Efeitos da Ginástica Holística – método Ehrenfried no

Propaganda
1
Artigo Original
Efeitos da Ginástica Holística – método Ehrenfried® no
tratamento da fibromialgia
Effect of the Holistic Gymnastics – Ehrenfried Method ® in the treatment
of the fibromyalgia
Neuza Akemi Mizuta*, Karen Ebina**, Patrícia Lacombe***.
*Fisioterapeuta, Formação em Ginástica Holística (ABGH), **Médica Reumatologista,
***Fisioterapeuta, Formação em Ginástica Holística (AEDE – Association des elèves du
Ehrenfried et des praticiens em Gymnastique Holistique - Paris/França), Presidente da
Associação Brasileira de Ginástica Holística (ABGH).
Resumo
Palavras
chave:
Ginástica
Holística,
fibromialgia e qualidade
de vida.
A fibromialgia é uma síndrome de etiologia
desconhecida caracterizada por dor musculoesquelética
difusa. Fadiga persistente, sono não reparador,
irritabilidade e dor generalizada são alguns dos sintomas
encontrados nesta síndrome e que podem levar a um
grande impacto negativo na qualidade de vida. A visão
holística torna-se fundamental para a abordagem de
pacientes com dor crônica, em especial para aqueles com
fibromialgia. O objetivo desta pesquisa foi verificar a
eficácia da Ginástica Holística no tratamento de pacientes
portadores da fibromialgia. A Ginástica Holística trata-se
de um método dinâmico de reeducação postural que
utiliza movimentos de grande mobilização e repetição.
Participaram do estudo 26 pacientes, com idade entre 25
a 69 anos. A intervenção terapêutica ocorreu no período
de junho de 2007 a setembro de 2008. Como método de
avaliação da qualidade de vida foram utilizados os
questionários SF36 e FIQ. Com a realização desta
pesquisa concluímos que a Ginástica Holística é um
método eficaz para o alivio das dores e melhora da
qualidade de vida de portadores da fibromialgia.
Endereço para correspondência: Unidade de Correção P ostural: Rua Cincinato Braga, nº 340, Bela Vista São Paulo - SP, Cep: 01333-910, E-mail [email protected]; patricia@patricialac ombe.com.br.
2
Key
Words:
holistic
gymnastics, fibromyalgia
and quality of life.
The fibromyalgia is a syndrome of unknown
etiology characterized by diffuse musculoesquelética pain.
Persistent fatigue, sleep disturbance, irritability and
generalized pain are some of the symptoms found in this
syndrome and it often has a negative impact on patient's
quality of life. The holistic vision becomes basic for the
boarding of patients with chronic pain, in special for those
with fibromyalgia. The objective of this study was to verify
the effectiveness of the holistic gymnastics in the
treatment of carrying patients of the fibromyalgia. The
holistic gymnastics is about a dynamic method of postural
re-education that uses movements of great mobilization
and repetition. 26 patients had participated of the study,
between 25 and 69 years of age. The therapeutical
intervention occurred in the period of June of 2007 the
September of 2008. As method of evaluation of the quality
of life questionnaires SF36 and FIQ had been used. With
the accomplishment of this research we conclude that the
holistic gymnastics is an efficient method for alliviates it of
pains and improves of the quality of life of carriers of the
fibromyalgia.
Abstract
INTRODUÇÃO
Definição
A palavra fibromialgia deriva do
latim fibro (tecido fibroso, ligamentos,
tendões, fáscias), do grego mio (tecido
muscular), algos (dor) e ia (condição), ou
seja, condição de dor que emana de
tendões,
ligamentos
e
músculos
(TEIXEIRA E FIGUEIRÓ, 2001).
Durante
muitas
décadas,
a
fibromialgia não foi aceita como uma
entidade clínica distinta. Conceituavamna ora como distúrbio psicológico, ora
como síndrome dolorosa regional. Essas
divergências revelavam que a doença
parecia diferente a cada observador
(HAUN et al, 1999).
A fibromialgia é uma síndrome
clínica
caracterizada
por
dor
musculoesquelética difusa associada a
dor à palpação de áreas musculares
circunscritas (pontos dolorosos ou tender
points) (MARTINEZ et al, 2001; FALCÃO
e NATOUR, 2002; HAUN et al, 1999;
COSTA et al, 2005; PROVENZA et al,
2002; HELFENSTEIN e FELDMAN,
2002).
