Teste Intermédio_11_2011

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Teste Intermédio de Filosofia
Versão 1
Teste Intermédio
Filosofia
Versão 1
Duração do Teste: 90 minutos | 20.04.2012
11.º Ano de Escolaridade
Decreto-Lei n.º 74/2004, de 26 de março
Na folha de respostas, indique de forma legível a versão do teste (Versão 1 ou Versão 2).
A ausência dessa indicação implica a classificação com zero pontos das respostas aos itens de
escolha múltipla.
Utilize apenas caneta ou esferográfica de tinta indelével, azul ou preta.
Não é permitido o uso de corretor. Em caso de engano, deve riscar de forma inequívoca aquilo
que pretende que não seja classificado.
Escreva de forma legível a numeração dos grupos e dos itens, bem como as respetivas respostas.
As respostas ilegíveis ou que não possam ser claramente identificadas são classificadas com
zero pontos.
Para cada item, apresente apenas uma resposta. Se escrever mais do que uma resposta a um
mesmo item, apenas é classificada a resposta apresentada em primeiro lugar.
Para responder aos itens de escolha múltipla, escreva, na folha de respostas:
•  o número do item;
•  a letra que identifica a única opção escolhida.
As cotações dos itens encontram-se no final do enunciado do teste.
A ortografia dos textos e de outros documentos segue o Acordo Ortográfico de 1990.
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GRUPO I
1.  Leia o texto seguinte.
TEXTO A
As provas de persuasão fornecidas pelo discurso são de três espécies: umas residem no carácter
moral do orador; outras, no modo como se dispõe o ouvinte; e outras, no próprio discurso […].
Persuade-se pelo carácter quando o discurso é proferido de tal maneira que deixa a impressão
de o orador ser digno de fé. Pois acreditamos mais e bem mais depressa em pessoas honestas,
em todas as coisas em geral, mas sobretudo nas de que não há conhecimento exato e que deixam
margem para dúvida. […]
Persuade-se pela disposição dos ouvintes, quando estes são levados a sentir emoção por meio
do discurso […].
Persuadimos, enfim, pelo discurso, quando mostramos a verdade ou o que parece verdade, a
partir do que é persuasivo em cada caso particular.
Aristóteles, Retórica, 1356a (trad. de Manuel Alexandre Júnior, Paulo Farmhouse Alberto,
Abel do Nascimento Pena), Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda,1998
1.1.  Indique as três «provas de persuasão fornecidas pelo discurso» a que o texto se refere.
1.2.  Diferencie os dois usos da retórica, a partir do texto.
2.  Leia o seguinte excerto do Diálogo dos Grandes Sistemas, escrito por Galileu Galilei no século XVII, em
que as personagens Salviati e Simplício discutem a teoria aristotélica acerca do movimento.
TEXTO B
SALVIATI – […] Espanta-me […] que não vos apercebais que Aristóteles supõe o que precisamente
está em questão. Ora notai…
SIMPLÍCIO – Suplico-vos, Senhor Salviati, falai com mais respeito de Aristóteles. A quem
convenceríeis, aliás, de que aquele que foi o primeiro, o único, o admirável explicador da forma
silogística, da demonstração, das refutações, […] de toda a lógica, em suma, tenha podido cair num
erro tão grave como o de supor conhecido o que está em questão?
Galileu Galilei, Diálogo dos Grandes Sistemas (Primeira Jornada), Lisboa, Publicações Gradiva, 1979
2.1.  Nomeie a falácia cometida por Aristóteles, segundo Salviati.
2.2.  Nomeie o tipo de argumento utilizado por Simplício.
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3.  Leia o seguinte exemplo de uma falácia, apresentado por Carl Sagan.
TEXTO C
Não há nenhuma prova indiscutível de não haver OVNI a visitar a Terra; por conseguinte, os
OVNI existem – e há vida inteligente algures no universo.
Carl Sagan, Um Mundo Infestado de Demónios, Lisboa, Publicações Gradiva, 1997
Identifique a falácia presente no texto.
Justifique a resposta.
GRUPO II
1.  Na resposta a cada um dos itens de 1.1. a 1.6., selecione a única opção que permite obter uma afirmação
correta.
Escreva, na folha de respostas, o número do item e a letra que identifica a opção escolhida.
1.1.  A validade é uma propriedade
(A) da proposição.
(B) da inferência.
(C) do termo.
(D) da conclusão.
1.2.  Num argumento, denominam-se premissas
(A) os termos das proposições.
(B) as conclusões da inferência.
(C) as proposições que justificam a conclusão.
(D) as proposições que o constituem.
1.3.  Num argumento dedutivamente válido,
(A) as premissas são válidas e a conclusão é verdadeira.
(B) a conclusão é válida se as premissas são verdadeiras.
(C) as premissas são sustentadas pela conclusão.
(D) a conclusão deriva necessariamente das premissas.
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1.4.  Num argumento indutivo, a conclusão
(A) é uma consequência lógica e necessária das premissas.
