Geografia do Paraná A geografia do Paraná é um domínio de estudos e conhecimentos sobre os aspectos geográficos do território do estado do Paraná, no Brasil. O Paraná apresenta uma estreita planície no litoral, e a serra do Mar é a borda dos Planaltos e Serras de Leste-Sudeste. Após a Depressão Periférica, no centroleste do estado, surgem os Planaltos e Chapadas da Bacia do Paraná.Originalmente, cerca de metade do território paranaense era recoberto pela Mata de Araucárias. Nas partes mais elevadas dos planaltos, manchas de campos são comuns. Os rios da Bacia Hidrográfica do Rio Paraná drenam a quase totalidade do estado. Os principais cursos d’água são, além do próprio rio Paraná, o Paranapanema, o Iguaçu e o Ivaí. O clima paranaense é predominantemente subtropical úmido. A temperatura varia entre 14°C e 22°C, e o clima é mais frio na porção sul planáltica. Os índices pluviométricos oscilam de 1.500 mm a 2.500 mm anuais. Localização geográfica O Estado do Paraná se encontra nos hemisférios sul e ocidental da Terra, sendo o antepenúltimo estado do sul da região Sul do Brasil. Cortado ao norte pelo Trópico de Capricórnio na latitude da cidade de Londrina, tem três quartos de suas terras na zona Temperada do Sul(mais especificamente zona subtropical), e o restante na zona Tropical. A superfície paranaense, segundo o IBGE, é 199.709 km², situando-se o Estado em 15º lugar entre as unidades federativas brasileiras, com 2,34% do território nacional. A superfície territorial do Paraná é pouco superior a do Uruguai, duas vezes a de Portugal e seis vezes a dos Países Baixos. A delimitação do território paranaense faz-se, em sua maior parte, por fronteiras naturais, predominando os rios e, a seguir, os divisores de águas. Há também fronteiras artificiais comopontes, avenidas e linhas geodésicas. Algumas divisas são pitorescas. As cidades gêmeas de União da Vitória (Paraná) e Porto União (Santa Catarina) são separadas por uma ferrovia; Rio Negro (Paraná) e Mafra (Santa Catarina) são separados por um rio; uma avenida separa Barracão (Paraná) de Dionísio Cerqueira (Santa Catarina), confrontando-se ambas com a cidade argentina de Barracón (Bernardo de Irigoyen), formando a chamada "Fronteira da Amizade; a ponte internacional sobre o rio Paraná (Ponte da Amizade) liga Foz do Iguaçu (Brasil) a Ciudad del Este(Paraguai). Três estados brasileiros, o oceano Atlântico e duas repúblicas sul-americanas delimitam o espaço do Estado do Paraná. O perímetro das linhas divisórias paranaenses é de 2458 km, distribuídos da seguinte maneira: Oceano Atlântico: 98 km (Divisa Leste) República do Paraguai: 208 km (Divisa Oeste) Est. de Mato Grosso do Sul: 219 km (Divisa Noroeste) República Argentina: 239 km (Divisa Sudoeste) Estado de Santa Catarina : 754 km (Divisa Sul) Estado de São Paulo: 940 km (Divisa Norte) Altitude e pontos extremos O ponto mais elevado do Estado do Paraná é o Pico Paraná, com 1922 m de altitude. O ponto mais baixo é o Oceano Atlântico, com altitude de 0 metro. Ao norte, o limite é a cachoeira do Saran Grande, no município de Jardim Olinda, microrregião do Norte Novíssimo de Paranavaí, fronteira com Estado de São Paulo. Ao sul, o limite extremo são as nascentes do rio Jangada, no município de General Carneiro, microrregião do Médio Iguaçu, na fronteira com o Estado de Santa Catarina. No leste, o ponto mais extremo é a foz do rio Ararapira, no município de Guaraqueçaba, microrregião do Litoral Paranaense, na fronteira com o Estado de São Paulo. O ponto mais extremo do oeste é o Porto Palacim, no município de Foz do Iguaçu, fronteira com a República do Paraguai. Geologia 40% do território, no norte paranaense, mais uma considerável parte da região oeste, estão cobertos pela terra roxa, solo com boas propriedades agrícolas. Ela foi a responsável pela expansão da cultura do café, no Estado, a partir de 1920. Tanto os solos das florestas como os dos campos são pobres. Nestes últimos