Embora
bem
caracterizada
clinicamente, a causa é desconhecida
(SATO, 2004; HAUN et al, 2001;
PROVENZA et al, 2002; COSTA et al,
2005; SNIDER, 2000).
Diversos mecanismos têm sido
propostos
como
causadores
de
fibromialgia,
incluindo
alterações
musculares, na fisiologia do sono e em
nível neurormonal, além de distúrbios no
estado psicológico (FALCÃO e NATOUR,
2002; HELFENSTEIN e FELDMAN,
2002). Há uma predisposição genética
(SATO, 2004; PRIDMORE e ROSA,
2002; HAUN et al, 2001).
3
A incidência da fibromialgia varia
de acordo com a bibliografia consultada.
O predomínio é maior em mulheres em
uma faixa etária de 30 a 50 anos
(MARTINEZ et al, 1998; MOREIRA e
CARVALHO, 2001; FIGUEIRA, 2001;
SATO, 2004).
Há
queixas
de
sensação
desagradável no corpo todo, às vezes
intensa e incapacitante, além de variável
na duração (contínua ou intermitente)
(COSSERMELLI, 1972).
Doentes com fibromialgia podem
apresentar
personalidade
do
tipo
perfeccionista, compulsiva e obsessiva
(COSSERMELLI, 2000).
A modulação dos sintomas da
fibromialgia depende da forma como cada
paciente
adapta-se
aos
sintomas
(MARTINEZ et al, 2002).
Dentre os principais sintomas
podemos encontrar: fadiga persistente;
sono não reparador; irritabilidade; dor
generalizada; depressão; transtorno do
humor; cefaléia ou enxaqueca; lombalgia;
rigidez; parestesia entre outros. (SIMS
(2001); YOSHINARI e BONFÁ (2000);
LIN et al (2001); LIANZA (2001); SNIDER
(2000);
O diagnóstico é clínico e apoiado
nos dados da história (YOSHINARI e
BONFÁ, 2000; TEIXEIRA e FIGUEIRÓ,
2001).
Ao exame físico, os pacientes
geralmente apresentam-se sem nenhuma
doença sistêmicas ou anormalidades
articulares. Investigações laboratoriais ou
radiológicas são úteis primariamente para
exclusão de outras condições reumáticas
(FALCÃO e NATOUR, 2002; MARTINEZ
et al, 2002).
Em 1990 o American College of
Rheumatology propôs os seguintes
critérios
para
o
diagnóstico
da
fibromialgia: (SNIDER (2000); LIANZA
(2001); MARTINEZ et al (1998);
FIGUEIRA (2001); PRIDMORE e ROSA
(2002); CANOS (2002); COSTA (2004);
FERREIRA et al (2002); LIPHAUS et al
(2001); COSTA et al (2005); SILVA et al
(1997); HAUN et al (2001)).
1. Dor disseminada, que
está
ocorrendo há 3 meses (dor
disseminada é definida como dor
em ambos os lados do corpo, dor
acima e abaixo da cintura e dor no
esqueleto axial).
2. Sensibilidade em 11 ou mais dos
18 pontos
de sensibilidade,
durante
a
palpação
digital
realizada com pressão aproximada
de 4 kg/cm2 .
Tender points na fibromialgia:
(DOHERTY e DOHERTY (1992); LIANZA
(2001); SNIDER (2000); FIGUEIRA
(2001); FALCÃO e NATOUR (2002);
HAUN et al (1999); SILVA et al (1997)).
1. 2 cm abaixo do epicôndilo lateral
do cotovelo;
2. inserção nucal dos músculos
suboccipitais;
3. nos ligamentos dos processos
transversos C5~C7;
4. na borda superior do trapézio;
5. no músculo supra espinhoso;
6. músculo peitoral ao nível da junção
costo-condral da 2° costela;
7. no quadrante látero-superior da
região glútea, abaixo da espinha
ilíaca;
8. nas inserções musculares do
trocânter femoral;
9. côndilo medial do fêmur, 2 cm
acima da linha articular;
Fibromialgia e qualidade de vida
Segundo a Organização Mundial
da Saúde (OMS), qualidade de vida é
definida como a percepção do indivíduo
de sua posição na vida, no contexto da
cultura e sistema de valores nos quais ele
vive e em relação aos seus objetivos,
4
expectativas, padrões e preocupações
(FLECK et al, 2000).
