Universidade do Vale do Paraíba Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento GIOVANNA FIGUEIREDO NOVELLO AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TERAPÊUTICOS DO LED (627 ± 10nm) NA FASE INICIAL DO TRATAMENTO DAS ENTORSES DE TORNOZELO São José dos Campos, SP 2009 GIOVANNA FIGUEIREDO NOVELLO Avaliação dos efeitos terapêuticos do LED (627 ± 10nm) na fase inicial do tratamento das entorses de tornozelo Dissertação apresentada ao Programa de PósGraduação em Bioengenharia da Universidade do Vale do Paraíba, como complementação dos créditos necessários para a obtenção do título de Mestre em Engenharia Biomédica. Orientador: Profª. Drª. Renata Amadei Nicolau São José dos Campos, SP. 2009 N83a Novello,GiovannaFigueiredo do LED(627110nm)na fase inicial - Avaliaçãodos efeitosterapêuticos Do tratamentodas entorsesde tornozelo/ GiovannaFigueíredoNovello.orientadora Profa.Dra. RenataAmadeiNicorau.são Josédoscaripos,ãooe. 1 Discolaser:Color apresertada ao programa de pós-Graduaçãoem Bioengenhariado . _.Dissertação Institutode Pesquisae Desenvolvimentó da Universidade do Valedo paraiba,2b09. 1'Entorsese Distensôes2. Tornozelo 3. LED 4. FototerapiaS.Fisioterapia l. Nicolau, RenataAmadei,Orient. ll Título CDU:615.8 Autorizo, exclusivamenteparafins acadêmicos e científicos,a reproduçãototal ou parcial destadissertação,por processofotocopiadoresou transmissão eletrônica.desde quecitadaa fonte. Data:\glt 0 I GIOVANNA FIGUEIREDO NOVELLO 6íAVALIAÇÃO NOS EFEITOS TNNAPÊUTICOS DO LED (627* IOI\M) NA FASE INICIAL DO TRATAMENTO DAS ENTORSESDE TORNOZNLO') Dissertação aprovada como requisito parcial à obtençãodo grau de Mestre em Engenharia Biomédica, do Programa de Pós-Graduaçãoem Bioengenharia,do Instituto de Pesquisae Desenvolvimento da Universidade do Vale do Paraiba,SãoJosédos Campos,SP,pela seguinte banca examinadora: Prof. Dr. MARIO OLIVEIRA LIMA (UNIVAP) Prof. Dra. RENATA AMADEI NICOLA Prof. Dr. MARIO BERNARDO FILHO Profl. Dra. SandraMaria Fonsecada Costa Diretor do IP&D - UniVaP SãoJosédosCampos,02 de outubrode2009. DEDICATÓRIA A Deus, por sempre me mostrar o caminho. Ao meu pai, Enzo pelo amor, atenção, carinho e companheirismo de uma vida inteira e essa vitória também tem muito do seu suor. Vencemos mais essa. À minha mãe Renata pelo amor sempre incondicional. À minha “boadrasta” Andréa, pela cumplicidade e carinho. “Viver só é difícil para quem tem medo da luta . . .” Pedro Bial AGRADECIMENTOS A Profa Dra. Renata Amadei Nicolau, pela confiança, pela atenção, pelos ensinamentos e pelo conhecimento que me guiaram na execução deste trabalho. Ao Prof. Dr. Lima, pela paciência, colaboração e amizade. Ao Senhor Comandante da Academia Militar das Agulhas Negras, pela disponibilidade tanto do espaço quanto do tempo para que fosse possível a realização desta pesquisa. A meus queridos amigos de curso do mestrado que foram essenciais em tudo. Ao meu namorado, Diogo pelo amor e incentivo! Aos voluntários que se disponibilizaram em contribuir para a realização da pesquisa e a todos que direta ou indiretamente contribuíram para este trabalho. RESUMO AVALIAÇÃO DOS EFEITOS TERAPÊUTICOS DO LED (627 ± 10nm) NA FASE INICIAL DO TRATAMENTO DAS ENTORSES DE TORNOZELO Uma grande variedade de terapias no tratamento das entorses tem surgido na medida em que ocorrem avanços nas áreas de aplicações tecnológicas. A terapia com luz coerente e não coerente, é uma modalidade de tratamento para uma variedade de lesões musculoesqueléticas. O principal benefício atestado para a fototerapia é a redução de processos álgicos, remodelação de tecidos, dentre outros. O objetivo proposto neste trabalho consiste em analisar as alterações causadas pelo uso do LED (627 ± 10nm) com densidade de 10J/cm2, em 40 indivíduos distribuídos em dois grupos (placebo e LED). Todos os voluntários participantes deste estudo apresentavam entorse de tornozelo por inversão de grau II tratados com a técnica PRICE. O estudo foi realizado em seis dias. E os resultados foram verificados pela avaliação de todos os indivíduos, através da Escala Visual Analógica (EVA) de dor, do Questionário de Dor de Mcgill e por Volumetria. Foram realizadas medidas no 1°, 3° e 6° dia de tratamento. Na análise dos resultados observaram-se resultados superiores no grupo tratado com LED vs grupo controle (p<0,05), no que se refere à redução de dor verificada pela EVA (85,79% vs 55,73%) e questionário de McGill (83,33% vs 52,52%) e redução de edema observada por volumetria (70% vs 5% acima de 80% de melhora). Com base nos resultados deste trabalho, conclui-se que o tratamento com LED nas doses testadas, é efetivo na redução dos sintomas em fase inicial das entorses de tornozelo. Palavras-chave: Laser, LED, entorse de tornozelo, PRICE, dor, edema ABSTRACT Evaluation of LED therapeutic effect (627 ± 10nm) in the Initial Phase of Ankle Ligament Rupture Treatment A great variety of treatments has emerged due to advances in the field of technological usage. Types of light therapy treatments are available for a variety of musculoskeletal lesions. The major benefits of phototherapy are the reduction of the algetic process and tissue renewal. The proposition in this study consists in analyzing the effect caused by using LED (627 ± 10 nm) with density of 10 J/cm2, in 2 groups (placebo and LED group) of 40 participants. All volunteers in this group presented ankle ligament rupture traumas by level II inversions treated with PRICE therapy. The study took 6 days. The results were analyzed by evaluations of all participants using pain visual analogic scale (VAS), McGill’s questionnaire and also by volumetric analysis. On the first, third and sixth day measures were taken. The analysis showed superior results with the group that received LED treatment vs the control group (p<0.05) for pain reduction verified by AVS (85.79% vs 55.73%), and McGill’s questionnaire (83.33% vs 52.52%). The reductions to ankle swelling observed by volumetric analysis were 70% vs 5% up of 80% of success. Based on the results of this research, the treatment of LED in the portions tested are effective to reduce symptoms in the initial phase of ankle ligament ruptures. Keywords: LED, PRICE, ankle injury, pain, edema LISTA DE FIGURAS Figura 1: Mecanismo da lesão de entorse de tornozelo em inversão. ......................................19 Figura 2: Técnica PRICE (sigla em inglês) – P (protect the area - interromper as atividades), R (rest - repouso), I (ice - aplicação de gelo), C (compression – compressão), E (elevation elevação acima da altura do coração). ......................................................................................27 Figura 3: Escala visual analógica. ............................................................................................29 Figura 4: Espectro eletromagnético..........................................................................................33 Figura 5: Distribuição da energia do Laser e LED por banda espectral...................................39 Figura 6: Absorção da luz nas células sangüíneas....................................................................40 Figura 7: Mensuração Volumétrica: A) volúmetro, B) recipiente, C) proveta, D) Becker (Reis et al., 2004)...............................................................................................................................45 Figura 8 – Pontos de irradiação – 10 pontos região edemaciada lateral do tornozelo..............46 Figura 09 – Comparação da média de evolução da pontuação da EVA entre grupo LED e grupo Placebo. ..........................................................................................................................53 Figura 10 - Comparação entre os índices de melhoras do grupo LED vs grupo Placebo no 3º dia pós-terapia...........................................................................................................................63 Figura 11 - Comparação entre os índices de melhoras do grupo LED vs grupo Placebo no 6º dia pós-terapia ..........................................................................................................................65 LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Características dos pacientes tratados nos dois grupos...........................................50 Tabela 2 – Resultados do índice de dor pela Escala Visual Analógica apresentado pelos voluntários dos grupos placebo e LED, no 1° (pré-tratamento), 3° e 6° dia. ...........................51 Tabela 3 – Resultado estatístico dos índices de dor entre os grupos Placebo e LED no 1° dia (pré-tratamento), 3° e 6° dia. ....................................................................................................52 Tabela 4 – Resultado dos descritores selecionados por categoria e porcentual de melhora, no 1° (pré-tratamento), 3° e 6° dia dos grupos Placebo e LED.....................................................55 Tabela 5 – Resultados dos Descritores da dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo Placebo. ..........................................................................................................................57 Tabela 6 – Resultados do Índice de dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo Placebo. ....................................................................................................................................58 Tabela 7 – Descritores da dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo LED. .....59 Tabela 8 – Índice de dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo LED..............60 Tabela 9 – Síntese dos resultados dos descritores e índice de dor dos grupos Placebo e LED, segundo o Questionário de dor de McGill................................................................................61 Tabela 10 – Índice de melhora de evolução do edema (%) dos grupos placebo e LED, no 3° dia de tratamento.. ....................................................................................................................63 Tabela 11 – Índice de melhora de evolução do edema (%) dos grupos placebo e LED, no 6° dia de tratamento.. ....................................................................................................................64 LISTA DE ABREVIATURAS E SÍMBOLOS A - Área; AMAN – Academia Militar das Agulhas Negras; ATP - Adenosina tri fosfato; Cel– Coronel; CEP – Comitê de Ética e Pesquisa; cm – Centímetro; cm2 - Centímetro quadrado; DE – Densidade de Energia; DP - Desvio Padrão; EP - Erro padrão; et al. - et alli; EVA – Escala Visual Analógica; FDA - Food and Drug Administration; GaAlAs - Arsenieto de Gálio e Alumínio; GP - Grupo placebo; GT - Grupo tratado; HE – Hospital Escolar; HeNe - Hélio Neônio; IP&D - Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento; IR – Infrared IV – Infravermelho; J – Joule; J/cm2 – Joules por centímetro quadrado; LASER – Light Amplification by Stimulated Emission of Radiation; LBP – Laser de Baixa Potência; LED – Light Emitting Diode; LILT - Low Intensity Light Therapy; Nm - Nanometro; O2 – Oxigênio; P - Potência; P-N - Positivo – Negativo; PRICE - P (protect the área), R (rest), I (ice), C (compression), E (elevation); S - Área do feixe; Seg – Segundos; SF – 36 - Medical Outcomes Study 36- Item Short-Form Health Survey SNC – Sistema Nervoso Central; T - Tempo; TLBP - Terapia Laser de Baixa Potência; u.a – Unidades arbitrárias; UNIVAP – Universidade do Vale do Paraíba; UV – Ultravioleta. SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO.....................................................................................................................15 2 REVISÃO DE LITERATURA .............................................................................................18 2.1 Entorses de Tornozelo ....................................................................................................18 2.1.1 Mecanismos de lesão................................................................................................18 2.1.2 Etiologia ...................................................................................................................20 2.1.3 Epidemiologia...........................................................................................................20 2.1.4 Classificação.............................................................................................................21 2.1.5 Quadro Clínico .........................................................................................................23 2.1.6 Exame Físico ............................................................................................................24 2.1.7 Palpação e Testes Especiais......................................................................................25 2.2 PRICE.............................................................................................................................26 2.3 DOR................................................................................................................................28 2.4 ESCALA VISUAL ANALÓGICA................................................................................29 2.5 Questionário de Dor Mcgill............................................................................................30 2.6 VOLUMETRIA..............................................................................................................31 2.7 Terapia Com Luz Coerente e Não Coerente na Região do Visível ................................32 2.7.1 Laserterapia ..............................................................................................................34 2.7.1.1 Efeitos primários da radiação ................................................................................34 2.7.1.2 Efeitos secundários da radiação.............................................................................35 2.7.1.3 Efeitos indiretos da radiação .................................................................................36 2.7.2 Terapia com LED .....................................................................................................38 3 OBJETIVO ............................................................................................................................42 3.1 Objetivo Geral ................................................................................................................42 3.2 Objetivos Específicos .....................................................................................................42 4 MATERIAL E MÉTODOS...................................................................................................43 