VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Análise do Relevo do Litoral Norte Paulista (Brasil) Através da Cartografia Geomorfológica Cleberson Ernandes de Andrade 1 Cenira Maria Lupinacci da Cunha 2 1 Graduando em Geografia, bolsista CNPq/PIBIC– Dep. de Planejamento Territorial e Geoprocessamento – Laboratório de Geomorfologia - UNESP Rio Claro, SP/Brasil. E-mail: [email protected]. 2 Professora Doutora – Dep. de Planejamento Territorial e Geoprocessamento – Laboratório de Geomorfologia - UNESP Rio Claro. SP/Brasil. E-mail: [email protected]. 1.Introdução Atualmente, as questões de ordem ambiental vêm ganhando bastante importância no Brasil e no mundo e, portanto, práticas como o planejamento, a gestão e a análise ambiental surgem como imprescindíveis para tais questões. Neste contexto, a representação cartográfica do relevo ganha papel de destaque tanto em questões de ordem de planejamento, como também no que diz respeito à análise e gestão ambiental, pois é no relevo onde se desenvolvem as atividades humanas, sendo este o seu principal substrato. No contexto operacional, os mapeamentos geomorfológicos ainda não seguem um padrão predefinido no Brasil, tanto no que diz respeito a escalas, bem como a bases taxonômicas a estas aferidas. Assim, o objetivo principal deste trabalho consiste em caracterizar o relevo do litoral norte do estado São Paulo, através da produção de um mapa geomorfológico na escala de 1:250.000, baseado em metodologia proposta por Argento (1995) que é um reconhecido autor brasileiro. Além disso, apresenta-se uma discussão referente às características positivas e as dificuldades do emprego dessa metodologia. Assim, tal mapeamento possibilitou caracterizar a geomorfologia do litoral norte paulista, que possui como principal característica a presença de escarpas, relacionadas a blocos falhados, localmente denominadas de Serra do Mar, que se aproximam bastante da linha de costa. Esta configuração do relevo atribui a esta área do litoral considerável complexidade, pois cria restrições ao uso e ocupação da terra em um setor litorâneo 1 Tema 3- Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais muito explorado pelo turismo. Dessa forma, o mapeamento geomorfológico realizado possibilita analisar de forma sistemática as fragilidades do relevo desse setor litorâneo. 2. Caracterização da Área de Estudo Conforme supracitado, a área de estudo desta pesquisa corresponde ao litoral norte do estado de São Paulo, Brasil. Esta área se estende do município de Bertioga - SP até a divisa do estado de São Paulo com o Estado do Rio de Janeiro (Figura 1). O litoral norte do estado de São Paulo destaca-se pela grande ocupação urbana e tem no turismo sua principal atividade econômica. Essa área do litoral paulista é composta por cinco municípios que são: Bertioga, São Sebastião, Ilhabela, Caraguatatuba e Ubatuba. Figura 1 – Localização da área de estudo (sem escala). No que tange as características físicas da área de estudo destaca-se a Serra do Mar, sendo esta a feição geomorfológica que ocupa a maior parte da área referente ao litoral norte. Ainda sobre a Serra do Mar, a sua estrutura geológica se remonta a rochas cristalinas intrusivas relacionadas ao Pré-cambriano e ao Cretáceo (Suguio e Martin,1978). Almeida (1964) coloca que essa grande feição é composta por granitos e gnaisses. Em todo o litoral norte do estado de São Paulo são encontrados também morros isolados com litologias idênticas as da Serra do Mar. Encontra-se na área de estudo também litologias relacionadas à ação marinha e do clima. Neste contexto tem-se colúvios que, assim como a Serra do Mar, permeiam todo 2 VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 litoral norte paulista. Suguio e Martin (1978) caracterizam estes como sedimentos continentais compostos por areias e argilas, sendo relacionados ao Quaternário continental indiferenciado. Com relação às litologias relacionadas à ação marinha, essas permeiam toda a linha de costa e, segundo Almeida (1964), caracterizam-se por areias de praias e dunas, argilas