Os Quatro Números Mágicos - IA

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31/05/2011
Como Funciona: Os 4 números mágico…
Como Funciona: Os 4 números mágicos
Postado por Mario Amaya em 12/08/2010 às 19h 14min
O que significam essas informações que sempre aparecem
nas legendas das fotos?
Se você observar essas progressões de valores com cuidado, notará que todas elas são geométricas, ou seja, cada etapa
é proporcional à anterior. (Note que diversas câmeras também oferecem valores intermediários entre os mostrados
aqui.) A sequência de círculos no alto representa a abertura do diafragma.
Se você vê os dados da captura da imagem por toda parte na nossa revista e no nosso site e tem
preguiça ou mesmo receio de interpretá-los, sinta-se à vontade: você pertence à maioria
dominante da população, mesmo considerando somente o universo fotográfico. Afinal, são
quatro fatores que atuam ao mesmo tempo na aparência da foto. Se dominar um só deles já
pode ser penoso, comandar os quatro de uma vez pode parecer um enigma total, e de fato
assim o é para a maioria.
A solução para desenredar o enigma começa por explicar cada parâmetro separadamente, mas
sem nunca esquecer que todos se interrelacionam. Por isso, ao definir os quatro valores
fundamentais, logo surgem a reboque todos aqueles termos relacionados à óptica das câmeras
fotográficas, como você pode constatar nas numerosas palavras em negrito ao longo deste
artigo. Está a fim de mergulhar nesse fascinante mundo?
Uma boa maneira de intimar um iniciante a aprender os controles manuais da câmera é lembrar
que, para fazer avançar um automóvel, você deve atuar sobre pelo menos três pedais, uma
alavanca e um volante. Pela pura lógica, se você sabe dirigir, tirar fotos usando os controles da
câmera há de ser bem mais fácil – então, por que não?
Note agora a beleza dessa analogia: os pedais de embreagem e acelerador do seu carro
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funcionam de forma interdependente. A hora e a intensidade em que você pisa num dos pedais
tem necessariamente algo a ver com o que você faz com o outro pedal. Nas câmeras, a coisa
funciona assim também. Vejamos...
Abertura do diafragma
A abertura refere-se ao diafragma, componente interno da objetiva que nada mais é que uma
versão mecânica da íris que todos nós possuímos nos olhos. A abertura em si é o mesmo que a
pupila da íris. Da mesma maneira que nossas íris abrem e fecham para dosar a quantidade de luz
que entra nos olhos, o diafragma abre e fecha para dosar a quantidade de luz que chega ao
sensor de imagem.
A única pegadinha aqui é que a notação da abertura não parece nada conveniente à primeira
vista. Quando um fotógrafo fala em “diafragma aberto” e “grandes aberturas”, ele pensa em
valores como f/1.4, f/2 e f/2.8. Quando ele fala em “diafragma fechado” e “aberturas
pequenas”, ele pensa em f/16, f/22, f/27... É por isso mesmo que existe esse f/ na frente do
número: para indicar que se trata de uma fração. E fração do quê, você pode querer saber?
Nada mais simples: fração entre a distância focal da lente e o diâmetro da abertura.
Distância focal da lente
OK, vamos assumir que agora a coisa complicou um pouco. Não pareceu tão simples como
deveria. Vamos retroceder por uns instantes e explicar a tal distância focal.
A distância focal é o primeiro número que vemos na série dos quatro, porque ele determina
fundamentalmente o tipo de imagem que a objetiva irá captar. Uma objetiva qualquer consiste
num arranjo de lentes que concentra e direciona a luz sobre o sensor; é ajustável, mas limitado,
daí a grande variedade existente de objetivas. Na prática, você pode pensar na distância focal
como um número indicativo do poder de ampliação ou do ângulo de cobertura da lente.
Quanto mais elevado o número, mais a lente é capaz de ampliar objetos distantes, e ao mesmo
tempo mais estreita é sua cobertura. No extremo das distâncias focais mais curtas estão as
lentes olho-de-peixe, que conseguem captar luz quase de lado; e no outro extremo, com
números grandes, estão as teleobjetivas, que aproximam objetos muito distantes. Não tão
amplas quanto as olho-de-peixe, mas ainda mais amplas que nossa visão, existem as grandeangulares. Por sua vez, menos longas que as teles temos as médias-teles. E no meio dessa
escala estão as normais, que são as objetivas que cobrem aproximadamente a mesma amplitude
da visão humana: em torno de 40 a 50mm para câmeras de sensor full-frame e entre 20 e
35mm para câmeras de sensor APS-C.
Tamanho do sensor influi na lente
Somente as câmeras digitais topo de linha usam sensores full-frame (que têm as mesmas
dimensões dos antigos slides de filme de 35mm). É comum falar em equivalência do
comprimento focal porque as pessoas estão acostumadas a pensar em termos de câmeras de
35mm, mas a maioria das câmeras digitais tem sensores menores que o filme, afetando a
cobertura das objetivas. A ideia por trás de falar em distância focal equivalente – muito comum
ao descrever câmeras compactas –, é expressar qual seria a cobertura da lente se o sensor em
questão fosse full-frame e não menor do que full-frame. Quanto menor for o sensor, maior será
o efeito de “encompridamento” da objetiva através do estreitamento da sua área de cobertura.
