INDUTIVISMO Ciência como conhecimento derivado dos dados da experiência e o problema da indução A ciência derivada da experiência • Conhecimento científico é conhecimento provado • A ciência é baseada no que podemos ver, ouvir, tocar etc. É neutra. • O crescimento da ciência é contínuo, conforme o fundo de dados de observação este aumenta. • Concepção popular de conhecimento científico. • Um adendo: Esta visão tornou-se popular durante e como consequência da Revolução Científica (XVII), com pioneiros como Galileu e Newton. Uma avaliação moderna da realização de Galileu diz que: “Não foram as observações e experimentos de Galileu que causaram a ruptura com a tradição, mas sua atitude em relação a eles. Para ele, os dados eram tratados como dados, e não relacionados a alguma ideia preconcebida. Os dados da observação poderiam ou não se adequar a um esquema conhecido do universo, mas a coisa mais importante, na opinião de Galileu, era aceitar os dados e construir a teoria para adequar-se a eles”. • De acordo com o indutivista ingênuo, a ciência começa com a observação. Exemplos: • a) À meia-noite de 1º de janeiro de 1975, Marte apareceu em tal e tal posição no céu; • b) O Sr. Smith bateu em sua esposa. Estas são chamadas singulares. Vejamos alguns exemplos simples que podem ser parte do conhecimento científico: • Da astronomia: Os planetas se movem em elipses em torno de seu Sol. • Da psicologia: Animais em geral têm uma necessidade inerente de algum tipo de liberdade agressiva. • As leis e teorias constituem o conhecimento científico. • Tais afirmações são denominadas afirmações universais. Se a ciência é baseada na experiência, então por que meios é possível extrair das afirmações singulares, que resultam da observação, as afirmações universais, que constituem o conhecimento científico? Como podem as próprias afirmações gerais, irrestritas, que constituem nossas teorias, serem justificadas na base de evidência limitada, contendo um número limitado de proposições de observação? • As condições que devem ser satisfeitas para tais generalizações serem consideradas legítimas pelo indutivista podem ser assim enumeradas: CONDIÇÃO EXEMPLO O número de proposições de observação Aquecer repetidamente uma única barra de que forma a base de uma generalização metal. deve ser grande. Vários tipos de metais devem ser aquecidos As observações devem ser repetidas sob (barras de aço, barras de prata, barras de uma ampla variedade de condições. cobre, etc.) à baixa e alta pressão, a baixas e altas temperaturas, etc. Nenhuma proposição de observação deve Se uma amostra de metal específica não conflitar com a lei universal derivada. expandir, a generalização universal não será justificada. • O raciocínio é denominado raciocínio indutivo, e o processo, denominado indução. Como exemplo: “Se um grande número de As foi observado sob uma ampla variedade de condições, e se todos esses As observados possuíam sem exceção a propriedade B, então todos os As têm a propriedade B”. O argumento indutivista da ciência: LEIS E TEORIAS Fatos adquiridos através de observação Previsões e Explicações Raciocínio Lógico e Dedutivo • Exemplo 1: 1. Todos as palestras de filosofia são chatas. 2. Esta é uma palestra de filosofia. 3. Esta palestra é chata. • Modificando o exemplo acima, para nos mostrar um modelo de uma dedução que não é válida. Exemplo 2: 1. Muitas palestras de filosofia são chatas. 2. Esta é uma palestra de filosofia. 3. Esta palestra é chata. • Lógica e Dedução sozinhas não estabelecem verdades de afirmações. • A forma geral de todas as explicações e previsões científicas pode ser assim resumida: 1. Leis e teorias. 2. Condições iniciais. 3. Previsões e explicações. • Posições de Observação; • Confiabilidade da Ciência; • O princípio de indução forma a base da ciência; • Indutivistas mais sofisticados. Podemos observar que: O relato da ciência é enganador O problema da indução • Como pode o princípio da indução ser justificado? • Explicação pela lógica • Explicação pela experiência O peru indutivista (por Bertrand Russeal) • A justificativa através da indução é circular pois emprega o próprio argumento indutivo. • Argumento: 1. O principio da indução foi bem sucedido na ocasião A; 2. O principio da indução foi bem sucedido na ocasião A, B, C, etc. 3. O principio de indução é sempre bem sucedido Não podemos usar a indução para justificar a indução. Esse é chamado “problema da indução” Deficiências: • Circularidade do argumento; • Quantas observações constituem um grande número? • O que deve ser considerado variação significativa nas circunstâncias? • Conhecimento científico não é conhecimento comprovado, mas representa conhecimento que é provavelmente verdadeiro • Quanto maior o apoio a uma lei universal, maior é a probabilidade dela ser verdadeira. Será? É provável que... “A ciência não pode prever o que vai acontecer. Só pode calcular a probabilidade de alguma coisa acontecer” César Lattes (1924 – 2005) Físico Brasileiro Respondendo ao problema da indução • De forma cética: a exemplo de David Hume; • Enfraquecendo a exigência indutivista; • Negando que a ciência se baseia em indução: a exemplo de Karl Popper. Vídeo: “No jardim da Filosofia” Vamos jogar? Obrigado pela atenção!