4.1 Seleção dos voluntários ..................................................................................................43 4.2 Termo de Consentimento Livre e Informado .................................................................43 4.3 Voluntários .....................................................................................................................43 4.4 Avaliação da dor.............................................................................................................44 4.5 Avaliação do edema .......................................................................................................44 4.6 Protocolo de tratamento..................................................................................................45 4.6.1 Terapia LED .............................................................................................................45 4.6.2 Terapia PRICE..........................................................................................................46 5 ANÁLISE ESTATÍSTICA....................................................................................................47 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO ..........................................................................................48 7 CONCLUSÃO.......................................................................................................................67 REFERÊNCIAS .......................................................................................................................68 ANEXO A - TERMO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA..........80 ANEXO B - TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO..........................81 ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE DOR DE MCGILL.........................................................83 15 1 INTRODUÇÃO A palavra “entorse” (latim: exprimere “pressionar para fora”) é caracterizada por distensão, ruptura parcial ou completa de um ou mais ligamentos articulares, acompanhados de inflamação e edema. As entorses por inversão são mais freqüentes e acometem mais atletas, jovens e adultos ativos ocorrendo na mesma proporção em homens e mulheres (SMITH et al., 2004; TSANG; HERTEL; DENEGART, 2003). Mais de 85% das lesões musculoesqueléticas de tornozelo são causadas por entorse e na maioria das vezes não ocorre ruptura ligamentar. Sua incidência é de 1/10.000 pessoas/dia. Em esportes que envolvem saltos, as lesões de tornozelo correspondem de 15% a 45% entre todas as lesões, e são responsáveis por 25% do afastamento de atletas de suas atividades (BENJAMIN et al., 2000; HALE ; HERTELT, 2005; HERTEL, 2002; SMITH et al., 2004). O processo morfológico da lesão, que é comum a todos os tipos de tecidos do organismo, pode ser descrito em três fases caracterizadas por inflamação, proliferação e remodelagem. Esta fases se sobreporem, e podem variar devido ao grau de agressão e entre um organismo e outro (OS et al., 2005). O diagnóstico de entorse por inversão de grau II é basicamente, estabelecido pelos seus critérios de classificação, na avaliação clínica médica através da história do trauma e exame físico. Os exames complementares são solicitados sempre que houver suspeita de fratura associada, lesão osteocondral ou lesão ligamentar completa. Edema e dor são os achados clínicos essenciais deste grau de lesão proporcionando em alguns casos grande incapacidade ao paciente. Alguns tratamentos têm sido propostos visando à remissão do quadro clínico. Os métodos de tratamento são variados desde tratamento medicamentoso até terapias de relaxamento, passando por tratamentos psicológicos e também diversos métodos fisioterápicos (ALLOZA, 2000; CAILLIET, 1989). Estudos relacionados à cicatrização de tecido biológico in vivo vêm sendo realizados, tendo como objetivo elucidar através dos vários tipos de tratamento a reparação do tecido. Dentre os efeitos da interação da luz com o tecido biológico, a otimização do processo de reparação tecidual tem sido atestada (NICOLAU et al, 2001; CASALECHI et al., 2009). Este dado justifica o aprofundamento dos estudos da interação da luz com tecidos em reparação, visando melhorias na reabilitação dos pacientes. A terapia com laser de baixa potência (TLBP) apresenta grande campo de aplicação na 16 área de fisioterapia sendo uma opção eficaz no tratamento de disfunções musculoesqueléticas, como as entorses de tornozelo. Diversos estudos pesquisaram a eficiência do laser, concluindo ser uma terapia segura e eficaz na maioria dos casos. Efeitos biomoduladores do laser são relatados há mais de 40 anos. A biomodulação refere-se à aplicação de energia eletromagnética de baixa intensidade, geradas pelo laser, que influenciam as funções celulares, tais como, estimulação ou inibição de atividades bioquímicas, fisiológicas e proliferativas. A magnitude dos efeitos depende do comprimento de onda e das doses utilizadas (BECKERMAN et al., 1992; DE BIE et al., 1998; ORTIZ et al., 2001). A ação da luz sobre a regeneração de tecidos foi tema de pesquisadores que obtiveram resultados satisfatórios, principalmente com luz coerente – Laser (REDDY et al., 1998; GUM et al, 1997; BUSO, 2006). Segundo Schaffer et al. (2000), o laser de diodo (670 nm) favorece o aumento do fluxo sanguíneo da microcirculação no local de sua irradiação. Autores afirmam que o laser de baixa potência apresenta o efeito de aumentar a circulação em regiões irradiadas (MESTER et al., 1991; DALL ANGOL et al., 2009). Efeitos antiálgicos, biomodulatórios de trofismo celular, antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório podem ser esperados da terapia com laser (BUSO, 2006). Pesquisas na área de saúde, tendo como base à luz tem aumentado nos últimos tempos. Diversidades nas características da luz dão origem a aparelhos que vêm sendo estudados promovendo interações relevantes nos tecidos biológicos (KARU, 2006). Os diodos emissores de luz (LED) surgiram como fontes de luz alternativas em fototerapia. Os LEDs são dispositivos semi-condutores que emitem luz com comprimento de onda visível ou invisível, produz luz monocromática, mas não apresenta boa colimação e coerência. O LED é uma tecnologia moderna com características semelhantes aos lasers de diodo. (ZANIN, 2005). As fontes laser e LED são semelhantes do ponto de vista da luz emitida, ou seja, ambos produzem uma banda espectral relativamente estreita, embora o LED tenha espectro um pouco mais largo. Foi observado que algumas respostas celulares independem da coerência da luz, tornando a terapia com LEDs uma ferramenta importante na área da saúde (KARU, 2006). Os equipamentos emissores de luz não coerente são de menor custo e alta durabilidade, tornando-se mais acessível à saúde pública. Os efeitos da terapia com LED em níveis 17 molecular têm sido atribuídos ao comprimento de onda na faixa do vermelho (TAKEZAKI et al., 2006). Contudo, o restrito número de estudos sobre processos inflamatórios agudos se faz justificados. 18 2 REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Entorses de Tornozelo As entorses de tornozelo são causadas, entre outras, pela diminuição das reações proprioceptivas, que resultam no uso inadequado dos movimentos musculares antecipatórios de equilíbrio em condições dinâmicas, gerando tempo insuficiente para responder ao evento (KERKHOFFS et al., 2002). Lesões por inversão, primariamente às entorses de tornozelo, fazem parte do mecanismo lesional que mais acomete esta articulação. Em uma pessoa com estilo de vida sedentária, esse tipo de lesão, apesar de dolorosa, não traz um grande prejuízo biomecânico a ponto de restringir suas atividades. Contudo, em atletas que para adquirirem alta performance necessitam de perfeita atividade biomecânica, as entorses pode estreitar sua vida útil (KERKHOFFS et al., 2002). 2.1.1 Mecanismos de lesão Segundo Garrick e Webb (2001), as entorses são decorrentes do forçar uma articulação a ir além do seu alcance de movimento ou de forçá-la em um sentido no qual normalmente existe pouco ou nenhum movimento. A maioria das lesões de tornozelo ocorre como resultantes de movimentos ou estresses repetitivos, mas também podem estar associadas com fatores anatômicos como pronação excessiva ou alinhamento cavo no membro inferior, caracterizando os piores tipos de lesão (HAMILL; KNUTZEN, 1999). As causas mais comuns da lesão na estrutura ligamentar lateral ocorrem como resultado do mecanismo de flexão plantar e inversão (Figura 01), abrangendo cerca de 80 a 90% das entorses de tornozelo, sendo o ligamento talofibular anterior o mais crítico de sofrer a lesão (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Henning e Henning (2003), afirmam que a incidência de lesão do ligamento talofibular anterior é de 60 a 70% das entorses em inversão, sendo que a ruptura deste ligamento ocorre geralmente em sua porção média. O mecanismo de lesão para entorse em inversão pode ocorrer durante a deambulação, corrida, especialmente em terrenos irregulares, ou após aterrissagem de um salto ou queda caindo com o peso do corpo sobre o pé invertido (GARRICK; WEBB, 2001). 19 Figura 1: Mecanismo da lesão de entorse de tornozelo em inversão. Fonte: http://skatesaude.blogspot.com/2008/12/blog-post_26.html Em posição neutra de zero grau de dorsiflexão, o ligamento calcaneofibular está sob máxima tensão, a qual aumenta com a inversão e dorsiflexão. Porém, à medida que o pé entra em flexão plantar, o ligamento talofibular anterior é estirado, sendo o primeiro ligamento a sofrer o dano em uma lesão, devido à direção da força. Qualquer estresse adicional à medida que o pé passa de flexão plantar para dorsiflexão também pode afetar o ligamento calcaneofibular, em 20% dos casos, sendo que a lesão do calcaneofibular sempre estará associada à ruptura inicial do talofibular anterior (MULLIGAN, 2000; HENNING; HENNING, 2003). Hurwitz, Ernst e Hy (2001) observaram que em virtude da anatomia óssea, a posição de maior estabilidade do tornozelo é a dorsiflexão, sendo que em flexão plantar essa estabilidade é reduzida à medida que a porção posterior mais estreita do tálus é trazida para o encaixe maleolar. Portanto a articulação do tornozelo depende mais da estabilidade ligamentar quando está em flexão plantar. A lesão em inversão é produzida com uma inclinação talar, quando o tálus se movimenta para frente e para fora do encaixe do tornozelo. Qualquer inclinação talar maior do que cinco graus têm probabilidade de causar lesão ligamentar ao tornozelo lateral. Acompanhando uma lesão no complexo lateral do tornozelo, pode estar presente uma subluxação anterior do tálus e inclinação talar, determinando grande instabilidade no tornozelo e compartimentos do pé (HAMILL; KNUTZEN, 1999). Se o deslocamento articular é intenso o bastante para lacerar parcialmente ou completamente ligamentos de sustentação, a face medial do tálus avança sobre o maléolo medial sobre o qual gira. Desse modo, os ligamentos laterais são submetidos à tensão e, caso a inversão continue, o maléolo medial pode sofrer uma fratura em geral numa direção vertical. 20 2.1.2 Etiologia A entorse de tornozelo em inversão é comum nas atividades desportivas em geral. Também é bastante comum em quedas, trauma direto ou indireto. O local da lesão geralmente localiza-se entre o centro e as inserções distais do feixe médio e anterior do ligamento KERKHOFFS et al., 2002). A entorse crônica dos ligamentos laterais do tornozelo pode ser causada por má coordenação do reflexo fibular durante a marcha em solos desiguais, uso de sapatos inadequados, posicionamento incorreto dos pés em excessiva inversão ou eversão, entre outros (MULLIGAN, 2000; HENNING; HENNING, 2003). 2.1.3 Epidemiologia Aproximadamente 85% das lesões agudas do tornozelo são entorses, e destas, cerca de 85% envolvem apenas os ligamentos laterais do tornozelo (GARRICK; WEBB, 2001). Henning e Henning (2003) relatam que as entorses de tornozelo são as lesões ligamentares mais freqüentes e correspondem à aproximadamente 15% de todas as lesões no esporte em geral. Estima-se que ocorra aproximadamente uma entorse por inversão a cada dia para cada 10 mil pessoas. Apesar da sua alta incidência, essas lesões são banalizadas, subtratadas ou até mesmo submetidas a tratamentos exagerados. Devido a essas controvérsias quanto ao melhor tratamento, estudos retrospectivos demonstraram a persistência de sintomas residuais em 20 a 40% dos casos tratados de forma conservadora. Hurwitz, Ernst e Hy (2001), afirmam que as entorses de tornozelo são mais comuns entre os homens. Embora os ligamentos colaterais laterais sejam lesionados em 85% dos casos, podem ocorrer outros problemas em uma lesão por inversão, como laceração ou luxação do tendão fibular, neuropraxia dos nervos fibulares superficial e profundo, entorse da articulação subtalar, fratura da base do 5º metatarsiano ou do tálus, fratura por avulsão do calcâneo ou tálus, lesão da articulação calcaneocubóide e lesão da sindesmose tibiofibular (PFEFFER, 2000). Conforme Hurwitz, Ernst e Hy (2001), o ligamento talofibular posterior, por ser o mais resistente do complexo lateral do tornozelo é encontrado rompido em apenas 0 a 9% das entorses operatórias. 