Às vezes você ouve falar em lentes fixas, e em outros lugares, de lentes zoom. As primeiras têm
o comprimento focal constante; as segundas têm o comprimento focal ajustável através de um
mecanismo deslizante que nas câmeras de bolso é acionado eletricamente, enquanto nas
câmeras DSLR (reflex) é acionado diretamente com a mão na objetiva. As objetivas zoom têm
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menor rendimento luminoso que as fixas, mas oferecem versatilidade para o fotógrafo
enquadrar o assunto “mais aberto” (afastado) ou “mais fechado” (próximo), sem precisar sair
do lugar.
Pontos (f-stops)
Voltando ao que dizíamos lá atrás sobre abertura, o ponto aonde estávamos prestes a chegar era
a percepção de que, devido a limitações físicas das lentes e à padronização da indústria, os
números envolvidos tendem a se repetir de maneira previsível entre produtos e marcas. Assim,
as principais marcas de câmeras e lentes produzem, por exemplo, objetivas de 50mm com
abertura máxima de f/1.4. Os números aumentam de tal maneira que o dobro do denominador
na abertura significa um quarto da luz entrando na lente. Ou seja: a relação é de quatro para
um na quantidade de luz entre, por exemplo, f/22 para f/11, ou de f/8 para f/4 e assim por
diante. A diferença de dois para um (por exemplo, entre f/8 e f/5.6 ou f/22 e f/16) é o que os
fotógrafos chamam de “um diafragma” ou “um ponto” de diferença, também designado pelo
inglês “f-stop”. Quando o fotógrafo fala em “dar um ponto” a mais ou a menos de luz, ele está
pensando em compensação de exposição, que consiste em ajustar a câmera de maneira
diferente do recomendado pelo fotômetro, a fim de obter algum efeito ou atender a
circunstâncias especiais de iluminação.
Profundidade de campo
Fotógrafos amadores e profissionais são apaixonados pela objetiva de 50mm f/1.4 porque ela é
a maneira mais acessível para se obter efeitos bonitos de desfoque do fundo por trás das pessoas
retratadas. O efeito é chamado bokeh, palavra da moda roubada do japonês. A razão do
desfoque é que as aberturas maiores produzem foco nítido numa região mais limitada da
imagem que aberturas menores. Essa região nítida, cuja extensão é ajustável através da
abertura, é o que chamamos de profundidade de campo.
Se quisermos nitidez uniforme em uma região mais ampla da imagem, é só fechar mais o
diafragma. Mas como isso faz entrar menos luz, em algum momento você vai trombar com
problemas relacionados à velocidade da exposição, como luz insuficiente para captar a imagem
sem ela ficar acidentalmente borrada.
Tempo de exposição
O obturador é uma peça da câmera que fica na frente do sensor e abre-se para permitir a
captura da imagem, fechando-se novamente depois. O tempo de exposição (chamado
cotidianamente, porém equivocadamente, de “velocidade”) refere-se à duração que o sensor
fica exposto à luz. Com tempos mais longos mais luz entra, e com tempos mais curtos menos luz
entra. Simples assim. Isso quer dizer que existe uma gama de combinações possíveis entre
abertura e tempo que resultam na mesma quantidade de luz entrando, bastando aumentar uma
na mesma proporção em que se diminui a outra. Por exemplo, num ambiente de luz constante,
expor o sensor durante 1/30 de segundo com abertura f/8 retém a mesma quantidade de luz
que expor o sensor durante 1/60 de segundo com abertura f/5.6.
A decisão importante a tomar aqui (e as câmeras modernas são razoavelmente boas nisso) é a
dosagem adequada dos dois valores. Assim como através da abertura você define o quanto do
assunto está em foco, através do tempo você define se o movimento dos objetos sairá borrado
ou congelado na foto, dependendo da sua intenção estética.
O cálculo da dosagem de abertura e tempo é baseado na medição da luz, feita por um sensor
chamado fotômetro, embutido em todas as câmeras modernas.
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Sensibilidade
Por fim, a sensibilidade é um conceito autoexplicativo; quanto mais sensível for o sensor, mais
rapidamente ele captará a luz necessária para formar uma imagem. Sensibilidades maiores
permitem escolher velocidades maiores ou aberturas menores, ao gosto do usuário.
Filmes fotográficos são designados por seu valor de sensibilidade ISO. Cada vez que o valor
dobra, a sensibilidade dobra, ou seja, metade da luz é necessária para sensibilizar a película.
Novamente os valores de ISO são familiares, porque são normas industriais que todas as marcas
usam. Esse conceito estendeu-se aos sensores digitais, com uma única diferença importante: um
mesmo sensor pode trabalhar em vários valores de sensibilidade ISO. De maneira similar ao
filme, quanto mais alto for o ISO, mais granulada, menos colorida e menos nítida será a imagem
resultante. Assim, a ideia é sempre trabalhar com o mínimo valor de ISO possível que permita
obter fotos de qualidade aceitável. Isso explica também o enorme esforço dos fabricantes para
melhorar o desempenho de seus sensores em ISOs altos, pois eventualmente o fotógrafo chega a
um ponto que precisaria de mais desempenho do sensor do que já pode obter. Felizmente, a
indústria fotográfica promete grandes avanços em tecnologia de sensores para os próximos anos.
Tem dúvidas?
Todos os conceitos apresentados por cima neste artigo serão discutidos com maior profundidade
em artigos futuros desta série. Se existe algum aspecto da teoria e da prática da fotografia e do
manuseio de câmeras que sempre confunde a sua cabeça, escreva um email para
[email protected] sugerindo a pauta para ser abordada nesta seção especial.
NOTA: este artigo é baseado no publicado na edição 2 da DPBR, incluindo alterações e correções nos tópicos sobre
abertura e tempo de exposição.
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