Apesar
da
fibromialgia
não
apresentar lesões anatomopatológicos ou
evoluir para deformidades, ela produz, de
modo geral, um grande impacto negativo
na qualidade de vida (MARTINEZ et al,
1999; PAGANO et al, 2004).
Os instrumentos de auto-relato são
os mais apropriados para avaliar a dor e
o impacto desta nos vários aspectos da
vida dos indivíduos (LIN et al, 2001).
Na prática clínica, eles podem
identificar as necessidades dos pacientes
e auxiliar na procura de uma intervenção
mais eficaz (PAGANO et al, 2004).
relaxamento e flexibilidade, possibilitando
grandes benefícios tanto físicas como
psíquicos em pacientes com fibromialgia.
As alterações emocionais e os
quadros álgicos acarretam em um
desalinhamento corporal. Em busca do
equilíbrio o indivíduo adota posturas
compensatórias através de excessivas
contrações musculares, o que aumenta
mais o quadro álgico e o coloca no ciclo
vicioso da dor.
Fibromialgia e ginástica holística
A
visão
holística
torna-se
fundamental para a abordagem de
pacientes com dor crônica, em especial
para
aqueles
com
a
síndrome
fibromiálgica ( MARTINEZ et al, 2002). É
interessante que o fisioterapeuta tenha
pelo menos uma compreensão básica
das
várias
técnicas
holísticas
(acupuntura, quiropraxia, osteopatia,
reflexologia, ginástica, etc), muitas delas
originadas há milhares de anos e
provenientes de todos os continentes,
outras comparativamente novas e em
processo
de
desenvolvimento
subseqüente
(ARNOULD-TAYLOR,
1999).
A ginástica holística é um método
que visa melhorar todas as funções
corporais, de modo que músculos,
articulações,
sistema
nervoso
e
respiratório trabalhem harmoniosamente
em conjunto (EHRENFRIED, 1991).
Trata-se de um método dinâmico
de reeducação postural que utiliza
movimentos de grande mobilização e
repetição. Proporciona ao praticante
autonomia e auto-conhecimento.
Os movimentos da ginástica
holística são baseados na respiração,
fonte: Liphaus et al (2001)
O objetivo desta pesquisa foi
verificar a eficácia da ginástica holística
no tratamento de pacientes portadores da
fibromialgia.
MATERIAIS E MÉTODOS
Casuística
Participaram
do
estudo
26
pacientes, sendo 02 homens e 24
mulheres, com idade entre 25 a 69 anos.
A intervenção terapêutica ocorreu no
período de junho de 2007 a setembro de
2008.
Antes de participar da pesquisa,
todos os pacientes foram informados a
respeito do seu conteúdo e assinaram um
termo de consentimento.
Critérios de inclusão e exclusão
No
estudo
ingressaram
46
pacientes, sendo que 10 pacientes foram
excluídos por possuir mais de 02 faltas no
5
tratamento; 04 pacientes não se
adequaram ao horário estipulado para a
realização das sessões de tratamento; 05
pacientes desistiram do tratamento
devido a problemas pessoais e 01
paciente foi excluído do tratamento
devido ao agravamento de patologias
associadas.
Como critério de inclusão, todos os
pacientes deveriam possuir diagnóstico
positivo
de
fibromialgia,
boa
compreensão intelectual, não possuir
doenças
neurológicas
ou
cardiorespiratórias graves.
Procedimentos técnicos
Antes da 1° sessão de ginástica
holística e após a 26° sessão todos os
pacientes passaram por uma avaliação
postural e reumatológica.
Como método de avaliação da
qualidade de vida pré e pós-intervenção
foram
utilizados
02
questionários
validados mundialmente: SF36 e FIQ.
SF-36 é um instrumento genérico
de avaliação de qualidade de vida. É um
questionário formado por 36 itens,
englobados
em
8
escalas
ou
componentes: capacidade
funcional,
aspectos físicos, dor, estado geral da
saúde, vitalidade, aspectos sociais,
aspectos emocionais e saúde mental
(CICONELLI et al, 1999).
