teori ação

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EDUCAÇÃO
A
NÃ0 BASTA SABER, É PRECISO SABER FAZER
TEORI
EDIÇÃO 4. ANO 2.JULHO/2010
www.iergs.com.br
&
ÇÃO
EDITORIAL
EDITORIAL
Não há como negar ou esconder esta
realidade: pesquisas revelam que de cada quatro
famílias, uma tem um filho ou parente homossexual. Portanto, professores, familiares, educadores e profissionais da
saúde necessitam ter em mente que nem todos os jovens e adultos
com que convivem são “naturalmente” heterossexuais. Diante da realidade que nos cerca, precisamos estar preparados para lidar com as situações
homofóbicas que podem surgir no nosso cotidiano. Esse é o tema de capa dessa edição de T&A.
Também estaremos abordando alguns problemas de aprendizagem que surgem
logo nos primeiros anos: o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e os desafios de alfabetizar usando a letra cursiva. Como os professores vêm lidando com estes
problemas e o que funciona para suprir estas necessidades especiais.
Esta edição da Teoria & Ação mostra também o que está sendo feito no Instituto
Ronaldinho Gaúcho. A coordenadora Magela Libner Formiga fala sobre o trabalho desenvolvido, ressaltando a importância de dar oportunidade para crianças e jovens menos
favorecidos pela sociedade, com o objetivo de melhora sua qualidade de vida.
Na seção Educação temos um exemplo de vida. Os pais que viram no bom
trabalho realizado com o filho um motivo para lutar e ajudar outras pessoas:
os deficientes intelectuais. O atual diretor da APAE de Porto Alegre, Unírio
Bernardi, dedica seu tempo para auxiliar no trabalho da associação que
tanto ajudou sem filho. A matéria aborda a inclusão dos deficientes
intelectuais em escolas comuns, ressaltando a importância de
ter escolas que prestem um atendimento mais especializado para estas crianças.
EXPEDIENTE
REVISTA TEORIA & AÇÃO
Uma publicação do IERGS - Instituto
Educacional do Rio Grande do Sul.
Diretor Geral: Saul Hoegen
Diretora de Pós-graduação: Silvana da
Silva Hoegen
Diretor Executivo: Luiz Vinhola
Contatos, artigos e comentários:
[email protected]
Download da revista online:
www.iergs.com.br
Edição: Age! Comunicação.
Editor: Mauricio Pinzkoski - CONRERP
RS/SC 2755
Jornalista: Daniela Machado - Reg. 14.726
Revisora: Aline Hart
Diagramação: Guilherme Jardim
Contato: [email protected]
Direção Geral
DESTAQUE
DESTAQUE
Professor Marco Antônio da Silva
D
esde que o IERGS chegou à Porto
Alegre, um professor vêm se destacando cada vez mais no Instituto:
Marco Antônio Medeiros da Silva , atual Coordenador de Licenciaturas.
A caminhada do professor de
História no magistério é relativamente recente, com especialização em História
Contemporânea e mestrando em Ciências
Sociais, atua na área há dez anos. “Além
de atuar como professor do ensino médio
na rede privada de ensino, também trabalhei como diretor administrativo de uma
escola”, relata ele, ressaltando que considera fundamental para os educadores
fazerem uma conexão entre a teoria e a
prática. “O trabalho do professor deve ter
significado para o aluno”, afirma.
Marco Antônio foi um dos fundadores da cooperativa dos professores
do colégio Mauá, a COOPEM, que presidiu durante alguns anos. E foi através
da entidade que conheceu Saul Hoegen,
diretor geral do IERGS. “Tenho um vínculo muito direto com o instituto, pois foi
através da cooperativa que conseguimos
as primeiras salas de aula pro IERGS em
Porto Alegre”, conta o coordenador.
Fazendo parte da coordenação da
02
graduação do IERGS, Marco Antônio se diz
satisfeito com os rumos que o trabalho vêm
proporcionando. “Leciono aqui desde 2007
e minha primeira turma está se formando
neste mês. Percebo a evolução destes
alunos e os bons resultados do nosso trabalho”, diz ele, que garante que o ensino
à distância está se mostrando tão eficiente
quanto o ensino presencial.
Quando fala do futuro profissional, o professor diz que não consegue desvincular suas perspectivas do IERGS. “Me
incluo dentro de todo esse processo realizado aqui e quero alcançar as metas junto
com a gestão do instituto”, diz ele. Marco
Antônio conta também que, em uma conversa com o diretor do NEAD da Uniasselvi, Hermínio Kloch, recebeu a afirmação
de que a Uniasselvi, em parceria com o
IERGS, tem o melhor curso de ensino a
distância do país. “Hermínio me disse sem
hesitar que temos um dos melhores cursos, correspondendo à todas as reivindicações do Ministério da Educação”, relata.
De fato, o relacionamento com o MEC tem
sido de respeito, ética e profissionalismo.
“Me sinto orgulhoso de fazer parte deste
grupo”, diz o coordenador.
Sentindo-se mais inteirado com os
bastidores do IERGS desde que assumiu a
Coordenadoria de licenciaturas, Marco Antônio conta que continua buscando aprimorar cada vez mais seu trabalho. “Quero me
especializar ainda mais nesta modalidade
de ensino e poder transmitir estes conhecimentos, ajudando na formação de nossos
alunos”, finaliza.
Professor Marco Antônio
ENTREVISTA
ENTREVISTA
Instituto Ronaldinho Gaúcho
H
á três anos, crianças e jovens
carentes gaúchas vêm sendo
beneficiadas pelo Instituto Ronaldinho Gaúcho, presidido por Roberto de Assis Moreira e que tem Ronaldinho como Patrono. Localizado no
bairro Restinga, a instituição atende
700 crianças de todas as idades. São
realizadas várias atividades para auxiliar na formação dos pequenos gaúchos. Financiado pela família de um
dos maiores ídolos do Rio Grande do
Sul, o projeto Letras e Gols visa a inclusão destes jovens na sociedade.
A coordenadora geral do Insituto Ronaldinho Gaúcho, Magela Libner
Formiga, falou sobre o trabalho desenvolvido com estas crianças.
Como nasceu o Instituto Ronaldinho
Gaúcho?