anos, entretanto, estão sendo usadas técnicas modernas para seu melhor aproveitamento. Era Pré-Cambriana Nessa era formaram as rochas mais antigas da Terra, agrupadas nos chamados "escudos cristalinos". Do desgaste sofrido por estes, depositaram-se nos mares. São dessa era os granitos e os gnaisses, rochas formadoras do Complexo Cristalino Brasileiro, muito encontradas no litoral, na Serra do Mar e no Planalto de Curitiba. Na partenorte do mesmo planalto formaram-se as rochas do importante grupo Açungui (calcário, mármore, dolomito, filito, etc). Era Paleozóica Acontecimentos geológicos e rochas paleozóicas encontram-se em todo o segundo planalto paranaense (Norte Velho e Campos Gerais). Nos primeiros tempos dessa era não houve nenhuma deposição geológica de importância, mas intensa erosão foi responsável pela formação de uma peneplanície devoniana na região. Os acontecimentos geológicos de maior destaque ocorreram nos períodos Devoniano, Carbonífero e Permiano. Período Devoniano Houve no período devoniano a transgressão de um mar interior na direção de leste para oeste. O mar, ao regredir na metade do mesmo período, deixou no Paraná seus depósitos característicos: o arenito Furnas e os folhelhos Ponta Grossa. Durante o restante dos tempos devonianos, e parte do período geológico seguinte (Carbonífero), formou-se uma peneplanície conhecida como Gondwânica. Período Carbonífero No período carbonífero, todo o Sul do Brasil cobriu-se com a espessa calota de gelo. Do atrito exercido pelas geleiras sobre rochas depositam sedimentos em ambientesflúvio-lacustres, dando origem ao arenito de Vila Velha. No mesmo período tiveram origem as primeiras jazidas de carvão mineral, encontradas em um faixa de direção norte-sul, do segundo planalto do estado. Período Permiano No período permiano, processou-se intensa sedimentação. Ela ocorreu em ambientes próximos a uma linha de crosta, lagunares, dos estuários e das planícies de inundação. O Permiano formou o folhelho piro-betuminoso (xisto), onde se registra a presença de seu fóssil característico, Mesosaurus brasiliensis, que viveu naquela época. Acontecimento geológico importante para o Paraná nos tempos permianos foi o desaparecimento do mar interior, originando suas "terras emersas". Era Mesozóica Acontecimentos geológicos da Era Mesozóica marcaram profundamente as terras do terceiro planalto (norte e oeste do estado), entre os quais merecem destaque: o clima que a princípio era árido, formou um extenso deserto no Sul do Brasil, cujo vestígio é o arenito Botucatu; o imenso derrame de lavas (basaltos), que se espalhou por uma vasta área, através de fendas abertas na superfície. A decomposição dessas lavas deu origem aos férteis solos conhecidos como "terra roxa"; a deposição no atual noroeste do estado do arenito eólico conhecido como arenito Caiuá; o fim dos grandes períodos de sedimentação que caracterizam a evolução geológica do Paraná daqueles tempos. Também são dessa era grandes acontecimentos geológicos ligados a todo continente sul-americano, como por exemplo: o rompimento do primitivo continente de Gondwana; separação da América do Sul da África; a formação do oceano Atlântico. Era Cenozóica A era Cenozóica começou com intensa erosão, que chega aos nossos dias, e dá origem às formas atuais do relevo. Costuma-se dividir a era Cenozóica em duas partes: Terciária eQuaternária. Período Terciário O grande acontecimento geológico do período terciário foi o falhamento marginal da parte oriental do continente sul-americano. Em conseqüência submergiram largos blocos da atual faixa litorânea, dando origem à escarpa da Serra do Mar. A princípio o mar avançou até as faldas da serra para, em seguida, com a ascensão da costa, retirar-se, deixando para trás de si intensa sedimentação comprovada pela presença de praias antigas, cordões litorâneos, restingas, etc. Período Quaternário Os tempos recentes do período quaternário (Holoceno), formaram