Mª José da Costa, natural de Recife procedente de

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1)CASO CLÍNICO
Mª José da Costa, natural de Recife procedente de Olinda, D.N.: 08/06/1947
Q.P.: Dor no ouvido esquerdo há 1 dia.
HDA: Paciente com dor localizada no ouvido esquerdo, forte, em pontada, descontínua e que apareceu de
forma aguda. Essa dor alivia quando ela deita em decúbito lateral esquerdo e uso de dipirona e piora com
a palpação da região do trago e região retroauricular esquerdo. Paciente relata que está gripada com
obstrução nasal há 3 dias, sem febre. Há 1 dia notou aparecimento de secreção nasal amarela quando assoa
o nariz. Relata que a garganta está doendo e “furando”, interferindo na deglutição. Está escarrando
secreção amarela.
Paciente informa que tem o mesmo tipo de dor de ouvido (principalmente no esquerdo, raramente no
direito), que não vem com secreção, desde a adolescência. Desde essa mesma fase da vida, ela apresenta
tonturas, que levam ao desequilíbrio com facilidade e vêm acompanhadas de zumbido. As tonturas
raramente vêm com dor no ouvido (e vice-versa) e pioraram a partir dos 40 anos de idade. Durante estes
episódios relata sudorese fria ao caminhar e às vezes há desmaio. Paciente também relata cefaléia desde
que era jovem, que se localiza na região parietal, e que às vezes irradia para as regiões temporal e occipital
e que piora à palpação.Também relata sentir o ouvido abafado com freqüência e hipoacusia no ouvido D.
Há a queixa de dor de garganta “espinhando”, com secreção amarelada, com tosse noturna.
Interrogatório sintomatológico: Obstrução nasal, odinofagia, sem secreção vinda do ouvido, possível fobia
social.
Exame físico:
orofaringoscopia: hiperemia leve da orofaringe e do palato (observado com a retirada da prótese dentária),
varizes no assoalho da boca.
Rinoscopia: sem alterações das estruturas anatômicas.
Otoscopia: descamação epitelial impedindo visualização do tímpano no conduto auditivo D. No E:
conduto auditivo externo livre.
Antecedentes pessoais:
Paciente apresenta doença de Chagas, gastrite, artrose/artrite, osteoporose, tendinite nos dois antebraços,
fortes indícios de fobia social (e é uma paciente que se emociona com muita facilidade). Nega hipertensão
e diabetes.
Antecedentes familiares: DM em ambos os lados da família.
Medicação:
Lipless(ciprofibrato), Mioflex, Ovestrion, Depress
HD: Doença de Ménière, Otite Externa.
2)ANATOMIA DA ORELHA
O órgão responsável pela audição é a orelha ,também chamada órgão vestíbulo-coclear.
A maior parte da orelha fica no osso temporal.
A orelha está dividida em três partes: orelhas externa, média e interna.
ORELHA EXTERNA
A orelha externa é formada pelo pavilhão auditivo e pelo canal auditivo externo.Todo o pavilhão auditivo
é constituído por tecido cartilaginoso recoberto por pele, tendo como função captar e canalizar os sons
para a orelha média.O canal auditivo externo estabelece a comunicação entre a orelha média e o meio
externo, tem cerca de três centímetros de comprimento e está escavado em nosso osso temporal. É
revestido internamente por pêlos e glândulas, que fabricam uma substância gordurosa e amarelada,
denominada cerume ou cera.O canal auditivo externo termina numa delicada membrana - tímpano ou
membrana timpânica - firmemente fixada ao conduto auditivo externo por um anel de tecido fibroso,
chamado anel timpânico.