A estrutura do IRG foi inaugurada
em dezembro 2006, mas só começou a funcionar em 2007. No local funcionava a Sede
dos Securitários, o Ronaldinho, quando
criança, jogava bola lá. Mais tarde a família de Ronaldinho adquiriu a Sede e fez um
investimento de cinco milhões de reais para
transformar a estrutura no que vemos hoje.
Qual a missão do Instituto?
É dar oportunidade para crianças
e jovens menos favorecidos pela sociedade de terem uma melhoria na qualidade de
vida. O grande objetivo é a inclusão social.
O foco do instituto não é ser uma
escolinha de futebol. Eles não vêm aqui
para aprender a jogar, mas sim para participar de diversas atividades e desenvolver-se. Não trabalhamos formando atletas.
Apesar de ter gente que pensa assim e procura o instituto com essa finalidade, precisamos deixar claro que não é isso.
Quantas crianças são atendidas atualmente?
O Instituto atende hoje cerca de
700 crianças através do projeto Letras e
Gols, que é um convênio com a Prefeitura
Municipal, através da Secretaria de Educação. É um projeto de educação integral
que acontece no turno inverso da escola.
São cerca de 350 crianças em cada turno. Temos 650 alunos de escolas municipais de Porto Alegre e 50 crianças são do
programa Ação Rua, da FASC. Buscamos
essas crianças na porta da escola com um
transporte próprio do instituto e os trazemos para cá e aqui eles realizam uma série
de atividades. Eles fazem todas as modalidades esportivas como ginástica rítmica,
tênis, capoeira, futebol, basquete, futsal,
atletismo. Tem ainda dança, teatro, laboratório de informática, música, biblioteca,
educação ambiental e cidadania.
Quais os critérios para definição de
quais crianças participarão do projeto?
As crianças são selecionadas pelas escolas e o critério é a sua vulnerabilidade social. As escolas encaminham para cá.
O jogador Ronaldinho Gaúcho participa
ativamente do instituto?
O Ronaldinho vem todo ano, ao
menos uma vez. Em 2009, veio nas férias e
outra vez para um evento. Quando ele chega
aqui, é uma loucura. É difícil conter as crianças, eles saem correndo das salas e não tem
jeito de segurar. Ano passado ele pediu para
não ter eventos para poder estar aqui com as
crianças sem mídia. Então visitou as oficinas,
circulou pelos espaços. Claro que não é tranqüilo, porque tem muita comoção. Ele é um
ídolo para essas crianças e até os profissionais precisam ser contidos. Todos dão muito
valor a ele. Quando vem o Assis ou dona Miguelina (mãe de Ronaldinho), eles também ficam alvoroçados. É uma coisa de idealização
deles, a projeção de uma possibilidade.
Quanto tempo as crianças participam do
projeto?
Cada escola tem um limite de vagas
anual pré-estabelecido. São cerca de 80 vagas por escola. As crianças são cadastradas
no instituto para ficar por um ano. A cada ano
esse cadastro é atualizado. Fazemos uma
avaliação e acompanhamento com as escolas, até para poder avaliar o quanto eles estão
se beneficiando ou não por estarem aqui. É
bastante cobrada a freqüência deles, sendo
um pré-requisito para continuar. A princípio as
crianças ficam um ano, mas algumas já estão
aqui desde o início do projeto. Essa renovação acontece em função da sua condição de
vulnerabilidade, o trabalho precisa ser mantido com essas crianças.
Há perspectiva de aumentar o número
de crianças atendidas?
Não pretendemos aumentar o número de atendimentos para que possamos
manter a qualidade dos serviços prestados.
É muito complexo desenvolver um trabalho
com 700 crianças com tantas necessidades
que não são só educacionais. Elas têm dificuldades de saúde, emocionais, fragilidades cognitivas, alguns com necessidades
especiais como deficientes mentais, cadeirantes, entre outros. Então não dá pra
trabalhar na perspectiva de aumentar o
atendimento, mas sim o espaço para qualificar ainda mais o trabalho. Estamos mais
preocupados com a qualidade daquilo que
se faz do que a quantidade. Queremos que
eles melhorem nos estudos, nas suas condições de vida, para que possam conviver
de forma mais harmoniosa. As mazelas sociais são muitas para serem lidadas aqui.
A que você credita o sucesso do projeto?
Nosso projeto é de educação integral. Letras e Gols é educação não formal.
Então por isso temos esse foco educacional
tão grande. A idéia é que possamos, através
do trabalho feito por profissionais da educação, contribuir para que sejam crianças mais
felizes, com identidade própria, que se reconhecem em suas diferenças. A gente vem
ao longo do tempo fazendo uma reflexão de
que lugar é esse, quais os nossos objetivos e
nossas dificuldades. O nosso compromisso é
executar um trabalho com a melhor qualidade
possível, construindo valores como solidariedade e amizade. Buscamos profissionais que
possam auxiliar nosso trabalho. Agregamos
no espaço profissionais de psicopedagogia,
pois entendemos que isso contribui no desenvolvimento do trabalho. A reestruturação interna da equipe e a inserção de algumas áreas
para colaborar nesse trabalho foram a grande
mudança no último ano. É um trabalho que
está sendo construído e que está sendo importante na qualificação do atendimento.
Palavra da psicopedagoga
Fabiani Ortiz Portella
A demanda
é muito grande, pois
a maioria das crianças
necessita de atendimento individualizado. As situações que
nós acompanhamos
precisam de um olhar
diferente. Temos que ajudá-los a conviver
uns com os outros, muitas vezes eles não
têm regras de convivência, e partem logo
para agressão. Alguns casos que acompanhamos estão dando um excelente
retorno, demos autonomia e eles respondem positivamente de alguma forma.
A psicopedagogia neste trabalho
é muito importante pois apresenta novas
possibilidades. Estamos estreitando a
relação com os familiares e a escola, para
melhor entender as situações pontuais que
estão passando estas crianças e assim
auxiliá-las em seu desenvolvimento.
03
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
A inclusão social
de deficientes intelectuais
M
uito se discute sobre a inclusão de
deficientes em escolas comuns. O
desafio de colocar esses jovens
em escolas que não são específicas para
tratar de deficientes intelectuais é enfrentado diariamente pelas Associações de Pais
e Amigos dos Excepcionais (APAEs) do
Brasil inteiro.