os sedimentos das várzeas, das planícies de inundação dos rios e também os sedimentos litorâneos, comoareias e argilas, encontrados nas praias e nos manguezais. Também na era Cenozóica depositaram-se os sedimentos flúvio-lacustres da bacia de Curitiba, considerados como quaternários. Relevo O Estado do Paraná, em sua maior parte, forma-se de um vasto planalto suavemente inclinado em direção noroeste, oeste e sudoeste. Compreende os terrenos arenítico-basálticos doPlanalto Meridional Brasileiro e os terrenos cristalinos paralelos ao oceano Atlântico. As altitudes do relevo paranaense apresentam-se distribuídas dentro das seguintes cotas hipsométricas: Até 100 metros de altitude: 2.255 km². De 101 a 200 metros: 2.933 km². De 201 a 300 metros: 15.373 km². De 301 a 600 metros: 74.871 km². De 601 a 900 metros: 81.268 km². De 901 a 1500 metros: 24.158 km². Mais de 1.500 metros: 430 km². Segundo Reinhard Maack, as terras paranaenses podem ser agrupadas em cinco regiões distintas: Litoral; Serra do Mar; Primeiro Planalto ou de Curitiba; Segundo Planalto ou de Ponta Grossa; Terceiro Planalto ou de Guarapuava. Litoral Apresenta-se como uma região rebaixada por falhamento marginal de um antigo nível do planalto paranaense. Este fenômeno geológico ocorreu provavelmente na era Cenozóica ou no final da era Mesozóica. Em tempos geológicos mais recentes (Pleistoceno) começou a elevação da costa submersa, comprovada pela existência de antigas praias, em plena plataforma continental, aparecem alguns blocos de rochas mais resistentes, como as ilhas dos Currais, Itacolomi, Saí, Palmas, Galheta e a parte de rochas cristalinas da Ilha do Mel. Duas regiões distintas caracterizam o litoral: a montanhosa e a baixada costeira. Montanhosa Abrange morros isolados, algumas cadeias de morros e as encostas da Serra do Mar. Esta zona é constituída de rochas cristalinas onde predominam os granitos e gnaisses. Baixada Costeira Forma uma pequena planície, onde predominam areias e argilas. Sua largura varia entre 10 e 20 km, tornando-se um pouco mais larga nas proximidades da baía de Paranaguá. As altitudes situam-se entre 0 e 10 metros e, nos pontos mais distantes do mar, chegam a ter 20 metros. As baías de Paranaguá e Guaratuba dividem a costa paranaense em três setores: Praia Deserta: localizada ao norte de Paranaguá, desde Inácio Dias até a foz do rio Ararapira, nos limites com o Estado de São Paulo; Praia de Leste: compreende a faixa de praias que se estende de Pontal do Paraná até Caiobá; Praia do Sul: abrange a faixa de praias localizadas ao sul da baía de Guaratuba até a Ilha do Saí, nos limites com o Estado de Santa Catarina. A baía de Paranaguá, uma das mais vastas do Brasil (677 km²), penetra 50 km pelo interior do continente e possui uma largura máxima de 10 km. Subdivide-se em outras baías menores: de Antonina, das Laranjeiras, dos Pinheiros e de Guaraqueçaba. Há em seu interior várias ilhas, tais como Mel, Poças, Cotinga, Rasa da Cotinga, Cobras, Pedras, Gererê, Lamim, Guamiranga, Guararema, Guará, Gamelas e outras. A baía de Guaratuba encontra-se mais ao sul, estendendo 15 km terra a dentro e com uma largura máxima de 5 km. Suas principais ilhas são: Pescaria, Capinzal, Mato, Chapéu, dos Ratos e outras. Aparecem ainda, como acidentes importantes do litoral paranaense: a ilha de Superagüi separada pela baía de Pinheiros e pelo canal do Varadouro; a restinga de Ararapira situada na parte norte da Praia Deserta. Cidades principais:Paranaguá e Guaratuba. Serra do Mar Faz parte da vasta barreira que acompanha o litoral oriental e meridional do Brasil. Pertence ao "Complexo Cristalino Brasileiro" sendo constituída em sua maioria por granitos egnaisses. As formas atuais da Serra do Mar derivam de vários fatores: diferença de resistência das rochas, falhamento do relevo e sucessivas trocas climáticas. Em alguns trechos, a Serra do Mar se apresenta como escarpa (Graciosa e Farinha Seca), em