ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 23 INTRODUÇÃO O projeto em questão foi desenvolvido a partir de um estudo realizado em toda a cadeia têxtil, com o objetivo de apresentar uma solução para os produtores têxteis, dada a falta da matéria-prima do algodão e o aumento contínuo da demanda por artigos de vestuário. Para tanto, desenvolveu-se o projeto denominado Sexto Elemento, que se resume a implantação de uma planta fabril de produção de fios para a tecelagem a partir de garrafas PET recicladas. Este projeto objetiva ao mesmo tempo a difusão do conceito de sustentabilidade na moda e a apresentação de uma alternativa de matériaprima, para que possa substituir o algodão em igual ou superior qualidade e durabilidade. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 24 1 DEFINIÇÃO DOS OBJETIVOS DO PROJETO 1.1 Objetivo geral O projeto tem por objetivo geral a contribuição para o desenvolvimento do conceito de sustentabilidade na moda no Brasil, através da atuação em um dos pontos da cadeia de produção do segmento da mesma. A escolha desse projeto surgiu a partir do cenário, não apenas nacional, mas internacional, que está desenvolvendo soluções alternativas para agregar o conceito de sustentabilidade á moda. Sendo cada vez mais discutido, o termo “sustentabilidade” na moda, envolve também a questão de ecologia, uma vez que a cadeia compreende diversos processos para a produção do produto final. 1.2 Objetivo específico O objetivo específico do projeto é aproveitar-se da oportunidade do atual cenário que enfrenta o mercado têxtil, mais precisamente afetado pela falta do algodão e pela pressão gerada pelo aumento do consumo do mercado do varejo da moda e da importação dos produtos chineses. Aliado a isso, trazer para mais perto o conceito de sustentabilidade e ecologia, que já são tendências em diversos mercados, para o segmento da moda, tendo como foco, difundir amplamente este conceito. O objetivo principal do projeto está na possibilidade da substituição de parte das atuais matérias-prima utilizadas na indústria têxtil, como por exemplo, ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 25 o algodão. Além de ecologicamente correto, o fio do PET reciclado tem qualidade igual, ou superior, em alguns casos, a alguns tipos de fio. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 26 2 JUSTIFICATIVA DO TEMA ESCOLHIDO Está cada vez mais visível a presença do conceito de sustentabilidade e ecologia nos mais diversos ramos da economia. São diversas as ações realizadas por empresas que procuram alinhar-se com as tendências dos mercados, geradas pelo aumento da conscientização dos consumidores principalmente por fatores como os reflexos do impacto ambiental gerado pela produção e descarte de produtos dos mais diversos gêneros. Não diferente, o segmento da moda está sendo afetado diretamente por estes conceitos, que envolvem processos de transformação em toda a sua cadeia produtiva. Na moda, estes envolvem desde processos complexos baseados na alteração de componentes químicos para o tingimento do tecido até outros como o aproveitamento dos retalhos gerados nos centros de confecção espalhados por todo o país. Apesar de tímido, a sustentabilidade no ramo da moda já completa cerca de quatro anos, no Brasil, quando introduzido no São Paulo Fashion Week em 2007. Desde então foi possível observar alguns poucos estilistas trabalharem com o conceito através do desenvolvimento de peças e acessórios a partir de matérias-prima sustentáveis. São diversas as opções disponíveis mediante o avanço tecnológico que permite o desenvolvimento do mesmo, não somente no Brasil, mas em demais países. As matérias-prima, por exemplo, vem sofrendo alterações genéticas que permitem o desenvolvimento de soluções como o algodão orgânico, gerado a partir de um processo sustentável que não utiliza agrotóxico e adubo, ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 27 além do orgânico. Outras que ganham destaque são as matérias-prima químicas como é o caso do poliéster, poliamida, acrílico e do poliuretano. No caso das matérias-prima químicas destaca-se o polietileno tereftalato (PET), que vem sendo amplamente discutido por diversos atuantes da cadeia. Obtido em duas modalidades, o PET é gerado a partir de um processo de transformação do petróleo em que dá origem a grânulos de poliéster, que posteriormente serão transformados em fios para a tecelagem; já o rePET é obtido através de um processo de reciclagem, que tem como matéria de transformação o plástico das garrafas PET, sendo que após passar por processos mecânicos, darão origem ao PET Granulado. O grande destaque para o uso do rePET está na redução do impacto ambiental que o mesmo gera, por ser um processo gerado a partir da reciclagem das embalagens que são descartadas diariamente no meio ambiente. Na cadeia produtiva do setor da moda seu uso está principalmente direcionado à produção de fios para a tecelagem, que posteriormente darão origem a tecidos produzidos com 100% deste material ou ainda poderão ser misturados a outras matérias, como por exemplo, ao algodão. Diversas marcas como Hering, Timberland, Cantão, Osklen e Grendene já introduziram alguns produtos em suas linhas, acompanhando a tendência de sustentabilidade na moda. Seja através de fios reciclados, orgânicos ou ainda no reaproveitamento dos resíduos de produção, as marcas estão preocupadas em desenvolver produtos que além de serem sustentáveis são de qualidade e durabilidade igual ou superior á algunsfios tidos como naturais. Apesar dos primeiros polímeros da indústria têxtil terem sido desenvolvidos na década de 1980, anteriormente, no período do pós-guerra, ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 28 grupos ativistas espalhados pelo mundo já se manifestavam a favor de causas sustentáveis dada a intensificação dos fenômenos do aquecimento global. Apesar de vários anos terem se passado, a disseminação do conceito ainda caminha a passos pequenos, realidade que deve mudar nos próximos anos. Segundo Leandro Moreira, do website Cultura Mix, os motivos pelos quais o conceito ainda não foi amplamente difundido estão no fato dos consumidores não saberem do que se trata o mesmo, além de não saberem como adquirir produtos dentro deste conceito. No caso das marcas, segundo Leandro, o investimento não é maior, pois existe uma deficiência em mão de obra qualificada para o trabalho com este tipo de produto.1 Como é possível observar existe uma oportunidade no desenvolvimento de novas soluções para o mercado da moda, que compreende uma cadeia de produção extensa e com vários processos. Maior ainda é a oportunidade, quando comparados o potencial do mercado da moda, juntamente com a tendência á sustentabilidade, ecologia e os pequenos investimentos realizados pelas indústrias do ramo, seja no mercado B2B ou B2C. Apesar de pouco difundido, o conceito de sustentabilidade e ecologia para a moda é muito promissor, segundo alguns analistas, que vêem a tendência e o atual cenário econômico mundial como uma oportunidade para a introdução de novas tecnologias de produção, principalmente no setor têxtil. As marcas do varejo, por sua vez ampliarão suas linhas de produção à medida que esse tipo de matéria-prima estiver disponível em quantidade suficiente para o atendimento de sua demanda. 1 Citação da reportagem Sustentabilidade na Moda, por Leandro Moreira, ao website Cultura Mix, em 26 de Setembro de 2009. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 29 É claro o positivismo do atual cenário econômico brasileiro para investimentos, principalmente no setor têxtil, que sofre pelo excesso da demanda e saturação da capacidade de produção. Aliado a isso, a possibilidade de desenvolver processos sustentáveis, produtos ecologicamente corretos e a intensificação do conceito no segmento da moda. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 30 3 BREVE COMENTÁRIO A RESPEITO DO SETOR O setor têxtil brasileiro se destaca dentre o mercado internacional, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial de malha. Com faturamento equivalente a US$ 52 bilhões em 2010, a cadeia produtiva têxtil e de confecção posiciona o Brasil como sendo o país com o quinto maior parque têxtil do mundo, atingindo a marca de 9 bilhões de peças de confecção produzidas anualmente. Ao longo de dez anos foram investidos US$ 13 bilhões em toda a cadeia, sendo que só em 2010, US$ 2 bilhões corresponderam a investimentos em parques fabris, novas tecnologias e capacitação de pessoas. Apesar de apresentar níveis de produção que posicionam o Brasil entre os principais produtores têxteis mundiais, segundo a ABVTEX (Associação do Varejo Têxtil Brasileiro) ainda é insuficiente a produção para atendimento do mercado interno que cresce a percentuais elevados, ano após ano. Somente em 2010, o número de lojas de artigos de vestuário cresceu 13,7% em comparação a 2009, passando de 1553 para 1776 lojas. Segundo a Pyxis (ferramenta de potencial de mercado do Ibope em Inteligência) o varejo da moda deverá movimentar em 2011, aproximadamente R$ 136 bilhões no Brasil. Apesar de atrativo e desafiador, o setor têxtil brasileiro vem enfrentando problemas gerados por fatores macroambientais que o afeta diretamente. Em janeiro de 2011, por exemplo, o setor têxtil apresentou déficit comercial de US$ ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 31 342,3 milhões, resultado da importação de US$ 451,9 milhões contra exportação de US$ 109,6 milhões, segundo a Abit. Um dos grandes problemas enfrentados pelo setor têxtil diz respeito à baixa oferta do algodão, que está gerando um aumento de preço excessivo, e que consequentemente, frente ao dólar desvalorizado, incentiva as importações de outros países. Exemplo disso é o reflexo causado pela decisão tomada pela Índia, em fevereiro deste ano, que decidiu suspender as exportações da matéria-prima, devido ao aumento da demanda do mercado interno e da redução de suas reservas, resultado de problemas climáticos que afetaram sua safra de 2010. Além da Índia, segundo maior produtor e consumidor de algodão do mundo; a China, maior produtor e consumidor da matéria-prima comunicou que semeará apenas 10% mais para a safra de 2011/2012, o que representará uma redução de 550 mil toneladas num total previsto de 6,4 milhões, sendo que grande parte de sua produção também está sendo direcionada para o mercado interno. No caso da China, além de questões climáticas que também afetaram sua produção, a crescente demanda por artigos de vestuário se da pela ascensão social das classes que consomem cada vez mais. Apesar de estar entre os principais produtores de algodão do mundo, com um índice de crescimento da ordem de 90% nos últimos dez anos, o Brasil ainda enfrenta dificuldades tendo que importar grande parte da matéria-prima para a produção. O reflexo para o mercado interno é o aumento do preço da matéria-prima, que consequentemente está refletindo no aumento do preço das peças finais, esse que já chega a 10% se comparado aos meses anteriores. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 32 Um exemplo claro da alta do preço do algodão está em uma análise realizada pelo website Textilia (site especializado em informações do mercado têxtil) em que mostra que o preço do algodão, há alguns anos oscilava entre R$ 2,50 e R$ 3,00 a libra, passando para R$ 8,00 atualmente. Esse aumento de preço será refletido em toda a cadeia que já perde competitividade pela desvalorização do dólar, consequentemente a entrada dos vestuários importados, que representaram em 2010, 68 mil toneladas (correspondendo a US$ 1,073 bilhão) afetará ainda mais o mercado brasileiro. Uma das alternativas utilizadas por diversas empresas do setor têxtil está no uso de matérias-prima alternativas para a produção de tecidos. Neste contexto ganham destaque aquelas originadas a partir de materiais reciclados e ecologicamente corretos, ou conhecidos como sustentáveis. O foco deste estudo está mais precisamente no uso do grânulo de polietileno tereftalato (PET), oriundo de material reciclado de garrafas PET para a produção de fios para a tecelagem. Comparativo sobre reciclagem do PET 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 (%) Japão (2008) Brasil (2009) Europa (2009) Australia (2007) Argentina (2008) EUA (2009) Mexico (2009) 77,9 55,6 48,4 42,3 34 28 18,1 Gráfico 1: Índice de reciclagem do PET. Fonte: ABIPET 2010. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 33 O Brasil posiciona-se como sendo o segundo maior em reciclagem de PET no mundo, ficando atrás apenas do Japão, segundo mostra dados divulgados pela ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET), em dezembro de 2010. Em todo o setor o consumo do PET cresceu em 2009, 7,4% em comparação a 2008, representado por um consumo médio de 521,8 quilo tonelada (Kton), assim como mostra o quadro a seguir: Brasil - Consumo de resina PET 2008 2009 (Kton) (Kton) 410,4 422 Exportação 4,9 1,7 Importação Consumo aparente de PET 80,3 101,5 485,8 521,8 Crescimento 2008/2009 7,40% Vendas no mercado interno mais importação Embalagens para refrigerante, água e óleo foram responsáveis pelo uso de aproximadamente 90% do total de resina virgem colocada no mercado brasileiro em 2009 (417 Kton). Consumo aparente = Produção interna + Importação – Exportação Tabela 1: Consumo de resina PET no Brasil. Fonte: ABIPET 2010. Do total de PET consumido no Brasil, mais de 50% foi reciclado, dando origem a outros produtos, dentre os quais as fibras e os fios têxteis. O volume de PET reciclado cresceu 3,6% de 2008 para 2009, excedendo as expectativas dos analistas, segundo a ABIPET. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 34 Em 2009, o volume de PET reciclado alcançou a marca de 262 Kton com crescimento acumulado de 30% nos últimos dez anos, como mostra o gráfico a seguir: 60 50 40 30 % 55,600 262 54,800 253 53,500 231 51,300 194 47,000 174 47,000 167 142 35,000 105 89 26,300 67 20,400 50 16,200 17,900 40 22 18 50 13 100 30 21,000 150 25,400 200 18,800 Ktons 250 32,900 300 43,000 Brasil - Evolução das Taxas de Recuperação de PET 20 10 2009 2008 2007 2006 2005 2004 2003 2002 2001 2000 1999 1998 1997 1996 1995 0 1994 0 Gráfico 2: Evolução da taxa de reciclagem do PET no Brasil. Fonte: ABIPET 2010. Apesar de pouco atrativo para muitas empresas, o mercado do PET movimentou em 2009, o equivalente a R$ 3,38 bilhões em toda a economia, apresentando crescimento de 9% em relação a 2008. Brasil - Faturamento da indústria PET 2008 2009 (R$ Bi) (R$ Bi) Garrafas e frascos 2,1 2,29 Reciclados Total 1,08 1,09 Total da Indústria PET 3,18 3,38 Tabela 2:Faturamento líquido da indústria PET. Fonte: ABIPET 2010. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 35 A partir da reciclagem do PET, muitas indústrias dão origem a outros produtos como tubos, embalagens, fibras, fios e também materiais têxteis. Os produtos têxteis por sua vez representam 39% do total do PET reciclado destinado para novos fins, como mostra o gráfico a seguir: PET Reciclado - Usos Finais - 2009 2% 9% 6% 39% 10% 15% 19% Têxteis Embalagem Alimentos Tubos Resinas Insaturadas Embalagem Não-Alimentos Laminados e Chapas Fitas de Arquear Gráfico 3: Usos finais para o PET reciclado. Fonte: ABIPET 2010. Desse total, 23% são utilizados para a produção de peças de vestuário como camisetas, calças, saias, vestidos e outros. Os outros 65% estão divididos na produção de não tecidos, como é o caso de enchimentos para edredons, almofadas e bichos de pelúcia (sendo na maioria das vezes os resíduos gerados pela reciclagem do PET utilizados para tal finalidade) e cerdas, cordas e monofilamentos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 36 PET Reciclado - Usos finais Têxteis - 2009 23% 35% 42% Vestuário Não tecidos Cerdas, Cordas e Monofilamentos Gráfico 4: Usos finais do PET reciclado na indústria têxtil. Fonte: ABIPET 2010 Dados revelam que é cada vez maior o consumo do PET como matériaprima de diversos produtos, como mostra o gráfico a seguir: Evolução do consumo de resina PET (Kton) 565 600 500 400 300 255 270 300 330 360 374 471 486 2007 2008 522 406 200 100 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 Gráfico 5: Evolução do consumo de resina PET (Kton). Fonte: ABIPET 2010. 2009 2010 Um dos principais fatores que contribuem para o aumento do consumo da resina do PET está nas vantagens que a mesma proporciona. No caso do setor têxtil é praticamente imperceptível a diferença entre peças produzidas a partir do algodão e peças produzidas com fio doPET reciclado. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 37 De melhor qualidade, assim como dizem alguns especialistas, o tecido gerado a partir do fio do PET, permite a confecção de produtos de maior resistência, com cores tão intensas quanto o tingimento do algodão e com algumas vantagens adicionais, como não amassar com facilidade e não gerar a aparência do tecido chamada de “bolinhas” com o tempo de uso e lavagem. No Brasil, a produção da resina do PET se dá por indústrias químicas que geram o conhecido PET virgem, ou polietileno tereftalato; e outras a partir da reciclagem de garrafas PET, ou rePET. A seguir a evolução do consumo de resina: Capacidade Produtiva de resina PET (Kton) 1200 1000 1000 850 800 720 550 600 400 550 550 450 271 280 284 289 304 302 294 200 0 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 Gráfico 6:Capacidade produtiva de resina PET (Kton). Fonte: ABIPET 2010. O aumento da produção da resina do PET está acontecendo mediante o aumento da demanda por estes produtos, e seu consumo é cada vez maiora medida que a oferta aumenta e seu preço diminui. Um dos grandes agentes da cadeia produtiva do rePET, são as cooperativas e os catadores, que vem contribuindo para o aumento do nível de material PET reciclado. Segundo a ABIPET, se comparados 2004 a 2009 é ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 38 possível observar um aumento de 169% no número de cooperativas de reciclagem, espalhadas por todo o país com mais de cinco anos. Ainda segundo a ABIPET, os recicladores e usuários do PET reciclado, juntos somam cerca de 13.080 pessoas, além dos 24.600 trabalhadores indiretos, que fazem parte da cadeia de reciclagem no transporte, movimentação, serviços e outros. Somente o trabalho de coleta e separação do PET compreende 800 000 trabalhadores/catadores em todo o país como mostra o gráfico a seguir: % Recicladoras com 5 ou mais Anos (% do total) 100 90 80 70 60 50 40 30 20 10 0 70 77 80 86 55 32 2004 2005 2006 2007 2008 Gráfico 7: Número de centros de reciclagem com cinco anos ou mais. Fonte: ABIPET 2010. 2009 Um dado interessante, divulgado pelo Censo realizado pela ABIPET em 2010, está na origem do PET que é comprado pelas indústrias de transformação. Apesar do crescente número de cooperativas e centros de coleta de reciclados, grande parte do PET ainda é comprado de outras fontes que não estas. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 39 De onde você compra as suas garrafas PET? Outros 44,00% Catadores 37,00% Cooperativas 19,00% Gráfico 8: Representatividade das vendas do PET por fornecedor. Fonte: ABIPET 2010. Outro dado importante divulgado através do Censo, diz respeito à facilidade na obtenção do PET para produção. Assim como mostra o gráfico abaixo, conforme aumenta o volume de produção e reciclagem do PET, seja pelas indústrias químicas ou centros de coleta e reciclagem, fica mais fácil o acesso à matéria-prima que por sua vez incentiva o consumo por parte das indústrias. Você tem dificuldade, atualmente, para obter PET para a compra? Sim, está difícil como antes 9,00% Não 56,00% Sim, está cada vez mais difícil 35,00% Gráfico 9: Disponibilidade da matéria-prima do PET no mercado. Fonte: ABIPET 2010. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 40 Através destes dados é possível traçar um panorama positivo com relação ao uso de matérias-prima alternativas no setor têxtil. Não somente o uso de garrafas PET recicladas, mas outras como o algodão orgânico, algodão transgênico, a escama de peixe, a lã ecológica, o couro vegetal e outras, estão aos poucos substituindo as principais fontes de matéria-prima até então conhecidas. Intenção quanto ao uso do PET Reciclado 80% 70% 60% 50% 40% 30% 20% 10% 0% 2006 2007 2008 2009 Aumentar o uso 50% 56% 55% 74% Manter 33% 31% 39% 22% Reduzir 17% 13% 6% 4% Gráfico 10: Intenção das empresas em utilizar o PET reciclado. Fonte: ABIPET 2010. Mesmo que tímido, até o presente momento, o conceito de sustentabilidade na moda, deverá difundir-se nos próximos anos, principalmente dado fatores como a intensificação dos efeitos do aquecimento global, que comprometem a produção, não somente de algodão, mas de diversas matérias-prima; além do aumento da conscientização das pessoas em relação ao consumo e descarte de produtos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 41 Frente a esses dados, é esperado um cenário otimista para o investimento na indústria de transformação do rePET em fios para a tecelagem. Com isso gerando uma expectativa decrescimento natural da demanda por produtos de vestuário gerados pelo fio do PET, que deverão substituir as atuais peças feitas de algodão, a um preço mais competitivo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 4 CONTEXTUALIZAÇÃO DO CONCEITO 42 DE SUSTENTABILIDADE NO BRASIL E NO MUNDO 4.1 Histórico do conceito da sustentabilidade na moda Desde o processo de industrialização na sociedade, o mundo vem sofrendo modificações. Antigamenteos recursos naturais disponíveis eram usados para consumo de uma determinada região ou da família, que produzia e utilizava o que tinha ao seu alcance. Atualmente com o capitalismo, advento da tecnologia e globalização, o consumo se tornou uma rotina para a sociedade, fazendocom que a economia se movimente. A cultura do consumo trouxe pontos positivos para a humanidade, como o acesso a produtos antes jamais imaginados, além do crescimento da inovação em busca de suprir ou expor um novo desejo ou necessidade de consumo no mercado. Porém, existem também as consequências deste desenvolvimento, como a escassez dos recursos naturais utilizados pelas empresas. Sendo este um dos temas mais debatidos na atualidade, fica a dúvida de como equilibrar o desenvolvimento econômico com a utilização racional dos recursos naturais do planeta, sem prejudicar as gerações futuras. A população começou a se manifestar sobre questões ambientais nos anos 60, com o movimento dos “hippies” que adotaram a causa ambiental como seu estilo de vida. Porém, em níveis acadêmicos, a discussão sobre o assunto se deu no início da década de 1970, por uma entidade formada por ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 43 intelectuais e empresários italianos, denominada de o “Clube de Roma”, sendo que a mesma surgiu a partir de discussões que tinham em pauta a preocupação pela preservação ambiental, que chegou a divulgar estudos científicos conhecidos como “Os Limites do Crescimento”, dando início à discussão do tema de sustentabilidade, popularmente conhecido como o uso consciente dos recursos naturais, na era industrial. No ano de 1972, em consequência desta publicação, este tema ganhou importância em uma esfera mundial, sendo abordada na Conferência das Nações Unidas de Estocolmo. Vale ressaltar que neste período a opinião pública ganhou mais força já que, o surgimento do Greenpeace se deu na mesma década. Em 1987, a Comissão Mundial para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, na Noruega, elaborou um documento denominado “Nosso Futuro Comum” também conhecido como Relatório Brundtland, onde os governos signatários se comprometiam a promover o desenvolvimento econômico e social em conformidade com a preservação ambiental. (CMMAD, 1987) Segundo esse relatório, a definição de sustentabilidade resume-se à: “em que o desenvolvimento sustentável é aquele que atende as necessidades do presente sem comprometer as possibilidades de as gerações futuras atenderem suas próprias necessidades”. (GONÇALVES, 2005) Desde então, foram realizados diversos encontros em que países discutiram a relação da sustentabilidade no mercado mundial. Um exemplo foi o Rio Summit Agreement (Rio 92) no ano de 1992, organizado pela ONU, em que se assinou a Agenda 21, em que cada país participante criaria a sua Agenda 21 comprometendo-se a refletir globalmente e localmente, sobre como os governos, empresas, organizações não-governamentais e toda a sociedade poderiam cooperar na busca de soluções relacionadas aos problemas sócioambientais. Outro exemplo foi a conferência de Kyoto de 1997, em que tratou o ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas tema do aquecimento global, na qual os países participantes 44 se comprometeram a diminuir a emissão de gases para amenizar o efeito estufa e que segue em pauta até o presente momento. 4.2 Como o conceito de sustentabilidade foi desenvolvido no Brasil e sua aceitabilidade O Brasil mostra-se preocupado com o desenvolvimento sustentável, mesmo sendo um país emergente e sua economia formada em grande parte por uma produção em massa. O país acompanha as conferências e tratados relacionados ao tema, tentando alinhar de maneira mais consciente o seu desenvolvimento através da sustentabilidade. De acordo com o Indicador de Desenvolvimento Sustentável (IDS) referente ao ano de 2010, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o país em comparação ao ano de 2007, manteve seu ritmo de crescimento econômico e evoluiu nos principais indicadores socioambientais analisados. Apesar de ainda serem necessárias muitas melhorias, é possível observar que o governo, as empresas privadas e a população estão trabalhando para alcançá-las. A preocupação da sociedade e dos governos com o meio ambiente culminou em estudos e desenvolvimento de meios alternativos, que de forma sustentável, contribuíssem para o dia-a-dia dos mesmos. Vale ressaltar que a população, com o passar dos anos, vem fundamentando uma “consciência verde”, ou seja, aquela em que está diretamente relacionada ao consumo e descarte de produtos de forma que não ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 45 agrida o meio ambiente. Muitas das suas ações estão embasadas nestes valores, sendo que as novas gerações não se preocupam somente com o conforto, beleza e status, mas também com o impacto gerado pela produção, consumo e descarte destes produtos no meio ambiente. É possível observar, por exemplo, que o mercado vem sentindo-se pressionado pela cobrança gerada, pela chamada “geração verde”, que está ligada diretamente ao conceito de consumo saudável e sustentável. As empresas por sua vez tentam se adaptar a esta nova cultura de consumo, através de ações que contribuam para a preservação do meio ambiente, exemplo disso é a busca pela diminuição na emissão de gases poluentes, com o estudo e desenvolvimento de novos produtos como carros elétricos menos poluentes, construções ecologicamente corretas, papel reciclado, plástico reciclado e entre outros. No mercado da moda este processo de preocupação com o meio ambiente não é diferente. Países de grande influência na moda internacional estão realizando eventos para destacar novos estilistas e até mesmo estilistas renomados, que optaram pela moda verde em suas grifes. A feira Prêt à Porter Paris, que ocorre na capital francesa, sendo uma das mais renomadas neste ramo, criou em setembro de 2006, um espaço chamado So Ethic, onde as grifes expositoras tinham como finalidade apresentar seus produtos que se encaixassem no conceito de sustentabilidade. No ano de 2010, para a edição primavera/verão, 50 empresas participaram do espaço em comparação aos 20 expositores do ano de 2006, sendo hoje um dos espaços de maior importância no evento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 46 A busca deste mercado pela adaptação às exigências do novo consumidor é constante. Escolas de modas, por exemplo, acrescentaram em suas grades de ensino os temas de sustentabilidade e ética, como é o caso da renomada escola de moda britânica Central Saint-Martins, que possui a matéria desde 2008, em seu currículo no curso de graduação. Em dezembro de 2010, foi inaugurado em Paris o Centre Commercial, um novo local em que se vende o conceito e a moda sustentável. No Brasil o mercado da moda sustentável começou a dar os seus primeiros passos no São Paulo Fashion Week de 2007, ano em que a Osklen apresentou seu primeiro desfile em que suas roupas foram confeccionadas com materiais alternativos, como o fio do PET reciclado. Desde então alguns estilistas brasileiros começaram a trabalhar com este conceito. Outro movimento criado no país para divulgação do conceito foi o concurso Eco Fashion Brasil, em que seu propósito é a busca de novos talentos na moda, além de novas formas de criação com matérias-prima alternativas. Outro ponto que este concurso visa é a conscientização acadêmica, ou seja, que as faculdades de moda do Brasil adicionem o tema sustentabilidade em sua grade de formação. Esta visão acadêmica já pode ser presenciada em alguns cursos como, por exemplo, o curso de moda sustentável oferecido pelo Senac de São Paulo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 47 4.3 Disparidade cultural na qual a moda sustentável está mais arraigada, comparada ao Brasil e suas possíveis consequências para o mercado brasileiro A preocupação com a sustentabilidade na modateve início na década de 1970, na Europa, onde a população começou a se preocupar com a origem e qualidade dos alimentosque consumiam e que acabou por estender-se para a linha de vestuário. Em 1980, com o incentivo dos ambientalistas, as preocupações se voltaram para a produção de matéria-prima, tendo como alvo principal o algodão, dando início a produção do algodão orgânico e as primeiras vestimentas ecologicamente conscientes. O Brasil produziu sua primeira camiseta sustentável no ano de 1993, pela indústria têxtil Filobel, situada em Jundiaí no estado de São Paulo, sendo a primeira empresa a se adaptar às exigências de produção ecológica instaurada pelo Instituto de Pesquisa Hohentein da Alemanha, membro da Associação Internacional para Pesquisa e Teste no setor da Ecologia Têxtil. (BERLIM, 2009). Como dito anteriormente, atualmente existem eventos, cursos e incentivos do uso de matérias-prima sustentáveis para a confecção de peças e acessórios para vestuário, tanto em países pioneiros, como é o caso da França e do Reino Unido e também para o mercado emergente, como o Brasil. É possível ver que marcas de luxo e tradição como a empresa LVMH, fabricante das bolsas Louis Vuitton, e a marca de alta costura Yves Saint Laurent, estão se adaptando a este novo mercado, criando produtos, e alterando seus processos, baseando-se no conceito de ecologicamente ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 48 correto. Nota-se também que empresas de vestuários voltadas para o público da classe média, conhecidas como lojas de departamentos, exemplos destas Zara e C&A também já aderiram a esta nova tendência. Todas estas empresas procuram se concentrar no que lhe são cobrados pelo seu público consumidor, conscientes e preocupados com o impacto que podem gerar a compra de uma peça de roupa ou acessório. Parte desta se dá em consequência da divulgação de formadores de opinião, como é o caso de renomados estilistas, destaques em documentários, noticiários e também no ramo acadêmico. No Brasil, além da marca pioneira, Osklen, algumas pessoas de grande influência no ramo da moda criaram entidades e movimentos em prol da “consciência verde”, como no caso da editora e consultora de moda Chiara Gadaleta-Klajmic que criou o movimento Ser Sustentável com Estilo (S.S.E), sendo grande repercursora do consumo consciente, realizando parcerias para divulgação de produtos e empresas com a mesma sinergia que a S.S.E possui. O Brasil está sofrendo mudanças consideráveis em sua cultura de consumo. A população está passando por uma reestruturação piramidal que está diminuindo o número de pertencentes à classe baixa e aumentando principalmente a população da classe média. Isso é positivo quando analisada a questão de que seu poder de compra vem crescendo, permitindo que essas pessoas, consumam novas classes de produtos. Com a ascensão das classes é possível aproveitar-se do processo de consumo e em vez de esperar que esta tendência se torne uma rotina no país para então introduzir o consumo consciente, trabalhá-lo paralelamente aproveitando-se da oportunidade oferecida pelo mercado. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 49 O grande desafio presente no Brasil em relação a sua cultura é a conscientização, ainda não tão presente na população como no caso dos países europeus. Esta se dá por estar diretamente relacionado à dificuldade de entendimento sobre o tema e sua importância para o ecossistema. Apesar disso é possível dizer que a tendência vem se consolidando, já que, o investimento das marcas e indústrias neste ramo está crescendo de forma positiva e progressiva. 4.4 Tecnologias aplicadas à produção de matéria-prima para tecidos ecológicos nos países pioneiros e o contraste com a infraestrutura brasileira De acordo com as pesquisas realizadas para entendimento da tecnologia utilizada na produção de fios para tecidos a partir do PET reciclado, constatou-se que o know-how e inovação neste setor se encontram em outros países, como o caso da empresa alemã Lurgi Zimmer que possui mais de 50 anos de mercado em produção de maquinários para processo do PET no setor têxtil. Não existe disparidade de tecnologia destes maquinários entre os países pioneiros, com a tecnologia utilizada no Brasil; o grande desafio para o mercado têxtil brasileiro se encontra na importação destes produtos. Para a aquisição dos mesmos, existe um processo que pode se tornar dispendioso em tempo e capital para as empresas brasileiras; sendo estas a forma de pagamento dos maquinários, uma vez que o valor dos mesmos é calculado na moeda do país de origem de seus fabricantes, sendo suscetível a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 50 variação cambial podendo encarecer o produto, outro fator é o tempo de produção, já que estes maquinários são feitos sob pedidos. O processo de importação desde sua saída do país de origem até sua chegada a planta fabril, também é um ponto relevante, levando em consideração a infraestrutura portuária e rodoviária do país, o que se torna um desafio para a elaboração do projeto logístico e consequentemente acarreta no custo do maquinário. Vale ressaltar que a parte de manutenção, treinamento e técnicos para manuseio destes maquinários se torna outro desafio para a empresa, sendo abordada de forma mais completa nos plano de Recursos Humanos e Gestão de Operações. 4.5 Solução para uma difusão mais assertiva do conceito no Brasil e o motivo desta ação A partir das pesquisas realizadas, é possível concluir que o consumo de produtos sustentáveis é uma forte tendência e que está se tornando um hábito comum entreos consumidores. As empresas por sua vez estão procurando se adequar a este novo mercado. No ramo da moda o mesmo fenômeno ocorre, de forma que toda a cadeia produtiva está se adaptando, em processos, recursos (materiais e humanos) e produto, ou seja, o conceito está crescendo no Brasil e a oportunidade se torna evidente para investidores que possuem a visão de que, a sustentabilidade, especialmente na moda, está em alta e veio para ficar. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 51 Os desafios de adentrar-se neste novo mercado são grandes. Dentre eles é possível citar; melhor divulgação do conceito na sociedade, formas inovadoras de comunicação, busca por parcerias para recolhimento de matériaprima no caso do PET reciclado, importação de tecnologias de ponta, capacitação de mão de obra, entre outros. O mundo por sua vez, segue um ritmo em que a consciência ambiental e as consequências de um consumo em excesso, estão sendo repensadas por muitos consumidores que buscam a realização não somente na compra de um produto ou serviço, mas também no fato dessa ação ter impacto positivo na sociedade e no meio ambiente, criando assim um caminho em que a produção sustentável irá se tornar uma necessidade e não uma tendência ou diferenciação de mercado, que atende a um determinado nicho. Será para todos e exigidos por todos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 52 5 ANÁLISE MACROAMBIENTAL 5.1 Ambiente econômico No ambiente econômico, é preciso identificar tendências econômicas relevantes do setor têxtil que geram impactos ao poder de compra, o qual depende da renda, do preço, da poupança, do endividamento e do crédito que circula em mercado, uma vez que este poder de compra tem uma relação próxima com as políticas econômicas. Nos dias atuais, de acordo com os dispositivos constitucionais, elaborase, a partir da comissão mista de planos, orçamentos públicos e fiscalização, um relatório de diretrizes orçamentárias o qual dispõe acerca das metas para os gastos públicos. Este relatório, baseando-se no do ano de 2011, contempla projeções de indicadores macroeconômicos em um período de 2011 a 2013, em que o governo trata destes gastos a partir de parâmetros que servem como metas a se alcançar. Ainda, caso ocorram mudanças substanciais nessas expectativas, o próprio Poder Executivo se encarregará de revisá-las. Projeções Macroeconômicas 2011/2013 Discriminação 2011 2012 PIB (crescimento real % a. a.) Taxa SELIC Efetiva (média % a.a.) Taxa de Câmbio (R$/US$ em dezembro) IPCA acumulado em 12 meses Dívida Líquida do Setor Público (% PIB) Salário-Mínimo (R$) 5,5 5,5 8,71 8,71 1,88 1,88 4,5 4,5 36,7 33,9 535,9 588,9 Tabela 3: Projeções macroeconômicas para 2011, 2012 e 2013. Fonte: PLDO 2011. 2013 5,5 8,79 1,94 4,5 30,8 649,2 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 53 Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) é idealizado para uma economia estável, sem grandes interferências, porém, diante de uma economia livre, submetida às forças do mercado em constantes mudanças, forma-se um hiato entre realidade e metas, ou seja, mesmo com o comprometimento máximo da administração pública sempre existem ajustes e revisões a serem realizados. A inflação tem se destacado pela disparidade entre as projeções e a meta, mesmo com um histórico positivo do cumprimento das metas nos últimos sete anos, o Comitê de Política Monetária – COPOM, em sua reunião número 157, de março de 2011, reconheceu as incertezas em relação ao assunto na seguinte frase: Em suma, o COPOM reconhece um ambiente econômico em que prevalece nível de incerteza acima do usual, e identifica riscos elevados à concretização de um cenário em que a inflação convirja tempestivamente para o valor central da meta. (RELATÓRIO DE INFLAÇÃO, 2011, p. 92) Nesta mesma ata, o COPOM atribui a alta dos alimentos como um dos maiores responsáveis pela alta da inflação, que teve início no último trimestre de 2010, e vem persistindo devido aos choques de ofertas domésticas e externas. Ainda, no que concerne a um cenário futuro, o COPOM avaliou a manutenção ou até crescimento da inflação nos três trimestres de 2011, em função da inércia trazida de 2010. Diferentemente, a partir do quarto trimestre, o COPOM ponderou que o cenário central indica tendência declinante para a inflação acumulada em doze meses, ou seja, deslocando-se na direção da trajetória de metas. (RELATÓRIO DE INFLAÇÃO, 2011). O relatório Focus de Distribuição de Frequência das Expectativas de Mercado para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 54 os anos de 2011 e 2012, divulgado em 07 de fevereiro de 2011, pelo Banco do Brasil, projetou que a grande maioria do mercado tem ajustado suas expectativas em relação à projeção do IPCA, isto é, os dados deste relatório, ao efetuar a pesquisa no período de 30 de julho de 2010, indicam uma expectativa do IPCA de 4,6% para 2011 e 4,6% para 2012. Já os dados em relação a 4 de fevereiro 2011, indicam uma perspectiva de 5,6% para 2011 e 4,6% para 2012, ambos com uma curva menos concentrada, ou seja, existe uma maior distribuição das expectativas; há mais incertezas e oscilações quanto ao índice de inflação, conforme se verifica no gráfico a seguir: Imagem 1: Gráfico de evolução recente das distribuições de frequência das expectativas de mercado para o IPCA. Fonte: Relatório FOCUS - 2011 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 55 A inflação é um dos principais índices monitorados pelos agentes econômicos devido ao período de hiperinflação vivido no Brasil antes do Plano Real (1994), em que havia instabilidade do poder de compra de um dia para o outro, tornando as relações comerciais inviáveis e causando o afogamento da economia. No que tange à construção de uma planta fabril para a produção de fios têxteis a partir do PET reciclado, os índices de inflação projetados para os próximos anos, ainda que exista uma tendência de superar moderadamente as metas do governo, são considerados sobre controle e teriam impactos diretos de baixa relevância. Em relação ao mercado, o preço do algodão, segundo levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV), atingiu seu maior patamar em 11 anos em fevereiro de 2011, com uma inflação acumulada em 12 meses de 170,56%. A tendência de alta nos preços deve ser crescente uma vez que a plantação de algodão competirá por espaço com alimentos, além de sua escassez dada redução nas exportações de países como China e Índia, obrigando as tecelagens a procurarem demais alternativas. No que concerne à taxa de juros, sua elevação é uma ferramenta utilizada para manter o equilíbrio do balanço de pagamentos, uma vez que a abertura comercial e o câmbio valorizado tornam o balanço deficitário, não se esquecendo, ainda, que as reservas são necessárias na sustentação do sistema. Por outro lado, a contrapartida de uma taxa de juros elevada é o desaquecimento da economia, com uma relação risco-retorno muito atrativa das aplicações financeiras; o capital vital para as indústrias investirem em ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 56 tecnologia e se tornarem competitivas em uma economia globalizada fica escasso, onerando os juros dos empréstimos diretos. Com a atração de capital exterior a partir da alta taxa de juros, o Real se valoriza barateando o custo de importação, gerando a chamada ancora cambial. Devido ao poder da mencionada taxa de juros, pode-se, também, como uma segunda forma de sua utilização, controlar os índices de inflação a fim de estabilizar o mercado. O Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) projetou uma taxa SELIC efetiva média de 8,71% a.a. para 2011, 8,71% a.a. para 2012 e 8,79% a.a. para 2013. O relatório Focus de Distribuição de Frequência das Expectativas de Mercado para taxa SELIC, divulgado pelo Banco do Brasil (07/02/2011), aponta uma taxa 12,75% a.a.; a expectativa é para o período de 12 meses na frente da data da pesquisa (04/04/2011). Pode-se observar a partir do relatório que as expectativas estão subindo. Evolução recente das distribuições de Frequência das Expectativas de Mercado para a SELIC Imagem 2: Gráfico de evolução das distribuições de frequência das expectativas de mercado para a SELIC. Fonte: Relatório FOCUS – 2011. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 57 De acordo com o COPOM na referida ata, embasado nas incertezas em relação aos índices de inflação, este optou por aumentar a taxa SELIC em 0,5 p.p. para 11,75% a.a., mas em reunião mais recente realizada no mês de abril/2011 o COPOM preferiu novamente por aumentar a SELIC, desta vez em 0,25 p.p., passando a ser 12% a.a. Os agentes econômicos do governo usam frequentemente o aumento da taxa SELIC para combater a inflação. Levando-se em consideração a mesma para o desenvolvimento do projeto em questão, entende-se que a principal consequência é a dificuldade em conseguir linhas de crédito necessárias para sua implantação, por exemplo, no momento da compra de maquinários, capital de giro, entre outros. O aumento da SELIC pode resultar em menos capital disponível para os consumidores em geral, uma vez que esse enxugamento monetário também impacta em uma quantidade menor de capital para toda a economia. O câmbio também é mais uma variável importante a ser avaliada, pois é um dos fundamentos do Plano Real e pode ter grande influência na economia. Uma taxa de câmbio valorizada ajuda a segurar os preços do mercado interno e estimula a concorrência entre empresas locais com empresas de outros países, ampliando o universo para concorrência. O Brasil utiliza política cambial “suja”, ou seja, existem certas bandas em que o câmbio pode se movimentar livremente, mas quando as cotações se aproximam das extremidades o Banco Central interfere comprando ou vendendo Dólar de acordo com a necessidade. Conforme o Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) as metas para taxa de câmbio do Real em relação ao Dólar são de 1,88 R$/US$ em dezembro de 2011, 1,88 R$/US$ em dezembro de 2012 e 1,94 R$/US$ em ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 58 dezembro de 2013. Atualmente a taxa de câmbio vem seguindo a coerência do COPOM, com grandes incertezas em relação ao cumprimento da meta da inflação, as medidas tem se baseado em aumentar a taxa SELIC e uma política de câmbio mais valorizada, com intuito de conter o aumento dos preços. A seguir é exposto um gráfico que ilustra a tendência de desvalorização do Real frente ao Dólar nos últimos seis meses, até chegar a mais recente divulgação em 28 de outubro de 2011, em que a cotação para a compra de 1 US$ esta em R$ 1,69. Cotação em Real para compra US$ 1,8536 1,9 1,8 1,6979 1,7 1,6 1,5791 1,5603 1,5555 mai/11 jun/11 jul/11 1,5864 1,5 1,4 ago/11 set/11 out/11 Cotação em Real para compra Gráfico 11: Fechamento da Ptax para compra de US$. Fonte: Banco Central. Em relação a uma planta fabril de fios para tecelagem, um câmbio menos valorizado, por um ladopode significar maior competitividade dos produtos nacionais frente aos importados, mas ao mesmo tempo, encarece o custo do maquinário que é importado, fazendo com que a empresa necessite de mais capital para investimento. A atividade industrial é considerada uma variável ambiental crítica, pois está relacionada com a geração de riquezas de uma economia. O seu índice ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 59 indica aquecimento ou não das atividades de transformação, em outras palavras, sinaliza a perspectiva da demanda para o setor secundário, aquele que irá fornecer matéria-prima já beneficiada para outras indústrias, como no caso da indústria de fios. Segundo a ata do COPOM, a atividade fabril ainda encontra-se sem sinais relevantes e robustos quanto à entrada em novo ciclo de alta. A produção industrial obteve alta de 0,2% em janeiro, de acordo com dados fornecidos pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Quanto à produção neste mesmo mês, o índice é 2,6% menor em relação à produção observada em março de 2010. Já a taxa de crescimento da média móvel trimestral ficou em -0,2% no período de outubro a janeiro. Entre os bens de consumo duráveis (dados IBGE) o crescimento foi de 6% em janeiro, em relação ao mês anterior, enquanto os bens de consumo não duráveis e semiduráveis expandiram em 0,2%. No mesmo período, a produção de bens de capital cresceu 1,8%, enquanto a de bens intermediários registrou recuo de 0,4%. Impende lembrar que o crescimento da atividade da indústria de bens de capital, no acumulado de 12 meses, é o maior entre as categorias de uso, com expansão de 20,4%. Tal comportamento evidencia a robustez do investimento, fator relevante na retomada econômica do período pós-crise. O Brasil está mostrando maturidade no que se refere às Políticas Econômicas; atualmente, o país tem a frente o terceiro Presidente da República após a implementação oficial do Plano Real em 1994, os quais deram continuidade e demonstraram coerência com o manejo das políticas econômicas, o que vem sendo também, executado pela atual presidenta, elevando o patamar do país no que se refere à confiança. O gráfico a seguir ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 60 refere-se ao índice EMBI+Brasil que registra a classificação de risco elaborado pelo banco de investimentos J.P. MORGAN e ilustra a queda no Risco País. Imagem 3: Risco Brasil – EMBI + Brasil. Fonte: IPEA. O Brasil tem consolidado seu crescimento econômico, mesmo diante de cenários adversos, como o da crise imobiliária americana em 2008 - que desencadeou a crise financeira mundial - apresentando um crescimento do PIB de 7,5% a.a. em 2010. O crescimento foi tão grande que houve um avanço da inflação um pouco maior que o previsto, mas que vem sendo contido pelas políticas econômicas adotadas e que pouco deve alterar o status do país como “bola da vez” para investimentos, em função de seu crescimento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 4: Resumo da 1ª variável economica macroambiental– VAC. Imagem 5: Resumo da 2ª variável economica macroambiental– VAC. 61 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 6: Resumo da 3ª variável economica macroambiental – VAC. Imagem 7: Resumo da 4ª variável economica macroambiental – VAC. 62 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 63 5.2 Ambiente político-legal No ambiente político legal é possível observar que não existem leis de incentivo ou barreiras específicas para um ponto da cadeia têxtil. De forma geral, o setor têxtil até pouco tempo, apesar de representar 5,5% do PIB da indústria de transformação, segundo a ABIT, era pouco incentivado por programas governamentais ou leis de incentivo. A seguir estão descritas algumas das principais variáveis relacionadas ao ambiente político legal: Criado em 2008 o “Programa de Desenvolvimento Setorial de Têxtil e Confecção” foi planejado para 15 anos (até 2023) e tem como objetivo principal “a articulação, construção, coordenação, monitoramento e avaliação de ações estratégicas para a cadeia têxtil e de confecção”. (ABDI) Controlado pela ABID (Associação Brasileira do Desenvolvimento Industrial) em parceria com a ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil) além de outras empresas, instituições de pesquisa e universidades, o programa espera incentivar o desenvolvimento de toda a cadeia através de incentivos governamentais em tecnologia, pesquisa e desenvolvimento, além de linhas de financiamento específicas para o setor. Outra variável é a Lei 8.666/93 – Lei das Licitações, que tem como objetivo principal dar vantagem competitiva ás indústrias brasileiras frente às estrangeiras, em licitações do governo, levando em consideração fatores importantes como aspectos sociais e ambientais. A alteração dessa lei permitiu ao setor, de certa forma, maior competitividade e consequentemente maiores ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 64 lucros e investimentos por parte dos produtores conforme descrito a seguir no Art 3º, par. 2º, inc I (Revogado), II, III e IV. “Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia e a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos.” “§ 2º Em igualdade de condições, como critério de desempate, será assegurada preferência, sucessivamente, aos bens e serviços: I – Produzidos ou prestados por empresas brasileiras de capital nacional; (Revogado); II - produzidos no País; III - produzidos ou prestados por empresas brasileiras; IV - produzidos ou prestados por empresas que invistam em pesquisa e no desenvolvimento de tecnologia no País.” Apesar de simples, o incentivo gerado pela alteração da Lei 8.666/93 impacta positivamente toda a cadeia têxtil, puxada por uma demanda considerável de produtos têxteis pelo governo. Um fato importante a ser destacado é que a alteração do inciso I, parágrafo 2º do Art 3º tem como objetivo promover o desenvolvimento nacional sustentável, devendo ser levado em consideração no julgamento das propostas fatores como, geração de emprego, utilização de tecnologia nacional, geração de tributos para o estado e município, dentre outros. Outro ponto de análise é o aumento do limite do empréstimo do governo federal (EGF) para produção de algodão, que passou de R$ 10 milhões para R$ 20 milhões no ano de 2010. Esse incentivo visa atender a demanda crescente pela matéria-prima no Brasil, e não somente, mas também atender ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 65 ao mercado internacional, tanto na venda do fio do algodão como na comercialização de peças para vestuário. O incentivo pode ser visto com bons olhos do âmbito do produtor de algodão e dos atuantes da cadeia têxtil que se utilizam desta matéria-prima para a produção de tecidos e fios, porém, esse incentivo leva a questões ambientais contraditórias que dizem respeito ao desenvolvimento de uma cultura que contamina o solo e avança sobre as plantações de alimentos. A cultura do algodão é considerada como o terceiro maior absorvente de água irrigada na agricultura, segundo Francisco Ferreira da revista Textilia, além de ser a que mais utiliza agrotóxicos no mundo e matar milhares de pessoas todos os anos pela contaminação por exposição a pesticidas. Do âmbito do produtor de fios químicos, o incentivo pode ser tido como uma ameaça pelo fato de tornar a matéria-prima menos competitiva frente ao algodão. O estímulo à produção de algodão compete com a produção de fios químicos que vem crescendo com o passar dos anos, devido ao aumento do consumo por parte da população e da falta da matéria-prima em quantidade suficiente. Assim como o incentivo para a produção do algodão, a medida provisória do Governo Federal (Portaria Secex nº 23),que permite as empresas importar até 10 mil toneladas de algodão com alíquota zero, prejudica o setor de produção de fios químicos, pela redução da competitividade da matériaprima em relação ao seu preço de venda. Criada em 4 de Abril de 2011, a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil, tem como objetivo principal defender os interesses dos atuantes da cadeia têxtil, levando até o parlamento questões fundamentais para o desenvolvimento ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 66 e sobrevivência das indústrias têxteis nacionais frente ao cenário econômico mundial e consequentemente o mercado interno. São esperados resultados positivos com a organização desta frente parlamentar, que já vem lutando por melhorias no setor têxtil nacional, a fim de melhorar a competitividade dos produtos brasileiros no mercado interno e externo. Imagem 8: Resumo da 1ª variável político-legal macroambiental – VAC. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 9: Resumo da 2ª variável político-legal macroambiental – VAC. Imagem 10: Resumo da 3ª variável político-legal macroambiental – VAC. 67 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 11: Resumo da 4ª variável político-legal macroambiental – VAC. Imagem 12: Resumo da 5ª variável político-legal macroambiental – VAC. 68 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 69 5.3 Ambiente demográfico Segundo Phillip Kotler, “... a primeira força macroambiental que os profissionais de marketing monitoram é a população, porque os mercados são compostos de pessoas...”.(KOTLER, Phillip, 2005, p 162). Dentro desse contexto, salientam-se análises de taxas de crescimento, faixas etárias, níveis de escolaridade e padrões domiciliares. Desta forma, o estudo do macroambiente demográfico tem início a partir de dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) no qual aponta um crescimento de 8,56% na população brasileira entre os anos de 2000 e 2010. A partir desse dado, buscou-se a medição de tendências e estimativas de cenários futuros, para que se tenha maior embasamento para qualquer tipo de tomada de decisão. Não diferente é a análise do cenário demográfico para a realidade da indústria têxtil no Brasil, principalmente a qual possui foco na mente do futuro consumidor, o jovem (e também os demais consumidores) de hoje que já possuem opiniões e pensamentos a partir de conceitos amplamente discutidos, como a sustentabilidade e meios alternativos de produção dos mais diversos tipos de produtos e serviços. Através de dados obtidos pela pesquisa “Os Jovens e o Consumo Sustentável”, realizada em 24 países ao redor do mundo (incluindo o Brasil – 259 entrevistas domiciliares) aplicada no ano de 2001, pelo Instituto Akatu, pelo Consumo Consciente e da Indicator Opinião Pública, em parceria com a Unesco, em que foram consideradas as opiniões dos jovens entre 18 e 25 anos ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 70 no ato do consumo buscando conhecer seus hábitos no mesmo e visão futura do consumo sustentável, foi possível destacar os principais resultados: - 10% dos jovens possuem consciência que a utilização do algodão na composição do vestuário causa impacto ao meio ambiente, uma vez que a matéria-prima é proveniente de meios não tão naturais, como é o casodo algodão orgânico; - 64% dos jovens têm consciência da forma que o lixo é descartado e de como impacta o meio ambiente; - Para a compra de roupas, os jovens elencam em primeiro lugar a qualidade, seguido de preço, moda e impacto ambiental. Com isso se vê a conscientização cada vez maior e a possibilidade da união do sustentável com o mercado da moda, uma vez que os jovens se preocupam com as tendências deste segmento, e que é possível a junção da mesma com ações ecologicamente corretas. As consequências para o mercado têxtil, principalmente para a produção de fios a partir do PET reciclado são positivas, uma vez que se encontram consumidores mais exigentes, abertos às novas tendências de mercado gerando um aumento das vendas direcionadas a este público. Outra variável a se destacar são os empregos relacionados ao setor de reciclagem do PET. O setor de reciclagem gera, segundo dados da Associação Brasileira da Indústria do PET (ABIPET) de 2010, cerca de 18 mil empregos diretos e mais de 24 mil empregos indiretos. O conceito de reciclagem foi com o passar do tempo, transformando-se de “recolhimento de lixo” para trabalho formal, no qual muitas famílias encontraram forma de sustento e trabalho digno. Com isso o mercado tende ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 71 cada vez mais atrair pessoas para expansão da mão de obra, uma vez que se tem valorizado o trabalho dos catadores e cooperativas de reciclagem, e principalmente, a matéria-prima utilizada. O acompanhamento das tendências no ambiente demográfico possui peso na análise de cenários, já que, é o mercado consumidor quem ditará o volume e intensidade de produção de filamentos derivados de materiais reciclados, sendo que a demanda do mercado B2B é derivada do mercado consumidor do produto final. Dada a grande importância a este acompanhamento, verifica-se como consequência a ampliação da fabricação de outros tipos de matérias-prima ou expansão do mercado. Porém, para que os objetivos sejam alcançados, é imprescindível que a demanda seja impulsionada através de ações de impacto para que o pensamento do consumidor se torne constante no que diz respeito ao consumo sustentável, uma vez que, o assunto deixa apenas de ser discutido no âmbito político, passando às lojas, mercados, escolas e principalmente ao cotidiano dos jovens, considerando de acordo com as pesquisas realizadas e o crescimento da população, que estes são clientes potencias para o segmento da moda sustentável, impactando diretamente no resultado ao qual o projeto se resume. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 13: Resumo da 1ª variável demográfica macroambiental – VAC. Imagem 14: Resumo da 2ª variável demográfica macroambiental – VAC. 72 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 73 5.4 Ambiente sócio-cultural No ambiente sócio-cultural podemos estudar as possíveis ações do mercado consumidor, sendo que estas podem sofrer alterações de acordo com a situação do país e o ambiente cultural em que a população está inserida. Segundo pesquisas realizadas desde 2001, pelo instituto Akatu (organização não governamental, sem fins lucrativosque trabalha para conscientizar e mobilizar o cidadão brasileiro a favor da sustentabilidade) a consciência da população brasileira em 2010 pelo “consumo verde”, teve um aumento percentual de 5%, tendo em consideração o aumento populacional, significa que 500.000 pessoas a mais aderiram aos valores do consumo responsável. Desde a abordagem de ativistas em relação à sustentabilidade, o mundo vem sendo exposto ao processo de conscientização do consumo responsável, sendo realizadas por meio de interesses governamentais, áreas acadêmicas, públicos formadores de opiniões e até mesmo comunicações do setor privado. O Brasil se encontra neste processo de conscientização, vinda de suas participações em fóruns e agendas ambientais, mesmo sendo um país em processo de desenvolvimento, em que a renda do consumidor vem aumentando. O país trabalha para alcançar esta visão sustentável em sua população, ainda de forma lenta e precária, porém possui a consciência que é necessária a aplicação desta política. Segundo pesquisa da Akatu, no período de 2003 a 2008, a renda da população mais pobre subiu 10%, tendo como previsão a manutenção deste ritmo até 2012, dando oportunidade de maior consumo a estas famílias. Neste ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 74 fenômeno de poder de compra não existe a avaliação das consequências sociais e ambientais, tornando difícil conciliar o desenvolvimento econômico do país com a sustentabilidade. De acordo com reportagem de 2010, no site da Guia Embalagem, relata que houve um aumento do consumo do PET, devido à disponibilidade do poder de consumo das classes emergentes (C e D), que estão direcionando suas compras de bens duráveis para bens de consumo. O grande desafio é promover o desenvolvimento e ao mesmo tempo dentro deste, englobar na cultura de consumo do brasileiro a consciência responsável, educando a população, de que a aquisição de bens de forma consciente em prol de uma vida de maior conforto e praticidade é sano, mas também não deixar de pensar nos impactos que poderão gerar a compra deste produto e/ou serviço, buscando um ponto de equilíbrio, com isso estimulando o consumo sustentável também nas classes emergentes. Apesar deste desafio na cultura de consumo do brasileiro, de acordo com uma pesquisa mundial realizada em agosto de 2010, pela Gouvêa e Souza (GS&MD) consultoria empresarial especializada em varejo, marketing e canais de distribuição, o Brasil está alinhado com as tendências mundiais em relação ao entendimento e preocupação com a sustentabilidade e que dos 500 brasileiros entrevistados, 44% acreditam tomar atitudes em prol da sustentabilidade, contra 38% da média mundial. Outro dado relevante é de que 65% dos entrevistados paulistas querem obter mais informações sobre produtos sustentáveis. De acordo com a mesma pesquisa, o Brasil está em 4º lugar em países que adotam práticas sustentáveis no dia a dia. Na visão do consumidor, 62% acreditam que a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 75 sustentabilidade não é mais difundida no Brasil por ausência de produtos e serviços disponíveis e o segundo maior obstáculo com 49% de concordância dos entrevistados é a questãofinanceira, seguido de incentivos e apoio do governo. A partir de outra pesquisa realizada por alunos de Mestrado do Curso de Administração da Universidade Municipal de São Caetano do Sul em 2009, propõe um estudo sobre o comportamento do consumidor frente à questão ambiental. Sendo suas principais abordagens: - Identificar os fatores que explicam as atitudes dos consumidores frente à questão ambiental; - Verificar as atitudes que levam os consumidores a tomarem decisões favoráveis ou desfavoráveis sobre questões ambientais; - Evidenciar o envolvimento do consumidor no processo de compra com questõesambientais. Desta forma, seguem alguns dados relevantes da pesquisa realizada: Do universo pesquisado, 52% eram mulheres e 48% homens, sendo 54% com idade entre 21 e 30 anos, 66% solteiros e divididos entre as classes sociais B e C. Após perguntas que buscavam informações sobre o cotidiano dos entrevistados, foi questionada a forma como a informação chega aos jovens e o grau de consciência ambiental sobre cada compra realizada. Como conclusão da pesquisa, evidenciou-se que há necessidade de intensificar os esforços de divulgação dos produtos ambientalmente corretos, e que esses esforços se mantivessem no decorrer do desenvolvimento dos jovens e também para toda a sociedade brasileira. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 76 A tendência é, além do aumento do consumo já evidenciado nos anos anteriores, o aumento de consumo da população com a “consciência verde”, se tornando um estilo de vida, agir de forma sustentável, em que o ato de consumir incluirá outros fatores determinantes na compra, além do desejo e necessidade, como por exemplo, a origem do produto, o material utilizado, o impacto deste no meio ambiente, as condições de trabalho para produção do mesmo, dentre outros. De acordo com a pesquisa da GS&MD, 8% dos entrevistados estão dispostos a pagar mais por produtos que eles reconheçam como sustentáveis, ou seja, o produto ganha reconhecimento por possuir seu selo verde. Mesmo sendo uma questão abordada em que o valor de compra se faz relevante, existe um nicho a ser trabalhado, que está disposto a pagar mais caro por estes produtos, podendo ser trabalhadas as duas áreas, de produtos com um valor mais elevado e produtos de consumo em massa. Outra tendência identificada é o poder de influencia e exigência dos consumidores em relação a responsabilidade sustentável das empresas, podendo esta clientela migrar para os concorrentes que possuam os valores condizentes com seu estilo de vida. O mercado por sua vez, precisa se adaptar a estas novas exigências do público, agregando a consciência sustentável em suas ações e na produção de seus produtos. Vale ressaltar que este gap de conhecimento sobre sustentabilidade no Brasil, é gerador de grande oportunidade para as empresas pioneiras no ramo da sustentabilidade e novas empresas que buscam uma produção ecológica. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 77 Sendo o momento parafortalecer esta imagem perante o público já consciente e criarem uma comunicação de maneira mais instrutiva para adicionar os novos consumidores brasileiros (classe C e D) nesta cadeia, fomentando o consumo, porém, de uma maneira saudável a satisfatória para cliente e a empresa. Outro ponto a favor da empresa é a busca por apoio governamental para uma maior propagação da “consciência verde” pelo país, visto que a busca do mesmo é por um equilíbrio entre desenvolvimento e sustentabilidade. As empresas tradicionais que não se atualizarem para este conceito, correm um risco latente de “represália” por esta nova cultura de consumo dos brasileiros, como exemplo, o caso da empresa de sapatos brasileira Arezzo que lançou casacos com peles de animais no mês de maio de 2011 e devido à grande repercussão negativa na mídia pela população, sentiu a necessidade de retirar toda a campanha do ar, devido aos protestos e boicotes. Ou seja, o consumidor atual possui peso suficiente para influenciar a forma de consumo de outros compradores, podendo migrar de empresas caso estas não possuam o mesmo conceito buscado pelos clientes, neste caso a sustentabilidade. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 15: Resumo da 1ª Variável sócio-cultural macroambiental – VAC. Imagem 16: Resumo da 2ª Variável sócio-cultural macroambiental – VAC. 78 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 79 5.5 Ambiente tecnológico Pode-se observar que os principais avanços tecnológicos no processo produtivo da indústria têxtil ocorreram a partir de uma necessidade identificada pelos próprios produtores, no desenvolvimento de máquinas e matérias-prima. As características predominantes do segmento produtor de fios sintéticos são: a intensidade na utilização de capital e matérias-prima. Isso as torna extremamente dependentes de frequentes investimentos em pesquisa e modernização, dada a necessidade dereduzir seus altos custosaumentando a eficácia de suas operações industriais para assegurar sua competitividade no mercado interno. O setor têxtil, praticamente em toda a sua cadeia, é caracterizado pelo uso de maquinários que possuem características peculiares, que são altamente tecnológicos, envolvendo processos precisos e pouco dependentes do homem, isso porque grande parte do processo produtivo é realizado por máquinas, sendo necessária a utilização de mãodeobra apenas para operá-las e realizar a manutenção das mesmas. Outro fato importante, diz respeito à necessidade de mão de obra especializada para o manuseio destes maquinários, que é escassa e que acaba por comprometer o setor. Por serem maquinários, em sua grande maioria, de origem européia e asiática, são necessárias pessoas que tenham conhecimento técnico e especializado nos processos produtivos. Além disso, é importante que os fabricantes dos maquinários possam oferecer treinamentos de capacitação aos colaboradores da indústria. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 80 O fato do tema de sustentabilidade estar sendo amplamente discutido por diversos atuantes da cadeia têxtil, faz com que novas tecnologias estejam sendo desenvolvidas para atender as novas necessidades do mercado. Exemplo disso se dá com o desenvolvimento das culturas do algodão orgânico, a utilização de outros tipos de material reciclado, como lonas de caminhão ou resíduos da produção de pneu, entre outras. As mudanças que compreendem toda a cadeia são diversas, como é possível citar o exemplo da empresa Basf, que foi uma das empresas pioneiras no desenvolvimento de soluções sem formaldeído (substância que causa irritação quando inalada) esta utilizada em diversos processos como o de tingimento, impressão e acabamento de peças para vestuário. Outro exemplo é o da empresa DyStar que desenvolveu uma linha de corantes que não contém metais pesados além de poderem ser utilizadas em fios de poliéster reciclado. Como é possível observar a maior parte do conceito de sustentabilidade e de ecologia, no mercado B2B, está diretamente relacionado ao desenvolvimento de soluções que agridam menos o meio ambiente possibilitando a produção de artigos de qualidade a um valor competitivo. Além disso, o impacto gerado por seus processos é outro fator que está sendo amplamente discutido, uma vez que os recursos hídricos e renováveis, como é o caso da energia elétrica, estão cada vez mais escassos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 17: Resumo da 1ª Variável tecnológico macroambiental – VAC. Imagem 18: Resumo da 2ª Variável tecnológico macroambiental – VAC. 81 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 82 5.6 Ambiente natural A importância de se estudar a variável natural no macroambiente é avaliar tendências que possam gerar fraquezas ou oportunidades para o projeto, bem como características que influenciam naturalmente o produto ou o processo produtivo. Abaixo são citadas as principais variáveis para o ambiente natural. Uma variável que gera um impacto no projeto proposto é a falta da garrafa PET para reciclagem. Apesar do Brasil se posicionar como o segundo maior em reciclagem do PET do mundo, perdendo apenas para o Japão, ainda há muita dificuldade no que se diz respeito à reciclagem total de resíduos (embalagens plásticas) gerados no país. Segundo a ABIPET (Associação Brasileira da Indústria do PET), pouco mais de 50% do resíduo total, gerado pela população e indústrias, são reciclados, podendo-se observar que ainda há muito potencial de reciclagem no país. O maior problema encontrado para a dificuldade da reciclagem total do PET é a conscientização da população ao separar por categorias o lixo produzido em suas casas e locais de trabalho (realização da coleta seletiva). No caso de condomínios prediais é rara a coleta seletiva, sendo que em alguns casos os moradores separam o lixo, porém o mesmo posteriormente é misturado e descartado junto com lixo orgânico. A falta de reciclagem do PET, que leva mais de 100 anos para se decompor no meio ambiente, gera prejuízo ao mesmo, as empresas que consequentemente gastam mais na fabricação de novas garrafas e também ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 83 prejudicam os reutilizadores do PET (rePET), que o utilizam para a produção de novas embalagens, laminados, chapas, dentre outros, ficando restritos a apenas 56% do material reciclado. Como ilustrado nos gráficos a seguir, somente 12% da população brasileira foi atendida pela coleta seletiva no ano de 2010. Nas cidades onde há coleta, a maioria não tem capacidade para atender a toda população do município, ficando assim a desejar e atendendo menos de 50% da mesma. Imagem 19: Mapa temático de localidades onde há coleta seletiva. Fonte: CEMPRE – Reciclagem (Gerenciamento integrado do lixo). ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 84 Imagem 20: Nível percentual da população atendida pela coleta seletiva em 2010. Fonte: CEMPRE – Reciclagem (Gerenciamento integrado do lixo). Outra variável de suma importância está relacionada com o aquecimento global. Desde o surgimento da Terra, o clima mudou radicalmente em determinadas situações. De acordo com informações da Embrapa, nos últimos 200 mil anos o planeta Terra passou porvárias glaciações alternadas com períodos quentes. Porém, com a atual poluição atmosférica a intensidade da mudança tende a ocorrer bem mais depressa, se comparado ao caminho natural. A cada ano que passa o verão brasileiro se torna mais quente e chuvoso. De acordo com a CPTEC (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), o verão do ano de 2010 - 2011, foi o mais quente e chuvoso principalmente na região Sudeste, se comparado com a média histórica da ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 85 estação no Brasil. Apesar de ter chovido bastante em certas regiões brasileiras, as chuvas duraram pouco tempo, o que contribuiu para elevar a temperatura. O verão mais quente gera o aumento no consumo de bebidas e consequentemente o aumento no descarte de embalagens plásticas como, por exemplo, o PET. Pode-se identificar uma oportunidade para o projeto com o aumento constante da temperatura, pois, gera maior quantidade de matéria-prima para os diversos tipos de produções. Outro fator a ser destacado é a utilização da água, uma vez que se comparado o algodão com o rePET, há uma grande diferença entre ambos neste tema. O algodão é o terceiro maior absorvente de água irrigada na agricultura, sendo este o mais utilizado para fabricação de vestuários no mundo. De acordo com a TecidoPet, empresa produtora de tecidos a partir da rePET, para produzir 1kg de tecido a partir do algodão gasta-se 11.000 litros de água, já o tecido advindo do PET reciclado gasta-se 3 litros de água por 1 Kg produzido. Além de utilizar o descarte do PET, auxilia na economia de água, fator este importante para a sociedade como um todo, devido ao menor impacto ambiental. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 21: Resumo da 1ª variável natural macroambiental – VAC. Imagem 22: Resumo da 2ª variável natural macroambiental – VAC. 86 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 23: Resumo da 3ª variável natural macroambiental – VAC. 87 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 88 6 ANÁLISE SETORIAL 6.1 As cinco forças de Porter 6.1.1 Poder de barganha dos clientes O setor de produção têxtil é em sua maior parte dominado por indústrias de grande porte, que possuem alto poder de barganha pelo seu volume de compra. Segundo pesquisa da consultoria Lafis, em 2008 existiam no Brasil 601 empresas de tecelagem responsáveis por um faturamento de US$ 9,2 bilhões anual. O fato de o mercado ser dominado por poucos clientes e certa parte além de produzir o tecido, também realizar a produção do fio, torna difícil o acesso e alta a dependência de poucos clientes, limitando a indústria a necessidade de oferecer produtos com qualidade a um preço competitivo. Em contrabalança é possível dizer que existem poucas empresas que produzem o fio para tecelagem a partir da fibra do PET reciclado, motivo esse que impede a difusão do conceito e aumento no consumo do produto. Uma vez que a utilização do PET é relativamente nova na indústria têxtil faz com que muitas empresas ainda não trabalhem com o mesmo em suas linhas de produto. Apesar disso, as informações a respeito da qualidade do fio e de suas características, atualmente são amplamente discutidas pelos veículos de comunicação, dada a tendência do consumo consciente e dos produtos sustentáveis. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 89 O fio do PET é mais complexo para ser obtido, se comparado aos fios naturais, como é o caso do algodão, pois envolve diversos processos. O fio gerado a partir do PET pode ser encontrado com características diversas, dado o seu uso na indústria têxtil. O fato de não ser considerado um produto de comóditie aliado ao pequeno número de fornecedores, reduz um pouco o poder de barganha dos compradores. O cenário atual mostra-se atrativo para as empresas produtoras de fios para tecelagem, sejam eles de origem química ou natural, uma vez que existe a escassez de matéria-prima para atendimento do mercado interno e externo. A desestabilização do setor, causada pela avalanche de produtos chineses subsidiados pelo governo de seu país, fez com que muitas empresas, tanto de fiação quanto de tecelagem, fechassem as portas e outras, que reduzissem seus investimentos em tecnologia produtiva. 6.1.2 Ameaça de novos entrantes Em análise do setor têxtil, é possível observar que diversos atuantes da cadeia respondem por mais de uma parte do mesmo processo produtivo. Isso quer dizer que várias empresas atuam em mais de um ponto da cadeia produtiva, dado que realizaram processos de integração para frente e para trás com o passar dos anos. Apesar de complexos, em sua grande maioria, alguns dos processos produtivos podem ser facilmente associados através de maquinários que permitem sua extensão. Um exemplo claro disso, são empresas, que no setor de reciclagem, transformam as garrafas PET em flakes e após isso continuam ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 90 no processo de beneficiamento, gerando os grânulos do polímero para posteriormente serem transformados em algum tipo de filamento para a tecelagem. Os exemplos são diversos com extensão para frente e para trás, mas dependendo do ponto da cadeia em que o negócio está localizado, são mais difíceis, dadas as barreiras de entrada e saída. Ao olharmos do ponto da cadeia em que a indústria proposta pelo projeto irá se encontrar, ou seja, da produção de fios através do PET, são claros alguns exemplos de integração para frente em que algumas indústrias não somente produzem o fio, mas também produzem o tecido, como é o caso da indústria Maxitex. O fato de existirem poucas empresas que atuam em ambos os pontos da cadeia, se dá devido às barreiras de entrada e saída, como o alto investimento, em consequência da alta tecnologia envolvida no processo produtivo. Um exemplo dessas barreiras diz respeito à economia de escala, em que, uma indústria já atuante na área, tenha uma redução nos seus custos unitários e um aumento na quantidade de metros/fios produzidos, dificultando que seu novo concorrente consiga atingir tal economia em curto espaço de tempo, assim não tendo condições de vender por um preço menor ou igual ao de seus concorrentes. Para o projeto, esta barreira é considerada como uma ameaça, visto que, já existem empresas produtoras de fios do PET, que atuama algum tempo no mercado têxtil, tendo a capacidade de negociar melhores preços com seus ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 91 fornecedores, possuir uma carteira de clientes fiéis e já conhecerem bem o mercado em que atuam. Outra principal e forte barreira é a diferenciação do produto. No atual mercado com diversos produtos semelhantes e até mesmo iguais, fica difícil se destacar, para isso, as empresas têm que se diferenciar valorizando aspectos como qualidade e funcionalidade, criando lealdade com seus clientes, forçando os novos entrantes a custear mais despesas. Em sua grande parte importadas, as máquinas utilizadas para a tecelagem são altamente eficazes pela sua tecnologia, sendo assim, necessitam de mão de obra qualificada para serem operadas. Não somente, as empresas produtoras de fios em si necessitam de investimentos contínuos em pesquisa e desenvolvimento para que possam se manter competitivas. A extensão para frente envolve além de grandes investimentos em estrutura de produção, um planejamento mais complexo por envolver questões relacionadas ao impacto ambiental, uma vez que uma das fases do processo produtivo envolve grande índice de poluição; questões logísticas, se considerados os maiores centros produtores de peças para vestuário do Brasil; e também da necessidade de mão de obra qualificada, como no caso dos engenheiros de produção e técnicos de manutenção têxtil. A necessidade de capital, para um investimento de grande porte sendo este, a construção de um parque fabril, caracteriza-se como forte barreira de entrada no mercado têxtil. Podemos citar como novo entrante neste mercado, mais especificamente na produção de fibras do PET, a Companhia Petroquímica de Pernambuco (Petroquímica Suape), um empreendimento liderado pela ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 92 Petrobras Química S.A., para implementar o Complexo Petroquímico de Suape, que reúne três unidades industriais integradas, sendo uma delas para a produção de fios para tecelagem a partir do PET (virgem) advindo do petróleo, visando alavancagem da indústria de transformação brasileira, sendo seu foco a de fios químicos. Em resumo é possível dizer que por ser um empreendimento liderado pela Petrobras, apresenta facilidade em alguns aspectos de acesso ao mercado, por ser um órgão de parte pública, porém o mesmo terá que competir no mercado têxtil, apesar de possuir um maior poder de barganha pela sua capacidade de produção. 6.1.3 Ameaça de produtos substitutos Produtos substitutos são produtos que desempenham a mesma função ou suprem a mesma necessidade que os produtos da própria indústria. Porém, segundo Roxo (2007), “a identificação de produtos de substituição resulta da pesquisa de outros produtos que podem desempenhar a mesma função. Os produtos substitutos que merecem atenção especial são aqueles cuja relação preço/rendimento tem tendência a ser superior à dos produtos do setor, ou são produzidos em setores altamente rentáveis”. Nesse caso, podemos citar como produtos substitutos diretos (ou seja, aqueles que possuem o mesmo conceito de sustentabilidade, ecologicamente corretas): ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 93 - Fibras provenientes do algodão colorido: o qual a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) é líder mundial em pesquisas, utilizando a técnica de alterações genéticas nas espécies nativas; - Rayon: (também conhecido como Viscose) e o acetato, decorrentes do reprocessamento das fibras do algodão reciclado; - Tencel: uma fibra produzida a partir da polpa da madeira; - Lyocell: fibra obtida através da extração da celulose; - SPF: (Soybean Protein Fibre), obtida através do processo de bioengenharia da pasta residual, derivada da extração do óleo de soja, resultando no polímero para produção da fibra; - Ingeo: desenvolvida pela americana Cargill Dow, traz uma fibra derivada de carbonos engendrados do açúcar do milho. Embora ainda haja um pré-conceito por produtos derivados de materiais reciclados, estes conseguem manter a qualidade e passar quase que despercebidos quando comparado a um produto de algodão, uma vez que as tecnologias de aprimoramento para qualidade dos fios e filamentos tem se mostrado cada vez mais avançadas, em um mercado que se rende cada vez mais às questões ambientais e as chamadas “politicamente corretas”. Além dos substitutos diretos indicados acima, podemos descrever como substitutos indiretos (ou seja, fibras que são utilizadas para a produção de tecido, porém que não caracterizam-se como sustentáveis): a viscose, que tem como base a seda artificial, assim como os fios têxteis derivados do algodão, produto que, segundo a Organic Exchange, representa 47% dos têxteis produzidos em âmbito mundial. Dado importante também é o volume de produção do fio, que gira em média de 1,16 milhão de tonelada (produção de ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 94 2010) segundo dados Agrosoft, porém desta produção, 400 mil toneladas foram exportadas, fazendo com que a oferta do produto fosse inferior à demanda nacional. Desta forma, os substitutos de mercado, para representar ameaça, devem ser mais competitivos quanto a preços, inovações tecnológicas e vantagens sobre custos e qualidade do produto. E neste caso, principalmente, difundir aos consumidores finais, o conceito de consumo sustentável. 6.1.4 Poder de barganha dos fornecedores Os fornecedores diretamente relacionados à produção do fio podem ser divididos em dois grupos: insumos e equipamentos de transformação. O PET reciclado é o insumo básico usado na produção da fibra para então dar-se origem ao fio, sendo que o mesmo é comercializado de três formas: - Separadas e vendidas por fardo; - A garrafa devidamente separada, esterilizada e triturada, comumente conhecido como flake; - Pequenas bolinhas de polietileno que se resumem ao flake derretido e comprimido por um processo conhecido como extrusão, que resulta na matériaprima conhecida como chips; O que determina a escolha de um ou outro, é a tecnologia dos equipamentos e a relação desempenho / custo de cada uma das opções. Em acordo com Censo mercadológico publicado no site da Associação Brasileira da Indústria do PET - ABIPET, o Brasil reciclou 55,6%, do consumo ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 95 do PET virgem no ano de 2009, o segundo melhor índice do mundo, porém fica claro que ainda existe um grande potencial a ser explorado. O estudo pontuou os processadores (aqueles que reciclam a garrafa PET) em sua produção da maneira como se segue: - Até 50 ton. 20% dos produtores; - De 51 ton. a 100 ton. 20%dos produtores; - De 101 ton. a 200 ton. 25%dos produtores; - De 201 ton. a 500 ton. 20% dos produtores; - Acima de 501 ton. 15%dos produtores. Concentração do volume de reciclagem 15% 20% 20% 20% 25% Até 50 ton De 51 a 100 ton De 101 a 200 ton De 201 a 500 ton Acima de 501 ton Gráfico 12: Percentual de produtores que reciclam a garrafa PET. Fonte: ABIPET. Este dado reflete de forma positiva o fato da reciclagem do PET não estar concentrada em pequenos grupos, o que permite a redução do poder de barganha do fornecedor de matéria-prima, possibilitando maior competitividade da indústria no momento da compra. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 96 Outro dado importante é que a garrafa do PET não é um produto que envolve tecnologia ou diferenciação, sendo ela de fácil aquisição no mercado. O fato do índice de reciclagem ainda ser pequeno é o que preocupa, porém por ser uma matéria-prima simples e com tendência de aumento no nível de reciclagem, possibilita que a indústria tenha maior poder de negociação. O processo de integração para frente pode ser considerado pouco provável para grande parte das empresas de reciclagem, dado que exige altos investimentos em maquinário para a produção em larga escala dos chips. Isso caracteriza como pequena a ameaça de integração para frente das indústrias de reciclagem. Para a transformação do PET em fio para tecelagem é necessário investimento em máquinas robustas chamadas de extrusoras. Em visita a 13ª Feira Internacional da Indústria do Plástico – Brasil Plast 2011, verificou-se a existência de diversos fabricantes em grande maioria chineses e europeus, que devido ao desenvolvimento do mercado de reciclagem no Brasil estão presentes em escritórios ou possuem representantes para todo o território nacional. As máquinas em geral possuem o mesmo princípio, mas podem variar em capacidade de produção e em algumas características de acordo com matéria-prima desejada e a intenção final da transformação. O fato de grande parte dos fabricantes dos maquinários, não somente de extrusão, mas de fiação também, serem de origem estrangeira, fragiliza a indústria que ficará dependente da compra de peças e serviços de manutenção desses fornecedores, caso não exista representação nacional. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 97 Outro fator está atrelado ao processo de importação desse maquinário que demandará grande esforço e tempo, envolvendo relações políticas e cambiais entre os países. Por ser grande a oferta destas máquinas no mercado é possível encontrar produtos de qualidade e outros com nem tanta, mas isso pressiona os fornecedores a produzirem maquinários de melhor qualidade a preços mais competitivos. O fato de possuírem características muito próximas possibilita a indústria maior poder de barganha no momento da compra do maquinário, reduzindo assim o poder de barganha do fornecedor. Nesse caso é importante que no momento da compra seja utilizada a avaliação de multricritérios para a escolha do fornecedor e do maquinário. É pouco provável que esses fornecedores realizem uma integração para trás, pelo fato do maquinário não restringir-se a indústria têxtil, como é o caso da extrusora, que pode ser trabalhada, como por exemplo, na produção de ração animal. 6.1.5 Rivalidade entre os concorrentes É possível dizer que no setor de produção de fios para a tecelagem a partir do PET, a rivalidade entre os concorrentes é alta, isso principalmente pelo fato de grande parte das indústrias produtoras desta matéria-prima serem de grande porte e atuantes no mercado há bastante tempo. Apesar do número de concorrentes ser relativamente pequeno, o fato de serem grandes produtores de uma matéria-prima para a indústria da tecelagem, que não envolve grande diferenciação, torna mais acirrada a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 98 disputa pelo mercado interno que é pequeno, dada a tímida difusão do conceito. A indústria da produção de fios sintéticos vem crescendo por sua vez e as perspectivas dos especialistas do setor são otimistas, mesmo frente ao crescimento do consumo do algodão. O fato de ser um setor que envolve emprego de mão de obra especializada e alta tecnologia de produção deixa claro que são grandes as barreiras tanto de entrada quanto de saída, que com o atual cenário do setor pode ser atrativo para alguns investidores e repulsivo para outros. Dado que o conceito de sustentabilidade já se tornou uma tendência, a principal rivalidade entre os concorrentes resume-se a disposição em oferecer produtos denominados de qualidade, tanto para o mercado nacional quanto para o internacional, agregando valor ao produto, em toda a sua cadeia produtiva, para que mesmo que sem grandes diferenciações, possa se tornar atrativo aos olhos dos investidores e consumidores. Um exemplo de produtor que estáinovando no âmbito de diferenciação, é a empresa Unnafibras, que se especializou na produção de fibras de poliéster a partir da garrafa PET, e que hoje possui uma ampla gama de produtos baseados nesta tecnologia. O surgimento de novas indústrias neste setor é evidente, principalmente dada à atratividade e a força tendenciosa do conceito de sustentabilidade. Por um lado o aumento da concorrência pode ser tido como positivo, aos olhos dos consumidores que se beneficiarão com produtos há um preço mais atrativo, porém pode se considerar uma ameaça aos produtores, uma vez que estes ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 99 deverão cada vez mais tornarem competitivos com produtos de qualidade e que apresentem o diferencial esperado pelos produtores têxteis. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 100 7 ANÁLISE DO AMBIENTE INTERNO 7.1 Análise do mercado organizacional Quando comparados, os processos de compra realizados por consumidores do mercado B2C aos do mercado B2B, é possível destacar algumas peculiaridades que estão principalmente relacionadas a fatores que caracterizam, na maioria das vezes, o processo de compra do setor B2B como especializado. A compra organizacional, segundo Philip Kotler, é mais complexa e envolve maior quantidade de variáveis, além de pessoas, envolvidas no processo de compra. Tido por muitas empresas como sendo um departamento estratégico, o setor de compras é um dos que mais tem crescido em termos de importância para a competitividade das organizações. O processo de compra organizacional é mais complexo, principalmente por estar relacionado a volumes de investimentos maiores, padrão de qualidade, localização estratégica, possibilidade de adaptação, produtos de alta tecnologia, riscos, entre outros; fazem deste uma ação mais demorada e que exige dos fornecedores maior investimento em tempo e no processo de agregar valor a seus produtos. Ainda segundo o autor Philip Kotler, a compra pode ocorrer a partir de três simples motivos: o de recompra simples, recompra modificada ou de nova tarefa. Para o produto em questão ao qual este projeto trata, é possível que seus clientes trabalhem nos três níveis de compra, dependendo se já são ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 101 clientes da indústria ou não. O fato da transformação do mercado exigir rápida adaptação dos fornecedores poderá fazer com que, em um curto espaço de tempo seus clientes representem maior representatividade em compra de novas tarefas, dado o efeito causado pela demanda derivada. Apesar da demanda do mercado organizacional caracterizar-se como sendo inelástica, o cenário atual do setor têxtil faz com que esse mercado esteja aquecido, uma vez que a demanda por produtos de vestuário é maior do que a oferta. Sendo assim acredita-se que a demanda do mercado esteja em um período em que se caracteriza como elástica, sendo que a opção da matéria-prima alternativa (reciclada) a um preço competitivo terá como objetivo atender a demanda existente, crescendo o seu consumo conforme for maior a oferta. Partindo da ótica do produto em questão, o fio para a tecelagem, podese dizer que o processo da compra ocorre de forma técnica. O mesmo acontece, na maioria das vezes, por meio de um representante de vendas que visita as indústrias de tecelagem, sendo por meio de uma representatividade regional ou nacional, dependendo do porte da organização. O fio ao qual dará origem ao tecido possui diversas características técnicas que estão relacionadas à finalidade do uso. Para que se torne claro o entendimento do processo de compra é fundamental explicar alguns pontos chave: a) O processo de fiação se dá a partir da fibra, que pode ocorrer de duas formas, sendo ela uma “fibra descontínua” (quando não é originada por processo de extrusão) ou “fibra contínua” (gerada por um processo de extrusão). Nesse caso a fibra gerada a partir da garrafa PET, que é sintética, é ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 102 extrudada, o que é vantajoso da ótica das características principais de qualidade do fio, pois as fibras possuem maior comprimento. b) As fibras são classificadas em naturais (aquelas que são retiradas “prontas” da natureza), artificiais(aquelas produzidas pelo homem, porém utilizando polímeros naturais como a celulose) e sintéticas (aquelas produzidas pelo homem a partir da matéria-prima do petróleo). c) O PET é um tipo de poliéster (Politereftalato de Etila). Sua diferença principal se comparado ao poliéster está em suas propriedades termoplásticas permitirem que o mesmo seja reutilizado. O mesmo por sua vez é reconhecido como um polímero termoendurecível (termofixo), o que significa que é frágil a alterações de temperatura não permitindo a sua reutilização. d) O PET pode ser facilmente contaminado se misturado a outros plásticos químicos. Essa contaminação pode ocorrer, por exemplo, se a embalagem não for devidamente limpa, retirando os adesivos plásticos que a compõe (geralmente feitos de polipropileno). A contaminação da matéria-prima do PET pela cola age como um catalizador no processo de extrusão, além de escurecer e endurecer o reciclado. Além dessa, outra contaminação comum que pode acontecer é a mistura do plástico de PET com o de PVC (policloreto de vinílico), que reage quimicamente com o PET transformando-se em outra substância. Também é possível que o PET seja contaminado com alumínio, que está presente em algumas tampas. Porém esse é aceitável se em quantidade relativa a 50 partes por milhão no reciclado. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 103 e) Segundo o Eng. Mario Gilberto Cortopassi (especialista em fibras químicas artificiais e sintéticas), os fatores que estão diretamente relacionados à qualidade do fio e que diz respeito à fibra, são os de comprimento e espessura da fibra, e do estado de limpeza da mesma. No caso da fibra originada a partir do PET, o estado de limpeza está relacionado ao processo de transformação da embalagem em flake. f) As propriedades físicas do fio diferem-se em “título”(medida da grossura do fio), torção (processo em que as fibras são fixadas entre si dando resistência ao fio) e regain (percentual de água que o material possui em relação ao seu peso seco). g) O fio utilizado pela indústria têxtil para a produção de tecido é diferente daquele utilizado pela confecção das peças de vestuário, esse que é necessário maior resistência à rotura (processo de movimentação da agulha) devido a utilização das máquinas de confecção. O fio para a tecelagem é intermediário, enquanto o fio para a costura necessita de características especiais como elasticidade e lubrificação. Conforme quadro a seguir é possível descrever os principais fatores levados em consideração no processo de compra do fio, a partir da garrafa PET, para a produção do tecido: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 104 Fatores do processo de compra do fio O PET é utilizado para diversas finalidades, dentre as quais para embalagens de diversos produtos. Sendo assim, é possível encontrar o mesmo em 3 cores diferentes: branca, verde e transparente. No processo de reciclagem, as cores devem ser separadas, assim as embalagens devem ser separadas de seus rótulos e tampas. O fato Matéria-Prima da mistura dessas junto á matéria-prima, pode comprometer a qualidade do fio e consequentemente influenciar na qualidade do produto a ser produzidos pelas indústrias de tecelagem. Outro problema está na mistura do PET com outros tipos de plástico, como é o caso do PVC, o que contamina a matéria-prima inutilizandoa. A partir da garrafa PET é possível se obter diversos tipos de fio, seja Finalidade para a produção de peças para vestuário, para calçados ou para outras finalidades. Diz respeito a uma relação de massa e comprimento do fio, ou seja, a Título medida para a grossura. A unidade adotada pela ISO é a de “Tex”, o que é o número de gramas por 1000 metros. Refere-se à forma como é dada a origem ao fio, através da fibra. É possível que seja no sentido de S ou Z, sendo possível entender que Torção quanto maior a torção, mais rígido e firme é o fio e quanto menor, mais suave e macio ele é, podendo levar como exemplo a comparação entre o fio de algodão e o de lã. Regain Relação entre o percentual de água que o material possui em relação ao peso seco. Tabela 4: Fatores do processo de compra do fio, a partir da garrafa PET, para a produção do tecido. É importante ressaltar que o processo de compra pode ser mais ou menos complexo e extenso, dado o porte do cliente. Quanto maior, consequentemente maior será a sua demanda e maiores seus investimentos, ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 105 sendo assim mais difícil de tê-lo como cliente considerando o maior número de exigências para atender o mesmo. Tidos como de qualidade internacional, os produtos têxteis brasileiros são reconhecidos pela mesma, e para que isso seja possível, as organizações buscam cada vez mais por produtos de melhor qualidade e de processos mais robustos e que tenham menor impacto ambiental possível. A realidade do mercado nacional traz uma oportunidade ao nicho da produção do fio através da garrafa PET, que pode ser utilizado como diferencial competitivo pelas atuais e novas indústrias. Por ser um produto ecologicamente correto, o mesmo auxilia seus clientes a tornarem seus processos mais sustentáveis, aliando a necessidade de matéria-prima de qualidade, que possa atender a falta do algodão, ao mesmo tempo em que reforçam o conceito de sustentabilidade na moda, no Brasil. De forma simples é possível realizar uma simulação do processo de compra organizacional, realizado por uma indústria de tecelagem, mostrando para tanto a oportunidade do desenvolvimento da solução alternativa para esse segmento: - Reconhecimento do Problema: a falta do algodão, dado pelo aumento do consumo de peças de vestuário no mercado nacional e a redução das exportações dos maiores produtores do mundo (China e Índia), faz com que a indústria da tecelagem pense em uma alternativa viável para o atendimento do mercado interno, que está sendo dominado por produtos de origem chinesa a preços baixos. - Descrição da necessidade geral: o fato aqui se resume a identificar uma matéria-prima alternativa, de igual ou menor valor, com a mesma ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 106 qualidade do algodão, que possa ser misturado à matéria-prima de origem ou que possa dar origem a outra peça de igual qualidade e durabilidade tendo em sua integridade outra matéria-prima. - Especificação do produto: seja do âmbito da produção de peças para vestuário ou não, aqui é necessária uma descrição técnica das necessidades as quais deverão ser atendidas. - Procura de fornecedores: segundo estudo realizado pela empresa de consultoria Lafis, o mais importante pólo têxtil nacional fica no estado de São Paulo. Além desse destacam-se Minas Gerais, com a produção de fios e tecidos mais leves e Santa Catarina, responsável por 90% da produção nacional de roupas de cama mesa e banho e 80% da produção de malhas. Atualmente a questão logística é um fator competitivo discutido por muitas indústrias que dão preferências a empresas que estão localizadas nas proximidades de suas plantas de produção e que trabalhem em um sistema mais próximo ao Just-in-time. As outras etapas do processo de compra fazem parte da continuidade do processo de negociação e são relativas a cada cliente. Sendo assim é possível resumir que o processo de compra dos clientes da indústria de tecelagem pode ser comparado a outro que envolve processo de compra baseado em estudos mais complexos e demorados. 7.2 Fatores críticos de sucesso Fatores críticos de sucesso são fatores que definem o sucesso ou o fracasso da empresa, e por este fato devem estar alinhados ao que o cliente ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 107 deseja, espera dos produtos e/ou serviços prestados por ela. Estes fatores precisam ser buscados e encontrados, de acordo com os objetivos da mesma, assim tornando-se fundamentais para que a organização sobreviva e obtenha sucesso. Para que os fatores possam ter efeito, é preciso que sejam cumpridos de acordo com os critérios estabelecidos pela organização, e quando bem alinhados definirem um padrão a ser seguido pela empresa. O Prof. Eng. Mario Gilberto Cortopassi, quando questionado pelo grupo, a respeito de sua opinião sobre quais são os principais fatores críticos de sucesso para uma indústria produtora de fios para a tecelagem, foram elencados os seguintes fatores, que segundo ele podem ser ponderados da seguinte forma: - Preço (30%): Segundo estudo realizado pela empresa Lafis, na produção de fios para a tecelagem, a matéria-prima corresponde a 45% dos custos totais do produto, sendo que na produção do tecido, a mesma corresponde a 38%. O fato da falta do algodão no mercado nacional e internacional ter causado um aumento expressivo do preço para a compra da matéria-prima (R$ 6,00 o kilo, segundo Elmar Luiz Floss, do website O Nacional), deixa claro o potencial das matérias-prima sintéticas, principalmente a reciclada, como é o caso do PET. O preço é um fator crítico de sucesso principalmente pelo fato do seguimento de fios ecológicos esta em desenvolvimento. Além disso, por existir um pequeno número de produtores, se torna grande a dependência dos clientes aumentando assim seu poder de barganha. Sendo assim, mesmo que ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 108 de melhor qualidade, se comparado ao algodão, é possível dizer que o aumento expressivo do preço do fio pode inviabilizá-lo frente ao algodão. - Qualidade (40%): envolve os tipos de maquinários utilizados, a origem da matéria-prima e principalmente a condição do produto final. Nesse caso, o fator qualidade está diretamente ligado ao preço que dependerá do posicionamento da organização em adotar uma estratégia de preço baixo ou qualidade superior. - Capacidade de Produção (20%): a capacidade de produção está relacionada à possibilidade de atendimento da demanda das indústrias têxteis. Um dos fatores que pode estar contribuindo para lenta difusão do conceito é a falta de produção de larga escala do fio, o que impede as indústrias de produzirem mais artigos têxteis sustentáveis. - Distribuição (10%): sendo esta com o menor grau de importância, porém, influenciadora no processo de compra. Se a empresa não conseguir obter uma distribuição eficiente e não atender aos prazos de entrega, possivelmente o cliente que necessitará do produto com certa urgência, irá recorrer à concorrência. Assim, a organização necessita de um processo de operações logísticas alinhada aos pedidos de compra, para não haver falhas de entrega de produto bem como erros de mercadoria extraviada e/ou entregue errado. 7.3 Clientes potenciais O setor têxtil brasileiro é considerado um dos maiores mercados existentes, sendo o Brasil o terceiro maior produtor mundial de malha. Com ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 109 faturamento equivalente a US$ 52 bilhões em 2010, a cadeia produtiva têxtil e de confecção posiciona o Brasil como sendo o país com o quinto maior parque têxtil do mundo, atingindo a marca de 9 bilhões de peças de confecção produzidas anualmente. Segundo pesquisa do IEMI (Instituto de Estudos de Marketing Industrial) no Brasil em 2008, os segmentos de fibras/filamentos e têxtil, representaram cerca de 45% do faturamento de todo o setor, sendo esse formado por 3,4 mil empresas dentre as quais de fiação, tecelagem, malharia e beneficiamento. Para o estudo em questão é possível dizer que o foco nas empresas localizadas no interior do estado de São Paulo, mais precisamente na região de Americana, Santa Bárbara D’ Oeste, Nova Odessa e Sumaré, pelo fato de caracterizarem-se como sendo o maior centro de tecidos planos e de fibras artificiais e sintéticas da América Latina. Uma vez que o fio a partir da garrafa PET pode ser considerado de origem sintética, entende-se por este motivo que os clientes potenciais estão localizados nessa região. A grande concentração de indústrias de tecelagem também é foco para o possível posicionamento da planta fabril. O cenário que retrata a perda da competitividade dos produtos nacionais para os asiáticos, impactou nessa região reduzindo em mais da metade o número de empresas atuantes no setor. Isso por um lado pode ser considerado como ponto positivo, uma vez que a competitividade diminui, porém o fato destas empresas utilizarem apenas cerca de 50% de sua capacidade instalada (segundo estudo da Lafis) preocupa, uma vez que a demanda por esse produto ainda não ser tão intensa. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 110 Como é possível observar na tabela a seguir a produção de tecidos advindos de fios sintéticos cresceu em média 4,87% dentre os anos de 2007 e 2008. Natureza Produção de tecido por categoria 2007 (mil ton) 2008 (mil ton) 2008/2007 Algodão 801,8 802,0 0,02% Artf./ Sintético 521,4 546,8 4,87% Outros Naturais 38,8 44,4 14,43% 1.362,0 1.393,2 2,29% Total Tabela 5: Comparação da produção de tecido por categoria. Fonte: Estudo Lafis. Isso mostra que apesar da produção de tecidos a partir do algodão continuarem crescendo, este acontece a um ritmo menor se comparado aos de origem artificial e sintética, o que é positivo para o setor. A realidade enfrentada pelo mercado impulsiona a atratividade gerada pela alternativa da matériaprima que oferece qualidade igual a do algodão. Segundo estudo da Lafis em 2008, no Brasil era possível encontrar 601 empresas de tecelagem, 38,9% menos se comparado a 1995. Como é possível observar no gráfico a seguir, a produção têxtil vem se recuperando, com índices atrativos principalmente na cidade de São Paulo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 111 Gráfico 13: Produção Física Industrial de São Paulo – Setor Têxtil e de Vestuário. Fonte: Sinditêxtil – Sindicato Têxtil de São Paulo. Sendo assim é possível citar alguns dos clientes potenciais para a indústria em questão, a qual o projeto está sendo desenvolvido. - ProTextil: indústria de tecelagem, fundada em 1995, localizada na região de Americana no estado de São Paulo, que produz têxteis planos voltados para a confecção de vestuário para a moda masculina e feminina. Pode ser considerado como um cliente potencial por estar localizado na região Sudeste e principalmente por não trabalhar com nenhuma linha de produtos ecológicos. - Cermatex: indústria têxtil, que produz tecidos para 3 nichos (calçados, bolsas e acessórios; moda e industrial). Na linha de produtos de moda a empresa trabalha com tecidos de algodão e sintéticos. Apesar de extensa a sua linha de produtos têxteis para a moda, a mesma até o presente momento não trabalha com tecidos feitos a partir do fio do PET. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 112 Localizada em Santa Barbara D’Oeste, a planta produtiva está estrategicamente situada entre as cidades de Americana e Piracicaba, com fácil acesso as cidades de Campinas, Valinhos, Jundiaí e São Paulo. - Tessifil: indústria produtora de tecidos para a moda feminina, além de tecidos profissionais. Tida como um cliente potencial pela sua localização e produtos, a Tessifil também não possui uma linha de produtos feitos a partir da garrafa PET. - Tecelagem Panamericana: com tradição de mercado, a Tecelagem Panamericana atua no setor têxtil desde 1977. Localizada na cidade de Santa Barbara D’Oeste, esta é uma das mais tradicionais da região na produção de tecidos a partir da fibra do algodão. Apesar de não trabalhar com nenhuma linha de tecidos sintéticos, é um cliente potencial dada a tendência do mercado e da qualidade de seus produtos. Os clientes potenciais aqui relacionados são alguns daqueles que podem vir a tornarem-se clientes da indústria a qual se propõe este projeto. Focado na região Sudeste, é esperado atingir as empresas de tecelagem dos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo. 7.4 Análise dos concorrentes Por ser um mercado ainda pouco explorado, existe a escassez do fio advindo do PET reciclado, o que também contribui para a lenta difusão do conceito, uma vez que não existe produção suficiente no país para atender a toda a demanda. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 113 Os concorrentes podem ser facilmente diversificados em concorrentes diretos, ou seja, aqueles que produzem o mesmo produto, e os indiretos, aqueles que produzem produtos diferentes, mas que atendem as mesmas necessidades. Assim como existem produtos substitutos diretos e indiretos o mesmo acontece com os concorrentes. Dos concorrentes diretos existentes no segmento de produção de fio advindo do PET reciclado destacam-se os seguintes: - Maxitex: indústria têxtil de médio porte com faturamento mensal de R$ 1 milhão ao mês (segundo publicação da revista Plástico Sul) que produz fios ecológicos incluindo o de PET reciclado. Localizada no Rio Grande do Sul, onde sua produção máxima é de 96 toneladas2 por mês de fio de PET reciclado, atende principalmente o mercado interno e exporta para Mercosul e Europa. - Cocamar: considerada uma indústria têxtil de médio porte, possui o maior parque industrial do Brasil, conta com 35 unidades fabris tanto para produção de fios a partir da garrafa PET quanto do algodão. Localizada na região de Maringá – PR, com um faturamento médio de R$ 1.732.500,003 ao mês e produção média de 165 toneladas quilos mensal, atendendo apenas ao mercado interno. Um dos maiores concorrentes indiretos, é a Petrobras, que investiu R$ 4,0 bilhões em sua unidade industrial de ácido tereftálico purificado (PTA), para implementar um pólo reunindo três unidades integradas, sendo uma delas para produzir polímeros e fios de poliéster. O mesmo representará no final de 2011, 2 Dados referentes a entrevista realizada com Paula Barbosa Vicari – Supervisora Comercial da empresa Maxitex. 3 Dados fornecidos pela empresa Cocamar, com base no faturamento no ano de 2010. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 114 um volume de produção de 1 050 000 toneladas por ano de filamentos e polímeros têxteis, o equivalente a 87 500 toneladas por mês que a tornará a maior produtora neste segmento no mercado nacional. Podemos analisar também como concorrentes indiretos, aqueles que produzem fios de algodão, sendo estes, usados para a mesma finalidade que o fio do PET. Foi efetuada uma seleção dos concorrentes produtores da região do estado de São Paulo objetivando melhor análise do mercado, além da amplitude real dos futuros concorrentes, sendo eles: - Actual Têxtil: empresa de médio porte, localizada em Bom Retiro/SP, há 15 anos no mercado, produz além do fio de algodão, mais quarenta outros produtos para os setores de confecções de moda feminina e masculina. Com uma produção de 600 toneladas4 de fios de algodão por mês, a empresa atende apenas o mercado interno tendo como previsão de no ano de 2013, atender o MERCOSUL. - Tsuzuki: empresa de grande porte, há 47 anos no mercado, localizada na cidade de Suzano – São Paulo. Sua produção mensal de fio é em média 1.660 toneladas5, cujo produto é vendido no mercado interno e externo mantendo uma política permanente de exportação trabalhando continuamente com todos os países do MERCOSUL, Chile, Colômbia, Venezuela, Estados Unidos, Canadá e alguns países da Europa, bem como Alemanha, Itália, França, e Bélgica. - KDB: empresa de grande porte, localizada em São José dos Campos / São Paulo, que conta com mais uma unidade de produção na cidade de 4 Dados fornecidos por Ivan Almeida, representante de vendas da empresa Actual Têxtil em entrevista. 5 Segundo informações retiradas do website da empresa Tsuzuki. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Guaxupé / Minas Gerais. Produz fios de algodão e 115 fios mistos (algodão/poliéster) para aplicação em segmentos de malharia, tecelagem e tecidos técnicos e não tecidos. Sua produção máxima mensal é de 1.300 toneladas6 de fio, distribuídos apenas para o mercado interno. - Toyobo: empresa de grande porte, em atividade a mais de 55 anos, situada na cidade de Americana – São Paulo, com matriz localizada no Japão. Sua capacidade de produção é de 1.700 toneladas7 de fio por mês, exporta cerca de 25% da produção total para o Mercosul, Europa e Estados Unidos. O mercado têxtil é caracterizado pelo alto nível de diversidade, pois além das indústrias temos algumas cooperativas que fazem o processo de reciclagem e tecelagem de forma manual, com um volume de produção restrito e muito baixo. Estas não serão citadas, pois não fazem parte do grupo a ser analisado, pois sua capacidade de produção é extremamente limitada. 7.5 Análise de grupos estratégicos Através do estudo dos principais players do mercado, no segmento de produção têxtil a partir do fio da garrafa PET, é possível realizar a análise dos grupos estratégicos, baseando-se em três fatores, tidos como principais: qualidade, escala de produção e distribuição. A escolha destes fatores deu-se por serem cruciais para separação e melhor identificação dos concorrentes, já que o produto é semelhante (com pequenas variações em “título” de fios produzidos), pois acredita-se que a 6 Dados fornecidos por Miguel Venituci, representante comercial da empresa KDB. Segundo informações obtidas através de contato com Irene Braga, analista de vendas da empresa Toyobo. 7 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 116 escolha de seusfornecedores é motivada pela qualidade do fio, a capacidade em escala de produção e a capacidade de entrega e abrangência do mercado total. Para ilustrar de forma clara a classificação dos concorrentes pelas variáveis supracitadas acima, está exposto na forma de um gráfico os principais grupos estratégicos e sua possibilidade de migração, assim como em qual dos grupos, a empresa aqui proposta pretende atuar. Imagem 24: Gráfico de grupos estratégicos. Classificação para os grupos estratégicos Capacidade Mês Qualidade Distribuição Maxitex 1 3 3 Cocamar 1 2 2 Suape 3 3 2 Tabela 6: Classificação dos grupos estratégicos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 117 Afim de, criar a dimensão dos grupos foram utilizados os seguintes critérios para a classificação dos grupos assim como dos concorrentes: - Capacidade produtiva: Até 1 000 toneladas (1); de 1 001 á 10 000 toneladas (2); mais de 10 000 toneladas (3). - Qualidade: Baixa (1); Média (2); Alta (3). Nessa variável foi levada em consideração o fato da empresa exportar seus produtos para outros países, uma vez que o padrão de qualidade exigido pelo mercado internacional é alto. - Distribuição: Regional (1); Nacional (2); Internacional (3) O grupo estratégico 1 é formado pelas empresas Cocamar e Maxitex, duas empresas de médio porte, que oferecem um produto de qualidade média a alta, mais que se limitam a sua capacidade de produção. Nesse grupo acredita ser provável a migração da empresa Cocamar, para a mesma posição onde está a indústria Maxitex devendo para tanto aumentar a qualidade de seu produto, além de atender ao mercado exterior. O grupo 2 é formado isoladamente pela indústria Suape, dada sua grande capacidade produtiva e qualidade de seu material. Apesar de não ser produzido a partir de matéria-prima reciclada, o fio originado por esta deverá concorrer diretamente com o oferecido pela indústria Sexto Elemento. Acredita-se, no entanto que a Sexto Elemento posicione-se no grupo estratégico 1, dado que seu objetivo é trabalhar com alta qualidade, portanto inicialmente com uma capacidade produtiva limitada para o atendimento da região sudeste. Conforme o crescimento da empresa será possível realizar a migração para os outros grupos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 118 7.6 Estratégia genérica de competição O estudo da Estratégia Genérica de Competição serve para que a empresa possa direcionar seus esforços na área de atuação e forma de ação, estas definidas anteriormente por sua administração, e que essas estratégias possam trazer o resultado esperado pela organização. Tal estudo alinha as estratégias dos administradores com a missão, visão e valores da companhia frente as expectativas de mercado. Segundo Michael E. PORTER, “ao enfrentar as cinco forças competitivas, existem três abordagens estratégicas genéricas potencialmente bem sucedidas para superar outras empresas em uma indústria”. São elas, liderança em custo total, diferenciação e enfoque. Visto que a missão da Sexto Elemento é produzir uma matéria-prima alternativa e sustentável para produção de tecidos, a estratégia mais condizente é o Enfoque em Custo Total. Essa estratégia está baseada no entendimento de que a matéria-prima não pode ter preço superior ao algodão, principalmente pelo fato do atual cenário econômico brasileiro, posicionar as indústrias de tecelagem em condição desfavorável às indústrias estrangeiras. Porém, o fato da matériaprima ser sustentável, permite aos produtores trabalharem com preços condizentes com a expectativa de mercado, isso se o mesmo apresentar qualidade superior. A seguir a ilustração da vantagem estratégica: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 119 Estratégia de competição Imagem 25: Vantagem estratégica. Fonte: Michael Porter (1999). É esperado, no entanto que a matéria-prima aumente de valor principalmente pelo fato da demanda ser a mesma e a oferta de algodão diminuir. Sendo assim é possível dizer que a estratégia de preço está baseada em uma condição de qualidade superior e valor agregado, uma vez que o produto envolve processos sustentáveis, se comparados a outras matériasprima, permitindo assim além da produção de produtos de qualidade, a redução do impacto ambiental. Espera-se trabalhar com a imagem do produto, afim de que o mesmo alcance um patamar elevado, frente a seus concorrentes, que permita a indústria ser competitiva mesmo com um produto há um preço relativamente superior. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 120 O produto oferecido pela Sexto Elemento envolve certo nível de especialização, principalmente em virtude do seu processo produtivo. Por isso são necessários investimentos em P&D (pesquisa e desenvolvimento) para garantir a competitividade do mesmo por se tratar de um produto ainda pouco conhecido no mercado, e este ser muito dinâmico e exigente quanto à qualidade. A estrutura de gastos baseados nos objetivos estratégicos com marketing, comunicação e gestão de operações será abordada no Plano Financeiro do projeto disposto posteriormente. 7.7 Estratégia de penetração de mercado Segundo a matriz Ansoff, a estratégia condizente com o projeto em questão é a de Penetração de Mercado, uma vez que será trabalhado um produto existente (fio para a tecelagem a partir do PET reciclado, que é produzido por algumas empresas) para mercados existentes (mercado de tecelagem e de moda sustentável). A seguir a ilustração da Matriz Ansoff: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 121 Matriz Ansoff EXISTENTES NOVOS EXISTENTES Penetração de Mercado Desenvolvimento de Produtos NOVOS MERCADOS PRODUTOS Desenvolvimento de Mercado Diversificação Imagem 26: Matriz Ansoff. Fonte: Michael Porter (1999). A estratégia de crescimento intenso condiz com os objetivos estratégicos de crescimento da empresa, utilizando-se para tanto do potencial do mercado têxtil. Além disso, essa estratégia está baseada na difusão do conceito de sustentabilidade na moda, o que contribuirá para o aumento do consumo e consequentemente o da produção desta matéria-prima. Para esta fase de introdução do produto em que se dá início ao ciclo de vida do mesmo, será utilizada a estratégia de Penetração Lenta (baixo preço e baixa comunicação), lançando o produto com um preço competitivo em relação ao mercado e baixa comunicação, uma vez que, será comunicado diretamente ao cliente potencial. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 122 7.8 Matriz SWOT Análise SWOT Oportunidades Desvalorização do Real frente ao Dólar; Programa de Aumento do limite do empréstimo Frente Parlamentar da Indústria do Governo Federal para Têxtil; produção de algodão; Aumento do poder de consumo Crescimento da consciência da Empregos relacionados ao setor de reciclagem do PET; das classes C e D; Elevação da taxa SELIC pelo Banco Central; Desenvolvimento Setorial de Têxtil e Confecção; Previsão de inflação acima da projeção do Plano de Metas; Crescimento da atividade industrial; Ameaças Alto custo do maquinário para população pelo consumo produção e necessidade de capital sustentável; intelectual. Alto envolvimento de tecnologia e desenvolvimento de processos sustentáveis; Aquecimento global; Utilização de água no processo produtivo. Tabela 7: Análise SWOT. Fonte: Phillip Kotler (2008). ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 123 7.9 Objetivos estratégicos Objetivos, são as expectativas descritas de forma a se mensurar qualitativamente ou quantitativamente, visando alcançá-los, baseados nas diretrizes dadas pelos administradores da organização. Basicamente, assim como em toda empresa, os stakeholders do projeto esperam que seja possível se alcançar um resultado sustentável, em que a mesma possa cumprir com suas obrigações financeiras, gerando o lucro esperado, mantendo assim a sua sobrevivência no mercado em que atuará. Para tanto o foco, ou seja, a missão da Sexto Elemento está em produzir um produto de qualidade superior a um preço competitivo, difundindo o conceito de sustentabilidade na moda. Além de visar menor impacto ambiental, uma vez que irá retirar parte do um lixo do meio ambiente (PET), a indústria tem como objetivo oferecer aos produtores têxteis, uma matéria-prima alternativa sustentável, para a produção de tecido, que seja de qualidade igual e até superior em alguns casos. Sendo assim, destacamos os principais objetivos estratégicos da empresa: Alcançar a meta de transformação de 10% de toda a matéria- prima (PET) reciclada da RMC (Região Metropolitana de Campinas). Para alcançar a meta descritaanteriormente, os departamentos financeiro e operacional, deverão traçar os planejamentos tático e operacional, que serão descritos mais adiante no projeto. Além desses: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 124 Alcançar a meta de crescimento de 10% a.a durante os 5 primeiros anos. Tornar-se a maior indústria de produção de fio advindo do PET, da RMC em um prazo máximo de 5 anos. Já estes objetivos, deverão fazer parte dos planejamentos tático e operacional do departamento de marketing e vendas. Ser reconhecida como uma das melhores empresas do ramo têxtil para se trabalhar, no estado de São Paulo. Esse objetivo deverá fazer parte do planejamento tático e operacional do departamento de recursos humanos. A seguir estão descritas as diretrizes estratégicas que deverão nortear os objetivos estratégicos. 7.10 Diretrizes estratégicas A empresa orienta suas ações por meio de suas diretrizes empresariais. Segundo os princípios dessas diretrizes, para a empresa em questão, toda sua atuação (do planejamento estratégico aos processos e procedimentos diários) é baseada em padrões éticos e legais. Dessa forma, destacam-se as seguintes diretrizes: Atuar de forma transparente, ética e acima de tudo, que suas decisões resultem em ações sustentáveis e ecologicamente corretas. Todas as ações da empresa devem ser realizadas com o mínimo impacto ambiental possível. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Primar pela qualidade, associada aos seus 125 diferenciais competitivos, levando em consideração seus procedimentos internos associada as expectativas de seus clientes e fornecedores. produtiva, Agir de forma que contribua para o fortalecimento da cadeia em sua total amplitude, formando parcerias estratégicas competitivas, que proporcionem o resultado “ganha-ganha”. Considerar que o público interno é tão importante quanto o público externo para o crescimento sustentável da organização 7.11 Diagnóstico A partir da definição dos objetivos e diretrizes estratégicas, pode-se analisar a matriz SWOT como uma importante ferramenta de diagnóstico, já que fornece um panorama geral da empresa, tratando as fraquezas e forças (ambiente interno) e oportunidades e ameaças (ambiente externo). Neste caso como se trata de um plano de negócios a análise engloba apenas os fatores externos, aqueles que a empresa não possui controle. De acordo com o estudo desenvolvido sobre o macroambiente de atuação da empresa, pode-se verificar como pontos negativos a previsão da inflação acima da projeção do Plano de Metas gerando uma possível redução do mercado potencial, dada pela redução do poder de compra. Outro ponto desfavorável do mercado é a elevação da taxa SELIC que encarece as linhas de créditos, muitas vezes utilizadas para obtenção de capital de giro das empresas e maquinários, uma vez que os maquinários do ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 126 setor têxtil para produção de fio do PET são importados e sua aquisição possui um valor elevado. Vale ressaltar que o fato do maquinário ser oriundo do exterior faz-se necessária a aquisição de capital intelectual para manuseio e manutenção das referidas máquinas, gerando alto custo de investimento para a empresa. Com a crescente desvalorização do Real frente ao Dólar surge uma problemática uma vez que encarece a importação dos maquinários para a estruturação da indústria ao mesmo tempo em que favorece a competitividade do mercado interno frente aos produtos importados. O Governo Federal aprovou um aumento de empréstimos para os produtores de algodão no ano de 2010, o que torna esta matéria-prima mais competitiva perante as matérias-prima sintéticas como no caso do fio do PET. No estudo realizado foi encontrado um gap no que diz respeito à disponibilidade de mão de obra para captação de matéria-prima para produção do fio do PET. Na análise de oportunidades no mercado foram encontradas variáveis que tornam a aplicação deste plano de negócio atrativo para investimentos, visto que o Brasil vem crescendo economicamente em todos os setores e com isso despertando o interesse de investidores de todas as partes. Devido ao Programa de Desenvolvimento Setorial de Têxtil e Confecção, o setor possui uma vantagem visto que, neste serão discutidos os interesses da cadeia têxtil e de confecção como um todo, gerando uma maior sinergia em todo o processo têxtil. Este fato junto com a Frente Parlamentar da Indústria Têxtil propicia um aumento da competitividade das empresas pertencentes a este ramo e maiores investimentos em P&D em busca de vantagens competitivas. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 127 Pode-se verificar na análise cultural realizada, um crescimento da consciência da população pelo consumo responsável, dando a oportunidade do setor de vestuário difundir de maneira mais assertiva o conceito de moda sustentável. Outro fator identificado é o aumento de poder de compra das classes C e D, criando uma opção de atuação na produção de bens de consumo sustentável em massa. Devido à tendência identificada no mercado de consumo por busca de produtos em que seu processo gere menos impactos ao ambiente, foi considerada a economia de água no processo produtivo do fio do PET em relação ao algodão, sendo este um diferencial. Com o aquecimento global dá-se o aumento do consumo de bebidas, muitas delas armazenadas em garrafas PET, tendo como consequência o aumento da matéria-prima disponível para a produção da indústria aqui apresentada. Na questão econômica foi identificado um ponto favorável para o projeto, visto que com a valorização cambial programada pelo Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias vem sendo seguida, o que torna para a planta fabril uma oportunidade para importação de seu maquinário por menor custo em moeda local. Na variável tecnológica identificou-se uma busca por novas tecnologias para se adaptar as necessidades do mercado, como no caso da sustentabilidade; sendo assim os processos produtivos aprimoram no quesito qualidade, aumentam a produtividade e atingem a meta que é menor impacto ambiental. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 128 7.12 Prognóstico Após o conhecimento do setor, das indústrias concorrentes, da necessidade de consumo do mercado, maquinários e tendências, conclui-se que o plano de negócios para produção a partir do PET reciclado é uma alternativa que, além de sustentável, mostra-se rentável, uma vez que grandes investimentos tendem a serem realizados na área, como principalmente é o caso da Petrobrás, nas plantas fabris da Suape, que foram analisadas no decorrer do trabalho. Uma junção de fatores, como a preocupação com a preservação do meio ambiente, a conscientização da população por um consumo sustentável, a busca por retornos financeiros e principalmente a criação e capacitação de mão de obra especializada para indústrias que se mostram cada vez mais preocupadas com a produção consciente, sem perder seu lucro, indicam que o país está preparado para uma nova visão de produção. Muitas ideias, teorias e tecnologias ainda devem ser desenvolvidas para que a viabilidade do projeto tenha um maior percentual de sucesso. Porém, atitudes e ações no presente são necessárias para que esse desenvolvimento torne-se cada vez mais presente na consciência do mercado industrial, servindo de exemplo para demais áreas de produção, além do setor têxtil. Para que as premissas sejam concretizadas, as próximas ações contam com a elaboração de uma planta fabril com maquinário específico para produção de fio originado da garrafa PET, necessidade logística e de mão de obra para evolução da planta, análise e projeções financeiras, ações de ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 129 marketing necessárias para conhecimento do processo produtivo, entre demais ações focadas no interior da organização. A partir destas ações, pode-se conhecer melhor as forças e fraquezas pertinentes à indústria, e possíveis conflitos e semelhanças com o mercado e macroambiente aqui apresentado. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 130 8 PLANO DE MARKETING 8.1 Brand equity Para o projeto em questão, decidiu-se que faria parte da estratégia de branding a criação de uma marca que pudesse transmitir o valor agregado esperado e que estivesse de acordo com as expectativas de seus futuros clientes. Essa decisão partiu do princípio de que a empresa apresentada é nova, e não tem correlação com uma marca existente, não sendo possível assim a associação com outra marca. Apesar de demandar maiores investimentos e ser de maior risco, uma vez que o nome não é conhecido ainda no mercado, espera-se que possa ser construída uma imagem sólida e duradoura frente a marca apresentada, o que contribuirá para o crescimento da indústria no mercado em que se propõe atuar. A marca proposta para a indústria aqui apresentada foi definida com base em algo que fosse de fácil identificação, leitura e lembrança. Procurou-se, no entanto que a marca pudesse transmitir, seja através de seus objetos e tipografia, que tipo de produto a empresa produz e qual o seu diferencial frente a seus concorrentes. Para tanto buscou-se partir das declarações institucionais, que resumem o que a empresa é, e a que se propõe, levando em consideração que a proposta deveria ser voltada ao mercado corporativo, uma vez que o projeto é direcionado ao mercado B2B. A construção do brand equity foi feita partindo dos seguintes princípios: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 131 - Elementos que compõem a marca: a marca foi criada levando em consideração que a mesma não deveria restringir-se ao produto inicialmente proposto no projeto, permitindo adaptabilidade para outros da mesma categoria. O conceito deveria transmitir a ideia de consciência sustentável, mas de forma inovadora, na medida em que não utilizasse composições que são “batidas” evitando assim que a marca fosse confundida com outras já existentes. A ideia criada foi construída a partir do conceito dos cinco elementos da natureza, que, pela filosofia Taoista Chinesa, interagem e se relacionam entre si gerando a harmonia necessária para o equilíbrio da natureza. Sabendo, no entanto que os conceitos de sustentabilidade e ecologia, são convergentes a este conceito, projetou-se a marca Sexto Elemento, com o objetivo de ser algo complementar e ao mesmo tempo fundamental à harmonia, ou seja, que permita a perpetuidade e sobrevivência dos outros cinco elementos. A seguir a imagem que ilustra a marca: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Marca Imagem 27: Imagem ilustrativa da marca. 132 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 133 Por ser uma marca nova não é possível realizar uma análise do brand equity, a não ser de suas propostas futuras e de quais estratégias estarão baseadas a comunicação e desenvolvimento da marca. Segundo David Aaker, o “brand equity é formado por cinco categorias de ativos e passivos de marca, ligados a uma marca (fidelidade a marca, conscientização de marca, percepção de qualidade, associação de marca e outros ativos)”. Como dito não é possível mensurar essas variáveis, uma vez que a marca é nova, porém é possível descrever os objetivos a serem alcançados em cada uma delas, sendo: - Fidelidade à marca: espera-se que os clientes potenciais, tornem-se fiéis a mesma, identificando-se com a qualidade do produto oferecido, podendo assim tornar-se evangelizadores em um segundo momento. Espera-se desenvolver fidelidade à marca na medida em que a empresa se desenvolva e passe a atender as atuais e novas necessidades de seus clientes. Para tanto deverá ser trabalhado um relacionamento estreito, com todos os atuantes da cadeia produtiva. - Conscientização de marca: será criada mediante a estratégia utilizada na comunicação realizada. - Percepção de qualidade: a percepção de qualidade será trabalhada no valor agregado transmitido pela marca, através de seus produtos e processos, que terão como foco a produção de produtos com qualidade superior e que atendam padrões sustentáveis consumidores. condizentes com as expectativas dos ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 134 Sendo a qualidade, algo teoricamente intangível, a mesma estará associada a características técnicas do produto, baseadas nas necessidades dos consumidores. - Associação a marca: o objetivo é de que a marca se torne sinônimo de solução em fiação têxtil sustentáveis de alta qualidade e preço competitivo. A marca Sexto Elemento, tem como identidade central e estendida: Identidade Central: produção de fios para a indústria têxtil de malharia para a produção de tecidos planos. Identidade Estendida: fios que sejam advindos de processos sustentáveis, que sejam de qualidade comparável ao algodão, permitindo a produção de peças para vestuário de diversas categorias a preços competitivos. A estratégia de branding traçada para este projeto, está baseada na utilização de nomes individuais para cada linha de produtos. Isso porque, sendo este um produto de venda para o mercado B2B, a estratégia de comunicação, na maioria das vezes, utilizada pelas empresas, fica baseada na marca mãe, sendo esta amplamente comunicada, para então dar acesso aos seus produtos. O objetivo de utilizar-se de uma estratégia de nomes individuais está associado na intenção da empresa em trabalhar no mesmo segmento, futuramente, porém com outras linhas de produtos sustentáveis para a indústria têxtil, como é o caso do algodão orgânico. A linha de comunicação deverá dar ênfase ao reconhecimento e difusão da marca da empresa, ficando o nome do produto em segundo plano. Essa estratégia tem como objetivo tornar a marca forte e conhecida, podendo ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 135 demais produtos aproveitar-se de sua força e reconhecimento em um futuro próximo. 8.2 A busca pelo posicionamento da marca O posicionamento da marca está relacionado a necessidade das empresas diferenciarem seus produtos nos mercados em que atuam. Apesar de seus produtos possuírem algumas características semelhantes, estas que são mínimas exigidas pelos consumidores, é fundamental que os mesmos possuam também diferenças, do contrário não existiria motivo para a existência de diversas marcas, uma vez que todos os seus produtos fossem iguais. Para tanto,é necessário que os profissionais de marketing posicionem suas marcas baseados principalmente nos seus objetivos, levando em consideração os fatores principais considerados pelos consumidores para a compra de determinado produto ou serviço. No setor têxtil, por exemplo, alguns pontos de paridade são comuns quando consideradas as necessidades dos produtores têxteis em produzir peças de vestuário que sejam de qualidade e que possam ser vendidas a preços competitivos. Uma vez que as estratégias de posicionamento devem ser atualizadas mediante as condições mercadológicas, que mudam de acordo com a economia, nesse posicionamento momento baseada definiu-se principalmente por utilizar nos a estratégia de fatores qualidade e competitividade. Isso porque a entrada descontrolada de produtos chineses no mercado nacional faz com que os produtores nacionais necessitem de ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 136 alternativas que lhes permitam ganhar competitividade no mercado interno, oferecendo produtos de qualidade igual ou superior a dos produtos importados, mas acima de tudo a preços competitivos. Outro fator importante está relacionado ao fato da busca crescente por matéria-prima alternativa, que possa substituir o algodão na produção de tecidos. Isso porque é prevista a escassez do mesmo para o ano de 2012, como mostrado anteriormente, fazendo com que os produtores necessitem de outra que a substitua. No estudo de concorrência realizado para o setor em questão, pode-se observar que é pequeno o número de empresas produtoras de fio para a tecelagem a partir do PET reciclado. Apesar da planta produtora da petroquímica Suape, adentrar o mercado com o objetivo de atender parte da necessidade do mercado com este produto, o mesmo advém de matéria-prima não sustentável. Outro fator observado é de que grande parte da produção a partir da matéria-prima reciclada é feita por produtores individuais, ou seja, a reciclagem das garrafas é feita por centros de reciclagem, o flake é originado por indústrias químicas, grande parte das vezes, a fibra é originada por indústrias especializadas e o fio também. Através dessa análise é possível estruturar o posicionamento da marca Sexto Elemento da seguinte forma: - Pontos de paridade: o produto originado pela empresa aqui apresentada terá como objetivo principal a produção de tecido para confecção de peças de vestuário. Uma característica peculiar desse material (PET) é a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 137 sua capacidade de transpiração, que está relacionada a questão da matériaprima ser um polímero. Outro ponto de paridade está relacionadoa resistência do fio, essa para permitir que a trama seja feita de maneira uniforme sem prejudicar o tecido. - Pontos de diferença: os pontos de diferença estão principalmente relacionados a preocupação com a sustentabilidade e com a qualidade do produto. A sustentabilidade está relacionada ao fato do produto ser originado a partir de garrafas PET que foram descartadas na natureza e que através de um processo de reciclagem, voltam para os centros consumidores na forma de um novo produto. A qualidade pode ser mensurada de diversas formas, mas sua preocupação está em oferecer aos seus clientes produtos diferentes dos atualmente oferecidos no mercado, através de processos robustos e controles precisos que garantam um produto final livre de contaminação e de não conformidades. Além destes, um dos mais importantes pontos está no processo produtivo utilizado pela indústria em questão que utiliza maquinário diferente dos atuais médios produtores, comparando-se apenas a petroquímica Suape. Esta decisão está baseada no objetivo principal da construção de uma indústria sustentável não apenas ecologicamente, mas também administrativamente, uma vez que o maquinário envolve menor investimento em mão de obra, menor espaço físico produtivo, melhor controle de qualidade e menor investimento se comparada a estrutura produtora convencional. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 138 A diferenciação do produto oferecido pela Sexto Elemento está principalmente associada em seu produto, levando em consideração que é um produto relativamente novo, se considerado que uma pequena parcela de produtores têxteis outilizam. As características técnicas do fio são tidas como pontos de paridade, uma vez que mesmo sendo de matérias-prima diferentes são utilizados como pontos de comparação pelos compradores. Pelo fato do produto ser considerado em fase de introdução, de acordo com seu ciclo de vida, a estratégia de posicionamento estará baseada na comunicação de seus atributos e benefícios se comparados aos seus concorrentes. 