A APAE é uma entidade filantrópica
que auxilia no tratamento e desenvolvimento desses jovens que sofrem deste tipo de
deficiência. Cada cidade pode ter uma instituição, mas pode manter várias escolas de
ensino especial. No caso de Porto Alegre, a
APAE local é mantenedora de três escolas:
Escola Especial Doutor João Alfredo de Azevedo (bairro Vila Nova), Escola de Educação
Especial Nazareth (bairro Glória) e Escola
Especial Cadi (bairro Santanta).
“
A escola sozinha não dá conta,
é preciso que os pais assumam
seu papel e acreditem no filho,
concedendo-lhes o direito de um
tratamento adequado e incluindo-o socialmente
”
Na capital gaúcha, a APAE atende desde a primeira infância até os idosos
excepcionais. Não há limite de idade nem
para ingresso nem para encerramento do
atendimento. Segundo Neusa Salaberry,
assessora pedagógica da instituição, todo
o tratamento é feito conforme a idade. Até
os três anos de idade, há estimulação precoce, que é realizada individualmente junto
com a família, com o auxílio de neurologistas, fisioterapeutas, fonoaudiólogos e assistentes sociais. Quando a criança completa quatro anos, começa o processo de
inclusão na educação infantil.
A socialização dessas crianças
conta com o atendimento de Psicopedagoga Inicial, que avalia o desenvolvimento delas. Ao completar os seis anos, elas
são analisadas e encaminhadas ao ensino
fundamental. E, mesmo na escola comum,
as crianças continuam vinculadas à APAE
para atendimentos médicos.
Neusa afirma que, segundo a lei, a
educação dever ser individual de acordo com
o desenvolvimento humano. É necessário que
o professor dê atendimento individual para os
alunos. “Essa é a função da escola inclusiva:
atender as necessidades de cada um”, diz a
assessora educacional. Dessa forma, mesmo as escolas comuns e que prestam atendimento coletivo, devem também atender as
necessidades individuais de cada aluno, seja
excepcional ou não. Esse trabalho deve potencializar as habilidades das crianças.
“
Tivemos um trabalho de muitos
anos e que nos trouxe muitas glórias com nosso filho e decidi ajudar
os outros nesse desenvolvimento
”
Um dos problemas enfrentados
por muitos pais é a impossibilidade de escolher a escola que o filho deficiente irá frequentar. Segundo Neusa, o MEC defende
que todas as crianças deveriam freqüentar
as escolas comuns, enquanto entidades
como a APAE serviriam de suporte para
educação especial. Enquanto isso, o movimento apaeano defende que deve ter escolas que prestem um atendimento mais
especializado para estas crianças.
No início a APAE era um espaço
para deficientes ficarem e receber apoio
médico. Hoje já se percebeu que é possível
Juliano, Elcira e Unírio
04
ensinar para estes deficientes, foram então
criadas as oficinas educacionais. A associação tornou-se ainda um direito de defesa
para os deficientes. “Fazemos nosso trabalho e articulamos com setores públicos e o
MEC para modificar o atendimento a esses
excepcionais”, afirma Neusa.
Atualmente, a APAE de Porto Alegre atende cerca de 400 deficientes intelectuais. Grande parte dessas pessoas é
atendida no turno inverso ao das escolas,
até para que se organize e tenha um desenvolvimento ainda melhor. A evolução nestes
casos não para nunca. Os alunos que, após
o ensino fundamental tem dificuldades ainda de aprendizagem, são encaminhados ao
EJA (Educação para Jovens e Adultos). Também são encaminhados para o trabalho, com
acompanhamento e apoio da APAE.
O presidente da APAE de Porto
Alegre, Unírio Bernardi, se envolveu com a
APAE quando o filho, Juliano, apresentou
deficiência intelectual. Mudou-se para a capital em busca de melhor tratamento para
o filho. Hoje, o administrador aposentado
dedica seu tempo para auxiliar no trabalho
da associação. “Tivemos um trabalho de
muitos anos e que nos trouxe muitas glórias
com nosso filho e decidi ajudar os outros
nesse desenvolvimento”, afirma Unírio, ressaltando que cuida da parte administrativa,
não da pedagogia da APAE.
A esposa de Unírio, Elcira Bernardi, faz coro com o marido ressaltando a
melhora na qualidade de vida de seu filho
por causa dos atendimentos prestados pela
APAE. “O Juliano nunca conseguiu aprender a ler e escrever, mas descobriu seu talento como artista plástico e já foi premiado
e convidado para muitas exposições”, conta ela. Juliano ainda sonha em ter o processo de alfabetização bem sucedido. Engajado com a APAE tanto quanto os pais, ele
fundou e preside até hoje o primeiro Grêmio
Estudantil das APAEs de todo o Brasil.
Para Elcira, um dos grandes problemas enfrentado pelos deficientes é a
falta de compreensão dos próprios pais sobre suas limitações. “A escola sozinha não
dá conta, é preciso que os pais assumam
seu papel e acreditem no filho, concedendolhes o direito de um tratamento adequado e
incluindo-o socialmente”, afirma ela.
O processo de inclusão social destes jovens continua acontecendo diariamente em todo o mundo. Talentos descobertos,
habilidades potencializadas e um mundo
cheio de oportunidades é a missão a ser
vencida diariamente. Os deficientes intelectuais seguem enfrentando suas necessidades e conquistando cada vez mais espaço.
NOTAS
NOTAS
Parceria IERGS e UNIASSELVI
O Instituto Educacional do Rio
Grande do Sul, que já é Pólo credenciado
pelo MEC pra realizar os cursos de graduação a distância da Uniasselvi (Centro Universitário Leonardo da Vinci) em Porto Alegre, firmou parceria de bandeira única com
a Uniasselvi. Tendo como objetivo levar
para todo o Rio Grande do Sul, os cursos
de pós-graduação da Instituição.
O IERGS passa a oferecer nesta
parceria, cursos de Graduação EaD, Pósgraduação Presencial, Pós-graduação Semipresencial e Pós-graduação Online.