e lamas orgânicas dos mangues. Suguio e Martin (1978) identificam depósitos relativos ao Holoceno marinho e lagunar e Pleistosceno marinho (Formação Cananéia); sobre os sedimentos são identificados sedimentos de mangue e pântano (areias e argilas), sedimentos flúvio-lagunares e de baías (areias e argilas) e areias marinhas. No que se refere a compartimentação geomorfológica do litoral norte do estado de São Paulo, não existe grande divergência na concepção dos autores mais conceituados desta área. A principal característica do litoral norte paulista conforme foi citado acima é de que a Serra do Mar, ao contrário do que ocorre no litoral sul do mesmo estado, se aproxima bastante da linha de costa. Assim, sobre a compartimentação geomorfológica do litoral norte paulista, Almeida (1964) coloca essa área como pertencente à Província Costeira. Como Província Costeira Almeida (1964, pg 56) define que é “a área do Estado drenada diretamente para o mar, constituindo assim o rebordo do Planalto Atlântico”. O autor divide esta área em duas zonas que são, Serrania Costeira caracterizada por ser uma zona contínua que circunda o litoral do estado, e Baixada Litorânea que se caracteriza por ser uma área descontínua com terrenos não mais elevados que 70 m acima do nível do mar. No mapa geomorfológico do estado de São Paulo elaborado pelo IPT (1981), a Província Costeira permanece como umas das grandes áreas na compartimentação do relevo paulista, assim como Almeida (1964) havia estabelecido. Subzonas novas da zona Serrania Costeira também são concebidas, como Serra do Itatins, Serrania do Ribeira e Planaltos Inferiores. Contudo, no que diz respeito a compartimentação da área de estudo deste trabalho, esta é mantida exatamente como a que Almeida (1964) propôs. No que diz respeito ao clima do litoral norte paulista, Monteiro (1973) define o clima do litoral norte do estado de São Paulo como sendo do tipo zonal controlado por massas equatoriais e tropicais, regionalmente caracterizado por alta umidade, resultado da exposição da costa a sistemas tropicais. No que se refere à pluviosidade, segundo Troppmair (2004), no setor de planícies litorâneas a precipitação anual varia de 1800 a 3 Tema 3- Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais 2500 mm; já no setor de serra os índices pluviométricos variam entre 1700 a 2000 mm anuais. No que se refere a vegetação , Troppmair (2004) identifica na área de estudo dois geossistemas dominantes: Planícies Costeiras Norte e Escarpas da Serra do Mar. Com relação ao geossistema Planície Costeira Norte, o autor afirma que a vegetação é composta por várias formações vegetais com grande biodiversidade, já nos morros isolados têm-se a presença da Floresta Latifoliada Tropical Úmida. No que se refere ao geossistema Escarpa da Serra do Mar segundo o referido autor a vegetação é formada pela: “(...) Mata Atlântica, pela Floresta Latifoliada Tropical Úmida de Encosta e pela Mata de Neblina(...)” (Troppmair,2004, pg. 35). 3. Método e Técnicas 3.2 Método O método que foi utilizado neste trabalho é baseado na Teoria Geral dos Sistemas. A Teoria Geral dos sistemas se constitui como uma das principais orientações metodológicas de pesquisadores e profissionais da área ambiental, e o seu uso se mostra bastante eficiente no momento de se analisar os resultados obtidos. Pensar o relevo sem considerar os fluxos de matéria e energia, torna impossível a sua compreensão, e dos seus processos de elaboração. Desta forma, pode-se entender o relevo como sendo resultado da interação de clima, geologia e ação antrópica, sendo que suas características interferem na cobertura vegetal e pedológica. Com isto, identifica-se que a visão sistêmica possibilita analisar as interrelações entre o relevo e outros elementos como solo e vegetação. 