VARIÁVEIS QUE MAIS INFLUENCIAM O CONSUMIDOR A ADQUIRIR PRODUTOS DE MAQUIAGEM PELA INTERNET Camila Mahl da Motta Adroaldo Strack Resumo: O presente estudo apresenta os resultados da pesquisa “Variáveis que mais influenciam a compra de maquiagem pela internet”. O objetivo do trabalho foi entender as consumidoras do município de Canoas que adquirem cosméticos através do meio digital. Para tal, foram contextualizados os elementos: e-commerce, produto, mercado de cosméticos e o comportamento do consumidor, e para definir os fatores influenciadores de compra foi feito um pré-teste para identificá-los, e após foi aplicado o questionário com tais fatores a serem classificados em escala de importância. Com a finalidade de auxiliar no processo do planejamento estratégico das empresas interessadas, este trabalho propõe uma análise de fatores influenciadores de compra pelo meio digital, e buscou entender qual deles mais influenciariam no momento decisivo. O fator preço foi indicado como maior influenciador de compra de maquiagem pela internet, seguido de relatos de formadores de opinião e a marca do produto, que também são elementos decisivos. Com a alta competitividade entre as empresas do segmento, é imprescindível observar tais fatores para se elaborar estratégias assertivas em relação ao comércio de produtos de beleza pela internet. Palavras-chave: E-commerce, Compras, Maquiagem, Consumidor, Produto. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 1 1 INTRODUÇÃO Este estudo tem como objetivo identificar as principais variáveis que influenciam a compra de maquiagem pela internet, e fazem parte deste contexto o estudo do comportamento do consumidor e o seu uso do e-commerce. Para isso, contempla-se a definição de comportamento do consumidor, produto, mercado de cosméticos e e-commerce. A divulgação dos produtos de maquiagem pode ser feita de diversas maneiras e, dentre elas, pelo meio digital. O uso dessa modalidade de venda/divulgação no Brasil vem crescendo rapidamente e, até 2014, as vendas no país representavam 3,1% de todo movimento mundial (www.ecommercenews.com.br). Trata-se de uma pesquisa de natureza aplicada, uma vez que possui como objetivo gerar conhecimento para que organizações interessadas possam fazer uso deste estudo para tomar suas decisões mercadológicas. O tema central desse artigo refere-se ao comportamento do consumidor especificamente em seu momento de compra de maquiagem através do meio digital. Conforme estudo realizado pelo Sophia Mind, em uma amostra de 1.311 mulheres de 18 a 60 anos, 68% consomem produtos de maquiagem no Brasil (SOPHIA MIND, 2009). Dentro desse contexto, destacam-se também as mulheres de 18 a 24 anos que consomem produtos de maquiagem com maior frequência, pois ainda moram com os pais e não possuem despesas fixas, assim fazendo com que se tornem economicamente fortes (SOPHIA MIND, 2011). Dentro do atual cenário justifica-se neste estudo o interesse da pesquisadora, que é uma heavy user desse tipo de produto. Também se partiu de um princípio básico de comportamento do consumidor, que pode mudar a qualquer momento, fazendo com que nem sempre as ações de marketing de uma empresa tenham sucesso por inteiro. O presente estudo apresenta relevância, pois em conjunto com trabalhos do mesmo assunto poderá ajudar a solucionar questões ainda não respondidas no segmento dos produtos de beleza, no sentido mercadológico. Deve-se considerar o consumo de maquiagem através das ferramentas de e-commerce, uma vez que sua influência está atrelada às questões de autoestima, influência das redes sociais e por blogueiras. Conforme Barros (2004), blogs são plataformas em que os blogueiros escrevem sobre sua vida, assumindo-o como uma forma de diário, e também são considerados de caráter informacional. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 2 Hoje, as empresas utilizam estes espaços para promoverem os seus produtos, pois além de as blogueiras exporem ideias e opiniões sobre a marca e a qualidade dos produtos de forma voluntária, também fazem dessa sua profissão através de merchandisings e parceria com empresas do segmento. A divulgação através de redes sociais pode ser considerada relevante, pelo fato de que os usuários compartilham de tal informação, fazendo com que outras pessoas acessem esse conteúdo (GLUFKE, 2014). De qualquer forma, serão analisadas as variáveis que mais influenciam esse tipo de compra. Este estudo apresenta uma questão que une o ato da compra de produtos de beleza com a rapidez que as ferramentas digitais proporcionam ao consumidor nesta situação. Atualmente, pode-se dizer que a competição entre os negócios é alta (BORNIA, 2001), e o meio online tem comunicação mais rápida e um alcance maior em termos de informação. O grande ganho das organizações que possuem loja online é este. Sabendo disso, a análise dessa pesquisa poderá ser uma oportunidade de melhoria aos empresários do ramo de cosméticos, mais especificamente, maquiagens. O foco da investigação é descobrir aspectos importantes, que possam contribuir nas projeções de ações de marketing que uma empresa de cosméticos pretende traçar, facilitando assim suas decisões mercadológicas. Para isso, foi necessário investigar o mercado com uma visão estratégica e com base teórica e pesquisa. Os resultados apresentados estão disponíveis para consulta de empresas, onde estas poderão ter insigths sobre como aprimorar suas estratégias. Como boas consequências, pode-se agregar mais conhecimento ao assunto, e também colaborar com possíveis tomadas de decisão das organizações interessadas. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 3 2 REFERENCIAL TEÓRICO 1.1. E-COMMERCE Albertin (2010, p.3) define comércio eletrônico como “processos de negócio em um ambiente eletrônico, que com o avanço das tecnologias, torna possível atender as necessidades do cliente e, consequentemente, os objetivos de negócio”. Tassabehji (2003) acrescenta que, para alguns, o comércio eletrônico ainda é algo novo, e é uma tecnologia da informação que está em constante mudança. Diniz (1999) divide em dois grupos principais: a. Empresas que compram e vendem produtos entre si (B2B): Embora a sigla B2B esteja associada ao marketing industrial da era da internet, o Business do Business já existe há muito tempo, pois refere-se ao marketing/venda de produtos e serviços direcionados aos consumidores industriais e institucionais. A característica distintiva desses consumidores é o uso dos bens e serviços comprados na produção de seus próprios bens e serviços (WEBSTER, 1991 apud PITASSI, 2002, p.2). Empresas que vendem seus produtos ou serviços diretamente ao consumidor final (B2C), onde Laudon (2004) define como sendo o comércio de produtos ou serviços que tem relações com compradores individuais, ou seja, não há terceiros para intermediar o processo de compra. Na visão de Balarine (2002, p.4), “E-commerce são transações que ocorrem via internet, através da ligação entre compradores e vendedores”. Kotler (2006, p. 489) descreve “o uso de meios eletrônicos para conduzir os negócios de uma empresa”, e afirma que esta modalidade de venda facilita muito o processo de troca entre consumidor e organização. Essa troca entre consumidor e organização, além de ter um leque de opções em serviços, produtos e informações, também oferece diversas formas de pagamento ao efetuar a compra. Algumas pessoas preferem evitar o pagamento via internet pelo simples fato de não se sentirem seguras. Sabendo disso, optam por pagamentos através de meios físicos, como boleto bancário (NEGROPONTE, 1995). Tanto Tassabehji (2003), como King e Turban (2004), Diniz (1999) e Balarine (2002) corroboram que o comércio eletrônico é um meio para qualquer tipo de transação eletrônica de negócio que se utilize da internet. Como um apanhado desses autores, pode-se entender que e-commerce (comércio eletrônico) nada mais é do que o ato de fazer transações de compra e venda pela internet, a fim de satisfazer as UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 4 necessidades do cliente com tempo escasso, e que preza por preço na hora da compra. Sejam bens tangíveis ou não, o valor atribuído a essa forma de negócio se dá a partir da facilidade de execução do processo. “Análise produto-valor é uma abordagem para redução de custos, em que componentes são cuidadosamente estudados para que seja possível determinar se eles podem ser reprojetados, padronizados ou fabricados a partir de métodos mais baratos de produção” (KOTLER, 2000, p.226). O autor complementa que as organizações podem se utilizar do valor que o cliente agrega ao produto para antecipar seus desejos. O comércio eletrônico permite que o lojista tenha um banco de dados dos seus clientes, para que assim possam entendê-los e atendê-los antes mesmo de manifestarem interesse pelo seu produto. Kotler (2010, p. 204) alega que “toda empresa é uma empresa de produto, pois todo produto envolve um serviço”. Sabendo disso, é importante salientar a importância que a empresa deve dar ao seu negócio, de maneira que tenha como objetivo o encantamento dos seus consumidores, e que esses voltem a acessar a sua loja online. Campos (2008, p.9) afirma que “o e-commerce movimenta bilhões de dólares ao ano em todo o mundo”. O autor observa que, no Brasil, entre 2005 e 2009, o aumento nas vendas através do meio digital aumentaram 254%. Os consumidores ficam conectados por muito tempo, e dão cada vez mais valor a esse tipo de comércio. Até recentemente, os profissionais de marketing consideravam mercado o local físico onde compradores e vendedores se encontram para fazer negócios. Embora esses espaços ainda prosperem (supermercados, shoppings centers e bazares, por exemplo) a tecnologia intermedeia alguns mercados de mais rápido crescimento. Cunhou-se o termo marketspace (ou mercado virtual) para descrever esses mercados eletrônicos sem limite de tempo ou espaço. (FERREL, 2009, p.8). Limeira (2003, p.40) acrescenta que “atualmente o comércio eletrônico na rede mundial de computadores vem apresentando taxas elevadas de crescimento”. Isso tem inteira ligação com o que Ferrel (2009) explicou logo acima em termos de tecnologia e conectividade dos usuários. Os autores reforçam que o e-commerce é utilizado para compra e venda de produtos, serviços e informações, buscando facilitar o processo de compra dos seus clientes. Com a expansão do comércio eletrônico e o reconhecimento dos seus benefícios, muitas organizações iniciaram suas atividades a partir dele. Hoje, no Brasil, de todas as companhias que atuam no e-commerce, 85% não