ORELHA MÉDIA
A orelha média começa na membrana timpânica e consiste de um espaço aéreo – a cavidade
timpânica.Dentro dela estão três ossículos articulados entre si, cujos nomes descrevem sua forma: martelo,
bigorna e estribo. Esses ossículos encontram-se suspensos na orelha média, através de ligamentos.O cabo
do martelo está encostado no tímpano; o estribo apóia-se na janela oval, um dos orifícios dotados de
membrana da orelha interna que estabelecem comunicação com a orelha média. O outro orifício é a janela
redonda. A orelha média comunica-se também com a faringe, através de um canal denominado tuba
auditiva. Esse canal permite que o ar penetre no ouvido médio.
ORELHA INTERNA
A orelha interna, chamada labirinto, é formada por escavações no osso temporal, revestidas por membrana
e preenchidas por líquido. O labirinto apresenta uma parte anterior, a cóclea ou - relacionada com a
audição, e uma parte posterior - relacionada com o equilíbrio e constituída pelo vestíbulo e pelos canais
semicirculares. Na superfície da membrana basilar localiza-se o órgão de Corti, onde há células nervosas
ciliares. Sobre o órgão de Corti a chamada membrana tectórica, se apóia, sobre os cílios das células
sensoriais.O labirinto posterior é constituído pelos canais semicirculares e pelo vestíbulo. Na parte
posterior do vestíbulo estão as cinco aberturas dos canais semicirculares, e na parte anterior, a abertura
para o canal coclear.Os canais semicirculares são pequenos tubos circulares que contêm líquido . No
término de cada canal semicircular existe uma válvula com a forma de uma folha - a crista ampular. Essa
estrutura contém cílios que se projetam de células ciliares semelhantes às maculares.Entre os canais
semicirculares e a cóclea está o vestíbulo,revestido pela perilinfa. No interior dessa cavidade existem duas
bolsas membranáceas, contendo líquido – a endolinfa: uma póstero-superior, o utrículo, e uma ânteroinferior, o sáculo. Tanto o utrículo quanto o sáculo contêm células sensoriais agrupadas em estruturas
denominadas máculas. Células nervosas da base da mácula projetam cílios sobre uma massa gelatinosa na
qual estão localizados minúsculos grânulos calcificados, semelhantes a pequenos grãos de areia - os
otólitos ou otocônios.
3)FISIOLOGIA DO OUVIDO
A audição funciona da seguinte maneira: o conjunto de vibrações provocadas por ondas mecânicas;
o som propaga-se produzindo ondas sonoras que se deslocam até atingir o ouvido. O mecanismo da
audição transforma e transmite estas ondas como uma mensagem para o nosso cérebro que a
interpreta.Antes que a mensagem possa chegar ao cérebro, porém, ela passou através do canal auditivo. A
concha é construída para ajudar a captar as ondas sonoras e afunilá-las através do canal auditivo até a
membrana timpânica.
Na membrana timpânica está uma cadeia de três ossos pequeninos chamados ossículos do
ouvido.Através de um sistema de membranas, eles conduzem as vibrações sonoras ao ouvido interno. O
último osso da cadeia ossicular, o estribo, está acoplado a uma fina membrana chamada de janela oval.A
janela oval é na realidade uma entrada para o ouvido interno que contém o órgão da audição a cóclea.No
outro lado da janela oval está a cóclea, um canal preenchido por líquidos.Esse líquido é agitado pelos
movimentos da janela oval. Dentro da cóclea estão milhares de células ciliadas microscópicas que são
colocadas em movimento toda vez que o líquido é movimentado.A estimulação destas células causa
impulsos elétricos que são enviados para o cérebro.
Os impulsos elétricos representam a quarta mudança na mensagem sonora de uma energia para a
outra: da energia acústica das ondas sonoras entrando no ouvido, para a energia elétrica dos impulsos que
viajam para o cérebro.O ouvido interno também contém um órgão que está na verdade conectado com a
cóclea mas que não contribui para o nosso sentido da audição.Os canais semicirculares, nos ajudam a
manter o equilíbrio.
4)SEMIOLOGIA DO OUVIDO
Pavilhão auricular: procurar deformidades, nódulos e alterações cutâneas.