3.3 Técnicas A construção do mapa geomorfólogico do Litoral Norte do Estado de São Paulo, baseado na metodologia proposta por Argento (1995), se deu no software Corel Draw X3, tendo como etapa inicial a confecção da base cartográfica. Para a confecção da base cartográfica foram utilizadas as cartas topográficas de São Paulo e Taubaté, ambas na escala de 1:250.000, produzidas pelo Instituto Geográfico e Geológico do Estado de São Paulo. Essas cartas foram todas digitalizadas, e introduzidas no software Corel Draw X3, onde foi feito o trabalho de mosaicagem e foram vetorizadas as informações contidas nestas cartas que interessam ao objetivo desta pesquisa. As informações retiradas das cartas topográficas foram os limites da área que seria mapeada e também foi retirado o sistema de drenagem, além das toponímias e localização das cidades e estradas. 4 VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Para a construção da base geológica foram utilizadas as cartas geológicas de Santos, Bertioga, Caraguatatuba, Ubatuba e Parati, todas na escala de 1:100.000 elaboradas por Suguio e Martin (1978). As cartas geológicas foram digitalizadas e introduzidas no Corel Draw X3, onde se reduziu a escala para 1:250.000 e também foi feito o trabalho de mosaicagem, unindo as diversas cartas. Posteriormente, estas foram sobrepostas à base cartográfica já citada. Com a base geológica pronta, deu-se início ao mapeamento geomorfológico, sendo que a base cartográfica e os dados geológicos foram ajustados sobre a imagem orbital CBERS, banda 4 (disponíveis gratuitamente na página da internet do INPE, Brasil – Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), para que desta maneira o trabalho de interpretação fosse realizado. Seguindo o que Argento (1995) propõe para a escala de 1:250.000, os fenômenos mapeados nesta escala correspondem a grandes domínios morfoestruturais (como por exemplo a Serra do Mar) e as regiões geomorfológicas (como por exemplo os grandes terraços marinhos e planícies flúvio-marinha). Desta forma, Argento (1995) propõe, para as escalas iguais ou menores que 1:250.000, uma legenda dividida em três níveis de interpretação, onde no primeiro nível encontram-se legendas em função da forma resultante em que existem os depósitos sedimentares e as cadeias cristalinas; no segundo nível de identificação estão as legendas em função da forma resultante e dos processos geradores, neste nível são identificados os modelados de acumulação como planície e terraço fluvial, depósito flúviomarinho e depósitos marinhos; por fim, no terceiro nível de identificação do mapeamento temos a legenda relativa a informações complementares; neste nível temos a identificação de dunas, falésias, escarpa de linha de falha, entre outras feições. Neste momento é importante ressaltar que Argento (1995) extraiu essas legendas de mapas geomorfológicos elaborados pelo projeto RADAMBRASIL 1982. Desta forma, seguindo o que o referido autor propõe e considerando as características da área de pesquisa, foi elaborada a seguinte legenda para este mapeamento: 5 Tema 3- Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Figura 2 – Legenda adotada no mapeamento seguindo o que Argento (1995) propõe. Dando início ao trabalho de mapeamento, primeiramente, foi traçado um limite entre as feições ligadas a formações cristalinas e aos depósitos sedimentares, através da interpretação da imagem CBERS, com o auxílio da base geológica para aumentar a precisão do mapeamento. Com os limites entre o cristalino e os depósitos sedimentares devidamente estabelecidos, foi feito o trabalho de mapeamento da Serra do Mar e dos morros isolados que permeiam todo o litoral norte do estado de São Paulo. Posteriormente a isso, iniciou-se o mapeamento das feições ligadas ao “terceiro nível de identificação do mapeamento”. Nesta etapa, primeiramente, foram identificadas as linhas de cumeada, tanto as linha principais, como as secundárias. Seguidamente a isto, foi mapeada e caracterizada a escarpa de falha seguindo a simbologia proposta por este autor. Convém esclarecer que, em alguns trechos da área de estudo, o traço que identifica a escarpa de falha se mostra descontínuo; isso se deve ao fato de que neste trecho, através da observação da imagem CBERS, constatou-se que a escarpa de falha se encontrava erodida; em outros pontos ainda