outros é formada por serras marginais que se elevam de 500 a 1.000 metros sobre o planalto. São blocos que recebem diversas denominações: Capivari Grande, Virgem Maria, Graciosa (Ibitiraquire), Marumbi entre outras formas de relevo. Na Serra da Graciosa se encontram as maiores altitudes do Estado do Paraná, destacando-se os seguintes picos: Paraná (1.922 metros), Caratuba (1.898 metros), Ferraria (1.835 metros), Taipabuçu (1.817 metros) e Ciririca (1.781 metros). Dirigindo-se mais para o sul, aparecem outras serras marginais, tais como Castelhanos, Araraquara, Araçatuba e Iquiririm (esta última na divisa do do Paraná com Santa Catarina). Também são marginais, os ramais que se dirigem para o litoral, como as serras da Igreja, Canavieiras e da Prata. Esta última, após contornar as praias, mergulha no Atlântico. Primeiro Planalto Lago no Rio da Várzea, próximo à divisa com São Paulo Começa junto à Serra do Mar, estendendo-se para o oeste até a Escarpa Devoniana (Serrinha, Serra São Luíz, Purunã, etc.). O primeiroplanalto paranaense resultou da erosão que o rebaixou de um antigo nível, e seus terrenos muito antigos, pertencem à era Pré-Cambriana. O Primeiro Planalto, conhecido como Planalto de Curitiba pode ser dividido em duas partes: zona norte e zona sul. Zona norte Apresenta relevo mais acidentado devido à ação erosiva do rio Ribeira e seus afluentes. As rochas predominantes são representadas pelosfilitos, calcários, dolomitos, mármores e quartizitos. Esta zona, por seu aspecto montanhoso, é chamada de "região serrana de Açungui", onde se encontram elevações como: Serra Serra Serra Serra Ouro Fino: 1.025 a 1.050 metros. da Bocaina: 1.200 a 1.300 metros. do Canha ou Paranapiacaba: 1.200 a 1.300 metros. do Piraí: 1.080 a 1.150 metros. Zona sul Corresponde ao denominado Planalto de Curitiba. Suas formas topográficas são mais suaves e uniformes, oscliando entre 850 a 950 metros de altitude, e com largura entre 70 a 80 km. A base do relevo é de origem cristalina (granitos e gnaisses), e na superfície, se encontram argilas e areias depositadas ao longo do rio Iguaçu, seus afluentes e ao redor das cidades de Curitiba e Araucária. Segundo Planalto O segundo planalto paranaense, denominado Planalto de Ponta Grossa, compreende a região ocupada pelos Campos Gerais. Seus limites naturais são dados: a leste pela Escarpa Devoniana; a oeste pela escarpa da Esperança (Serra Geral). As maiores altitudes do segundo planalto (1.100 a 1.200 metros), estão na Escarpa Devoniana, declinado para sudoeste, oeste e noroeste. Os pontos mais baixos (350 a 560 metros), estão situados na parte norte, no encontro do segundo (Planalto de Ponta Grossa) com o terceiro planalto (Planalto de Guarapuava). Em sua formação geológica, predominam os terrenos sedimentares antigos da era Paleozóica, reunidos nos grupos: Paraná ou Campos Gerais (devoniano); Itararé (Carbonífero) e Passa Dois (Permiano). Quanto às rochas mais comuns temos: arenitos (Vila Velha e Furnas), folhelhos (Ponta Grossa e os betuminosos), carvão mineral, varvitos, siltitos e tilitos. Em pequenas regiões, aparecem rochas ígneas intrusivas. Terceiro Planalto As terras situadas a oeste da escarpa da Esperança, formam o terceiro planalto paranaense, denominado Planalto de Guarapuava, que ocupa 2/3 de superfície do Estado do Paraná. Geologicamente corresponde ao vasto derrame de rochas eruptivas (basaltos, diabásios e meláfiros) e aos depósitos de arenitos (Botucatu e Caiuá) da era Mesozóica, onde aconteceu o maior derrame de lavas vulcânicas do mundo, conhecido como derrame de Trapp, que mais tarde originou a famosa terra roxa, que se faz presente no norte e oeste do estado. Tornando-se por base os rios Tibagi, Ivaí, Piquiri e Iguaçu, o terceiro planalto pode ser dividido nos seguintes blocos: planalto de Cambará e São Jerônimo, planalto de Apucarana,planalto de Campo Mourão, planalto de Guarapuava e planalto de Palmas. Planalto de Cambará