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História dos Portugueses
no Mundo
Aula n.º 1
O conhecimento europeu do Mundo antes dos
«Descobrimentos» do século XV
Desenvolvimentos Técnicos
O conhecimento europeu do Mundo antes dos
«Descobrimentos» do século XV
O conhecimento dos europeus sobre o globo, antes dos «Descobrimentos»
do século XV, estava muito circunscrito [reduzido] ao «mundo
mediterrânico» e ao Mar do Norte.

O continente africano era
relativamente bem conhecido
até à região do cabo Bojador
(26,5º N).


Os europeus já teriam avistado as
Canárias e o arquipélago da
Madeira.
Estas informações são confirmadas
através do Atlas Catalão de 13751380.
O interior da África do Norte era descrito até ao sul do Saara, com
muitos pormenores sobre os seus oásis, pistas caravaneiras e reinos
indígenas. Toda esta informação fora obtida sobretudo do interior e
transmitida pelo mundo muçulmano.
O Mar Tenebroso
Toda a classe de monstros, perigos e obstáculos povoavam o oceano Atlântico.
Transmitida ou inventada pelos Árabes, a lenda do mar Tenebroso descrevia
um oceano habitado por seres estranhos e mergulhado em escuridão
constante, onde todos os navios naufragariam nas ondas medonhas ou nas
águas ferventes.
Gravura do século XVI,
feita pelo geógrafo alemão
Sebastian Münster, acerca
dos monstros que
habitavam o "Mar
Tenebroso"
Representação de espécies anómalos que
habitariam as regiões desconhecidas.
Homem com cabeça de cão - Cinocéfalo
Frontispício da tradução castelhana
do Livro das Maravilhas do Mundo,
de João de Mandeville.
Os europeus da época medieval acreditavam, por herança grega e romana,
que a região do Equador era inabitável, uma vez que se tratava de um
lugar tórrido, onde os homens não conseguiam sobreviver devido às
elevadas temperaturas.
A Ásia e o Preste João
A geografia medieval punha a Ásia a começar no rio Nilo, e não
no mar Vermelho, incluindo portanto nela a maior parte da
moderna Etiópia.
Alargava também o sentido da palavra «Índia», parte na qual
englobava o Nordeste da actual África. Havia várias «Índias» e
numa delas vivia um grande imperador cristão – o Preste João.
No início do século XII começou a alastrar
pela Europa cristã notícia de que algures, a
oriente da região dominada pelos muçulmanos,
existia um poderoso rei católico – o Preste João.
A notícia da existência de um poderoso rei
cristão incentivou o desejo de combater os
«infiéis» que ocupavam Jerusalém.
Desenvolvimentos Técnicos
Os Instrumentos
Para se poderem orientar nas viagens
marítimas, os portugueses utilizaram diversos
instrumentos de navegação, como a bússola, o
quadrante, o astrolábio e as balestia.
Cartografia
Os poucos mapas medievais existentes representavam a Terra de modo muito
imperfeito. Como se desconhecia a maior parte do mundo, muitos espaços
eram deixados em branco e não tinham correspondência com o espaço real.
Os Portulanos
Com o crescimento comercial que se verificou na Europa, a partir do século XV
intensificaram-se as viagens marítimas, quer no Atlântico Norte, quer no
Mediterrâneo, o que criou a necessidade de se utilizar mapas com
representações mais precisas dos continentes e dos acidentes do litoral.
Apareceram assim novo mapas – os portulanos. Os portulanos reflectiam
especialmente a preocupação com o desenho dos acidentes da costa e com a
marcação de linhas de rumo para facilitar a navegação.
A Cartografia Moderna
Com o avanço da navegação astronómica, a
partir do século XV os navegadores
aventuraram-se cada vez mais longe. À
medida que se faziam novas descobertas,
os mapas iam incorporando as novas
informações e tornavam-se mais precisos, o
que, por sua vez, possibilitava novos
avanços nas viagens marítimas. Os mapas
tornavam-se, por isso, muito importantes
e, por vezes, chegavam a ser guardados
como segredos de Estado.
Os Cartógrafos Portugueses
Desde os inícios da cartografia que existiram em Portugal bons cartógrafos. Os
conhecimentos passavam muitas vezes de pais para filhos, pelo que é possível
encontrar famílias em que vários membros se dedicavam à cartografia.
Famílias de Cartógrafos Portugueses:
Reinel – Pedro Reinel (pai) e Jorge Reinel (filho);
Homem – Lopo Homem (pai) e Diogo e André Homem (filhos);
Teixeira – Marcos Fernandes Teixeira; Luís Teixeira; Domingues Teixeira e
João Teixeira Albernaz.
Segundo alguns historiadores, teriam existido no século XVI cerca de 32
cartógrafos e piloto-cartógrafos a trabalhar para o rei de Portugal. Os que não
eram navegadores executavam as suas obras a partir das informações trazidas
pelos descobrimentos de novas terras.
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