“Contamos hoje com uma equipe de profissionais que irão realizar um trabalho de
divulgação das Pós-graduações em todo
o território do Rio Grande do Sul, com
a possibilidade de levar os cursos
para grandes centros ou pequenas cidades. Assim, levaremos o conhecimento
para quem deseja se especializar” diz Silvana Hoegen diretora de Pós-graduação
do IERGS.
A Uniasselvi contratará para cada
turma formada, um professor Tutor que irá
dar acompanhamento aos alunos. O professor especialista que tiver interesse em
estar ajudando a organizar os cursos em
sua cidade e se tornar um professor/tutor
deverá encaminhar seu currículo para o
email: [email protected], com o Título: PROFESSOR PÓS EAD.
Pós-graduação presencial
Encontros semanais ou quinzenais com professores doutores, mestres e
especialistas. O aluno recebe o material didático em cada início de disciplina.
Pós-graduação Semipresencial
Encontros mensais com professores doutores, mestres e especialistas. O
aluno recebe o material didático em cada
início de disciplina.
Pós-graduação online
Aulas realizadas pelo computador,
via online. Com acompanhamento de professores. O aluno recebe o material didático impresso e um CD em cada início de disciplina.
Maiores informações: www.iergs.com.br
Evasão
Escolar
Censurado
O livro “Mamãe, como eu
nasci?” foi censurado em toda
a rede pública da
cidade de Recife.
O motivo, segundo a administração municipal, o
livro escrito em
1988, pelo sexólogo Marcos Ribeiro, é considerado sexual demais.
O compêndio, rico em ilustrações,
foi criado para auxiliar pais e educadores na
discussão sobre a sexualidade sem tabus,
com uma linguagem clara e destinada para
a faixa etária de sete a dez anos.
Conheça as modalidades dos cursos:
PROUNI
O Programa Universidade para
Todos (ProUni) já possui mais de quatro mil
comissões de acompanhamento social espalhadas em universidades de todo o país. Com
o objetivo de fiscalizar e aprimorar o programa, as comissões tem como meta aumentar
a participação de estudantes, professores, coordenadores e representantes do programa
nas instituições e sociedade civil.
Famílias de 40 mil alunos que
são favorecidas pelo Bolsa Família deverão receber punição ou perder o benefício.
Isso porque estes estudantes, que tem entre 6 e 17 anos, não vem frequentando a
escola normalmente.
O MEC, afirma que a maioria dos
casos de evasão escolar se deve ao desinteresse do próprio aluno em ir para a escola.
Cerca de 18% do abandono tem o descaso
com o ensino como motivo principal, e quase 10% dos alunos deixaram de frequentar a
escola por causa do descaso dos pais.
São mais de 6.540 famílias propensas a perder o Bolsa Família por descumprirem normas como a frequência
mínima. No total, mais de 170 famílias já
perderam o auxílio por esse motivo.
05
AMBIENTAL
AMBIENTAL
Cuidando do meio-ambiente
D
evido às catástrofes naturais que
acontecem mundo a fora por culpa
da falta de cuidado com o planeta,
as escolas vêm dedicando mais tempo para
aulas de educação ambiental e projetos
que envolvam a sustentabilidade.
A importância de encontrar soluções para os problemas ambientais que
assolam o mundo atual é apresentada para
as crianças ainda em fase escolar, com o
objetivo de torná-los adultos mais conscientes. Várias escolas de Porto Alegre já
possuem programas voltados ao incentivo
dos jovens em cuidar do planeta. A própria
SMAM (Secretaria Municipal do Meio Ambiente) desenvolve projetos de capacitação
de monitores ambientais tanto para alunos
quanto professores.
O Ceai (Centro de Educação e
Formação Ambiental) coordena as ações
de educação ambiental da SMAM. Entre
elas, está o projeto “Porto Alegre, Cidade da Educação Ambiental”, lançado em
junho de 2005 durante a 21ª Semana do
Meio Ambiente, realizada na capital gaúcha. A campanha permanente envolve
toda a sociedade.
A escola municipal de educação
infantil Jardim de Praça Pica-Pau Amarelo
promoveu no mês de maio uma ação ecológica para plantar sementes de Crotalária,
06
que dentre outros mosquitos, espanta também o causador da dengue. Periodicamente a escola promove trabalhos com o objetivo de desenvolver a consciência ecológica
das crianças.
Porto Alegre também já tem o
projeto de criação da sua primeira creche sustentável. Criada pela Companhia
Carris Porto-Alegrense, em convênio com
a SMED, a creche de 800 metros quadrados deverá atender 120 crianças.
Esta deverá ser a primeira da série
de obras com indicadores sustentáveis, além de adaptar prédios
mais antigos para que valorizem
mais o meio ambiente.
O trabalho de preservação do planeta é contínuo.
Escolas do mundo inteiro vêm
investindo cada vez mais na
consciência ecológica de seus
alunos para que, no futuro, continuem a gozar da qualidade de vida
que têm hoje!
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
Alfabetização: letra de forma
ou letra cursiva?
D
eve-se ou não exigir que as crianças escrevam com letra cursiva?
A letra cursiva que era obrigatória
e incentivada com o uso dos já raros cadernos de caligrafia, hoje divide opiniões
de especialistas e professores em debate
sobre o uso da letra de fôrma na alfabetização dos pequenos. O assunto ainda
é bastante controverso. Enquanto alguns
educadores defendem o uso do estilo de
escrito que seja de mais fácil adaptação
dos alunos, outros reafirmam a importância da letra cursiva.
O debate sobre a alfabetização ganha também a atenção de neurocientistas
como Norman Doidge, que defende que a
escrita cursiva, por exigir mais esforço, ajuda as crianças a adquirir fluência. Ao mesmo
tempo, pesquisadores afirmam que, a partir
do momento que a letra cursiva cair em desuso por parte dos educadores, outras habilidades cognitivas substituirão esta.
A letra de fôrma, chamada popularmente de “bastão”, dá maior liberdade
para as crianças. O fato de não ter que
reunir as letras facilita o processo de alfabetização. A palavra “emendada” acaba
sendo rejeitada pelas crianças que ainda
estão reconhecendo cada letra e o som
que elas produzem. Para a Psicopedagoga Leila Bambino, a escola deve sempre
ter em mente a inclusão dos alunos com
dificuldades para escrever cursivamente.
