Publicação Interna da Rede VITA // Ano XIV // 4º Trimestre 2014 Quando a vida perde a coesão O câncer é cada vez mais comum, mas sabemos cada vez mais sobre como diagnosticá-lo e combatê-lo Mitos e verdades sobre antibióticos Prêmio Diamante VITA homenageia colaboradores Capa A ilustração de capa desta edição lembra o quanto a vida é bela e, ao mesmo tempo, frágil. Expediente Vital é uma publicação interna da Rede VITA. Publicação Interna da Rede VITA // Ano XIV // 4º Trimestre 2014 04 Opinião • “Luz”, por Francisco Balestrin 06 Qualidade Assistencial • “Cuidados de Enfermagem e qualidade assistencial”, por Claudimeri Dadas 20 Capa • Sob o signo de câncer Entenda um pouco mais sobre essa tão temida doença, em termos de prevenção, diagnóstico e tratamento 26 Túnel do Tempo • Como surgiu a Radioterapia 08 Saúde • A família toda pode emagrecer • Os homens e a cirurgia de nariz • Antibióticos: mitos e verdades • Não subestime seu risco cardíaco • “Dedo em gatilho”, um síndrome comum • Barreiras contra o vírus Ebola 16 Artigo Médico-Hospitalar • Myrna Mascarenhas explica o que é gastrite 18 Ping-Pong • Entrevista com o oncologista Fernando Cotait Maluf , que defende a realização de exames preventivos VITA www.redevita.com.br 38 Perfil • notas sobre saúde: meditação, carne suína, óculos escuros e mais 32 Hospital VITA Volta Redonda (24) 2102-0001; [email protected] Grupo VITA (11) 3030-5333; [email protected] 39 • Videogame ajuda a avaliar risco de Alzheimer; teclados alternativos para celular e tablet; Facebook planeja incluir informações sobre saúde 40 Histórias para Nossa VITA • “Desde ontem a cidade mudou”, a crônica de Ligia Piola 42 Campanha • Outubro Rosa e Novembro Azul, campanhas de prevenção no Hospital VITA Volta Redonda “ Mais uma quarta edição. Mais um final de ano. Mas poderemos pensar de outra maneira: que a próxima será mais uma Primeira Edição. E que iniciaremos um Novo Ano. E que tudo poderá Recomeçar como o raiar de um Novo Dia. Um dia ensolarado de Verão, por que não? O importante é o Começar de Novo. Tem um poema de Fernando Pessoa que diz em uma de suas estrofes: “Toda a manhã que raia, raia sempre no mesmo lugar. Não há manhãs sobre cidades, ou manhãs sobre o campo. A hora em que o dia raia, em que a luz estremece a erguer-se todos os lugares são o mesmo lugar, todas as terras são a mesma e é eterna e de todos os lugares a frescura que sobe por tudo.” Vice-Presidente Executivo: Francisco Balestrin Diretor de Operações: José Mauro Rezende Diretora Financeira: Fernanda Terracini Diretor de Controladoria: Ernesto Fonseca Superintendente Administrativo e Financeiro dos Hospitais VITA Batel e Curitiba: José Octávio Leme Superintendente Operacional dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba: Neidamar Fugaça Superintendente Hospital VITA Volta Redonda: Deumy Rabelo Vida Digital Acontece no VITA • Serviço de Oncologia no VITA Curitiba • Lideranças se aprimoram com coaching • Prêmio Diamante em Volta Redonda • Desenvolvimento de novos medicamentos • Semana da Qualidade e Segurança Assistencial Hospital VITA Curitiba (41) 3315-1900; [email protected] • Sabrina Yumi, Gerente de Logística, está no perfil desta edição 28 Bem-Estar Hospital VITA Batel (41) 3883-8482; [email protected] Presidente: Edson Santos Editor: Francisco Balestrin Jornalista responsável: João Carlos de Brito Mtb 21.952. Conselho Editorial: Ligia Piola, Viviane Linzmeyer, Ygor Rodrigues Salgueiro. Projeto gráfico: Circulado Design Estratégico. Apoio Curitiba: Bruna de Costa e Central Press Fotos Curitiba: Rafael Danielewicz Produção: Headline Publicações e Assessoria 11.3951-4478 Diagramação: Comunicação Assertiva Revisão: Ligia Piola. Tiragem: 10.000 exemplares. Impressão: Dorte Gráfica 11.3871-1716 / 1723 O Novo Ano chegará assim. Brilhando de maneira igual sobre todos e todos os lugares. A equipe da VITAL passou por aqui para lembrar que caberá a cada um de nós saber compartilhar a terra, a luz e a sensação de renascimento a cada raiar da manhã. Grupo VITA Av. Pedroso de Moraes, 1788 São Paulo SP Cep 05420-002 Email: [email protected]. Existe um conjunto interessante de temas que estão conectados na frase de um de nossos grandes escritores contemporâneos, Luís Fernando Veríssimo. Em primeiro lugar, demonstra que nem sempre nossas práticas usuais e feitas repetitivas vezes ainda estão corretas. O mundo e, consequentemente, suas teses e práticas estão em constante evolução. E, claro, exigem diferentes ações de nossa parte. O fato de termos acertado no passado, não garante que fazendo a mesma coisa do mesmo jeito hoje ou amanhã também estejamos acertando. Aliás, provavelmente não. Opinião Outro aspecto entre muitos que podemos abordar, mas ficando no âmbito das páginas de nossa revista VITAL, tem a ver com nossa saúde. Os hábitos de ontem, que nos davam a sensação de bem estar e saúde, provavelmente hoje já não nos garantem o mesmo status. Quando procuramos não respeitar nossos limites orgânicos e mentais muitas vezes entramos em “fadiga de material”, o que em si não indica peremptoriamente um resultado objetivo de doença, mas, certamente, amplia em muito esta avenida rumo à perda da saúde. 4 Francisco Balestrin - Editor “ Luz Repetir fórmulas passadas darão os mesmos resultados passados. Mas será que estes são aqueles que se espera hoje? O Sistema de Saúde sofre mundialmente uma grande discussão sobre seus novos modelos de atenção e de remuneração. Quando falamos em modelo de atenção nos referimos principalmente aos resultados clínicos que deverão ser apurados nas intervenções de saúde em nossos clientes. Não basta só atender: é necessário atenção com resultado satisfatório, com muita qualidade percebida e checada e num ambiente de segurança. Afinal, ninguém quer ir ao hospital para piorar. Quando falamos em remuneração também precisamos relacionar os custos de saúde, o quanto pagamos com os resultados obtidos. E neste terreno teremos grandes discussões nos próximos anos. De novo, relacionado ao pagamento há que se ter uma relação de consumo muito clara entre o que se paga e o que se recebe, seja durante o processo de cuidado, seja com os desfechos alcançados. Nunca vi nestes anos todos de VITAL um exemplar com tantos temas importantes. Não é para menos, pois tratamos desde temas atuais relacionados à promoção de saúde, peso, exercícios, hábitos, até cuidados preventivos com patologias cardiovasculares. Coisas do dia a dia que nos passam despercebidas também são, cuidadosamente, abordadas. Leia a matéria sobre o dedo em gatilho e sobre a gastrite. “Quando você pensa que sabe todas as respostas, vem a vida e muda todas as perguntas (Luis F. Veríssimo) Falamos ainda sobre o sintoma mais “democrático” da saúde ou a falta dela. As dores nas costas que, em algum momento da vida, todos vamos sentir com mais ou menos intensidade. Este número da VITAL é particularmente notável, pois temos uma densa discussão sobre uma das enfermidades que mais ocasionam temor do diagnóstico e exige daqueles que, em algum momento, a contraem, uma maior dedicação e participação na cura. Sim, na cura, pois vamos ver e abordar o tema sobre vários pontos de vista. Peço primeiro que leiam a esclarecedora e informativa seção Ping-Pong com um dos maiores especialistas em oncologia em nosso País: o Dr. Fernando Maluf, que muito nos abrilhanta com seus ensinamentos e conselhos. Nossa matéria principal procura ser didática e trata desde a prevenção, o diagnóstico e principalmente da cura deste mal. Historicamente também trazemos um tema bem interessante sobre os primórdios da radioterapia (em nosso numero anterior falamos sobre a quimioterapia). Enfim, há uma luz enorme no fim deste túnel e, nós da VITAL, temos o privilégio de poder compartilhar com nossos leitores este mundo que se abre para novos entendimentos sobre o Câncer. Boa leitura! Claudimeri Dadas “ Para que se possa desenvolver uma cultura de avaliação da qualidade prestada, é necessário atuar com base em parâmetros alcançáveis e adequados a cada realidade A Organização Mundial de Saúde (OMS) definiu qualidade da assistência à saúde em função de um conjunto de elementos que incluem: um alto grau de competência profissional, a eficiência na utilização de recursos, um mínimo de riscos e um elevado grau de satisfação dos pacientes. Para garantir um alto nível de qualidade, os Hospitais VITA têm investido em ampliação da infraestrutura, tratamento com equipes multidisciplinares, modernização dos equipamentos, humanização no atendimento, qualificação dos profissionais e segurança assistencial, o que possibilita oferecer maior qualidade nos serviços prestados aos pacientes. A preocupação em estabelecer uma normatização de cuidados individualizados e com qualidade vem sendo percebida pela enfermagem há décadas. O enfermeiro, ao planejar a assistência, garante sua responsabilidade junto ao paciente, uma vez que o planejamento “permite diagnosticar as necessidades individualizadas, garantindo a prescrição adequada dos cuidados”. O processo de enfermagem e o gerenciamento de riscos têm seu início a partir da entrada do paciente na Instituição. Gerenciamos os seguintes riscos: úlcera por pressão, queda, flebite, sangramento, broncoaspiração e medicamentoso. Estes riscos são avaliados diariamente para todos os pacientes internados, possibilitando uma sistematização mais completa que contribui para a qualidade e segurança assistencial. O movimento pela qualidade nos serviços de enfermagem é hoje uma necessidade incorporada à gestão destas áreas a fim de assegurar a assistência livre de riscos ao paciente, família e comunidade. A sistematização da assistência permite a transferência das informações de forma completa e segura para o paciente, garantindo a continuidade terapêutica. Na enfermagem, onde o cuidado é a essência da profissão, a concentração de esforços em direção aos objetivos propostos leva à melhoria contínua desta assistência. Isso implica na conscientização de toda a equipe quanto à sua importância e ao valor de suas ações. Dessa forma, comprometimento, cooperação, dedicação e aprimoramento têm como finalidade obter os maiores benefícios, juntamente com menores riscos. A Educação Permanente na enfermagem procura promover o desenvolvimento integral da pessoa, levantando problemas e situações do trabalho como instrumentos que visam proporcionar aprendizagem. Para que se possa desenvolver uma cultura de avaliação da qualidade prestada, é necessário atuar com base em parâmetros alcançáveis e adequados a cada realidade e a mensuração destes parâmetros pode se dar na forma de indicadores. Os indicadores devem ser utilizados como instrumento para os profissionais de enfermagem, visando a melhoria da assistência prestada e, ao mesmo tempo, funciona como uma das formas de compreender a qualidade desse cuidado. O enfermeiro desempenha as funções de planejar, dar suporte e executar os treinamentos técnicos levados aos diversos colaboradores da área, visando a padronização e a melhoria da assistência de enfermagem, além de auxiliar no desenvolvimento das melhores práticas assistenciais. Todas as ações realizadas pelo enfermeiro, desde a entrada até a saída do paciente no Hospital, fazem parte de uma sistematização da assistência de enfermagem, para proporcionar um atendimento com qualidade e segurança. Elas estão implantadas de forma a otimizar o trabalho diário do profissional enfermeiro, com o objetivo final de oferecer uma melhor assistência ao paciente e garantindo segurança ao profissional que a executa. Claudimeri Dadas é Gerente de Enfermagem dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel Qualidade Assistencial Cuidados de Enfermagem e Qualidade Assistencial 7 Se o filho está gordinho é altamente provável que os pais também estejam acima do peso, por isso é importante que a família inteira participe do esforço para “entrar na linha” Atividade para você e suas crianças “ O problema são os hábitos, que a família inteira precisa corrigir Fazer atividades junto com seu filho pode ser ótimo para ele e para você também. Pais e mães que acompanham os filhos em atividades ao ar livre e no esporte também desfrutam, juntamente com eles, dos benefícios da atividade física, e inclusive prevenir ou combater o excesso de peso. Existem muitas coisas que podem ser feitas por pais e filhos junto: andar de bicicleta, passear a pé, jogar futebol, vôlei, basquete, brincar em parques e praças. Dados da OMS apontam que a prática