e São Jerônimo da Serra Ocupa a parte nordeste do Estado do Paraná, entre os rios Tibagi, Paranapanema e Itararé. Suas altitudes variam entre 1.150 metros, na escarpa da Esperança, e 300 metros, no rio Paranapanema. Planalto de Apucarana Situa-se entre os rios Tibagi, Paranapanema, Ivaí e Paraná. Atinge altitudes de 1.125 metros na escarpa (serras do Cadeado e Bufadeira), declinando pra 290 metros ao atingir o rio Paranapanema. O mesmo acontece na direção oeste, quando atinge altitudes de 235 metros no rio Paraná. Planalto de Campo Mourão Compreende as terras localizadas entre os rios Ivaí, Piquiri e Paraná. Atinge altitudes de 1150 metros na escarpa da Esperança, declinando para 225 metros no rio Paraná. Planalto de Guarapuava Abrange as terras situadas entre os rios Piquiri, Iguaçu e Paraná, constituídas de uma zona de mesetas. Suas altitudes são de 1250 metros na escarpa, declinando em direção oeste para 550 metros (serras de Boi Preto e de São Francisco) 197 metros no Paraná. Planalto de Palmas Este planalto compreende as terras que ficam na parte norte do divisor de águas entre o rios Iguaçu e Uruguai. Suas altitudes chegam a 1150 metros, diminuindo até 300 metros à medida que se aproximam do vale do rio Iguaçu. Em vários locais do terceiro planalto paranaense, aparecem denominações de serras: Dourados, Palmital, Cantagalo, Chagu, Pitanga, Lagarto, Apucarana, Fartura e muitas outras. Na realidade estas serras não passam de espigões, mesetas, ou de pequenos morros. Outras são degraus (estruturais) que ocupam bordas de lençois de lavas, como as escarpas São Francisco e Boi Preto, localizadas no oeste do Estado do Paraná. Cuestas As cuestas são formas de relevo resultantes da erosão regressiva e que apresentam um lado escarpado e o outro em declive suave. Os planaltos paranaenses dividemse por dois conjuntos de cuestas: a Escarpa Devoniana e a escarpa da Esperança. Escarpa devoniana Aparece nos mapas com diversas denominações de serras, tais como: Serrinha, São Luíz, Purunã, Santa Ana, Almas, Itaiacoca, São Joaquim, Taquara, Furnas e outras. Escarpa da Esperança Aparece, igualmente, com vários nomes de serras, entre as quais podemos citar: Cadeado, Macacos, Leão, Bufadeira, Fria e outras. As duas escarpas vêm do Estado de São Paulo, pelo norte e nordeste do Paraná e após descreverem um arco, seguem a direção sul. Clima A maior parte da área territorial do Estado do Paraná localiza-se na região subtropical, onde dominam temperaturas amenas, e uma pequena parte encontra-se na região de climatropical. Apesar de as isotermas se enquadrarem entre as mais baixas do Brasil, muitas vezes as temperaturas absolutas apresentam grandes contrastes. As máximas diárias podem chegar a 40°C (Norte, Oeste, vale do rio Ribeira), ou até passar de 40°C (Litoral) e as mínimas, nas terras planálticas e nas áreas serranas, freqüentemente registram temperaturas abaixo de zero (Palmas -11,5°C em 1975). As isoietas registram para o Paraná índices pluviométricos médios entre 1200 mm a 1900 mm anuais de chuvas, com exceção do Litoral onde são superiores, particularmente em alguns trechos da Serra do Mar (Véu de Noiva) com 4.000 mm por ano. O máximo de chuvas, cai no verão (dezembro a fevereiro) e o mínimo nos meses de inverno. As curvas isobáricas indicam que a umidade relativa do ar normalmente apresentase elevada no Estado do Paraná. Na faixa litorânea, devido à influência oceânica, os índices médios superam 85%. Nos planaltos do interior as médias situam-se entre 80 e 85%, declinando estes valores à medida que se avança para o norte e oeste, em exceção do vale do rio Paraná, abaixo de Guaíra, que apresenta valores superiores a 80%. De acordo com a classificação de Köppen, no Paraná domina o clima do tipo C (mesotérmico). Cfb - Clima subtropical úmido (mesotérmico), com média do mês mais quente superior a 22°C e do mês mais frio inferior a 18°C, sem estação seca, verão brando e geadasseveras