Canal auditivo e tímpano: para visualizar o canal auditivo e o tímpano deve-se usar o otoscópio
com o maior espéculo que possa ser acomodado. Atenção para: dor à movimentação do pavilhão auricular
e do trago é sugestiva de otite externa aguda, porém não há dor na otite média, cuja presença pode se
manifestar por hipersensibilidade álgica atrás da orelha. O canal auditivo deve ser observado em relação a
secreção, corpos estranhos, rubor e edema; a alça e o processo curto do martelo devem ser identificados.
Acuidade auditiva: problemas de acuidade auditiva podem ser diferenciados em distúrbios
de
condução ou perda neurosensorial. Com a utilização de um diapasão dois testes podem ser realizados:
Teste de Weber – com a base do diapasão em vibração no topo da cabeça ou no meio da testa,
pergunta-se onde o paciente ouve o som – de um ou de ambos os lados. O normal é o som ser percebido
ou escutado na linha média, ou igualmente em ambos os ouvidos. Na perda unilateral de condução o som
é percebido lateralmente ao ouvido comprometido, e na perda neurosensorial unilateral o som é percebido
no ouvido íntegro.
Teste de Rinne (comparação da condução aérea com a óssea) – colocar a base do diapasão em
vibração sobre o processo mastóide; quando o paciente não ouvir mais o som, aproximar o “U” do
diapasão do canal auditivo ipsilateral e observar se o paciente volta a escutar a vibração. Normalmente o
som é escutado por mais tempo através do ar do que pelo osso. Na perda por condução o som pelo osso é
escutado tão ou mais longo do que o som conduzido pelo ar. Na perda neurosensorial o som é ouvido por
mais tempo através do ar.
5)EXAMES COMPLEMENTARES:
Em caso de suspeita de infecção, cultura e antibiograma. Os exames hematológicos são requeridos
para pesquisa de doenças sistêmicas que podem causar alterações, como diabetes, sífilis, doenças da
tiróide, anemias, outras doenças metabólicas. Os exames de imagem (RX, tomografia e ressonância, com
ou sem contraste), são importantes para o esclarecimento de afecções inflamatórias, tumorais, traumáticas
e congênitas do ouvido interno e médio. No RX as incidências mais utilizadas são as de Schüller, Chaussé
III, transorbitária, para avaliação de lesões na orelha média e mastóide, e as incidências de Stenvers e
tomográficas em AP para as da orelha interna.
6)LABIRINTOPATIAS
O sintoma clássico da labirintopatia é a vertigem, uma sensação de deslocamento dos objetos que
aparecem no nosso campo visual, acompanhada de desequilíbrio. Esse deslocamento pode ser intenso, a
ponto de sentirmos uma rotação total do ambiente à nossa volta ou, às vezes, a sensação de que nós
mesmos estamos rodando enquanto a sala em que estamos permanece fixa.
As vertigens são um efeito visual do nistagmo, um movimento ocular que se origina no sistema
labiríntico. Na verdade, o nistagmo é um fenômeno fisiológico de ajuste dos movimentos oculares ao
fazermos movimentos da cabeça, em circunstâncias normais ele não é percebido. Em circunstâncias
patológicas
ele
se
torna
muito
mais
intenso,
ocasionando
a
vertigem.
O sistema vestibular é o sistema responsável pelo aparecimento das vertigens. Ele registra
acelerações e tem a função de informar ao SNC a posição e os movimentos da cabeça. Essa informação,
fundamental para a manutenção do equilíbrio, é analisada conjuntamente com informações provenientes
dos olhos e do sistema proprioceptivo, em nível dos núcleos vestibulares localizados no soalho do IV
ventrículo.
Em virtude das inter-relações entre a audição e o equilíbrio, é imprescindível avaliar a função
auditiva ao realizar a avaliação vestibular. Ambos são sensores de fenômenos oscilatórios, o vestíbulo
responde a freqüências de 0 a 15 Hertz e a cóclea a freqüências de 16 a 16000 Hertz.