da atividade física regular reduz o risco de mortes prematuras, acidente vascular cerebral, doenças do coração, câncer de cólon e mama, diabetes tipo 2, e outros. Além disso, crianças sedentárias tendem a se tornar adultos sedentários; por isso é tão importante incentivar as crianças, desde cedo, à atividade física. O maior desafio? Sua própria agenda e a dos seus filhos. São muitos compro- A obesidade acarreta muitas enfermidades, e os pediatras têm visto crianças com problemas de saúde de adultos devido ao excesso de peso. Uma série de fatores levou ao fenômeno do ganho de peso, em todas as faixas de idade, no mundo inteiro. Assim, crianças gordinhas são hoje quase a regra, e não a exceção; além disso, é bem provável que os pais estejam acima do peso também. Os médicos são bastante claros nisto: dificilmente uma criança engorda sozinha, isto é, se o ambiente familiar em que vive não lhe proporcionar as condições para que esse ganho de peso aconteça. A família toda Assim como não engordou sozinha, a criança também dificilmente emagrecerá sem a participação de toda a família. “O passo mais importante, e também o mais difícil, é conseguir envolver a família inteira”, diz Patrícia Lima, endocrinologista pediátrica do Hospital VITA Volta Redonda. Ela costuma receber pai, mãe e filhos, junto, no consultório: “Faço até os pais subirem na balança na frente da criança, para que ela perceba que não está sozinha na questão do excesso de peso”, conta Patrícia. Para Patrícia, os pais devem deixar de achar que o problema é a criança: “O problema são os hábitos, que a família inteira precisa corrigir”, explica. Felizmente, é muito mais fácil para uma criança perder peso do que para um adulto, e existem muitas coisas que podem ser feitas a respeito, desde mudança nos hábitos alimentares até aumentar a atividade física para todos. Um quadro de peso Nas duas últimas décadas, a obesidade entre crianças de 5 a 9 anos saltou de 4,1% para 16,6% entre os meninos e de 2,4% para 11,8% entre as meninas. É um quadro grave, que sugere um problema de saúde pública - em 2012, o Ministério da Saúde criou uma campanha contra a obesidade voltada para a população jovem. A endocrinologista Danielle Zaninelli, do Hospital VITA Curitiba, é testemunha do aumento da obesidade entre as crianças, e lamenta que os pais demorem muito para perceberem que se trata de um problema: “Quando os pais procuram ajuda, é que a criança já chegou ao grau de obesidade”, diz Danielle. Além das diversas enfermidades que o excesso de peso provoca (veja box), também pode causar problemas de autoestima e aprendizado à criança. Negação e sedentarismo Existem duas dificuldades muito importantes quando se trata de obesidade infantil: a primeira é a dificuldade dos pais em reconhecerem que o filho está acima do peso ideal, e a segunda é o crescente sedentarismo das crianças, devido principalmente ao uso excessivo de computadores e videogames. Os pediatras recomendam que uma criança de até 3 anos fique no máximo uma hora por dia na frente de uma tela, e as demais, até os 14 anos, no máximo duas horas por dia - esse limite serve para os adultos também. missos? Então avalie as suas prioridades. Deve haver alguma coisa que vocês possam mudar e abrir espaço para a atividade física junto. Sem falar no prazer que é estar com seus filhos e poder vê-los crescendo e se desenvolvendo. O vilão é o sedentarismo Uma pesquisa publicada este ano mostra que foi o estilo de vida sedentário, e não uma mudança no consumo de calorias, o responsável pelo aumento da obesidade nos EUA. O estudo da Universidade de Stanford mostra que nos últimos 20 anos ocorre um forte declínio no exercício físico acompanhado de aumento no Índice de Massa Corporal (IMC) médio, mas o consumo de calorias permaneceu estável. Os pesquisadores supõem que uma queda nas atividades físicas a que a população se dedica no tempo livre, principalmente para mulheres jovens, possa ser o principal responsável pelo aumento dos níveis de obesidade. Porcentagem de americanos que relatam não praticar atividade física durante o tempo de lazer Homens 1994 11,4% 2010 43,5% Mulheres 19,1% 51,7% Fonte: American Journal of Medicine Os Riscos A obesidade eleva as chances da ocorrência de diversas doenças. Em geral é um processo que demora muito tempo para acontecer, mas quanto mais cedo a pessoa se torna obesa, mais cedo as consequências podem surgir. Entre as enfermidades (não todas) que podem ser desencadeadas pelo excesso de peso estão: • Infarto • AVC • Hipertensão • Trombose • Dor e desgaste articular • Apneia • Esteatose hepática • Diabetes tipo 2 Saúde Pais e filhos devem perder peso juntos 9 Mitos sobre antibióticos “Os homens preocupam-se mais com seus narizes do que você pode, ingenuamente, supor: cirurgia plástica de nariz é a segunda mais procurada, logo depois da lipoaspiração Um medicamento eficaz e precioso, o antibiótico é indicado para muitas doenças, mas não deve ser usado sem indicação médica; em geral as pessoas o tomam por conta própria e de maneira errada “Se curou aquilo, deve curar isto também”: essa é a lógica que faz com que muita gente se automedique com antibióticos. Fazer isso é quase certamente inútil, aumenta o risco para o paciente e ainda contribui para que esses medicamentos tenham, cada vez mais, sua eficácia comprometida. São os narizes o segundo principal motivo que leva homens a consultórios de cirurgiões plásticos. Seja um nariz pequeno demais, grande demais, torto ou comprido, esses pacientes pedem modificações de um traço que define toda a feição. Segundo Mirella Oliveira, cirurgiã plástica do Hospital VITA Volta Redonda, a cada ano aumenta a procura por essa cirurgia. Por isso, nunca se deve tomar antibióticos sem prescrição médica, mesmo porque são medicamentos de uso controlado, que só se pode comprar com receita. Entrevistamos a médica epidemiologista Marta Fragoso, Gerente de Segurança Assistencial nos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, para explicar os mitos e verdades sobre os antibióticos. Um nariz masculino é bem diferente de um feminino: em geral homens preferem narizes com dorso retilíneo e com um ângulo nasal mais fechado. No procedimento pode-se reduzir ou aumentar o tamanho do nariz, alterar a forma da ponta e do dorso, diminuir o tamanho das narinas, refinar a ponta e alterar o ângulo entre o nariz e o lábio superior. Também existem cirurgias de nariz para corrigir problemas respiratórios (veja box). “Não existe um modelo padrão de nariz, a cirurgia deve ser individualizada para cada pessoa, é importante não mudar completamente a aparência do paciente”, diz Mirella. Ela busca um resultado que atenda o pedido do paciente e que seja harmônico com seus traços. Também é essencial que o resultado seja funcional, que não interfira na respiração. A cura que veio do mofo Problemas respiratórios Uma rinoplastia dura em média de duas a três horas, e o paciente pode ter alta até no mesmo dia do procedimento. Ele em geral passa uma semana com curativo e pontos, que depois desse período são retirados. Com dois a três meses o inchaço diminui e já se pode ter ideia do resultado; mas a aparência definitiva, mesmo, só se alcança depois de um ano da cirurgia. Além de todo o destaque que tem no rosto, o nariz é uma peça do sistema respiratório, que serve para filtrar, aquecer e umidificar o ar que inalamos. As enfermidades mais frequentes que podem ser corrigidos com uma cirurgia de nariz são as seguintes: Segundo Mirella, em média os homens ficam tão satisfeitos com os resultados de uma rinoplastia quanto as mulheres. Ela adverte que para obter bons resultados, a cirurgia deve ser realizada por um cirurgião plástico especializado, com título de especialista e membro da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Cornetos aumentados: Os cornetos são estruturas internas que modificam a “aerodinâmica” do nariz, para que o ar tenha mais contato com as mucosas; o aumento exagerado dos cornetos causa obstrução nasal. Desvio de septo: O septo nasal é como uma parede de cartilagem que separa as narinas; quando essa estrutura está deformada (o que é bastante comum), pode causar dificuldades para respirar. Colapso das válvulas nasais: A válvula nasal é a passagem mais estreita do nariz, e oferece resistência à passagem do ar. Devido à falta de sustentação das estruturas do nariz, as válvulas internas podem se fechar quando a pessoa inspira. Antibióticos são substâncias utilizadas no tratamento de infecções bacterianas. Eles agem interferindo na capacidade de desenvolvimento das bactérias, seja atacando-as diretamente ou impedindo que se multipliquem. São utilizados em infecções graves, como a meningite, e também leves, como amigdalites, furúnculos e espinhas. O primeiro antibiótico, a penicilina, foi descoberto em 1928, pelo cientista britânico Alexander Fleming. Ele percebeu que uma cultura de bactérias havia morrido na presença do mofo Penicillium notatum (foto), semelhante ao bolor de pão, e investigou porque isso acontec Antibiótico cura gripe? Não, porque a gripe é causada por um vírus. Entretanto, podem surgir outros quadros bacterianos (p. ex. pneumonia, otite e sinusite) juntamente com a gripe que, esses sim, podem ser tratados com antibióticos. Posso parar de tomar o antibiótico quando os sintomas desaparecem? De forma alguma, porque existe um tempo certo de tratamento. Se for interrompido, a doença pode retornar e ainda mais forte. Siga a indicação do médico e continue tomando o medicamento durante o tempo prescrito. Existem tratamentos com antibiótico que demoram meses Os antibióticos estragam os dentes? As tetraciclinas, um tipo de antibiótico, podem causar manchas nos dentes de crianças e adolescente, mas não os estragam. Se usadas por gestantes, podem manchar os dentes da criança. Só o médico pode avaliar a necessidade desse tipo de medicamento. Quem está tomando antibióticos pode consumir bebida alcoólica? Não deve. O álcool é um diurético, ou seja, ele estimula a pessoa a urinar mais, o que faz com que o medicamento seja eliminado. Além disso, misturado com álcool, o antibiótico pode se tornar mais tóxico para o fígado. Posso guardar o antibiótico para o caso de ficar doente de novo? Antibióticos têm tempo de validade, então não devem ser guardados. Além disso, dificilmente você terá uma enfermidade igual à que já teve. O ideal é, caso sobrem comprimidos depois do tratamento completo (veja nota acima), devolver na farmácia - algumas recebem medicamentos vencidos ou sem uso. Saúde Saúde 10 Questões nasais 11 Saúde Risco cardíaco é maior do que se imagina 13 A chance de sofrer problemas cardiovasculares costuma ser muito mais elevada do que as pessoas imaginam; mesmo confrontadas com o risco, elas resistem a adotar hábitos saudáveis A maioria de nós costuma ser muito otimista em relação a nosso próprio risco cardíaco, ou seja, a chance de que venhamos a sofrer um evento cardiovascular, como um infarto ou acidente vascular cerebral. É natural e humano não querer se preocupar com essas coisas, mas o melhor a fazer, principalmente se você já passou dos 40 anos, é consultar um cardiologista para saber sua situação real, e o que você pode fazer a respeito. Segundo Thiago Matsuda, cardiologista do Hospital VITA Volta Redonda, existem tabelas para avaliar o risco cardíaco do paciente, que levam em consideração os fatores mais importantes para que a pessoa apresente problemas cardiovasculares (veja box). “Quanto maior o número de fatores em que a pessoa se encaixa, maior o seu risco”, diz Matsuda. Ele lembra que ainda assim é impossível prever quem vai ter ou não um infarto, mas que podemos buscar diminuir a chance de que aconteça conosco. Mudança de hábitos Faz parte da rotina de trabalho dos cardiologistas identificar riscos cardíacos nos pacientes e sugerir mudanças, principalmente na alimentação e atividade física, para reduzi-los. “Essa é a parte difícil”, diz José Eduardo Marquesini, cardiologista do Hospital VITA Batel e do Hospital do Coração; “fazer com que as pessoas adotem hábitos saudáveis”. Segundo ele, alguns poucos pacientes assimilam bem as recomendações, mas a maioria resiste. Mesmo confrontadas a um alto risco e à perspectiva de ter problemas cardíacos, a reação dos pacientes varia. “Todos nós temos um estilo de vida, adquirido ao longo de déca- das, e é muito complicado pedir para modificar isso”, diz Marquesini. Ele afirma que às vezes nem mesmo um infarto é suficiente para que a pessoa mude: “Vejo infartados, que sofreram cirurgia cardíaca e continuam fumando”. Também é comum que a pessoa mude os hábitos logo depois de um trauma, como um infarto, mas depois do susto começa a retornar lentamente aos antigos hábitos. Para alcançar uma mudança real, que diminua o risco cardíaco, Marquesini busca explicar aos pacientes os mecanismos de como as mudanças podem trazer benefícios, e também sugere apoio psicológico, por exemplo, para ajudar a abandonar o tabagismo. 