Tópico: Consumo Revisão “O consumo – para repetir o óbvio – é o único fim e objetivo da atividade econômica (Keynes, TG, p. 80) Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen • • Notem que a Propensão Média a consumir é maior que a Propensão Marginal a consumir. • Keynes afirma que: • “Quanto maior for a provisão que façamos com antecedência para o consumo maior será a dificuldade em encontrar novas necessidades para prover, e maior a nossa dependência do consumo presente como fonte de procura. Entretanto quanto maiores forem as nossas rendas, maior, infelizmente, será a margem entre essas rendas e o nosso consumo. Na ausência de algum novo expediente, não há, como veremos, maneira de resolver o enigma, exceto a que consiste num desemprego suficiente para provocar um empobrecimento bastante para que a diferença entre o nosso consumo e a nossa renda, não seja maior que o equivalente da provisão física para o consumo futuro que seja lucrativo constituir hoje”. (TG, p. 80) Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Tópico: Consumo Revisão • Função consumo não é uma relação proporcional entre consumo e renda. • 𝑃𝑚𝑒𝐶 declina quando a renda aumenta, logo as famílias consomem uma fração menor da renda a medida em que esta aumenta ou de outro modo poupam mais. • 𝑃𝑀𝑒𝑆 = 1 − 𝑃𝑀𝑒𝐶 = 1 − • 𝜕𝑃𝑚𝑒𝑆 𝜕𝑌𝐷 𝑎 𝑌𝐷 −𝑏 = −𝑎 𝑌𝐷 + 1−𝑏 >0 • Neste caso o consumo reage de forma mecânica aos níveis efetivos de renda corrente. • Ackley encontra a seguinte estimativa para os EUA: • 𝐶 = 26.5 + 0.75𝑌𝐷 Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo - Revisão • • • • 𝑃𝑚𝑒𝐶 > 𝑃𝑚𝑔𝐶 Para 𝑌𝐷 = 100, 𝑃𝑀𝑒𝐶 = 1.015 > 0.75, 𝑃𝑀𝑒𝑆 = −0.015 𝑌𝐷 = 200, 𝑃𝑀𝑒𝐶 = 0.883 > 0.75, 𝑃𝑀𝑒𝑆 = 0.117 Proporção da renda poupada aumentando com a elevação da renda implicaria estagnação econômica pois a demanda agregada ficaria abaixo do produto correspondente de pleno emprego. • Observado na prática é que a proporção consumo renda não se mostrou decrescente. • Variações trimestrais do consumo não são explicadas pelos movimentos trimestrais na renda. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo - Revisão • Comporta mento errático do consumo no curto prazo indica que a relação consumo renda corrente não parece ser tão mecânica quanto o proposto pela hipótese da renda absoluta. • A propósito Keynes tentando explicar porque a uma renda crescente é acompanhada de uma poupança maior escreve: “O padrão de vida habitual de um indivíduo baseia-se na primeira satisfação que pode extrair da sua renda, e ele tende a poupar a diferença que surge entre a sua renda efetiva e as despesas correspondentes ao seu padrão costumeiro de vida, ou então, no caso de acomodar seus gastos às variações na sua renda em períodos curtos, só o fará imperfeitamente.” (TG, pag. 75) • Análises de longo prazo demonstram também a proporcionalidade da razão consumo renda não compatível com a formulação da equação (1) Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo - Revisão • Duas teorias foram desenvolvidas procurando avançar na discussão: A. Teoria do Ciclo de Vida de Franco Modigliani, Ando e Brumberg. B. Hipótese da Renda Permanente de Milton Friedman 2. Teoria do Ciclo de Vida do Consumo: • Def: O ponto de partida do modelo do ciclo de vida é a hipótese de que as decisões de consumo e poupança das famílias, a cada instante do tempo, refletem uma tentativa mais ou menos consciente de obter a distribuição de consumo preferida ao longo do ciclo de vida, sujeita à restrição imposta pelos recursos disponíveis à família durante a sua vida. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo – Ciclo de Vida • Nível de consumo de um indivíduo ou família depende da renda corrente e dos rendimentos esperados a longo prazo • Indivíduos planejam um padrão de dispêndios com o consumo durante a vida com base nos rendimentos esperados ao longo da vida. • Sejam: • 𝑇 expectativa de vida em anos em t • 𝑁 anos de trabalho • Suponha que: a) Indivíduo Deseja um fluxo de consumo constante ao longo da vida b) Indivíduo consome todos os ganhos auferidos durante a sua vida e os ativos que dispõe, logo não planeja deixar herança. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo – Ciclo de Vida Consumo – Ciclo de Vida c) Seus ativos pagam juros zero, logo poupança corrente implica consumo futuro na proporção de um para . • Função consumo: • 𝐶𝑡 = 1 𝑇 𝑌𝑡 𝑙 + 𝑁 − 1 𝑌𝑙𝑒 + 𝐴𝑡 onde: • 𝑌𝑡 𝑙 renda proveniente do trabalho em t. • 𝑌𝑙𝑒 renda média anual do trabalho esperada pelos 𝑁 − 1 anos futuros durante os quais o indivíduo espera trabalhar. • 𝐴𝑡 valor dos ativos mantidos no presente. 𝜕𝐶𝑡 𝜕𝑌 𝑙 𝑡 1 , 𝑇 • Notem que: = logo o consumo é muito insensível a mudanças na renda corrente que não alterem a renda esperada. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen • Consumo em um dado período da vida: 1 𝑇 Consumo – Ciclo de Vida • Notem que por sua vez um aumento na renda que espera-se seja mantido ao longo dos anos de trabalho seria dado por: 𝜕𝐶𝑡 𝜕𝑌 𝑙 𝑡 + 𝜕𝐶𝑡 𝜕𝑌 𝑙𝑒 1 𝑇 = + 𝑁−1 𝑇 = 𝑁 𝑇 ≫ 1 𝑇 • Ex: Se a renda transitória aumenta em $100 para T = 50 e N=40 temos que o consumo planejado aumenta em apenas 2, enquanto que se o aumento for permanente teremos um aumento no consumo de $80 em cada um dos períodos restantes sendo o aumento no período de aposentadoria financiado pelos $20 poupados em cada um dos N anos de trabalho. • A hipótese do ciclo de vida explica a dependência do comportamento do consumo e poupança em relação a posição do indivíduo no ciclo da vida. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen • Poupança consumo renda Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo – Ciclo de Vida despoupança tempo Consumo – Ciclo de Vida • 𝐶𝑡 = 𝑏1 𝑌𝑡 𝑙 + 𝑏2 𝑁 − 1 𝑌𝑙𝑒 + 𝑏3 𝐴𝑡 2 onde as variáveis representam médias da economia como um todo. • Também em termos agregados a resposta a um aumento transitório na renda do trabalho também será muito menor do que a resposta a uma mudança permanente na renda. • Suposição: 𝑌𝑙𝑒 = 𝛽𝑌 𝑙 3 , 𝛽 > 0 neste caso os indivíduos corrigem sua expectativa da renda futura do trabalho por meio de uma proporção 𝛽 de uma mudança na renda corrente do trabalho. Substituindo (3) em (2) fica: • 𝐶𝑡 = 𝑏1 + 𝑏2 𝛽 𝑌 𝑙 + 𝑏3 𝐴𝑡 4 . Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen • Forma geral da função consumo agregado: • Estimativa para a equação (4): 𝐶𝑡 = 0.72𝑌 𝑙 𝑡 + 0.06𝐴𝑡 5 . Como PmgC da renda transitório é dada pelo coeficiente de 𝐴𝑡 temos 0.06. • Intercepto não é constante ao longo do tempo. • Notem que a proporção entre renda do trabalho e renda pessoal disponível nos EUA é de aproximadamente 0.88, logo 𝑌 𝑙 𝑡 = 0.88𝑌𝐷 . • A proporção entre riqueza e renda disponível é 4.75, logo 𝐴𝑡 = 4.75𝑌𝐷 . • Substituindo em (5) fica: • 𝐶𝑡 = 0.72 0.88𝑌𝐷 + 0.06 4.75𝑌𝐷 = 0.92𝑌𝐷 • Logo 𝐶𝑡 𝑌𝐷 = 0.92~ valor médio da PMeCnos EUA. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo – Ciclo de Vida • Hipótese do ciclo de vida também explica porque famílias de renda mais alta consomem uma proporção menor da renda pois estariam no pico de rendimento dos anos de trabalho remunerado com renda em excesso ao consumo suavizado ao longo do tempo. • Críticas: Famílias necessitariam ter uma visão muito ampla sobre a sua composição, perfil de renda, acesso ao crédito. Hipótese desconsidera restrições do mercado de capitais em obter empréstimos com base na renda futura esperada e não na renda corrente. Hipótese desconsidera a possibilidade de poupança para deixar herança. Prof. Wilson Curso Macro 3 - UFJF Bibliografia Cap. 16 BL e Cap. 14 Froyen Consumo – Ciclo de Vida