Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)

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Trovadorismo (Portugal:1189/1198-1418)
Período compreendido entre os séculos XII e XV correspondente à Idade Média, caracterizado por um
sistema social denominado feudalismo. Três camadas rigidamente distintas marcam a hierarquia da
sociedade feudal:
Nobreza - detinha o poder sobre as terras e as pessoas que nela trabalhavam (vassalagem)
Clero - extremamente rico, graças à posse de grandes extensões territoriais
Povo - classe numericamente maior porém politicamente a menos importante
Os senhores feudais (nobres) eram proprietários dos feudos, aldeias circundadas por terras cultiváveis;
nessas terras o povo trabalhava. A terra era o índice da fortuna de um homem e era disputada
constantemente através de guerras.
Para se defender, os nobres contratavam guerreiros, formando espécie de exercito, que eram pagos em terra.
Dessa troca, surge a figura do vassalo, homem que, ao receber o feudo, jurava fidelidade e serviço ao seu
senhor e essa relação denominas-se vassalagem.
A possibilidade de passagem de uma classe para outra era praticamente impossível, pois qualquer tentativa
nesse sentido equivalia a contrariar a vontade de Deus. A figura de Deus domina toda a cultura da época,
gerando uma visão de mundo baseada no teocentrismo, ou seja, Deus como o centro do Universo.
A Igreja medieval exprimia o modo de pensar da classe dominante e se baseava na idéia de que a natureza
humana é apenas uma expressão da vontade divina. A autoridade da Igreja, dominando a cultura medieval,
levou a uma concepção de mundo segundo a qual todas as coisas terrenas estão ligadas ao mundo divino. O
homem é colocado num plano subalterno, sendo a salvação da alma sua preocupação básica.
O poeta da época era chamado trovador e as poesias eram feitas para serem cantadas, e por isso chamadas
de cantigas. Haviam dois tipos:
:: a lirico-amorosa: cantiga de amor e cantiga de amigo
:: a satírica: cantiga de escárnio e cantiga de maldizer
Uma cantiga, que tornou-se conhecida como "A Ribeirinha", escrita por Paio Soares de Taveiros dedicada a
Maria Pais Ribeiro, escrito em 1198, é o mais antigo documento escrito em língua portuguesa. O fim desse
período é didaticamente determinado pela data de 1418, ano em que Dom Duarte nomeou Fernão Lopes
como conservador do arquivo do Reino (Guarda-Mor da Torre do Tombo).
Humanismo (Portugal:1418-1527)
O Humanismo caracteriza-se por uma visão nova do homem em relação a Deus e, consequentemente, em
relação a si mesmo. Essa nova atitude diante da realidade decorre de mudanças ocorridas no contexto
político e sócio-econômico da época.
As três classes sociais existentes não apresentavam mais limites tão rígidos e distintos. As cidades oferecem
uma nova opção aos camponeses que abandonam o campo. Esse fato propícia o início do afrouxamento do
regime feudal de servidão. Surge uma nova classe: a burguesia (burgos = cidade), e o comércio é a sua base
de sustentação.
Nessa época também têm início as grandes navegações que levam a uma valorização crescente das
conquistas humanas. Como conseqüência dessa nova realidade social, o Teocentrismo começa a ruir,
paralelamente à valorização do Antropocentrismo (o homem como centro do universo). Este período está
delimitado pelos marcos meramente didáticos que coincidem com a nomeação em 1418 de Fernão Lopes
como Guarda-Mor da Torre do Tombo. Essa nomeação reflete uma mudança de mentalidade em Portugal,
visto que ele é o primeiro historiador com visão científica do fato histórico, o que se constituía em novidade
para a época.
E 1527, volta da Itália, onde permanecera por seis anos, o poeta Sá de Miranda, trazendo novas idéias a
respeito da arte. A difusão dessas idéias tem importância fundamental, a ponto de marcar o início do
Renascimento português, cujas raízes assentam no Humanismo. O Humanismo é considerado um período de
transição. A prosa, a poesia e principalmente o teatro produzidos nesse período refletem isto.
As prosas doutrinárias, dirigidas principalmente à nobreza, com finalidade fundamentalmente didática na
crônica, a maior parte dos textos eram simplesmente compilados e colocados em ordem sem crítica por
parte do cronista, que não passava de um compilador. Fernão Lopes é o grande cronista da época, mudando
essa concepção, fazendo uma crônica crítica, que resulta de investigação própria. Merecem destaque ainda
como cronistas: Gomes Eanes de Zurara e Rui de Pina. A poesia deste período compreende a chamada
poesia palaciana, documentada através de uma coletânea feita por Garcia de Resende e publicada em 1516
com o nome de Cancioneiro Geral.
