Resenha da Aula Hauanny Rodruigues Tamara Souza Acadêmicas do Curso Licenciatura em Ciências Biológicas Disciplina: Ensino de Biologia no Ensino Médio No primeiro momento da aula, a professora nos apresentou a ementa da disciplina de Ensino de Biologia no Ensino Médio. Ela nos apresentou as diferenças existentes entre as ementas dos anos anteriores e a atual, mostrando que antigamente havia a apresentação de palestras por professores das áreas específicas da biologia. Ela também nos mostrou o porquê de não termos as aulas simuladas, esclarecendo que estas estavam, de certa forma, colaborando apenas para reprodução de técnicas e do conhecimento e não para sua produção. Além disso, os alunos apresentavam seus trabalhos, mas não se preocupavam com a interação existente entre as áreas. A professora esclareceu também que, em relação ao conteúdo biológico, a evolução será tratada como eixo horizontal, em que haverá uma integração com todas as áreas da biologia, uma vez que “Nada em Biologia faz sentido se não à luz da evolução”, Dobzhansky. Um dos objetivos da disciplina será a interligação entre os diferentes estatutos: estatuto conceitual, histórico-social, epistemológico e o ontológico. Outros aspectos da disciplina envolvem discutir a história e filosofia da biologia, a organização do livro didático, a elaboração de estratégias de ensino e de um artigo sobre a construção do conhecimento biológico e suas relações com o ensino de biologia. Debate: Incertezas e as exceções: biologia a ciência da vida? Segundo a leitura e discussão do o texto “Aspectos históricos e filosóficos do conceito de vida: contribuições para o ensino de biologia” – Corrêa, A.L et al 2008, alguns aspectos e questionamentos foram levantados. O primeiro apresentado foi o seguinte: será que podemos incluir/definir vida não só na biologia, mas também na filosofia? Isso foi apresentado devido ao autor do texto apresentar diferentes definições de vida, não só na biologia, mas também citando o conceito de vida segundo Nietzsche, um filósofo do século XIX. Alguns alunos concordaram com a junção da biologia com a filosofia para uma melhor explicação do conceito de vida, outros não. Depois entramos na discussão sobre a importância de conhecer os conceitos biológicos, mas também saber reconhecer e mostrar aos alunos outras definições apresentadas em áreas diferentes. Por exemplo: antigamente a física buscava explicar todas as teorias, de diferentes áreas, através de suas leis. Mas Ernest Mayr, um biólogo alemão, não defendia esse reducionismo. Com o decorrer do tempo, não só a física se interessava em explicar teorias, e outras correntes surgiram para tentar explicar as mesmas. Falamos de diferentes posições filosóficas apresentadas no texto para explicar vida: mecanicismo, vitalismo e organicismo. No vitalismo podemos perceber uma explicação voltada para uma força vital, que não é nem física e nem química (seria essa força vital Deus?). No organicismo entende-se que os organismos apresentam propriedades relacionadas ao todo, os seja, que propriedades de um determinado nível de complexidade pode não decorrer diretamente de suas partes, mas da interação entre elas. Além dessas, outras posições também estavam apresentadas no texto. Outro tópico discutido foi o medo de explicar a evolução nas escolas, que pode levar à uma fragmentação do conhecimento. Na discussão foi levantada uma informação que nos EUA em muitas escolas, a disciplina de evolução não é aceita e, portanto, não é dada aos alunos que, por sua vez, aprendem, em muitos casos, apenas a visão criacionista. Discutimos também sobre a biologia ser uma área com muitos temas sócio-científicos, como a evolução, o uso de embriões, de organismos geneticamente modificados, entre outros. Houve também um levantamento da ideia de Mayr sobre a biologia ser uma área de exceções e incertezas. Como futuros professores devemos sempre pensar e saber que a biologia não é uma área estática, mas dinâmica, que possui várias possibilidades.