8.3 Segmentação de mercado 8.3.1 Segmentação para o mercado B2B Segundo Philip Kotler, uma empresa não pode atender a todos os clientes inseridos em todos os mercados. Os consumidores diferem entre si podendo ser agrupados em uma ou mais características, e cabe a empresa identificar os segmentos de mercado que poderá atender com eficácia. A cadeia têxtil é composta por três segmentos básicos: fibras e filamentos, têxteis (fiação, tecelagem, malharia e acabamentos) e confecção ou indústria do vestuário. O projeto foca o nicho de mercado em que estão inseridos os produtores de fios para a tecelagem, mais precisamente aqueles que têm preferências ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 139 pela compra de fios advindos da fibra do PET. Sendo assim, espera-se atingir o consumidor preocupado com a preservação do meio ambiente, principalmente estando este atrelado ao consumo de produtos ecológicos e sustentáveis. A segmentação geográfica é caracterizada pela divisão do mercado, que pode ser classificado por município, estado, país, dentre outros. No caso do projeto, inicialmente a segmentação focará a região Sudeste, visto que a mesma representa grande parte do setor têxtil e é nesta região que há mais oportunidade em relação a clientes. Futuramente, a intenção é expandir este mercado e iniciar a exportação para outros países, focando os esforços de comunicação nas regiões mais interessadas. Segundo a FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), as importações totais da indústria têxtil brasileira em 2010, atingiram 21,8%, superando em 3,5 pontos percentuais aoano de 2009, demonstrando uma maior expansão da economia brasileira, porém, reduzindo a competitividade da indústria têxtil nacional, que perdeu espaço e oportunidade para se desenvolver. As empresas têxteis brasileiras necessitam atuar no mercado com preços competitivos aproveitando-se de seus recursos internos, juntamente com a agregação de valor ao seu produto nas diversas regiões do país, assim aumentando as barreiras de entrada de produtos advindos do exterior. Conforme dito anteriormente, o estudo realizado pela consultoria Lafis, os pólos têxteis mais importantes estão localizados em São Paulo (fiação e tecidos de vestuário), Minas Gerais (fiação e tecidos mais simples e leves) e Santa Catarina (90% da produção nacional de cama, mesa e banho; 80% da produção de malhas). (Estudo Lafis, 2010). ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 140 O Vale do Itajaí, com mais 45 cidades ao redor, concentra cerca de 6.500 empresas do ramo têxtil, entremicro, pequenas, médias e grandes indústrias. É considerada a segunda maior concentração de indústriastêxteis do mundo, perdendo apenas para o Vale de Greensboro, na Carolina do Norte, nos Estados Unidos. No Vale do Itajaí, incluindo as cidades de Blumenau, Joinville, Brusque e Jaraguá do Sul, existem aproximadamente 35 fábricas de grande porte e mais de 100 indústrias de porte médio, além de centenas de pequenas confecções. Os pólos têxteis da região de São Paulo, formados pelas cidades de Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa e Sumaré, formam o maior centro de tecidos planos de fios artificiais e sintéticos da América Latina. A produção do setor concentra-se basicamente nas regiões Sul e Sudeste do país, que respondem porcerca de 80% da produção nacional. No entanto, a participação relativa da região Sudeste tem apresentado, nos últimos anos, redução justificada pela migração de indústrias para outros estados, principalmente para o Nordeste. 8.3.2 Segmentação para o mercado B2C Apesar de o projeto ser voltado ao mercado B2B, a segmentação para o B2C refere-se ao consumidor final do produto, sendo este o que vai comprar o vestuário pronto. Para que seja possível obter melhores resultados com o projeto, é necessário o entendimento do que o consumidor deseja e quais suas principais características. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 141 8.3.2.1 Segmentação geográfica O consumidor poderá se localizar em todo território nacional uma vez que, a empresa irá atuar na distribuição de fios do PET focado para a região Sudeste, esta que por sua vez, na continuação da cadeia até o ponto final, distribui o vestuário nacionalmente. Porém, como será um produto focado para a classe A/B poderá não atender a todas as regiões do país. 8.3.2.2 Segmentação demográfica O vestuário em geral, pode ser utilizado por todas as faixas etárias, tanto do sexo feminino quanto masculino, com renda dentre as classes A e B, representando 26% da população total brasileira segundo dados divulgados pelo Critério Brasil. O fio do PET pode ser utilizado na indústria de tecelagem não somente para produção de vestuários, mas também na fabricação de tecidos para roupas de cama, mesa e banho, ampliando assim a potencialidade do mercado a ser explorado. 8.3.2.3 Segmentação psicográfica Consumidores em sua maioria com grau de instrução elevado, orientados para a cultura sustentável e a preocupação com o meio ambiente, dando importância não somente ao preço do produto, mas também com a qualidade e seu impacto na natureza. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 142 8.3.2.4 Segmentação comportamental O consumidor ao comprar um vestuário com o preço mais elevado se comparado aos tecidos feitos com algodão, busca diferenciação e qualidade no produto, bem como durabilidade do tecido, conforto ao vesti-lo e com design que o agrada. O mesmo, na hora da aquisição, leva em consideração sua necessidade em adquirir o vestuário, a ocasião e as características que condizem com sua personalidade ou personalidade de quem irá receber o mesmo. Pelo vestuário ser confeccionado a partir do PET, não deve influenciar o pensamento do consumidor de que o mesmo é de baixa qualidade se comparado ao algodão. O entendimento sobre a utilização têxtil do fio do PET necessita ficar claro para o consumidor de que este apresenta características únicas como maior durabilidade e preservação do meio ambiente. 8.4 Análise quantitativa de mercado Segundo dados divulgados pelo instituto IEMI (Instituto de Estudos e Marketing Industrial), relativos ao ano de 2009, é possível observar que a região Nordeste ultrapassou a região Sudeste na produção de fios para a tecelagem, apesar da produção de tecidos ainda estar concentrada nesta última. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 143 Produção de artigos têxteis 2009 Produção Norte Nordeste Sudeste Sul CentroOeste Total Fios (1.000 ton) 18,60 529,70 500,40 343,90 16,10 1408,70 Tecidos (1.000 ton) 32,10 256,80 858,50 225,80 22,90 1396,10 Malhas (1.000 ton) 6,20 60,50 264,40 329,40 Vestuário (milhões de 41,70 1043,60 3017,50 1594,40 peças) Têxteis Lar(milhões de 3,40 203,70 364,20 460,50 peças) Outros Confeccionados 199,10 418,80 1112,60 575,30 (milhões de peças) Total Geral 301,1 2513,1 6117,6 3529,3 Tabela 8: Produção de artigos têxteis por região brasileira em 2009. Fonte: Dados do IEMI 2010. 11,50 672,00 240,80 5938,00 33,50 1065,30 81,10 2386,90 405,9 12867 O motivo da escolha da região Sudeste para a implantação da fábrica para a produção do fio para a indústria de tecelagem diz respeito, à grande concentração de indústrias produtoras tanto de tecido quanto de artigos para vestuário. Para a realização da análise quantitativa de mercado foram utilizados os seguintes dados comparativos: Produção de tecido por região - 2008 e 2009 Produção Tecido (1000 toneladas) (%) Total Nordeste Sudeste Sul Outros Total 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 2009 244 257 883 859 214 226 52 55 1393 1396 18% 18% 63% 61% 15% 16% 4% 4% Variação (%) 4,8% -2,9% 5,5% 4,7% Tabela 9: Produção de tecido por região, comparação entre os anos de 2008 e 2009. Fonte: Dados do IEMI 2010. 0,2% Como é possível observar, a produção têxtil teve aumento de 0,2% se comparados os anos de 2008 e 2009. Apesar de a região Sudeste ter tido queda de 2,9% na produção, a mesma continua sendo a principal na produção têxtil. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 144 Faturamento total do setor por região Faturamento Nordeste Sudeste Sul Outros 2008 2009 2008 2009 2008 2009 2008 Representatividade do faturamento 1,61 1,70 5,83 5,67 1,41 1,49 0,35 (US$ bilhões) Tabela 10: Representatividade do faturamento total do setor por região. Fonte: Dados do IEMI 2010. Total 2009 2008 2009 0,36 9,20 9,22 Dados os indicadores é possível quantificar o mercado da seguinte forma: Análise quantitativa de mercado Mercado Potencial 2008 9,1991 2009 9,2192 Mercado Disponível 5,8291 5,6694 Mercado Alvo 0,1981 0,1923 Tabela 11: Análise quantitativa de mercado. Dados relacionados ao faturamento do mercado em US$ bilhões. O mercado potencial diz respeito à soma de todas as empresas produtoras de tecido do país. O mercado disponível está relacionado a todas as indústrias de tecelagem da região Sudeste do país, pelo fato da localização da indústria de produção de fios, considerando a capacidade de distribuição do mesmo para as regiões mais próximas de sua localização. Por fim, o mercado alvo resume-se as indústrias de tecelagem que pertencem ao pólo têxtil paulista representado pelas regiões de Americana, Santa Barbara D’Oeste, Nova Odessa e Sumaré. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 145 8.5 Marketing e valor para o cliente Segundo Philip Kotler, fazer marketing significa satisfazer as necessidades e os desejos dos clientes. A Sexto Elemento tem como objetivo principal agregar valor ao mercado, acreditando que seu maior lucro vêm do relacionamento bem estruturado com o cliente, pois entende-se que produzir e vender apenas, não traz os mesmos resultados que antigamente, devido ao grande desenvolvimento mercadológico dos últimos anos, que expandiu praticamente todos os mercados, ocasionando a saturação do mesmo, o que modificou o comportamento das organizações perante seus clientes e concorrentes. Isso fez com que as empresas deixassem de lado certa fixação em apenas vender, passando a reconhecer que o maior desafio, a partir de então, é de conquistar e fidelizar o cliente, que passou a ter mais opções de produtos e serviços. Visando atingir o objetivo principal de transmitir valor ao cliente, e assim obter lucro financeiro, a Sexto Elemento trabalhará inicialmente com os clientes da região Sudeste, destacado anteriormente no capítulo de segmentação de mercado B2B, sendo que a região de São Paulo possui a maior concentração do público alvo. É importante ressaltar que no mercado têxtil a qualidade é um fator de grande importância para os produtores têxteis, assim como o custo da matériaprima, sendo que estes fatores permitem maior competitividade em relação aos seus concorrentes sejam eles nacionais ou internacionais. Para isso a indústria deverá utilizar-se de maquinários adequados e de processos robustos que ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 146 permitam ao cliente alto nível de confiabilidade em relação ao produto produzido. A empresa trabalhará o conceito de valor agregado através de ações relacionadas à sua força de vendas, ações promocionais e de propaganda, visando principalmente no início informar a todos os atuantes da cadeia têxtil a sua entrada no mercado. Uma das ferramentas que a empresa irá utilizar dentro do pós venda será o conceito de “tempo zero de feedback”, com o objetivo de monitorar as expectativas e experiências do produto, extraindo destas, informações, que possam ser utilizadas para melhoria do produto e/ou dos processos. Na equação de valor para o cliente, diversos fatores podem ser levados em consideração, dependendo de seu posicionamento. Sendo assim não é possível que a empresa compreenda todos estes, pois são diferentes e alguns divergentes, de forma quepode-se destacar algumas formas de trabalhá-los afim de gerar valor superior: - O tempo de reação da empresa em relação as opiniões do cliente, seja a respeito do produto ou de outros assuntos, deverá ser trabalhado, levando em consideração qual o de maior relevância para a empresa no tempo mais rápido possível. - Trabalhar com maquinários de alta tecnologia, que permitam melhor aproveitamento da matéria-prima e menor desperdício, por sua vez permitindo ao cliente ganho na qualidade final do produto, assim como para a empresa em questão, através da economia na redução de refugos, tornando o produto mais competitivo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 147 Além destes, outros serão melhores explicados nos planos de Gestão de Operações e Recursos Humanos. A empresa proposta neste plano terá a obrigação de examinar seus custos e seu desempenho em todas as atividades e buscar formas de melhorálos constantemente, agregando valores internos e externos a organização. Com uma gestão sólida e capaz de desenvolver constantes melhorias visadas pelos colaboradores e clientes, as chances de obtenção de sucesso são altas. Uma vez que a informação seja obtida de forma rápida e eficaz os processos internos terão seus erros minimizados, beneficiando a todos os envolvidos da cadeia. Todas as áreas da organização serão interligadas (marketing holístico), desde as áreas de vendas, atendimento, financeiro, operacional, marketing, compras dentre outras de maneira que flua o repasse de informação, não havendo um entrave dentre elas, que possa prejudicar o funcionamento da empresa. Outra forma de trabalhar o valor para o cliente será através dos padrões de qualidade utilizados pela empresa, melhor explicados no capítulo de Gestão de Operações. 8.6 Cadeia de valor A Sexto Elemento buscará fazer fortes parcerias com seus fornecedores, principalmente aqueles que irão fornecer a base de todo o processo (garrafas PET), sendo estes as cooperativas. O objetivo é trabalhar para o fortalecimento dos atuantes da cadeia permitindo o crescimento e expansão da indústria. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 148 A participação de programas ambientais, bem como a educação ambiental para conscientização da população e também de seus clientes, é fundamental não só para a administração dos impactos ambientais, mais também para o desenvolvimento do conceito e consequente expansão da indústria. O que se pretende é a excelência operacional, melhorando continuamente todos os processos e controlando periodicamente os custos, gerenciando uma cadeia de valor que proporcione altos níveis de qualidade, atendimento e agilidade, além da participação dos clientes construindo uma parceria sólida, criando fidelidade ao longo do tempo. 8.7 Sistema de informação de marketing (SIM) Para que haja uma padronização nos dados internos da empresa, se faz necessário um sistema de informação eficaz que registre dados como: pedidos de venda, preço, custo, níveis de estoque, contas a pagar, contas a receber, dentre outras variáveis que identificam forças e fraquezas da organização. Este sistema tem a finalidade de cruzar informações, fornecer dados e gerar diagnósticos precisos, para a tomada de decisão dos gerentes. A empresa buscará das principais fontes de informações diárias para monitorar o ambiente externo e suas variáveis bem como: livros, jornais, publicações setoriais, sites, informações de fornecedores, concorrentes ou parceiros às quais auxiliam na tomada de decisão da mesma. Estas fontes permitem a empresa verificar informações como crescimento de mercado e potencial de investimento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 149 Para haver uma maior interação na busca de informações de mercado, a empresa realizará treinamentos motivacionais para que seus vendedores e fornecedores relatem os acontecimentos em campo, com a finalidade de utilizar essas informações para traçar novas estratégias de venda. O fato da Sexto Elemento estar em contato direto com seu cliente, permite a aplicação de pesquisas de dados primários com objetivo específico de obter informações, que possam ser utilizadas para melhorias nos processos e produtos da empresa. 8.8 Análise do marketing mix O Marketing Mix é dividido em 4 sessões, mais conhecidas como 4Ps Produto, Preço, Praça (ponto de venda/distribuição) e Promoção, tendo como finalidade formular uma oferta para satisfazer as necessidades e os desejos do cliente, destacando-se de seus concorrentes e tornando-se mais competitivo. 8.8.1 Produto Cada nível de produto acrescenta mais valor para o consumidor e os cinco constituem uma hierarquia de valor para o público-alvo. Os cinco níveis de produto são: - Benefício Central: fio para tecelagem. - Produto Básico: fio para produção de tecido advindo do PET (polietileno tereftalato de etila). ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 150 - Produto Esperado: que o produto seja advindo de matéria-prima reciclada originada por processos sustentáveis e que gerem baixo impacto ambiental. - Produto Ampliado: que o fio seja produzido com matéria-prima de alta qualidade sem contaminação por polímeros diversos ou impurezas. - Produto Potencial: que sua produção seja 100% sustentável e ecologicamente correta, em que toda a extensão de seu processo seja reaproveitado o material que não de uso para a produção do fio, podendo assim tornar-se fonte produtiva de matéria-prima de outros produtos. Os fios do PET são desenvolvidos, a partir da reciclagem das garrafas PET (pós-consumo), que são retiradas do meio ambiente e transformadas em fios têxteis. Além de ser ecológico e sustentável, o fio será produzido com um alto rigor de qualidade, principalmente focado em seu processo produtivo tendo como características principais a resistência e a durabilidade. A empresa irá respeitar as cores originais das garrafas (transparente e verde), para produção de fio sem a utilização de processo químico para tingimento. O produto em si apresenta um alto nível de durabilidade, podendo ser classificado como bem durável, uma vez que o vestuário, ou qualquer produto a base fibra têxtil é utilizado certamente por longo período. Por se tratar de um produto voltado para as indústrias têxteis, sua tangibilização se dá através principalmente de fatores como coloração, preço, resistência e durabilidade, fatores estes que são de grande importância para os clientes e para a própria empresa. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 151 Como a Sexto Elemento, será nova no mercado, é possível dizer que o produto se encontrará na fase de introdução, de forma que a partir do momento em que a participação de mercado aumentar, o ciclo de vida tende a entrar em fase de crescimento. Ciclo de vida do produto Imagem 28: Detalhamento do ciclo de vida do produto. Fonte: Philip Kotler (2008). 8.8.2 Preço Inicialmente a empresa irá trabalhar com a estratégia de sobrevivência, de acordo com o ponto em que se encontra do ciclo de vida (introdução). Sendo assim espera-se que a mesma possa sobreviver neste que é altamente competitivo e dinâmico, para então através do seu conhecimento e difusão de seus produtos possa alinhar-se a médio e longo prazo (período de crescimento e maturidade) à estratégia de maximização da participação de mercado, trabalhando com uma estratégia associada à qualidade superior e preço competitivo trabalhados no valor agregado do produto. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 152 Com relação à demanda, é possível dizer que neste setor a mesma caracteriza-se como sendo inelástica. Essa relação se dá pelo fato da produção da indústria de tecelagem estar diretamente ligada ao comportamento do mercado consumidor final (B2C), ou seja, uma redução no preço do fio não irá gerar um aumento significativo na demanda por este material, se o mercado consumidor também não aumentar o seu consumo. Um exemplo a respeito da demanda agregada, correspondente a esta cadeia produtiva, é o fato de que o consumidor final para este produto (peças de vestuário com o conceito sustentável) ser pertencente às classes A e B, principalmente pelo fato da não difusão do conceito que acaba por comprometer o custo do produto final, uma vez que não é produzido em larga escala. Ao mesmo tempo, caso a matéria-prima, nos diversos elos da cadeia, reduza o seu preço estes se tornarão acessíveis aos consumidores de outras classes, o que aumentará o consumo por parte da população. Para efeito de estudo foi realizado uma pesquisa com a empresa Cocamar, concorrente e produtora de fios do PET. Neste estudo foi constatado que o preço médio de venda varia entre R$10,50 a R$11,00 o quilo do fio, sem o ICMS incluso, de forma que o fio é vendido no formato de bobinas com uma média de peso de 2,50Kg, uma altura de 170 mm e diâmetro de 240 mm a unidade8. O método de determinação de preço utilizado será através do mercado, ou seja, naquele em que a empresa fixa o seu preço a partir do preço médio praticado para venda de produtos semelhantes ao seu. 8 Dados fornecidos pela empresa COCAMAR. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 153 8.8.3 Praça A empresa trabalhará com um canal de distribuição sem intermediários, ou seja, de nível zero, realizando uma venda direta, em que o produto sai da fábrica rumo direto ao cliente (indústria). De acordo com estudos para o mercado B2B, na venda de fios para tecelagens não existem empresas intermediárias como, atacados ou redes de distribuição, sendo estes distribuídos diretamente para o cliente, como citado acima. Os fios serão entregues enrolados em bobinas e armazenados em caixas de papelão, podendo variar a quantidade de acordo com o sistema logístico de entrega e suas especificações bem como seu título (espessura), mas que geralmente são entregues ao cliente com 12 unidades cada caixa, divididos em duas camadas de 06 unidades9. A partir dessas especificações, o produto pode ser distribuído aos seus clientes, através de vendedores próprios ou terceirizados. Existem duas modalidades de logística de vendas: - Cost Insurance Freight (CIF): Essa forma de contrato, o próprio fornecedor é quem se responsabiliza pela realização do frete, sendo de responsabilidade do mesmo organizar a forma de entrega do produto ao comprador, já que este custo deve estar contido no orçamento passado pelo fornecedor. - Ex-Works (EXW): Através do contrato, o comprador se responsabiliza pelo transporte do produto, com isso o valor do frete não está incluso no 9 Dados fornecidos pela empresa COCAMAR. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 154 orçamento do fornecedor e é pago pelo comprador de acordo com o tipo de frete escolhido pelo mesmo. Estas formas de entrega são definidas no contrato de compra (ou venda) do material, denominado proforma invoice. A partir do que foi definido sobre a modalidade de frete, o próximo passo do canal de distribuição é a efetivação da entrega do material ao seu comprador, que deve ocorrer de forma que mantenha a qualidade original do produto, bem como de sua embalagem. Como normalmente os fretes são realizados por meio rodoviário, faz-se necessário uma conferência detalhada no recebimento, para que sejam evitadas trocas, desvios e demais retrabalhos e consequentes atrasos de produção. A distribuição inicialmente se dará no interior do estado de São Paulo, mais precisamente na região do pólo têxtil paulista, que é compreendido pelas cidades de Santa Barbara do Oeste, Sumaré, Americana, dentre outras cidades. Para tanto será utilizado um processo de distribuição terceirizado permitindo o atendimento do cliente de forma que não onere o custo final do produto, permitindo que o mesmo se mantenha competitivo, caso o cliente opte por esta modalidade de transporte. 8.8.4 Promoção Quando analisadas as ferramentas de comunicação utilizadas pelos principais concorrentes da empresa Sexto Elemento, foi possível observar que grande parte deles não possuem grandes investimentos, restringindo-se a um ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 155 website institucional, que em sua grande maioria é mal estruturado com informações confusas ou falta das mesmas sobre a empresa e o produto. Não foram identificados indícios da utilização de ferramentas de mídia como jornal ou revistas, que não especializadas sobre o setor. Uma das empresas apenas trabalha com a rede social Twitter, porém a mesma é desatualizada e não é utilizada com o objetivo de difundir seus produtos da empresa. Através dessa análise realizada decidiu-se que toda a comunicação do produto será feita com o objetivo de tangibilizar seus clientes. Esse processo acontece através da caracterização do produto e da transformação de suas características em benefícios. Por ser tratar de uma compra especializada, a empresa contará com uma força de vendas interna e outra externa, com o objetivo de atender as duas modalidades de compra. Nestes serão utilizados materiais como catálogo e amostras do produto. Em primeiro momento é possível que a empresa trabalhe com uma estratégia de experimentação com alguns clientes potenciais, permitindo assim o conhecimento sobre o produto e suas características. Além dessas ferramentas a empresa investirá em feiras e eventos voltados para o mercado têxtil e de malharia, trabalhando assim tanto a parte institucional da marca, quanto à parte técnica de seu produto. Não serão utilizadas ferramentas como mídias sociais ou anúncios em jornal, porém fica aberta a possibilidade da veiculação de anúncios em mídias especializadas e principalmente o desenvolvimento de um website que permita fácil navegabilidade para os clientes e interessados no produto e na empresa. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 156 8.9 Objetivos de marketing Os objetivos de marketing a serem propostos por este plano de negócios devem primeiramente estar alinhados ao planejamento estratégico da empresa, para tanto podemos citar os seguintes objetivos de marketing para os próximos 05 anos. O que: aumentar as vendas em 30%, sendo responsável por este crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna; Quando: 02 anos; Quem: equipe de Vendas; Como: através de telemarketing ativo, visitas externas aos clientes e ações de comunicação. O que: aumentar a participação de mercado em 10%; Quando: 02 anos; Quem: equipe de vendas e marketing; Como: através de ações de desenvolvimento dos clientes potenciais, relacionadas à força de vendas e comunicação. O que: expansão para o mercado do Sul; Quando: 05 anos; Quem: equipe de vendas e marketing; Como: através do desenvolvimento de parceiros em pontos estratégicos das principais regiões produtoras de tecido da região Sul do país, desenvolvendo representantes locais. O primeiro objetivo pode ser considerado como o mais ousado, pois visa um crescimento de 30% num mercado que tem previsão de crescer apenas ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 157 3,5% no ano de 2011, segundo dados apresentados pela ABIT (Associação Brasileira da Indústria Têxtil). O segundo objetivo de marketing é de igual ousadia, pois o mercado têxtil sofre com a concorrência tanto direta quanto indireta, dessa maneira é encontrada bastante dificuldade para manter os clientes atuais e também buscar e fidelizar novos clientes. Temos como principal objetivo o aumento do market share da marca, gerando assim maior conhecimento de ambas as marcas pelo mercado proporcionando assim melhores oportunidades de vendas. O terceiro objetivo de marketing, só ocorrera a partir do crescimento da Sexto Elemento no mercado paulista, para assim poder expandir suas vendas no mercado do Sul, sendo esta a região onde há maior produção de tecido. 8.9.1 Objetivos de comunicação O que: ampliar o reconhecimento da marca; Quando: 01 ano; Quem: equipe de comunicação e marketing; Como: através de uma estratégia de branding, alinhado aos objetivos estratégicos da empresa de forma que a comunicação esteja baseada no objetivo principal de reconhecimento da marca, assim como das vantagens do produto. O que: tornar mais conhecido o produto e seus benefícios; Quando: 01 ano; Quem: equipe de vendas e comunicação; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 158 Como: através de um planejamento de comunicação que tenha como objetivo principal a caracterização do produto e de seus benefícios, assim como de incentivar o desenvolvimento do conceito através da conscientização da sustentabilidade na moda. O primeiro objetivo de comunicação será ampliar o reconhecimento da marca para assim expandir o crescimento das vendas e aumentar a participação de mercado. Por fim o segundo objetivo de comunicação é apresentar o produto para o mercado tornando-o mais conhecido no mercado de forma que mostre seus benefícios quando comparados ao uso do fio de algodão e ou de outra matériaprima para produção de tecidos. Cada um dos objetivos representa um grande desafio para a organização, porém, atingíveis se considerarmos as estratégias e ações de marketing e comunicação que serão apresentadas nos capítulos a seguir. 8.10 Estratégia de marketing e comunicação As estratégias partem dos objetivos traçando as diretrizes necessárias para alcançá-los no prazo esperado. Dentre as estratégias utilizadas para alcançar os objetivos de marketing estão ações que remetem a estratégia de penetração de mercado, condizentes com análise realizada segundo a matriz Ansoff, com um produto existente (fio para a tecelagem a partir do PET reciclado, que é produzido por algumas empresas) para mercados existentes (mercado de tecelagem e de moda sustentável). ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 159 - Objetivo de marketing 1.0 - aumentar as vendas em 30%, sendo responsável por este crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna. Estratégia 1.1: investir na capacitação das equipes de vendas; Estratégia 1.2: aumentar o volume de compra dos clientes efetivos; Estratégia 1.3: investir em campanha de comunicação; Estratégia 1.4: desenvolver parceiros locais em pontos estratégicos do estado de São Paulo; Estratégia 1.5: campanha de vendas. - Objetivo de marketing 2.0 - Aumentar a participação de mercado em 10%. Estratégia 2.1: transformar 10% dos clientes potenciais em efetivos; Estratégia 2.2: investir em inovação e melhorias no produto. - Objetivo de marketing 3.0 – Expandir para o mercado Sul. Estratégia 3.1: trabalhar ativamente todos os atuantes da cadeia assim como a equipe de vendas. - Objetivo de Comunicação 1.0 - Ampliar o reconhecimento da marca. Estratégia 1.1: desenvolver um planejamento de comunicação; Estratégia 1.2: manter um relacionamento estreito com o cliente. - Objetivo de Comunicação 2.0 - Tornar mais conhecido o produto e seus benefícios. Estratégia 2.1: desenvolver um planejamento de comunicação; Estratégia 2.2: trabalhar ativamente a força de vendas interna e externas. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 160 8.11 Plano de ação Para que os objetivos possam ser alcançados, devemos seguir o grupo de estratégias e ações que possuem como fim o êxito no que foi previamente planejado. Deste modo, segue um demonstrativo de estratégias e ações, juntamente com os responsáveis pelo cumprimento de cada uma delas, elencadas para este plano de marketing. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 161 Objetivos de marketing Objetivo 1.0: Aumentar as vendas em 30%, sendo responsável por este crescimento 20% a venda externa e 10% a venda interna. Estratégia 1.1: Investir na capacitação das equipes de vendas. Ação 1.1.1: Através do planejamento de recursos humanos, desenvolver uma estrutura de treinamento e capacitação para a força de vendas. Responsável de Recursos Humanos Estratégia 1.2: Aumentar o volume de compra dos clientes efetivos. Ação 1.2.1: Trabalhar com um programa de desconto baseado no volume de compra, bem como condições de pagamento. Responsável de Marketing e Vendas Estratégia 1.3: Investir em campanhas de comunicação. Ação 1.3.1: Atuação em feiras e eventos considerando os principais focos de divulgação. Responsável de Marketing Estratégia 1.4: Desenvolver parceiros locais em pontos estratégicos do estado de São Paulo. Ação 1.4.1: Captação de fontes estratégicas de informação bem como desenvolver parcerias com clientes e fornecedores. Responsável de Vendas e Gerente de Produção Estratégia 1.5: Campanha de vendas. Ação 1.5.1: Através desenvolvimento de um plano de metas de vendas a serem atingidas pelos vendedores. Responsável de Vendas Objetivo 2.0: Aumentar a participação de mercado em 10%. Estratégia 2.1: Transformar 10% dos clientes potenciais em efetivos. Ação 2.1.1: Estruturar um sistema de CRM. Responsável de Marketing e Vendas Estratégia 2.2: Investir em inovação do produto. Ação 2.2.1: Investimento em P&D. Gerente de Produção Objetivo 3.0: Expansão para o mercado Sul. Estratégia 3.1: Trabalhar ativamente todos os atuantes da cadeia assim como a equipe de vendas. Ação 3.1.1: Criar parcerias em toda a cadeia de suprimentos a fim de viabilizar o projeto de expansão logística. Gerente de Produção e Equipe de Vendas Ação 3.1.2: Desenvolver representantes nas cidades onde existe maior concentração de indústrias de tecelagem. Gerente de Produção e Equipe de Vendas Ação 3.1.3: Desenvolver sistema de logística reversa, viabilizando o custo do transporte para não onerar a matéria-prima e impactar na competitividade do produto final. Tabela 12: Resumo dos objetivos de marketing. Gerente de produção ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 162 Objetivos de comunicação Objetivo de Comunicação 1.0: Ampliar o reconhecimento da marca. Estratégia 1.1: Desenvolver um planejamento de comunicação. Ação 1.1.1: Realizar uma campanha publicitária voltada para a divulgação da marca no mercado (foco em branding). Departamento de Marketing Ação 1.1.2: Participação de feiras e eventos. Ação 1.1.3: Através telemarketing ativo. da força de vendas Departamento de Marketing e Departamento de Marketing Objetivo de Comunicação 2.0: Tornar mais conhecido o produto e seus benefícios. Estratégia 2.1: Desenvolver um planejamento de comunicação. Ação 2.1.1: Trabalhar com ferramentas de mídia (anúncio em revistas especializadas do setor têxtil, email marketing, websites especializados) e em material publicitário (catálogos, mala direta). Responsável de vendas Estratégia 2.2: Trabalhar ativamente a força de vendas interna e externas. Ação 2.1.2: Programa de incentivo para o desenvolvimento da equipe de vendas, e consequentemente motivá-la a obter os resultados esperados pelos stakeholders. Responsável de RH Tabela 13: Resumo dos objetivos de comunicação. Traçado os objetivos e as estratégias, assim como as ações que serão tomadas para o alcance dos objetivos, foi estruturado de acordo com o plano de Marketing, em um cronograma de ação que leva em consideração o ano de 2012, baseado na hipótese que poderão ocorrer alterações mercadológicas que impactem diretamente no cronograma para os anos seguintes. A seguir o cronograma de ação: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 163 Cronograma Geral das Ações Jan Ação Treinamento e capacitação de vendas Fev Programa de Desconto Atuação em feiras e eventos Captação de fontes estratégicas de informação Metas por vendas Parceria com produtoras de tecido da região Sul Estruturação de CRM Investimento em P&D Aplicação do Sistema de Informação de Marketing Pesquisa de Satisfação do cliente Criar parcerias em toda a cadeia têxtil Desenvolver representantes da Região Sul Campanha publicitária Força de Vendas Ferramentas de Mídia Tabela 14: Cronograma geral das ações de marketing e comunicação. Mar Abr Mai 2012 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 164 Como é possível observar segundo o cronograma, as ações de marketing estão distribuídas entre o primeiro e o segundo semestre. Fatores principais como treinamento de vendas e sistema de informação fazem parte do plano de investimentos para o primeiro semestre. As ações de comunicação serão pontuais e devem ocorrer ao longo de todo o ano, considerando a manutenção da imagem da marca e da divulgação de seus produtos. Outro, como a produção de material para a equipe de vendas, se faz necessário à atualização do layout, considerando para tanto o prazo de três meses para mudança. 8.12 Orçamento Para que os objetivos sejam alcançados, não basta apenas a formulação das estratégias e ações para os funcionários, elas devem ser realizadas para que os fins sejam atingidos. Para tanto a execução de cada tarefa possui um custo, sendo estes levantados em pesquisas com fontes do setor, os quais serão mostrados e interpretados na tabela a seguir: Ações $ Treinamento de vendas. Investimento em feiras e eventos. CRM – Software + manutenção, suporte mensal. Investimento em P&D. SIM – Software +manutenção, suporte mensal. Campanha publicitária. Ferramentas de mídia. Total: R$ 50.000,00 R$ 500.000,00 R$ 60.000,00 R$ 100.000,00 R$ 60.000,00 R$ 70.000,00 R$ 200.000,00 R$ 1.040.000,00 Tabela 15: Orçamento de marketing e comunicação. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 165 Acredita ser importante alto investimento em treinamento e capacitação para a equipe de vendas, principalmente no período de introdução da empresa no mercado. O valor descrito acima diz respeito ao investimento apenas no ano de 2012, podendo este ser maior nos demais anos conforme o crescimento da empresa e consequentemente da equipe de vendas. O setor industrial é um setor que concentra maiores investimento, estes relacionados a marketing, em feiras e eventos que segundo cronograma, estão distribuídos por todo o ano de 2012. O investimento inicial do sistema de CRM e SIM, tem como objetivo principal, criar uma base sólida que possa contribuir para construção da inteligência de mercado na empresa. Os investimentos nesses, consideram uma estrutura enxuta e relativamente pequena podendo estes também sofrer maiores investimento ao longo dos próximos cinco anos. O investimento em pesquisa e desenvolvimento relacionado ao marketing está mais direcionado a estudos e pesquisas que possam contribuir para que sejam feitas melhorias contínuas durante o ciclo de vida do produto permitindo que o mesmo se mantenha competitivo. Está sendo considerado como campanha publicitária, a contratação de uma agência publicitária em regime de Fee mensal pagos mediante contrato de prestação de serviço para o desenvolvimento de toda a campanha publicitária para o ano de 2012. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 166 8.13 Revisão e controle Para garantir o sucesso de todo o Plano de Marketing, o controle e a revisão das estratégias e ações são de extrema importância, sabendo que cada objetivo envolve áreas diferentes da empresa, deve-se dar atenção a cada um deles, desenvolvendo uma metodologia de controle para cada um. Para monitorar os resultados da Sexto Elemento e, assim, verificar se a mesma está atingindo os objetivos planejados, serão utilizados os seguintes KPIs (Key Permormance Indicators): - Acompanhamento mensal do valor das vendas realizadas, comparando com as metas esperadas para aquele mês; - Acompanhamento do número de clientes ativos no portfólio da empresa, monitorando o desenvolvimento de novos clientes; - Número de novos clientes x clientes efetivos; - Realizar uma pesquisa de brand awareness; - Comparação entre investimento e retorno sobre as ações de mídia e promoção de vendas; Cada indicador de desempenho será avaliado pelo respectivo responsável da ação referente ao controle que deverá efetuar relatórios mensais sobre o andamento de cada indicador, e sempre que necessário serão feitas adaptações para atingir as metas propostas. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 167 9 PLANO DE GESTÃO DE OPERAÇÕES A gestão das operações de produção é o gerenciamento dos recursos diretos que são necessários para a obtenção do(s) produto(s) de uma organização. Neste caso, a análise detalhada da linha de produção, bem como a logística destas operações (desde a captação da matéria-prima, sua transformação, até a obtenção do produto final), será alvo de estudo para maior viabilidade do projeto, bem como o trabalho com foco nas estratégias de competição na produção, que serão qualidade e custos (a serem descritos no próximo capítulo). O detalhamento das atividades sequenciadas é fundamental para o conhecimento do processo produtivo bem como a identificação de possíveis gaps ou falhas no decorrer das atividades produtivas. 9.1 Objetivos estratégicos da produção A definição da estratégia de competição da produção faz com que os esforços da equipe de produção sejam direcionados a um mesmo norte, este anteriormente estudado e devidamente analisado na condição de obter retornos favoráveis à organização. Esta determinação prioriza os objetivos de produção. Neste caso, os objetivos estratégicos escolhidos foram: Qualidade e Custos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 168 - Qualidade: produzir de forma adequada, correta, sem falhas, reduzindo assim o custo e elevando a confiabilidade do cliente. - Custos: buscar uma diminuição de custo da produção, até ao ponto em que não comprometa a qualidade do produto, visando uma melhor competitividade no mercado. Uma vez que a política de custos impacta diretamente no preço final do produto, este fator ganha importância, já que o mercado de atuação é pequeno, aumentando a dependência e poder de barganha dos clientes. Ou seja, um preço muito elevado pode inibir a busca pelo fio do PET produzido pela Sexto Elemento. Estes dois fatores foram escolhidos uma vez que, para as empresas consumidoras a qualidade possui grande importância, pois o fio precisa suportar todo o processo de tecelagem; ao mesmo tempo que tenha custo inferior em relação aos seus concorrentes, gerando uma vantagem competitiva. Buscando por meio destes, o reconhecimento assertivo no mercado de que o fio do PET é uma opção sustentável em todos os âmbitos para a produção têxtil. Para que os objetivos estratégicos sejam alcançados com sucesso, medidas como forte controle de refugos, não ocorrência de reprocessos e de ociosidade são importantes uma vez que barateiam a produção. Necessário também um efetivo controle de estocagem, constante controle da qualidade do processo produtivo, treinamentos, revisão e atualização de processos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 169 9.1.2 Localização estratégica A importância de realizar uma análise para a localização de uma empresa no espaço geográfico é a busca por maior lucro e menor custo para a mesma. Podendo com isso gerar uma vantagem competitiva em relação ao preço do produto final, custo de frete, acessibilidade e dentre outros. Os fatores locacionais utilizados para o desenvolvimento do estudo podem ser o fácil acesso a matéria-prima, mercado consumidor, mão de obra, infraestrutura, vias de transporte, incentivos fiscais e legislações fiscais, tributárias e ambientais. O estudo realizado anteriormente, em relação aos clientes potenciais identificou que estes se encontram no estado de São Paulo, mais precisamente na região de Americana, Santa Bárbara D’Oeste, Nova Odessa e Sumaré, alguns ilustrados pelo mapa a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 170 Mapa de localização de indústrias de tecelagem - RMC Imagem 29: Mapa de localização das indústrias de tecelagem na Região Metropolitana de Campinas. Fonte: Google Maps. No caso do PET reciclado, por ser uma matéria-prima de baixo custo, é importante que a planta fabril esteja localizada próxima aos fornecedores (cooperativas e recicladores), para que o custo de transporte não onere de maneira desproporcional ao custo da matéria-prima. Como demonstrado inicialmente na análise de ambiente natural, o Brasil é o segundo país que mais recicla PET no mundo. Mesmo atingindo esta posição, somente 12% da população foi atendida pela coleta seletiva no ano de 2010, com maior concentração na região sul e sudeste do país. Ainda de acordo com as informações prestadas pelo website Recicloteca, especializado em questões ambientais e informações sobre reciclagem, existem em sua página de busca, a mesma atualizada no ano de 2011, um cadastro de aproximadamente 80 cooperativas no estado de São Paulo que atuam no referido setor, alguns ilustrados no mapa a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 171 Mapa de localização de cooperativas de reciclagem - RMC Imagem 30: Mapa de localização das cooperativas de reciclagem na Região Metropolitana de Campinas. Fonte: Google Maps. Uma vez identificada onde ficam os principais compradores e fornecedores, é necessária uma análise da disponibilidade de mão de obra; de acordo com o Governo do Estado de São Paulo, no ano de 2009 cerca dos 56% dos trabalhadores possuíam mais de 11 anos de estudos, ou seja, tinham no mínimo o ensino médio completo, e 15% contavam com 15 ou mais anos de estudo, ou seja, concluíram o ensino superior; vale ressaltar que no Brasil estes índices foram de 43% e 11%. Já tratando mais especificadamente do setor de transformação de plásticos, o estado de São Paulo possui infraestrutura de pesquisa e educação para o mesmo, como por exemplo, o curso de graduação de Engenharia de Materiais fornecido pela Universidade de São Paulo – USP, o curso de nível técnico de Polímeros e Plásticos, este fornecidos pelas FATECs (Faculdades de Tecnologia) e pelo Colégio Técnico de Campinas e entre outros. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 172 Em relação às vias de transportes é importante buscar um local em que a logística seja otimizada, abrangendo modais diferentes, para manter certa flexibilidade em relação àincidentes ou alterações do ambiente externo. O Estado de São Paulo possui vias rodoviárias que interligam os principais mercados produtores e consumidores do país, como por exemplo, as rodovias Anhanguera (SP-330) que atravessa a Região de Campinas; Dutra (BR-116) que passa pelo Vale do Paranaíba em direção ao Rio de Janeiro e Anchieta (SP-270), que liga a capital ao porto de Santos. Na Região Metropolitana de Campinas encontram-se a D.Pedro I (SP065) dando acesso ao Vale do Paranaíba e a rodovia Santos Dumont (SP-075), que segue rumo a Sorocaba e dá acesso ao Aeroporto Internacional de Viracopos. Além da parte rodoviária, que São Paulo conta com cinco aeroportos (Congonhas, Guarulhos, Campo de Marte, Viracopos e São José dos Campos). Dando destaque para o Aeroporto Internacional de Viracopos no que se refere a transporte de carga, vale ressaltar que o mesmo está passando por um processo de expansão visando a diminuição da burocracia e tributação para as empresas importadoras e exportadoras. Outro ponto de destaque é o acesso a zona portuária de Santos, sendo este o porto de maior valor exportado e conteinerização do país, também se encontra o porto de São Sebastião que possui alto movimento de importação devido ao terminal da Petrobras na região. O produto final da Sexto Elemento é transportado normalmente via terrestre, utilizando transportadoras rodoviárias, porém é de grande importância ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 173 a flexibilidade para opções de transporte, uma vez que possa se tornar necessário a utilização dos mesmos. Até ao presente momento da análise pode-se perceber que a infraestrutura do estado de São Paulo favorece uma localização condizente com as necessidades da empresa. Dando destaque para a região de Campinas, uma vez que esta se encontra próxima aos fornecedores e compradores. Importante comentar que Campinas é a cidade que concentra um terço da produção industrial do estado de São Paulo, recebendo indústrias de alta tecnologia e o parque metalúrgico, segundo dados do website Inovação Tecnológica. Atualmente estão presentes na região 10.000 empresas de médio e grande porte, sendo esta região considerada a capital do Vale do Silício Brasileiro. De acordo com a Lei nº 6.031/88, que dispõe sobre o uso e ocupação do solo no município de Campinas a planta fabril da Sexto Elemento é considerada uma “indústria não incômoda”, ou seja, não ocasiona poluição ambiental, sendo uma vantagem para a fixação da fábrica nesta região. A prefeitura de Campinas possui leis de incentivos para que empresas se instalem na cidade, sendo que existem três leis que possivelmente se enquadram na planta fabril aqui proposta: Lei 12.471/06 (Empresas em Geral), que propõe redução do ISSQN, IPTU, ITBI e isenção de taxas e emolumentos, tendo 6 anos de validade estes benefícios podendo se estender para mais 6 anos; Lei 12.653/06 (Base tecnológica), que propõe concessão de incentivos fiscais por até 10 anos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 174 Lei 12.928/07 (Compre Campinas), que propõe incentivos fiscais em forma de concessão de créditos para fins tributários e aumento do repasse do ICMS pelo estado para Campinas, ou seja, uma porcentagem do ICMS cobrado retorna à empresa. Uma vez realizada a análise de localização estratégica, observa-se que o estado de São Paulo possui condições de abrigar uma empresa do porte da Sexto Elemento, de uma maneira que os benefícios são mútuos, ou seja, ganho para a região e para a empresa. Os incentivos e condições de Campinas levam a conclusão que este é um bom lugar para fixar a planta fabril. Com isso a fábrica pode aproveitar suas vantagens de localização para aumento de seu lucro e diminuição de seus custos, gerando assim uma vantagem competitiva no mercado de produção têxtil de fios sintéticos. 9.2 Processo logístico de inputs e outputs O processo logístico proposto para a planta fabril se dá desde a entrada da primeira matéria-prima a ser transformada (PET reciclado) até a saída do produto final da empresa, que é a bobina de fios. Os fornecedores da garrafa PET são as cooperativas disponíveis na região metropolitana de Campinas, uma vez que a empresa se encontra nesta localidade. Esta decisão foi feita buscando uma dinamização do processo de entrega e por diminuição do custo de transporte. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas A empresa contará com o fornecimento de matéria-prima 175 de cooperativas da região, que atendam às necessidades da mesma, conforme sua produtividade. Vale ressaltar que diversificação dos fornecedores se dá pela busca da diminuiçãodo risco de dependência do mesmo. O processo logístico de input da matéria-prima inicia-se com o recebimento mensal de fardos de garrafa PET, com peso aproximado de 90Kg a 120Kg, estes separados por cores, para facilitar o processo de seleção na 1ª etapa do processo de transformação. Importante expor que a quantidade varia de acordo com a demanda mensal da fábrica. Segundo pesquisa realizada com cooperativas da RMC, detectou-se que o transporte em sua grande maioria é realizado pelas mesmas, de forma que após o pedido ser realizado é solicitado o prazo médio de 26 dias para envio do material até a fábrica. Os fardos ficam armazenados em um espaço externo para logo serem usadas no processo de produção. Em relação o processo logístico de output, os fios já devidamente paletizados e estocados aguardam para serem transportado via terrestre para os compradores. Este procedimento pode ser oferecido em duas opções para o cliente. O transporte pode ser realizado via Ex-Works (EXW) em que o responsável pela retirada do produto é o comprador, ou seja, as bobinas de fios são retiradas direto da fábrica, com isso oferecendo um preço sem acréscimos dos valores de transporte, tornando assim o produto mais competitivo. A outra opção a ser realizado é via Cost, Insurance and Freight (CIF), em que o responsável pela entrega e integridade do material é da empresa produtora, neste caso a Sexto Elemento, porém o valor final do produto sofre ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 176 uma alteração, devido à inclusão deste gasto (transporte) por parte da empresa vendedora. Vale ressaltar que o processo de transporte em que a empresa arca com os custos e responsabilidade, será realizado por uma transportadora terceirizada, uma vez que os custos iniciais para aquisição de caminhões, manutenção de mão de obra e equipamentos são relativamente altos e o foco da empresa não se dá na área logística. Todo este processo será oferecido e negociado com os compradores, sempre buscando uma maneira de viabilizar financeiramente a compra do produto. Em relação a tempo de entrega, custo e transporte dependem da região em que a empresa compradora se encontra e a data em que o pedido for realizado, uma vez que este projeto não possui uma planta fabril até o presente momento, o cálculo exato de custo de transporte não pode ser realizado. Segue uma simulação para custo de frete baseado em um exemplo de valor médio da quantidade do pedido, realizado através de dados fornecidos pela empresa Cocamar. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 177 Simulação de custo e frete Imagem 31: Exemplo de custo de frete. Fonte: Transportadora Americana. 9.3 Infraestrutura Após estudo da localização estratégica e do processo logístico da Sexto Elemento, foi realizada uma pesquisa com a consultora imobiliária Eliana Ribeiro Carvalhaes, em que foram expostas as necessidades físicas do projeto. O estudo resultou em um barracão localizado as margens da rodovia D.Pedro I, próximo ao bairro Alphaville. O mesmo está situado em um terreno de área total igual a 25.758,20m², com 4.591,3 m² de área construída. O seu valor de aquisição é de R$14.000.00,00 ou podendo ser alugado por R$ ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 178 20.000,00 mensais. Sua infraestrutura conta com ar condicionado central, com uma capacidade de 75600 kcal/h. O prédio é alimentado com rede de alta tensão que permite o uso de maquinários que demandam alta capacidade de energia. O piso é de concreto polido, com resistência de 3ton/m². Como medidas de segurança, o mesmo conta com sistema de iluminação de emergência, distribuídas na área industrial, escritório e portaria. O forro possui isolamento térmico e sistema de proteção contra incêndio, hidrantes, pára-raios e esgoto ligado à rede pública. A área administrativa é composta por cinco salas, sendo uma delas com banheiro privativo e um banheiro para as demais salas, conforme planta a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Ilustração da planta administrativa Imagem 32: Ilustração da planta área administrativa. 179 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 180 O centro de pesquisa e desenvolvimento (2) é uma área destinada a análise e estudo dos produtos da Sexto Elemento, sendo um dos objetivos o investimento em novas alternativas sustentáveis para produção têxtil, esta área tem como foco principal suportar o crescimento da empresa ao longo dos próximos anos. O centro administrativo (1) deverá alocar todos os departamentos da empresa, sendo eles devidamente organizados no espaço. O local conta com uma estrutura de refeitório (3), banheiros (4) e almoxarifado (5). E uma sala isolada para a presidência (6). Ilustração da divisão da área de produção Imagem 33: Ilustração da divisão da área de produção da fábrica. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Ilustração da implantação do terreno 1 Limite do terreno 2 Imagem 34: Ilustração da implantação do terreno da empresa. 181 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 182 Já para a área de produção foi definida a seguinte distribuição: A área de recebimento (1) conta com espaço para descarga e despaletização dos fardos de garrafa PET, permitindo que os mesmo sejam transportados pelo empilhadeiristas a área de descompactação (2). Esta última desrespeita a uma área em que os trabalhadores iram desfazer os fardos e alimentar a linha de produção de flakes (3). Após serem produzido, os flakes serão direcionados para uma área de análise de qualidade (Q1), em que será avaliada a qualidade do material produzido na primeira fase do processo. Nesta, o material que não estiver conforme será segregado e posteriormente enviado a comunidades ou empresas parceiras que darão outra finalidade a esta matéria-prima. O material aprovado seguirá para uma área de armazenamento temporário (4), onde será encaminha para a linha de produção de fios (5). Após ser produzido, o fio passará pelo segundo controle de qualidade (Q2), onde o material que não atingir os padrões de qualidade da empresa, retornará ao processo de extrusão. Finalizado o material será encaminhado a área de embalagem, paletização e estocagem (6). Neste local ficará até o momento de expedição (7). A localização e a estrutura da fábrica permitem um fácil acesso, as transportadoras, clientes, fornecedores e funcionários. Vale ressaltar que foi decidido pela locação do espaço, uma vez que a soma de investimentos para implementação da planta fabril e aquisição do terreno, pode ser inviável neste momento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 183 9.4 Processo produtivo 9.4.1 Processo de transformação da garrafa PET em Flakes O processo inicial para a produção do fio originada da garrafa PET reciclada é composto por sua separação, pré-lavagem dupla, moagem, lavagem, secagem e transformação da mesma em flakes, para dar continuidade na cadeia de transformação. Segue a descrição passo a passo do processo: O processo se inicia com a chegada da matéria-prima entregue pelas cooperativas, o PET vem acondicionado em fardos com cerca de 90 a 120 quilos, já separados por cores. Após a chegada, são separadas possíveis impurezas (tais como rótulos soltos e outros materiais) das garrafas PET, que é realizada manualmente com o auxílio de uma esteira transportadora. Após passarem por uma pré-lavagem, as garrafas seguem para o moinho no qual são trituradas originando o flake, com aproximadamente 3/8 polegadas. Após a trituração o material vai para a lavadora, sendo sua função de retirar impurezas maiores do mesmo (como terra e areia). Dando sequência, a matéria em transformação segue para o tanque de descontaminação, onde serão separadas dos rótulos e tampas restantes. Por último, os flakes passam por duas secadoras que retiram o restante da umidade e vai para o silo, local de armazenagem até que sejam enviados para outra etapa do processo, podendo também ser armazenados em big bag’s ou outra sacaria de acordo com a necessidade da produção no momento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 184 Segue imagem de uma linha de separação, lavagem e moagem da garrafa PET: Linha intermediária de moagem de garrafa PET Imagem 35: Linha de moagem e lavagem da garrafa PET intermediária. Fonte: Site Kie Máquinas A capacidade produtiva de uma estrutura semelhante à discorrida acima são de 700 Kg/h com uma granulometria de 3/8 polegadas. O consumo de água se dá em 3 litros por /kg de material, em relação à energia consumida, utiliza-se 155Kwa/h e a mão de obra necessária são de2 (duas) pessoas para operação do equipamento e de 2 (duas) a 4 (quatro) pessoas para seleção do material. Outra informação importante e de grande relevância para a produção é que a cada 8 horas trabalhadas sem parar, as facas contidas no moinho necessitam ser afiadas, sendo que, este equipamento vem junto com o maquinário citado anteriormente. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 185 Através de estudos realizados com a Kie, uma das empresas fornecedoras do maquinário no Brasil, o valor de investimento somente dos equipamentos são em média de R$ 285.500,00. Assim como a Kie, é possível encontrar no mercado outros fornecedores, como Gold Press, Seibt, Plastimax e Bandera. As empresas fornecem o treinamento inicial para o chão de fábrica e garantem a assistência técnica quando necessário de acordo com a negociação realizada no processo de compra do maquinário. Em relação ao material descartado (tampas e rótulos) no processo de seleção desta primeira etapa de produção, a Sexto Elemento decidiu por doar esta matéria-prima para Organizações Não Governamentais (ONGs), com o intuito de que a mesma seja utilizada em prol de projetos sociais que, incentivem a reciclagem podendo estes serem utilizados para treinamento e para criação de produtos alternativos que possam ser revertidos em renda extra para comunidades carentes. 9.4.2 Processo produtivo do Flake em fios A segunda etapa de produção é a transformação do flake em fio. Nas pesquisas realizadas foram observados dois modelos de produção capazes de atender os objetivos da Sexto Elemento. O primeiro modelo estudado consiste na transformação do flake em fibra através da extrusão do mesmo, este processo se dá com a fusão do flake a uma temperatura de 300ºC. Posteriormente estes são enviados a uma peneira que possui micro furos, assim gerando a fibra. Após este processo a fibra é ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 186 reunida e passa por um processo de estiragem e termofixação, de forma que saem molhadas, seguindo para um secador preparando o material para o processo de fiação. A primeira etapa do processo de fiação consiste em abrir as fibras que se encontram em grandes fardos, este acontece na linha de abertura. Na etapa seguinte as fibras passam por um processo de estiragem e paralelização dando origem as conhecidas fitas cardadas. Estas por sua vez são armazenadas de forma circular em latas de formato médio que posteriormente são enviadas para as passadeiras. Nesta fase as mesmas sofrerão novamente os processos de estiragem e paralelização, sendo que nesta é possível misturar mais de um tipo de fibra caso necessário. Após, são originadas fitas de menor espessura que serão encaminhadas para as maçaroqueiras. De forma resumida as maçaroqueiras dão origem a filatórios de menor espessura conhecidos como pavio, uma vez que neste processo acontece a primeira etapa de torção da fibra. Já na etapa seguinte é dada a origem a primeira condição reconhecida de fio, porém não em condição de uso. Nas conicaleiras as espulas (canilha + fio) sofrem um novo processo de estiramento e torção, dando origem às roscas (cone + fio). Na etapa seguinte as roscas sofrem um processo de vaporização, que tem como objetivo recuperar a umidade do fio perdida no processo de fiar. Por fim, o material passa por um controle de qualidade, em que é embalado e armazenado. Pode-se observar que este é um processo complexo, que consiste em etapas descontínuas. Para cada uma delas há um equipamento diferente, gerando a necessidade de um ou mais operadores que precisam fazer a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 187 transferência, preparação de cada um dos equipamentos e entender o funcionamento dos mesmos. Outro ponto negativo é a necessidade de espaço físico para dispor o maquinário. Vale ressaltar que este modelo gera grande quantidade de refugo, uma vez que as fibras pequenas e irregulares são separadas e eliminadas pela penteadeira (necessária para construção de um fio de qualidade). Segundo a Cocamar que possui um modelo semelhante a este, o investimento estimado para uma linha de transformação para o porte da Sexto Elemento, permeia em dez milhões de reais. Processo produtivo Cocamar Imagem 36: Ilustração do processo de produção da Cocamar. Fonte: Cocamar. O segundo modelo observado é o mesmo processo utilizado pela multinacional INVISTA, um dos maiores produtores integrados de polímeros e fibras do mundo, segundo site da mesma, sendo esta detentora da marca LYCRA. Também será a concepção utilizada pela Suape, segundo fontes obtidas pelos fornecedores da mesma. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 188 O modelo foi projetado pela TMT Machinery INC, empresa especializada em fabricação de máquinas para produção de fios sintéticos, formada pela união da Toray Engineering, Murata Machinery and Teijin Machinery (atualmente Nabtesco). A seguir modelo da estrutura do maquinário: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 189 Ilustração de maquinário Imagem 37: Ilustração do maquinário de produção do fio projetado pela empresa TMT Machinery INC. Fonte: Invista. Neste sistema, a transformação do PETem fio ocorre de maneira contínua, ou seja, sem interrupções no processo para alimentação das etapas. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 190 O equipamento possui um estrutura composta por 3 andares. Como etapa inicial o flake é derretido a partir de uma extrusora (1). O fluído é bombeado para uma caixa aquecida (2) onde fica armazenado. Nesta o material é bombeado (3) e transportado por roscas giratórias (4) para uma espécie de peneira composta por chapas aquecidas com micro furos (5) formando mono filamentos. Posteriormente o mesmo é direcionado para um fluxo circular de arrefecimento, onde o fio é resfriado (6). Na etapa seguinte o fio é lubrificado (7), cortado e aspirado (8) para passar pelo processo de texturização. Após o filamento é estirado (9), com intuito de garantir o título e as propriedades do mesmo. Por último o fio é enrolado em bobinas (10), finalizando o processo produtivo. Por este processo ser contínuo, ou seja, após a alimentação com flake, todo o processo ocorre de maneira mecânica, sem necessidade de interrupção ou interferências humana para alimentação das etapas. É possível evitar, paradas na linha de produção, falhas de causa humana e possíveis acidentes. Uma vez que, existe a otimização da produção/tempo, a operação se torna mais simplificada, o que resulta na diminuição da necessidade de mãode-obra (inicialmente a necessidade é de apenas um funcionário por andar). Outro ponto positivo é que este modelo gera menor quantidade de refugo se comparado com o primeiro processo apresentado. A linha produtiva deve ser importada do Japão e montada pela Murata do Brasil, representante autorizado local, com sede em Itaquaquecetuba - SP (a 140 Km de Campinas). Durante o processo da montagem ocorre a transferência da tecnologia e know-how; os funcionários da empresa participam do processo como parte do treinamento, com objetivo de aprender a fazer ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 191 manutenções na linha. O Start Up também é acompanhado pelo representante, que entrega o maquinário em pleno funcionamento. Estes fatores são considerados um diferencial, uma vez que facilitam a resolução de problemas técnicos para empresas iniciantes. Considerando todas as vantagens citadas, foi solicitado a Murata do Brasil o dimensionamento para uma linha com capacidade intermediária. A linha dimensionada possui uma extrusora com capacidade de produção de 185 a 500 Kg/h, fiação com doze posições de produção de fio e bobinadores. O valor do investimento é de JPY 210.000.000,00, (R$ 5.142.747,75) FOB (freeonboard), ou seja, todo custo de transporte aduaneiro do Japão e impostos referentes à importação é por conta do comprador. Segundo o representante, a linha vem desmontada e ocupa o volume de dez contêineres, sendo que o valor contempla a montagem, que é feita pela Murata do Brasil. Por ter sido projetado especificamente para produção de fios sintéticos, o modelo se torna mais eficiente para a proposta da Sexto Elemento e este será o adotado pela mesma. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 192 9.5 Fluxograma Ilustração do fluxograma Imagem 38: Fluxograma do processo produtivo da Sexto Elemento. 9.6 Controle de estoque A importância de um controle efetivo de estoque em uma empresa, é a busca pela otimização dos recursos da mesma, de maneira que diminua os custos de manutenção de estoque. Outro ponto importante são os cálculos para demanda e pedidos de matéria-prima, buscando uma flexibilidade há possíveis alterações do ambiente externo e lograr sua vantagem competitiva e credibilidade perante seus fornecedores e clientes. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 193 Uma vez que, a Sexto Elemento é uma proposta e não se encontra em funcionamento, foram simulados através de estudos teóricos os controles de estoques dispostos a seguir. Nestes foram simulados dados como, preço médio da matéria-prima em R$ 10,75 o quilo, com base nos dados fornecidos pela Cocamar; assim como a projeção de produção para os 12 meses referentes ao ano de 2012. A planta fabril utilizará para controle e auditoria da estrutura de produção um sistema em que possa aperfeiçoar a mesma, uma vez que, no primeiro ano as falhas poderão ser mais recorrentes devido ao processo de adaptação da equipe com os equipamentos e que a utilização da capacidade produtiva efetiva dos maquinários poderá não ser atingido. Para isto será usado o sistema de Total Productive Maintenance (TPM), que segundo a Comunidade Learn Thiking, que busca a troca de conhecimentos entre profissionais pela busca da melhoria contínua, este procura maximizar a performance global dos equipamentos, através da gestão de seu funcionamento, reparação e intervenções, com a manutenção de um histórico. Muitas multinacionais, como por exemplo, Kodak, Harley Davidson, Pirelli e dentre outras utilizam esta ferramenta, e as mesmas já foram premiadas pelo Japan Institute of Plant Maintenance (JIPM), este detentor das normativas e auditoria da TPM. A Sexto Elemento possui o objetivo de alcançar a excelência na produção, com isso adotando a ferramenta citada e buscará trabalhar em 80% da capacidade produtiva efetiva. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 194 Outro ponto a ser considerado, foi em relação aos turnos, este será dividido em duas jornadas de 8 horas cada um, totalizando em 16 horas de processo produtivo. 9.7 Projeção de produção anual A projeção de produção anual foi formada levando-se em consideração uma média de previsão de vendas para os próximos 12 meses do ano de 2012. Neste foi considerado as sazonalidades ocorridas no mercado têxtil, como por exemplo, em alguns meses em que a projeção é maior (outubro e novembro) em virtude de algumas datas comemorativas. Imagem 39: Cálculo de projeção de produção anual. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 195 É importante ressaltar que esta é uma previsão considerando alguns fatores como, por exemplo, a capacidade de produção dosmaquinários e o período de introdução da empresa no mercado. 9.8 Custos do pedido Considerando que o custo fixo do pedido inicialmente será o salário do responsável pela compra, segue valor: R$ 1.500,00. Isso se dá porque a realização da compra acontecerá na empresa, não demandando outros custos. O custo do pedido em outros casos pode envolver diversos outros fatores, porém uma vez que a empresa estará em fase de estruturação, espera-se que não haja gastos como de deslocamento ou algo do tipo. 9.9 Estoque de segurança Fornece a quantidade necessária de estoque de matéria-prima que a empresa necessita ter até o próximo ressuprimento por parte do fornecedor. É importante frisar que o fator de segurança foi considerado 10% de incerteza por alguma situação em que a Sexto Elemento possa ficar sem estoque. Imagem 40: Cálculo do estoque de segurança. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Considerar para o cálculo anterior: Fs = Fator de segurança Lt = Lead time Pp = Período do Pedido 9.10 Pedido de compra Expõe a necessidade de compra de mais material. Imagem 41: Cálculo do volume do pedido de compra. 9.11 Custo de Armazenagem Este cálculo fornece o custo unitário do estoque. 196 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Imagem 42: Cálculo de custo de armazenagem para cada R$1,00. Para o cálculo anterior considere: Ca: custo de armazenagem Custo de Manutenção de estoque: 1) Salários; 2) Aluguel; 3) Despesas gerais. - Considerando que não haverá seguro sobre a mercadoria estocada. 197 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 198 Valor médio do estoque: previsão de produção anual ( X ) preço médio de venda. O preço médio de vendas foi levado em consideração segundo dados fornecidos pela empresa Cocamar, considerando que este seja igual a R$ 10,75. 9.12 Lote econômico A equação fornece o cálculo ideal do lote de pedido visando a redução do custo do mesmo. Vale ressaltar que este seria aplicado em uma condição ideal do processo produtivo, situação que não ocorre com facilidade no cotidiano de uma empresa. Imagem 43: Cálculo do lote econômico. Levar em consideração no cálculo anterior: Da = Demanda anual Cp = Custo do pedido Ce = Custo unitário de estoque ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 199 9.13 Quantidade de pedidos Este fornece a necessidade de quantos pedidos de matéria-prima serão feitos em um período de 12 meses, considerando que pedido é feito com base no lote econômico, não sendo necessariamente aplicável a Sexto Elemento. Imagem 44: Cálculo no número de pedidos em 12 meses. Considerar para o cálculo anterior: D = Demanda anual Q = Lote econômico de compra 9.14 Lead time Considerando o lote econômico este cálculo posiciona a empresa qual seria o lead time ideal dos fornecedores, porém é importante ressaltar que este não depende da mesma e sim da capacidade de produção e entrega dos mesmos. Imagem 45: Cálculo do tempo de entrega. Como dito anteriormente, estes cálculos são utilizados em um ambiente ideal, em que sua aplicabilidade nas empresas depende de diversos fatores. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 200 Além disso, uma pequena variação na demanda gera impacto direto nas demais variáveis que podem ou não ser aplicáveis em diversos casos, de forma que os mesmos servem para efeito de análise. No caso da projeção de produção, que apesar de ter sido prevista levando-se em consideração a meta de 80% da capacidade produtiva, pode este ser maior ou menor dependendo de diversos fatores, estes que automaticamente influenciam diretamente no número de pedidos e consequentemente no lote econômico. Através da análise realizada foi possível identificar que grande parte dos indicadores mostram algumas variações quando comparadas aos estudos realizados com alguns atuantes do mercado. Exemplo disso é o Lead Time, que segundo o resultado obtido é inferior se comparado ao tempo médio de entrega de matéria-prima por parte das cooperativas. Este indicador também está baseado em um lote econômico de compra que não é aplicável com a estrutura física definida para empresa, assim como o número de pedidos,uma vez que, o objetivo da Sexto Elemento é trabalhar com uma estrutura enxuta. No entanto espera-se trabalhar com o maior número de pedido possível condizente com estrutura física da fábrica, levando em consideração os custos mínimos envolvidos para transporte e armazenagem, e também visando uma precaução por parte da empresa, caso ocorra dificuldades na captação de garrafas PET. Por último é importante ressaltar que a matéria-prima utilizada não possui impacto direto relacionado aos períodos de sazonalidade, isto porque a mesma pode ser utilizada para diversos fins. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 201 9.15 Qualidade A qualidade é baseada em aspectos mensuráveis que devem servir de referência para analisar a conformidade entre o que é produzido, com o objetivo de produção e as expectativas dos consumidores. Dentro desta análise, se faz necessário o constante controle para que não haja nenhuma lacuna, entre o que se produz e o que o mercado necessita, estando acima do mínimo exigido pelos órgãos de controle de qualidade e normas técnicas. Em particular no âmbito da produção têxtil, algumas características técnicas do fio são imprescindíveis para que a qualidade mínima do produto final seja garantida, dessa forma é possível explicar de forma mais concisa as quatro etapas da definição da conformidade à especificação. 9.15.1 Definir as características de qualidade A seguir as características de qualidade: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 202 Características de qualidade Funcionalidade Pureza, Resistência, Torção, Regularidade e Título. Os fios em sua grande maioria são semelhantes quanto a sua aparência, mas podem ser diferenciados pela sua forma Aparência de torção, que pode ser em forma de S ou Z, e pela sua coloração final. Isso não influência na qualidade do produto. Através da certificação da utilização de matéria-prima Confiabilidade Durabilidade descontaminada. Resistência a trama para produção do tecido Reciclagem do fio ou reutilização em outros processos Recuperação Contato produtivos. Conhecimento técnico da equipe de vendas. Tabela 16: Características de qualidade. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 203 9.15.2 Decidir como medir as características Variáveis Atributos Pureza: através do controle de análise da mistura da matériaprima (PET), assim como o controle de material reciclado (flake). Torção: é calculado através da fórmula – , em que, = fator ou coeficiente de torção, e Ne = título do fio. Funcionalidade Título: refere-se à massa (em gramas) por comprimento (em metros), que tem relação com sua espessura, de forma que maior é a massa e o comprimento do fio, maior é a sua espessura. A obtenção do título se dá a partir da seguinte fórmula: m x k = c x T ;em que: Pureza: contaminada ou descontaminada. Regularidade: uniforme ou disforme. Resistência: resistente ou frágil. m: peso do fio em gramas k: valor constante segundo tabela c: comprimento do fio em metros T: título do fio Aparência Confiabilidade Durabilidade Recuperação Contato Resistência / Regularidade Serão analisados em laboratório através de equipamentos especializados. Modo de Torção: S ou Z Coloração: verde claro ou banco. Contaminação: através do índice de impureza da matéria-prima. Será controlado através da comparação entre os índices de resistência e torção do fio. Controle do descarte de material e devolução dos clientes. Através de pesquisa de satisfação realizada com os clientes. Tabela 17: Definição da medida das características. Coloração: certo ou errado Contaminação: contaminado ou puro. Resistente ou Frágil Alto, médio ou baixo Ótimo, bom ou ruim. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 204 9.15.3 Estabelecer os padrões de qualidade Para definir os padrões de qualidade do produto em questão, foram utilizadas as normas para o setor têxtil, segundo diretrizes da ABNT, que se resumem as seguintes10: ABNT NBR 13371:2005 – Materiais Têxteis (referente à espessura do fio). Diz respeito à determinação da espessura de materiais têxteis, quando submetidos a certa pressão. ABNT NBR 15291:2005 – Filamentos Têxteis (referente à determinação do número de filamentos em fios ou tecidos multifilamentos) Especifica os métodos para a determinação do número de filamentos em fios ou tecidos constituídos de fios multifilamentos manufaturados, de fibra artificial ou sintética. ABNT NBR 13583:1995 – Material Têxtil (referente à análise qualitativa) Prescreve o método para identificação de fibras em produtos têxteis, utilizando técnicas físicas, químicas e microscópicas. ABNT NBR 13401:1995 – Fio de filamento texturizado Esta norma define os termos para os fios de filamento texturizado. 9.15.4 Controlar a Qualidade frente aos padrões Para um efetivo controle, manutenção e melhoria constante na qualidade, ferramentas foram desenvolvidas com o passar dos anos a partir da 10 Extração de Lista de Normas sem Revisão – Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), encontrada no website www.abnt.com.br. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 205 necessidade de constantes transformações nas linhas de produção. Atividades sequenciadas que possam ser auditadas, controladas e padronizadas dentro dos requisitos mínimos, que devem obedecer ao que as ferramentas de qualidade mostram como exemplo a ser melhorado, fazem com que as possíveis falhas sejam entendidas desde seu início, evitando assim reincidência. Assim é possível citar as seguintes ferramentas propostas para implantação na empresa Sexto Elemento: 9.15.5 PDCA (Plan, Do, Check, Act), na síntese, busca solucionar um possível problema Na Sexto Elemento, sua aplicação consiste no acompanhamento dos processos (produtivo, logístico e administrativo), pelos responsáveis das equipes envolvidas nas referidas atividades avaliadas. Esse acompanhamento permite a identificação rápida de alguma irregularidade no processo, as causas dessa irregularidade e um possível plano de ação, que deverá ser avaliado em conjunto com os colaboradores diretamente ligados ao processo. Além de planejar é fundamental colocar em prática as ações propostas e treinar quem as fará assim como determinar os colaboradores responsáveis pela execução das mesmas, dentro dos moldes programados no planejamento. Com o plano de ação realizado, os responsáveis pelas áreas envolvidas devem monitorar e acompanhar os resultados e compará-los com o que foi planejado e o que se deve de fato ser realizado, através de análises e relatórios descritivos; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 206 Se as ações forem eficazes, a empresa deverá mantê-las em execução, caso contrário será necessária a revisão do planejamento, com uma nova avaliação por parte dos responsáveis das áreas e colaboradores diretamente envolvidos com a situação-problema. Desta forma utilizando a ferramenta que busca trazer uma melhoria constante nos processos, tem como resultado, a diminuição da possibilidade de ocorrência de falhas, lacunas e retrabalhos. 9.15.6 KOSU É uma ferramenta utilizada em paralelo ao PDCA, que tem como objetivo principal servir de indicador visual para o controle de produção e de falhas, permitindo assim melhor eficiência produtiva. O KOSU será trabalhado em toda a extensão do processo produtivo, visando identificar possíveis falhas e possíveis melhorias nos processos. As etapas produtivas terão indicadores de KOSU independentes que permitam aos gerentes controlar o nível de produtividade de cada trabalhador. 9.15.7 5W2H Outra ferramenta amplamente reconhecida e utilizada por indústrias de diversos setores é o 5W2H, que também é utilizado com finalidade investigativa para análise de problemas. A ferramenta será utilizada quando detectadas falhas em cada uma das etapas do processo produtivo bem como em seu produto final. Apesar de ser ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas uma ferramenta simples, essa pode ser facilmente 207 utilizada pelos colaboradores de chão de fábrica permitindo assim uma reação em tempo hábil evitando grandes paradas de linha ou perda de matéria-prima. Vale ressaltar que quando necessário a mesma poderá ser utilizada nas áreas 9.15.8 ISO 9001 E ISO 14001 Uma das certificações mais conhecidas entre as indústrias de produção de fio têxtil é a ISO 9001 para a fabricação de fios, que engloba a origem do algodão, fibras artificiais, sintéticas e misturas entre si. Para a certificação da ISO, é necessária a realização de seis procedimentos: Procedimentos de Controle de Documentos, Procedimento de Controle de registros, Procedimento de Auditoria Interna, Procedimento de Controle de Produto Não Conforme, Procedimento de Ação Corretiva e Procedimento de Ação Preventiva. Para alcançar determinadas exigências, a empresa trabalhará seus processos e procedimentos internos, a fim de serem auditados respeitando o objetivo da melhoria contínua. Não somente a conquista da certificação é importante, mas também sua manutenção, pois ela torna-se um diferencial competitivo no mercado de atuação. Já a certificação da ISO 14001 atesta que a empresa utiliza-se de processos e normas que buscam diminuir os impactos ambientais nas suas atividades produtivas. Neste caso, pode-se traçar como objetivo a certificação a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 208 partir das rotinas estruturadas e contando com parceiros que possuam a mesma visão de minimizar impactos ambientais. A preocupação com a utilização de processos menos impactantes ao meio ambiente no que diz respeito à produção têxtil como um todo, mostra-se fundamental, uma vez que os impactos não se restringem apenas a poluição causada em sua produção, mas também consumo de energia, água, capacidade de reuso, entre outros. Dessa forma, a análise feita no processo produtivo do algodão mostra que é necessário o uso de inseticidas e pesticidas (que pode provocar problemas pulmonares a quem os administra e também contaminação do solo e da água), elevado consumo de energia nos combustíveis de máquinas e tratores e utilização de água para irrigação. Todas essas necessidades trazem impactos ao meio ambiente, impactos estes que são minimizados na produção de fio a partir do PET reciclado. Por fim, ao longo da evolução do processo produtivo e do consequente aumento de sua complexidade, as ferramentas de controle deverão ser revistas e adequadas para manter assim o padrão de qualidade exigido pelo mercado e definido como meta pela Sexto Elemento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 209 10 PLANO DE RECURSOS HUMANOS 10.1 Declarações institucionais O estabelecimento e ampla disseminação das declarações institucionais de toda e qualquer empresa são fundamentais, para que todos os colaboradores possam saber como e o porquê de se fazer as atividades da melhor forma, com a qualidade que a empresa busca. Uma linguagem simples e objetiva mostra para toda a toda organização, o senso comum para o sucesso no mercado de atuação. Sendo assim, as declarações institucionais para a Sexto Elemento serão: - Missão: (o que e para quem a organização se propõe a fazer): Oferecer uma opção de matéria-prima alternativa para produção de tecidos, considerando a tendência de mercado voltada para o aumento do consumo sustentável, na forma de venda de fios para tecelagem à empresas produtoras de tecido para vestuário. - Visão: (o futuro desejado pela organização): Tornar-se referência na produção de fio para indústria têxtil através de fontes limpas e renováveis, construindo assim uma consciência de responsabilidade ambiental. - Valores: (quais princípios, conceitos e crenças a organização utilizará para alcançar seus objetivos): ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 210 Transparência, qualidade do produto e processo produtivo, compromisso com a sustentabilidade e ética nas relações entre colaboradores, fornecedores e clientes. - Objetivo: (alvos a serem atingidos pela empresa) Possuir participação significativa no mercado de produção do fio têxtil a partir de fontes ecologicamente corretas e renováveis. Desenvolver novas técnicas de melhor utilização das matérias-prima. Disseminar o conceito de sustentabilidade no âmbito têxtil. 10.2 Força motriz A Força Motriz é o conceito que move a empresa, a partir do que foi definido por ideologia nas declarações institucionais. No caso da Sexto Elemento, o conceito que move a mesma é a produção ecologicamente correta. Desenvolver fio para produção têxtil, utilizando fontes limpas e assim, colaborar com a preservação do meio ambiente na diminuição da quantidade de garrafas PET que são descartadas após o consumo. 10.3 Descrição de cargos e salários Os funcionários das áreas administrativasde operações e logística (que são as áreas ligadas à atividade fim da empresa) serão contratados por regime da Consolidação das Leis Trabalhistas, em formato de tempo indeterminado. As demais contratações (limpeza, segurança patrimonial e alimentação) serão realizadas através de empresas terceirizadas, sendo que seus contratos ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 211 possuirão tempo determinado de duração, conforme termos acordados, que normalmente vigoram pelo período de um ano. Porém em ambos os casos os empregados possuem os direitos previstos na CLT e leis esparsas, sendo que, para os de prazo determinado, em menor número, tais como, FGTS, férias, 13º salários, e adicionais legais (periculosidade e insalubridade quando exigido da função exercida). A empresa terá seu horário de expediente dividido da seguinte forma: Funcionários da Área Administrativa – de segunda a sexta, das 9h20 às 18h, sendo 8,8 horas/dia trabalhadas com mais 1 hora para refeição, totalizando 44 horas semanais. Funcionários da Área Produtiva – de segunda a sexta, das 6h às 22h, sendo divididos em dois turnos conforme descrição abaixo, trabalhando 8 horas/dia com 1 hora para refeição, totalizando 40 horas semanais. Produção: dois turnos: Turno 1 – 6h às 14h20 – sendo 8,8 horas de produção mais 1 hora de refeição. Turno 2 – 12h20 às 22h – sendo 8,8 horas de produção mais 1 hora de refeição. Limpeza – Por se tratarem de três funcionários, a escala será: Limpeza 1 – de segunda a sexta, das 8h20 às 17h; Limpeza 2 – de segunda a sexta, das 9h20 às 18h; Limpeza 3 – de segunda a sexta, das 11,20h às 20h; Portaria – de segunda a sexta, das 8h20 às 17h; Vigilância – de segunda a sexta, das 11h20 às 22h. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 212 Em todos os casos dos terceirizados, 8,8 horas trabalhadas mais 1 hora para refeição, totalizando 44 horas semanais. 10.4 Funcionários contratados pela Sexto Elemento Título do cargo: Gerente Geral; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração mensal bruta: R$ 5.000,00; Subordinados: supervisores de produção e administrativo; Função principal: gerenciar as ações estratégicas da empresa; Tarefas realizadas: assinatura de contratos, controle de contratações, desenvolvimento de estratégias para o mercado de atuação, representação da empresa perante sindicatos, reuniões, convenções e feiras; Qualificação: ensino superior completo, desejável especialização em Administração Estratégica ou Produtiva; Competências necessárias: pensamento estratégico, visão global, relacionamento interpessoal, análise da conjuntura e foco em processos produtivos e administrativos. Área administrativa: Título do cargo: Gerente Administrativo; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração mensal bruta: R$ 3.500,00; Departamento: administrativo; Subordinados: auxiliares administrativos; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Função principal: gerenciar todos os processos 213 das áreas administrativas, como contratos, compras, relacionamento com funcionários, fornecedores, áreas financeiras e de marketing. Apoiar nos processos e decisões das áreas descritas; Tarefas realizadas: controle de compras, consulta às contratações, direcionamento para decisões administrativas, contatos com fornecedores e supervisão financeira; Qualificação: ensino superior completo, com especialização em gestão de pessoas e recursos; Competências necessárias: estrategista, conciliador, bom relacionamento interpessoal, gestor de conflitos, visão tática sobre as decisões estratégicas tomadas pela gerência geral. Título do cargo: Auxiliar Administrativo; Quantidade de funcionários: 6; Remuneração bruta: R$ 1.500,00; Departamentos: marketing, recursos humanos, compras, contas a pagar, contas a receber e contabilidade. 10.4.1 Auxiliar de marketing Função principal: apoiar o gerente administrativo no desenvolvimento das atividades associadas a comunicação e marketing. Realizar estudos de concorrência, análise de campanhas de comunicação, desenvolvimento de estudos de potencial de mercado, controle de investimento de verbas, planejamento, controle e organização de eventos e dentre outras atividades. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 214 Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em marketing, Comunicação Social com habilitação em publicidade e propaganda ou Publicidade e Propaganda. 10.4.2 Recursos humanos Funções principais: dar suporte ao gerente administrativo nas atividades voltadas ao departamento de RH. Auxiliar no desenvolvimento do programa de endomarketing da empresa, estruturar a descrição de cargo de todos os colaboradores, auxiliar os colaboradores nas questões que envolvam documentação para contratação ou outras finalidades, além de outras. Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia. 10.4.3 Compras Funções principais: auxiliar o gerente administrativo na estruturação de um departamento de compras com finalidade estratégica de competitividade baseada no fortalecimento da empresa com seus fornecedores. Será responsável por estruturar um sistema de concorrência na empresa, criar uma carteira de clientes, formatar um sistema de avaliação de fornecedores; dentre outras. Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 215 10.4.4 Contas a pagar Funções principais: deverá auxiliar o gerente administrativo na operacionalização dos pagamentos e controle dos gastos da empresa. Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia. 10.4.5 Contas a receber Funções principais: controle e administração do recebimento dos títulos da empresa. Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia. 10.4.6 Contabilidade Funções principais: auxiliar o gerente administrativo nas questões fiscais e financeiras, dando suporte aos responsáveis por contas a pagar e receber. Qualificação: ensino superior completo ou em andamento, nas áreas de Administração com ênfase em finanças, Contabilidade ou Economia. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 216 10.4.7 Área produtiva Título do cargo: Gerente de Produção; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração bruta R$ 4.200,00; Departamento: operações e logística; Subordinados: supervisores de produção; Função principal: gerenciar o processo produtivo como um todo. Tarefas realizadas: verificação das rotinas de produção desde o recebimento da matéria-prima até expedição, fiscalizar o cumprimento das normas de segurança, cuidar dos processos de manutenção da qualidade contínua no processo produtivo e gerenciamento do controle de estocagem até a expedição. Qualificação: superior completo em Administração de empresas com especialização em Gestão da Produção, Engenharia de Produção têxtil ou Logística. Competências necessárias: conhecimentos técnicos do processo produtivo têxtil; controle da qualidade do processo produtivo e logístico da empresa; implantação e garantia de aplicação da filosofia Kaisen e PDCA. Título do cargo: Supervisores de Produção; Quantidade de funcionários: 2; Remuneração bruta R$ 2.600,00; Departamento: operações e logística; Subordinados: auxiliares de produção; Função principal: supervisionar todo o processo de produção; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 217 Tarefas realizadas: controle do recebimento e armazenagem da matériaprima, utilização dos maquinários e seus devidos equipamentos de segurança, controle de expedição; Qualificação: superior completo em Administração de empresas com especialização em Gestão da Produção; Engenharia de Produção têxtil ou Logística; Competências necessárias: conhecimento técnico em processos produtivos têxteis, controle de produção, armazenagem e controle de estoque, controle de qualidade. Título do cargo: Auxiliares de Produção; Quantidade de funcionários: 14; Remuneração bruta R$ 1.300,00; Departamento: operações e logística; Subordinados: não há; Função principal: controle e manutenção do maquinário responsável pela produção do flake e do fio a partir do PET reciclado; Tarefas realizadas: captação da matéria-prima na área de armazenamento, alimentação do maquinário para produção, acompanhamento do processo produtivo, retirada do produto final, armazenagem do fio e controle de estocagem; Qualificação: ensino médio completo ou técnico em tecelagem; Competências necessárias: conhecimento técnico produtivos têxteis, conhecimentos básicos em estoque. em processos ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 218 Título do cargo: Técnico em Segurança do Trabalho; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração bruta: 1.300,00; Departamento: operações e logística; Função principal: manutenção e controle da segurança no trabalho; Tarefas realizadas: treinamentos, fiscalização de equipamentos, rotinas de trabalho, controle de atividades que incidam grau de atenção quanto a integridade física do trabalhador; Qualificação: ensino médio completo com técnico em segurança do trabalho; Competências necessárias: conhecimentos técnicos de EPI’s, normas e legislações de segurança e didática para treinamentos. Título do cargo: Gerente de Engenharia Têxtil; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração bruta: R$ 3.000,00; Departamento: engenharia têxtil e qualidade; Subordinados: assistente de produção têxtil; Função principal: gerenciar o processo de engenharia fabril da produção do fio; Tarefas realizadas: acompanhamento dos processos produtivos, planejamento e controle de tecnologias utilizadas na produção; Qualificação: ensino superior completo em Engenharia de Produção ou Engenharia têxtil; Competências necessárias: conhecimento do processo produtivo do fio a partir do PET reciclado. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 219 Título do cargo: Assistente de produção Têxtil; Quantidade de funcionários: 1; Remuneração bruta: R$ 950,00; Departamento: engenharia; Subordinados: não há; Função principal: auxiliar o gerente de engenharia de produção têxtil no desenvolvimento e controle de técnicas de produção; Tarefas realizadas: acompanhamento dos processos produtivos, desenvolvimento de relatórios de avaliação e ocorrências na produção; Qualificação: cursando ensino superior em Engenharia Têxtil ou completo; Competências necessárias: conhecimento básico do processo produtivo têxtil. Título do cargo: Técnico de Qualidade; Quantidade de funcionários: 4; Remuneração bruta: R$ 1.700,00; Departamento: produção; Subordinados: auxiliares de produção; Função principal: gerenciar a produção do flake e do fio, fazendo com que o produto tenha a qualidade exigida pelas Normas Técnicas, conforme descrição no capítulo de Gerenciamento da Qualidade; Tarefas realizadas: testes contínuos nos lotes de produção, análises, treinamentos e supervisão do processo produtivo em todas suas etapas, bem como na estocagem dos produtos e matérias-prima; Qualificação: ensino técnico especializado em controle de qualidade; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 220 Competências necessárias: conhecimentos técnicos e experiência com fio têxtil. Total de funcionários: 40. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Organograma Imagem 46: Organograma da Sexto Elemento 221 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 222 10.5 Terceirizados Segundo dados do Ministério do Trabalho, a carga tributária que incide sobre o contrato com o funcionário regularmente registrado conforme a Consolidação das Leis do Trabalho gira em torno de 65% do salário bruto pago ao colaborador. Dessa forma, a solução encontrada pelas organizações para diminuir os custos com os funcionários que não estão ligados à atividade fim da empresa é a terceirização da mão de obra. Nesse caso, a Sexto Elemento opta pela terceirização dos serviços referentes à refeição dos funcionários, segurança patrimonial, limpeza e empilhadeiristas. 10.5.1 Alimentação No que diz respeito à refeição, o contrato a ser realizado será com a empresa Casa da Mistura Comércio de Alimentos, localizada no Jardim Flamboyant e que dispõe do serviço de entrega de alimentação pronta aos funcionários, contando com entregas em horários pré-estabelecidos, pelo valor unitário de R$ 9,50, devendo apenas à Sexto Elemento a disponibilização de uma cozinha tanto para seus funcionários como para os terceirizados. 10.5.2 Segurança patrimonial Já para a segurança patrimonial, o contrato com a empresa Gocil Tecnologia e Segurança e Automação oferece serviços como vigilância ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 223 patrimonial, portaria, prevenção e combate a incêndios e projeto de segurança integrada. Os funcionários da Gocil são treinados para execução das tarefas pertinentes ao controle de acesso e vigilância patrimonial, mas também são reportados ao setor de Recursos Humanos da Sexto Elemento, através do elo com o responsável pela equipe de segurança, para atualização e manutenção das informações pertinentes a rotina de trabalho exercida pelos terceirizados, como apresentação dos novos funcionários, fornecedores, clientes e possíveis alterações nas relações de trabalho dentro da empresa. Desta forma, o valor cobrado pela empresa para a disponibilidade de 2 funcionários, sendo 1 porteiro e 1 vigilante, com comunicação via rádio Nextel será de R$ 24.124, 34 / ano, considerando substituição imediata em caso de falta ou qualquer outro tipo de situação que possa ocorrer a ausência de algum dos funcionários. O contrato, férias, pagamento de benefícios, uniforme e adicionais é realizado entre a Gocil e o funcionário, restando à empresa contratante apenas o oferecimento da refeição e do vestiário/WC para a troca de uniforme. 10.5.3 Limpeza e higiene A manutenção da limpeza na Sexto Elemento, tanto na parte administrativa, produção e estoqueé de responsabilidade da empresa Conservadora Dom Pedro, que disponibiliza funcionários capacitados para a execução da limpeza e higiene. A disponibilidade de 3 funcionários, no período de funcionamento da empresa terá o custo de R$ 4.800,00 /mês, estando ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 224 incluso neste valor contratual todos os produtos e utensílios necessários para a realização do trabalho pelos funcionários. Também fica sob responsabilidade da Conservadora Dom Pedro o pagamento e substituição (caso necessário) dos funcionários em virtude de falta ou afastamento. 10.5.4 Empilhadeiristas Deverá ser considerado além destes a contratação de 08empilhadeiristas, em regime de contrato, em um sistema de locação de mão de obra e equipamento. Para tanto a empresa terceira, será responsável tanto pela administração dos prestadores de serviço como do maquinário que estes operarão. Esta decisão leva em conta fatores relacionados a custos com manutenção de equipamento, encargos trabalhistas e outros. Total de terceirizados: 12 10.6 Treinamento e capacitação de mão de obra O treinamento da equipe de produção é oferecido pela empresa responsável pela venda e instalação do maquinário utilizado no processo produtivo da produção do flake e do fio. Este treinamento é realizado no momento da implantação do maquinário e também periodicamente, na contratação de novos colaboradores atuantes na linha de produção, como parte do processo de melhoria constante do processo produtivo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 225 Já para a parte administrativa, o treinamento de rotinas administrativas são constantes e oferecidos pela coordenação de área. Para os terceirizados, as empresas contratadas são responsáveis, por determinação em contrato, da manutenção de treinamento e capacitação dos funcionários de acordo com as necessidades da empresa contratante, no caso, a Sexto Elemento. Além do treinamento operacional, a organização pode avaliar a necessidade de treinamento, com objetivo de alinhar os esforços junto às declarações institucionais definidas pela Sexto Elemento. O programa de treinamento é determinado a partir das necessidades identificadas em quem deve ser treinado, como, em que, por quem, onde, quando e qual objetivo deste treinamento. E finalmente, a avaliação do treinamento deve ser realizada tanto pelo funcionário treinado, como por seu supervisor direto e por quem for o responsável em oferecer o mesmo treinamento, para que possíveis falhas ou melhorias sejam consideradas para um próximo programa de treinamentos, quando necessários. A avaliação deve considerar os investimentos, os resultados obtidos e as melhorias consideradas e atingidas. Importante ressaltar que os colaboradores dos cargos Auxiliares Administrativos como Auxiliares de Produção serão treinados no estilo job rotation, para que, na ausência de um funcionário, outro, de mesmo cargo, tenha conhecimentos básicos para dar suporte a área, evitando assim gaps e perda de tempo com treinamento para suprir tal ausência. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 226 10.7 Aplicação das técnicas de recursos humanos na organização O organograma da Sexto Elemento conta com um colaborador responsável pela disseminação das informações e aplicação das técnicas de recursos humanos na organização. Como parte das ações, pode-se considerar o relacionamento com o Sindicato das Indústrias Têxteis (Sinditêxtil), informações sobre férias, treinamentos, reuniões, escala de trabalho e folga, pagamento de salário e benefícios (Vale Transporte e assistência médica Unimed Paulistana). Além das técnicas acima descritas, ações como exames admissionais, periódicos (realizados por um profissional que possua registro no Conselho Regional de Medicina, liberando assim ao funcionário o Atestado de Saúde Ocupacional), integração de novos colaboradores, normas e procedimentos, socialização, confraternizações, comunicação interna, recebimento e controle do uso do uniforme e equipamentos de proteção individual (EPI, quando a função lhe exigir o uso). Mais do que isso, o responsável pelo RH da Sexto Elemento é o elo do colaborador com a alta gerência, na forma de mediar possíveis conflitos que possam existir, como alterações de salário, escala de trabalho, nomeações ou promoções e até mesmo o desligamento do colaborador, quando de sua ocorrência. O desligamento de qualquer um dos funcionários será sempre acompanhado pelo responsável do RH da empresa e pelo Gerente Administrativo, sempre com o aval do Gerente Geral. O funcionário, desligado tanto por vontade própria como por vontade da empresa é submetido ao exame ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 227 demissional (também realizado por um profissional registrado no CRM), baixa do registro de contrato de trabalho na Carteira de Trabalho e Previdência Social e o acerto dos valores a receber é realizado perante um representante do Sindicato das Indústrias Têxteis, ao qual todos os funcionários da Sexto Elemento devem ser filiados, para que lhe sejam assegurados todos os direitos previstos na Lei. Caso o funcionário tenha recebido uniformes e EPI’s, estes serão devolvidos mediante emissão de recibo de entrega dos materiais. 10.8 Tecnologias e tendências A capacitação da mão de obra é fundamental para que as empresas consigam se estabelecer no mercado. Além disso, uma barreira que dificulta a estabilização das indústrias no setor é a falta de pessoal treinado para a operacionalização da produção. Assim, como uma das medidas para minimizar o impacto dessa carência de mão de obra, o SENAI (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) em parceria com a Polo TecTex firmaram um convênio desde 2006, no qual viabilizam a capacitação da mão de obra, tendo principalmente como alvo as cidades de Sumaré, Santa Barbara D’Oeste, Nova Odessa, Americana e Hortolândia. A grande preocupação com a capacitação desta mão de obra é justificada, segundo Nilza Tavoloni, diretora regional da Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo).O setor têxtil sofrerá com a ausência de ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 228 mão de obra qualificada, principalmente por conta do crescimento do mercado consumidor. Visando tal “gargalo”, o SENAI investe, não somente na região do interior paulista, mas também nas regiões nordeste e centro-oeste, em cursos de qualificação tanto na área têxtil como de confecção. Segundo o Sindicato das Costureiras de São Paulo e Osasco, a escassez de pessoal é reflexo da evolução tecnológica na indústria. As empresas estão aderindo às novas tecnologias e muitas vezes, os trabalhadores não acompanham o ritmo das mudanças. De acordo com a entidade, a falta de atualização profissional se dá, em grande parte, não pelo desinteresse do trabalhador, mas sim pela escassez de cursos técnicos e superiores voltados ao setor têxtil e de confecção. 10.9 Recrutamento e seleção A contratação de mão de obra, principalmente para a área operacional da empresa, exige certo rigor para que a contratação seja feita de forma eficaz. Desta forma, o processo de recrutamento e seleção é realizado pelo responsável da área de recursos humanos, com o suporte do Gerente Administrativo. As vagas serão divulgadas no próprio website da Sexto Elemento, bem como em jornais populares, no caso de cargos mais especializados, como os da área de produção. Todos os curriculums vitae serão recebidos apenas via site, de forma que será feita uma pré-seleção dos candidatos. Também será aceita a ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 229 recomendação feita pelos atuais funcionários da empresa, mas de forma que o processo de seleção seja uniforme e igualitário. Os curriculums descartados por ora, ficarão armazenados no banco de dados da empresa, para futuros processos seletivos e contratações. A continuidade do processo seletivo se molda conforme o cargo disponível, sendo realizados testes práticos, dinâmicas de grupo e análise de perfil como fatores de recrutamento e seleção de novos colaboradores. 10.10 Equipamentos de proteção individual e coletiva A utilização de Equipamentos de Proteção Individual, quando exigido pela função desempenhada pelo colaborador é obrigatória, segundo a Lei 6514 de dezembro de 1977 e que figura o capítulo V da Consolidação das Leis Trabalhistas, o qual estabelece a gratuidade no fornecimento dos EPI’s em suas perfeitas condições. É necessário também que os equipamentos estejam de acordo com a Norma Regulamentadora n.6 e pelo INMETRO e que possuam na sua identificação o Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho (CA). Além da disponibilidade dos EPI’s, a organização tem como dever proporcionar o treinamento para a correta utilização dos equipamentos, bem como sua higiene, preservação, manutenção e reposiçãoquando necessária. Os EPI’s podem ser tanto de uso individual como de uso coletivo, conforme a necessidade e destinação do uso. No caso da Sexto Elemento, o uso é feito pelos Supervisores,Auxiliares funcionários de da Produção e linha de Operadores produção de (Gerente, Empilhadeira), ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 230 funcionários da limpeza e vigilância (nesses casos, por serem funcionários terceirizados, as próprias empresas contratadas são obrigadas a disponibilizar os equipamentos, conforme cláusulas contratuais). Dentre os existentes, a Sexto Elemento trabalhará com os seguintes EPIs: - Protetores auriculares, óculos de proteção contra partículas, protetor facial e protetores de pele contra a ação de produtos químicos em geral, luvas de proteção, mangotes, calçados de segurança, máscara de proteção, calça, blusão, creme bloqueador solar FPS 30 e capa de chuva. Já em relação aos equipamentos de uso coletivo, é possível citar o uso do colete de segurança, item de grande importância para a segurança do trabalhador e de seus colegas, assim como os de proteção individual. 