7)SINAIS E SINTOMAS DA PACIENTE
Dor: pode ser primária ou secundária, sendo esta de causa externa ao ouvido. A primária é decorrente de
processo inflamatório direto, que sensibiliza estruturas muito sensíveis, como a pele do conduto auditivo.
A secundária pode ser por lesão envolvendo estruturas e órgãos tais como dentes, faringe, língua,
articulação temporo-mandibular e pares cranianos (V,VII, IX e X), sendo a dor reflexa.
Tonturas ou vertigens: sensação de rotação ou movimentação da própria pessoa ou dos objetos que a
circundam. Na maior parte dos casos é devido à doença do labirinto ou das vias vestibulares periféricas,
mais raramente a lesão está situada nas vias centrais ou nos núcleos vestibulares, sendo neste caso lesão
neurológica. Podem ser também de causas psicogênicas, vir acompanhados de aura e escurecimento da
visão, além de sintomas neurovegetativos.
Síncope ou desmaio: síndrome caracterizada pela abolição súbita, transitória e de curta duracão, da
consciência. Vem acompanhada de perda de tônus postural. É causada por deficiente fluxo de sangue para
o cérebro advindo de débito cardíaco reduzido, hipotensão ortostática e arritmias, por exemplo,
hipoxemia, redução aguda e grave da pressão arterial e resistência vascular periférica, razões emocionais.
Zumbido: sensação de barulhos de tonalidade e intensidade variáveis nos ouvidos, podendo ser uni ou
bilateral, causado por lesões em qualquer parte do ouvido e vias auditivas. Dependendo do tipo de
zumbido (agudo, grave, pulsátil), pode, respectivamente, significar lesões na cóclea e nervo auditivo,
lesões no conduto auditivo externo e estruturas da orelha média, e alterações vasculares. Quando
originado de estruturas da orelha interna e vias auditivas periféricas e centrais tem como causa mais
comum ototoxidade de drogas, trauma craniano, acústico, neoplasias, infecções, alterações metabólicas,
infecções, etc.
Hipoacusia: pode ser de condução ou neurossensorial. A de condução acontece por algum bloqueio no
conduto auditivo, da movimentação ou integridade timpânica. Pode ser também por falha no mecanismo
de transmissão dos ossículos do ouvido interno. Entre as causas estão rolhas de cerúmen, tumores,
traumas, rotura do tímpano, otosclerose, infecções. A neurossensorial pode ser causada por lesões no ramo
coclear do VIII par craniano e lesões na própria cóclea, provocadas por neoplasias, traumas, transtornos
vasculares, metabólicos, infecções, entre estas por HIV, uso de fármacos ototóxicos (aminoglicosídeos,
diuréticos de alça, antineoplásicos, antiinflamatórios, quinidino), doença de Ménière, defeitos congênitos.
8)MEDICAMENTOS EM USO PELA PACIENTE
* Ciprofibrato: VO
- Droga hipolipemiante, que atua reduzindo os níveis de VLDL e consequentemente os de TG, atua
também reduzindo de forma moderada os níveis de LDL (10%) e aumentando os níveis de HDL (10%).
Atua também como agonista no receptor ativado pelo proliferador de peroxissoma alfa, qu e estimula a
degradação beta-oxidativa dos ácidos graxos. Estimula a lipoproteína lipase, com consequentte aumento
da hidrólise dos TG em quilomícrons e partículas de VLDL, e liberam os ácidos graxos livres para
armazenamento no tecido adiposo ou para o metabolismo no músculo estriado . Diminuem a produção
hepática de VLDL e aumentam a captação hepática de LDL.
Outros efeitos:
- Diminuem o fibrinogênio plasmático
- Melhoram a tolerância à glicose .
- Inibem a inflamação do músculo liso vascular .