foi possível observar que a escarpa de falha se confunde com os limites da área de estudo. Identificadas as escarpas de falha, foram mapeadas as cristas de falha que foram encontradas em áreas próximas ao setor urbano de Caraguatatuba e São Sebastião. Como o autor não sugeriu nenhuma simbologia para se caracterizar esta feição, foi feita uma adaptação fazendo uso da simbologia proposta para se identificar a escarpa de falha que foi sugerida por Argento (1995). Nesta segunda etapa do trabalho de mapeamento, foram identificados e caracterizados os depósitos coluvionais. Para a identificação dos colúvios, a base geológica foi de suma 6 VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 importância, pois na imagem orbital esta feição se mostrava muito semelhante aos outros depósitos sedimentares. Seguindo com o mapeamento, foram individualizadas e caracterizadas as áreas de acumulação fluviomarinha, terraço marinho, acumulação de planície e terraço fluvial (devido a escala de trabalho não puderam ser individualizadas) e acumulação marinha. Posteriormente a isto, foram identificadas as demais feições ligadas aos depósitos sedimentares como cordões litorâneos, áreas de dunas, bordas de terraço e marcas de paleodrenagem. Por fim, foram inseridas as toponímias e o mapeamento foi finalizado. 4.Resultados Figura 3 – Mapa Geomorfológico do Litoral Norte de São Paulo (Argento, 1995). 7 Tema 3- Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais Na figura 3 encontra-se o mapa geomorfológico do litoral norte do estado de São Paulo elaborado durante este trabalho através das técnicas propostas por Argento (1995).No que se refere aos resultados dos mapeamentos realizados, constatou-se que a Serra do Mar e as demais feições geomorfológicas ligadas ao cristalino, como os morros isolados, se mostram como as feições que ocupam a maior parte da área de estudo (Figura 3). Conforme mostra a figura 3 na Serra do Mar foi possível mapear uma grande linha de falha que acompanha esta formação em toda a área, sendo que muitas vezes a linha de falha coincidia com os limites da área de estudo. Ocorrem cristas de falha, mapeadas em setores próximos a área urbana de São Sebastião e Caraguatatuba, onde também foi notado que a linha de falha encontrava-se erodida, tornando-se pouco perceptível na imagem de satélite. Neste setor do litoral paulista, a Serra do Mar está muito próxima à linha de costa, sendo que em alguns momentos esta formação cristalina chega ao mar. Desta forma, foram identificadas as falésias rochosas, feição esta que é encontrada com freqüência no litoral norte paulista. Depósitos coluvionares resultantes do processo de erosão da Serra do Mar e das demais formações cristalinas permeiam toda a área de estudo (figura 3). A planície de acumulação marinha também está presente com frequência na área de estudo, porém, na escala em que foram realizados os mapeamentos (1:250.000), esta feição se mostra quase que imperceptível em alguns trechos. Como se pode observar na figura 3 dentre as formações ligadas a depósitos sedimentares, o terraço marinho se destaca como sendo a feição geomorfológica que ocupa a maior parte do setor sedimentar estudado. Foi notado também que é sobre as áreas de terraço marinho onde nota-se a maior extensão de ocupação urbana no litoral norte paulista. Áreas de acumulação fluviomarinha estão distribuídas esparsamente em todo o litoral norte, ocupando principalmente áreas próximas ao setor urbano de Bertioga e Caraguatatuba e por fim temos as áreas de planície e terraço fluvial que ocupam uma área bastante reduzida no litoral norte do estado de São Paulo. No que se refere ás técnicas cartográficas de Argento (1995) aplicadas neste mapeamento, o referido autor propõem preenchimentos específicos para caracterizar as feições geomorfológicas e as litologias identificadas. Argento (1995), além de um preenchimento específico, sugere também que sejam acrescidas siglas específicas (extraídas do projeto RADAMBRASIL 1982) como, por exemplo, Aptf (Acumulação de 8 VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 