30 minutos por dia Uma das formas mais eficientes e fáceis de seguir para reduzir o risco cardíaco é sair do sedentarismo absoluto, explica Matsuda, e para isso basta caminhar 30 minutos por dia, cinco vezes por semana. “É o mínimo recomendado de atividade física, mas já ajuda muito”, afirma. Ele também alerta que o fator de risco mais importante é a idade, portanto quanto mais idosa a pessoa, maior deve ser seu cuidado com a saúde. Os médicos admitem que esses pedidos de mudança na alimentação e nos hábitos são complicados, principalmente porque se pede um grande esforço e a recompensa é ... ‘não ter nada’, ou seja, não desenvolver uma doença em potencial. Mas adotar hábitos saudáveis vale a pena, eles vêm acompanhados do bem estar que a atividade física e a redução de peso trazem, além de preparar a pessoa para aproveitar a terceira idade com mais saúde e independência. Principais fatores de risco Veja nesta tabela os principais fatores que podem elevar o seu risco cardíaco; alguns deles podem ser controlados, como sedentarismo e tabagismo, enquanto outros não, como a idade e o sexo. • Idade (quanto mais idoso, maior o risco) • Sedentarismo • Obesidade • Gênero (homens correm maior risco que mulheres) • Hipertensão • Diabetes • Fatores hereditários • Má alimentação • Estresse • Níveis de colesterol (avaliados pelo cardiologista) Estudo mostra que pessoas subestimam seu risco cardíaco Uma pesquisa realizada com 6.544 pacientes da unidade de check-up do Hospital Albert Einstein, em São Paulo, mostrou que 91% dos pacientes que estavam em uma condição de alto risco cardíaco no momento da avaliação subestimavam essa situação. O estudo, coordenado pelo cardiologista Marcelo Katz e publicado no “European Journal of Preventive Cardiology”, buscou quantificar a percepção que as pessoas tinham de seu próprio risco cardíaco e comparar com o risco real de sofrer eventos cardiovasculares no futuro. Os participantes foram avaliados e classificados de acordo com padrões estabelecidos em três níveis: baixo, médio e alto risco. 72% das pessoas na faixa média também subestimaram sua condição. fonte: Folha de S. Paulo, 29/9/2014 “Dedo em gatilho” é uma enfermidade comum que começa com estalidos nos dedos, depois evolui para uma dificuldade em esticá-los 14 “Dedo em gatilho” é quando sentimos um ou mais dedos da mão “travarem”. É um problema comum, que costuma começar com uma crepitação, uns estalidos no dedo, principalmente no anelar, médio e polegar. Depois começa a ficar mais difícil esticar o dedo e finalmente, em casos mais avançados, a pessoa pode precisar usar a outra mão para esticar o dedo afetado. Devido à posição dobrada, o problema ganhou o nome de “dedo em gatilho”. O ortopedista Carlos Alberto Bidutte Cortez, do Hospital VITA Curitiba, explica que se trata de um problema causado pela inflamação do tendão flexor do dedo, que passa por um túnel nos ossos da mão. Quando o tendão inflama, ele incha e não passa mais pelo orifício, ou passa com dificuldade. “No início, a pessoa sente como se seu dedo fizesse um ‘cloc’”, diz Cortez. “As principais queixas são a dor e a dificuldade para pegar objetos”, diz o ortopedista Affonso Luiz Fonseca, do Hospital VITA Volta Redonda e da Ortosider. Segundo ele, o problema afeta principalmente pessoas que fazem movimentos repetitivos de apreensão. “Antigamente acontecia muito às costureiras, devido ao movimento que faziam com a tesoura; hoje é comum nos trabalhadores de construção civil, que usam o alicate para fazer amarração de estruturas”, explica. Embora as causas mais comuns sejam essas, nem sempre se pode determinar um “culpado” para o surgimento do problema, que é bastante frequente: na semana em que foi entrevistado, Fonseca havia atendido três casos. A maioria dos casos pode ser tratada com fisioterapia e medicação. Para os mais graves, pode-se fazer uma cirurgia que aumenta o diâmetro do túnel no osso e elimina o problema. Uma forma de tentar prevenir o “dedo em gatilho” é evitar o movimento que causou o problema e fazer alongamentos nas mãos: estender e contrair completamente os dedos. Fonseca acrescenta que digitação não provoca esse tipo de problema. Pelo menos por enquanto, a possibilidade de que a epidemia de Ebola chegue ao Brasil é muito remota, devido ao controle de fronteiras nos países afetados As notícias sobre a epidemia de Ebola em três países da África deixaram os brasileiros preocupados nos últimos meses: e se a doença chegar por aqui? O Ebola é causado por vírus e tem alta letalidade: cerca de 70% das pessoas infectadas morrem. Felizmente, as chances de que a doença chegue ao Brasil são pequenas e as autoridades sanitárias estão atentas a qualquer caso suspeito. Segundo Maria Cristina Pereira dos Santos, médica infectologista do Hospital VITA Volta Redonda, o vírus do Ebola não é transmitido pelo ar, mas por qualquer tipo de secreção corporal, como saliva, urina, fezes, sangue e suor. Por isso os profissionais de saúde usam roupa de “envelopamento total”, que os protege, por exemplo, no caso de o paciente tossir. O vírus continua ativo nas secreções por até dois meses. Apesar do quadro assustador, Maria Cristina tranquiliza os preocupados: “É muito difícil que a doença chegue ao Brasil, porque existe um controle rígido para saída dos países onde ela está ocorrendo”. Ela também destaca que a epidemia não atinge a África toda, apenas três países (veja box). A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), ligada ao Ministério da Saúde, alertou o País todo sobre a doença, e qualquer caso suspeito deve ser comunicado para a Fundação, que está preparada para diagnosticar e tratar a doença, bem como tomar medidas de isolamento necessárias. Pessoas que tiveram contato com doentes devem ficar em quarentena por 21 dias. A Epidemia No início de novembro, a Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou um total de 13.268 casos, com 4.960 mortes. A atual epidemia começou no final de 2013 na Guiné (1.760 casos), e atingiu também a Libéria (6.619) e Serra Leoa (4.862), todos países do oeste africano. A Nigéria teve 20 casos e o Senegal, um - estes dois países foram retirados da lista de países afetados, o que ocorre após 42 dias sem novos casos. Os demais casos foram registrados fora da África (4 nos EUA e 1 na Espanha). A Doença O vírus Ebola é encontrado em morcegos frutívoros na África, mas possivelmente também em gorilas, antílopes e porcos; supõe-se que a contaminação, inicialmente, tenha ocorrido pelo contato de pessoas com fluidos desses animais. Nos seres humanos, o período de incubação é de 2 a 21 dias. Inicialmente o doente sofre dores de cabeça muito fortes, fraqueza muscular e calafrios; depois náuseas, vômito e diarreia, entre outros sintomas; nos casos de óbito, este ocorre por hemorragia interna, entre 6 e 16 dias após os primeiros sintomas. Saúde Saúde Dedos da mão “engatilhados” Ebola, uma ameaça ainda distante 15 Gastrite As gastrites agudas, quaisquer que sejam suas causas, são de aparecimento súbito, têm curta duração e desaparecem na maioria das vezes sem deixar sequelas. Suas principais causas são estresse, ingestão de álcool, medicamentos (principalmente os anti-inflamatórios) e, menos comumente, agentes infecciosos. Myrna Mascarenhas Na gastrite crônica os sintomas são mais prolongados e as causas principais são a infecção pela bactéria Helicobacter pylori, gastrites autoimunes, entre outras. 17 Os principais sintomas são dor na região superior do abdome, náuseas e sensação de peso após se alimentar. O diagnóstico, no caso das gastrites agudas, pode ser clínico ou endoscópico e, nas gastrites crônicas, endoscópico com biópsia da mucosa gástrica. O tratamento dever ser, em primeiro lugar, tentar eliminar os fatores causais, como os medicamentos, álcool e erradicação de agentes infecciosos. Em segundo lugar, uma dieta equilibrada, sempre orientada por médico ou nutricionista. Os medicamentos mais comuns para o seu tratamento são os inibidores de bomba de prótons, sendo os mais conhecidos Omeprazol, Lanzoprazol, Pantoprazol e Esomeprazol, responsáveis pela redução da acidez gástrica e controle de todos os sintomas, principalmente da dor. Outros medicamentos são os denominados procinéticos: Bromoprida, Domperidona e Metoclopramida, que atuam na melhora das náuseas e da sensação de peso no estômago. Myrna Mascarenhas é médica gastroenterologista do Hospital VITA Volta Redonda Helicobacter pylori Research laboratory A bactéria da úlcera Os cientistas australianos Barry Marshall (esq.) e Robin Warren receberam o Prêmio Nobel de Medicina de 2005 pela descoberta de que gastrites e úlceras de estômago podem ser causadas por uma infecção bacteriana. Eles demonstraram que a bactéria Helicobacter pylori tem um importante papel no desenvolvimento de enfermidades de estômago e intestino. Graças às suas descobertas, o tratamento dessas infecções mudou radicalmente - até então o tratamento mais comum era o cirúrgico, e a doença era atribuída ao estresse e estilo de vida dos pacientes. A bactéria H. pylori é encontrada em cerca de metade da população. A contaminação costuma acontecer na infância, mas a maior parte das pessoas convive com a bactéria sem apresentar sintomas. Cerca de 10% a 15% das pessoas infectadas desenvolvem úlceras. Para vencer a resistência da comunidade médica a aceitar que uma bactéria poderia habitar o ambiente ácido do estômago e provocar enfermidades, Marshall tomou ele mesmo água contaminada com H. pylori alguns dias depois, fez uma endoscopia que mostrou alterações gástricas. O trabalho de Warren e Marshall desafiou dogmas e provocou uma das mais importantes mudanças na Medicina ocorridas no século XX. Hoje a maioria das úlceras e gastrites pode ser tratada de forma medicamentosa. Artigo Médico-Hospitalar Gastrite tem como definição a inflamação da mucosa do estômago, que pode ser aguda ou crônica. O médico Fernando Cotait Maluf, Diretor do Centro Oncológico Antônio Ermírio de Moraes, em São Paulo, é um dos oncologistas mais prestigiados do País. Nesta entrevista, ele fala sobre diagnóstico precoce e rastreamento, ou seja, a busca de tumores antes mesmo que apareça qualquer sintoma - o que é recomendado para pessoas que têm alto risco de desenvolver a doença. Maluf esteve presente à inauguração do Serviço de Oncologia do Hospital VITA Curitiba, em 28 de outubro. Na ocasião, autografou o livro “Vencer o Câncer” (veja box). No dia 24 de novembro ele participou do Jô na Rede Globo, falando sobre câncer de próstata (disponível no endereço http://goo.gl/iG7s4B). VITAL - Você pode explicar por que devemos procurar um câncer que não se manifestou ainda? Diz o ditado, “não se conserta o que não está quebrado”. No caso do câncer, isso é verdade também? Até que ponto é razoável sugerir buscar algo que não deu o menor sinal de existência? Fernando Cotait Maluf - Isso é parcialmente verdade. Uma regra geral para todos os tumores do nosso corpo é que quanto mais precoce se faz o diagnóstico, maiores as chances de cura às custas de tratamentos menos complexos. Um ditado comum da população, refletindo o medo de se fazer o rastreamento, é de “quem procura, acha”. Eu completo esta frase dizendo “quem acha, cura”. Como exemplo, as taxas de cura de tumores de cabeça e pescoço, de mama, de pulmão, do aparelho digestivo, e do aparelho genitourinário quando diagnosticados precocemente, em geral através do rastreamento, podem chegar a até 95%. VITAL - Os casos de “rastreamento” (buscar algo que não deu sinal) de câncer mais conhecidos pela população são os de mama, colo uterino e próstata. Encontramos no seu site “Vencer o câncer” outras recomendações. Já existe uma cultura de rastreamento? Muita gente poderia ser salva se tivesse feito rastreamento? FCM - O rastreamento é estabelecido para alguns tumores cujos estudos demonstraram que, nesses casos, com exames regulares poder-se-iam diagnosticar precocemente tumores e salvar mais vidas. Para as mulheres, os tumores no qual o