FIQ
(Fibromyalgia
Impact
Questionnaire) é um instrumento de
avaliação de qualidade de vida e função
física de pacientes portadores da
fibromialgia (PAGANO et al, 2004).
Composto por 19 questões organizadas
em 10 ítens. Quanto maior o escore,
maior é o impacto da fibromialgia na
qualidade de vida (MARQUES et al,
2006).
O estudo constou de 01 sessão
semanal com duração de 60 minutos.
Tabela I: SF 36 (%)
O tratamento foi realizado em
grupo.
Movimentos domiciliares foram
orientados, baseados na queixa individual
dos pacientes, para serem realizados
diariamente, como complemento da
terapia e manutenção dos ganhos
obtidos.
RESULTADOS
Foi utilizado o método estatístico
qui-quadrado (χ2) para verificar se os
valores obtidos na pesquisa são
significantes ou não.
Os resultados obtidos, no presente
estudo, para cada escore estão descritos
nas tabelas I e II:
Através da análise dos resultados
do questionário SF36 (pré e pósintervenção)
observou-se
que
12
pacientes relataram melhora da qualidade
funcional, 15 pacientes relataram melhora
do estado geral de saúde, 17 pacientes
relataram melhora da vitalidade e 20
pacientes relataram melhora da saúde
mental e aspectos físicos. Melhora da dor
foi relatado por 12 pacientes. 18
pacientes
relataram
melhora
dos
aspectos sociais e 13 pacientes relataram
melhora dos aspectos emocionais.
Através da análise dos resultados
do questionário FIQ (pré e pósintervenção)
observou-se
que
19
pacientes relataram melhora da dor,
fadiga e aumento da capacidade de
trabalhar,
17
pacientes
relataram
diminuição da rigidez articular e
depressão, 16 pacientes relataram
melhora da capacidade funcional, 20
pacientes relataram diminuição da
ansiedade, 21 pacientes relataram
melhora do cansaço matinal e 15
pacientes relataram melhora do bem
estar geral.
Melhora do quadro
Sem alteração do quadro
6
Capacidade funcional
Aspectos fí sicos
Dor
Estado geral da saúde
Vitalidade
Aspectos sociais
Aspectos emocionais
Saúde mental
46,16
76,92
46,16
57,69
65,38
69,23
50,00
76,92
53,84
23,08
53,84
42,31
34,62
30,77
50,00
23,08
Melhora do quadro
Sem alteração do quadro
73,07
76,92
65,39
61,54
73,08
80,77
73,08
65,38
57,70
26,93
23,08
34,61
38,46
26,92
19,23
26,92
34,62
42,30
Tabela II: FIQ (%)
Dor
Ansiedade
Rigidez
Capacidade Funcional
Fadiga
Cansaço matinal
Capacidade de trabalhar
Depressão
Bem estar
O estudo estatístico mostrou que
os valores obtidos nesta pesquisa são
significativos (χ2o=37,65 ; nsig= 0,05 ;
ngl= 25), nos escores capacidade
funcional (χ2c = 280,05), aspectos físicos
(χ2c = 1405,28), dor (χ2c = 163,35), saúde
mental (χ2c = 145,88), vitalidade (χ2c =
320,83), aspectos sociais (χ2c = 394,54),
aspectos emocionais (χ2c = 1079,71) e
estado geral de saúde (χ2c = 215,59).
DISCUSSÃO
Segundo Dieppe et al (1990) as
técnicas de relaxamento ajudam muito os
pacientes portadores da síndrome da
fibromialgia.
De acordo com Teixeira e Figueiró
(2001) a prevenção da recorrência dos
sintomas, melhora ou manutenção da
qualidade de vida é fundamental na
reabilitação dos pacientes com a
síndrome da fibromialgia.
Yoshinari e Bonfá (2000) afirmam
que a fibromialgia afeta a articulação,
enquanto Snider (2000) descreve -a como
não articular.
Cossermelli (2000) ressalta que o
tratamento do paciente com fibromialgia
deve respeitar sempre a fisiologia
muscular e a biomecânica articular.
Segundo Ehrenfried (1991) a ginástica
holística é uma técnica fundamentada na
anatomia do movimento, biomecânica e
fisiologia.
Arlet e Mole (1971) e Ehrenfried
(1991) enfatizam em seus estudos a
importância da conscientização do
paciente sobre a nocividade da má
postura e os benefícios da boa postura.