tem loja física, sobrando apenas 15%, que atuam no meio eletrônico e físico ao mesmo tempo. “O universo e-commerce brasileiro é formado em sua maioria por companhias de UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 5 pequeno porte e que vendem exclusivamente no mundo virtual, segundo detectou pesquisa do Pay Pal, empresa de pagamentos digitais (EXAME, 2015). Em caso de uma organização ter interesse em implementar uma loja online, Conceição e Lima (2009) evidenciam que é necessário que todos os integrantes da organização tenham ciência e entendam dessa tecnologia. Complementa que não basta apenas os superiores se inteirarem da situação, para que dessa forma se implemente o sistema de comércio eletrônico. O e-commerce proporciona maiores possibilidades de personalização de produto, melhor relacionamento com clientes, maior facilidade de entrada no mercado com seus produtos e melhores estratégias competitivas. 1.2. COMPORTAMENTO DO CONSUMIDOR Estudar o consumidor tem sido uma tarefa árdua, pois não são englobados apenas em termos de segmentação, mas também em fatores psicológicos, segundo Kanuk e Schiffman (2000). Já Gates e Mc Daniel(2002) conceituam o comportamento do consumidor como o planejamento e a logística de distribuição de produtos, serviços e informação, criando trocas a fim de satisfazer cliente e organização. Deve haver ao menos duas partes para que essa teoria se concretize na prática, e cada uma delas terá algo de valor a oferecer, onde haverá sempre uma troca. Blackwell, Engel e Miniard (2000) complementam dizendo que comportamento do consumidor são atividades envolvidas de forma direta, para que se possa obter e disponibilizar produtos, serviços e informações, incluindo todas as formas de tomada de decisão posteriores a essas ações. Para Solomon (2002, p. 24), o comportamento do consumidor é o “estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam, ou dispõem de produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer necessidades e desejos”. Com essa base, pode-se analisar que o comportamento do consumidor está diretamente relacionado ao ato de comprar, consumir, usar; e de como essas pessoas tomam suas decisões. Com a fundamentação teórica dos autores, é possível afirmar que o estudo do comportamento do consumidor é entender exatamente o que as pessoas precisam e desejam, e com o que querem gastar o seu dinheiro. O comportamento do consumidor são “as atividades físicas e mentais realizadas por clientes de bens de consumo e industriais que resultam em decisões e ações, como UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 6 comprar e utilizar produtos e serviços, bem como pagar por eles” (MITTAL; NEWMAN; SHETH, 2001, p.29). O indivíduo, com o passar do tempo, passa a ter suas necessidades modificadas. Kotler (2000) reforça essa teoria, dizendo que cada estágio da vida de uma pessoa demanda diferentes necessidades. Mittal, Newman e Sheth (2001) trazem uma interessante definição de comportamento do consumidor, e afirmam que entender esse processo é a chave para o sucesso de uma organização. Karsaklian (2000) traz referências de fatores diversos que estão envolvidos no momento em que o consumidor decide efetuar a compra de fato, o que dificulta o estudo dos mesmos. Além de necessidades, se introduz o desejo de compra no meio desse processo, o que se torna muito interessante neste estudo, visto que maquiagens se enquadram em desejos (usuários) e necessidades (maquiadores). Existem atitudes do comportamento do consumidor que são apenas físicas, onde o mesmo vai até o ponto de venda e analisa o produto. Mentalmente é como o indivíduo agirá, pois este é o momento em que ele vai medir o valor que tal produto tem, para que possa decidir se vai pagar ou não pelo objeto (MITTAL; NEWMAN; SHET, 2001). Não é em todas as ocasiões que as decisões de compra se mantém, sabendo que o consumidor pode desistir da compra por variados motivos, desde uma necessidade mal atendida até uma expectativa não superada, conforme Blackwell, Engel e Miniard (2000). Os autores ainda ressaltam que os consumidores são altamente influenciados pela sociedade em que vivem, ocasionando as suas mudanças repentinas de comportamento. Solomon (2011, p.33) ratifica o pensamento dos autores supramencionados dizendo que “o campo do comportamento do consumidor abrange uma ampla área: é o estudo dos processos envolvidos quando indivíduos ou grupos selecionam, compram, usam ou descartam produtos, serviços, ideias ou experiências para satisfazer as necessidades e desejos”. Depois da década de 50, o marketing passou a ser voltado para o cliente, e não mais para o produto, portanto, quando a empresa tem entendimento do ambiente em que está inserida, é possível que esta desenvolva planos certeiros para manter seus consumidores satisfeitos, e retê-los (MITTAL; NEWMAN; SHET, 2001). O estudo do consumidor está diretamente ligado às ações de marketing que uma organização deve desenvolver para garantir o seu sucesso. As organizações compreendem as formas mais racionais e eficazes que se conhece de agrupamento social. As organizações coordenam um grande número de ações humanas, que por sua vez, combina o trabalho dos seus UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 7 funcionários com a apropriação de recursos, unindo em um mesmo processo, dirigentes, especialistas, trabalhadores, máquinas e matérias-primas”. (CURY, 2005, p.122). Para Solomon (2002), a compra pela internet faz com que os consumidores tenham conhecimento de vários produtos, e dentre eles, alguns pouco conhecidos, e que as lojas virtuais (em sua maioria) possuem fóruns interativos para que os consumidores tirem suas dúvidas e opinem sobre. O autor ainda complementa que em dado momento, o consumo passa a ser emocional, sendo referido a algo intangível, o que envolve um viés de retenção de clientes, até porque as pessoas não compram um produto ou serviço simplesmente porque fazem algo, e sim por algo muito importante: valor. 