Workshop 3.Workshop de Commedia dell`Arte

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Workshop de Commedia dell´Arte
Regressar hoje à Commedia dell´Arte significa sobretudo compreender na formação do actor o
próprio fenómeno do Teatro. Voltar a entrar em contacto com o sentido do Teatral, numa arte cada
vez mais liberta para se (re)encontrar, desenvolvendo o humano e, por conseguinte, a sua
evolução enquanto ser social.
O trabalho com máscara, que implica novas regras e comportamentos, recentrando a teatralidade
no corpo do actor, promovendo a despersonalização, a síntese, a fé e uma relação mais
interdependente com o público; o trabalho de improvisação e criação colectiva a partir de guiões,
assim como a possibilidade de tornar a corporalidade e a verbalidade mais íntimos e integrados,
são algumas das vertentes a explorar neste estágio.
Sobre a Commedia dell´Arte
A Commedia dell´Arte foi a última manifestação de teatro mascarado no Ocidente e inscreve na
História do Teatro um dos seus mais relevantes apogeus. Dos finais do Renascimento ao século
XVIII, as companhias profissionalizam-se, os actores desenvolvem técnicas, fórmulas, algumas
personagens como Arlechinno, Pantalone ou Pulcinella imortalizam-se e o público, o grande público,
vê-lhe devolvido o teatro como uma verdadeira forma de encontro, divertimento e conhecimento.
A fama de alguns actores e companhias foi tão grande que saem de Itália para praticamente todos
os países da Europa e instalam-se a ponto de revolucionar toda uma forma de fazer teatral.
Dramaturgos tão fundamentais como Shakespeare, Molière, Marivaux ou Lope de Vega conheciam
a arte destas representações e a sua obra foi incontornavelmente influenciada por um espectáculo
onde a relação directa com o público, a improvisação e a recorrência a personagens tipificadas
(através de máscaras) se constituíam como os seus mais importantes pilares.
Nunca antes o virtuosismo da interpretação, onde o actor procura uma representação total,
chegara a um nível tão sumptuoso, com a dança, a música, o canto, a acrobacia, a prestidigitação
a desenvolverem uma representação verdadeiramente pluridisciplinar. E é por isso que a Commedia
dell´Arte se regista como o primeiro grande laboratório do actor moderno.
No início do século XX, esta forma de representação voltou a suscitar interesse, merecendo
inúmeros estudos e investigações. O seu grande valor consistia em voltar às origens e recuperar
uma “ideia de teatro” que se perdia, sobretudo, com o drama burguês, moribundo, viciado, onde os
actores se perdiam na estafada representação “do pescoço para cima”, sem alma, sem
sensualidade, contaminada de psicologismos e sem a menor estima por aquilo que o Teatro
reivindica como verdadeiramente seu: a arte da encenação. Teóricos tão importantes quanto
Meyerhold, Jacques Copeau, Adolph Appia, Gordon Craig, Jacques Lecoq, Giorgio Strehler ou Ariane
Mnouchkine procuraram regressar a esta fonte para colher ensinamentos perdidos e novos
caminhos para uma arte cada vez mais necessária numa sociedade cada vez mais centrada no ego
e na identificação com a forma exterior das coisas, dos pensamentos e das ideias.
Conteúdo programático do workshop
•
Regras básicas do uso de uma máscara;
•
Contextualização da Commedia dell´Arte na história da formação do actor;
•
A estilização-base das personagens (segundo a escola do Piccolo Teatro di Milano);
•
Apresentação das 8 principais personagens (Zanni, Arlequim, Capitão, Doutor, Polichinello,
Brighella e Pantalone e Apaixonados);
•
Estrutura de uma improvisação;
•
A arte da pantomima (aprender a comunicar a partir da linguagem das acções);
•
Improvisações com as personagens “escolhidas” pelos alunos.
Nuno Pino Custódio tem desenvolvido toda a sua actividade em torno de uma metodologia de
representação com máscara. Paralelamente, também as constrói. A sua necessidade de reencontrar
uma poética do espaço e a urgência de estabelecer encontros entre “quem faz” e “quem vê”,
devolvendo ao corpo as emoções e transpondo-as para o domínio da partilha, encontram nos
ensinamentos do uso de uma máscara todo um campo de inúmeras possibilidades.
Dirige estágios em Máscara desde 1991, tendo já colaborado com algumas das mais importantes
escolas, universidades e companhias portuguesas. A sua actividade como encenador também é
profícua: Teatro O Bando, ESTE – Estação Teatral, Teatro do Montemuro, Teatro Meridional, FC –
Produções Teatrais, Teatro das Beiras, Teatro Oficina são algumas das companhias que já dirigiu.
Datas: 2 / 3 e 9 Abril (fins-de-semana)
Horário: 1º Fim-de-semana, Sábado: 10h - 13h; 15h - 19h; Domingo: 10h - 13h; 15h - 18h
2º Fim-de-semana: Sábado: 10h - 13h; 15h - 19h. (um total de 20h)
Local: Teatro de Bolso do TEUC
Público alvo: Actores, Profissionais do Espectáculo, Professores
Número de inscrições: 12
Preço: 80€
70€ professores
60€ estudantes / sócios do TEUC
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