desmasiadamente freqüentes. Distribui-se pelas terras mais altas dos planaltos e das superfícies serranas (Planalto de Curitiba, Planalto dos Campos Gerais, Planalto de Guarapuava, Planalto de Palmas, etc.) Cfa - Clima subtropical úmido (mesotérmico), com média do mês mais quente superior a 22°C e do mês mais frio inferior a 18°C, sem estação seca definida, verão quente egeadas menos freqüentes. Distribui-se por todo o norte, oeste e sudoeste do Estado, pelo vale do rio Ribeira, pela vertente oriental da Serra do Mar e pelo litoral (apesar da isenção de geadas neste). Vegetação O Paraná sempre foi conhecido na história pela exuberância e pela riqueza de suas florestas, particularmente pelo pinheiro, seu tradicional símbolo. Porém, a devastação desenfreada, ora devida ao extrativismo vegetal, ora devida às atividades agrícolas, trouxe prejuízos irrecuperáveis ao Paraná, como mostra o quadro exposto em 1965, pelo geógrafo Reinhard Maack. Matas em 1965: segundo Reinhard Maack Tipo de mata Área primitiva Área devastada Área em 1965 Mata pluvial, tropical e subtropical 94.044 km² 61.840 km² 32.204 km² Mata de araucária 73.780 km² 57.848 km² 15.932 km² Total 167.824 km² 119.698 km² 48.136 km² Com base na vegetação original, as matas paranaenses podem ser agrupadas em: Mata de Araucária, Mata Atlântica, Mata Tropical e a Mata Pluvial Subtropical. Mata de Araucária As florestas de araucárias são típicas do Paraná. Compreende a mata subtropical de coníferas, também conhecida como mata dos pinhais, onde o pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) aparece como principal vegetal, associado freqüentemente à imbuia e à erva-mate. O domínio geográfico da Mata de Araucária coincide com as regiões de altitudes superiores a 500 metros e de temperaturas médias anuais abaixo de 20°C. Segundo o geógrafo Orlando Valverde, distinguem-se dois tipos de matas de araucária. No primeiro predomina nitidamente o pinheiro, formando um andar de 25 a 30 metros de altura, ao mesmo tempo em que se forma um andar inferior de árvores e arbustos latifoliados com 12 a 15 metros de altura. No segundo formase uma floresta mista de pinheiros e árvores latifoliadas, num nível só, por volta de 25 a 30 metros de altura. Os últimos vestígios importantes da Mata de Araucária se encontram no sudoeste paranaense. Mata Atlântica Também conhecida como mata tropical de encosta, pois localiza-se junto à Serra do Mar e no litoral. Pertence ao tipo de mata higrófila latifoliada, que se estende ao longo da fachada leste do Planalto Oriental Brasileiro, onde a alta precipitação pluviométrica a torna mais úmida. A Mata Atlântica possui muitas espécies de madeira como cedro, ipê, figueira, peroba, além de outros vegetais como palmito, embaúba, aleluia, epífitas, lianas e musgos. Ao penetrar no primeiro planalto paranaense, a mata confunde-se com a vegetação subtropical, formando uma verdadeira zona de transição. A criação do Parque Estadual do Marumbi na região da Serra do Mar foi de grande importância para a preservação da fauna e flora da região, que vinha sofrendo com a degradação levada a cabo pela exploração da madeira, em especial. Atualmente é a maior reserva de Mata Atlântica existente em território contínuo no Brasil Mata Tropical O quadro original foi substituído em sua maior parte pela agricultura e pelos pastos. Poucos vestígios de sua existência podem ser assinalados em áreas de preservação, como oParque Estadual do Ingá e o Horto Florestal, ambos na cidade de Maringá, ou então a Reserva do Iguaçu, no sudoeste do estado. Primtivamente esta mata apresentava dois aspectos distintos. O primeiro mais rico em espécies vegetais (peroba, pau d'alho, figueira branca e palmito), ocupava a região de "terra roxa", situada entre os rios Itararé, Paranapanema, Pirapó e Ivaí. O segundo, mais pobre em espécies vegetais, ocupava a região arenosa do arenito Cauiá, entre os rios Pirapó,Paranapanema, baixo Ivaí