1.3. PRODUTO De acordo com Las Casas (2006, p.164) “os produtos podem ser definidos como o objeto principal das relações de troca que podem ser oferecidos num mercado para pessoas físicas ou jurídicas, visando proporcionar satisfação a quem os adquire ou consome”. Neste mesmo sentido, Rocha (1999) confirma que o produto realmente é qualquer objeto que possa ser trocado entre indivíduos ou organizações. Armstrong (2007, p.200), por sua vez, define produto: [...]como algo que pode ser oferecido a um mercado para apreciação, aquisição, uso ou consumo e que pode satisfazer um desejo ou necessidade. Produtos incluem mais do que apenas bens tangíveis. Definimos amplamente, incluem objetos físicos, serviços, eventos, pessoas, lugares, organizações, ideias ou um misto de todas essas entidades. Pode-se pensar em três planos de acordo com Armstrong e Kotler (2008, p.190) quanto aos níveis de produto: Produto básico é aquele que equivale ao que o consumidor realmente precisa comprar. “A mulher que compra um batom busca muito mais do que uma cor para os lábios. Charles Revlon, percebeu isso muito tempo atrás: ‘Na fábrica, nós fazemos cosméticos; na loja, vendemos esperança’”; Produto real é criado a partir do produto básico, com cinco particularidades: nível de qualidade, características, design, marca e embalagem. Temos como exemplo um UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 8 terno do estilista italiano Giorgio Armani como um produto real. “Seu nome, peças, estilo, detalhes, embalagem e outros atributos forma combinados com cuidado para proporcionar um benefício básico - uma forma eficiente e de alta qualidade” no vestir; Produto ampliado é a junção do produto básico com o produto real, com ofertas de serviços e alguns benefícios ao consumidor. Um exemplo seria os serviços pós-venda como garantia de durabilidade da maquiagem ou indicação de como usar o produto. Tendo conhecimento do conceito de produto, é importante saber que o aumento das vendas em grandes escalas e as evoluções nas tecnologias de produção acabaram por tornar os produtos parecidos entre si. Essa similaridade acabou fazendo com que as marcas começassem a ter um papel principal dentro das organizações, afinal são elas que diferenciam os produtos diante a concorrência, transformando-se no grande ativo e diferencial da competição por mercados nos mais diversos segmentos (NAVARCINSK; TARSITANO, 2004). Sabendo que a marca é um fator que diferencia um produto de outro, também devemos saber que a percepção que as pessoas têm da embalagem é mais um fator que influência o comportamento do consumidor na hora da sua decisão de compra. Antigamente a embalagem era apenas um invólucro ou recipiente que envolvia o produto apenas com a finalidade de protegê-lo, todavia nos dias de hoje a definição de embalagem não se limita a um envoltório do produto, mas também uma forma de comunicação com o consumidor (KOTLER, 2000; LAS CASAS, 2006). Peter (2000, p.234) também concorda que “o produto envolve muito mais do que bens e serviços, mas também marcas, embalagens, serviços aos clientes e outras características que acrescentam valor para os clientes”. Com toda essa similaridade e dificuldade de se diferenciar dos demais, principalmente na venda de cosméticos, surge como uma oportunidade a venda pela Internet, proporcionando as organizações uma nova forma de chegar ao seu cliente final. 1.4. O MERCADO DE COSMÉTICOS Kotler e Fox (1994, p.188) definem mercado como “o conjunto de consumidores reais e potenciais de uma oferta de mercado”. O Brasil é um país que possui uma sociedade que pode ser considerada vaidosa. Porém, se ainda resta alguma dúvida, apenas necessita-se observar os UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 9 números. De acordo com a Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos), o setor de beleza influenciou no PIB (produto interno bruto) em 34,6% de 2010 a 2013, acima dos 9,4% dos produtos em geral. A procura de melhores formas de pagamento e preços, uma boa parte dos consumidores acaba por comprar produtos de beleza pela Internet. Este segmento é responsável por 18% das transações de e-commerce no país, conforme a Associação Brasileira de E-Commerce - ABCOMM (E-COMMERCE NEWS, 2014). Nos tempos modernos o mercado da moda, da beleza e da arte está sendo procurado como referência de tendências do século XXI. Existe uma variação muito significativa em sua proporção ao longo da história e pode-se observar que a cada dia que passa surgem novas tecnologias e destas surgem novas possibilidades de transformações de suas