21 2.1.4 Classificação As fibras que compõe os ligamentos têm uma elasticidade muito reduzida e não se alongam, mas se rompe em menor ou maior número quando seu coeficiente de elasticidade é ultrapassado (HENNING; HENNING, 2003). As entorses agudas são classificadas em diversos graus dependendo da gravidade da lesão, conforme a descrição de Henning e Henning (2003), de acordo com a quantidade, direção e duração da forças aplicadas, com sinais e sintomas variando de acordo com o número de fibras rompidas e presença de instabilidade na articulação. As entorses do tornozelo podem ser classificadas em três tipos: por inversão que é a lesão mais comum e quase sempre resulta em lesão dos ligamentos laterais ocorrendo em situações de inversão, flexão plantar e rotação interna, por eversão que é menos comum devido à anatomia óssea e ligamentar e podem envolver uma fratura por avulsão da tíbia antes da ruptura do ligamento deltóide e as entorses sindesmódicas que são lesões isoladas na articulação tibiofibular distal. Este tipo de entorse nos ligamentos tibiofibulares anterior e posterior são mais comuns do que se imagina e ocorre com o aumento da rotação externa ou com a flexão dorsal forçada. Em geral é conjunta com alguma entorse grave dos complexos ligamentares medial e lateral (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Os sintomas variam de acordo com o grau de gravidade da lesão podendo ser divididos em grau I, II e III (SMITH et al., 2004). De acordo com o grau da lesão os sintomas podem ser agravados ou não, mas de uma forma geral ocorre reação inflamatória seguido de uma fase proliferativa e de uma fase de maturação (MATTACOLA; DWYER, 2002). Grau I ou leve – lesão leve com a integridade de quase todas as fibras ligamentares mantida. Encontra-se pequena reação vasomotora, caracterizada, geralmente, pelo edema. Há presença de dor leve na fase aguda, permitindo a continuidade da atividade. Com acentuação da dor após intervalo de repouso; pouco ou nenhum edema. Existe pronto restabelecimento do apoio e da marcha. Segundo Mulligan (2000), neste tipo de lesão geralmente apenas o ligamento talofibular é lesado. Grau II ou moderado – há presença de hematoma e edema de maior dimensão, devido a uma maior lesão vascular. Pelo teste de gaveta anterior, verifica-se pequena instabilidade quando a articulação é submetida ao exame sob estresse. Existe presença de quadro álgico e inflamatório maior que no grau I, e, desta maneira, o apoio e a 22 marcha são dificultados, retornando somente após a regressão desses sintomas. Neste grau ocorre ruptura parcial dos ligamentos. Segundo Kenne (1993), é evidente um movimento articular excessivo, quando comparado ao movimento contralateral. De acordo com Mulligan (2000), em lesões de grau II geralmente o ligamento talofibular anterior e calcâneo fibular são lesados. Grau III ou grave apresenta-se com dor intensa, há grande área de ruptura de vasos mostrando edema importante, hematoma de grande extensão e, ainda, tumefação na articulação do tornozelo. Ocorre instabilidade por estresse de grande abertura, e pode haver avulsões ósseas. No teste de gaveta anterior, também é possível a verificação de grande instabilidade. A ruptura das estruturas cápsulo-ligamentares é completa, e isso se comprova por artrografia devido ao extravasamento de líquido para as regiões onde, normalmente, ele não deve ser encontrado. Neste grau, o tratamento é geralmente cirúrgico. Segundo Mulligan (2000), neste tipo de quadro estão lesados os ligamentos talofibular anterior, calcaneofibular e possivelmente o talofibular posterior. Garrick e Webb (2001) sugerem que quando há estiramento além dos limites elásticos do ligamento, fibras individuais se rompem, mas em locais diferentes. Desta forma o ligamento pode se alongar, pois as fibras lesionadas escorregam uma sobre as outras e, ainda sim, o ligamento como um todo pode parecer ileso. A instabilidade funcional é caracterizada pela sensação subjetiva do tornozelo que “cede ou desloca”, ocorrendo entorses por repetição e dificuldades para deambulação em solo acidentado, porém sem anormalidade no movimento. As causas da instabilidade funcional normalmente são danificações às terminações nervosas provocando deficiência proprioceptiva, fraqueza músculos fibulares e retropé varo (HENNING; HENNING, 2003). A instabilidade mecânica é reconhecida pela presença de movimento anormal na articulação, além do alcance fisiológico; os testes de instabilidade são positivos, confirmando a frouxidão ligamentar como causa principal (HENNING; HENING, 2003). De acordo com Kenne (1993), a instabilidade articular decorrente da lesão ligamentar pode ser ainda graduada em uma escala de 0 a 3, onde o grau de instabilidade é determinado pela comparação da excursão do movimento da articulação do lado lesado com o contralateral, designado em grau 0, 1+, 2+ ou 3+. O grau 0 indica que não existe diferença entre a quantidade permitida de excursão na articulação lesada e a não lesada. Nos graus 1+, 2+ ou 3+, a diferença a frouxidão do ligamento da articulação lesada e não lesada é menor que 23 0,5 cm; entre 0,5 e 1 cm e maior que 1 cm, respectivamente. 2.1.5 Quadro Clínico As inflamações agudas na articulação possuem as mesmas características das respostas celulares de inflamação vistas em outras cavidades ou tecidos do corpo. Mudanças químicas, metabólicas e vasculares ocorrem acompanhadas de alterações na permeabilidade, seguidas por algum tipo de reparo (KENNE, 1993). Os sinais e sintomas das lesões ligamentares do tornozelo variam de acordo com a gravidade da lesão, os tecidos acometidos e a extensão do seu acometimento. Em geral são evidentes graus variáveis de dor, tumefação, hipersensibilidade localizada e incapacidade funcional (MULLIGAN, 2000). Garrick e Webb (2001) descrevem que logo após a lesão, pode haver discreto edema na face lateral e subsequentemente a dor e o edema podem se tornar mais difusos, em particular se o tornozelo for deixado em posição pendente ou se houver aplicação de calor sobre o mesmo. Segundo Thomson, Skinner e Piercy (1994), no momento da lesão há presença de dor aguda bem abaixo e anterior ao maléolo lateral. O estiramento passivo e o apoio com carga aumentam a dor. O edema está presente na margem lateral do tendão calcâneo, sobre o maléolo lateral e ao longo do dorso do pé e nas lesões graves, pode-se disseminar para o dorso dos artelhos e para a perna. O aparecimento da equimose pode ocorrer sobre o maléolo lateral e sobre o dorso do pé. Em relação à funcionalidade, toda descarga de peso é dolorosa nas lesões mais graves, o que não torna a marcha do paciente com a fase de apoio muito curto no pé afetado e impossibilita de correr. Em lesões mais leves o movimento de flexão plantar e inversão geralmente estão limitados e causam tensão. O equilíbrio também é afetado, e se mostra diminuído no membro inferior afetado, mesmo que não ocorra diminuição da capacidade muscular. Algumas vezes, nas lesões de terceiro grau há pouca ou nenhuma queixa álgica imediatamente após o trauma, onde a dor pode ser desproporcionalmente menor que a gravidade da lesão. Mas em geral, há dor aguda na área do ligamento lateral do tornozelo, ocorrendo também tumefação imediata na face lateral do tornozelo e dorso do pé, presença de instabilidade com movimento excessivo de inversão e adução do tornozelo e pé, e ainda perda de função, sendo que o paciente é incapaz de andar, carregar peso ou suportar o peso total do 24 corpo sobre o pé (THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994; GARRICK; WEBB, 2001). Segundo Kisner e Colby (1998), ocorre dor quando o tecido lesado é sobrecarregado em lesões leves ou moderadas, há presença de hipermobilidade ou instabilidade articular relacionada com rupturas completas, bem como déficit proprioceptivo manifestado como diminuição na habilidade para perceber o movimento passivo e desenvolvimento de problemas de equilíbrio, e ainda sintomas articulares relacionados e inibição muscular reflexa. As entorses de grau I e II (leve e moderado) geralmente não provocam instabilidade intensa do tornozelo e são tratadas conservadoramente (KISNER; COLBY, 1998; MULLIGAN, 2000). Segundo Pfeffer (2000), pacientes que relatam sentir um “estalo” seguido por um edema imediato e incapacidade de caminhar após uma lesão por inversão, sofreram uma entorse grave; e conseqüentemente, pode haver dor crônica, instabilidade e a possibilidade de artrose. A instabilidade crônica, habitualmente, é secundária a uma reabilitação incompleta e ocorre em até 40% de todas as entorses de tornozelo. Nas entorses crônicas do tornozelo ocorrem pequenas lesões recidivas que podem ou não ser reconhecidas pelos pacientes. Pode ser necessário que o fisioterapeuta analise as atividades ou técnicas esportivas para identificar a causa (THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994; GARRICK; WEBB, 2001). A dor na área do ligamento lesado é obtusa e vaga nas lesões crônicas. Podendo ser constante ou intermitente. Freqüentemente apresenta edema semelhante a um espessamento gelatinoso e não pode ser removido como o líquido de tumefação das lesões agudas. Devido ao prolongado estiramento e freqüente o ligamento se torna fraco e a articulação instável. (THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994). 2.1.6 Exame Físico Freqüentemente o exame revela equimose e edema em torno da articulação do tornozelo e não apenas na parte lateral. A dor localizada devido à palpação dos ligamentos, talofibular anterior, talofibular posterior e calcaneofibular podem ajudar na identificação dos ligamentos lesados. Deve ser realizada a palpação dos maléolos lateral e medial, bem como a base do 5º metatarsiano, observando se há crepitação e sensibilidade causada por uma fratura (PFEFFER, 2000). Garrick e Webb (2001) ressaltam que a etapa mais importante do exame físico é 25 determinar se há alguma instabilidade anormal na articulação. A presença de uma sensibilidade leve e localizada sobre o ligamento talofibular anterior, é o sinal mais evidente da distensão do tornozelo. Avaliar a pele e as condições neurovasculares do pé, são de grande valia se houver edema ou deformidade acentuados (GARRICK; WEBB, 2001). De acordo com Hurwitz, Ernst e Hy (2001), examinar uma lesão crônica do tornozelo ou realizar um exame após a lesão é muito mais confiável e bem mais tolerado pelo paciente devido a menor proteção muscular. Primeiramente deve-se analisar a frouxidão ligamentar geral. É necessário também observar a presença de pé cavo ou joelho varo, que podem predispor às recidivas de lesões. A palpação de uma lesão crônica pode mostrar sensibilidade máxima no aspecto antero-lateral do tornozelo, entretanto é difícil distinguir pela palpação uma ruptura isolada do ligamento talofibular anterior ou combinada a uma ruptura calcaneofibular. 2.1.7 Palpação e testes especiais Posteriormente ao exame físico o fisioterapeuta deve sempre realizar a palpação de partes ósseas, maléolo medial e lateral, tálus, calcâneo, navicular, cubóide e o quinto metatarso. Além da palpação das estruturas ligamentares, o ligamento calcâneofibular e talofibular posterior. Havendo suspeita de lesão ligamentar, manobras devem ser realizadas para avaliação de estabilidade. Porém, existem controvérsias quanto à validade destes testes, uma vez que a dor e contratura podem dificultá-los (HENNING; HENNING, 2003). Perkins et al. (2003) constataram que o frio aplicado nos traumatismos agudos não severos, como nas entorses, produz efeitos desejáveis por vasoconstrição, causando a redução do edema e do sangramento. A dor pode ser reduzida diretamente, com um efeito sobre as terminações nervosas sensitivas, fibras de dor, pelo alívio do espasmo muscular, redução do edema e sangramento. A dor pode ser reduzida, indiretamente, pelo alívio do espasmo muscular, pela vasoconstrição que é produzida, reflexamente, pelas fibras simpáticas e também pelo efeito direto sobre os vasos sanguíneos em função da redução da temperatura. Segundo Amiel et al (1984), o controle da inflamação que ocorre secundária a uma lesão é realizado de maneira mais intensa quando usada a crioterapia, e serve como base para 26 a reabilitação breve do paciente contundido, efetivamente pelo controle do edema e redução da dor. 2.2 PRICE O objetivo geral do tratamento da fisioterapia na entorse de tornozelo agudo é abolir o quadro álgico, minimizar o edema e atrofia, aumentar a amplitude de movimento, bem como promover a manutenção do condicionamento geral, e da continuidade neuromuscular. Após a cicatrização dos tecidos os principais objetivos são evitar a formação de aderências, reforçar os músculos relacionados com o ligamento, reeducar a propriocepção, restaurar a mobilidade total do ligamento e da articulação correspondente, restabelecer a confiança e ativi78dade funcional do paciente (THOMSON; SKINNER; PIERCY, 1994; MULLIGAN, 2000). O princípio da reabilitação referente à inflamação e à cicatrização posteriores à lesão é o auxílio aos processos naturais do corpo sem causar outros danos (LEADBETTER; BUCKWALTER; GORDON, 1990). O caminho da reabilitação escolhido pelo fisioterapeuta deve ser concentrado em seu conhecimento sobre o processo de cicatrização e seus modificadores terapêuticos para orientar, direcionar e estimular a função estrutural e a integridade da região lesada. Os principais objetivos na fase inicial da reabilitação devem influenciar de modo positivo à inflamação e o processo de reparação, de modo que acelere a recuperação da função. Reduzindo o edema, a hemorragia e a dor, além de proteger o ligamento já em recuperação (PRENTICE; VOIGHT, 2003). Por isso o controle inicial utilizado por muitos profissionais da área de saúde inclui: proteção e repouso interrompendo as atividades com o membro afetado e aplicação de gelo associada à compressão e elevação (acima da altura do coração) para interromper o fluxo sanguíneo e reduzir o inchaço. Pode-se usar uma tornozeleira ou estribo pneumático para a proteção e promoção de cura nas lesões dos tecidos moles, tendo como beneficio básico aumentar a pressão do líquido intersticial, que diminui o fluxo capilar e facilita a drenagem linfática (HURWITZ; ERNST; HY, 2001). O protocolo PRICE (Figura 02) é utilizado universalmente nos cuidados imediatos das lesões agudas nos esporte. A aplicação imediata dessa técnica é a medida prioritária para lesões decorrentes no meio esportivo, visto que os efeitos imediatos da crioterapia são a vasoconstrição, redução da inflamação, diminuição da perda celular, da dor e do espasmo muscular, bem como redução das necessidades metabólicas destes, prevenindo assim qualquer 27 lesão hipóxia (HURWITZ; ERNST; HY, 2001). Os autores Zampiere e Almeida (2003), sugerem que a aplicação de gelo deve ocorrer entre 10 e 20 minutos durante 1 a 5 dias ou até que o edema diminua e a compressão deve ser local, aplicada minutos após a lesão, durante um período mínimo de 24 horas. Figura 2: Técnica PRICE (sigla em inglês) – P (protect the area - interromper as atividades), R (rest repouso), I (ice - aplicação de gelo), C (compression – compressão), E (elevation - elevação acima da altura do coração). Fonte: http://www.vitalsampol.com.br/Artigos/Artigo08/artigo08.html A elevação auxilia na diminuição da pressão hidrostática nos capilares lesados justificada pela ação da gravidade nos fluidos promovendo o retorno venoso (ZAMPIERE; ALMEIDA, 2003). Segundo Knight (2000), a pressão hidrostática resulta do peso da água. Na medida em que mergulhamos no mar, a pressão hidrostática capilar é menor quando o segmento corporal está em porção fluida do sangue. A pressão hidrostática capilar é maior quando o segmento corporal está em posição pendente do que quando elevado em função do maior peso da água. Sendo assim a elevação seria benéfica durante os cuidados imediatos, por diminuir a pressão hidrostática capilar, o que faz baixar a pressão de filtração capilar. Embora a elevação também diminua a pressão hidrostática