rastreamento mostrou benefício foram os de mama, colo de útero, cólon e de pulmão (caso tabagista de longa data). Segue abaixo a idade de início do rastreamento para cada um dos tumores a serem investigados e os respectivos exames a serem solicitados. •Mama: avaliação anual a partir dos 35-40 anos – exame físico e mamografia/USG •Colo de Útero: avaliação anual a partir dos 18 anos – exame físico e papanicolau •Cólon: avaliação a cada 3-5 anos partir dos 50 anos – exame físico e colonoscopia •Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos – exame físico e tomografia de tórax Para os homens, os tumores no qual o rastreamento mostrou benefício foram os de próstata, cólon e de pulmão (caso tabagista de longa data). Segue abaixo a idade de início do rastreamento para cada um dos tumores a serem investigados e os respectivos exames a serem solicitados. •Próstata: avaliação a partir dos 50 anos – toque retal e PSA •Cólon: avaliação a cada 3-5 anos partir dos 50 anos – exame físico e colonoscopia •Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos – exame físico e tomografia de tórax VITAL - Em termos de saúde populacional, é razoável sugerir isso? O governo economizaria recursos oferecendo mais diagnóstico precoce? FCM - Estima-se que a redução da mortalidade dentre estes tumores poderia ser da ordem de pelo menos 50%. Baseados nestes números, vários países da Europa e os Estados Unidos adotaram o rastreamento destes tumores como parte dos programas populacionais de saúde por salvar mais vidas, à custa de menos gastos. VITAL - É comum ouvir as pessoas dizerem coisas como: “Meu avô morreu com 120 anos de idade e fumava todos os dias”. Como você responde a esse tipo de argumento? FCM - Fatores de risco ambientais são responsáveis por aproximadamente 90% dos tumores e alterações genéticas graves somente por 10%. No entanto, a presença de fatores de risco aumentam as chances de se desenvolver um tumor, e ausência deles conferem chances menores de isso ocorrer. Porém, não existe uma garantia absoluta de que pessoas que tenham fatores de risco vão desenvolver o câncer, e que aquelas que não tenham fatores de risco estejam 100% seguras. Isso se explica em parte porque, além do fator de agressor, no caso o fator de risco, existe uma resposta diferente de organismo para organismo às injúrias causadas por ele. Como exemplo, sempre cito tabagismo, um dos maiores males da humanidade. Alguns fumantes de longa data podem desenvolver um câncer de pulmão, outros enfisema pulmonar, outros infarto agudo do miocárdio, outros AVC. Ou seja, o mesmo fator agressor, porém respostas diferentes dos organismos das pessoas a esta injúria, manifestando-se pelo aparecimento de doenças diferentes. VITAL - Vemos muitas pessoas dizendo que o câncer está aumentando. Isso não seria apenas uma ilusão provocada pelo aumento dos diagnósticos e da longevidade? FCM - O câncer vem aumentando ao redor do mundo por várias causas incluindo maior longevidade da população, maior crescimento populacional, diagnósticos mais precisos, e mudanças no estilo de vida do “homem moderno”. Os dados mais atuais mostram que: • O câncer teve um aumento de sua incidência em 20% nos últimos 5 anos • Em 2020 o câncer será a maior causa de morte de mundo (ultrapassando doenças cardiovasculares) • 14.100.000 novos casos são diagnosticados por ano ao redor do mundo • 32.600.000 pessoas convivendo com o câncer ao redor do mundo Um dos principais motivos deste aumento significativo dos casos mundiais de câncer deve-se aos fatores ambientais, que em grande parte, poderiam ser controlados por nós mesmos em benefício próprio. VITAL - Quais são os principais fatores de risco e como podemos controlá-los a nosso favor? FCM • Dieta: cuidado com carnes vermelhas, gordura, açúcar, condimentos e implementar dieta com carnes magras (particularmente peixe), verduras, legumes e frutas • Falta de Exercícios Físicos: fazê-los de forma regular • Obesidade: combate agressivo ao sobrepeso (dieta, exercício físico) • Tabagismo: combate agressivo (medicações específicas, acompanhamento psiquiátrico) • Álcool: consumo leve (vinho) • Exposição ao sol: uso de protetor solar em particular quando pele mais clara e em horários de pico (entre 10hs e 16hs) Ping-Pong Quem procura acha; quem acha cura 19 “ O câncer vem aumentando ao redor do mundo por várias causas incluindo maior longevidade da população, maior crescimento populacional, diagnósticos mais precisos, e mudanças no estilo de vida do “homem moderno” • Reposição hormonal: uso cauteloso em mulheres com fatores de risco para câncer de mama e ginecológicos • Falta de vacinação: vacinação para hepatite B (homens e mulheres) e HPV (mulheres) VITAL - Que diferença faz a experiência acumulada de um centro no tratamento de câncer? O tratamento de câncer tende a se concentrar em centros especializados? FCM - Como regra geral o melhor momento para curar um câncer é o primeiro momento. Neste sentido, vários estudos sugerem que, para diferentes tipos de tumores, o tratamento em um centro especializado pode oferecer chances de cura de até 30% a mais em relação a hospitais gerais. O mesmo vale para as menores taxas de complicações decorrentes dos tratamentos cirúrgicos, radioterápicos e medicamentosos. Por outro lado, procurar um grande centro após a falha aos primeiros tratamentos ainda é válido. No entanto devemos estar cientes de que o impacto em termos de cura oferecido por um centro especializado é bem menor quando ocorre a recidiva de um tumor, quando comparado ao potencial benefício que poder-se-ia observar se o tratamento desde o início fosse realizado em um grande centro oncológico. Segunda doença que mais mata no mundo, em breve o câncer deverá se tornar a primeira; informações de fontes seguras, mudanças no modo de vida e exames preventivos aumentam nossas chances de nos protegermos contra ela Capa Sob o signo de câncer 21 Capa 22 E a quem ou a que se deve esse aumento? Em primeiro lugar, o aumento da expectativa de vida das pessoas: quanto mais vivemos, maior a chan ce de que venhamos a desenvolver um tumor. Outros fatores são hábitos de alimentação pouco saudáveis: tabagismo, sedentarismo, obesidade (sim, o excesso de peso também é um fator de risco para câncer) entre outras coisas. Esses fatores, separados ou reunidos, podem ser o “gatilho” que desencadeia um crescimento desordenado de células, que é o câncer (veja box). Mas tem uma porção de coisas que podemos fazer para tentar diminuir essas estatísticas, que se resumiriam em duas dicas: adote hábitos saudáveis e faça exames preventivos Enfim, o que é o câncer? O câncer pode ser definido como uma proliferação anormal e descontrolada de células oriundas de uma célula previamente normal, que sofreu uma ou mais mutações, e que tem a capacidade de se espalhar pelo organismo. Quando a mutação ocorre em geral ou ela é reparada ou a célula morre. Entretanto, a célula que se torna maligna não morre. Na maioria das vezes, acumula várias mutações que resultam em proliferação descontrolada e capacidade de se espalhar pelo corpo. Fonte: site Vencer o Câncer (www.vencerocancer.com.br) Incidência de câncer por gênero Pesquisa da OMS divulgada em 2014 aponta as diferenças de incidência dos diferentes tipos de câncer segundo o sexo do paciente. Homens Mulheres casos diagnosticados 53% 47% mortes 57% 43% Tipos de câncer mais comuns em homens Pulmões 16,7% Próstata 15% Colorretal 10% Estômago 8,5% Fígado 7,5% Tipos de câncer mais comuns em mulheres Mama 25,2% Colorretal 9,2% Pulmões 8,7% Útero 7,9% Estômago 4,8% regularmente. Pronto. Com isso você já estará fazendo a sua parte. Além disso, os diagnósticos evoluíram, os tratamentos também, e a reabilitação das pessoas que curaram ou controlaram tumores é cada vez melhor. para fazer um diagnóstico definitivo. Wiermann explica que nos últimos anos os tratamentos cirúrgicos e por radioterapia do câncer de próstata evoluíram muito e se tornaram bem mais seguros, com menos efeitos colaterais adversos. Prevenção As mulheres ganham de goleada dos homens no quesito amor-próprio, porque elas se preocupam muito mais que eles com a própria saúde, e agem de acordo: vão periodicamente ao médico, fazem exames preventivos e com isso acabam detectando mais cedo qualquer sinal de um tumor. O resultado é que a expectativa de vida da mulher sempre foi e continua sendo mais elevada, 78,6 anos; para os homens é de 71,3 (IBGE 2014). Veja nesta matéria uma tabela que recomenda com que frequência e a partir de que idade devemos fazer exames preventivos. Diagnóstico Uma das maiores dificuldades no tratamento do câncer é que cada caso é diferente do outro: por ter origem em alterações do DNA, os tumores de dois pacientes nunca serão idênticos, mesmo que ocorram no mesmo órgão, em pessoas do mesmo sexo e idade. “O câncer tem uma biologia muito diferenciada”, diz Wiermann; “é uma proliferação atípica de células, e com comportamentos diferentes em cada caso”. Felizmente, o aumento do conhecimento biológico disponível no mundo, que inclui um Projeto Atlas Genômico do Câncer (TCGA), permite classificar tumores segundo seu material genético, o que possibilita tratamentos mais específicos e menos agressivos. “É esse o momento da terapia do câncer hoje”, diz Wiermann: “buscar diagnósticos precisos que nos permitam escolher a melhor resposta terapêutica para cada pessoa”. A doença varia conforme localização, célula de origem e alterações genômicas que promovem a oncogênese — alterações cromossômicas, celulares e ou genéticas que culminam no desenvolvimento de um câncer. O oncologista Evanius Wiermann, do Hospital VITA Curitiba e Presidente Nacional da Sociedade Brasileira de Oncologia, lamenta que o diagnóstico do câncer de próstata no Brasil (cerca de 70.000 caso por ano) aconteça tão tardiamente. Segundo ele, a chance de cura do câncer de próstata nos EUA é o dobro da que ocorre no Brasil. “A doença é a mesma, a diferença é que os brasileiros não fazem exames preventivos e por isso chegam ao tratamento com a doença já avançada”, diz Wiermann. É o segundo tipo de câncer mais perigoso para o homem, depois do câncer de pulmão. Ele alerta que, para a prevenção do câncer de próstata, os exames de toque e PSA são complementares, embora o de toque seja o mais importante. Caso os resultados indiquem uma suspeita de tumor, o médico pode solicitar uma biópsia Para uma doença que se apresenta de tantas formas, o diagnóstico também acontece utilizando variadas ferramentas. Exames preventivos são feitos de forma pouco invasiva, por inspeção visual, palpação, raios-X (inclusive mamografia), ecografias e testes laboratoriais. Quando esses exames indicam a suspeita de existência de um tumor, então se podem usar outras versões dessas mesmas ferramentas, e também Capa Vários indicadores têm apontado que a incidência de diversos tipos de câncer vem aumentando no mundo todo. A Organização Mundial de Saúde (OMS) divulgou no início de 2014 uma pesquisa em que prevê que os casos de câncer devem aumentar em aproximadamente 50% até 2030, isto é, para 22 milhões de casos diagnosticados, em comparação com os 14 milhões de 2012. 