cores, formas e textura (KODA, 2001). Acredita-se que o conceito da transformação pela maquiagem aflorou com a modernidade. Ressaltando que, no mundo contemporâneo, a maquiagem ainda é muito usada em rituais que divergem e distinguem tribos, como os índios através de suas pinturas corporais, os psicodélicos e hippies também elaboraram sua própria maquiagem nos anos 60, nos anos 70 os punks, nos anos 80 os new-wave e ecologistas, e os politicamente corretos e personalizados nos anos 90 (MIRZOEFF, 2001). Nos dias de hoje a maquiagem não é mais simplesmente aquele makeup cinematográfico que a propagou nos primórdios do século XX. Nesta fase do culto à saúde e a longevidade, a maquiagem se converteu em mais um dos cuidados com a pele, com a beleza e com o bem-estar. Revistas femininas acabaram por transformarse em fortes aliadas dos fabricantes de produtos de beleza, “os conselhos, as informações e as imagens da beleza fazem parte de uma lógica de produçãoconsumo-comunicação de massa” (LIPOVETSKY, 2000, p.154-155). De acordo com Ghoshal et al.(2000, p.03), o setor de cosméticos e higiene pessoal apontou consideráveis avanços na década de 90 e, tradicionalmente, é um segmento industrial no qual existe uma concentração dos negócios nas mãos de um pequeno número de grandes empresas, “[...] com operações cada vez mais globalizadas”. Para estes autores a indústria de cosméticos poderia, naquele instante, ser dividida em: [...] três principais categorias baseadas em canal de vendas e preço: as marcas de prestígio e alto preço que eram, vendidas principalmente através de lojas de departamento ou lojas especializadas; as marcas de mercado de UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 10 varejo de massa, mais baratas, vendidas através das drugstores1 e supermercados e as marcas de vendas diretas, no mercado intermediário, vendidas de porta-em-porta. Essas divisões foram se tornando menos nítidas na medida que os grupos maiores (de produtores) procuravam alcançar consumidores de todas as classes de renda. O setor de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos - HPPC, obteve um faturamento de R$ 101,7 bilhões, registrando assim um aumento de 11% em 2014, se comparado com os R$ 91,9 bilhões, de 2013, de acordo com a Associação Brasileira de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos - ABIHPEC (METRO SÃO PAULO, 2015). João Carlos Basílio, presidente da ABIHPEC observa que: Mais do que vaidade, a mulher tem uma relação de saúde e bem-estar com os produtos do setor. [...] Nossa última pesquisa de hábito e consumo de cosmético da mulher brasileira apontou que - entre as que têm de 18 a 55 anos - 32% sempre carregam algum tipo de maquilagem na bolsa e 27% mudam a cor do esmalte uma vez por semana. Para o público mais sênior, com 55 anos ou mais, o benefício antienvelhecimento é fundamental, uma vez que 43% das mulheres usam produtos anti-idade. A indústria está cada vez mais empenhada em oferecer produtos inovadores que atendam às necessidades específicas de cada público (METRO SÃO PAULO, 2015). 1 Espécie de minimercado que vende produtos de higiene, perfumaria, jornais e outras mercadorias. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 11 3 METODOLOGIA Dado o referencial teórico para embasamento deste estudo, foi feita uma pesquisa de natureza exploratória, definida por GIL (2007) como um método que proporciona maior entendimento do problema apresentado, fazendo com que se torne mais explícito ou construa hipóteses. A pesquisa foi aplicada às consumidoras de maquiagem que compram pela internet, de uma faixa etária específica, com idades entre 18 e 24 anos, moradoras do município de Canoas. Trata-se de uma pesquisa abordagem quantitativa, e sua aplicação buscou o conhecimento pelo principal influenciador de compra de maquiagem pela internet. Esse tipo de pesquisa possibilita ao entrevistador ter conhecimentos maiores em torno de determinada situação. Segundo Malhotra et al. (2005), o método supracitado visa a quantificação dos resultados, onde esses são generalizados à população de interesse, para que logo após se estruture a coleta de dados e sua análise. Foram geradas perguntas com base em leituras feitas sobre o tema: (i) comércio de maquiagem pela internet; (ii) consumidores de maquiagem, seja para uso pessoal ou profissional; (iii) o que os leva a fazer esse tipo de compra. As questões foram enviadas para resposta através do meio digital no segundo semestre de 2015, e a análise foi feita após obter-se 221 respondentes, representando uma amostra não probabilística. Anterior a esse processo, foi feito um pré-teste com 19 pessoas para tomar a decisão de quais itens incluir no questionário, visto que não há base teórica que confirme quais fatores são mais adequados para análise de importância. Todo o material pesquisado, e também a análise de pesquisa deste estudo foi documentado em relatório, sendo este um componente deste artigo. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 12 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS Apresenta-se neste capítulo a análise e discussão dos resultados da pesquisa realizada. A primeira questão é relativa à quantidade de entrevistados que, de fato, efetuam compras pela internet, não necessariamente de maquiagem. Tratando-se, por hora, de uma pergunta genérica, 89,6% das entrevistadas compram via online, enquanto apenas 10,4% alega não efetuar operações comerciais nessa modalidade. É possível observar que muitas pessoas preferem comprar através do meio digital, o que confirma a teoria dos autores citados nesse estudo. Isso envolve fatores como facilidade de acesso e baixo custo. A questão número dois da pesquisa aborda a compra de maquiagem pela internet, o que a diferencia da primeira. Das 221 entrevistadas, 191 compram produtos de maquiagem pela internet. O restante da amostra, que representa 30 pessoas, alega que não compra nem compraria produtos de maquiagem pela via online. Nota-se que é praticamente a mesma parcela que não costuma comprar produtos pela internet, sejam do segmento da beleza ou não. Constatou-se que 91,8% da amostra costuma pesquisar sobre os produtos de maquiagem antes de efetuar a compra via online caso ainda não o tenham usado. Os autores confirmam que as pesquisas englobam a busca de melhores formas de pagamento e valores, além do maior acesso à personalização de produtos (KOTLER, 2006). A última questão aplicada trata da classificação dos fatores influenciadores de compra de maquiagem pela internet. Tais fatores foram distribuídos em escala de importância para que se pudesse avaliar quais deles teria maior influência. Observa-se que o fator tempo, no que diz respeito à disponibilidade para compras de maquiagem pela internet, é considerado importante para 35,3% das entrevistadas, enquanto 32,1% acredita que o tempo seja um fator muito importante. O restante da amostra se divide classificando esse fator como pouco e nada importante. O resultado apresentado se dá a partir da ideia que não apenas o tempo é importante, mas uma série de outros fatores influenciam a compra de maquiagem pela internet. Esses outros fatores também foram classificados na última questão, onde pode-se fazer a comparação de importância entre eles. O gráfico abaixo ilustra os resultados obtidos na classificação desse fator: UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 13 Gráfico 1: Tempo TEMPO 60,0% 32,1% 50,0% 40,0% 35,3% 30,0% 20,0% 22% 10,0% 10,6% 0,0% Nada importante Pouco Importante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Questionou-se a respeito da importância da marca do produto a ser adquirido ao efetuar a transação, e 41,8% das entrevistadas alegaram ser importante. Com uma sucinta diferença, o item marca foi considerado muito importante por 40% do público respondente. Entende-se que as entrevistadas julgam importante o conhecimento da marca do produto antes de comprar, e o restante alega não ser tão importante assim, visto que existem outras influências que as fazem querer comprar em dado momento. Pode-se relacionar esse resultado com o número de mulheres que costumam pesquisar sobre o produto antes de efetuar a compra, pois entender sobre uma marca que ainda não usou conta como fator relevante no momento da compra, conforme gráfico abaixo: UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 14 Gráfico 2: Marca MARCA 60,0% 40% 50,0% 40,0% 41,8% 30,0% 20,0% 12,3% 10,0% 5,9% 0,0% Nada importante Pouco Importante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Já o aspecto preço é avaliado por 52,7% das respondentes como muito importante, ao mesmo tempo que 5,9% julga como nada importante. O gráfico 3 apresenta esses resultados, mostrando que o preço significa muito no momento da tomada de decisão. Levando em consideração que praticamente toda a amostra costuma pesquisar antes de comprar, esse fator torna-se algo competitivo entre os ecommerces. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 15 Gráfico 3: Preço PREÇO 60,0% 40% 50,0% 40,0% 41,8% 30,0% 20,0% 12,3% 10,0% 5,9% 0,0% Nada importante Pouco Importante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Partindo do pré-teste realizado, foi apontado o item “relatos de formadores de opinião”, que se trata de pessoas influentes que emitem suas opiniões de forma pública. Entende-se que 50,2% da amostra considera muito importante a opinião formada por essas pessoas, enquanto 28,8% acredita ser apenas importante, mas não o fator determinante. Esses relatos envolvem resenhas sobre qualidade, embalagem e experiência de uso do produto. O elemento embalagem, antigamente, não era fator relevante na compra dos consumidores, e serviam apenas para protegêlo, conforme citado no referencial teórico deste artigo (KOTLER, 2000; LAS CASAS, 2006). Com o passar do tempo, a embalagem passou a fazer parte da análise do comprador, dentre outros fatores relevantes para cada um. Esse diferencial é um dos elementos resenhados por essas pessoas influentes. O gráfico 4, apresentado abaixo, ilustrará os resultados apresentados. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 16 Gráfico 4: Relatos de formadores de opinião RELATOS DE FORMADORES DE OPINIÃO 60% 50,2% 50% 40% 28,8% 30% 20% 16% 10% 5% 0% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. O termo indicações, no que concerne a seguir sugestões de outras pessoas para adquirir certo produto pela internet, foi avaliado pelas entrevistadas como importante, representando 42,2% da amostra. 