Esta conscientização deve ser tanto física
como mental.
Segundo Ehrenfried (1991) o ritmo
de restabelecimento depende em grande
parte do grau de colaboração do
paciente.
Em
nossa
pesquisa
confirmamos esta afirmação. Pacientes
mais
empenhados
ao
tratamento
obtiveram melhoras em um tempo menor.
7
Para Marques et al. (2002) a
terapia manual pode ser um recurso
importante da fibromialgia, dadas às
propriedades fisiológicas e psicológicas e
maior interação entre o fisioterapeuta e o
paciente.
De acordo com Cossermelli (2000)
a cinesioterapia é a parte mais importante
do tratamento, uma vez que o grande
objetivo é restaurar a função motora
comprometida.
Costa (2004), Cossermelli (2000),
Sato (2004) e Pridmore e Rosa (2002)
relatam a melhora dos sintomas da
fibromialgia através do exercício físico.
Para Marques et al. (2002) e Figueira
(2001) o exercício físico proporciona os
melhores resultados a médio e longo
prazo, diminuindo o impacto dos
sintomas. A hidroginástica também pode
ser recomendada, com bons resultados.
Canos
(2002)
os
contradiz
descrevendo uma piora dos sintomas pós
exercício físico.
Segundo Teixeira e Figueiró (2001)
o tratamento deve ser interdisciplinar e
visa a utilização de procedimentos que
resultem na adequada interação físicopsicossocial.
De acordo com Dieppe et al (1990)
calor local, massagens, fricções ou
ocasionalmente infiltrações locais de
esteróides são utilizadas como métodos
de tratamento.
Para Lin et al. (2001) o objetivo
não é necessariamente a eliminação
completa da sintomatologia dolorosa,
mas sim a melhora da funcionalidade e a
reabilitação
física
e
psicossocial,
reduzindo conseqüentemente o uso
exagerado de medicamentos.
De acordo com Martinez et al
(2002) o alto grau de subjetividade da
sintomatologia é uma das principais
dificuldades
na
abordagem
da
fibromialgia.
A
abordagem
educativa
do
paciente e familiares, a terapia cognitiva
comportamental e os grupos de autoajuda têm se mostrado benéficos afirmam
Costa (2004), Canos (2002), Martinez et
al. (2002), Liphaus et al. (2001) e Haun et
al. (1999).
Snider
(2000)
ressalta
que
devemos informar aos pacientes que a
fibromialgia não é uma moléstia
progressiva ou que ponha em risco suas
vidas.
Segundo Ferreira et al (2002), por
ser a fibromialgia de causa desconhecida
há uma grande dificuldade em determinar
com convicção o que é sintoma e o que é
fator desencadeante ao quadro clínico da
doença.
Pridmore e Rosa (2002) afirmam
que o prognóstico da síndrome é ruim.
Em 3 anos de pesquisa estes autores
observaram que apenas 3% dos
pacientes tiveram a melhora total do
quadro álgico. Porém, Liphaus et al
(2001) afirmam em seu estudo que o
prognóstico da fibromialgia a longo prazo,
com
a
instituição
das
medidas
terapêuticas adequadas, costuma ser
bom.
Para Liphaus et al (2001) e Haun
et al (1999) a remissão completa e
permanente é rara. A fibromialgia não
tem cura, mas os sintomas podem ser
controlados.
Observamos na literatura que a
incidência da fibromialgia varia muito de
acordo com a bibliografia consultada, nos
aspectos proporção homem/mulher e
idade mais comprometida.
Conclusão
Com a realização desta pesquisa
concluímos que a ginástica holística é um
método eficaz para o alivio das dores e
melhora da qualidade de vida de
portadores da fibromialgia.
8
Não há um movimento específico
da ginástica holística indicado para
pacientes com a fibromialgia. Por ser uma
síndrome de sintomas difusos, todos os
movimentos são benéficos, pois atingem
a globalidade do sistema musculoesquelético e psicossomático.
Apesar
dos
resultados
satisfatórios, a continuidade deste estudo
se torna necessária e válida como
complemento do conhecimento de todos
que atuam nesta área.
Agradecimentos
Nossos
mais
sinceros
agradecimentos a todos que de maneira
direta ou indireta ajudaram na realização
deste projeto.