Efeitos adversos: A miosite é incomum, mas pode ser grave (rabdomiólise), resultando em em
mioglobinúria e insuf renal aguda. Ocorre principalmente em pacientes com comprometimento renal .
Atua também aumentando a predisposição para cálculos biliares.
O uso combinado com outros agentes reguladores de lipídeos pode aumentar o risco de rabdo miólise .
Posologia: 100mg
Dose: ?
* MIOFLEX: Antiinflamatório/ antireumático VO
Associação: Carisoprodol
150 mg - Relaxante muscular que atua bloquendo impulsos nervosos (ou
sensações dolorosas) que são enviadas para o cérebro, usado para
tratar condições de injúria e dor
muscular. Fenilbutasona 75 mg - Antireumático - Antiinflamatório não-esteróide (AINE) , sintético, que
atua inibindo a ciclooxigenase. Paracetamol 300 mg - AINE que é usado no tratamento da dor moderada
inflamatória. Drogas antiinflamatórios, como salicilatos, aspirina, quinino, podem provocar alterações
auditivas, a cocleotoxicidade dos salicilatos e da aspirina reversível.
* DEPRESS: Fluoxetina - 20 mg VO
É um inibidor altamente seletivo da captação de serotonina (5-HT), eficaz no tratamento da
depressão de grau moderado. Não inibe a captação de ouros neurotransmissores e possui uma meia vida
plasmática longa, podendo ser administrado em dose única diária. Também usada nos distúrbios da
ansiedade, ataques de pânico e distúrbio obcessivo-compulksivo.
Efeitos adversos: Náusea anorexia (efeito indutor de saciedade no SNC), insônia perda da libido e falência
do orgasmo . Quando usado em combinação com os inibidores da monoamino oxidase, podem provocar a
"síndrome da serotonina" associada com tremor, hipertermia e colapso cardiovascular .
* OVESTRION: Estriol - 1 mg ou 2 mg VO
Forma de estrgênio natural, que atua promovendo alterações no aparelho reprodutor, sendo capaz
de induzir a ovulação e acasalamento, tendo rambém ação extra-genital (pele, mamas, SNC, metabolismo
e equilíbrio hidroeletrolítico). É menos potente que os demais estrogênios naturais . Quando administrado
por via oral sofre metabolismo de primeira passagem hepática, é conjugado e excretado na bile e na urina.
Interações medicamentosas: Existem indicações de que os estrogênios, incluindo o estriol, podem
aumentar os efeitos farmacológicos de certos corticosteróides.
10)MEDICAMENTOS QUE PODEM SER USADOS EM PACIENTES COM PROBLEMAS
VERTIGINOSOS.
*Anticolinérgicos: A escopolamina é utilizada, principalmente por via transdérmica, na prevenção dos
enjôos de transporte, como adjuvantes na anestesia (redução das secreções, broncodilatação), na
bradicardia e hipermotilidade gastrointestinal (antiespasmódico). Antagonista não-seletivo, bem absorvido
por VO e que atua deprimindo o SNC.
*Anticonvulsivantes: A hidantoína e o clonazepam têm sido utilizados, em pequenas doses, para estimular
o sistema vestibular em casos de vertigens não vasculares. A carbamazepina também alivia os sintomas
labirínticos, mas tem mais efeitos colaterais.
Hidantoína - Afeta a excitabilidade da membrana por uma ação sobre os canais de sódio
dependentes de voltagem, que carreiam a corrente de entrada necessária para gerar o potencial de ação.
Bem absorvida por via oral, metabolizado pelo fígado, causa indução enzimática, assim, aumenta a taxa de
metabolismo de outros fármacos (Ex: anticoagulantes orais) .
Efeitos adversos- Ataxia, cefaléia, nistagmo .
Clonazepam- Possui ação muito rápida, comparado com outros fármacos anticonvulsivantes, tem
também um efeito sedativo muito pronunciado, é relativamente seletivo como fármaco anti-convulsivante.
