Único Poema Alberto Cohen Meu único poema está dentro de mim. Sei que é definitivo e possui a magia das coisas que não foram ditas ou sonhadas, mas aguardam, apenas, sonhos e palavras que tenham o condão de, enfim, desencantá-las. Muito maior que eu, meu único poema é doce e feroz como um beijo e uma facada, tem aquele recato do primeiro amor e a devassidão dos ímpios lupanares. Arcanjo protetor, demônio às gargalhadas. Não será meu, jamais, meu único poema. Mora no coração e a mente é tão pequena que não pode abrigar a sua infinitude. Impaciente, ele espera o fim do tempo para, afinal, voar, liberto da clausura. Meu único poema está dentro de mim. Sei que é definitivo e possui a magia das coisas que não foram ditas ou sonhadas, mas aguardam, apenas, sonhos e palavras que tenham o condão de, enfim, desencantá-las. Muito maior que eu, meu único poema é doce e feroz como um beijo e uma facada, tem aquele recato do primeiro amor e a devassidão dos ímpios lupanares. Arcanjo protetor, demônio às gargalhadas. Não será meu, jamais, meu único poema. Mora no coração e a mente é tão pequena que não pode abrigar a sua infinitude. Impaciente, ele espera o fim do tempo para, afinal, voar, liberto da clausura. Poema de Alberto Cohen Formatado por Tania Melo Música: Medley- Henri Mancini