Um agradecimento em especial
aos nossos pacientes e familiares.
Referências bibliográficas
ARNOULD-TAYLOR, W. Princípios e prática de
fi sioterapia. Porto Alegre: Artes Médicas Sul,
1999.
ARLE T, J; MOLE, J. Traitement physique des
rhumatisme s: ba se s technique s indications.
Franc e. Masson et cie éditeurs. 1971.
CANOS, J. Fibromialgia. Revista: temas de
reumatologia clínica: mar 02 v 3 n 1 2~ 4
CICONELLI, R., FERRA Z, M., SANTOS, W.,
MEINÃ O, I., QUA RESMA, M. Tradução para a
língua portuguesa e validação do questionário
genérico de avaliação de qualidade de vida SF36 (Bra sil SF-36). Revista Bras. Reumatologia
v. 39 n. 3 mai /jun 1999.
COSSERME LLI,
W.
Terapêutica
em
Reumatologia. São Paulo: Lemos Editorial, 2000.
COSSERME LLI, W. Reumatologia básica. São
Paulo: Sarvier Editora, 1972.
COS TA, M. Atualização no tratamento da
fibromialgia. Temas de reumatologia clínica
edição: jun 04 v 5 n 2.
COS TA, S; NE TO, M; NE TO, J; K UBIAK, I;
DOURA DO, M; ARA ÚJO, A; ALBUQUERQUE, L;
RIBE IRO, P. Característica s de pacientes com
síndrome da fibromialgia atendidos em
hospital de salvador – ba, Bra sil. rev bras
reumatol, v.45, n.2, p.64-70, mar/abr, 2005
DIEPPE, P; COOPER, C; K IRWAN, J; McGILL, N.
Arthriti s and Rheumatism: in practice.
Philadelphi a: JB Lippincott Company, 1990.
DOHERTY,
M;
DOHERTY,
J.
Clinical
examination in rheumatology. England: Wolfe
Publishing Ltd, 1992.
EHRE NFRIE D, L. Da educação do corpo ao
equilíbrio do espírito. S ão P aulo: S ummus
editorial, 1991.
FALCÃO, D; NA TOUR, J. Fibromialgia e as
técnicas cognitivo -comportamentais. sinopse
de reumatologia edição: jun 02 a 4 n 2 37~39
FERRE IRA, E; MARQUES, A; MATS UTA NI, L;
VASCONCELLOS, E; MENDONÇA, L. Avaliação
da dor e estre sse em pacientes com
fibromialgia. rev bras reumat ol – v. 42, n. 2, p.
104~110 – mar/ abr, 2002.
FIGUEIRA, S. Como diagnosticar e tratar a
fibromialgia. Revi sta brasileira de medicina.
edição: dez 01 v 58 n 12 215~ 224
FLECK, M., LOUZA DA, S., CHA CHAMOV ICH, E.,
VIEIRA, G., SANTOS, L., PINZON, V. Aplicação
da versão em portuguê s do instrumento
abreviado de avaliação da qualidade de vida
"WHOQOL-bref" Revista. Saúde Pública v. 34 n.2
São Paulo abr. 2000.
HAUN, M; HEYMANN, R; HELFE NS TEIN, M;
FELDMA N, D. fi siopatologia da fibromialgia.
Sinopse de Reumat ologia: abr 01 a 3 n 1
HAUN, M; FERRA Z, M; POLLAK, D. Validação
dos critérios do colégio americano de
reumatologia (1990) para cla ssifi cação da
fibromialgia, em uma população brasileira. rev
bras reumatol – vol. 39 – nº 4 – p. 221~230 jul/ago, 1999
HAUN, M; HEYMANN, R; HELFE NS TEIN, M;
FELDMA N, D. Tratamento da fibromialgia.
revista: sinopse de reumatologia edição: jul 99 n 1
HAUN, M; HEYMANN, R; HELFE NS TEIN, M;
FELDMA N, D. Fibromialgia. revista: sinopse de
reumatologia edição: abr 01 a 3 n 1
HELFE NS TEIN, M; FELDMAN, D. Síndrome da
fibromialgia:
característica s
clínica s
e
associações
com
outra s
síndrome s
disfuncionai s. rev bras reumatol, v. 42, n. 1, p. 814, jan/fev, 2002.
LIA NZA, S. Medicina de reabilitação. Rio de
Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 2001.