23 Livros que trazem informações confiáveis O oncologista Fernando Cotait Maluf (veja entrevista nesta edição) lançou neste ano dois livros de informação sobre o câncer voltados para a população em geral: o primeiro, “Vencer o Câncer”, foi escrito em parceria com os também oncologistas Antonio Carlos Buzaid e Drauzio Varella. Lançado em maio, tem o objetivo de orientar e levar à população brasileira informação de qualidade sobre o câncer, fatores de risco para o seu desenvolvimento, prevenção, diagnóstico, tratamento, além de outros assuntos relacionado à doença, como medicina integrativa, dieta, direitos do paciente com câncer e atitudes que podem ajudar na recuperação do paciente. Para consultar parte do conteúdo do livro e notícias sobre o assunto, acesse o site oficial: http://vencerocancer.com.br/ O segundo livro é mais específico: “Vencer o Câncer de Próstata – Evitar, Tratar, Curar”. Com linguagem dinâmica e clara, o livro descreve as características da doença, que é o segundo tumor mais frequente no Brasil entre os homens, as formas de tratamento, diagnóstico e esclarece dúvidas no formato de perguntas e respostas. Foi lançado em novembro, para coincidir com o “Novembro Azul”. Para Maluf, lançar livros sobre câncer em parceria com colegas oncologistas é uma forma de levar informações sobre câncer confiáveis e fáceis de entender para a população em geral - tentar pesquisar sobre a doença na Internet pode deixar as pessoas confusas e inseguras, diante de uma enorme quantidade de dados desconexos e, muitos, de qualidade duvidosa. Câncer infantil No mundo todo, o “Outubro Rosa” marca a realização de campanhas de prevenção de câncer de mama. Esse movimento começou nos EUA em 13 de outubro de 1991, quando a Fundação Susan G. Komen de Câncer de Mama distribuiu laços cor de rosa para os participantes da primeira “Corrida de Nova York para a Cura”, um evento que tem o objetivo de levantar fundos para a instituição. Um impulso extra que reforçou o símbolo do laço cor de rosa ocorreu em 1992, quando a fabricante de cosméticos americana Estée Lauder distribuiu 1,5 milhão de laços cor de rosa, acompanhados por um cartão que descrevia um autoexame de mama. Menos comum, o câncer infantil já representa a segunda causa de mortalidade entre crianças e adolescentes, de 1 a 19 anos, para todas as regiões do País. Como a primeira causa são as relacionadas aos acidentes e à violência, podemos afirmar que o câncer é a primeira causa de mortes por doença, após um ano de idade, até o final da adolescência. É importante que os pais estejam sempre atentos, pois nem sempre a criança inventa sintomas. Ao sinal de alguma anormalidade, devem levar seus filhos ao pediatra para uma avaliação. Esses sintomas podem estar relacionados a doenças comuns na infância, o que não é motivo para que a visita ao médico seja descartada. Os principais sintomas são: surgimento de nódulos e caroços; palidez e falta de energia sem motivo aparente; surgimento de hematomas sem motivo aparente; sangramentos frequentes (nariz, ânus, vias urinárias); dor localizada e persistente; mancar sem razão aparente; febres sem motivo aparente; aumento do volume abdominal; dor abdominal prolongada; dores de cabeça frequentes, muitas vezes acompanhadas por vômitos; mudanças nos olhos ou na visão; perda de peso rápida; virilização em meninas ou puberdade precoce. A ideia de relacionar campanhas de prevenção do câncer de mama ao mês de outubro e à cor rosa era realmente poderosa e disseminou-se inicialmente nos EUA e depois em outros países. No dia 2 de outubro de 2002, o obelisco do Ibirapuera, em São Paulo, foi iluminado de rosa, e desde então o “Outubro Rosa” ganhou força em todo o País. Vários monumentos são iluminados de rosa para marcar o mês em todo o país. outras, mais sofisticadas, como endoscopia, colonoscopia, broncoscopia, mamografia digital, raios-X, ultrassonografia, tomografia computadorizada, ressonância magnética, cintilografia, densitometria, radiologia intervencionista e medicina nuclear. Finalmente, pode ser necessária a biópsia, que é o exame do tecido retirado do paciente, para assegurar, por exames laboratoriais, o tipo de tumor. É justamente no início desta “maratona” de exames que as mulheres levam vantagem: “Elas vão oito vezes mais ao médico do que os homens”, resume Wiermann. “E por isso têm muito mais chance de conseguir encontrar um tumor no início do desenvolvimento, quando as chances de recuperação são maiores”. Tratamento Ao contrário do que possamos supor, o oncologista raramente é o primeiro médico a tratar o paciente de câncer. Em geral, ele é chamado quando o diagnóstico já está estabelecido e já se tem uma biópsia que confirma a doença. O oncologista é o especialista que vai escolher qual tratamento utilizar e de que forma, sempre trocando informações com outros médicos e profissionais de saúde que acompanham o caso. Os Hospitais VITA Curitiba e VITA Volta Redonda dispõem de Serviços O inimigo continua aceso Caso você não se lembre, o maior aliado do câncer continua sendo o cigarro. O tabagismo é um fator de risco para câncer de pulmão, boca, laringe, bexiga, rins, estômago e pâncreas - pessoas que fumam têm um risco 10 vezes maior de desenvolver a doença do que as que não fumam. Como se não bastasse, eleva o risco para câncer de mama também: um estudo do Centro para Pesquisa em Câncer Fred Hutchinson em Seattle (EUA) mostrou que mulheres que consomem mais de um maço de cigarros por dia há pelo menos dez anos têm uma chance 60% maior que as outras de desenvolver câncer de mama. O “Novembro Azul” é uma campanha criada na esteira do “Outubro Rosa”, para conscientizar os homens da importância de fazer exames preventivos de câncer de próstata. O movimento teria surgido na Austrália, em 2003, aproveitando as comemorações do Dia Mundial de Combate ao Câncer de Próstata, realizado em 17 de novembro. No exterior, a campanha é conhecida como “Movember”, e o símbolo é um bigode azul. de Oncologia Clínica que oferecem justamente esse tipo de terapia (veja matéria na pág. 32). Rodrigo Leijoto, oncologista do Hospital VITA Volta Redonda, explica que muitas vezes o paciente até mesmo já passou por um tratamento cirúrgico do tumor: “A oncologia faz o tratamento que a cirurgia não faz”, diz Leijoto. “Por exemplo: quimioterapia, hormonioterapia e imunoterapia”. Ele menciona a radioterapia também, que é realizada por outro especialista. A quimioterapia utiliza compostos químicos chamados quimioterápicos. No caso do câncer, a quimioterapia é chamada de antineoplásica ou antiblástica. Os agentes utilizados no tratamento do câncer afetam tanto as células normais como as neoplásicas, porém causam maior dano às células malignas do que às dos tecidos normais. Esperança Os tempos mudaram, os tratamentos melhoraram e assim um diagnóstico de câncer nem sempre significa a mesma tragédia que costumava significar décadas atrás. Sim, é uma doença terrível, mas que podemos prevenir, diagnosticar e tratar. Eventualmente é possível até conviver com ela: Wiermann explica ser comum, ao diagnosticar um câncer de próstata de crescimento lento, decidir por não operá-lo, mas sim acompanhar e controlar seu desenvolvimento, principalmente em pacientes bastante idosos. Muitas mulheres acabam tirando uma vantagem estética de um tratamento de câncer de mama: pode-se na mesma intervenção em que se extrai o tumor, reconstruir a mama. No caso de mastectomia, ou seja, uma intervenção mais radical, o cirurgião plástico pode utilizar tecido do abdômen da paciente para a reconstrução da mama e, nesse caso, ela acaba passando por uma cirurgia de barriga também. Com isso, a resistência das mulheres ao tratamento do câncer de mama tem diminuído. Os tipos de câncer mais comuns na infância/adolescência são: • leucemia: câncer mais comum, torna a criança mais sujeita a infecções. Palidez, sangramentos e dores ósseas são sintomas; • retinoblastoma: surge como embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se manifestar através de fotofobia ou estrabismo, geralmente antes dos três anos de idade; • tumor de Wilms: aumento do volume ou uma massa no abdome, pode afetar um rim ou ambos, é mais comum na faixa dos dois a três anos de idade. Representa de 5 a 10% dos tumores infantis; • osteossarcoma: tumor no osso em crescimento, mais comum em adolescentes, são raros os casos; • tumor de sistema nervoso central: dores de cabeça, vômitos, alterações motoras, de comportamento e paralisia de nervos são os sintomas. São os tumores malignos sólidos mais comuns em crianças, ficando atrás das leucemias e linfomas; • neuroblastoma: tumor sólido extracraniano, isto é, fora do cérebro, mais comum nas crianças durante os dois primeiros anos de vida; • linfomas: de Hodgkin ou não-Hodgkin, câncer do sistema linfático. É raro antes dos cinco anos de idade, mas entre 10 e 15% dos casos ocorrem em adolescentes e crianças com menos de dezesseis anos. Exames preventivos Exames recomendados para prevenir o câncer, segundo faixa de idade. Mulheres •Mama: avaliação anual a partir dos 35-40 anos •Colo de Útero: avaliação anual a partir dos 18 anos Homens •Próstata: avaliação a partir dos 50 anos – toque retal e PSA Ambos os sexos •Cólon: avaliação a cada 3-5 anos a partir dos 50 anos •Pulmão: avaliação a partir dos 60 anos •Pele: autoavaliação constante Capa Capa 24 Rosa e Azul 25 Túnel do Tempo Raios que salvam Desde que a radiação foi descoberta, tentou-se utilizá-la no tratamento de tumores; as primeiras experiências foram bastante rudimentares, mas o método mostrou-se eficaz e evoluiu Imagem da mão da esposa de Röntgen, Bertha, com um anel, é considerada a primeira radiografia Marie Curie identificou elementos radioativos e foi a primeira mulher a receber o Prêmio Nobel Em 1895, o físico alemão Wilhelm Röntgen estudava a passagem de corrente elétrica por tubos com gases rarefeitos. No dia 8 de novembro, ele cobriu o tubo com um cartão preto que bloqueava a passagem de luz, mas percebeu que uma placa recoberta de bário brilhava no escuro, mesmo a dois metros do tubo. Continuando suas experiências, ele notou que objetos de diferentes espessuras apresentavam diferentes transparências para os raios misteriosos. Finalmente, ele manteve a mão de sua esposa Anna Bertha imóvel por alguns momentos no trajeto dos raios e obteve uma imagem fotográfica que mostrava os ossos - era a primeira radiografia. Pouco tempo depois, a cientista Marie Curie (nascida na Polônia) isolou os primeiros elementos radioativos, que batizou de Polônio e Rádio. Também em 1896, o médico austríaco Leopold Freund tratou com sucesso um paciente de cinco anos sofrendo de Nevo Melanocítico, que cobria todas as costas. O caso foi tratado com sucesso. Braquiterapia Em 1901, o físico Pierre Curie sugeriu ao médico francês Henri-Alexandre Danlos a possibilidade de tratar um tumor inserindo nele uma fonte de radiação. Danlos testou a ideia e descobriu que a radiação fazia tumores diminuírem. Isso deu origem à braquiterapia, nome que vem do prefixo grego “braqui”, que significa próximo, devido ao fato de serem colocadas fontes de radiação próximas ao tumor. Entre os pioneiros da braquiterapia está a americana Margareta Cleaves, que a utilizou no tratamento de câncer cervical. O médico francês Claudius Regaud diminuiu os danos da radioterapia ao fracionar o tratamento O menino Gordon Isaacs foi a primeira pessoa a receber radioterapia com acelerador linear, em 1957 Radioterapia fracionada No início, a radioterapia consistia apenas de uma dose maciça de radiação, com duração de aproximadamente uma hora, o que causava fortes efeitos colaterais. Em 1922, o médico Claudius Regaud demonstrou que o tratamento fracionado era tão eficiente quanto a dose única, e causava menos efeitos colaterais Acelerador A potência e precisão dos raios-X obtidos a partir de fontes naturais e das tecnologias da primeira metade do século XX impunham limites à radioterapia. Nos anos 1950, o médico Henry Kaplan construiu um acelerador de partículas para fins terapêuticos, uma máquina de 6 Megavolts que produzia um feixe mais potente e preciso de radiação. O primeiro paciente foi o menino Gordon Isaacs, em 1957, que aos dois anos de idade já havia perdido um dos olhos devido a um retinoblastoma, que ameaçava o outro olho também. O tratamento com o acelerador de partículas de Kaplan salvou a outra visão de Isaacs. “ A potência e precisão dos raios-X obtidos a partir de fontes naturais e das tecnologias da primeira metade do século XX impunham limites à radioterapia. imagens: Wikimedia No ano seguinte à descoberta de Röntgen, o estudante de Medicina americano Emil Grubbé já utilizou radiação para tratar câncer. Após notar a descamação de suas mãos depois de expostas aos raios-X, Grubbé convenceu um de seus professores a irradiar uma paciente com câncer de mama, Rose Lee. O tratamento teve resultados positivos, demonstrando o potencial dos raios-X no tratamento de tumores. 