tecidual, seu valor normal é muito menor do que da pressão hidrostática capilar, de tal modo que a variação absoluta na pressão hidrostática tecidual devida a elevação será negligenciável. Além dos efeitos da crioterapia e da elevação temos os efeitos da compressão que atua aumentando a pressão externa dos vasos capilares. Dado que a pressão externa está no denominador da fórmula da pressão de filtração capilar, essa técnica pode ajudar no controle da formação do edema e, também, poderá ajudar a reduzir o inchaço, ao promover a 28 reabsorção do fluído. A pressão externa é mais efetiva quando o edema começa a ocorrer e será efetiva enquanto houver edema. A compressão não deve exceder a 80% da força tensil da bandagem, quando esta for elástica. A bandagem compressiva deve ser semi-rígida e não elástica, pois a elástica acompanha a distensão provocada pelo aumento do edema. A compressão aumenta a pressão fora dos vasos que auxilia a reabsorção do fluido extra vascular pela circulação venosa (ZAMPIERE; ALMEIDA, 2003). Durante a fase aguda o protocolo crioterapia, elevação, compressão e repouso é o mais indicado e efetivo na diminuição de edema, dor, lesões secundárias evitando o agravamento da lesão (DENEGAR; MILLER, 2002; HOCKENBURY; SAMMARCO, 2001; RENSTRÖM; LYNCH, 1999). Há presença de quadro álgico agudo nas entorses de tornozelo por inversão de grau II é um dos sintomas que se faz no momento da lesão o que acaba gerando uma incapacidade funcional imediata. Desta maneira inúmeras atividades são dificultadas, como o apoio e a marcha, e retornam somente após o desaparecimento desse sintoma. A analgesia promove a regressão do quadro permitindo a progressão do tratamento para uma fase avançada e melhor qualidade de vida. 2.3 Dor A dor é uma qualidade sensorial fundamental que alerta os indivíduos para a ocorrência de lesões teciduais, permitindo que mecanismos de defesa ou fuga sejam adotados. Embora possa parecer estranho, a dor é um efeito extremamente necessário. É o sinal de alarme de que algum dano ou lesão está ocorrendo. A comunicação da experiência dolorosa pelos pacientes é fundamental para a compreensão do quadro álgico, implementação de medidas analgésicas e avaliação da eficácia terapêutica (TEIXEIRA; PIMENTA, 2001). A dor é sempre subjetiva variando individualmente em função de vivências culturais, emocionais e ambientais. Cada indivíduo aprende a aplicação da palavra através de experiências relacionadas com lesões nos primeiros anos de vida. A experiência dor é produzida por alterações na normalidade estrutural e funcional capazes de lesão tecidual de alguma parte do organismo. Assim, a dor é aquela experiência que associamos com lesão tecidual real ou potencial (SOUSA 2002). A dor é uma resposta resultante da integração central de impulsos dos nervos periféricos, ativados por estímulos locais. Há basicamente três tipos de estímulos que podem 29 levar à geração dos potenciais de ação nos axônios desses nervos. As variações mecânicas ou térmicas, fatores químicos libertados na área da terminação nervosa e fatores libertados pelas células inflamatórias como a bradicinina, a serotonina, a histamina e as enzimas proteolíticas. Para Teixeira e Pimenta (2001) a dor é uma experiência multidimensional que envolve aspectos quantitativos e sensitivos e que gera repercussões biopsicossociais sendo necessária uma abordagem multidimensional na avaliação dos atributos da dor, os quais incluem intensidade, duração e localização da dor e características somatossensoriais e emocionais que a acompanham. A avaliação dor/sofrimento é sempre necessária, não só para a escolha da forma mais adequada para o controle álgico em cada caso, como também detectando a necessidade de suporte psicológico específico. Os instrumentos para mensurar a dor podem ser unidimensionais como a Escala Visual Analógica e/ou multidimensionais como o questionário de dor da Mcgill. 2.4 Escala Visual Analógica (EVA) Escalas unidimensionais avaliam somente uma das dimensões da experiência dolorosa, e dentre as mais usadas, destaca-se a Escala Visual Analógica (EVA) (Figura 03) composta por uma linha de 10 cm, sendo que uma extremidade (0) representa ausência de sintoma e a outra (10) presença de sintoma intenso (PROVENZA et al., 2004). Figura 3: Escala visual analógica. Fonte: http://www.eletroterapia.com.br/escaladedoreva 30 Em relação ao sintoma de dor, há confiabilidade na utilização de escalas analógicas de dor, tanto na avaliação inicial como na avaliação da evolução. Segundo Rebelatto e Morelli (2004), essa escala fornece informações conclusivas para o diagnóstico da intensidade da dor. No entanto, a experiência dolorosa não se restringe apenas a sua intensidade, sendo muito mais ampla. Há três dimensões da dor a serem consideradas: a sensorial-discriminativa, a motivacional-afetiva e a cognitiva-avaliativa, todas sustentadas por sistemas fisiologicamente especializados no Sistema Nervoso Central (SNC). O controle da evolução do quadro álgico nas entorses moderadas, grau II, é imprescindível para confirmação da melhor escolha de tratamento, por ser um dos principais sintomas desse tipo de lesão, evitando futuras complicações. A necessidade de abrangência desta realidade fez surgirem às escalas multidimensionais para a avaliação da dor. 2.5 Questionário de Dor McGill O questionário de dor mais largamente utilizado é o Questionário de dor da McGill que se refere a um instrumento para avaliação da dor, constituído por 78 descritores (palavras que qualificam a dor), organizadas em quatro categorias (sensorial, afetiva, avaliativa e mista) e 20 subcategorias. Pede-se para o paciente escolher uma palavra de cada subcategoria, permitindo a opção de não escolher nenhuma. A análise é feita por categorias: através da soma dos valores associados às palavras escolhidas e a partir das palavras selecionadas por mais de 30% da população pesquisada (MELZACK, 1975; TEIXEIRA; PIMENTA, 1997). O questionário de dor de McGill é considerado o melhor instrumento e o mais utilizado quando se pretende obter informações qualitativas e quantitativas da dor, a partir de descrições verbais (TEIXEIRA; PIMENTA, 1997). Algumas dessas palavras (descritores) são sinônimas entre si, outras parecem sinônimas, mas variam em intensidade, enquanto outras apresentam diferenças mínimas ou nuances que podem ser importantes para as pessoas que estão tentando comunicar sua dor. O índice máximo possível de dor é 78 (quanto maior o índice, maior a dor). A qualidade sensorial da dor refere-se à característica de tempo, espaço, pressão e temperatura. Avaliações do componente afetivo abrangem termos como tensão, medo e expressões neurovegetativas que compõem a experiência dolorosa. Já os descritores da classe avaliativa permitem a avaliação global da experiência dolorosa. 31 É interessante que cada subgrupo é composto por um conjunto de palavras qualitativamente similares, mas com nuances que as tornam diferentes em termos de intensidade, e, a partir dos descritores escolhidos pelo paciente, obtêm-se aos seguintes índices: - Índice quantitativo da dor, obtido através da somatória dos valores de intensidade dos descritores escolhidos. - Índice do número de palavras escolhidas. Estes índices podem ser obtidos para o questionário como um todo ou para um dos 4 componentes do inventário: sensitivo, afetivo, avaliativo e subgrupos da miscelânea, contribuindo para o melhor entendimento específico de um desses aspectos álgicos. O inventário McGill contém ainda uma escala de intensidade e outros itens para determinar o local, a duração e outras características da dor (CASTRO, 1999). Em geral, os pacientes têm dificuldade para localizar a dor, muitas vezes apontando sítios peri-articulares, sem especificar se a origem é muscular, óssea ou articular. O caráter da dor é bastante variável, podendo ser queimação, pontada, peso, “tipo cansaço” ou como uma contusão, podendo ser irradiante, atingir os níveis mais altos, como tem sido verificado nas escalas analógicas e nos questionários de avaliação de dor (PRENTICE; VOIGHT, 2003). O tratamento para entorse de tornozelo aguda está voltado principalmente para a redução dos sinais e sintomas e esse controle é um dos grandes objetivos do tratamento. A fisioterapia tem um importante papel na melhora do controle da dor e no aumento ou manutenção das habilidades funcionais do paciente em casa ou no trabalho, assim como na redução de outros sinais que lhe causam sofrimento como edema (MATTACOLA; DWYER, 2002). 2.6 Volumetria A mensuração do edema é necessária, em lesões de tornozelo que resultam em processo inflamatório agudo, por ser um dos sinais mais relevantes com fator diagnóstico e evolutivo (DIJK, 2002). Com a associação de métodos de mensuração do edema pode se avaliar a gravidade da lesão e efetividade do tratamento. O volume dos membros inferiores pode ser mensurado através de vários métodos, sendo eles: impedância bioeletrônica, medida de circunferência, modelo computacional e volumetria (GABRIEL ; PETIT; CARRIL, 2001; MOHOLKAR et al., 2001). 32 Com o intuito de quantificar a eficácia do tratamento a volumetria é um dos processos avaliativo padronizados mais utilizado para mensuração do edema de tornozelo. (DEVORE; HAMILTON,1968; GABRIEL ; PETIT; CARRIL, 2001). A volumetria é uma técnica de mensuração importante para edema articular em superfícies irregulares como o pé e tornozelo. É realizada através de um recipiente translúcido especialmente projetado chamado volúmetro, contendo água em seu interior e com uma calha para extravasamento desse líquido (MOHOLKAR et al., 2001). 2.7 Terapia com luz coerente e não coerente na região do visível A terapia com laser de baixa potência (TLBP) tem sido muito explorada. Aplicações clínicas e experimentais de fotobiomodulação têm se expandido nos últimos 30 anos. Os laseres de baixa potência são ferramentas terapêuticas bem aceitas no tratamento de feridas, infecções e isquemia (DESMET et al., 2006). Como todo processo de reparação é precedido de uma fase inflamatória, e esta é de fundamental importância para o sucesso da evolução de uma lesão, há uma constante busca para obter o conhecimento da influência da fototerapia nesta fase do processo de cicatrização. Desde a implementação da terapia com laser operando em baixa potência em 1960, o tratamento de lesões musculoesqueléticas têm recebido contribuições neste sentido. O emprego da luz tem sido motivo de interesse científico em diversas modalidades de diagnóstico e tratamento de doenças. Cada tipo de luz possui características físicas específicas que lhe conferem propriedades de interação com tecidos biológicos em várias áreas do conhecimento, dando ênfase na área biológica. Rubinov (2006) explicita que a interação da luz com os tecidos biológicos é dependente absorção dos fótons por determinados fotorreceptores teciduais. A coerência é uma das propriedades da luz laser, porém ao penetrar no tecido biológico, esta propriedade se perde nos primeiros extratos da pele. Isto ocorre devido à grande variedade de estruturas celulares que compõem a pele (RIGAU, 1996). Na maioria dos tecidos são empregados comprimentos de onda na região do espectro eletromagnético entre 600 e 700nm, obtendo-se uma penetração de 50-200%. mais que luz na região de 400 a 500nm (VOGL et al., 2004). Para uso clínico o comprimento de onda mais empregado situa-se entre 600 e 900 nm (Figura 04), uma vez que cromóforos teciduais, 33 principalmente hemoglobina, absorvem fortemente a luz abaixo de 600 nm e comprimentos de onda maiores são energicamente efetivos na produção de O2 (NOWIS et al., 2005). Figura 4: Espectro eletromagnético. Fonte: http://fai.unne.edu.ar/biologia/images/espectro.gif. A TLBP tem sido reportada como responsável por aumento da atividade celular, tanto em estudos in vitro quanto em estudos in vivo. O laser é uma fonte de energia lumínica monocromática, coerente e com intensidade suficiente para gerar modificações celulares em nível ultra-estrutural, tais como aumento da síntese protéica, aumento do gradiente protônico e elevação da concentração de níveis de ATP mitocondrial. Têm sido observados efeitos semelhantes aos obtidos pela TLPB quando empregada terapia com LEDs (Light Emitting Diode ou diodos emissores de luz) em nível celular. Os LEDs são equipamentos cuja a luz emitida não possui a propriedade de coerência. Esta falta de coerência também é notada no interior de tecidos irradiados. Os LEDs podem ser usados na Odontologia em tecidos inflamados e ulcerações, na Dermatologia na redução de edemas, úlceras e dermatites, e muitas outras especialidades, dentre elas a Fisioterapia nas dores agudas e crônicas (KARU, 2003). Diversidades nas características da luz dão origem a aparelhos que vêm sendo estudados promovendo interações relevantes nos tecidos biológicos. A utilização da radiação LED permite uma redução significativa no custo do tratamento realizado atualmente com laser (KARU, 2003). Os resultados encontrados em diferentes estudos justificam a eleição da terapia com luz coerente e não coerente, no auxílio da reparação de tecidos isquêmicos ou lesados por trauma 34 mecânico, exercendo grande apoio juntamente com as demais técnicas dispostas para esse tipo de tratamento. 2.7.1 Laserterapia A TLBP, com potência menor ou igual a 0,5 W (BRAVERMAN et al. 1989), adquiriu aplicabilidade clínica após os estudos experimentais da utilização desse tipo de laser na biomodulação tecidual, realizados pelo grupo de pesquisa do professor Endre Mester em Budapeste, na década de 70 (MESTER et al., 1991). A TLBP tem sido amplamente utilizada como tratamento coadjuvante, alternativo e não invasivo promovendo a aceleração dos processos cicatriciais, redução de dor, edema e modulando a inflamação. Muitos profissionais da saúde como médicos, dentistas e fisioterapeutas recomendam cada vez mais a fototerapia e ampliam continuamente a sua aplicabilidade devido aos resultados clínicos favoráveis. O princípio basal da laserterapia é a capacidade de alterar o comportamento celular, na ausência de aquecimento (SCHINDL et al., 2003; STADLER et al., 2000). Em curto prazo, as respostas teciduais podem ser visualizadas minutos após a aplicação do laser e, em longo prazo, onde os efeitos são observados em um período de horas ou dias após a irradiação (BRASILEIRO et al., 2004). Situados na região do vermelho e do infravermelho próximo do espectro eletromagnético emitem radiações com potência inferior a 0,5 W e não possuem potencial destrutivo (BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998; GENOVESE, 2000). As modificações que ocorrem na zona irradiada são chamadas de efeitos primários e compreendem efeitos bioquímicos, bioelétricos e bioenergéticos e desencadeiam outros efeitos indiretos sobre os órgãos, até mesmo efeitos terapêuticos gerais. 