“O objetivo da linguagem escrita é a comunicação de idéias”, afirma ela, ressaltando que não importa de que forma esta
idéia seja transmitida.
Se a letra cursiva é tão difícil e
já caiu em desuso nos últimos anos, porque dedicar tanto esforço? Muitas vezes
as próprias crianças despertam o desejo
de aprender a escrever deste modo, pois
querem fazer como os adultos. Para se
auto-afirmar, preocupam-se em compreender como a escrita cursiva funciona.
Leila afirma que os próprios alunos solicitam escrever com a letra “pegada”. “Eu
particularmente não exijo a letra cursiva,
pois acho que o objetivo de alfabetizar se
perde no esforço de uma letra redondinha!”, relata. Para a professora Raquel
Lujan especialista no assunto, é importante não impedir esse avanço que parte
dos próprios alunos. “A escrita cursiva
destes alunos pode incentivar os demais
educandos a buscarem este conhecimento”, diz ela.
Criados em uma geração com
televisão, computador e livros, a letra impressa acaba sendo presente na vida das
crianças mesmo antes do processo de alfabetização. Por isso mesmo, reconhecê-las
se torna mais fácil e o trabalho dos educadores mais tranqüilo.
Entendendo as necessidades de
cada criança, a comunicação entre professor e aluno fica mais fácil. A finalidade
da escrita deve ser alcançada no período
dedicado à ela, não importa de que forma
ela seja colocada no papel pelos pequenos, sem inibir o processo de aprendizado das crianças. Respeitar seu desenvolvimento motor e visual é que deve ser o
objetivo dos educadores. Para Vera Fon-
seca criar grupos para incentivar as habilidades de cada um é imprescindível.
“Divido a turma entre os que aprenderam
apenas as letras e os que já aprenderam
a trabalhar com sílabas e crio jogos para
que cada um se desenvolva a seu tempo, respeitando o limite de cada
um”, conta a educadora.
À partir do momento que o infante domina a escrita de fôrma,
o desafio de aprender
a letra cursiva parte
dele mesmo. Ávidos
por conhecimento, os
próprios alunos desejam entender este tipo
de escrita. E é neste momento que a alfabetização se dará por completo.
07
ESPECIAL
ESPECIAL
Homossexualidade
na escola
C
om o passar dos anos, os adolescentes vêm explorando cada vez
mais sua sexualidade e, consequentemente, descobrindo mais cedo sobre
suas preferências sexuais. Jovens vêm assumindo sua homossexualidade cada vez
mais cedo e isso tem repercutido também
nas escolas.
Segundo Ângela Cardoso, mestre
em educação, as escolas ainda são muito
homofóbicas. Tanto os alunos quanto os
professores ainda não aprenderam a lidar
com esta situação. “A escola ainda é o local
que não aceita que certos assuntos sejam
trabalhados”, afirma.
O diálogo, fundamental no ambien-
te escolar, acaba sendo deixado de lado
quando o assunto é o homossexualismo.
Apesar de alguns professores já tomarem a
iniciativa de falar a respeito e esclarecer as
dúvidas dos alunos sobre a opção sexual de
cada um, ainda não é possível que isso seja
feito de maneira que os estudantes aceitem
os colegas homossexuais assumidos. Gays
e lésbicas adolescentes enfrentam diariamente a hostilidade dos colegas.
Andressa Andrade, estudante de
jornalismo, passou por isso na escola. Aos
15 anos seus pais descobriram que ela era
homossexual e não aceitaram. Após a estudante trocar de escola para ser afastada
dos amigos que aceitavam sua opção se-
xual, ela se viu sendo hostilizada pela nova
turma. “Alguns até aceitaram, mas muita
gente me ignorava ou fazia piadas a meu
respeito”, afirma. Quando começou a se
entrosar, foi trocada de escola novamente
pelos pais. Foi então que teve acompanhamento psicológico. “Minha mãe falou com
a diretoria e me encaminharam para uma
psicóloga”, diz Andressa.
A recusa dos pais em aceitar a
homossexualidade dos filhos é um grande problema enfrentado pelos jovens. E,
quando hostilizados pela própria família,
o convívio com os amigos acaba sendo
a válvula de escape que precisam. Foi o
que aconteceu com Laís Mendonça. A estudante descobriu que estava apaixonada
por uma amiga aos 14 anos. Foi repreendida pela então melhor amiga heterossexual, que cortou os laços de amizade por
um bom tempo. Mas ela tinha um amigo
também homossexual que foi em quem se
apoiou antes e depois de assumir para sua
mãe sua opção sexual. Quando decidiu
contar para a mãe, Laís acabou ficando
de castigo e teve os horários controlados.
Muito tempo depois, as duas conversaram
e decidiram não contar ao pai dela, que até
hoje, mais de cinco anos, ainda não sabe
da homossexualidade da filha.
“
Mas na escola ainda há um
tabu e os próprios professores
acreditam que não devem focar
no assunto, porque é responsabilidade da família
”
Daniela Villar e Andressa Andrade
08
Para Ângela Cardoso, grande parte dos pais ainda colocam essa responsabilidade de lidar com o tema na escola. “Mas
na escola ainda há um tabu e os próprios
professores acreditam que não devem focar no assunto, porque é responsabilidade
da família”, afirma.
ESPECIAL
ESPECIAL
Já a fotógrafa Daniela Villar, namorada de Andressa e que tem uma filha
de nove anos, afirma que os pais são os
principais responsáveis pela sensação de
desamparo destas crianças. Daniela diz
que antes a escola e a família faziam um
trabalho conjunto para auxiliar as crianças,
mas as instituições estão, cada vez mais,
passando a responsabilidade para a família. “A escola também tem que educar
e dar apoio aos alunos, que muitas vezes
nem querem mais ir à escola por medo das
agressões!”, conclui. Lésbica assumida
também para a filha, ela diz que a menina
assume para os colegas que a mãe é homossexual, mas que não sofre represálias
por conta disso.
“
A escola sem preconceitos é
algo que vêm se construindo, e
os jovens muitas vezes aceitam
a homossexualidade muita mais
do que os professores
”
Ângela Cardoso afirma que os alunos já estão ficando mais aptos a debater
sobre o homossexualismo do que os próprios educadores. “A escola sem preconceitos é algo que vêm se construindo, e os
jovens muitas vezes aceitam a homossexualidade muito mais do que os professores”,
diz ela, afirmando que os professores homossexuais também sofrem represálias por
parte dos colegas.