35,3% presumem que indicações de terceiros são de muita importância no momento decisório da compra de maquiagem pela internet, ao mesmo tempo em que 17,9% julga ser de pouca importância. Uma pequena parcela do público pesquisado, o equivalente a 4,6%, classifica o elemento indicações como nada importante. Os resultados dessa questão são coerentes com os estudos realizados por autores citados nesse estudo, onde salientam a alta influência das pessoas pela sociedade em que vivem, e isso ocasiona mudanças repentinas de comportamento. O consumidor atual está muito mais exigente, e passou a ser mais crítico em suas escolhas. A opinião de familiares e amigos é uma grande aliada das marcas, podendo ser item estratégico no momento de definir um padrão de atendimento. Se o indivíduo recebeu um excelente atendimento, tende a repassar suas experiências a outras pessoas. Os resultados são ilustrados no gráfico abaixo: UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 17 Gráfico 5: Indicações INDICAÇÕES 42,2% 45,00% 40,00% 35,3% 35,00% 30,00% 25,00% 17,9% 20,00% 15,00% 10,00% 4,6% 5,00% 0,00% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. O elemento que sucede o termo indicações, são os blogs, onde foi avaliado o seu nível de importância na decisão de compra dos clientes. De forma bem distribuída, as respostas não tiveram alta discrepância, apresentando os seguintes resultados: 34,4% das mulheres pesquisadas entendem que os blogs são importantes ao efetuar uma pesquisa sobre o produto desejado, e 27,6% acham pouco importante. Constatase que 26,2% considera de muita importância essa leitura para fins de pesquisa, enquanto 11,8% acredita que essa fonte de pesquisa é nada importante no momento anterior à compra. Os blogs são plataformas onde pessoas relatam suas experiências com determinado produto, e repara-se que metade da amostra considera importante a leitura dos relatos nesses sites. O material contido é, em sua maioria, textos e vídeos. Além de ser outro fator importante, ainda não é um diferencial no momento de decisão do consumidor. Veja, abaixo, o gráfico 6 que ilustra os resultados obtidos: UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 18 Gráfico 6: Blogs BLOGS 40,00% 34,4% 35,00% 27,6% 30,00% 26,2% 25,00% 20,00% 15,00% 11,8 10,00% 5,00% 0,00% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. A seguir, solicitou-se a classificação de relevância da influência das revistas no processo decisório, e 47,5% acredita ser de pouca importância, ao mesmo tempo em que 20,7% classifica o termo revistas como importante. Apenas 7,8% das entrevistadas considerou a leitura como muito importante, e 24% alegou que as revistas não têm nenhuma relevância em suas tomadas de decisão. No gráfico 7 é possível reparar melhor os resultados, e chega-se à conclusão de que revistas são consideradas pouco importantes no que se refere a pesquisas com finalidade de decidir pela compra. É necessário observar que muitos veículos estão optando por vender seu conteúdo apenas digitalmente, mas, mesmo assim, perdem para outros elementos como blogs com relatos de pessoas influentes, tratando-se de opiniões pessoais de forma gratuita. Nada formal como uma revista. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 19 Gráfico 7: Revistas REVISTAS 47,5% 50% 45% 40% 35% 30% 24% 25% 20,7% 20% 15% 10% 7,8% 5% 0% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. O elemento propaganda dentro de sites, trata das peças publicitárias expostas dentro da loja online. Sabendo disso, foi solicitado que as entrevistadas classificassem o nível de importância que tais propagandas têm na sua decisão enquanto navegam pelo site que pretendem fazer a compra. 40,9% classificaram essas propagandas como pouco importante, e 27,3% como importante. Essa ação não tem relevância alguma para 25,5% das respondentes, subentendendo-se que ao entrar no site, já sabem o que desejam comprar. No gráfico 8 é possível observar. Quatorze mulheres, que representam 6,4% da amostra, tem sua atenção dispersada por esse tipo de mídia, o que torna a publicidade um elemento com pouco valor agregado em suas intenções. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 20 Gráfico 8: Propaganda dentro de sites PROPAGANDA DENTRO DE SITES 40,9% 45,00% 40,00% 35,00% 30,00% 27,3% 25,5% 25,00% 20,00% 15,00% 10,00% 6,4% 5,00% 0,00% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Outro fator participante da última questão, que solicita classificar a importância dos itens, são as novelas, visto que marcas de produtos de beleza investem nesse tipo de divulgação, a fim de atrair mais clientes. O gráfico 9 apresenta os resultados: 43,4% das respostas foi na opção nada importante, e 35,7% na opção pouco importante. Constata-se que o elemento novelas perde relevância no que se diz respeito à decisão de compra, em relação aos outros fatores, mas em contrapartida 16,7% acredita que os estímulos das marcas nas novelas são importantes. Esse elemento é considerado muito importante para um percentual de 4,1 das mulheres entrevistadas, e por ser um número pequeno, torna-se praticamente irrelevante. Conclui-se que as propagandas expostas dentro das novelas, mesmo que as marcas se utilizem de atores famosos para tal, não tem relevância para as consumidoras que responderam ao questionário. Por tratar-se de entretenimento, a exposição de marcas dessa forma não chama a atenção das entrevistadas. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 21 Gráfico 9: Novelas NOVELAS 50,00% 45,00% 43,4% 35,7% 40,00% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 16,7% 15,00% 10,00% 4,1% 5,00% 0,00% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Ainda dentro do universo de entretenimento, citou-se o item filmes, que foi classificado como nada importante para 47,3% das mulheres entrevistadas. Representando quase metade da amostra, os filmes têm baixa influência no que se refere à decisão das compradoras, pois as exposições são explícitas, tornando-as não atrativas. Abaixo, no gráfico 4, apresenta-se os resultados gerais desse item: UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 22 Gráfico 10: Filmes FILMES 50,0% 47,3% 45,0% 40,0% 35% 35,0% 30,0% 25,0% 20,0% 13,6% 15,0% 10,0% 4,1% 5,0% 0,0% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante FONTE: dados trabalhados pela autora. Para finalizar a classificação dos itens, o elemento catálogos foi julgado como pouco importante quando avaliado por 39,5% entrevistadas. Em comparação com as que acreditam na exposição dos produtos nos catálogos como auxílio na tomada de decisão, falamos em 8,6% das respostas. Os catálogos são uma forma de ilustrar diferenciais detalhados dos produtos oferecidos, e tem a intenção de despertar o interesse e o desejo de compra. Mesmo assim e considerado fator de baixa influência. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 23 Gráfico 11: Catálogos CATÁLOGOS 45,00% 47,5% 40,00% 20,7% 35,00% 30,00% 25,00% 20,00% 15,00% 15,5% 7,8% 10,00% 5,00% 0,00% Nada importante Pouco Improtante Importante Muito Importante A seguir foi apontado o resultado a essa questão de pesquisa, que tem como objetivo identificar o principal influenciador da compra de maquiagem pela internet. O gráfico 5 ilustra os resultados apresentados na opção mais importante de cada item, a fim de fazer a comparação entre estes e chegar a uma conclusão. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 24 Gráfico 5 – Resultados Finais Preço 52,7% 50,2% Relatos de Formadores de Opinião 40% Marca Indicações 35,3% Tempo 32,1% 26,2% Blogs 8,6% Catálogos Revistas 7,8% Propaganda dentro de sites 6,4% Filmes 4,1% Novelas 4,1% 0,0% 10,0% 20,0% 30,0% 40,0% 50,0% 60,0% FONTE: dados trabalhados pela autora. A partir da análise dos resultados acima discutidos, chegou-se à resposta para a questão de pesquisa. Identifica-se que o fator que mais tem influência na compra de maquiagem pela internet é o preço, tal como citado pelos autores neste estudo. Sem deixar de lado a segunda e a terceira posição dos principais fatores, que são os relatos de formadores de opinião e marca, respectivamente. Esses aspectos auxiliam na decisão de compra de maquiagem pela internet. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 25 5 CONCLUSÃO A internet tornou-se uma relevante ferramenta quando relacionada a transações comerciais, pois possibilita inúmeras oportunidades ao consumidor e à empresa (CLARKE E FLAHERTY, 2005). De qualquer forma é preciso analisar elementos que influenciam o uso desse meio para a compra de produtos, pois tal ação auxilia na competitividade das empresas. Este trabalho buscou entender o comportamento das consumidoras de maquiagem em relação à tomada de decisão de compra pela internet, quando se diz respeito a produtos de maquiagem. As entrevistadas tinham entre 18 e 24 anos, e são moradoras da cidade de Canoas, no Rio Grande do Sul. Como pode-se perceber, foram abordados temas relativos à questão de compra de maquiagem pela internet, para que se pudesse ter base teórica para a pesquisa aplicada. É imprescindível que se tenha conhecimento de que o fator preço é muito importante referindo-se à decisão de compra do consumidor. Portanto, a competitividade está diretamente relacionada ao preço praticado pelas marcas dentro do meio online. Os autores enfatizam bastante o fator tempo, então juntamente a esse elemento encontramos o fator preço, que pode ser considerado alvo das pesquisas realizadas antes da compra. Constatou-se que a compra online está aumentando, segundo Campos (2008). O referencial teórico confirma o alto uso desse meio por diversos fatores, o que fortalece o resultado apresentado nesse estudo. Foi necessário compreender os prós e contras do e-commerce, e apurou-se que há muito mais vantagens do que se imagina, além de que o estudo foca em um setor que está em amplo crescimento, que é o comércio de produtos de beleza. A junção desses dois fatores colabora com o sucesso das vendas. Notou-se que além do fator preço, os relatos de formadores de opinião e marca também são elementos importantes e fatores decisivos na hora da compra. Este estudo não define na totalidade o que leva uma pessoa a comprar produtos de beleza pela internet, mas oferece diretrizes a organizações interessadas em melhorar suas estratégias de e-commerce, ou até mesmo iniciar suas atividades no meio digital. UniRitter – Tecnólogo em Marketing – CNM 2015/2 26 REFERÊNCIAS ALBERTIN, A. L. Comércio Eletrônico: Modelo, Aspectos e Contribuições de sua Aplicação. São Paulo: Atlas, 2010. ALVES, L. Expansão do e-commerce e os gargalos brasileiros. Publicado em 14/08/2014. 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