2.7.1.1 Efeitos primários da radiação Bioquímico Aumento na produção de adenosina trifosfato (ATP) no interior das células e, por conseguinte aceleração da mitose, devido estímulo sobre as mitocôndrias celulares. Com isso, ocorrerá um aumento do consumo de oxigênio e ativação da respiração celular, abolindo as 35 atividades anaeróbicas ocorridas em um processo inflamatório (KARU; PYATIBRAT; KALENDO, 1999; PASSARELA et al., 1984; WILDEN; KARTHEIN, 1998). O aumento de ATP favorece o aporte energético para funções importantes como o transporte da membrana, síntese de proteínas e contração muscular (PASSARELA et al., 1984). Em decorrência da energia absorvida, pode haver liberação de substâncias, como histamina, serotonina, bradicinina e prostaglandinas, relacionadas com a dor, bem como pode alterar inibindo ou estimulando as atividades celulares e enzimáticas (BASFORD, 1995; CAMPANA; MOYA, 1999). A ação fibrinolítica é mais um efeito da laserterapia, que auxilia na redução do edema já instalado (RICCI, 2003). Bioelétrico Manutenção do potencial de membrana celular, o que evita que os estímulos dolorosos se propaguem a centros nervosos, isso devido à eficiência da bomba de sódio e potássio ocasionada pela maior disponibilidade de ATP resultante do efeito bioquímico (RICCI, 2003). Bioenergético Cada célula emite radiações próprias. A radiação laser propicia uma energia ao organismo, que atua em todos os níveis tissulares, normalizando e equilibrando as desigualdades de um processo patológico (BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998). 2.7.1.2 Efeitos secundários da radiação São provenientes de uma modificação derivada da zona de irradiação e podem ser localizados ou sistêmicos (SHOGI, 2003). A radiação a laser provoca um estímulo à microcirculação, possivelmente por sua ação indireta no esfíncter pré-capilar, através de mediadores químicos, ocasionando sua abertura constante. A vasodilatação capilar e arteriolar aumentam o transporte e a oferta de oxigênio e nutrientes, elimina catabólitos, melhora o trofismo local e a capacidade antiinflamatória (SCHINDL et al., 2000). Com o incremento da produção de ATP, a velocidade mitótica é aumentada, o que propicia em escala tecidual um aumento na 36 velocidade de cicatrização e melhor trofismo celular nos tecidos (SHOGI, 2003). 2.7.1.3 Efeitos indiretos da radiação Analgésico Devido à sua ação em diversos níveis (CHAVANTES; JATENE, 1990). Acontece a redução da inflamação através da reabsorção de exsudatos e da eliminação de substâncias algiogênicas (KOBAYASHI; KUBOTA, 1999; SIMUNOVIC; TROBONJACA; TROBONJACA, 1998). O laser de baixa potência interfere na mensagem elétrica durante a transmissão do estímulo, mantendo o gradiente iônico em ambos os lados da membrana celular e evitando ou reduzindo a despolarização da mesma. Ao mesmo tempo, atua sobre as fibras nervosas de grosso calibre que, quando estimuladas pelo laser, provocam bloqueio das fibras finas (CHAVANTES; JATENE, 1990). Além da diminuição da síntese de prostaglandinas, há uma redução de bradicinina e de histamina (diminui processo inflamatório); ativa a liberação de peptídeos endógenos (endorfinas), que são inibidores da sensação dolorosa (WALKER, 1983). Pelo aumento da microcirculação, ocorre a eliminação de substâncias algiogênicas que sensibilizam os receptores dolorosos (OLIVEIRA et al., 1999). O efeito analgésico proporcionado por esse recurso também é indicado pelo equilíbrio energético local (SCHINDL et al., 2000). Pró-inflamatório Acredita-se que a ação do LBP sobre o tecido inflamado esteja relacionado à possibilidade de inibição dos níveis de mediadores químicos, como prostaglandinas plasmáticas e fibrinogênio (CAMPANA; MOYA, 1999). O estímulo à microcirculação garante um eficiente aporte de elementos nutricionais e defensivos para a região lesada, favorecendo assim a resolução do processo inflamatório (OLIVEIRA et al., 1999). A regeneração de vasos linfáticos, ocasionada pela radiação, melhora a drenagem de edemas, e o estímulo de macrófagos, diminui o risco de infecção secundária (LICHTENSTEIN; MORAG, 1999). Com estímulo da micro-circulação há melhores condições de drenagem (SHOGI, 2003). A ação fibrinolítica propicia resolução efetiva do isolamento proporcionado pela coagulação do plasma (BRUGNERA JR; PINHEIRO, 1998). 37 Reparador Devido à produção de ATP, há contribuição no aumento da velocidade de divisão celular (PASSARELA et al., 1984). Também se pode considerar o aumento da micro- circulação que melhora o aporte nutricional. Somando-se ao aumento da velocidade mitótica, a multiplicação celular torna-se bastante facilitada (SHOGI, 2003). Para Schimitt et al. (1993) a regeneração tecidual ocorre por proliferação de fibroblastos ou migração do tecido adjacente, sendo confirmada a partir do momento em que há um adequado suprimento sanguíneo para iniciar a síntese do colágeno. Em condições normais o processo reparador do tecido é lento devido à vascularização local ser deficiente. A TLBP pode ser uma opção no tratamento de disfunções musculoesqueléticas, como por exemplo, às entorses de tornozelo. Diversos estudos pesquisaram a eficiência do laser, concluindo ser uma terapia segura e, na maioria dos casos, eficaz (GÜR et al., 2002; GÜR, 2006; LONGO; SIMUNOVIC; POSTIGLIONE, 1997; MARQUES, et al., 2002; SCHOCHAT; RASPE, 2003; SPROTT, 2003; THORSEN et al., 1991). Assim sendo, as principais respostas encontradas após a irradiação laser são: a diminuição do processo inflamatório, através da inibição de fatores quimiotáticos, da modulação dos níveis de várias prostaglandinas, da analgesia devido ao aumento do nível de endorfinas (opióides, GABA e bradicinina), aumento do limiar da dor, aumento da microcirculação local no sistema linfático, aumento da fagocitose e proliferação de fibroblastos, originando uma elevação em até quatro vezes a sínteses de colágeno e a epitelização (SAY et al., 2003, BRASILEIRO et al., 2004). Efeitos fotomoduladores são apontados como características da TLBP segundo Nascimento (2001), Capon et al. (2001), Nicolau (2001) e Yu et al. (2003). Estudos apontam a ação em tecidos biológicos, porém existem discordâncias de pesquisadores quanto à eficiência da laserterapia na biomodulação tecidual. Enquanto algumas pesquisas demonstram efeitos da terapia como inibidor da sintomatologia dolorosa ou aceleração de reparo dos processos cicatriciais, muitos autores apontam a necessidade do uso cauteloso da luz laser como biomodulador na aplicação clínica (WALKER, 2000; BABOVIC et al., 2001; STADLER et al., 2001). Diversos efeitos da TLBP foram relatados por diferentes pesquisadores tanto em estudos in vitro quanto em in vivo, como: o aumento porcentual de neutrófilos e plasmócitos no baço (KARU, 1993); aceleração dos processos cicatriciais (ALBERGEL et al., 1984; SILVA et al., 1998); a elevação da angiogênese acompanhada de proliferação de fibroblastos em modelos de feridas isquêmicas (AMIR et al., 2000); acelera a drenagem linfática diminuindo o edema (FERREIRA et al., 38 2005); no aumento da força de tensão e tenacidade dos tecidos devido à maturação e maior organização das fibras de colágeno (BRAVERMAN et al., 1989; SIMUNOVIC, 2000; REDDY et al., 2001; REDDY, 2003); atua na analgesia (FERREIRA et al., 2005); efeitos antiálgicos, bioestimulantes de trofismo celular, antiinflamatório, antiedematoso e normalizador circulatório (BUSO, 2006). Os efeitos benéficos da fototerapia com laser em baixa potência são reconhecidos pela comunidade científica. A administrar da fototerapia é norteada por adequada dosimetria que envolve: o comprimento de onda ideal para o tecido que será irradiado, a energia (J), a fluência (J/cm2), a forma de irradiação (pontual ou varredura), a potência (mW) e principalmente a quantidade e freqüência de sessões de fototerapia que serão necessárias. 2.7.2 Terapia com LED O LED, acrônimo de Light Emitting Diode (Diodo Emissor de Luz), tem sido introduzido recentemente na área da saúde para terapia devido a seu baixo custo, praticidade e baixo consumo de energia (ANDRADE et al., 2001). O LED emite apenas uma pequena banda espectral (KURACHI et al., 2001; STAHL et al., 2000). Outras características se fazem interessantes, como a maior seletividade da luz, maior tempo de vida útil e menor consumo de energia (KURACHI et al., 2001; ANDRADE et al., 2001; MEDEIROS, 2001). A luz emitida pelo LED é ausente de coerência e colimação (BAGNATO, 2002). A coerência da luz deve ser distinguida por dois aspectos: seu efeito físico e a interação desta luz com as moléculas ou tecidos. Sob condições fisiológicas a absorção da luz de baixa intensidade pelo sistema biológico é de natureza não coerente, devido à taxa de excitação da decomposição da coerência em níveis de elevada magnitude em relação à taxa de foto excitação. O tempo de decomposição da coerência de fotoexcitação determina a interação com moléculas adjacentes, sobre condições menores do que 10-12 segundos. O tempo médio de excitação depende da intensidade da luz, sendo que, em 1 mW/cm2, o tempo é em torno de 1 segundo. Isso determina que a coerência é retida ao longo dos primeiros extratos da pele, antes que produza a absorção da luz pelas moléculas fotorreceptoras especializadas (melanina, porfirina, citocromo c oxidase e hemoglobina) (KARU, 2003). O espectro de ação eletromagnético da luz emitida pelo LED é mais amplo em relação ao do laser, que é caracterizado por uma maior concentração da fluência em uma pequena faixa espectral (± 5 nm). A densidade de energia de um feixe emitido por um LED está 39 distribuída em uma banda eletromagnética maior (± 30 nm), podendo interagir com um maior grupo de fotorreceptores. Apesar dessa propriedade física diferenciar estas fontes de luz, existe similar concentração de energia na área de ação de ambas, porém com distribuição diferenciada (Figura 05). Sendo assim, a densidade de energia total difere nas luzes não coerentes e coerentes, visto que existe uma menor energia por faixa espectral para o LED em relação ao laser. Mesmo diante dessas diferenças na distribuição da energia, pode-se analisar que há uma ampla janela biológica de absorção da luz nos tecidos biológicos diante da aplicação dessas luzes terapêuticas, permitindo a ação biomoduladora nos respectivos receptores de luz. Na figura 06, verifica-se que as células sangüíneas possuem uma ampla absorção da luz, determinando picos em algumas faixas de comprimentos de onda, garantindo uma satisfatória extensão da fotomodulação na janela biológica. Figura 5: Distribuição da energia do Laser e LED por banda espectral. Fonte: DaCosta et al. (2003). 40 Figura 6: Absorção da luz nas células sangüíneas. Fonte: DaCosta et al. (2003). Desde o ingresso da fotobiomodulação na área de saúde, a efetividade de uma variedade de fonte luz tem sido avaliada. Alguns pesquisadores demonstram a aplicabilidade do LED terapêutico em estudos experimentais e clínicos demonstrando a eficiência fotobiomoduladora celular semelhante à laserterapia de baixa potência (VINCK et al., 2003, CASALECHI et al., 2009; CALIFANO et al., 2009; DALL AGNOL et al., 2009). Em conseqüência das evidências demonstradas pela NASA na aplicação do LED, a Food and Drug Administration (FDA) aprovou testes clínicos da aplicação de LEDs na cicatrização de feridas em humanos, devido ao insignificante risco de lesões na pele (WHELAN et al., 2001). Whelan et al. (2003), utilizando um procedimento cirúrgico no subcutâneo em dorso de ratos diabéticos geneticamente induzidos, administraram duas esponjas (3x3x5mm) e determinaram o 2°, 4°, 7° e 14° dias como data de sacrifício para coleta das amostras e análise de DNA. Os efeitos da expressão gênica após o tratamento a LED (670 nm) com 4 J/cm2 demonstraram forte ação na cicatrização de feridas e possivelmente na modulação da dor. Fatores de crescimento fibroblástico 7 e 12 mostraram-se regulados pelo LED no segundo dia de tratamento. Vinck et al. (2003) estudaram a influência do LED policromático em culturas de fibroblastos, verificando um aumento dessas células após a terapia. Corazza et al. (2005) em um estudo piloto comparativo entre laser diodo de baixa intensidade, com comprimento de onda de 660 nm (40 mW) e 780 nm (50 mW) e LED com 41 630 nm (90 mW) e 880 nm (50 mW) e todos ajustados a uma fluência de 5 J/cm2, utilizaram 40 ratos machos da raça Wistar, em que foi induzida mecanicamente uma ferida no terço médio do quadríceps do animal com um punch de 15 mm de diâmetro. Após seis horas de indução, o animal era tratado e o sacrifício ocorria no 3°, 7°, 14° e 21° dia. Os resultados indicaram uma fotomodulação da fase inflamatória em relação ao controle. Ocorria também aumento do numero de fibroblastos do 3° ao 7° dia e conseqüentemente uma maior deposição de colágeno, uma vez que o comprimento de onda infravermelho era mais efetivo para fibroplasia. Foi evidenciada elevação da taxa de crescimento angiogênico com a utilização do espectro eletromagnético vermelho com tecnologias LED e laser diodo desde o 3° dia. Os comprimentos de onda atuavam de modo seletivo em cada estrutura nas fases de reparação tecidual, proporcionando uma regulação celular propícia para a adequada organização do tecido fibroso. 42 3 OBJETIVO 3.1 Objetivo Geral Análise do efeito terapêutico do LED, in vivo, na fase inicial da reabilitação das entorses de tornozelo. 3.2 Objetivos Específicos Avaliar clinicamente as entorses de tornozelo por inversão de grau II tratadas com a terapêutica PRICE versus terapia com LED quanto à: - Redução de dor; - Redução de edema. 43 4 MATERIAL E MÉTODOS O presente estudo foi desenvolvido na Seção de Fisioterapia do Hospital Escolar da Academia Militar das Agulhas Negras, em Resende – RJ e caracteriza-se como sendo um ensaio clínico aleatório. Sendo aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade do Vale do Paraíba (CEP-UNIVAP), conforme Resolução n.° 196/96 e protocolo n.° H134/2006/CEP (ANEXO A). 4.1 Seleção dos voluntários Foram recrutados por convite verbal, avaliados e tratados, 40 pacientes, do sexo masculino, ativos, idades entre 18 e 23 anos. Estes foram encaminhados por ortopedista com diagnóstico clínico de entorse por inversão de grau II, no dia em que sofreram a lesão, segundo os critérios de avaliação ortopédica sem prescrição medicamentosa. Foram excluídos da seleção da amostra, segundo exames complementares de radiografia, os voluntários que apresentaram distúrbios traumato-ortopédicos prévios como fraturas, tendinopatias, procedimento cirúrgico prévio e outras doenças sistêmicas. 