Tanto Andressa quanto Laís, acabaram sendo transferidas de escola por
conta da homossexualidade. Andressa na
terceira escola, encontrou o apoio da psicóloga. Laís trocou da escola com os colegas que a aceitavam (mas não tinha apoio
psicológico) por outra, onde então se viu
hostilizada pelos estudantes e apoiada pela
instituição. “O psicólogo sempre questionava como eu estava me sentindo e oferecia
ajuda”, diz ela.
A transferência de escola, desta
forma, pode ser tanto negativa quando positiva para os jovens que sofrem pelo preconceito. Isso porque, apesar do afastamento dos amigos, alguns jovens acabam
encontrando na nova escola um apoio
para lidar com sua homossexualidade perante a sociedade.
Ainda é necessário evoluir muito
na luta contra o preconceito no ambiente
escolar. E, apesar da homofobia nas escolas, os homossexuais vêm conquistando
cada vez mais a compreensão dos pais, colegas e professores.
Como agir com um aluno homossexual
Muitos professores têm dúvida de
como agir com um aluno homossexual na
sala de aula. De acordo com a Psicóloga
Silvana Hoegen, a primeira atitude é entender que o homossexualismo sempre existiu, sobretudo entre adolescentes. A partir
disso, procurar ganhar a confiança do aluno ou aluna para que sinta no professor um
aliado com quem pode conversar.
A segunda medida é oferecer
apoio no caso de perceber que o aluno ou
a aluna demonstram necessitar deste tipo
de atenção. Esses jovens geralmente vivenciam profundos conflitos pessoais e sociais, por muitas vezes serem rejeitados e
não aceitos pela família e pelos colegas. A
escola deve proteger este jovem homossexual contra agressões físicas e verbais que
possa acontecer no ambiente escolar.
Outra medida interessante é discutir em sala de aula questões referentes
ao preconceito e a discriminação, numa
perspectiva crítica e histórica, com vistas
a uma postura contrária ao preconceito e
a discriminação de qualquer espécie, para
que assim, sejam solidários com seus colegas, ditos “diferentes” – sejam membros
de minorias étnicas, sexuais ou ostentem
deficiência física. Visualizando sempre que
é no contexto escolar que se aprende a respeitar o outro, é onde se constroem os valores; onde se desenvolvem os hábitos e as
crenças que são transmitidas de membro a
membro aponta a Psicóloga.
09
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
Transtorno de Déficit de Atenção
e Hiperatividade (TDAH)
U
m dos grandes desafios para os
professores é lidar com os problemas de aprendizagem causados por
transtornos neurológicos. O TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) é um desses problemas que acabam
aparecendo principalmente quando a criança ingressa na escola.
O TDAH é um transtorno causado
por um comprometimento neurológico. Por
mais que os sintomas já apareçam antes
da sala de aula, em grande parte dos casos são os professores que percebem as
dificuldades desses alunos, vendo que eles
não conseguem se concentrar nas atividades propostas.
“
Quando a gente fala de hiperatividade, que é essa agitação toda,
devemos lembrar também que temos casos de hiperativos que conseguem ter atenção e produzir em
uma determinada tarefa
”
Segundo Dr. Gilson de Almeida
Pereira, psicopedagogo e professor de
Pós-graduação do IERGS, é importante
ressaltar que o TDAH trata de duas coisas
distintas: a hiperatividade e o déficit de
atenção, que não vêm necessariamente
acompanhados. Alguns hiperativos conseguem ter atenção em determinadas atividades desde que tenha acompanhamento
para isso. “Quando a gente fala de hiperatividade, que é essa agitação toda, devemos lembrar também que tem casos de
hiperativos que conseguem ter atenção e
produzir em uma determinada tarefa”, afirma Dr. Gilson.
Já o déficit de atenção é caracterizado pelas crianças que se distraem
facilmente com detalhes do ambiente em
que está ficando em um universo paralelo
à sala de aula. “Ela não consegue estabelecer uma relação de memória com o universo escolar, de ambiente, de espaço, de
motricidade”, diz o especialista. Por conta
disso, ela necessita de um acompanhamento neurológico bem como um trabalho
triangulado com os pais e o psicopedagogo, que é quem vai auxiliar os professores
nas atividades que esse sujeito deve desempenhar na escola.
Vale ressaltar que quando falamos de hiperatividade, destacamos pessoas que tem dificuldade com limites. Por
conta disso, muitas vezes essa criança
já tem a auto-estima baixa, porque são
considerados indisciplinados pela família, por não tolerar determinados compor-
10
tamentos. Os próprios colegas e professores já perderam a paciência com esse
sujeito que também está em sofrimento
por conta dos transtornos neurológicos
que sofre.
Após o diagnóstico do neurologista, para um melhor desenvolvimento
desses alunos, os professores são orientados a realizar atividades mais curtas
para que a criança consiga desenvolvêlas até o final. Trabalham também com
premiações afetivas, para que eles recuperem a auto-estima. Essas premiações são uma bandeira de um jogo, uma
pontuação especial, um cartão com mensagem de incentivo ou um carinho dos
colegas e professores. “Desta forma, ele
são estimulados a ir até o fim e saem da
sensação de incapacidade diante das
atividades propostas”, relata Dr.Gilson.
Para o psicopedagogo, é importante entender que, quando estes
dois transtornos caminham juntos, é
como um motor de carro que não pára
nunca, nem ao dormir. Estas pessoas
não conseguem entrar em repouso e
descansar. Por isso a importância de se
compreender que, mais do que um inconveniente em sala de aula, esses alunos sofrem com um transtorno que não
conseguem controlar.
“
Tenho medo quando alguns colegas professores vêm me dizer
que metade da sua turma é hiperativa. Alguns ainda têm como
ideal de aluno como aquele aluno múmia, que não se mexe!
”
Com crianças e adolescentes
cada vez mais agitados, um dos grandes problemas é que professores rotulam seus alunos de hiperativos sem um
diagnóstico correto. “Tenho medo quando
alguns colegas vêm me dizer que metade
da sua turma é hiperativa. Alguns ainda
têm como ideal de aluno aquele que não
se mexe!”, diz o psicopedagogo, ressaltando mais uma vez que aluno agitado
não é aluno hiperativo e aluno que não
presta atenção não têm necessariamente
déficit de atenção.