Planície e Terraço Fluvial) para desta forma se identificar melhor as feições representadas na carta geomorfológica. No que diz respeito aos depósitos coluvionares, Argento (1995) coloca essa feição como parte da cadeia cristalina, que na adequação da legenda do autor tornou-se uma informação complementar (3º nível de identificação), quando, na verdade, deveria ser classificado como um depósito sedimentar, no 2º nível de identificação, já que é um modelado de acumulação de sedimentos; desta forma, o preenchimento proposto para se identificar estas áreas é semelhante ao preenchimento proposto para as áreas cristalinas, o que dá ao leitor a compreensão de que o colúvio advém do processo de sedimentação do setor cristalino. A técnica de mapeamento proposta por Argento (1995) baseia-se na identificação das formas de relevo de acordo com macro, meso e micro-escalas. Este estudo enquadra-se na macro-escala e utiliza a legenda do Projeto RADAMBRASIL (1982) compilada pelo autor citado. 5 Considerações Finais O relevo do litoral norte do estado São Paulo, se apresenta de maneira bastante peculiar, onde a presença de escarpas de blocos falhados, localmente denominadas de Serra do Mar, se mostrou como a feição geomorfológica mais significativa na área de estudo, se aproximando bastante da linha de costa (em alguns trechos a Serra do Mar chega a linha de costa). A ilha de São Sebastião neste contexto surge como uma feição bastante interessante. Almeida (1964) atribuí a origem desta ilha como sendo resultado de resistência a intrusões volumosas de eruptivas alcalinas e dos diques de andesito que reforçam a sua estrutura gnáissica e ainda hoje suportam suas proeminências. Almeida (1964) diz que por isso a ilha e a Serra de Juqueriquerê (saliência costeira frente a ilha de São Sebastião) restaram como testemunho no fronte de erosão que remonta a Serra do Mar. Em um segundo momento, a área da ilha foi isolada com a escavação de dois vales que atualmente se encontram inundados, dando origem ao canal de São Sebastião. Dado esta presença marcante da Serra do Mar do litoral norte do Estado de São Paulo, os depósitos sedimentares ligados a ação marinha neste setor ocupam uma área bastante reduzida em relação, por exemplo, ao litoral sul do estado de São Paulo. Sobre a proposta de mapeamenteo geomorfológico sugerida por Argento (1995), podese dizer que esta é interessante de ser utilizada, pois sua linha de raciocínio em macro, 9 Tema 3- Geodinâmicas: entre os processos naturais e socio-ambientais meso e micro-escalas procura realizar um mapeamento compatível com o tamanho da área de estudo, ao mesmo tempo em que se busca melhores decisões para o planejamento, quer seja no contexto rural, urbano ou regional. Porém, tem-se que ressaltar que o referido autor não propõe análise de dados morfométricos em sua proposta de mapeamento. Esta análise é de suma importância, principalmente em áreas onde formações cristalinas se apresentam de forma significativa como é o caso da área de estudo deste trabalho. Assim, dados referentes a níveis de dissecação e aprofundamento de vales se mostram como sendo de grande importância visto que possibilitam identificar os níveis de fragilidade potencial em setores de litologias resistentes como o aqui estudado. 10 VI Seminário Latino Americano de Geografia Física II Seminário Ibero Americano de Geografia Física Universidade de Coimbra, Maio de 2010 6. Referências Bibliográficas Ab’Saber, A. N. 2000, ‘Fundamentos da geomorfologia costeira do Brasil Atlântico Inter e Subtropical’, Revista Brasileira de Geomorfolia, v. 1, n. 1,. p. 27-43. Almeida, F. F. M. 1974, Fundamentos geológicos do relevo paulista,Universidade de São Paulo,. (Série Teses e Monografias, no. 14), São Paulo - SP. Argento, M.S.F. 1995, ‘Mapeamento Geomorfólogico’ in Geomorfologia: Uma atualização de bases e conceitos, Bertrand Brasil, Rio de Janeiro - RJ. Christofoletti, A. 1979, Análise de sistemas em geografia,. HUCITEC, São Paulo - SP. Monteiro, C. A. 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