4.2 Termo de Consentimento Livre e Informado Para a realização de todos os procedimentos foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Informado (ANEXO B) de todos os voluntários participantes da pesquisa, sendo permitido o afastamento a qualquer tempo sem qualquer prejuízo. 4.3 Voluntários Todos os 40 voluntários foram avaliados por um único investigador, seguindo um protocolo clínico previamente estabelecido. Os voluntários foram divididos aleatoriamente, conforme sua chegada ao estudo, em 2 grupos, com 20 voluntários cada: Grupo LED (tratado com PRICE e LED) e Grupo Placebo (tratado com PRICE e LED desligado). Os voluntários foram submetidos a uma avaliação fisioterapêutica para coleta dos dados através dos sinais clínicos dor e edema. 44 4.4 Avaliação da dor Foi realizada a medida analógica de dor, para avaliação da intensidade da dor, através da Escala Visual Analógica (EVA) preenchida pelo próprio paciente. Foi aplicado questionário específico para avaliação quantitativa e qualitativa da dor, através do McGill Pain Questionnaire, questionário validado por Texeira e Pimenta (1997), respondido pelo próprio paciente (ANEXO C). A análise da dor foi realizada no 1º dia (dia da avaliação inicial), no 3º dia e no 6º dia (avaliação final do tratamento). A variação do nível de dor foi obtida com a relação entre o 1º e 6º dia de avaliação. 4.5 Avaliação do edema Para mensuração volumétrica utilizou-se volúmetro manufaturado em vidro, segundo o padrão da marca Baseling Volumetric Edema Set, Idyllwild, CA, com dimensões de 33,5 cm de comprimento, 13 cm de largura e 24 cm de altura (Figura 07). Os voluntários foram posicionados em uma cadeira mantendo flexão de joelho do tornozelo a ser avaliado no momento, em aproximadamente 90°. Antes da imersão, uma camada de água foi aplicada manualmente ao membro inferior a ser avaliado no momento, para minimizar a quantidade de ar contida sob os pêlos. A seguir os voluntários foram instruídos a abaixar suavemente o membro inferior a ser avaliado no volúmetro, contendo cinco litros de água à temperatura ambiente, até que o pé descansasse confortavelmente no fundo. O volume de água deslocado de cada membro inferior mensurado foi descarregado por uma calha em um Becker e transferida para uma proveta de 1.000 mL (graduação de 10 mL). Foi realizada a mensuração três vezes em ambos os membros em cada voluntário, registrando os valores em formulário no 1º dia (dia da avaliação), no 3º dia e no 6º dia (final do tratamento) (REIS et al., 2004). Considerando-se o volume presente no 1º dia (100%) foi obtido o percentual de redução de edema no 3º e no 6º dia pós-terapia. 45 C D B A Figura 7: Mensuração Volumétrica: A) volúmetro, B) recipiente, C) proveta, D) Fonte: Becker (REIS et al., 2004) 4.6 Protocolo de tratamento 4.6.1 Terapia LED O grupo LED foi tratado por um aparelho de diodo emissor de luz - LED com as especificações segundo protocolo de irradiação: Potência 60mW, comprimento de onda 627nm ± 10nm e 1,3cm2 de saída do feixe. A Densidade de Energia (DE) aplicada foi de 10J/cm2, com tempo de 2 minutos e 47 segundos por disparo do feixe, sendo este único para cada dez pontos, na região edemaciada lateral do tornozelo (Figura 8). Os voluntários foram submetidos à higienização prévia dos pontos de aplicação com algodão embebido em álcool concentrado a 70%, posicionados em maca alta em posição de decúbito dorsal e faziam uso de óculos protetor. O LED foi aplicado de forma pontual por contato a superfície da pele (transcutaneamente) fazendo um ângulo de 90°, os dez pontos escolhidos foram irradiados em uma área de 1cm2, por um único investigador. Tanto os voluntários do grupo LED como os do grupo placebo, foram tratados com o mesmo procedimento, sendo que o aparelho LED do grupo placebo permanecia desligado. Foi realizada uma sessão a cada 24 horas durante seis dias consecutivos. 46 Figura 8 – Pontos de irradiação – 10 pontos, região edemaciada lateral do tornozelo. 4.6.2 Terapia PRICE Segundo a terapêutica PRICE, inicialmente foi imposto a todos os voluntários que interrompessem as atividades com o membro afetado (P - protect the area) e que o mantivessem em repouso (R – rest) durante os seis dias do tratamento. Foram realizadas aplicações de bolsa de gelo (I – ice) associada à bandagem compressiva semi-rígida (C- compression), com o paciente deitado em decúbito dorsal e membro afetado em elevação (E - elevation) sob uma cunha de espuma grande com 50 cm de comprimento, 50 cm de largura e 30 cm de altura. Foi realizada uma sessão a cada 24 horas durante seis dias consecutivos. 47 5 ANÁLISE ESTATÍSTICA Todas as variáveis aferidas no estudo foram analisadas com o auxílio do programa GraphPad InStat®. Para os resultados das análises, o delineamento foi inteiramente ao acaso e para cada variável foram determinados a média e o desvio padrão. Foi realizada a análise da diferença entre os grupos (Placebo e LED), dos diferentes tempos experimentais (1º, 3º e 6º dia) empregando-se o teste ANOVA e pós-teste de Bonferroni. O nível de significância estabelecido foi de 5 % (p<0,05). 48 6 RESULTADOS E DISCUSSÃO A necessidade do paciente em obter o alívio da dor, isolado de sua doença, é uma das principais causas que motiva a procura ao atendimento por um fisioterapeuta. A compreensão da dor e de seus mecanismos é de vital importância para qualquer profissional da área de saúde. A busca por tratamentos eficazes é o que justifica estudos nesta área. A TLBP tem sido usada para controlar a dor em diferentes lesões musculoesqueléticas (TASCIOGLU et al., 2004). Entretanto, poucos estudos clínicos controlados de aplicação da terapia com LED têm sido relatados. A entorse de tornozelo por inversão de grau moderado é uma doença que é tratada de diversas maneiras desde tratamento medicamentoso, onde na grande maioria das vezes os pacientes se sentem incomodados pelos efeitos colaterais que estes medicamentos ocasionam, até tratamentos conservadores e de condicionamento físico (ALLOZA, 2000; CALLIET, 1989). A avaliação dor/sofrimento é sempre necessária, não só para a escolha da forma mais adequada para o controle álgico em cada caso, como também detectando a necessidade de suporte psicológico específico. A escolha de um instrumento para mensurar a dor deve, antes de tudo, ser de fácil aplicabilidade, adequar-se ao nível de compreensão do paciente e oferecer ao paciente uma linguagem apropriada. Com uma mensuração apropriada da dor torna-se possível determinar se os riscos de um dado tratamento superam os danos causados pelo problema clínico e, também, permite-se escolher qual é o melhor e o mais seguro entre diferentes tipos. Uma medida eficaz da dor possibilita examinar a sua natureza, as suas origens e os seus correlatos clínicos em função das características emocionais, motivacionais, cognitivas e de personalidade do paciente (SOUSA, 2002). A terapia com LED tem sido introduzida como alternativa para terapias que utilizam laser de baixa potência. As terapias que utilizaram o LED vermelho, emitindo no visível, obtiveram excelentes resultados, como cicatrização acelerada e sem dor de feridas cutâneas (TRELLES; ALLONES; MAYO, 2006). Entre os processos onde o laser emitindo em baixa potência pode ser utilizado descrevese: inflamação, reparação tecidual (cutâneas e mucosas) e disfunções neuromusculares (RIBEIRO, 2003; GAIDA et al., 2004; GUR et al., 2002). São responsáveis por efeitos analgésicos, antiinflamatórios e biomodulador do processo de reparação tecidual que ocorrem devido às reações fotoquímicas. 49 A terapia com LED pode apresentar efeitos semelhantes à laserterapia devido à absorção dos fótons por cromóforos teciduais. O efeito primário da radiação coerente no visível é o estímulo à produção de substâncias relacionadas aos processos de dor e inflamação, estimulando a produção de adenosina trifosfato (ATP) intracelular, favorecendo a divisão celular e transporte iônico. Modula a vasodilatação, gerando aumento da permeabilidade vascular. O efeito do laser sobre a microcirculação ocorre por estímulo da degranulação dos mastócitos, o que produz aumento da permeabilidade celular (SILVEIRA, 1991). O aumento na produção de β-endorfinas tem importante papel na modulação da dor ao nível do sistema nervoso central (GENOVESE, 2000). Autores relatam que o laser de baixa potência age sobre a cicloxigenase, reduzindo a concentração de prostaglandinas, a qual associada à bradicinina tem ação nos mecanismos da dor. A laserterapia, além do efeito antiinflamatório, estimula o metabolismo celular influenciando na intensidade da dor. Karu, em 2003, mostrou que a radiação no visível ou infravermelho próximo é absorvida por moléculas da mitocôndria resultando em aumento do metabolismo que se traduz em outras estruturas celulares, incluindo membranas, e por fim estímulo ao crescimento. Hode e Tuner (2004), através de uma revisão bibliográfica, mostrou que as respostas biológicas dependem da coerência da luz, justificando uma maior eficiência em relação à luz não coerente. Pelas diversas razões para tais discrepâncias, menciona-se a ampla variedade de modelos experimentais disponíveis, método de avaliar os resultados, diferenças do comprimento de onda, fluência e irradiância, além das condições de tratamento. Assim sendo, procurou-se neste estudo, trabalhar em condições já existentes em aplicações clínicas da luz coerente, tais que mantiveram, dentro do possível, a similaridade das variáveis existente dos parâmetros de cada fonte de luz. O sintoma dor é reportado na maioria dos casos durante o processo de inflamação. A diminuição do quadro álgico via tratamento LED pode auxiliar a aceleração de reparo (DESMET, 2006). Pesquisas têm utilizado o LED visando obter diminuição do tempo de cicatrização, assim como, melhorar as condições do tecido que passou pelo processo de reparação. Estudos têm sido feitos com finalidade de tentar descobrir quais mecanismos de interação luz-tecido estão envolvidos neste processo. Assim, o objetivo do presente estudo foi verificar a ação da terapia LED sobre o processo os sintomas clínicos, como dor e edema, em pacientes com entorse de tornozelo por inversão de grau moderado. Nossos resultados demonstraram 50 significativa melhora funcional e redução da dor inflamatória após aplicação da terapia com LED, nos pacientes do grupo LED. A entorse é considerada a lesão de maior ocorrência na articulação do tornozelo. A prevalência deste tipo de entorse se faz significativa por tipo em inversão, grau moderado e incidência entre todas as lesões esportivas (BENJAMIN et al., 2000; HALE; HERTELT, 2005; HERTEL, 2002; SMITH et al., 2004). Para a realização deste estudo os pacientes foram encaminhados ao setor de Fisioterapia do Hospital Escolar – AMAN, com diagnóstico de entorse de tornozelo por inversão de grau II. A tabela 1 apresenta as características da população estudada. Tabela 1 – Características dos pacientes tratados nos dois grupos. GRUPOS Placebo (n=20) LED (n=20) Idade (em anos) 19,1 ± 0,91 19,4 ± 0,90 Altura (em metros) 1,80 ± 0,02 1,80 ± 0,03 Peso (em Quilogramas) 80,7 ± 1,20 81,3 ± 1,41 Valores expressos em média ± desvio padrão Em primeiro momento na avaliação da dor foi solicitado aos pacientes que expressassem sua dor dentro da Escala Visual Analógica, composta por uma linha de 10 cm, sendo que uma extremidade (0) representa ausência de sintoma e a outra (10) presença de sintoma intenso (PROVENZA et al., 2004). Este procedimento foi realizado novamente no terceiro e sexto dia de tratamento. A tabela 2 mostra a variação da EVA nos três dias mensurados. 51 Tabela 2 – Resultados do índice de dor pela Escala Visual Analógica apresentado pelos voluntários dos grupos placebo e LED, no 1° (pré-tratamento), 3° e 6° dia. GRUPOS PLACEBO (n=20) 1° dia 3° dia 6° dia ∆ Paciente -6 1 9 6 3 -5 2 10 7 5 -7 3 10 7 3 -5 4 9 6 4 -4 5 8 5 4 -4 6 8 6 4 -5 7 10 7 5 -4 8 9 7 5 -6 9 10 7 3 -6 10 10 6 4 -6 11 10 5 4 -5 12 9 6 4 -4 13 9 6 5 -4 14 8 6 4 -4 15 8 6 4 -5 16 10 7 5 -5 17 9 6 4 -3 18 8 7 5 19 9 5 2 -7 -6 20 10 6 4 9,2 6,2 4,1 -5,1 Média 0,7 0,8 1,1 Desvio Padrão 0,8 LED (n=20) 1° dia 3° dia 6° dia ∆ -9 10 5 1 -6 8 3 2 -7 9 4 2 -8 10 5 2 -8 10 5 2 -7 9 4 2 -7 9 4 2 -9 10 5 1 -9 9 4 0 -8 10 5 2 -8 10 5 2 -7 8 3 1 -9 10 4 1 -9 10 4 1 -8 10 5 2 -8 9 3 1 -9 9 5 0 -9 10 3 1 10 3 1 -9 -9 10 5 1 9,5 4,2 1,4 -8,2 0,7 0,8 0,7 0,9 ∆ - diferença do índice de dor entre 1° (pré-tratamento) e o 6º dia. Neste estudo todos os pacientes foram questionados sobre qual nota representaria melhor a sua dor e através da análise desta escala observou-se que, no grupo Placebo os pacientes apresentaram alto grau de dor com média 9,15 antes do tratamento no 1° dia, 6,2 após o tratamento no 3° dia e 4,05 após o tratamento no 6° dia. No grupo LED também observamos um alto grau de dor, antes do tratamento no 1° dia com média 9,5, e nos 3° e 6° dia após o tratamento os pacientes deste grupo apresentaram uma melhora significativa em relação ao grupo Placebo, com média de 4,2 já no 3° dia, média esta menor que a alcançada pelo grupo Placebo após o 6° dia de tratamento, e média de 1,35 no 6° dia. Segundo Rebelatto e Morelli (2004), a escala EVA fornece informações conclusivas 52 para o diagnóstico da intensidade da dor. No presente estudo podemos observar que a intensidade da dor para o grupo tratado com LED não só diminuiu quantitativamente ao final do tratamento como houve uma aceleração no processo de cura no grupo LED, que melhorou a sua qualidade de vida de forma precoce em relação ao grupo Placebo que demorou o dobro do tempo para alcançar este resultado. Os pacientes tratados com LED apresentaram expressiva redução do edema em 85,79% em relação ao grupo Placebo, cuja redução do edema foi de 55,73%, sugerindo que o LED pode diminuir a intensidade da dor, como pode ser observado na tabela 3, onde são comparadas as médias do grupo LED vs grupo Placebo. O LED (luz não coerente) possui coerência longitudinal demasiadamente diminuída quando comparada a luz laser (coerente). A coerência se torna importante quando se pretende tratar tecidos volumosos (KARU, 2006). Os tecidos lesionados na entorse de tornozelo de grau II encontram-se anatomicamente em superfície, sendo estes cobertos apenas por tecido cutâneo e fascias, talvez por este motivo o LED apresente resultados semelhantes aos encontrados em estudos empregando laser na região do vermelho do espectro eletromagnético (REDDY et al., 1998). Comparando-se as evoluções da pontuação do questionário, diferença do pós em relação ao pré-tratamento, levando em consideração a mediana dos pacientes os resultados apresentados revelam diferenças significativa (p<0,001) do grupo tratado com LED em relação ao grupo Placebo, tanto no 3º quanto no 6º dia pós-terapia (Figura 9). Tabela 3 – Resultado estatístico dos índices de dor entre os grupos Placebo e LED no 1° dia (prétratamento), 3° e 6° dia. Dia 1° dia 3° dia 6° dia GRUPOS Placebo (n=20) LED (n=20) 9,2 ± 0,8 9,5 ± 0,7 6,2 ± 0,7 4,2 ± 0,8 4,1 ± 0,8 1,4 ± 0,7 p NS 0,001 0,001 Valores expressos em média ± desvio padrão. NS – não significativo. p – nível de probabilidade. 