Porém, os professores não são
culpados disso. Para o psicopedagogo,
os educadores saem despreparados dos
seus cursos de formação para lidar com
tais dificuldades de aprendizagem. A
educação continuada é o que ajuda, alguns a lidar e aprender a trabalhar com
tais problemas.
Dr. Gilson de Ameida Pereira
O grande conselho para os professores, por parte dos psicopedagogos,
acaba sendo o diálogo com os pais, fundamental para o bom encaminhamento do
trabalho. Além disso, falta aprender que
não adianta falar mal ou punir o sujeito, que
tanto já sofre com suas limitações. O professor como educador, deve ser também
um incentivador.
“
O próprio professor pode contornar esses problemas com as
atividades em sala de aula, já
que não é necessário tratamento
médico para esse caso
”
Gilson Pereira afirma que existe
mais uma modalidade de aprendizagem: a
hiperassimilação, que tem características
parecidas com a hiperatividade, mas que
não é detectado por neurologistas. Nesta
modalidade, apesar da agitação, percebese que os sujeitos conseguem aprender,
fazendo muita coisa ao mesmo tempo,
mas assimilando tudo. “O próprio professor pode contornar esses problemas com
as atividades em sala de aula, já que não
é necessário tratamento médico para esse
caso”, afirma ele.
Ter modalidades de ensino que
abrangem estes vários tipos de inteligência seria o modo mais fácil de contemplar
todos os alunos em uma mesma aula. “A
escolha didática e pedagógica deve ser
voltada para todos os tipos de aluno”, finaliza o especialista.
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
P
ara auxiliar no ensino, muitos professores utilizam jogos e brincadeira
como uma das principais metodologias. Muito além da diversão, usar o lúdico
em sala de aula auxilia no desenvolvimento
das crianças e na sua total interação com o
ambiente de ensino.
Desde seu magistério, a professora de pós-graduação e mestre em educação Denise Severo passou a se interessar
por essa metodologia de ensino. “Sempre
gostei de brincar, e utilizei esse método por
entender que desta forma os alunos também participariam mais das aulas”. Segundo ela, a grande preocupação era então
entender como as crianças brincam, do
que elas brincam e que importância essa
atividade tem em suas vidas, para assim
compreender melhor a importância do lúdico na criação do sujeito psíquico e social
das crianças e adolescentes.
A interação social é o grande trunfo das brincadeiras em sala de aula. Os
alunos passam a prestar mais atenção na
matéria para que possam ter melhores resultados nos jogos. Além disso, o convívio
com os colegas também melhora.
Para Denise, por ser uma atividade livre e permeada pela busca do prazer, os jogos fazem com que as crianças
aprendam sem notar. Esse processo facilita
a aproximação de alunos que, por vezes,
parecem distantes. “Aquele aluno que às
vezes tem um distanciamento do conteúdo
da sala de aula, das próprias regras dentro
do ambiente escolar, começa a ter
vontade de aprender através do
jogo”, afirma a especialista.
Porém, nem tudo é diversão. É necessário que exista
equilíbrio dentro de sala de aula
entre os momentos de brincar e
de estudar. Apesar de o jogo ser
uma das maneiras mais fáceis de
conquistar a atenção dos alunos,
há momentos em que a aula deve
seguir o padrão didático. “Usamos
os jogos para mostrar as regras e
trabalhar a questão da importância dos momentos de prestar atenção, momentos que é necessário
ficar quieto, e os momentos em
que pode brincar e interagir com os colega”,
diz Denise. Saber pontuar com as crianças
este equilíbrio é imprescindível para o bom
andamento das aulas e um melhor processo de aprendizado.
Mas não só as crianças são beneficiadas pelos jogos educativos. Todas as faixas
etárias devem receber essa forma de estímulo
de aprendizagem. “O jogo é bem vindo tanto
na educação infantil quanto na pós-graduação”, avisa Denise. Obviamente conforme o
passar dos anos, os momentos lúdicos vão
sendo deixados de lado, mas é preciso que
momentos de descontração aconteçam.
Vale ressaltar também que cada
faixa etária tem seus jogos mais indicados,
de acordo com o período do aluno. Nos primeiros anos de vida, no período sensório-
motor, os jogos mais indicados são os que
envolvam o desenvolvimento da descoberta através do toque e manuseio dos objetos.
Entre os dois e sete anos de idade, período
pré-operacional, são os jogos simbólicos os
mais indicados. Neles, as crianças brincam
de faz-de-conta. Quando entram na préadolescência, passam então a praticar os
jogos de regras.
A psicopedagoga reafirma a importância dos jogos em sala de aula, enfatizando o auxílio dessa modalidade de
ensino para que as crianças consigam reverter suas dificuldades. “Usamos o jogo
para que ela consiga vencer os problemas
de aprendizagem que tem!”, finaliza Denise, concluindo assim a importância deste
recurso pedagógico.
11
APRENDIZAGEM
APRENDIZAGEM
Novos horizontes
a partir da socialização
PÓS-GRADUAÇÃO:
Gestão Pública e Planejamento*
Auditoria Contábil e Controladoria
Engenharia da Produção
Psicologia Organizacional e do Trabalho
MBA
A
formação de grupos no ensino médio
já é conhecida e debatida há muitos
anos. As famosas “panelinhas” acabam reunindo jovens com interesses em
comum e que se identificam em meio ao
ambiente escolar.
Construir relações de amizades
e companheirismo é uma situação que
fica ainda mais evidente durante o ensino médio, quando os alunos deixam de
ser amigos pela “brincadeira” e passam a
procurar por pessoas capazes de entender
seus sentimentos e dar apoio nas horas de
crises juvenis.
Um dos grandes desafios para os
educadores é socializar os alunos, para que
possam então conviver e aprender com os
demais colegas, também ricos de histórias
e conhecimentos a serem transmitidos.
