no Brasil.
Dom Pedro I também está no filme, representado
pelo ator Marcos Palmeira. Escolha o personagem
histórico que você achou mais interessante no filme e
produza uma breve biografia, contendo ano de
nascimento e morte, e trajetória política e social. Para
finalizar o trabalho, faça uma crítica da atuação do
ator que fez o papel do retratado.
http://www.scielo.br/img/revistas/anaismp/v14n1/08f5.jpg
Coroação de Dom Pedro I, Debret
3 – Faça uma seleção de obras cinematográficas ou televisivas que tratam o tema da História do
Brasil. Em seguida, escolha uma delas para assistir. Ao findar, escreva um texto apontando as
semelhanças e diferenças entre as duas obras no que se refere à veracidade história, atuação do
elenco, reconstituição de época e roteiro.
Download