Efeito adverso - Sìndrome de abstinência, que resulta em uma exacerbação dos ataques, se a admnistração
for interrompida.
Carbamazepina- Derivada de fármacos antidepresivos tricíclicos, possui ação semelhante à
hidantoína. É bem absorvida, possui meia-vida plasmática de cerca de 30 horas. Efeitos adversosSonolência, tonteira e ataxia a distúrbios mais severos mentais e motores .
*Antidopaminérgicos: Neste grupo se incluem medicamentos intensamente antieméticos, que podem ser
úteis nas fases agudas das afecções labirínticas: a clorpromazina, a trifluoperazina, a metaclopramida e a
domperidona. O droperidol, isolado ou associado ao fentanil, é um intenso depressor labiríntico, mas seu
emprego exige a hospitalização do paciente e a presença de um anestesiologista. A sulpirida é um
excelente depressor labiríntico, mas seu uso prolongado acarreta hemorragias ginecológicas, galactorréia e
até pseudociese.
*Anti-histamínicos: A buclizina e a ciclizina têm sido utilizadas quase exclusivamente na prevenção das
cinetoses. O dimenidrato, isolado ou associado à piridoxina, também tem sido usado como anticinetótico,
mas é um excelente medicamento para as crises vertiginosas, podendo ser utilizado por via intramuscular
ou intravenosa quando o paciente apresenta vômitos. O difenidol, embora não seja anti-histamínico, tem
efeito semelhante ao dimenidrato no que diz respeito à supressão dos sintomas vestibulares
*Antagonistas de cálcio: A cinarizina é um derivado anti-histamínico com ação vasoativa por bloquear os
canais de cálcio. Curiosamente ela foi lançada comercialmente como anti-histamínico, na dose de 10 mg,
depois como depressor labiríntico, na dose de 25 mg, e finalmente como antiespasmogênico, na dose de
75 mg. Esta última apresentação é pouco satisfatória para tratar afecções labirínticas, como demonstramos
em um estudo controlado em 300 pacientes. O Gráfico 1 mostra comparativamente os resultados obtidos
com as diferentes doses e com um placebo. A flunarizina é uma pequena modificação estrutural da
cinarizina, com ação discretamente mais intensa. Estas substâncias são muito úteis no tratamento de
afecções labirínticas de origem vascular, devendo apenas ser evitadas em pacientes com mais de 65 anos,
em virtude do risco de induzirem a tremores semelhantes ao da doença de Parkinson. Elas não devem,
contudo, ser utilizadas em doenças metabólicas, pois aumentam o metabolismo cerebral e agravam a
enfermidade, e essa condição é mascarada pelo excelente efeito sintomático, tornando o paciente escravo
do
medicamento,
uma
vez
que
se
sente
pior
quando
o
tenta
interromper.
O benciclan e a nimodipina são vasodilatadores potentes, mas são menos adequados para as afecções
labirínticas.
*Outras substâncias vasoativas: Diversas substâncias vasoativas têm sido utilizadas, como a
diidroergocristina, a nicergolina e a papaverina. A histamina por via subcutânea oferece bons resultados
em alguns pacientes, mas sua administração é incômoda. A betaistina é um agonista dos receptores H1 e
antagonista dos receptores H3 no sistema histanimérgico, libera histamina, que produz vasodilatação,
diminui a excitabilidade dos neurônios nos núcleos vestibulares.
*Antiagregantes plaquetários: A pentoxifilina tem sido extremamente útil nas afecções labirínticas
centrais, nas de origem auto-imune, e nos pacientes diabéticos, por melhorar a microcirculação das
hemácias. Os extratos padronizados de Ginkgo biloba também proporcionam bons resultados, por
combinar efeitos antiagregante, vasodilatador moderado e antioxidante.