10.11 Objetivos de recursos humanos Como objetivos a serem traçados após a análise da área de gestão de pessoas,a Sexto Elemento buscará um referencial interno, na figura do representante da área de Recursos Humanos. Ele será o elo entre os funcionários e a alta administração da empresa, além de ser também a ligação com seus direitos e deveres assegurados na Consolidação das Leis Trabalhistas. O RH será fundamental para o bom desenvolvimento das atividades da empresa, através da capacitação e desenvolvimento das pessoas. O que: implantação e desenvolvimento da cultura organizacional da empresa; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 231 Quando: 6 meses; Quem: funcionários das áreas administrativa e produtiva; Como: ações de endomarketing, treinamento e capacitação; O que: controle do baixo índice de turnover da empresa; Quando: 1 ano; Quem: funcionários das áreas administrativa e produtiva; Como: incentivos, condições salubres de trabalho, pesquisa de clima organizacional e avaliações de desempenho. 10.12 Estratégias de recursos humanos Para que os objetivos traçados sejam atingidos da maneira esperada, as estratégias a serem adotadas serão: Objetivo 1 - Implantação e desenvolvimento da Cultura organizacional da empresa. Estratégia 1.1 – reforço contínuo utilizando-se do endomarketing para conscientização dos colaboradores; Estratégia 1.2 – treinamentos e simpósios; Objetivo 2 - Controle do baixo índice de turnover da empresa; Estratégia 2.1 – aplicação da metodologia do Kaisen em todos os processos objetivando a melhoria contínua de processos e consequentemente do clima organizacional; Estratégia 2.2 – realização de pesquisas de clima organizacional. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 232 10.13 Plano de ação Objetivo 1.0 – Implantação e desenvolvimento da cultura organizacional da empresa. Estratégia 1.1: reforço contínuo utilizando-se do endomarketing para conscientização dos colaboradores. Departamentos de Ação 1.1.1: desenvolver um programa de endomarketing. Recursos Humanos e Marketing Ação 1.1.2: estruturar um cronograma anual de eventos Departamentos de internos, com o objetivo de difundir a cultura da Recursos Humanos organização. Ação 1.1.3: desenvolver uma metodologia de aculturação Departamentos de Recursos Humanos dos funcionários. Ação 1.1.4: desenvolver balanço social da organização e Departamentos de Recursos Humanos expor de forma clara para todos os colaboradores. Estratégia 1.2: treinamentos e simpósios. Departamento de Ação 1.2.1: realizar palestras sobre o mercado de Recursos Humanos produção de fios a partir do PET e de tecelagem. e Engenharia Têxtil Objetivo 2.0 - Controle do baixo índice de turnover da empresa. Estratégia 2.1 – aplicação da metodologia do Kaisen em todos os processos objetivando a melhoria contínua de processos e consequentemente do clima organizacional. Ação 2.1.1: estruturar um sistema de proposta de Departamento de melhoria, em que os colaboradores são incentivados a Recursos Humanos darem ideias de como melhorar o processo que participam. Departamento de Recursos Humanos Ação 2.1.2: desenvolver um sistema de avaliação 360º . Departamento de Ação 2.1.3: desenvolver um sistema de indicadores de Recursos Humanos desempenho. Estratégia 2.2: realização de pesquisa de clima organizacional. Ação 2.2.1: desenvolver um projeto de pesquisa de clima Departamento de Recursos Humanos organizacional. Tabela 18: Plano de ação dos objetivos de recursos humanos. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 233 Cronograma Geral das Ações Jan Ação Desenvolver um programa de endomarketing. Estruturar um cronograma anual de eventos internos, com o objetivo de difundir a cultura da organização. Desenvolver uma metodologia de aculturação dos funcionários. Desenvolver balanço social da organização e expor de forma clara para todos os colaboradores. Realizar palestras sobre o mercado de produção de fios a partir do PET e de tecelagem. Estruturar um sistema de proposta de melhoria, onde os colaboradores são incentivados a darem ideias de como melhorar o processo que participam. Desenvolver um sistema de avaliação 360º Desenvolver um sistema indicadores de desempenho. Desenvolver um projeto de pesquisa de clima organizacional Tabela 19: Cronograma das ações gerais de recursos humanos. Fev Mar Abr Mai 2012 Jun Jul Ago Set Out Nov Dez ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 234 Algumas das ações de Recursos Humanos devem ocorrer juntamente com a fundação da Sexto Elemento, e se faz necessária uma contínua administração de suas aplicações. Já o estímulo através da comunicação interna é um processo contínuo, que deve ser acompanhado para que sempre os colaboradores estejam bem informados das ações da organização. Grande parte das ações de Recursos Humanos, acontecem ao longo de todo o ano, isso porque não são ações isoladas ou pontuais, devendo ser trabalhadas de forma integrada, afim de alcançar os objetivos esperados. Algumas relacionadas a planejamento, podem ocorrer por um período curto, mas outras podem ocorrer durante todo o ano considerando a necessidade de adaptação e dinamicidade da atividade. 10.14 Orçamento Para que as ações acima planejadas possam ser realizadas, é necessário o cálculo do investimento para sua execução. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas Ações Desenvolver um programa de endomarketing. $ R$ Estruturar um cronograma anual de eventos internos, com o objetivo de difundir a cultura da R$ organização. Desenvolver uma metodologia de aculturação dos R$ funcionários. Desenvolver balanço social da organização e expor de forma clara para todos os colaboradores. 235 20.000,00 15.000,00 - R$ - Estruturar um sistema de proposta de melhoria, em que os colaboradores são incentivados a darem R$ ideias de como melhorar o processo que participam. 14.000,00 Desenvolver um sistema de avaliação 360º R$ Desenvolver um sistema de indicadores de R$ desempenho. Desenvolver um projeto de pesquisa de clima R$ organizacional Total R$ 4.000,00 53.000,00 Tabela 20: Orçamento de recursos humanos. 10.15 Revisão e Controle Tão importante quanto a elaboração de objetivos, estratégias e ações é o controle que este planejamento seja realizado em conformidade com o esperado. Assim, os KPIs(Key Permormance Indicators) que serão utilizados para este controle são: - Comparativo entre valores investidos nas ações realizadas e retorno efetivo em produtividade e desempenho; ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 236 - Monitoramento dos resultados das pesquisas de clima de satisfação organizacional; - Índice de rotatividade de pessoal; - Controle de afastamentos e acidentes de trabalho. O acompanhamento dos indicadores será realizado pelo responsável do departamento de Recursos Humanos da Sexto Elemento, em parceria com o Gerente Administrativo. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 237 11 PLANO DE FINANÇAS 11.1 Análise financeira 11.1.1 Desenvolvimento do cálculo do WACC O WACC é definido por ser o custo do capital da empresa. Esse custo é composto pelas linhas de crédito adotadas pela empresa para obtenção de recursos que possibilitem sua viabilidade. No caso da Sexto Elemento, a escolha das linhas de crédito foi definida em duas formas: 1- Linha de crédito Banco Nacional do Desenvolvimento – Programa BNDES Pró Plástico, que visa a modernização das empresas do setor da indústria do plástico, proporcionando taxas subsidiadas para o aumento da produção e desenvolvimento de pesquisas e ações que buscam, dentre outros fatores, investimentos para a racionalização do uso dos recursos naturais e diminuição dos passivos ambientais. O Programa possui prazo de vigência até 30 de setembro de 2012 e orçamento de R$ 700 milhões. O custo financeiro terá como base a TJLP (Taxa de Juros de Longo Prazo, que foi instituída pela Medida Provisória n. 684 de 31 de outubro de 1994, que foi definida como custo básico dos financiamentos concedidos pelo BNDES). Assim, o cálculo foi baseado inicialmente, na classificação da empresa a partir de seu faturamento, no caso, empresa de pequeno porte. A partir dessa definição, considerando as regras de cessão de ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 238 créditos do Programa Pró Plástico, chegou-se na taxa de juros que é composta: TJLP (6%) + Remuneração do BNDES (0,9%) + Taxa de Risco de Crédito (máximo de 3,57%) = 11,73% ao ano. O prazo de total de financiamento será determinado em função da capacidade de pagamento da empresa. O prazo máximo que o programa proporciona, e o que será utilizado pela Sexto Elemento é de 14 anos para os projetos de Inovação Tecnológica. A simulação realizada a partir dos dados obtidos pela linha de financiamento mostra um valor anual a ser pago de R$ 750.191,45, contabilizados na Demonstração de Resultados do Exercício. A distribuição dos valores de financiamentos a partir das regras do mesmo deu-se da seguinte forma: - 80% do valor FOB (Free On Board) para equipamentos importados (maquinário da linha de produção do fio); - 90% para pequenas empresas em produtos nacionais (maquinário da linha de produção da moagem do PET). 2- Para fins de composição do cálculo da viabilidade financeira e estudo, os demais imobilizados (softwares, móveis e utensílios e balança rodoviária) que não estão contemplados no Programa Pró Plástico; excedentes dos percentuais para financiamento da máquina de fio e da linha de moagem; e nacionalização e transporte da máquina do fio, foram calculados a partir do relatório disponibilizado pelo Banco Central, que proporciona operações de crédito com a finalidade de aquisição de bens para pessoa jurídica. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 239 Esse relatório calcula a média de prazo de pagamento do financiamento e taxa de juros das concessões mensais realizadas. Com base no relatório, a média calculada para o mês de agosto de 2011 é 15,96% a.a. Para efeito de estudo, a simulação feita utilizando a taxa adotada, o prazo de pagamento do financiamento será de cinco anos, com valor de parcela anual estipulado em R$ 487.468,61, confrontando assim com a projeção dos demonstrativos financeiros da Sexto Elemento. A seguir os investimentos necessários para a operação da empresa: Investimentos Máquina Fio FOB R$ 5.040.000,00 Nacionalização e Transporte da Máquina do Fio R$ 1.444.779,23 Linha de Moagem R$ 285.500,00 Software R$ 120.000,00 Móveis e Utensílios R$ 25.000,00 Balança Rodoviária R$ 70.000,00 Total do Investimento R$ 6.985.279,23 Tabela 21: Relação de investimentos necessários para operação da empresa. Com o estudo das linhas de crédito adotadas, tem-se a seguinte distribuição para o WACC: WACC Fontes 1) Linha de crédito BNDES Pró Plástico. 2) Aquisição de bens Pré fixada PJ Média Agosto 2011. Total Tabela 22: Distribuição do WACC. R$ Peso CABF WACC R$ 5.387.673,38 77,13% 10,47% 8,08% R$ 1.597.605,85 22,87% 15,96% 3,65% R$ 6.985.279,23 11,73% 100% ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 240 O resultado obtido com o WACC de 11,73% mostra o custo do capital para a empresa. 11.2 Premissas do estudo da viabilidade financeira As premissas do estudo de viabilidade servem como definições préestabelecidas necessárias para elaboração da previsão do índice de inflação projetada para os anos de estudo do projeto e também para definição da TMA (Taxa Mínima de Atratividade). A TMA foi definida a partir do custo financeiro do capital utilizado para compra do maquinário, somada a um “prêmio” de 5% estabelecido na forma de remuneração aos viabilizadores do projeto. Se comparada à atual taxa SELIC (11,5% a.a.), a TMA adotada pela Sexto Elemento mostra-se mais atraente. A seguir a premissa de inflação: Inflação Taxas Aplicáveis Inflação. Taxa Mínima de Atratividade (WACC + prêmio 5%). 2012 5,56% 2013 6,00% 2014 6,00% 2015 6,00% 2016 6,00% 16,73% 16,73% 16,73% 16,73% 16,73% Tabela 23: Premissas de inflação. 11.3 Ficha técnica do produto A ficha técnica mostra o custo variável para a produção do fio a partir do PET reciclado. São considerados os custos com energia elétrica, água e a própria matéria-prima. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 241 Os cálculos foram baseados por quilo de fio produzido. Como é inevitável a perda de parte da matéria-prima na produção, foi calculado um refugo de 10% sobre um quilo de matéria-prima. O cálculo é que a cada 1 quilo de PET, resulta em 0,9 quilo de fio produzido. Já no cálculo do consumo de energia elétrica e água, foram utilizados os dados de consumo dos fabricantes do maquinário e também as tarifas cobradas pelas empresas Companhia Paulista de Força e Luz (CPFL) e Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento S.A. (Sanasa), que são as responsáveis pela disponibilização dos serviços na cidade de Campinas. Consumo de energia Consumo de Energia Maquinário Potência total de motores (KW). 300 Potência total de resistências (KW). 50 Linha Moinho (KW). 155 Total 505 Tabela 24: Previsão de consumo de energia elétrica. Custos do consumo energia para produção das 6h às 22h Consumo Quantidade Custo (R$) Total/Hora Total/kg (R$) Consumo Ponta 505 0,187 0,920 87,138 0,0726 Consumo Fora Ponta 505 1 0,175 88,597 0,22149 Demanda 465 6,89 6,674 0,016687 Custo por Quilo 0,310795 Tabela 25: Custos de energia do maquinário a partir do consumo (produção das 6h às 22h). Custo de Água/Esgoto Consumo L/Kg Tarifa/L (R$) Custo por Quilo (R$) 3 0,033624444 0,100873332 Tabela 26: Custos com consumo de água e esgoto. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 242 A partir dos cálculos realizados, é possível projetar uma previsão de custo variável para cada quilo de fio produzido: Custos Variáveis de Produção Matéria Prima Qtde. (Kg) Material Direto Energia Elétrica Água Total: 1,11 1,00 1,00 Custo unitário 1,30 0,31 0,10 2012 2013 2014 2015 2016 1,44 0,31 0,10 1,85 1,53 0,33 0,11 1,97 1,62 0,35 0,11 2,08 1,72 0,37 0,12 2,21 1,82 0,39 0,13 2,34 Tabela 27: Custos variáveis de produção. 11.4 Detalhamento de gastos A folha de pagamento dos funcionários contratados pela Sexto Elemento, bem como seus encargos e benefícios seguem os parâmetros a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 243 Folha de pagamento dos funcionários 5.000,00 Salários Totais R$ 5.000,00 R$ 2.850,00 Vale Plano Saúde Transporte R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 3.250,00 R$ 11.368,78 R$ 3.500,00 R$ 3.500,00 R$ 2.275,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 8.893,78 6 R$ 1.500,00 R$ 9.000,00 R$ 5.850,00 R$ 17.100,00 R$ 752,40 R$ 860,28 R$ 33.562,68 MO PROD. 1 R$ 4.200,00 R$ 4.200,00 R$ 2.730,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 10.048,78 Supervisor de Produção MO PROD. 2 R$ 2.600,00 R$ 5.200,00 R$ 3.380,00 R$ 5.700,00 R$ 250,80 R$ 286,76 R$ 14.817,56 Auxiliar de Produção MO PROD. 14 R$ 1.300,00 R$ 18.200,00 R$ 11.830,00 R$ 39.900,00 R$ 1.755,60 R$ 2.007,32 R$ 73.692,92 Técnico em Seg. no Trabalho MO PROD. 1 R$ 1.300,00 R$ 1.300,00 R$ 45,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 5.263,78 Gerente de Engenharia Têxtil MO PROD. 1 R$ 3.000,00 R$ 3.000,00 R$ 1.950,00 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 8.068,78 Assistente de Produção Têxtil MO PROD. 1 R$ 950,00 R$ 950,00 R$ 17,50 R$ 2.850,00 R$ 125,40 R$ 143,38 R$ 4.686,28 Técnico em Qualidade MO PROD. 4 R$ 1.700,00 R$ 6.800,00 R$ 4.420,00 R$ 11.400,00 R$ 501,60 R$ 573,52 R$ 23.695,12 R$ 57.150,00 R$ 37.147,50 R$ 91.200,00 R$ 4.588,16 Cargo Área Qtde. Salário Base Gerente Geral MO ADM. 1 R$ Gerente Administrativo MO ADM. 1 Auxiliar Administrativo MO ADM. Gerente de Produção Total Tabela 28: Descrição da folha de pagamento dos funcionários. Vl. Encargos Refeições R$ 4012,80 Vl. Total R$ 194.098,46 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 244 Custo com Empregados Descrição Administrativo Produção R$ 2012 699.728,12 R$ 1.823.551,86 Administrativo R$ 53.825,24 Produção R$ 140.273,22 R$ 2013 741.711,81 R$ 1.932.964,97 R$ 2014 786.214,52 R$ 2015 833.387,39 R$ R$ 2.048.942,87 R$ 2.171.879,44 2016 883.390,63 R$ 2.302.192,21 Tabela 29: Custo total com empregados. Os custos e despesas para operacionalização do processo produtivo serão distribuídos da forma a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 245 Operacionalização do processo produtivo Descrição de Gastos Categoria 2012 2013 2014 2015 2016 Aluguel (IPTU e Condomínio) Despesa R$ 240.000,00 R$ 254.400,00 R$ 69.664,00 R$ 285.843,84 R$ 302.994,47 Despesas de Propaganda e Marketing Despesa R$ 70.000,00 R$ 74.200,00 R$ 78.652,00 R$ 83.371,12 R$ 88.373,39 Ferramentas de Mídia Despesa R$ 200.000,00 R$ 212.000,00 R$ 24.720,00 R$ 238.203,20 R$ 252.495,39 Treinamento de Vendas Despesa R$ 50.000,00 R$ 53.000,00 R$ 56.180,00 R$ 59.550,80 R$ 63.123,85 Consumo de Água Administrativo Despesa R$ 6.960,00 R$ 7.377,60 R$ 7.820,26 R$ 8.289,47 R$ 8.786,84 Consumo de Energia Administrativo Despesa R$ 12.000,00 R$ 12.720,00 R$ 13.483,20 R$ 14.292,19 R$ 15.149,72 Limpeza e Manutenção Despesa R$ 57.600,00 R$ 61.056,00 R$ 64.719,36 R$ 68.602,52 R$ 72.718,67 Manutenção de Redes e Internet Despesa R$ 4.800,00 R$ 5.088,00 R$ 5.393,28 R$ 5.716,88 R$ 6.059,89 Manutenção Predial Despesa R$ 60.000,00 R$ 63.600,00 R$ 67.416,00 R$ 71.460,96 R$ 75.748,62 Salários Administrativos Despesa R$ 699.728,12 R$ 741.711,81 R$ 86.214,52 R$ 833.387,39 R$ 883.390,63 Segurança de Monitoramento Despesa R$ 120.000,00 R$ 127.200,00 R$ 34.832,00 R$ 142.921,92 R$ 151.497,24 Suprimentos de Escritório Despesa R$ 18.000,00 R$ 19.080,00 R$ 20.224,80 R$ 21.438,29 R$ 22.724,59 Telefonia Despesa R$ 42.000,00 R$ 44.520,00 R$ 47.191,20 R$ 50.022,67 R$ 53.024,03 Despesas Manutenção Recursos Humanos Despesa R$ 53.000,00 R$ 56.180,00 R$ 59.550,80 R$ 63.123,85 R$ 66.911,28 Gastos com Pesquisa e Desenvolvimento Despesa R$ 100.000,00 R$ 106.000,00 R$ 112.360,00 R$ 119.101,60 R$ 126.247,70 Eventos / Feiras Despesa R$ 500.000,00 R$ 530.000,00 R$ 561.800,00 R$ 595.508,00 R$ 631.238,48 Equipamentos de Proteção Individual Custo R$ 14.757,72 R$ 15.643,18 R$ 16.581,77 R$ 17.576,68 R$ 18.631,28 Manutenção de Fábrica Custo R$ 120.000,00 R$ R$ Salários Produção Custo R$ 1.823.551,86 Aluguel Empilhadeira C/ Funcionário Custo R$ Total 127.200,00 R$ 134.832,00 R$ 1.932.964,97 R$ 2.048.942,87 360.000,00 R$ 381.600,00 R$ R$ 4.552.397,70 R$ 4.825.541,56 Mão de Obra Direta R$ 1.823.551,86 R$ Outros Custos R$ 494.757,72 Saldo Despesa R$ 2.234.088,12 Tabela 30: Descrição da operacionalização do processo produtivo. 142.921,92 R$ 151.497,24 R$ 2.171.879,44 R$ 2.302.192,21 404.496,00 R$ 428.765,76 R$ 454.491,71 R$ 5.115.074,05 R$ 5.421.978,50 R$ 5.747.297,21 1.932.964,97 R$ 2.048.942,87 R$ 2.171.879,44 R$ 2.302.192,21 R$ 524.443,18 R$ 555.909,77 R$ 589.264,36 R$ 624.620,22 R$ 2.368.133,41 R$ 2.510.221,41 R$ 2.660.834,70 R$ 2.820.484,78 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 246 Os custos/despesas anteriormente descritos vão de acordo com as estratégias, objetivos e estudos realizados nos planos de Marketing, Recursos Humanos e Gestão das Operações. 11.5 Demonstrativo do resultado do exercício Para elaboração da DRE a opção dentre os regimes possíveis de tributação, foi escolhida para trazer menor impacto e menos onerar o caixa da empresa, neste caso será utilizado, o Regime de Lucro Presumido, no qual o Governo Federal presume um lucro de 8% sobre o faturamento. Além da escolha da tributação, foi considerada como Despesas Financeiras a simulação de financiamento utilizando as condições e taxas estipuladas pelas linhas de crédito do BNDES e das médias de crédito concedidas pelo relatório do BACEN. Para cálculo dos valores do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), foram utilizados os créditos referentes à compra da matériaprima (já de forma líquida, ou seja, descontados os créditos da matéria-prima, evitando assim a bi tributação). Os dados utilizados para cálculo da receita bruta foram baseados nos preços de venda médio e a previsão de demanda estipulada, conforme abaixo descritos: - Preço de venda médio: R$ 10,75/quilo. - Demanda estipulada: No primeiro ano, considerando a implantação de maquinário e desenvolvimento de fornecedores, a produção estimada é de 1.175 toneladas/ano. Considerando para o segundo ano, aumento de 30% ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 247 sobre a produção do primeiro ano, baseado nos objetivos de marketing descritos no projeto, chegando ao total de 1.527,5 toneladas/ano. Já no terceiro ano, a capacidade produtiva atinge 80% da capacidade nominal do maquinário, que é o considerado como limite máximo para produção, de 1.689,6 toneladas/ano. Os índices de depreciação do imobilizado foram calculados com base nos percentuais aplicados pelo mercado, conforme tabela a seguir: Depreciação Descrição Discriminação Valor Imobilizado Taxa Depreciação Máquinas e equipamentos Produção R$ 6.484.779,23 10% R$ 648.477,92 Linha de moagem Produção R$ 285.500,00 10% R$ 28.550,00 (SIM + CRM) R$ 120.000,00 25% R$ 30.000,00 R$ 25.000,00 10% R$ 2.500,00 R$ 70.000,00 10% R$ 7.000,00 R$ 6.985.279,23 Software Móveis para Móveis e utensílios escritório Balança rodoviária Almoxarifado Total R$ 716.527,92 Tabela 31: Índice de depreciação. A seguir a demonstração do resultado do exercício (DRE) encerrados em 31 de dezembro dos anos 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 248 DRE – 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em Reais Previsão de Vendas em (Kg) Preço de Venda (Kg) R$ 2012 2013 2014 2015 2016 1175000 1527500 1689600 1689600 1689600 10,75 R$ 11,40 R$ 12,08 R$ 12,80 R$ 13,57 (+) Receita Bruta de Vendas R$ 12.631.250,00 R$ 17.405.862,50 R$ 20.408.171,52 R$ 21.632.661,81 R$ 22.930.621,52 (-) Deduções -R$ 2.429.471,13 -R$ 3.347.811,21 -R$ 3.925.269,74 -R$ 4.160.785,93 -R$ 4.410.433,08 ICMS (líquido) -R$ 1.968.430,50 -R$ 2.712.497,23 -R$ 3.180.371,48 -R$ 3.371.193,77 -R$ 3.573.465,40 PIS -R$ 378.937,50 -R$ 522.175,88 -R$ 612.245,15 -R$ 648.979,85 -R$ 687.918,65 COFINS -R$ 82.103,13 -R$ 113.138,11 -R$ 132.653,11 -R$ 140.612,30 -R$ 149.049,04 (=) Receita Líquida de Vendas R$ 10.201.778,88 R$ 14.058.051,29 R$ 16.482.901,78 R$ 17.471.875,89 R$ 18.520.188,44 Custo de Produção -R$ 4.497.544,48 -R$ 5.460.393,85 -R$ 6.125.818,47 -R$ 6.493.367,58 -R$ 6.882.969,64 Custos de Produção (Matéria prima) -R$ 2.179.234,90 -R$ 3.002.985,69 -R$ 3.520.965,83 -R$ 3.732.223,78 -R$ 3.956.157,20 Mão de Obra -R$ 1.823.551,86 -R$ 1.932.964,97 -R$ 2.048.942,87 -R$ 2.171.879,44 -R$ 2.302.192,21 Outros Custos de Produção -R$ 494.757,72 -R$ 524.443,18 -R$ 555.909,77 -R$ 589.264,36 -R$ 624.620,22 (=) Margem de Contribuição R$ 5.704.234,40 R$ 8.597.657,44 R$ 10.357.083,31 R$ 10.978.508,30 R$ 11.637.218,80 % Percentual 45,16% 49,40% 50,75% 50,75% 50,75% (-) Despesas Fixas -R$ 2.234.088,12 -R$ 2.368.133,41 -R$ 2.510.221,41 -R$ 2.660.834,70 -R$ 2.820.484,78 (=) LAJIDA / EBITDA R$ 3.470.146,28 R$ 6.229.524,04 R$ 7.846.861,90 R$ 8.317.673,61 R$ 8.816.734,03 Tabela 32: DRE dos exercícios 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais até o EBITDA. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 249 DRE – 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais 2012 (-) Depreciação (=) Resultado Operacional - 716.527,92 2013 2014 2015 2016 -716.527,92 -716.527,92 -716.527,92 -686.527,92 R$ 2.753.618,35 R$ 5.512.996,11 R$ 7.130.333,97 R$ 7.601.145,69 R$ 8.130.206,10 (-) Despesas Financeiras * -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 -R$ 1.237.660,06 (=) LAIR R$ 1.515.958,29 R$ 4.275.336,05 R$ 5.892.673,91 R$ 6.363.485,63 R$ 6.892.546,04 (-) IRPJ presumido -R$ 151.575,00 -R$ 208.870,35 -R$ 244.898,06 -R$ 259.591,94 -R$ 275.167,46 (-) CSLL presumida -R$ 136.417,50 -R$ 187.983,32 -R$ 220.408,25 -R$ 233.632,75 -R$ 247.650,71 (=) Lucro Líquido R$ 1.227.965,79 R$ 3.878.482,39 R$ 5.427.367,60 R$ R$ 6.369.727,87 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 6.586.788,86 R$ 7.056.255,79 (LAJIR) (=) Caixa Livre R$ 1.944.493,72 R$ Tabela 33: DRE dos exercícios 2012, 2013, 2014, 2015 e 2016 em reais até o caixa livre. 5.870.260,94 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 250 11.6 Indicadores financeiros O Valor Presente Líquido (VPL) é o resultado dos Caixas Livres, trazidos a valor presente, considerando o custo de capital obtido pelo cálculo da TMA descontando o investimento inicial. O valor resultante mostra a diferença obtida se comparada à necessidade de capital para estruturação da empresa, que no caso, resulta em saldo positivo para os cinco anos aqui projetados. A seguir a tabela de descrição: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 251 Fluxo de caixa para cálculo do VPL -R$ 6.985.279,23 2012 R$ 1.944.493,72 TMA 16,73% VPL R$ 8.007.715,39 Tabela 34: Cálculo do VPL. 2013 2014 2015 2016 R$ 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 6.586.788,86 R$7.056.255,79 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 252 O Payback da empresa (quanto tempo tem-se o retorno do investimento), dá-se em 3 anos e 6 meses, conforme tabela a seguir: Payback Ano Amortização Saldo 0 -R$ 6.985.279,23 -R$ 6.985.279,23 1 R$ 1.665.804,61 -R$ 5.319.474,62 2 R$ 3.372.263,63 -R$ 1.947.210,99 3 R$ 3.862.747,90 R$ 1.915.536,91 Tabela 35: Payback. Para o cálculo da Taxa Interna de Retorno (TIR), também foi utilizados os resultados obtidos nos resultados de Caixa Livre, dessa forma, a taxa encontrada após a realização dos fluxos de caixa trazidos a valor presente mostram o retorno do investimento na Sexto Elemento. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 253 Fluxo de Caixa para cálculo da TIR -R$ 6.985.279,23 2012 R$ TIR 2013 1.944.493,72 R$ VPL = 0 53,06% Tabela 36: Calculo da TIR. 2014 2015 4.595.010,31 R$ 6.143.895,52 R$ 2016 6.586.788,86 R$ 7.056.255,79 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 254 11.7 Valor estimado do negócio Para cálculo do valor do negócio, foi utilizado como base o Fluxo de Caixa Livre. O cálculo foi realizado considerando a perpetuidade do ano de 2016, trazendo os fluxos de caixa anuais a valor presente, descontando a TMA desses fluxos de caixa. A seguir a descrição: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 255 Fluxo de caixa para cálculo do valor da empresa (EVALUATION) 2012 2013 2014 2015 2016 R$ R$ R$ R$ R$ 1.944.493,72 4.595.010,31 6.143.895,52 6.586.788,86 8.473.501,44 TMA 16,73% Valor da Empresa R$18.869.944,01 Tabela 37: Fluxo de caixa EVALUATION. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 256 11.8 Pontos de equilíbrio 11.8.1 Ponto de equilíbrio operacional (PEO) O PEO mostra o quanto a Sexto Elemento necessita obter de receita bruta anual para que sejam pagos os custos da operação de produção. Para o ano de 2012, para que a empresa tenha o lucro desejado, a receita de vendas deve ser de R$ 7.167.616,25. 11.8.2 Ponto de equilíbrio financeiro (PEF) O PEF é a análise que mostra o quanto a Sexto Elemento deve obter de receita para cobrir os custos de produção somados aos juros pagos para realização das operações. Para o ano de 2012, os cálculos mostram que a receita de vendas deve ser de R$ 10.244.427,50. 11.8.3 Ponto de equilíbrio contábil (PEC) O PEC. é o mínimo que a Sexto Elemento necessita vender para pagar os custos de produção, mais juros e impostos, ou seja, não obter prejuízo em suas operações. No caso, em 2012, o total de vendas que gera a receita para que o lucro líquido seja igual a zero é de R$ 10.625.869,75. A seguir o detalhamento dos pontos de equilíbrio: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 257 Operacional Econômico Contábil R$ 7.167.616,25 R$ 10.244.427,50 R$ 10.625.869,75 (-) Deduções R$ (1.378.605,97) R$ (1.970.394,13) R$ (2.043.760,02) ICMS (líquido) R$ (1.116.987,98) R$ (1.596.472,52) R$ (1.655.915,77) PIS R$ (215.028,49) R$ (307.332,83) R$ (318.776,09) COFINS R$ (46.589,51) R$ (66.588,78) R$ (69.068,15) (=) Receita Líquida de Vendas R$ 5.789.010,28 R$ 8.274.033,37 R$ 8.582.109,73 Custo de Produção R$ (3.554.918,74) R$ (4.085.752,54) R$ (4.151.561,73) Custos de Produção (M. P.) R$ (1.236.609,16) R$ (1.767.442,96) R$ (1.833.252,15) Mão de Obra R$ (1.823.551,86) R$ (1.823.551,86) R$ (1.823.551,86) Outros Custos de Produção R$ R$ R$ (=) Margem de Contribuição R$ 2.234.091,53 R$ 4.188.280,83 R$ 4.430.548,00 % Percentual R$ R$ R$ (+) Receita Bruta de Vendas (-) Despesas Fixas (=) LAJIDA / EBITDA (494.757,72) 0,31 R$ (2.234.088,12) R$ 3,41 (494.757,72) 0,41 (494.757,72) 0,42 R$ (2.234.088,12) R$ (2.234.088,12) R$ 1.954.192,71 R$ 2.196.459,88 R$ (-) Depreciação R$ - R$ (716.527,92) (=) Resultado Operacional (LAJIR) R$ - R$ 1.237.664,79 R$ 1.479.931,96 (-) Despesas Financeiras * R$ - R$ (1.237.660,06) R$ (1.237.660,06) (=) LAIR R$ - (-) IRPJ presumido R$ - R$ (-) CSLL presumida R$ - (=) Lucro Líquido R$ - R$ 4,73 (716.527,92) R$ 242.271,90 - R$ (127.510,44) R$ - R$ (114.759,39) R$ - R$ 2,07 Tabela 38: Descrição dos pontos de equilíbrio operacional, econômico e contábil. Necessidades Operacional Econômico Contábil 666755 952970 988453 Horas de Produção 1667 2382 2471 Dias de Produção 104 149 154 Quantidades (Kg) Tabela 39: Necessidades para os pontos de equilíbrio. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 258 11.9 Conclusão financeira Após a detalhada análise financeira dos dados da empresa e dos indicadores econômicos que compõe o estudo, pode-se verificar resultados expressivos em consequência do custo baixo da matéria-prima em relação ao preço de venda do fio, e larga escala de produção em função da tecnologia do maquinário, resultando em uma margem de contribuição que permite resultados agressivos. O Valor Presente Líquido obtido (R$ 8.007.715,39) mostra que os fluxos de caixa trazidos ao valor presente pela Taxa Mínima de Atratividade, descontado o valor do investimento, possui significativa sobra e indica a viabilidade do projeto. Ao trazer os fluxos de caixa à zero, descobre-se a Taxa Interna de Retorno (53,06%). Essa porcentagem, conforme já explicado, deve-se a alta margem de contribuição proporcionada pela diferença entre o preço de venda e o custo variável. O Payback é o prazo em que o investimento se paga, que no caso da Sexto Elemento, ocorre no sexto mês do terceiro ano, conforme cálculos demonstrados. Para finalizar, o valor da empresa (R$ 18.869.944,01) reflete a capacidade de geração de caixa mesmo após os pagamentos de tributos nacionais. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 259 11.10 Cenários 11.10.1 Pessimista Se considerarmos a taxa de câmbio desvalorizada frente ao Dólar, temos um cenário pessimista, pois a compra inicial do maquinário para produção é realizada em moeda estrangeira, porém este custo é apenas inicial, já que em longo prazo, essa desvalorização encarece as importações de produtos concorrentes advindos de outros países. A alta da inflação eleva os custos em geral da empresa, diminuindo assim a lucratividade da mesma, que inevitavelmente é repassada ao valor final do produto, encarecendo-o e trazendo possível queda em seu nível de vendas. Em relação à SELIC (taxa básica que compõe os juros do mercado para os diversos tipos de financiamento), as consequências, caso ocorra um aumento, traz um cenário pessimista para Sexto Elemento se variar acima do máximo da meta estipulada pelo Governo Federal para o ano de 2011, pois encarecem as linhas de crédito para financiamento, elevando o custo financeiro do capital da empresa (WACC). Além dos fatores econômicos, existem fatores produtivos que podem afetar a produção efetiva, tais como atrasos de produção, manutenção de maquinários e problemas com a especificação da qualidade do produto. A partir destas hipóteses, considera-se como produção horária de 55% da capacidade máxima nominal no primeiro ano, passando a ser em 64% da capacidade a partir do segundo ano, trazendo o cenário a seguir: ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 260 Demonstração de resultado do exercício Encerrados em 31 de dezembro de 2012, 2013, 2014, 2015, 2016 Em Reais Previsão de Vendas em (Kg) 2012 2013 2014 2015 2016 1175000 1351680 1351680 1351680 1351680 Preço de Venda (Kg) R$ 10,75 R$ 11,40 R$ 12,08 R$ 12,80 R$ 13,57 (=) Caixa livre R$ 1.944.493,72 R$ 3.368.216,97 R$ 3.644.569,60 R$ 3.937.503,38 R$ 4.248.013,18 5.101.224,63 Valor Presente R$ 3.525.865,92 Caixa Livre Médio R$ 3.428.559,37 Taxa de Desconto a.a Valor da Empresa R$ (EVALUATION) Tabela 40: DRE cenários. 16,73% 12.263.642,75 ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 261 11.10.2 Realista Considerando o conceito de sustentabilidade, investimentos em fontes limpas e renováveis de produção, tem-se um cenário realista favorável a Sexto Elemento. Atualmente, o câmbio desvalorizado, porém ainda em níveis aceitáveis para importação de maquinário estimula a venda da produção interna de maneira geral. A taxa SELIC, atualmente em 11,5%, se comparada com as demais economias dos países mais desenvolvidos é elevada, porém considerando o histórico dessa variável, temos um cenário favorável, com possibilidades de recuo de 0,5% até o final do ano, segundo previsão do Governo Federal. A taxa de inflação deve-se manter dentro dos parâmetros da meta estipulada pelo Governo Federal para o ano de 2011, com pouca variação, mostrando estabilidade para o mercado financeiro. Considerando como cenário realista, a utilização de 55% da capacidade nominal máxima do maquinário, no primeiro ano, 72% no segundo ano e a partir do terceiro ano, chegando 80% da capacidade produtiva. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 262 12 CONCLUSÃO FINAL Através da análise realizada no estudo em questão é possível concluir que o projeto está inserido em um cenário atrativo, dados os diversos fatores estudados. A tendência à sustentabilidade, associada a fatores como aumento do mercado potencial de consumo das classes médias brasileiras, assim como o aumento do consumo de peças de vestuário, permite concluir que a o atual contexto macroeconômico é favorável ao tema escolhido. As análises de marketing, recursos humanos e gestão de operações, permitiram demonstrar de forma clara a possibilidade de fundamentação do projeto, seja através da mesma estrutura aqui simulada, ou similar a esta. Como forma de fundamentar o estudo do projeto, conclui-se através dos resultados financeiros, que o mesmo é viável financeiramente. Para tanto pode-se dizer, que além de ser financeiramente viável o mesmo é possível de ser estruturado em sua condição física e operacional. ESAMC – Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Campinas 263 13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS 17º CBECIMat. Congresso Brasileiro de Engenharia e Ciência dos Materiais. Recuperação de finos de PET produzidos na reciclagem mecânica. Disponível em: <http://www.metallum.com.br/17cbecimat/resumos/17Cbecimat412-040.pdf> Acesso em: 10 abr.. 2011. ABID. Associação Brasileira de Desenvolvimento Industrial. Ações ABDI. Disponível em: < http://www.abdi.com.br/Paginas/acao_resumo.aspx?i=91>. Acesso em: 28 abr. 2011. ABID, (Associação do Desenvolvimento Industrial).Têxtil e confecção. Disponível em: < http://www.abdi.com.br/Paginas/acao_resumo.aspx?i=91>. Acesso em: 04 abr. 2011. ABIPET. História. São Paulo: 2010. Resina de PET. Disponível em: < http://www.abepet.com.br/index.html?method=mostrarInstitucional&id=46>. 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