É natural que o ser humano busque no outro alguém parecido com ele, mas
restringir à estas pessoas o seu convívio no
ambiente escolar é perder a oportunidade
de evoluir ainda mais. Formadas por estereótipos, as panelinhas na escola acabam
prejudicando também alguns alunos que
sofrem com a timidez e tem dificuldades
para interagir socialmente, atrapalhando
inclusive o processo de aprendizagem para
estes sujeitos.
Trabalhar o entrosamento do
grupo é um grande desafio para os educadores. Trazer o aluno para dentro da
sala de aula e colocá-lo frente à frente
com outras visões e perspectivas é a missão destes professores que buscam um
desenvolvimento melhor destes alunos.
Vale lembrar que quanto mais tarde esse
trabalho é iniciado, mais difícil se torna.
Isso porque com o passar dos anos, os
12
grupos vão ficando cada vez mais fechados dificultando para que novos membros
se aproximem. A liderança pedagógica da
escola deve cuidar para que estes jovens
tenham uma maior abertura para os alunos que buscam incluir-se nos grupos já
formados anteriormente.
A harmonia na convivência escolar, a ser buscada incessantemente, gera
bons resultados. A interação de alunos com
visões opostas e anseios diferentes enriquece o ambiente escolar ao qual estão inseridos. A formação de grupos sociais deve
continuar a ser o apoio dos adolescentes,
mas eles precisam também conviver com
outros perfis para quem possam então desenvolver-se por completo.
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SAÚDE
SAÚDE
OBESIDADE INFANTIL:
Encarando o problema
Fonte: www.obesidadeinfantil.org
U
m dos grandes problemas da
nova geração, criada à base de
pizzas, hambúrgueres e guloseimas em geral, é a obesidade infantil.
Com o aumento preocupante do número
de crianças que apresentam o problema,
a escola vem se tornando um ambiente
ideal para o auxílio na reeducação alimentar dos pequenos. Segundo a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, 15% das crianças brasileiras
sofrem desse mal.
Caracterizada
pelo
excesso
de gordura corporal, a obesidade infantil pode acarretar problemas muito mais
graves no futuro. Isso porque crianças fofinhas tendem a tornar-sem adultos obesos. E com isso, muito além da estética,
problemas como diabetes e hipertensão
acabam aparecendo precocemente.
O sedentarismo, um dos maiores
culpados pela obesidade, é um dos principais inimigos combatidos no ambiente escolar. As aulas de educação física, somadas às brincadeiras, vem para promover a
qualidade de vida e incentivar à movimentação do corpo.
Os bons hábitos alimentares
estão sendo estimulados nas escolas.
Lanches saudáveis são estimulados pelos educadores, que percebem em seus
alunos a cultura do refrigerante, frituras e
tantos outros alimentos que induzem ao
ganho de peso de forma excessiva. Algumas escolas já restringem à suas cantinas apenas alimentos saudáveis. Mas, e
quando a criança traz o lanche gorduroso
de casa? Algumas escolas proíbem determinados tipos de alimentos, mas nem
sempre há um consenso sobre isso entre
pais e educadores. Segundo a nutricionista Maria Luiza Camargo, apesar de representar apenas 15% da alimentação diária
da criança, o lanche na escola deve sim
ser analisado e consumido de forma saudável e sem exageros.
Maria Luiza alerta que nem
sempre é preciso fazer a criança perder
peso. “Uma alimentação rica e controlada que faça com que a criança apenas
mantenha o peso enquanto aumenta sua
altura já é uma grande vitória, visto que,
desta forma, ela em breve irá se enquadrar no peso ideal para sua idade e estatura”, afirma a especialista. Enquanto
isso, os trabalhos nas escolas não param. Professores e pais se unem para
que as crianças animadas do presente
continuem a ter toda essa energia e qualidade de vida no futuro.
13
EDUCAÇÃO
EDUCAÇÃO
Q
uando pensamos em universidade,
sempre vem a mente um ambiente onde será possível aprender ou
aprimorar nossos conhecimentos. Para
que isso aconteça, é necessário que exista
bons professores lecionando por lá.
Os professores universitários são
cada vez mais exigidos dos alunos e da
sociedade, por ser a peça chave de interação entre o aluno e o conhecimento. O
MEC exige que o candidato a professor de
ensino Superior tenha no mínimo uma especialização Lato Sensu, na área de conhecimento que vai lecionar. Por conta disto, a
educação continuada deve ser sempre um
mandamento para os professores, para que
possam aprender e aprimorar sua metodologia pedagógica.
Os professores universitários necessitam estar comprometidos com seus
alunos. Por mais que um professor domine
um assunto, é necessário que esteja engajado com as questões pedagógicas que a
docência superior impõe. O professor precisa chegar à sala de aula com domínio e
profundidade dos conhecimentos teóricos e
conhecimentos práticos a respeito de métodos de ensino e do campo de atuação profissional na área e matéria que irá ensinar.
Segundo Raquel Engelman, coordenadora de MBA do IERGS/UNIASSELVI, a
prática pedagógica no ensino superior deve
14
ser encarada com seriedade. “É necessário
que o professor adquira posturas e comprometimentos com um processo que ensine
para a autonomia do acadêmico, que precisará se desenvolver para encarar a realidade
prática por sua própria conta”, afirma ela.
Na seleção de profissionais que
atuarão na instituição de ensino onde Raquel
coordena, além da titulação do profissional
as qualificações acadêmicas são avaliadas
baseadas em três princípios fundamentais:
1. Conhecimento disciplinar:
domínio do conteúdo teórico e científico,
humanístico ou tecnológico das disciplinas
da área curricular de docência.
2. Prática profissional: ter exercido na prática, em empresas ou outras
organizações e instituições, a atividade da
área em que irá ministrar.
3. Habilidades pedagógicas: importância das relações interpessoais entre
professores e alunos no processo ensinoaprendizagem, ressaltando o contexto afetivo e emocional na interação em sala de
aula; prática em sala de aula.
O debate sobre o tema é complexo. Enquanto a lei permite que professores
sem experiência ingressem em universidades, o mercado já exige conhecimentos
em metodologias de ensino. Desta forma,
o profissional que pretende de fato seguir a
carreira de docência superior precisa buscar a especializações constantemente. O
professor universitário é ainda mais exigido
no que diz respeito a conteúdos e experiências teóricas e práticas. E, por isso, deve
ser um eterno estudante, em busca de conhecimentos para levar seus alunos.
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