27 Sim, um belo par de óculos escuros valorizam o visual: dão aquele ar viril para os homens, e aquele charme extra para as mulheres. Mas sabia que, além de bonitos, óculos escuros de boa qualidade são uma proteção para os seus olhos? É por isso que é importante, ao comprar um par, prestar atenção não só à cor e ao modelo, mas principalmente à presença do indispensável filtro ultravioleta (UV). Assim, cuidado com modelos muito baratos, de origem duvidosa, que podem não dispor dessa proteção - modelos falsificados nunca têm proteção UV. O oftalmologista Roberto Bermudez, do Hospital VITA Batel, esclarece: “Assim como passamos protetor solar na pele, também precisamos proteger nossos olhos dos raios ultravioleta, que podem levar ao aparecimento precoce da catarata, lesões de retina e até mesmo cegueira”. Bermudez cita o caso dos pescadores, que costumam ter catarata mais cedo que as outras pessoas, devido à exposição constante e sem proteção à luz solar. Ele alerta que o mais importante ao comprar seus óculos escuros é tentar garantir a qualidade do que se está comprando. “É impossível saber, só de olhar, se um óculos tem realmente proteção UV; então temos de confiar no estabelecimento onde estamos comprando”, comenta. Bermudez sugere que usemos óculos escuros sempre que estivermos ao ar livre, para preservar nossa visão; isso se aplica principalmente às pessoas que trabalham expostas diretamente à luz solar. saudável Suíno A carne de porco enfrenta certa resistência por parte dos consumidores brasileiros. O Brasil é o quinto maior produtor de carne suína do mundo, mas o consumo por pessoa não está nem entre os dez maiores. Esse quadro vem mudando lentamente: de 2010 para 2013, a quantidade de carne suína que cada brasileiro come, em média, subiu de 13 kg/ano para 15,6 kg/ano. O médico nutrólogo Rafael Iazzetti, do Hospital VITA Volta Redonda, defende esse alimento. Ele afirma que não há nenhum fator nutricional que desabone a carne de porco, pelo contrário, há vários que a recomendam: “É uma carne saborosa, saudável e de baixo custo”, defende Iazzetti. Segundo ele, nos últimos anos a carne de porco ficou mais magra, e chega a apresentar menos gordura que o próprio frango, desde que o consumidor tenha o cuidado de separar a capa de gordura. “O lombo de porco tem 3% a 5% de gordura, o mesmo que o peito de frango; o pernil, menos que a coxa de galinha”, diz Iazzetti. Contanto que o alimento tenha origem controlada (certifique-se de que o produto tem o selo do SIF - Serviço de Inspeção Federal), não há risco de contrair parasitas e, portanto, não é necessário “esturricar” a carne suína. “É comum as pessoas cozinharem excessivamente, o que faz a carne de porco perder o sabor e a textura”, afirma. Ele próprio é fã de um belo lombo acompanhado de purê de maçã. Bem-Estar Bem-Estar 28 Muito mais que um acessório 29 As democráticas dores nas costas Bem-Estar Bem-Estar Sejazen você também 31 30 “Meditação? Deve ser bom... para os budistas”. Sim, certamente é bom para eles, mas pode ser bom para você também, não importa qual seja a sua religião. Ousemos afirmar que todas as religiões incluem algum tipo de meditação, ainda que não com esse nome - o terço, por exemplo, tem orações sequenciadas e repetitivas que podem ser consideradas um tipo de meditação do catolicismo. Mas muitos benefícios podem ser obtidos ao praticar meditação de uma forma desvinculada da religiosidade. De maneira muito simples, podemos dizer que a meditação é uma prática que nos treina para, voluntariamente, concentrarmos o foco de nossa atenção e assim reduzir o ruído que carregamos dentro de nossas mentes. O resultado é alcançar um estado de serenidade que nos ajuda a recuperar as energias, efeito que perdura ao longo do dia e nos permite enfrentar o caos do cotidiano com mais tranquilidade. Nos exercícios de meditação, em suas formas mais simples, alcança-se isso usando algo externo como ponto de concentração, seja uma imagem (a luz de uma vela), um som (o famoso ‘oooooommmmmmmmmm’ é muito eficaz), contar a própria respiração, um movimento (andar lentamente, prestando atenção a cada mínima etapa de um passo) ou alguma outra coisa. Em uma sociedade cada vez mais ansiosa e desconectada, a meditação pode ser um hábito que lhe trará muitos benefícios. E não precisa ser no Tibete, nem precisa de guru, nem de manto ou posição de lótus. Esses poderão vir mais tarde, caso você queira. Uma receitinha de meditação, bem simples: 1. Separe cinco a dez minutos e vá para um lugar tranquilo, onde ninguém irá incomodar; 2. Sente-se em uma posição confortável, em uma poltrona ou no chão; a posição de lótus, se você for capaz de fazer, pode ajudar a entrar no clima, mas não é indispensável; 3. Preste atenção somente à sua respiração. Sem tentar controlar o ritmo da respiração, conte a cada expiração: inspira, expira, 1; inspira, expira, 2... Até 4 e depois recomece; 4. Procure prestar atenção apenas à respiração e à contagem; para você é a coisa mais importante do universo naquele momento; 5. Se você perceber que perdeu o foco, não se aflija nem se culpe; simplesmente reinicie a contagem, sem julgamentos; 6. Repita a contagem durante três a dez minutos, já é meditação mais que suficiente para um iniciante. Pronto, você meditou. Costuma-se recomendar que a meditação seja feita diariamente sempre no mesmo lugar e horário, mas fora isso você pode escolher outras técnicas, outros focos além da contagem da respiração, variar a forma de contar (de 1 a 10, até perder a conta, 2 inspirações e 3 expirações, etc.) e até mesmo meditar entre uma reunião e outra. Exames Abaixo, alguns linkspreventivos para você saber mais: Formas Simples de Meditar (Estado Zen) http://estadozen.com/artigos/formas-simples-meditar-diariamente-ter-vida-mais-zen Mitos e Verdades Sobre a Meditação (Natural Vibe) http://naturalvibe.com.br/mitos-e-verdades-sobre-a-meditacao/ Aprenda alguns exercícios simples de meditação e alcance equilíbrio emocional (UOL) http://noticias.uol.com.br/saude/ultimas-noticias/redacao/2012/07/21/exercicios-simples-de-meditacao-contribuem-para-o-equilibrio-emocional.htm ou http://goo.gl/k77IRu Sim, democráticas porque quase todo mundo tem. Dados de 2008, levantados pela pesquisa “Dor no Brasil”, realizada pelo Ibope com patrocínio do laboratório Pfizer, mostram a dor nas costas como a segunda mais comum, atrás apenas da dor de cabeça; mas ela é considerada a mais incômoda e a mais prejudicial ao trabalho. A pesquisa estimou que 80% dos brasileiros afirmam conviver com alguma dor crônica. De acordo com o ortopedista e traumatologista Marco Antonio Maximo Jones, do Hospital VITA Volta Redonda, são as pessoas que trabalham longos períodos na mesma posição, seja em pé ou sentadas, as mais propensas a sofrerem de dores nas costas. Uma forma de tentar prevenir o incômodo é sair da imobilidade e caminhar alguns minutos a cada hora, para diminuir a pressão sobre os discos da coluna. “A dor nas coisas pode ter várias origens, tanto mecânicas quanto patológicas, que só um diagnóstico será capaz de determinar”, diz Jones. Ele sugere que as pessoas procurem logo o médico quando a dor se estender por mais que alguns dias: “Quanto mais cedo iniciarmos o tratamento, melhor”, recomenda. E acrescenta que mais de 80% das hérnias de disco são tratadas sem cirurgia. Jones alerta ainda que não se deve “mascarar” a dor nas costas com uso continuado de analgésicos, que pode levar, em pouquíssimo tempo, a problemas gástricos graves. “Algumas pessoas podem não ter nada, mas já vi casos de hemorragia digestiva por uso de analgésicos”, afirma. Acontece no Vita Acontece no Vita 32 VITA Curitiba inaugura serviço de Oncologia 33 Serviço de Oncologia do VITA Curitiba foi inaugurado no final de outubro O Hospital oferece, desde outubro, o atendimento multidisciplinar de que os pacientes oncológicos necessitam; instalações para quimioterapia têm acesso independente O Hospital VITA Curitiba está ampliando os serviços prestados à população. No final de outubro inaugurou o Serviço de Oncologia. O setor é chefiado pelo médico Evanius Garcia Wiermann, presidente da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica (SBOC). Consultórios e instalações para aplicação de quimioterapia têm entrada e estacionamento independentes, para preservar a privacidade dos pacientes. “Hoje o câncer é a segunda maior causa de mortes no Brasil e no mundo, depois das doenças cardiovasculares, então estamos ampliando nossa capacidade de atendimento para essa enfermidade”, diz Evanius. Ele destaca o conforto e a segurança que a estrutura de um hospital com certificação de qualidade (Acreditação) oferece para os pacientes, que têm à sua disposição desde diagnósticos até uma equipe de médicos de plantão para qualquer emergência. Estiveram presentes à inauguração os médicos Antonio Carlos Buzaid, chefe geral do Centro de Oncologia Antônio Ermírio de Moraes, e Fernando Cotait Maluf, chefe do Serviço de Oncologia Clínica, ambos do Hospital São José da Beneficência Portuguesa, em São Paulo. Além de realizar palestra sobre o tema para os convidados, os especialistas participaram de uma sessão de autógrafos do livro “Vencer o Câncer”, escrito pelos dois, juntamente com Drauzio Varella, também oncologista (mais informações sobre o livro na pág.25). Espaço oferece conforto e privacidade para os pacientes oncológicos O Serviço de Oncologia do VITA Curitiba é composto por uma equipe multidisciplinar com corpo clínico, enfermagem, nutricionistas e psicólogos. Todas as especialidades são envolvidas para oferecer ao paciente um tratamento de suporte integral, desde a prevenção da doença até a cirurgia e o tratamento. O Serviço também conta com instalações para preparar as infusões destinadas a cada paciente. Diferenciais Luiz Fernando Kubrusly, Diretor Clínico dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, explica que o tratamento do câncer é essencialmente multidisciplinar, ou seja, envolve médicos de várias especialidades, além de outros profissionais de saúde. “Em virtude disso, a tendência mundial é que o atendimento de oncologia clínica migre para os hospitais, como nós estamos fazendo”, diz Kubrusly. No Hospital VITA Curitiba, o paciente oncológico conta com uma equipe médica diversificada, serviços de diagnóstico, uma equipe de enfermagem altamente treinada, apartamentos para internação e, na eventualidade de uma emergência, pronto-socorro 24 horas por dia. “Isso dá muito mais segurança para o paciente”, diz Kubrusly, “porque ele sabe que, se precisar, no Hospital haverá médicos de plantão, com acesso às informações de seu histórico clínico”. “ O tratamento do câncer é essencialmente multidisciplinar. Em virtude disso, a tendência mundial é que o atendimento de oncologia clínica migre para os hospitais. Oncologia em Volta Redonda O serviço de oncologia do Hospital VITA Volta Redonda está em pleno funcionamento desde março. Para o oncologista clínico Rodrigo Leijoto, do Hospital VITA Volta Redonda, existem grandes benefícios para o paciente por fazer a quimioterapia dentro do Hospital VITA Volta Redonda: trata-se de uma instituição em conformidade com as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) e Acreditação. Dessa forma, o paciente tem mais segurança, já que recebe seu tratamento em um Hospital que dispõe de uma moderna estrutura de diagnóstico e atendimento, e ela é atendida por pessoal qualificado e treinado. Diamantes são eternos Acontece no Vita Acontece no Vita “Coaching” para líderes de equipe O desenvolvimento de lideranças nos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel inclui encontros quinzenais para simular situações de conflito 34 Os Hospitais VITA vêm investindo no desenvolvimento técnico e pessoal de suas equipes, e um dos principais pontos para isso é o desenvolvimento de competências emocionais e comportamentais de seus líderes, cuja atuação é determinante para o sucesso das equipes e para a qualidade do ambiente de trabalho. Há um ano aproximadamente acontece um trabalho de “coaching” (veja box) com os líderes de equipes dos Hospitais VITA Batel e VITA Curitiba, sob a supervisão da psicóloga clínica Raquel Pusch, Coordenadora do Serviço de Psicologia dos Hospitais. Segundo ela, a iniciativa partiu da Superintendência do Grupo VITA, que identificou uma necessidade de ajudar os gestores a aprimorarem suas habilidades. “Foi um investimento em amabilidade e gentileza, e os resultados já são visíveis, conforme podemos perceber pelo retorno que as pessoas dão quanto às nossas atividades”, diz Raquel. A psicóloga observa que a assistência à saúde é uma área onde conflitos fazem parte da rotina; então é preciso dar aos profissionais de Saúde recursos, não só técnicos, mas também emocionais e comportamentais para lidar com os problemas. Isso vale não só para o trabalho em equipe, como também para o atendimento de pacientes e familiares. “É comum termos de lidar com famílias inconsoláveis, com múltiplas queixas, e precisamos estar preparados emocionalmente para isso”, diz Raquel. Raquel Pusch também trabalha para a Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), onde foi Presidente do Departamento de Psicologia e hoje integra o Comitê de Cuidados Paliativos. Segundo ela, a AMIB busca levar aos médicos intensivistas um preparo que lhes permita lidar melhor com as situações que ocorrem nas UTIs e também para o trato com familiares. A pós-graduação em Cuidados Intensivos que a Associação oferece já inclui um curso sobre cuidados paliativos, do qual Raquel foi uma das fundadoras, e estuda-se a inclusão de um módulo sobre Crew Relationship Management (Gerenciamento de Relacionamento de Equipe). O que é coaching “Coach” vem do inglês “treinador”, mas tem um significado bem mais amplo que apenas o de treinamento: trata-se de usar acontecimentos do dia a dia dos colaboradores para identificar soluções melhores nas adversidades. O coaching é um processo criativo, que provoca reflexão nos participantes e os inspira a maximizar seu potencial pessoal e profissional. Segundo Raquel, a evolução na resolução de conflitos passa por quatro etapas: 1 - Liderado e líder devem chegar a uma concordância mútua da existência do problema, ou seja, ambos devem reconhecer que aquela adversidade existe; 2 - A pessoa que trouxe a problemática precisa ela própria sugerir possíveis soluç ões para a questão; não basta reclamar, é preciso sugerir saídas; 3 - O líder busca alinhar as possíveis soluções e torná-las factíveis, além de criar um comprometimento de todos os envolvidos com a solução, que foi escolhida em conjunto; 4 - Finalmente, é preciso acompanhar se o que foi combinado está sendo realizado e qual o resultado obtido. Este processo ajuda os envolvidos a melhorarem significativamente suas perspectivas na vida e no trabalho, ao mesmo tempo de aperfeiçoam as habilidades de liderança e desbloqueiam potenciais represados. 