Gil Vicente (1465?-1536?), considerado o criador do teatro escrito em língua portuguesa apresenta em suas
obras a característica fundamental desse período de transição. A obra de Gil Vicente pode ser dividida
didaticamente em dois blocos: Autos e Farsas
Autos: tinham a finalidade de divertir, moralizar ou difundir a fé cristã, os assuntos podiam ser religiosos ou
profanos, sérios ou cômicos. Os principais são: Monólogo do Vaqueiro, Auto da Alma, Auto da Feira, Auto
da Índia, Trilogia das Barcas (compreendendo: Auto da Barca da Glória, Auto da Barca do Inferno e Auto
da Barca do Purgatório.
Farsas: Em geral eram irreverentes, pois criticavam os costumes da época, tinham um só ato e poucos
atores. As principais são: Farsa do Velho da Horta, Farsa de Inês Pereira, Quem tem Farelos?, Farsa dos
Almocreves, Juiz da Beira.
Classicismo (Portugal:1527-1580)
O novo estilo de época que caracteriza o Renascimento recebeu diferentes denominações na Europa,
conforme suas manifestações. Em Portugal, costuma-se chamá-lo de Quinhentismo (1500) ou Classicismo,
e abrange o período de 1527 a 1580. 1527 é o ano que o poeta Sá de Miranda, retorna a Portugal trazendo
novas idéias a respeito da arte e o ano de 1580 marca o fim do Renascimento em Portugal, com a passagem
do país ao domínio espanhol e com a morte do maior poeta da época: Luís de Camões.
O nome Classicismo decorre da "ressurreição" dos escritores clássicos da Antigüidade greco-latina, cuja
leitura vai influenciar decisivamente o modo de viver e de se expressar da época. Através da leitura desses
autores, aprenderam-se correntes de pensamentos, doutrinas políticas e concepções de história que vinham
ao encontro dos anseios do homem renascentista. Por isso, o Classicismo é conhecido também como
Renascimento, uma vez que a cultura grega já se caracterizava por uma visão antropocêntrica de mundo.
Com o novo clima que marcou o Renascimento (euforia, confiança e otimismo) permitiu uma nova leitura
das obras do mundo greco-latino, que agora eram lidos com menos preconceito e com possibilidade de
compreensão mais ampla, antes eles eram lidos para servirem apenas de fundamento à teologia vigente.
Os clássicos passaram a ser considerados como modelos de perfeição estética. A imitação dos antigos
gregos e latinos vai ser a regra, e desta imitação decorrem as principais características da literatura desse
período: racionalismo, universalismo, perfeição formal e super valorização do homem. Apesar dessas
mudanças, não se pode afirmar que o espírito medieval tenha desaparecido por completo durante o período
clássico. Em relação ao Classicismo português, podemos estabelecer o seguinte quadro sintético:
Poesia
épica : Luiz Vaz de Camões - Os Lusíadas
lírica: Camões, Bernardim Ribeiro e Sá de Miranda
Prosa
ficção: Novelas de Cavalaria, Novelas Sentimentais
não-ficção: Historiografia, Prosa doutrinária
Teatro
Comédia: Sá de Miranda e Antônio Ferreira
Tragédia: Antônio Ferreira: Tragédia de D. Inês de Castro
Luís Vaz de Camões (1525?-1580) é o mais importante escritor do Classicismo português, manifestou o
espírito do Renascimento através de uma obra que pode ser dividida em:
1. poesia lírica: em que o amor e o destino do homem são temas constantes.
2. poesia épica: em que recria a história do povo português na epopéia Os Lusíadas.
3. teatro: escreveu à maneira medieval (Auto de Filodemo) e à maneira clássica (Anfitriões).
Literatura de Informação e Literatura dos Jesuítas (Brasil:1500-1601)
A Carta de Pêro Vaz de Caminha inaugura o que se convencionou chamar Literatura Informativa sobre o
Brasil.
Textos que merecem destaque:
1. Pedro Magalhães Gandavo: Tratado da Terra do Brasil (1576), História da Província de Santa Cruz a que
vulgarmente chamam Brasil (1576)
2. Gabriel Soares de Souza: Tratado Descritivo do Brasil (1587)
3. Cartas de missionários jesuítas escritas nos dois primeiros séculos de catequese.
Vieram ao Brasil muitos religiosos para catequizar nossos índios. Entre os que chegaram, merece destaque a
expedição chefiada por Manoel da Nóbrega (1549). Em 1553 chega outro grupo de jesuítas, entre os quais
estava o Pe. José de Anchieta. Além de escrever cartas, sermões, estudos lingüísticos e históricos, Anchieta
foi poeta e teatrólogo.
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