e foz do Piquiri. Mata Pluvial Subtropical Diferencia-se da Mata de Araucária por ocupar terras inferiores e 500 metros de altitudes e pela ausência do pinheiro. Primitivamente era encontrada ao longo do rio Paraná desde a foz do rio Piquiri até a foz do rio Iguaçu, pelas quais penetravam em seus vales. O Parque Nacional do Iguaçu é a principal área preservada como tipo de mata, onde se encontram vegetais e animais da fauna local. Das formações herbáceas e arbustivas que se encontram no Paraná destacamos: campos limpos e campos cerrados. Campos limpos Nos campos limpos predominam as gramíneas que geralmente refletem solos mais pobres. Apresentam-se entremeados com matas ciliares e capões isolados. Aparecem em vários pontos do Paraná, como nos Campos Gerais, Campos de Guarapuava, Campos de Palmas, Campos de Curitiba, Campos de Castro e outras áreas menores. Campos cerrados São os campos limpos entremeados de arbustos, que ocupam locais de matas primitivas. Aparecem em pequenas regiões do Paraná, merecendo destaque os seguintes lugares: altorio das Cinzas, Jaguariaíva, Castro, Sengés, São Jerônimo da Serra, Sabáudia e Campo Mourão. Em 1992, por meio do decreto estadual, foi criado o Parque Estadual do Cerrado, no municipio de Jaguariaíva, buscando preservar a biodiversidade local. Vegetação litorânea Ocupa uma área aproximada de 729 km² da costa Paranaense, sendo representada pelos vegetais dos mangues, pela vegetação das praias e pela vegetação das restingas. A vegetação característica dos mangues sofre influência das marés, podendo ser encontrada nas baías de Paranaguá e Guaratuba. A vegetação de praias é muito pobre, sendo característica das áreas arenosas. A vegetação das restingas ocupa os solos consolidados de antigas praias. Apresenta agrupamentos densos de vegetais, muitas vezes com árvores de 6 a 8 metros de altura. Vegetação pantanosa Encontra-se junto às regiões pantanosas das restingas, nos campos de inundação do rio Paraná e nas várzeas dos rios de planalto. Hidrografia A declividade do relevo do Paraná na direção ocidental e norte-ocidental faz com que 92% de águas internas se dirijam à bacia do rio Paraná, e as demais à bacia Atlântica. Bacia do rio Paraná Vista aérea da Usina Hidrelétrica de Itaipu, a segunda maior usina hidrelétrica do mundo O rio Paraná, que nasce da união dos rios Paranaíba ao norte e Grande ao sul, em pleno Triângulo Mineiro, percorre no Estado do Paraná, cerca de 400 km de distância, desde a foz do rio Paranapanema até a foz do rio Iguaçu. Além de formar a principal bacia fluvial do Estado do Paraná, destaca-se pelo seu grande potencial hidrelétrico, um dos maiores do Brasil. No rio Paraná, surgem numerosas ilhas na fronteira com Mato Grosso do Sul, sobressaindo a ilha Grande ou Sete Quedas, com 80 km de comprimento e a ilha Bandeirantes Seus principais afluentes de grande importância são os rios Paranapanema, Ivaí, Piquiri e Iguaçu. Rio Paranapanema O rio Paranapanema, nasce no Estado de São Paulo, percorrendo 392 km dos limites com o Estado do Paraná. Este rio tem importância para aproveitamento hidrelétrico. Alguns de seus afluentes, localizados em território paranaense, podem ser citados:Itararé, Cinzas, Tibagi e Pirapó. Rio Itararé, faz divisa entre os Estados do Paraná e São Paulo e tem grande parte de seu curso represado e aproveitado pela usina hidrelétrica paulista de Xavantes. Rio das Cinzas, nasce na serra de Furnas na porção ocidental da escarpa devoniana. Recebe dois importantes afluentes: o Jacarezinho pela margem direita e o Laranjinha pela margem esquerda. Rio Tibagi, tem suas nascentes localizadas na região dos Campos Gerais e um percurso de 550 km de comprimento, constituindo assim no maior afluente do rio Paranapanema, que é o principal afluente do rio Paraná. O curso inferior do rio Tibagi. Recebe pela margem direita o rio Pitangui, que era muito conhecido pela população de Ponta Grossa ao longo da história