LIN, T; TE IXE IRA, M; ROMANO, M; GREVE, J;
KAZIYAMA, H. Avaliação funcional do doente
com dor crônica. Rev Med (São Paulo), 80 (ed pt
2): 443~473, 2001.
LIP HAUS, B; CAMPOS, L; S ILVA, C; K ISS, M.
Síndrome da fibromialgia em crianças e
adolescente s: e studo clínico de 34 casos. Rev
Bras Reumatol, V41, n2, mar/abr 2001.
9
MARQUES, A; MATSUTA NI, L; FERREIRA, E;
MENDONÇA, L. Fi sioterapia no tratamento de
pacientes com fibromialgia: uma revisão da
literatura. rev bras reumatol, v. 42, n. 1, p. 42-48,
jan/fev, 2002
MARQUES, A; SANTOS A; ASSUMPÇÃO A;
MATS UTANI L; LAGE L; PERE IRA C. Validação
da versão brasileira do Fibromyalgia Impact
Questionnaire (FIQ). rev bras reumat ol, v. 46, n.
1, p. 24-31, jan/fev. 2006.
MARTINE Z, J; FILHO, J; KUBOKAWA, K;
PEDRE IRA, I; MACHA DO, L; CEVASCO, G.
Comparação clínica e funcional de pacientes
com fibromialgia e dor miofascial. acta fisiátrica
5(3): 159-163, 1998.
MARTINE Z, J; XAV IER, F; ZACHA RIAS, M;
RAMALHO, M. Avaliação de parâmetros
clínicos de pacientes com fibromialgia após 5
anos de evolução. Acta fisiátrica 8(2): 71-74,
2001
MARTINE Z, J; CRUZ, C; ARA NTA, C; LA GOA, L;
BOULOS, F. Estudo qualitativo da percepção
das pacientes sobre a fibromialgia. rev bras
reumatol – v. 42, n. 1, p. 30~36 – jan/fev, 2002.
MARTINE Z, J; FILHO, I; KUBOKAWA, K;
CEVASCO, G; PEDREIRA, I; MACHADO, L.
Avaliação da qualidade de vida de pacientes
com fibromialgia através do “medical outcome
survey 36 i tem short-form study”. rev bras
reumatol – vol. 39 – nº 6 – p. 312~316, nov/dez,
1999.
MORE IRA, C; CARVALHO, M. Reumatologia:
diagnóstico e tratamento. Rio de Janeiro:
Editora Médica e Cient ífica, 2001.
PAGANO T; MA TSUTA NI L; FERRE IRA E.
Avaliação da ansiedade e qualidade de vida
em pacientes fibromiálgicos. S ão Paulo Med.
J., nov. /dez. 2004, vol.122, no.6, p.252-258.
PRIDMORE, S; ROSA, M. Fibromialgia para o
psiquiatra. Revista de Psiquiat ria Clínica. vol 29,
n° 1, 33-41, 2002.
PROVENZA, J; MORITA, D; HA NAOKA, N;
CUNHA, M; OLIVEIRA, I; VOLP I, D; PONTES, A;
RAMA, N. Spect cerebral em pacientes com
fibromialgia. rev bras reumatol – vol. 42 – nº 1 –
p. 25~29 - jan/fev, 2002.
SATO, E. Reumatologia: Guias de medicina
ambulatorial e hospitalar. São Paulo: Editora
Manole, 2004.
SILVA, L; ABRE U, A; PELEGRINO, P; COELHO,
O. O valor da contagem de pontos dolorosos
no diagnóstico clínico da fibromialgia. rev bras
reumatol – vol. 37 – nº 6, p. 318~ 322– nov/dez,
1997.
SIMS, A. Sintomas da mente: introdução à
psicopatologia descri tiva. Porto Alegre: Editora
Artmed, 2001.
SNIDER, R. Tratamento das doença s do
si stema musculo-e squelético. São P aulo:
Editora Manole, 2000.
TE IXEIRA, M; FIGUE IRÓ, J. Dor: epidemiologia,
fi siopatologia, avaliação, síndrome s dolorosa s
e tratamento. São Paulo: Moreira Jr Edit ora,
2001.
YOSHINA RI, N; BONFÁ, E. Reumatologia para
o clínico. São Paulo: Editora Roca, 2000.
Download