11)DIAGNÓSTICO: DOENÇA DE MENIÉRE
A clássica doença descrita por Ménière, em 1861, representa cerca de 20% das afecções do sistema
vestibular. O paciente apresenta crises vertiginosas recidivantes, perda auditiva e zumbidos. Os sintomas
se agravam com a progressão da doença, sendo que as vertigens podem tornar-se incapacitantes e a perda
auditiva pode tornar-se intensa. Os zumbidos se agravam nas crises. A doença atinge os dois ouvidos em
50% dos casos, mas pode permanecer unilateral durante anos. Nos casos unilaterais é imprescindível
estabelecer o diagnóstico diferencial com o schwannoma vestibular (neurinoma do acústico) através de
uma ressonância magnética com contraste. Os tumores de menos de 1 cm de diâmetro não aparecem na
tomografia computadorizada.
11.1)SEGUNDA HIPÓTESE: OTITE EXTERNA
Otite externa aguda é uma inflamação ou infecção do ouvido externo. O ouvido externo tem a função de
concentrar e coletar sons e direcioná-los até o tímpano através do canal auditivo externo. O canal externo
contém óleo e glândulas sebáceas, que ajudam a manter o canal um meio ácido. Pessoas diabéticas tem
mais facilidade de ter infecção do canal devido a um aumento de nível de alcali no cerúmen.
A otite externa pode acontecer também se ocorrer infecção do folículo. Isso é chamado de foliculite. Se a
infecção do folículo não puder ser drenada, há a formação de coleção de pus, chamado abscesso. A
sintomatologia envolve dor local que pode irradiar para a região temporal e ser agravada pela mastigação,
é possível haver hipoacusia, edema extenso e hiperemia difusa do meato acústico externo, lifadenopatia,
ausência do cerúmen. As causas podem ser presença de água no ouvido, a umidade associado a cera é um
meio perfeito para crescimento da infecção; uso de cotonetes diminuindo o nível de acidez no canal;
crescimento de osteomas (crescimento ósseo benigno) no canal impedindo a drenagem adequada de água,
facilitando a infecção. Infecções por fungos também podem ocorrer, porém são menos dolorosos. O
tratamento é a base de antibióticos e esteróides tópicos. É importante também remover o cerúmen. Se a
infecção atingir o tecido mole em volta, pode ser preciso uso de antibióticos por via oral.
12)TRATAMENTO DA DOENÇA DE MÉNIÈRE
A etiologia da doença de Ménière pode ser estabelecida em cerca de metade dos casos e nesses o
melhor tratamento é o da causa. Quando não é possível estabelecer a etiologia, tratamos o paciente
empiricamente. Os anticonvulsivantes em doses muito pequenas (clonazepan, 0,125 a 0,25 mg, duas vezes
por dia) são muito utilizados. Nessas doses, esses medicamentos liberam neurotransmissores, ativando o
sistema vestibular. Em doses maiores eles são depressores e não trazem bons resultados clínicos. Na
Europa a betaistina é a droga de escolha no tratamento da doença de Ménière. A dose recomendada é de
16 mg 3 vezes ao dia por via oral.
Referências Bibliográficas:
http://www.syntexar.com/SGC/userfiles/pdf/BUTEQUINE.PDF#search=%22fenilbutasona%20%22
http://www.drugs.com/carisoprodol.html
http://pt.wikipedia.org/wiki/Paracetamol
Farmacologia - Hang & Dale / Terapêutica em Ginecologia e Obstetrícia - Aroldo Fernando Camargo
http://www.afh.bio.br/sentidos/Sentidos3.asp
http://infosc.fffcmpa.tche.br/semiologia.pdf#search=%22semiologia%20do%20ouvido%22
Mário López, 5º edição, cápitulo 13.
Harrisson, Princípios de Medicina Interna, 16ª edição, capítulos 26 e 27
http://pt.wikipedia.org/wiki/Ouvido
http://www.medstudents.com.br/content/resumos/Otite_externa.doc
http://www.agendasaude.com.br/enciclo.asp?letra=O&mostrar=Ouvido+do+nadador
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