35 Palco da premiação Homenageados e colegas prestigiaram a entrega do Prêmio Eles são a prata da casa, o que temos de mais belo e mais precioso: são os colaboradores que trabalham no Hospital VITA Volta Redonda há mais de dez anos. Por isso, para mostrar o valor de termos pessoas que seguem conosco há mais de uma década, o Hospital criou o Prêmio Diamante VITA para homenageá-los. A entrega do Prêmio Diamante VITA aconteceu no dia 29 de outubro de 2014, com uma festa para 200 pessoas no Villa Vetri, em Volta Redonda. 75 colaboradores foram homenageados, e também quatro membros da Diretoria do Hospital: José Mauro Rezende, Diretor de Operações; Deumy Rabelo, Superintendente; Rônel Mascarenhas, Diretor Clínico; e Francisco Balestrin, Vice-Presidente Executivo. Para Rosimare Cruz, do Setor de Faturamento e uma das homenageadas, foi uma premiação muito emocionante, que valoriza pessoas que dedicam a maior parte de suas vidas ao Hospital. Alberton Araújo Telles, da Gerência Financeira, destaca que trabalhar no Hospital VITA Volta Redonda foi seu primeiro emprego com carteira assinada, e que ele teve a oportunidade de crescer profissionalmente dentro da instituição. Elisaine Aurora da Silva, do Setor de Internações, trabalha há 21 anos no Hospital, desde que era da CSN: “Isto hoje é uma família”, diz Elisaine; “já tive outras ofertas e emprego, mas gosto muito de trabalhar aqui”. Para ela, os clientes percebem o clima positivo da instituição, que se reflete na qualidade do atendimento. Festa para 200 pessoas marcou a entrega do Prêmio Diamante VITA “ Prêmio Diamante VITA homenageou os colaboradores do Hospital VITA Volta Redonda com dez anos ou mais de casa A Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar - APARCIH - realizou sua reunião científica no Hospital VITA Curitiba; no evento foram discutidos os desafios do setor e as perspectivas de desenvolvimento de novos medicamentos Semana da Qualidade e Segurança Assistencial lota auditórios e os processos de todos. “A Semana é um evento multiprofissional, em que discutimos as políticas de segurança do paciente que norteiam todas as nossas ações durante o ano todo”, diz Alexandre Raicherth, Coordenador do Escritório da Qualidade dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel. O Hospital VITA Curitiba sediou no dia 26 de setembro a edição 2014 da Reunião Científica da Associação Paranaense de Controle de Infecção Hospitalar - APARCIH. No encontro o infectologista Jaime Rocha, do Hospital VITA Curitiba, deu uma palestra sobre “Novos Antibióticos”, na qual descreveu o estágio de desenvolvimento de medicamentos para combater as principais infecções hospitalares. Participaram do evento médicos infectologistas, enfermeiros e farmacêuticos dos Hospitais VITA e de outras instituições. Novos medicamentos Rocha explica que o desenvolvimento de um novo antibiótico pode demorar uma década, desde o descobrimento de uma proteína com potencial para ser base de um medicamento até que este esteja disponível para uso. São necessários milhões de dólares de investimento por parte dos laboratórios farmacêuticos, em um processo que começa com testes de centenas de proteínas em laboratório, que posteriormente são experimentadas em cobaias, depois, conforme seus resultados e segurança, em um número restrito de voluntários, até que finalmente seja comprovada sua eficácia para uso em geral - só então o novo medicamento passa a ser comercializado. Segundo Rocha, essa “pipeline” (ou linha de desenvolvimento) pode ser acelerada no caso de haver a iminência de uma epidemia. Foi o caso, nos anos 1980, do AZT (zidovudine) para tratamento da AIDS, uma droga criada originalmente para tratar câncer - os testes e a aprovação para uso nos EUA ocorreram em apenas 20 meses. Atualmente as drogas para cura do vírus Ebola também estão sendo desenvolvidas e testadas pela via rápida. Rocha alerta que vivemos uma situação preocupante, já que o uso inadequado e irracional de antibióticos tem proporcionado condições para que bactérias ganhem resistência aos medicamentos existentes. “A necessidade de novas opções é enorme, porém, para um futuro breve, não há muitas novidades; por isso, é necessário utilizarmos e aperfeiçoarmos os antibióticos que já estão no mercado”, diz Rocha. Encerramento com palestra do infectologista Felipe Tuon Eventos IVEP O Grupo VITA coordena suas atividades acadêmicas através do Instituto VITA de Ensino e Pesquisa (IVEP). Um dos destaques do IVEP no próximo ano será o Curso de Planejamento Pré-Operatório em Correção de Deformidades e Alongamento Ósseo - Sulbrafix 2015. Trata-se de um evento científico concebido para o treinamento intensivo de cirurgiões interessados em técnicas de correção de deformidades e alongamento ósseo. Desde sua primeira edição em 2007, mais de 800 pessoas já foram treinadas. O curso é coordenado pelo médico ortopedista Richard Luzzi, do Hospital VITA Curitiba. O IVEP também é responsável pelo treinamento, capacitação e implantação do Método 5s nos Hospitais VITA Curitiba e Batel. Trata-se de uma filosofia de trabalho que busca promover a disciplina na organização através da consciência e responsabilidade de todos, de forma a tornar o ambiente de trabalho agradável, seguro e produtivo. Tem como objetivo melhorar a qualidade de vida das pessoas, a partir da promoção de um ambiente saudável e acolhedor. A “Semana da Gestão da Qualidade e Segurança Assistencial 2014” dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel foi um sucesso, com grande participação não só dos colaboradores, mas também de médicos e de prestadores de serviço terceirizados. Foi a segunda edição da Semana em que foram reunidos os temas Qualidade e Segurança Assistencial, que anteriormente eram tratados separadamente. No total, foram 539 participantes no VITA Curitiba e 362 no VITA Batel. O evento aconteceu entre os dias 6 e 10 de outubro. A abertura foi no auditório do VITA Batel, com palestras de Neidamar Fugaça, Superintendente Operacional de ambos os Hospitais, e palestra de Marta Fragoso, Coordenadora do NGSA, que falou sobre profilaxia e antibióticos. O encerramento foi no auditório do VITA Curitiba, com palestra do infectologista Felipe Tuon, sobre bactérias gran positivas e infecção hospitalar. Em algumas palestras foi preciso até colocar cadeiras extras no auditório.Houve sorteio de prêmios, inclusive tablets digitais e uma bicicleta. A enfermeira Vanusa Lucas, Chefe do Controle de Infecção Hospitalar do Hospital VITA Curitiba, destaca que a participação das equipes assistencial e operacional juntas permite que os colaboradores compreendam melhor as necessidades A programação teve palestras pela manhã e tarde todos os dias em ambos os hospitais, e também dinâmicas “in loco”, no local de trabalho, para os colaboradores que não podiam deixar seus postos para participar. “Uma das dinâmicas buscou reforçar os conceitos de lixo infectante e lixo reciclável”, diz Aline Paula, enfermeira do Núcleo de Epidemiologia Hospitalar; “e com isso já conseguimos diminuir o volume de lixo infectante”. Com muita informação e um ambiente descontraído, a Semana permitiu que os colaboradores trouxessem sugestões, propusessem melhorias e tivessem a oportunidade de conhecer melhor as práticas da instituição. Um dos destaques foi a apresentação dos trabalhos de conclusão de curso (TCCs) de cinco formandos em Administração Hospitalar. A organização da Semana foi resultado de muito esforço conjunto, que envolveu as equipes do Núcleo de Gestão de Segurança Assistencial (Marta Fragoso, Vanusa Lucas, Ane Guenca, Aline Paula e Solange Matsumoto) e do Escritório da Qualidade (Alexandre Raicherth, Rosana Cruz, Daniel Rodrigues e Emilene Piasecki). “ Com uma programação intensa e clima descontraído, a edição de 2014 conseguiu motivar e envolver os colaboradores Acontece no Vita Acontece no Vita 36 VITA sedia reunião da APARCIH 37 Perfil 38 Ela é superocupada, mas adora conversar; é superprática, mas adora se maquiar; é superdedicada ao trabalho mas adora se divertir; ah, e é superprotetora também. Conheça a Sabrina Yumi, uma mulher intensa que acredita que tudo é possível quando se quer de verdade Todos os dias, antes de sair para o trabalho, Sabrina tem de cumprir um ritual: ela escova os cabelos e, principalmente, passa a maquiagem. Depois escolhe uma roupa bonita e, aí sim, Sabrina Yumi Matumoto está pronta para o expediente. Ela é Gerente de Logística dos Hospitais VITA Curitiba e VITA Batel, e vai enfrentar um dia recheado de pedidos e conflitos com o apoio de sua equipe. Além de ter muitas (e põe muitas nisso) responsabilidades, a Sabrina adora gente e adora conversar, e assim cada minutinho do seu expediente fica ocupado, porque ela está sempre resolvendo coisas ou conversando com os colegas. Sabrina nasceu em Curitiba, no bairro Cristo Rei. Seu pai, Artur, é mineiro e descendente de japoneses, e a mãe, Dilvete, é curitibana, descendente de poloneses. Ela tem três irmãos: o mais velho é o Rhilton e os mais novos, gêmeos, são o Fernando e a Fernanda. Começou a trabalhar cedo: aos 14 anos já vendia bijuterias, cuidava de crianças, dava aulas particulares de matemática. Seu primeiro emprego, aos 18 anos, foi na área de suprimentos de um hospital; depois passou por outros cargos, sempre na área administrativa de hospitais. Ela é formada em Ciências Contábeis e tem pós-graduação em Administração em Saúde. Sabrina entrou no Grupo VITA em outubro de 2008, como Coordenadora do Pronto Socorro do Hospital VITA Batel. Em março do ano seguinte, uma surpresa: ela descobriu que estava grávida da Júlia, que nasceu em outubro. Depois da licença-maternidade, Sabrina retornou para ser Executiva de Contas da área comercial do Hospital. Depois passou a Coordenadora de Contas dos dois Hospitais. Atua como Gerente de Logística desde julho de 2013. Toda a área de apoio dos Hospitais está sob responsabilidade de Sabrina, o que inclui hotelaria, manutenção e nutrição, ou seja, toda atividade não ligada diretamente à assistência de saúde. Ela também é responsável pelos contratos. Sabrina não economiza elogios para sua equipe: “São profissionais maravilhosos, e é graças a eles que consigo dar conta de tanta coisa”. Em pouco tempo a equipe conseguiu implementar obras e mudanças importantes, que significaram desafios administrativos. Para Sabrina, a melhor forma de manter o equilíbrio emocional diante da carga de responsabilidades é conseguir separar claramente as esferas Videogame e Alzheimer A empresa americana Akili Interactive Labs fez um acordo com a Pfizer Inc. para testar seu jogo Project EVO na detecção de diferenças cognitivas em pessoas idosas saudáveis, mas que têm risco significativo de desenvolver a doença de Alzheimer.