53 Grupo Placebo 12 Grupo LED Índice de dor 10 8 *** 6 4 *** 2 0 1° dia 3° dia 6° dia Figura 9 – Comparação da média de evolução da pontuação da EVA entre grupo LED e grupo Placebo. *** - P<0,001 Um atributo importante do paciente submetido à dor é uma espécie de "acomodação comportamental" ao sofrimento, o que costuma confundir em muito as pessoas que o cercam, às vezes gerando confusão quanto a real presença da dor. Os mecanismos de defesa emocionais desenvolvidos pelo paciente para suportar a dor nos fazem desconfiar de sua existência. Essa realidade mostra a dificuldade na avaliação da dor, o que promoveu o desenvolvendo de várias escalas tentando objetivar características subjetivas. O relato de queixa mais referido nesta pesquisa foi dor, o que pode confirmar um desequilíbrio das estruturas com conseqüente alteração da função e habilidade do tornozelo e pé. Tokars et al. (2003) afirmam que uma dor, sobretudo na região das zonas de apoio dos pés, pode levar a uma postura antálgica com adaptações posturais no joelho, quadril, pelve e coluna vertebral. Diante desses dados torna-se clara a importância da correção e prevenção destas lesões, buscando sempre o diagnóstico da alteração ou lesão anatômica-funcional que gera o processo, evitando assim, desequilíbrios ascendentes às estruturas superiores do esqueleto. Após o 3° dia de tratamento os pacientes tratados com LED não apresentavam mais marcha claudicante e relatavam que devido melhora do quadro álgico perderam o medo de andar de modo “normal”. Diferenças relacionadas à atitude de posicionamento dos pacientes para realização da sessão de tratamento entre os pacientes tratados e Placebo foram 54 observadas, sendo o de menor queixa (dificuldade) os submetidos à terapia a base de luz. A experiência dolorosa não se restringe apenas a sua intensidade, há três dimensões da dor a serem consideradas: a sensorial-discriminativa, a motivacional-afetiva e a cognitivoavaliativa, todas sustentadas por sistemas fisiologicamente especializados no Sistema Nervoso Central (SNC). A necessidade de compreensão desta realidade fez surgirem às escalas multidimensionais para avaliação da dor. Neste estudo além da EVA foi utilizado para avaliação da melhora da dor, o Questionário de Dor de McGill. A proposta de adaptação para a língua portuguesa deste questionário mostrou, por parte dos pacientes, facilidade para o preenchimento e foi considerado útil para explicar a dor, pela maioria dos avaliados (TEIXEIRA; PIMENTA, 1997). Este questionário é um instrumento útil para avaliar a qualidade e a intensidade da dor, o que confere com outros trabalhos que se referem ao questionário de dor de McGill como um instrumento eficaz e confiável que pode ser usado em várias situações clínicas (FERREIRA et al., 2002). O questionário de dor de McGill é um instrumento para avaliação da dor, constituído por 78 descritores (palavras que qualificam a dor), organizados em 4 categorias (sensorial, afetiva, avaliativa e miscelânea) e 20 subcategorias. Foi solicitado a cada paciente que escolhesse uma palavra de cada subcategoria, sendo possível não escolher nenhuma. A análise é feita por categorias, através da soma dos valores associados às palavras escolhidas e a partir das palavras selecionadas pela população pesquisada (FERREIRA et al., 2002). A tabela 4 refere-se ao número de descritores selecionados no Questionário de dor de McGill por toda população pesquisada. Tanto o grupo LED quanto o grupo Placebo apresentaram descritores nas 4 categorias. A porcentagem das palavras selecionadas foi igual entre o grupo LED e o grupo Placebo no início do tratamento. 55 Tabela 4 – Resultado dos descritores selecionados por categoria e porcentual de melhora, no 1° (prétratamento), 3° e 6° dia dos grupos Placebo e LED. Descritores 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 1. vibração 2. tremor 3. pulsante 4. latejante 5. como batida 6. como pancada 1. pontada 2. choque 3. tiro 1. agulhada 2. perfurante 3. facada 4. punhalada 5. em lança 1. fina 2. cortante 3. estraçalhada 1. beliscão 2. aperto 3. mordida 4. cólica 5. esmagamento 1. fisgada 2. puxão 3. em torção 1. calor 2. queimação 3. fervente 4. em brasa 1. formigamento 2. coceira 3. ardor 4. ferroada 1. mal localizada 2. dolorida 3. machucada 4. doída 5. pesada 1. sensível 2. esticada 3. esfolante 4. rachando 1. cansativa 2. exaustiva 1. enjoada 2. sufocante 1. amedrontadora 2. apavorante 3. aterrorizante 1. castigante 2. atormenta 3. cruel 4. maldita 5. mortal 1. miserável 2. enlouquecedora 1. chata 2. que incomoda 3. desgastante 4. forte 5. insuportável 6. espalha 7. irradia 8. penetra 9. atravessa 1. aperta 2. adormece 3. repuxa 4. espreme 1. rasga 1. fria 2. gelada 3. congelada 1. aborrecida 2. dá náusea 3. agonizante 4. pavorosa 5. torturante 1° dia 0 0 12 8 0 0 18 2 0 17 2 0 0 0 5 9 3 0 19 0 0 0 14 0 3 0 20 0 0 7 5 4 3 0 1 0 19 0 20 0 0 0 12 5 7 0 0 2 0 1 8 3 4 0 2 3 0 2 0 15 3 1 6 10 0 3 12 4 0 0 3 0 2 2 0 0 0 10 Placebo 3° dia 6° dia 0 0 0 0 19 4 0 0 0 0 0 0 20 8 0 0 0 0 9 0 1 0 0 0 16 0 0 0 13 0 0 0 12 0 0 9 0 0 0 16 3 0 0 4 15 0 1 0 20 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 2 0 0 0 0 0 0 11 8 0 0 0 3 15 0 0 6 1 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 9 0 0 0 4 0 0 0 3 0 0 2 0 0 0 7 5 0 0 9 9 0 0 0 18 0 0 0 9 0 3 0 0 0 0 0 1 0 0 0 0 0 16 3 0 0 0 13 2 0 0 0 1 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 GRUPOS % 100 100 80 100 100 100 60 100 100 100 1° dia 0 0 11 9 0 0 17 3 0 16 100 100 100 100 55 100 100 100 80 100 100 100 85 100 100 90 100 100 100 65 75 100 100 55 55 100 100 100 10 100 100 100 55 100 85 100 100 100 100 100 95 100 100 100 100 100 20 85 100 100 100 35 90 100 100 100 95 100 100 100 100 100 100 85 100 100 100 100 3 0 0 0 4 10 4 0 19 0 0 0 13 0 5 0 19 0 1 7 4 6 2 0 1 0 19 0 20 0 0 0 11 6 11 0 0 4 0 2 5 5 4 0 1 5 0 2 0 14 4 1 7 10 0 3 12 3 1 0 4 0 3 3 0 0 0 10 LED 3° dia 6° dia 0 0 0 0 19 0 0 0 0 0 0 0 20 1 0 0 0 0 7 0 1 0 0 0 15 1 0 0 15 0 0 0 13 0 0 8 0 0 0 16 4 0 0 5 15 0 0 0 20 0 0 0 4 0 0 0 0 0 0 3 0 0 0 0 0 0 9 11 0 0 0 4 14 0 0 6 2 0 0 0 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 8 0 0 0 6 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 4 0 0 0 18 0 0 0 0 5 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 7 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 0 % 100 100 100 100 100 100 95 100 100 100 100 100 100 100 60 100 100 100 70 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 80 100 100 100 10 100 100 100 100 75 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 65 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 100 56 No dia da avaliação (1° dia) dos 42 descritores o grupo LED selecionou 21 e grupo Placebo 20. A o 6° dia de tratamento os pacientes tratados com LED apresentaram uma diminuição de 71,42% no número de descritores apontados. O grupo Placebo apresentou uma redução de 45%, o que demonstrou uma redução maior dos sintomas no grupo LED. Os descritores, “sensível” e “queimação”, foram os que obtiveram o maior escore nos grupos, sendo que no grupo LED houve uma redução de 75% contra 10% do grupo Placebo para o descritor “sensível”. Na categoria afetiva foram escolhidos 10 dos 14 descritores disponíveis antes do tratamento por ambos os grupos. No grupo LED houve uma redução total e o grupo Placebo permaneceu com 30% dos 10 escolhidos. Dos descritores sensoriais 50% foram selecionados pelos grupos e nos descritores afetivos 71,42%, demonstrando maior interferência afetiva do que sensorial em ambos os grupos. Os descritores afetivos, “cansativa” e “enjoada”, foram os que obtiveram o maior escore nos grupos, sendo que no grupo LED houve uma redução total em ambos, e o grupo Placebo permaneceu com 75% para o descritor “cansativa”. Na categoria avaliativa houve uma redução apenas nos pacientes tratados, pois após o 6° dia de tratamento 80% dos pacientes do grupo Placebo citaram a expressão “chata” e mais 15% citaram o “que incomoda”. Em miscelânea no descritor “espalha” ambos os grupos obtiveram um número valor de aparição expressivo após o 6° dia de tratamento em relação ao 1° dia antes do tratamento, onde o grupo LED foi de 35% e o grupo Placebo de 65% contra 5% do 1° dia em ambos os grupos. Os descritores de dor que apresentaram o porcentual mais baixo de melhora foram: “sensível” com 10% para o grupo Placebo (75% para o grupo LED), “chata” com 20% para o grupo Placebo (100% para o grupo LED), “espalha” com 35% para o grupo Placebo (65% para LED) e “mal localizada” que obteve o único resultado de menor percentual para o grupo LED com 10% (55% do grupo Placebo), no entanto este descritor pode representar uma dor mais leve de difícil localização. Ao final do tratamento a porcentagem das palavras selecionadas foi menor no grupo LED com apenas 7, já o grupo Placebo permaneceu com 20. O grupo tratado com LED apresentou uma melhora afetiva total após o 6° dia de tratamento, não sendo marcado nenhum descritor nesta categoria. Os pacientes descreveram com muitas palavras a sua dor, o que confere com a literatura que descreve, que pacientes com lesões musculoesqueléticas geralmente caracterizam sua dor como qualitativamente mais significante, usando um grande número de palavras do Questionário de dor de McGill e indicando dores dispersas sobre um grande número de 57 superfícies corporais (FERREIRA et al., 2002). Os resultados referentes aos descritores da dor e índice de dor, apresentados no Questionário de dor de McGill do grupo Placebo, são apresentados nas tabelas 5 e 6: Tabela 5 – Resultados dos Descritores da dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo Placebo. Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Média Desvio Padrão 1° dia 18 20 13 16 13 15 13 18 18 15 15 13 16 13 15 18 15 14 13 20 15,55 2,4 Placebo 3° dia 6° dia 10 8 12 9 9 6 14 7 9 5 8 7 10 6 13 5 11 6 13 6 8 7 8 7 14 7 9 6 11 5 11 8 13 6 12 5 10 5 12 8 10,85 6,45 2,0 1,2 ∆ -10 -11 -7 -9 -8 -8 -7 -13 -12 -9 -8 -6 -9 -7 -10 -10 -9 -9 -8 -12 -9,1 1,9 ∆ - diferença do índice de dor entre 1° (pré-tratamento) e o 6º dia. 58 Tabela 6 – Resultados do Índice de dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo Placebo. Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Média Desvio Padrão 1° dia 36 51 31 36 26 30 26 38 40 32 30 24 36 31 34 47 32 28 26 51 34,25 7,9 Placebo 3° dia 6° dia 14 11 19 13 15 8 19 10 14 6 12 9 15 7 17 5 15 8 18 6 13 8 11 8 19 12 13 9 17 6 15 10 18 6 16 5 15 6 19 9 15,7 8,1 2,5 2,3 ∆ -25 -38 -23 -26 -20 -21 -19 -33 -32 -26 -22 -16 -24 -22 -28 -37 -26 -23 -20 -42 -26,15 6,9 ∆ - diferença do índice de dor entre 1° (pré-tratamento) e o 6º dia. 59 Os resultados referentes aos descritores da dor e índice de dor, apresentados no Questionário de dor de McGill do grupo LED, são apresentados nas tabelas 07 e 08: Tabela 7 – Descritores da dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo LED. Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Média Desvio Padrão LED 1° dia 3° dia 6° dia ∆ 20 12 3 -17 18 11 3 -15 18 13 3 -15 20 12 3 -17 18 11 4 -14 14 12 3 -11 16 14 3 -13 20 12 3 -17 13 10 3 -10 19 12 3 -16 15 8 1 -14 15 13 2 -13 18 11 2 -16 18 11 3 -15 15 8 2 -13 13 10 2 -11 13 9 2 -11 15 11 3 -12 13 9 3 -10 13 8 3 -10 16,2 10,8 2,7 -13,5 2,6 1,8 0,7 2,5 ∆ - diferença do índice de dor entre 1° (pré-tratamento) e o 6º dia. 60 Tabela 8 – Índice de dor, segundo o Questionário de dor de McGill do grupo LED. Paciente 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 Média Desvio Padrão 1° dia 51 36 38 51 47 28 36 51 26 52 30 32 36 40 30 26 26 34 31 24 36,25 9,4 LED 3° dia 6° dia 19 3 16 4 17 5 19 3 15 5 16 3 19 5 19 3 15 4 18 3 13 1 18 2 16 3 15 3 12 2 15 2 14 2 17 4 13 4 11 4 15,85 3,25 2,4 1,1 ∆ -48 -32 -33 -48 -42 -25 -31 -48 -22 -49 -29 -30 -33 -37 -28 -24 -24 -30 -27 -20 -33 9,3 ∆ - diferença do índice de dor entre 1° (pré-tratamento) e o 6º dia. 61 Os resultados apresentados na tabela 9 são uma comparação do Questionário de dor de McGill entre o grupo LED e o grupo Placebo. Os resultados são apresentados comparando-se as evoluções da pontuação do questionário, levando em consideração uma média de todos os pacientes. Comparando-se os valores obtidos desta evolução, foi realizada a análise estatística, observando-se que houve diferença estatisticamente significante (p<0,001) quando comparado o grupo LED em relação ao grupo Placebo no 6º dia pós-terapia. Tabela 9 – Síntese dos resultados dos descritores e índice de dor dos grupos Placebo e LED, segundo o Questionário de dor de McGill. GRUPOS Placebo (n=20) LED (n=20) Descritores de dor 1° dia 3° dia 6° dia 15,55 ± 2,4 10,85 ± 2,0 6,45 ± 1,2 16,20 ± 2,6 10,85 ± 1,8 2,70 ± 0,7 Índice de dor 1° dia 3° dia 6° dia 34,25 ± 7,9 15,7 ± 2,5 8,1 ± 2,3 36,25 ± 9,4 15,85 ± 2,4 3,25 ± 1,1 p NS NS 0,001 NS NS 0,001 Valores expressos em média ± desvio padrão. NS – não significativo. p – nível de probabilidade. Comparando as médias apresentadas pelos grupos, percebe-se que, ambos os grupos obtiveram médias próximas no 1° dia antes do tratamento e melhoraram significativamente (p<0,05) após o 3° dia de tratamento em ambas as variáveis. Quando se observa as médias dos grupos após o 6° dia de tratamento constata-se que houve melhora estatisticamente significante (p<0,001), quando se compara o grupo LED em relação ao grupo Placebo em ambas as variáveis. Através do número de descritores escolhidos pelo grupo LED para explicar a sua dor pode se observar que o grupo obteve uma melhora em percentagem de média de evolução de 83,33% e o grupo Placebo de 52,52%. Em relação ao índice de dor o grupo LED obteve melhora de 91,03% e o grupo Placebo de 76,35%. Podemos considerar significativa a evolução de ambos os grupos, que obtiveram melhora acima de 50%, contudo o grupo tratado com LED obteve um resultado melhor, mais próximo da redução total do sintoma. Existem diversos instrumentos para a mensuração das diferentes qualidades da dor, 62 alguns muito bem estabelecidos e outros que precisam ainda ser testados e aperfeiçoados. A avaliação da dor, para fins