(B) é verdadeira sempre que as premissas o sejam.
(C) pode ser falsa, ainda que as premissas sejam verdadeiras.
(D) pode ser plausível e está incluída nas premissas.
1.5.  Para obter um argumento indutivo forte, por generalização,
(A) é necessário partir de uma amostra representativa.
(B) é suficiente inferir a partir de premissas gerais.
(C) é necessário demonstrar a verdade da conclusão.
(D) é suficiente respeitar as regras da lógica formal.
1.6.  Um argumento por analogia é um argumento
(A) dedutivo que parte de uma boa comparação entre realidades diferentes.
(B) não dedutivo que parte de semelhanças entre realidades diferentes.
(C) dedutivo que parte de certo número de semelhanças entre realidades diferentes.
(D) não dedutivo que parte de diferenças relevantes entre realidades semelhantes.
No item seguinte, indique claramente o percurso selecionado (2.A. ou 2.B.). A ausência de indicação do
percurso selecionado (2.A. ou 2.B.) implica a classificação da resposta com zero pontos.
2.A.  PERCURSO A
Teste a validade do seguinte argumento, aplicando as regras do silogismo.
Nenhum kantiano é utilitarista.
Alguns filósofos são kantianos.
Logo, alguns filósofos não são utilitaristas.
2.B.  PERCURSO B
Teste a validade do seguinte argumento, aplicando o método das tabelas de verdade.
Ou a Constança é kantiana ou a Constança é utilitarista. Se a Constança é utilitarista, então não é
kantiana. A Constança é kantiana. Logo, a Constança não é utilitarista.
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GRUPO III
1.  Leia o texto seguinte.
TEXTO D
Ser objeto do conhecimento não significa que algo pertence ao mundo exterior, como erroneamente
se supõe na linguagem vulgar, quando se opõe «mundo objetivo» a «mundo subjetivo». Uma ideia
pode ser objeto de conhecimento, como esta mesa; uma dor e um sonho podem ser, por exemplo,
objetos de conhecimento, sem, com isso, necessitarem de pertencer ao mundo exterior. «Objetivo»
diz respeito ao objeto e não implica existência no mundo exterior.
Delfim Santos, «Da Filosofia», in Obras Completas I, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 1982
Esclareça o sentido da frase «Ser objeto do conhecimento não significa que algo pertence ao mundo
exterior».
2.  Leia o texto seguinte.
TEXTO E
Quando lanço um pedaço de madeira seca numa lareira, o meu espírito é imediatamente levado
a conceber que ele vai aumentar as chamas, não que as vai extinguir. Esta transição de pensamento
da causa para o efeito não procede da razão […]. E como parte inicialmente de um objeto presente
aos sentidos, ela torna a ideia ou conceção da chama mais forte e viva do que o faria qualquer
devaneio solto e flutuante da imaginação.
David Hume, «Investigação sobre o Entendimento Humano», in Tratados Filosóficos I,
Lisboa, Imprensa Nacional-Casa da Moeda, 2002
2.1.  Explicite, a partir do exemplo do texto, em que se baseia a ideia da relação de causa e efeito, segundo
Hume.
2.2.  Compare as posições de Hume e de Descartes relativamente à origem do conhecimento humano.
Na sua resposta deve integrar, pela ordem que entender, os seguintes conceitos:
−− razão;
−− sentidos;
−− ideias.
FIM
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COTAÇÕES
GRUPO I
1.
1.1. ................................................................................................... 10 pontos
1.2. ................................................................................................... 25 pontos
2.
2.1. ................................................................................................... 10 pontos
2.2. ................................................................................................... 10 pontos
3............................................................................................................. 15 pontos
70 pontos
GRUPO II
1.
1.1.
1.2.
1.3.
1.4.
1.5.
1.6.
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
...................................................................................................
5 pontos
5 pontos
5 pontos
5 pontos
5 pontos
5 pontos
2. (A ou B) .............................................................................................. 20 pontos
50 pontos
GRUPO III
1............................................................................................................. 20 pontos
2.
2.1. ................................................................................................... 20 pontos
2.2. ................................................................................................... 40 pontos
80 pontos
TOTAL.......................................... 200 pontos
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Anexo
TABELA DE SÍMBOLOS LÓGICOS
NOME
SÍMBOLO
EXEMPLO
ALTERNATIVAS
Letras proposicionais
P, Q, R, . . .
P
Negação
¬
¬P
Conjunção
Ʌ
PɅQ
P & Q
Disjunção
V
PVQ
PQ
Condicional
→
P→Q
P & Q
P2Q
Bicondicional
↔
P↔Q
P + Q
P/Q
Sinal de conclusão
.
. .
PɅQ
.
. .P
PɅQ
–––––– P
Parênteses
( )
P Ʌ (Q V R)
[ ]
p, q, r, . . .
͠ P
A, B, C, . . .
- PP
P.Q
{ }
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