paranaense, e o rio Iapó muito conhecido pelos habitantes de Castro. Às margens do rio Tibagi encontram-se as sedes dos municípios de Tibagi, Telêmaco Borba eJataizinho. Rio Pirapó, localiza-se no Norte Novo e tem suas nascentes próximas da cidade de Apucarana. Recebe pela margem direita o rio Bandeirantes do Norte. Outros rios O rio Ivaí possui um percurso de 685 km, sendo por isto o mais extenso rio tipicamente paranaense. Seu principal formador, o rio dos Patos, nasce no município de Prudentópolis nas proximidades de cidade de Inácio Martins. O rio dos Patos ao encontrar-se com o rio São João passa a ser denominado rio Ivaí, o qual segue direção de suas águas para noroeste até desaguar no rio Paraná. Seus principais afluentes são Corumbataí e Mourão pela margem esquerda e Alonzo na margem direita. O rio Piquiri nasce na escarpa da Esperança (Serra Geral). Possui uma extensão aproximada de 485 km e seus principais afluentes são: Cantu, Goio-Bang e GoioErê pela margem direita e o rio do Cobre pela margem esquerda. Rio Iguaçu O rio Iguaçu (palavra indígena que significa "muita água") é o mais conhecido rio do Estado do Paraná. Nasce no Planalto de Curitiba, nas proximidades da Serra do Mar, e segue em direção para oeste até desaguar no rio Paraná 1.200 km de trechos navegáveis, servindo em alguns trechos limítrofes entre os Estados do Paraná e Santa Catarina e com a RepúblicaArgentina. Este rio principal recebe águas de uma vasta área, representando para a Região Sul do Brasil grande fonte de potencial hidrelétrico, (11.000.000 kW), concentrado em seus saltos, dos quais se destacam: Santiago, Osório, Segredo, Caxias, Sampaio, Capanema, Faraday e as Cataratas do Iguaçu. As Cataratas do Iguaçu, historicamente conhecidas como Saltos de Santa Maria, estão situadas no limite internacional com a Argentina. Elas foram descobertas no século XVI, mais precisamente em 1541, pela expedição do explorador espanhol Dom Álvaro Nuñez Cabeza de Vaca, quando se dirigia para Assunção para assumir a governadoria das colônias espanholas do rio da Prata. O fascinante espectáculo que a natureza aí criou constitui um dos pontos turísticos mais importantes do Brasil e suas quedas consideradas como as mais belas do mundo em volume de água. Quando a primeira-dama dos Estados Unidos da América, Eleanor Roosevelt visitou as Cataratas do Iguaçu, apelidou estas gigantescas quedas de água com o nome de "Pobre Niágara". As cataratas estão a uma distância de 27 km da cidade de Foz do Iguaçu e apresentam quedas de água com mais de 70 metros de altura, dispostas numa frente de 2.700 metros de largura, que propicia uma belíssima visão panorâmica. Como principais afluentes do rio Iguaçu são, pela margem direita, os rios Potinga, Claro, Areia, Jordão, Carvernoso, Guarani, Adelaide, Andrada, Gonçalv es Dias e Floriano; pela margem esquerda, os rios Negro, Jangada, Iratim, Chopim, Capanema e Santo Antônio. Às margens do rio Iguaçu encontram-se as cidades de Porto Amazonas, São Mateus do Sul, União da Vitória, Porto Vitória e Foz do Iguaçu, esta última na confluência com o rio Paraná. Como afluentes de pouca importância que correm diretamente para o rio Paraná merecem destaque: Arroio Guaçu, São Francisco, São Francisco Falso e Ocoí, todos desaguando diretamente na barragem de Itaipu. [editar]Bacia Atlântica Os rios da Bacia Atlântica pertencem à bacia hidrográfica do Sudeste brasileiro, que no Estado do Paraná compreende as terras drenadas pelo rio Ribeira e pelos rios do litoral paranaense. O rio Ribeira nasce da união entre os rios Ribeirinha e Açungui, cujas nascentes se encontram na zona norte do Planalto de Curitiba. Seu curso dirige-se para leste até penetrar em terras paulistas, onde é conhecido em seu trecho inferior com o nome de Ribeira do Iguape. Seus principais afluentes são: Santa Ana, Ponta Grossa e o Pardo com seu braço, Capivari, todos pela margem direita; Turvo e Itapirapuã pela margem esquerda.