Os números são expressivos: aproximadamente 10 milhões de

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Legenda da foto:
atividade terapêutica no Centro de Atenção
Psicossocial Novo Mundo, em Goiânia (GO). Caps oferecem atendimento
humanizado para portadores de transtornos como a depressão
Depressão compromete saúde
do corpo e da mente
SUS oferece tratamento e em 2005 atendeu mais de 40 mil pessoas com
distúrbios de humor. Especialistas dizem que idade avançada acentua problema
Sensações de tristeza, pensamentos negativos, perda de energia,
desinteresse, dificuldade de concentração, alterações do apetite e do sono,
sentimento de fracasso. Os sintomas associados à depressão são vários e a
doença, segundo estudos de pesquisadores, afeta a vida de milhões de pessoas
no
mundo
inteiro.
Sem
tratamento,
essa
doença
pode
trazer
graves
conseqüências à saúde e comprometer os relacionamentos sociais das pessoas.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece o tratamento no Brasil, país onde a
depressão também ataca milhões de vítimas.
Artigo publicado em 2002 na Revista Brasileira de Psiquiatria e produzido
pelo médico australiano John Snowdon mostrou dois dados preocupantes.
Segundo o pesquisador, dez milhões de brasileiros sofrem com a doença. No
exterior, o cenário não se revela menos assustador, principalmente para as
pessoas com mais idade. Conforme o mesmo estudo, 10% da população de
idosos do mundo apresentam quadros depressivos e necessitam de assistência
médica.
Os especialistas estimam que 8% das pessoas adultas sofram um quadro
depressivo em algum período da vida, mas apontam a prevalência dos sintomas
nos idosos. Nessa fase, é comum a depressão se associar a algum problema
físico, doença ou incapacitação. Isso dificulta seu diagnóstico. Muitas vezes, um
problema
físico
termina
escondendo
a
depressão.
Por
apresentarem
características singulares em relação a outras faixas etárias, os idosos necessitam
ainda mais de atenção no diagnóstico e tratamento.
Para o geriatra Renato Maia Guimarães, membro da Sociedade Brasileira
de Geriatria e Gerontologia (SBGG), a depressão é o transtorno mental de maior
impacto na qualidade de vida das pessoas idosas. “Por outro lado, entre os
problemas de saúde mais comuns nesta fase da vida, a depressão é o que, se
diagnosticado, apresenta resultados positivos mais rápidos”, afirma. Ele explica
que as formas graves de depressão diminuem com o envelhecimento. Porém,
nessa faixa etária, aumenta a incidência de formas mais leves de depressão.
Cerca de 30% das pessoas idosas que procuram um médico apresentam formas
brandas de depressão, mas que podem prejudicar a qualidade de vida.
Tristeza profunda – Segundo o coordenador substituto de Saúde Mental
do Ministério da Saúde, Alfredo Schechtman, “a depressão é uma doença que
compromete a saúde do corpo e as relações sociais”. Ele explica que muitas
vezes os pacientes com depressão perdem o prazer pelas atividades e
manifestam desinteresse em se relacionar com as pessoas de quem gostavam.
“A doença pode contaminar o pensamento e a auto-estima e afetar também a
alimentação e o sono”, diz Schechtman. “A depressão não é simplesmente uma
tristeza profunda e passageira, e nem tampouco um sinal de fraqueza ou algo que
possa ser superado só por vontade própria”, observa a psicóloga Dóris Oliveira
No Brasil a depressão é tratada como um problema de saúde pública. O
Sistema Único de Saúde prevê assistência psiquiátrica hospitalar gratuita. Em
2005, conforme dados do Ministério da Saúde, 41,5 mil pessoas foram internadas
devido a transtornos de humor, quadro em que se insere a depressão. Desse total,
3.895 eram pessoas acima de 60 anos.
Apesar de oferecer o tratamento, a política governamental não se dirige
para o aumento das internações. A idéia é reduzir cada vez mais os leitos
psiquiátricos e ampliar a rede extra-hospitalar, como os Centros de Atenção
Psicossocial (Caps) e o Programa Saúde da Família (PSF). Estes instrumentos
oferecem um atendimento mais humanizado e não afastam as pessoas do
convívio social.
Efeitos físicos também acompanham doença
O Sistema Nervoso é formado por células chamadas de neurônios, que se
comunicam por meio de substâncias chamadas de neurotransmissores. Nas
pessoas com depressão, essas substâncias não fazem seu percurso normal. De
acordo com os especialistas, existe uma enorme variedade de causas que
desencadeiam
a
doença,
como
predisposição
genética,
personalidade
melancólica, situações estressantes, abuso de álcool ou drogas e algumas
doenças neurológicas.
Em muitos casos, os pacientes perdem o interesse por atividades que antes
lhe davam satisfação. Os efeitos da depressão também contribuem para
dificuldade de concentração e de memorização. A doença pode provocar
ansiedade, acompanhada de sudorese (suor), palpitações e tremores. A
depressão ainda é capaz de causar sintomas físicos como dores vagas e difusas
no corpo ou na cabeça, prisão de ventre, sensação de boca amarga,
envelhecimento da pele e fraqueza das unhas e dos fios de cabelo.
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