clínicos e de pesquisa, depende da descrição verbal da experiência pessoal, não somente da intensidade, mas também das qualidades da dor. O questionário de McGill emergiu como um instrumento clínico e de pesquisa largamente utilizado (TEIXEIRA; PIMENTA, 1997). Novos estudos serão necessários para validar a tradução do questionário de McGill para a língua portuguesa e aquisição de experiência com o uso deste instrumento. Somente desta forma, será possível ampliar o conhecimento acerca de suas possibilidades e construir julgamento sobre sua utilidade em nosso meio. Diversos estudos apontam avanços tecnológicos promissores na área de fototerapia com fontes luminosas, coerentes ou não (FARIA, 2006). A introdução do LED como um novo tratamento para o alívio da dor em substituição ao laser de baixa intensidade garante pesquisa fundamental no efeito dos dispositivos em um dos mecanismos explanatórios potentes: neurofisiologia periferal in vivo. Um estudo controlado e randomizado foi conduzido para medir a condução do nervo antidrômico no nervo sural periférico de indivíduos sadios e com base nos resultados, pode-se concluir que a irradiação LED, aplicada à pele intacta, produz um efeito imediato e localizado sobre as características de condução nos nervos de suporte. Deste modo, os resultados deste experimento in vivo geraram uma explicação satisfatória para o alívio da dor induzida pelo LED (VINCK et al., 2005). Este trabalho mostra, através da análise comportamental da dor, que houve uma quantidade elevada de analgesia no grupo tratado com LED, resultando em uma qualidade de vida melhor, quando comparado com o grupo Placebo desse experimento. Os resultados também sugerem que a qualidade da remodelação do grupo tratado seja atingida mais rapidamente. No momento da entorse de grau II, acontece o aumento da permeabilidade vascular, que é a primeira alteração que ocorre na microvasculatura durante a inflamação, levando ao extravasamento de fluído rico em proteínas para o interstício, e à formação do edema. Estes eventos são iniciados e mantidos através da liberação seqüencial de mediadores inflamatórios, originados no plasma ou em células. A literatura mostra que os efeitos antiinflamatórios da TLBP utilizando dois comprimentos de onda (660 nm e 684 nm), potência de 30 mW e dose de 7,5J/cm2 aplicada 1 hora após a injeção de carragenina em pata de ratos causa uma inibição tanto da formação do edema de pata quanto da migração de células inflamatórias em tecido muscular e tecido conjuntivo adjacente plantar (ALBERTINI et al., 2007). Para mensuração da evolução, de redução do edema, foi usado o método de volumetria 63 onde se observou através do índice de melhora final, uma condição superior de reparação no grupo tratado com LED, que obteve uma redução significativa do edema quando comparado ao grupo Placebo. Após o 3° dia de tratamento já podemos observar diferença significativa no índice de evolução no grupo tratado com LED onde a maioria (75%) dos pacientes alcançou uma média maior que 40% de evolução e no grupo Placebo 55% dos pacientes não evoluíram nem 20% (Tabela 10). Tabela 10 – Índice de melhora de evolução do edema (%) dos grupos placebo e LED, no 3° dia de tratamento. GRUPOS Placebo LED (n=20) (n=20) Intervalo (%) 10 – 20 20 – 30 30 – 40 40 – 50 50 – 60 60 – 70 70 – 80 80 – 90 90 – 100 11 7 2 0 0 0 0 0 0 0 0 5 7 6 2 0 0 0 Grupo Placebo 12 Grupo LED Frequências 10 8 6 4 2 10 0 – 90 – 80 70 90 80 – 70 60 – 60 50 – 50 – 40 30 – 30 20 – 20 – 10 40 0 Intervalo (%) Figura 10 - Comparação entre os índices de melhoras do grupo LED vs grupo Placebo no 3º dia pósterapia. 64 O grupo Placebo obteve apenas 45% dos pacientes acima do intervalo de 50% a 60% de evolução, já o grupo LED obteve um resultado expressivo com 100% dos seus pacientes acima deste intervalo, sendo que 45% destes ficaram entre o intervalo de 90 – 100% de índice de melhora (Tabela 11). A superficialidade dos tecidos lesionados pode ter sido fator importante no que se refere à absorção de luz, uma vez que Karu (2006) relata que camadas superficiais de tecidos possuem melhor resposta biológica à luz não coerente. Segundo a autora a absorção de fótons na região do vermelho do espectro eletromagnético por fotorreceptores, por exemplo, citocromo c oxidase, culmina em um aumento da concentração de ATP intracelular e, conseqüentemente, aumento da atividade metabólica tecidual. Tabela 11 – Índice de melhora de evolução do edema (%) dos grupos placebo e LED, no 6° dia de tratamento. Intervalo (%) 10 – 20 20 – 30 30 – 40 40 – 50 50 – 60 60 – 70 70 – 80 80 – 90 90 – 100 GRUPOS Placebo LED (n=20) (n=20) 0 2 7 2 6 2 0 1 0 0 0 0 0 1 1 4 5 9 Pode-se observar através da figura 11, o gráfico comparativo intergrupo, que os pacientes do grupo submetido ao tratamento com terapia LED, apresentaram significativa melhora no remodelamento tecidual, devido uma maior quantidade de redução do edema apontando para efetividade da terapia testada. 65 Grupo Placebo Frequências 10 Grupo LED 8 6 4 2 90 – 10 0 – 90 70 80 80 – 70 – 60 60 – 50 50 – 40 40 – 30 30 – 20 10 – 20 0 Intervalo (%) Figura 11 - Comparação entre os índices de melhoras do grupo LED vs grupo Placebo no 6º dia pósterapia. A variação de diferentes parâmetros na fototerapia como: comprimento de onda, duração do tratamento, densidade de energia, número de tratamentos, área irradiada, modo contínuo ou pulsado; podem promover diferentes resultados biológicos (PARK et al., 2006). Faria (2006), em estudo que comparou a utilização do LED com um LBP (sem variação de parâmetros), observou maior eficácia do LED na reparação tecidual de tecido tendinoso em comparação ao laser. Deste modo, pode-se observar que os efeitos do LED na prática apresentam eficácia no processo de reparação tecidual. Em nosso modelo de terapia LED gerou resultados promissores com relação à redução do quadro álgico e de edema nos pacientes tratado. Assim, a terapia com LED pode ser sugerida como importante ferramenta terapêutica no tratamento de lesões musculoesqueléticas. Perante os achados bibliográficos foi possível verificar que muitos dos resultados, obtidos com laserterapia, citados por outros autores são semelhantes aos do trabalho desenvolvido. Isso nos permite sugerir que os resultados obtidos pela fotobiomodulação, com a utilização de uma fonte emissora de luz não coerente, são similares aos obtidos com a utilização dos vários tipos de laser de baixa potência, os quais possuem coerência, mas que se perde com o decorrer da profundidade do tecido. Os resultados deste estudo mostram que os efeitos da irradiação com LED otimizam o processo de remodelação do edema e de analgesia, nas entorse de tornozelo de grau II, o que sugere uma alternativa de baixo custo para a TLBP. A determinação do tempo de tratamento, 66 dose e mecanismos que influenciem na recuperação funcional dos tecidos reparados são de fundamental importância para eficácia do tratamento com LED, onde, o estabelecimento de protocolos adequados auxiliará no processo de reparo desses tecidos. Não existem relatos na literatura quanto ao uso clínico do LED nas entorses de tornozelo por inversão de grau II. Não são encontrados padrões nos programas de terapia com relação à dose e duração da aplicação de LED, e as publicações atuais são discrepantes. Considerando os resultados obtidos neste estudo, novas investigações podem ser realizadas, visando, o estudo do LED no visível com doses de irradiações e comprimentos de onda diferentes em outras doenças para que seja possível o emprego desse tipo de terapia em aplicações clínicas fisioterapêuticas. 67 7 CONCLUSÃO Através dos resultados encontrados observou-se que o efeito da terapia clínica para entorse de tornozelo de grau II com LED: • Otimizou a qualidade de remodelação do edema em todos os pacientes tratados, apresentando expressiva diferença em relação aos pacientes do grupo placebo; • Apresentou diferença significativa entre os diferentes dias de mensuração do quadro álgico, com redução mais expressiva e melhor qualidade de vida no grupo tratado. Assim sendo, os fisioterapeutas passam a ter um parâmetro do LED 627 ± 10nm na dosagem de 10 J/cm2 para aplicação em pacientes com entorse de tornozelo por inversão de grau II na fase aguda, uma vez que confirmamos a eficácia analgésica e antiinflamatória desse tipo de diodo emissor de luz. 68 REFERÊNCIAS ALBERGEL, R. P. et al. Biostimulation of procollagen by low energy lasers in human skin fibroblast culture. J. invest. dermatol., v.82, p.395-402, 1984. ALBERTINI, R. et al. Anti-inflammatory effects os low-level laser therapy (LLLT) with two different red wavelengths (660 e 684 nm) in carrageenan-induced rat paw edema. J. photochem. pothobiol, v.89, p.50-55, 2007. ALLOZA, J. F. A. Entorses de tornozelo. Joinville: Associação Catarinense de Ensino, Curso de Especialização em Fisioterapia Ortopédica e Traumatológica. 2000. AMIEL, D.; FRANK, C.; HARWOOD, F.; FRONEK, J.; AKESON, W. Tendon and ligaments: a morphological and biochemical comparison. J. orthop. res., v.1, p.257– 265,1984. 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Esclarecimento dado pelo Pesquisador sobre as garantias do Voluntário da Pesquisa O senhor está sendo convidado a participar desta pesquisa com duração de 06 dias, para avaliação do possível efeito da radiação emitida por um diodo emissor de luz (LED) na região do vermelho na fase inicial do tratamento das entorses de tornozelo, com o objetivo de acarretar informações importantes para aumentar o conhecimento na utilização de equipamento LED para este fim. O número de participantes será de 20 convidados, e terá como população alvo: militares do sexo masculino, de 18 a 23 anos, com critério de inclusão diagnóstico clínico de entorse de tornozelo por inversão de grau II ou grau III e sem antecedentes traumáticos. A participação nesta pesquisa não traz riscos e desconforto a integridade física e moral, como também não há possibilidade de inclusão em grupo controle ou placebo. Os procedimentos adotados nesta pesquisa obedecem aos Critérios da Ética em Pesquisa com Seres Humanos conforme Resolução 10 - CNS 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Com a garantia de esclarecimentos 82 sobre a metodologia, antes e durante o curso da pesquisa, sempre que quiser também poderá pedir mais informações através do telefone da pesquisadora do projeto e, se necessário através do telefone do Comitê de Ética em pesquisa. O senhor tem a liberdade, sem que seja exposto à influência hierárquica militar, de se recusar a participar e ainda se recusar a continuar participando em qualquer fase da pesquisa, sem qualquer penalização ou represália, sem prejuízo financeiro e na continuidade de tratamento. Não terá nenhum tipo de despesa para participar desta pesquisa, bem como nada será pago por sua participação. Com a disponibilidade de tratamento fisioterápico alternativo e a indenização a quem tem direito em casos de danos que a justifiquem, diretamente causados pela pesquisa. Todas as informações coletadas neste estudo são estritamente confidenciais, somente os pesquisadores terão conhecimento dos dados, garantindo que sua identificação não será exposta nas conclusões ou publicações. 5. Consentimento Pós-Esclarecido Eu, __________________________________________________________, portador do documento de identidade número ______________________, órgão _________, declaro que li o termo acima e compreendi para que serve a pesquisa e qual procedimento a que serei submetido. A explicação que recebi esclarece os riscos e benefícios da pesquisa. Eu entendi que sou livre para interromper minha participação a qualquer momento, sem justificar minha decisão e que isso não afetará meu tratamento. Sei que meu nome não será divulgado, que não terei despesas e não receberei dinheiro por participar do estudo. Eu concordo em participar da pesquisa de forma livre e sem qualquer influência hierárquica. Data: ____/____/________ Hora: _____:_____ __________________________________________________ Assinatura do Voluntário da Pesquisa __________________________________________________ Assinatura do Pesquisador Responsável Comitê de Ética em Pesquisa - Prof. Dr. Landulfo Silveira Júnior – Presidente. e-mail: [email protected] Av. Shishima Hifumi, 2911 - Urbanova - 12244-000 - S. J. dos Campos-SP Telefone (012) 3947-1122 / 3947-1121 / 3947-1120 - Fax (012) 3947-1149 [email protected] 83 ANEXO C - QUESTIONÁRIO DE DOR DE MCGILL Proposta de adaptação do Questionário de dor de Mcgill para a Língua Portuguesa. São Paulo, 1995 Algumas palavras que eu vou ler descrevem a sua dor atual. Diga-me quais palavras melhor descrevem a sua dor. Não escolha aquelas que não se aplicam. Escolha somente uma palavra de cada grupo. A mais adequada para a descrição de sua dor 1 1-vibração 2-tremor 3-pulsante 4-latejante 5-como batida 6-como pancada 5 1-beliscão 2-aperto 3-mordida 4-cólica 5-esmagamento 9 1-mal localizada 2-dolorida 3-machucada 4-doída 5-pesada 13 1-amedrontadora 2-apavorante 3-aterrorizante 17 1-espalha 2-irradia 3-penetra 4-atravessa 2 1-pontada 2-choque 3-tiro 6 1-fisgada 2-puxão 3-em torção 10 1-sensível 2-esticada 3-esfolante 4-rachando 14 1-castigante 2-atormenta 3-cruel 4-maldita 5-mortal 18 1-aperta 2-adormece 3-repuxa 4-espreme 5-rasga 3 1-agulhada 2-perfurante 3-facada 4-punhalada 5-em lança 7 1-calor 2-queimação 3-fervente 4-em brasa 11 1-cansativa 2-exaustiva 15 1-miserável 2-enlouquecedora 19 1-fria 2-gelada 3congelante 4 1-fina 2-cortante 3-estraçalha 8 1-formigamento 2-coceira 3-ardor 4-ferroada 12 1-enjoada 2-sufocante 16 1-chata 2-que incomoda 3-desgastante 4-forte 5-insuportável 20 1aborrecida 2-dá náusea 3agonizante 4-pavorosa 5-torturante Número de Descritores Índice de Dor Sensorial.............................................. Sensorial........................................... Afetivo.................................................. Afetivo ............................................... Avaliativo.............................................. Avaliativo ........................................... Miscelânea........................................... Miscelânea ........................................ Total.................................................... Total .................................................. Os sub-grupos de 1 a 10 representam respostas sensitivas à experiência dolorosa (tração, calor, torção, entre outros); os descritores dos sub-grupos de 11 a 15 são respostas de caráter afetivo (medo, punição, respostas neurovegetativas etc.); o sub-grupo 16 é avaliativo (avaliação da experiência global) e os de 17 a 20 são miscelânea