É a primeira vez que uma grande companhia farmacêutica está testando o uso de um videogame como ferramenta clínica para determinar os sinais iniciais de uma patologia neurodegenerativa. O jogo roda em tablets. Para jogar, o usuário controla um alienígena amarelo, que desliza por um rio, e deve tocar na tela para reagir a objetos que vêm em sua direção. Quanto mais avança no percurso, mais difícil o jogo se torna. A Akili pretende determinar se a performance no jogo pode dar alguma indicação de desenvolvimento da doença. QWERTY não deve ir embora Sabrina Yumi Matumoto Mania: Maquiagem Qualidade: bom humor Defeito: superprotetora Estilo: casual, mas elegante Time: o Coxa, mas não é torcedora fanática Esporte: está escolhendo, mas adora dançar Viagem predileta: praias do nordeste da vida, principalmente o trabalho e a família: “Quando saio do Hospital, eu me desligo completamente das preocupações profissionais, para poder dar atenção completa a minha família, meus amigos e divertir-me”. Gostar de gente é uma característica que Sabrina acabou incorporando ao trabalho: “Gosto muito de escutar as pessoas, e quando surgem problemas procuro ouvir atentamente os argumentos e as sugestões de cada um, para encontrar a melhor solução”, diz Sabrina. Ela incentiva sua equipe a fazer o mesmo, escutarem o cliente, se colocarem no lugar dele. “Para mim é gratificante quando conseguimos envolver todos para resolver um desafio”. Costuma dizer à equipe que é preciso entender o que se está fazendo, para poder fazer direito e enxergar possíveis problemas e soluções. Fora do trabalho Sabrina é absolutamente festeira: adora happy hour com os amigos, festas e sair para dançar: “Não paro em casa”, garante. Como contamos no início do texto, ela adora se maquiar, e as colegas insistem para que ela dê um curso de “Introdução ao Makeup”. Além disso, curte escolher e comprar roupas e sapatos novos. Em qualquer lugar que frequente, Sabrina logo cria um grupo de amigos: na escola da filha, no trabalho, na faculdade. “Adoro falar”, confessa. Sabrina acredita que nada é impossível de se realizar, contanto que a pessoa tenha energia: “Quando a gente quer, a gente faz”, diz Sabrina, e acrescenta: “Mas se você quiser realmente, vai ter de arregaçar as mangas e se jogar de corpo e alma”. Conhece essas letrinhas? No teclado do seu computador ou do seu telefone são as seis primeiras letras do lado esquerdo: QWERTY. Por serem vagamente legíveis, dão o nome que descreve o formato de teclado mais popular do mundo. Ocorre que essa organização das teclas, maciçamente utilizada, tem uma origem mecânica que não faz mais sentido: quando as máquinas de escrever foram inventadas, por volta de 1860, seus criadores colocaram as teclas mais usadas o mais longe possível umas das outras, para evitar que os tipos enroscassem uns nos outros com muita frequência. Assim, a letra “A”, uma das mais frequentes, é acionada, vejam só, com o mindinho, em vez do forte e ágil dedo indicador. O teclado QWERTY é uma tradição que se autoperpetua, porque diariamente mais pessoas aprendem a usá-lo e, por isso, mais equipamentos são fabricados seguindo esse padrão. Com a chegada dos tablets e dos smartphones, entretanto, existe uma grande chance de que isso mude. Conheça algumas formas alternativas para digitar, com QWERTY e sem: Swype Familiar para os usuários de celulares Android, Swype é um teclado QWERTY onde não se ergue o dedo da tela, em vez disso desliza-se para a letra até formar a palavra. Software de previsão de palavras ajuda a completá-las. Voz Os programas de reconhecimento de voz evoluíram muito e hoje é possível usá-los em qualquer smartphone. 8pen Esse teclado apresenta uma forma bastante diferente de digitar: as letras estão organizadas em quadrantes, com as mais usadas próximas do centro. Para digitar, coloque o dedo no centro dos quadrantes e desenhe um anel até alcançar a letra desejada. Minuum Esse teclado comprime o QWERTY em uma barra com três letras sobrepostas, e completa as palavras automaticamente. MessagEase O teclado MessagEase muda a forma como você digita. As letras mais usadas são estrategicamente posicionadas em nove teclas grandes, as outras são acionadas deslizando. Um jogo acompanha o teclado para você treinar. Facebook quer saber como vai a sua saúde Além de saber quase tudo sobre a sua vida social, o Facebook agora também pretende incluir informações sobre sua saúde. A rede social estaria desenvolvendo, segundo a agência Reuters, a criação de comunidades de apoio online, que reuniriam usuários com os mesmos tipos de enfermidades e tratamentos. Isso seria desenvolvido com o apoio de grandes empresas do setor médico e farmacêutico. A iniciativa, contudo, depende de extensas avaliações quanto às questões de privacidade que envolvam a saúde dos usuários. Vida Digital A intensidade em pessoa 39 Por Lígia Piola Era uma vez, em Tomazina, Paraná: um casal, sendo ele, Salim, filho de imigrantes libaneses, ela, Aurelia. Tiveram quatro filhos, o mais velho Paulo, seguido de Carlos, Zelia e por fim Maria José. Paulo nasceu em novembro de 1928 e em Tomazina viveu os primeiros anos da infância. Mudou-se para Penápolis, São Paulo, mas era na cidade natal que passava suas férias. Cidade privilegiada pela natureza, permitia que Paulo nadasse diariamente por mais de uma hora ‘sem colocar os pés no chão’, com liberdade no Rio das Cinzas, hábito que o acompanhou pela vida afora. No rio de Tomazina pescar, remar até a Ilha da Saudade e no silêncio ler livros. Adulto, tornou-se um leitor contumaz, lia livros com grande capacidade de crítica. Indicava muitos, emprestava outros com a maior satisfação. Foi definido por uma das filhas como ‘circulador de livros’. Plantou muitas árvores – pinheiros e frutíferas. Mantinha o hábito de acordar muito cedo e não aguardar o sol nascer para entrar na água. Este amor pelo campo, pela vida ele transmitiu anos mais tarde para filhos e netos. Aos treze anos ficou órfão de pai e viu-se filho mais velho da família que aguardava o nascimento da irmã caçula. Vieram as dificuldades e Paulo precocemente foi morar sozinho na capital São Paulo para continuar os estudos. Poucos anos mais tarde mudou-se para Curitiba, Paraná, onde ingressou na faculdade de medicina. Seu irmão Carlos o considerava seu herói. Quando ingressou no curso de engenharia, também já estava em Curitiba, moravam juntos, com simplicidade, privações, utilizando algumas economias da família e fazendo ‘bicos’, como descarregar caminhões. Mais tarde vieram para junto deles sua mãe e suas irmãs. Sua irmã Zelia tinha uma colega de escola vinda de Florianópolis, capital de Santa Catarina, chamada Lea. Certa vez, Paulo foi buscar a irmã na escola, deparou-se com Lea e afirmou: ‘vou me casar com esta moça’. Dito e feito. Com ela foi aos Estados Unidos cursar cardiologia pediátrica e adulta, com ela teve quatro filhos: Bruno, Geraldine, Juliana e Augusto. Geraldine lhe deu os netos Fernando e Laura, e Augusto lhe brindou com Paula e Lucas. Paulo sempre foi um homem carinhoso, generoso, sentindo-se realizado por ajudar as pessoas. Formou-se médico em 1954. Tornou-se professor de cardiologia da Universidade Federal do Paraná. Amado e sempre lembrado pelos alunos até os dias que correm, foi inúmeras vezes paraninfo, patrono e orientador dos estudantes. A carreira acadêmica lhe proporcionou a coordenação do curso de medicina e a direção do HC-UFPR, onde também foi chefe de departamento de clínica médica, da cardiologia e da pós-graduação em cardiologia. Deu aulas de 1955 a 1994. Uma vida literalmente dedicada ao coração. Na década de 70, percebendo a necessidade de um serviço de atendimento cardiológico de urgência, Paulo começou a idealizar um projeto que em 1974 tornou-se realidade: a fundação do Hospital do Coração, primeiro serviço especializado em cardiologia com atendimento de emergências, em Curitiba. O Hospital, que completou 40 anos em novembro último, fazia atendimentos em domicílios, inclusive em outras cidades como Paranaguá, Ponta Grossa, Joinville, Guarapuava, Mafra, ao som das ambulâncias que ‘zunindo’ cruzavam o município. Certa vez Paulo estava em uma feira, viu a ambulância passando e a seguiu. Chegou junto com ela ao hospital, onde fez o atendimento ao paciente infartado. A partir de junho de 2009, o Hospital do Coração de Curitiba passou a ser responsável por todo atendimento cardiológico dos pacientes do Hospital VITA Batel, desde o Pronto Atendimento Cardiológico 24 horas, execução de todos os exames complementares em cardiologia, atendimento dos pacientes da Unidade Coronariana e pacientes em consultórios de cardiologistas anexos ao Hospital. Paulo fez o primeiro cateterismo do sul do País (1957), o paciente era um menino e voltou a encontrar o mesmo paciente em 1997, também para um cateterismo. Trabalhou com Euryclides de Jesus Zerbini, responsável pelo primeiro transplante de coração no Brasil. Quando completou 50 anos no exercício da medicina, em 2004, recebeu o Diploma de Mérito Ético-Profissional, uma homenagem do CRM-PR por todo esse tempo sem cometer uma falha ética, pelas atividades cumpridas de forma exemplar, do que muito se orgulhava. Seu número de registro no Conselho: 5790. Em 2005 Paulo foi homenageado na Câmara de Curitiba, em sessão solene. A honraria foi concedida em reconhecimento aos bons serviços prestados pelo Hospital do Coração à comunidade curitibana e paranaense em geral, incluindo pesquisas e procedimentos que destacam o atendimento à especialidade. Sempre dedicado aos pacientes, tornava-se amigo e deles recebia verdadeira devoção. Sempre disciplinado, aperfeiçoou essa característica quando serviu o exército, época que lhe trouxe muitas histórias curiosas para contar. E eu também continuaria contando muitas mais histórias curiosas sobre Paulo caso a vida, que tanto exaltava, não o tivesse deixado de visitar. Grande mestre da cardiologia paranaense, o Professor Doutor Paulo Franco de Oliveira faleceu no último dia 10 de novembro, no Hospital VITA Batel, aos 86 anos. Sabem, existem pessoas que vão, mas permanecem. A qualquer hora, em qualquer palavra pronunciada, em qualquer lugar por onde deixaram sua marca, permanecem. E eu me lembrei de um poema de Alvaro de Campos chamado Cruz na Porta da Tabacaria. Dizem mais ou menos assim os cinco versos que chamam a atenção de maneira especial, em meio a tanta beleza e um mar de significados e leituras: “(...) Desde ontem a cidade mudou. Ele era o dono da tabacaria. Um ponto de referência de quem sou. Eu passava ali de noite e de dia. Desde ontem a cidade mudou. (...)” E como diz Augusto, filho de Paulo: “já estamos com muitas saudades; mas quando olhamos para cada coisa destas que fizeram parte da vida dele, e quando ouvimos cada depoimento das pessoas, nos sentimos felizes por termos convivido com uma pessoa assim.” E a tristeza não ocupará um lugar entre nós. Contardo Calligaris diz em seu texto Como Viver um Luto:“fazer o luto não significa esquecer. Ao contrário, fazer o luto significa se lembrar do que perdemos”. Histórias para nossa Vita Desde ontem a cidade mudou... 41 O Hospital Vita Volta Redonda e o VITA Medical Center abraçaram a causa da prevenção do câncer de mama e de próstata. Nos meses de outubro e novembro de 2014, várias ações foram feitas para lembrar a comunidade e os colaboradores da importância de fazer os exames preventivos contra esses dois tipos de tumor. O Outubro Rosa e o Novembro Azul são campanhas que podem salvar milhares de vidas, ao conscientizar a população de como é importante conseguir identificar essas doenças logo no início, quando as chances de cura são maiores e os tratamentos, menos agressivos. Perfil Campanha 42 Rosa e Azul em Volta Redonda 43 No Outubro Rosa do VITA Volta Redonda foram distribuídas as fitinhas cor de rosa que simbolizam a campanha de prevenção do câncer de mama. Além disso, houve distribuição de material informativos e adesivação dos crachás dos colaboradores. Os funcionários da recepção e os enfermeiros das áreas assistenciais usaram camiseta rosa da campanha. O Novembro azul repetiu essas ações (exceto a distribuição de fitinhas), com foco na prevenção do câncer de próstata. Tanto o Hospital VITA Volta Redonda quanto o VITA Medical Center foram iluminados de rosa e azul durante os meses correspondentes, uma ação de marketing que levou à população de Volta Redonda uma mensagem de prevenção e cuidado com a saúde. “ Distribuição de material, lembranças e até iluminação colorida marcaram o Outubro Rosa e o Novembro Azul no Hospital VITA e no VITA Medical Center VITA nosso compromisso é com a vida